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ANÁLISE MORFOMÉTRICA E USO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE SANTOS-SP
RENÊ LEPIANI DIAS Graduando em Geografia, Departamento de Geografia (DGEO), Instituto de Geociências (IG),
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas-SP. E-mail: [email protected]
Profª. Dra. REGINA CÉLIA DE OLIVEIRA Professora Doutora, Departamento de Geografia (DGEO), Instituto de Geociências (IG),
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas-SP. E-mail: [email protected]
Resumo
As regiões litorâneas no território brasileiro caracterizam-se pela dinâmica dos processos naturais associados à conformação do relevo que podem vir a representar zonas de risco à ocorrência de eventos tais como movimento de massa ou enchentes. O intenso processo de ocupação humana ao longo do tempo assistida nessas áreas vem fragilizar em muito a organização de todo o sistema natural que rege esses espaços resultando em quadros catastróficos. O município de Santos estrutura-se sobre um relevo complexo, ora associado a zonas de serrania que apresentam declividades até 45°, e altitudes podendo superar os 1000 metros, ora à zonas de planícies costeiras, sujeitas a inundações e acomodações de sedimentos inconsolidados. Dessa forma, caracteriza-se por apresentar feições geomorfológicas distintas e processos erosivos diversificados, além de apresentar uma intensa urbanização que tem resultado em alterações antrópicas desde longa data refletindo em diversos níveis de impactos ambientais. Em virtude da grande fragilidade ambiental em que se consolida o cenário da área em estudo e do intenso uso e ocupação observados nesta região, este trabalho buscou caracterizar os aspectos físicos do município, especialmente a declividade, tendo esta associada ao atual uso e ocupação do solo do município com o intuito de representar a dinâmica de uso associada aos graus de declividade da área, podendo auxiliar na discussão do planejamento territorial de uso do solo que leve em consideração a conformação e dinâmica da paisagem como prerrogativa no estabelecimento de normas de uso e ocupação. Além disso, poderá servir para auxiliar no planejamento ambiental, visto que essa área apresenta um meio natural extremamente frágil com longa data de ação antrópica. Palavras-Chave: Zona Costeira, planejamento, análise morfométrica
Abstract
The coastal regions in the national region are characterized by the natural processes associated with the landscapes, that can become risk zones for events such as the movement of land masses and floods. The high level of human occupation seen in those areas, weakens the organization of the natural system that governs these places, resulting in catastrophic events. The region of Santos is a complex geography, oscillating from highland zones, which presents up to 45º of declivity and altitudes of over 1000 meters, to flat zones subject to floods and the accommodation of unconsolidated sediment. Thus, it is characterized by presenting distinct geomorphological features and diversified erosive processes, besides an intense urbanization that has resulted in antropic changes that are reflected in various levels of environmental impacts. In virtue of the extremely fragile environment, that Santos is in and the high level of usage and existent occupation, this research tried to characterize the physical aspects of the region, especially the declivity, having this associate to the current use and occupation of the ground of the region with intention to represent the dynamics of use associated with the degrees of declivity of the area, being able to assist in the quarrel on the territorial planning of the soil usage that focuses on the conformation and scenario dynamics as prerogative on the establishment of rules for usage and occupation. Nevertheless, it could help with environmental planning, since this area presents a very fragile environment with a history of human interaction. Key Words: Coastal Zone, Planning, morphmetric analysis.
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Introdução
As zonas costeiras caracterizam-se como uma linha de contato entre o oceano e o continente,
apresentando uma grande complexidade e fragilidade devido aos diversos processos de formação do
relevo, desde fatores de ordem estrutural, climáticos e oceanográficos. A heterogeneidade dos
processos resulta na configuração de formas distintas que obedecem a uma dinâmica própria de
esculturação, mostrando-se vulneráveis aos processos associados a movimento de massa,
deslocamento de blocos, desplacamentos, corridas de lama enchentes e inundações.
A ação antrópica nas regiões costeiras ocorre de forma constante ao longo da história da
humanidade. Desde as primeiras civilizações, a proximidade com os mares tem atraído as populações
devido à disponibilidade dos recursos continentais e marinhos, além de proporcionar trocas comerciais
com outros povos. Dessa forma, essas áreas sempre foram transformadas para uso antrópico
apresentando diversos problemas em sua ocupação.
Sendo assim, em razão do comprometimento da qualidade e sustentabilidade dos sistemas
ambientais que resulta diretamente na alteração negativa da qualidade de suporte da vida humana,
estas áreas vem despertando na sociedade a convicção da necessidade de, através da pesquisa científica
e de ações de gerenciamento, monitoramento e educação ambiental, encontrar uma situação de
equilíbrio entre o uso e preservação dos sistemas ambientais (MUEHE, 1998).
Diversas discussões acadêmicas têm focalizado leituras especializadas sobre a complexidade do
meio físico assistido nas áreas de domínio litorâneo no território nacional, sobretudo aquelas
vinculadas à área de ocorrência do Planalto Atlântico e Planícies Costeiras do Estado de São Paulo. A
variada composição geológica associada ao fator climático e influências oceânica e continental atribui
à paisagem mecanismos diversos de elaboração de formas.
No caso específico de Santos, a proximidade de um grande centro econômico como São Paulo
e a existência do maior porto do país, estabeleceu uma dinâmica de ocupação rápida e intensa,
apresentando-se atualmente como uma cidade de grandes proporções com mais de 410 mil habitantes
(Censo 2001), gerando graves problemas tanto para o meio ambiente quanto para a população, pois
apresenta uma ocupação desordenada e sem planejamento ao longo do tempo.
O município de Santos localiza-se no litoral do Estado de São Paulo, mais precisamente no
divisor entre o litoral norte e sul, nas coordenadas 23° 57’ de latitude e 46° 20’ de longitude (Figura 1).
Santos apresenta uma grande atividade portuária, apresentando uma população de 418.316 habitantes
distribuídos por 280,3 Km², sendo 39,4 Km² de ilhas e o restante continental. O clima reinante é
tropical, quente e úmido, com pluviosidade superior a 2000 mm e temperatura média de 25° C.
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Figura 1: Mapa de Localização do Município de Santos-SP
Para Almeida (1964), as Baixadas Litorâneas Paulistas compreendem áreas restritas de
planícies mais ou menos isoladas, ou seja, dispostas em áreas descontinuas à beira-mar, não
ultrapassando 70 metros de altitude. Cenário em que segundo o autor (op cit.) se insere parte do
município de Santos.
De acordo com Ross e Moroz (1997), o município de Santos encontra-se sobre duas unidades
morfoestrutural distintas. Parte do município está sobre a Unidade do Cinturão Orogêneo do Atlântico
e outra parte na Unidade da Bacia Sedimentar Cenozóica/Depressões Tectônicas.
Na primeira unidade citada, destaca-se, a unidade morfoescultural Escarpa /Serra do Mar e
Morros Litorâneos, apresentando variação altimétrica de 20 a 1000 metros e declividades superiores a
40%. Nesta unidade a drenagem apresenta um padrão dentrítico, adaptado as direções de falhas e
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fraturas conduzindo uma adaptação natural. Os solos mais dominantes são cambissolos e litólicos,
apresentando também afloramentos rochosos. Em relação a litologia, encontra-se granitos, migmatitos,
gnaisses e micaxistos.
O autor (op. cit.) diz que por ser uma unidade com formas de dissecação muito intensas, com
vales de grande entalhamento, com alta densidade de drenagem e vertentes muito inclinadas, esta área
apresenta um nível de fragilidade potencial muito alto, estando sujeita a processos erosivos plúvio-
fluviais agressivos e movimentos de massas espontâneos e induzidos.
Já na unidade Morfoestrutural das Bacias Sedimentares Cenozóicas/Depressões Tectônicas, o
município de estudo encontra-se situado na Unidade Morfoescultural das Planícies Litorâneas
Santistas, apresentando baixa altitude (no máximo 20 metros), solos hidromórficos e pozol
hidromórficos, declividade muito pequena (inferior a 2%) e, a respeito da litologia, encontra-se
sedimentos marinhos e fluviais inconsolidados (areias, argilas e cascalhos). Essas áreas constituem-se
basicamente pelas formas de relevo do tipo planície, terraços marinhos e campos de dunas.
De acordo com o autor (op. cit.) esse conjunto de formas decorre de uma complexidade de
processos morfogéneticos, onde as interações de atividades construtivas e destrutivas das águas
oceânicas ao longo da faixa litorânea se confrontam com as influências das águas continentais,
também construtoras e destruidoras de formas e depósitos eólicos, que também exercem importante
papel de remobilização dos sedimentos marinhos.
Devido a inconsolidação dos sedimentos e da baixa declividade, esta unidade torna-se
susceptível naturalmente a inundações e acomodações do terreno, sendo, portanto uma área de grande
fragilidade, sobretudo vem fragilizar a ocorrência dos processos não apenas alterando o tempo de
ocorrência mas a magnitude dos processos.
Já nas Planícies de Mangues, a interação entre as águas oceânicas e continentais proporciona
um ambiente único para a formação e desenvolvimento de espécies animais e vegetais extremamente
importantes para a sustentação do ecossistema da área. Dessa forma, qualquer desequilíbrio ambiental
gera impactos diretos para as áreas de manguezais, tornando-as assim extremamente frágeis tanto no
meio físico quanto no meio biótico.
As áreas litorâneas apresentam-se como uma linha de contato entre o oceano e o continente,
caracterizando assim como uma zona de grande complexidade e fragilidade devido aos diversos
fatores de formação do relevo, desde fatores climático até os oceanográficos. Dessa forma, essas áreas
litorâneas possuem potencial de fragilidade muito alto por serem áreas sujeitas a inundações
periódicas, com lençol freático pouco profundo e sedimentos inconsolidados sujeitos a acomodações
constantes.
Aliados aos fatores físicos que regem a área de estudo, o município de Santos insere-se na
estrutura de desenvolvimento urbano do Brasil apresentando um processo de urbanização tardio.
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Influenciado principalmente pelo seu porto, que era o principal exportador de café do país desde o
início do século passado, logo se desenvolveu e a cidade sofreu um surto migratório e imigratório
gigantesco. Com isso, as áreas da planície litorânea logo foram ocupadas e deu-se a necessidade de se
urbanizar novas áreas. Em grande parte o avanço urbano deu-se em direção as áreas dos mangues e
morros isolados, que ocupados de forma irregular passaram a abrigar uma grande parcela da população
local. Para entender melhor essa questão é necessário verificar todo o histórico de uso e ocupação do
solo do município, que tem a sua origem no século XVI e ficou até o século XIX praticamente sem
evoluir (ARAUJO FILHO, 1965).
A crescente ocupação do espaço costeiro e sua utilização econômica com impactos, cuja
somatória tende a provocar alterações levando a degradação da paisagem e dos ecossistemas, podendo
chegar a própria inviabilização das atividades econômicas, vem despertando na sociedade a convicção
da necessidade de através da pesquisa científica e de ações de gerenciamento, monitoramento e
educação ambiental, encontrar uma situação de equilíbrio entre uso e preservação do meio ambiente
(MUEHE, 1998).
Em virtude de toda a complexidade natural e o longo histórico de uso e ocupação datado do
início da ocupação do território nacional, é necessária a realização de estudos que busquem o
entendimento da área através da identificação da dinâmica dos processos naturais, sendo calcado sobre
um mapeamento criterioso da paisagem identificando os processos.
O objetivo deste trabalho foi mapear o atual uso e ocupação do solo do município de Santos,
aliando este a uma análise das características morfológicas e morfométricas, dando ênfase à discussão
da dinâmica imposta pelos índices de declividade na configuração da paisagem e a relação de uso do
solo.
Material e Método
Para Amorim (2007), a complexa dinâmica ambiental tem sido considerada na análise da
Teoria Geral dos Sistemas, discutida em 1929 por Deflay e Von Bertalanffy (1933), aplicada à
termodinâmica e à biologia. Na Geomorfologia, foi introduzida por Strahler (1950), ao escrever que
“um sistema de drenagem ajustado talvez seja melhor descrito como sistema aberto em estado
constante”. Em 1957, Colling escreveu “a teoria dos rios equilibrados (graded)”. Hack (1960), ao
expor as bases da teoria do equilíbrio dinâmico, utilizou também a idéia dos sistemas abertos, mas foi
Chorley (1962) que sistematizou e mostrou as necessidades da abordagem sistêmica na
Geomorfologia. Coube também à Howard (1965) a tentativa de analisar a dinâmica e o estudo do
equilíbrio dos sistemas geomorfológicos.
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Dentre os estudos que abordam a relação Sociedade x Natureza a aplicação da Teoria Geral dos
Sistemas destacando-se os relacionados com a Geomorfologia, já que as formas de relevo e os
processos geomorfológicos, em seu estado natural vêm sofrendo uma ação antrópica cada vez mais
acelerada, fato que se torna de suma importância a busca constante pela compreensão das relações e
reações da natureza frente às modificações impostas pelo homem (AMORIM, 2007).
A obra de Chorley e Kennedy (1971) é uma grande contribuição para a aplicação da Teoria
Geral dos Sistemas. Esses autores salientam a complexidade do mundo real, e a subjetividade, ao se
decompor em estruturas simplificadas o tido complexo. Estas estruturas são denominadas de sistemas,
assim definidas pelos autores: “um sistema é o conjunto complexo de objetos e ou atributos”. O
mundo real deve ser visto, então, como sendo composto de sistemas interligados em escalas e
complexidades variadas, que agrupados uns aos outros formam uma hierarquia de sistemas
(subsistemas, sistemas, supersistemas, etc.). Em seguida, apresenta quatro tipologias de sistemas na
Geografia Física: sistemas morfológicos, sistemas em seqüência, sistemas processos-respostas e
sistemas controlados.
Para Ross (1990) a Teoria do Equilíbrio Dinâmico tem sido aplicada nas pesquisas
geomorfológicas de detalhe, principalmente quando se desenvolvem estudos para ambientes e
processos atuais. Essa teoria pressupõe que o ambiente natural encontra-se em equilíbrio, mas não
estático, devido aos mecanismos de funcionamento dos diversos componentes do sistema (princípio
relacionado a Teoria Geral dos Sistemas), relacionando a sua funcionalidade a entrada e saída do fluxo
de energia no sistema produzido por um determinado trabalho.
Para Mattos e Perez (2004, p12) definem sistema como:
“Um sistema pode ser definido como um todo organizado composto de
elementos que se inter-relacionam. A idéia de sistema só ganha sentido se
forem considerados conjuntamente esses três conceitos: todo, partes e inter-
relação. A simples interação não forma um sistema se não forem capazes de
criar algo que funcione como um todo integrado. Por outro lado, não é
possível compreender totalmente esse todo se não entendermos quais são suas
partes e como elas se relacionam.”
Na composição dos sistemas, vários aspectos são importantes como a matéria, a energia e a
estrutura. Tendo como matéria o material que vai ser mobilizado através do sistema; a energia que
corresponde às forças que atuam no sistema fazendo-o funcionar, gerando deste modo, a capacidade de
realizar trabalho; e por último a estrutura do sistema que é composta pelos elementos e suas relações,
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expressando-se através do arranjo de seus componentes, possuindo o elemento como unidade básica
(CHRISTOFOLETTI, 1980)
Deste modo, segundo Christofoletti (1979) os sistemas contêm elementos ou unidades,
relações, atributos, entrada (input) e saída (output).
Chorley e Kenedy (1971) apud Christofoletti (1979) consideram que os sistemas de processos-
respostas são formados pela combinação de sistemas morfológicos e sistemas em seqüência. Os
sistemas em seqüência indicam os processos, enquanto o morfológico representa a forma, ou seja, a
resposta a determinado estímulo. Sendo assim, ao definir os sistemas de processos-resposta, a ênfase
maior está focalizada para identificar as relações entre o processo e as formas que dele resultam. O
autor refere-se ao sistema morfológico como a relação das características físicas do fenômeno, como
geometria e composição, constituindo assim as formas estudadas como comprimento, altura,
declividade. Já os sistemas em seqüência são formados pelo conjunto de subsistemas, onde a saída de
energia ou matéria (output) de um subsistema torna-se a entrada para um outro subsistema adjacente.
Assim, segundo os autores (op. cit) é possível estabelecer um equilíbrio entre a análise dos
processos e das formas, de modo que qualquer alteração no sistema em seqüência será refletida no
sistema morfológico, através do reajuste das variáveis na busca de um novo equilíbrio, estabelecendo-
se uma nova forma. Por outro lado, as alterações ocorridas nas formas podem alterar a maneira pela
qual o processo se realiza, produzindo modificações na qualidade dos inputs fornecidos ao sistema
morfológico. Essas alterações no sistema podem resultar, por exemplo, no aumento da capacidade de
infiltração, redução do escoamento superficial e da densidade de drenagem, vindo a refletir na
diminuição da declividade das vertentes, facilitando a capacidade de infiltração e redução do
escoamento superficial.
Tricart (1977) referiu-se ao valor da abordagem da teoria dos sistemas como um instrumento
lógico de que dispomos para estudar os problemas do meio, porque dá condições de uma visão do
conjunto do aspecto dinâmico. Além disso, o conceito de sistema possui caráter dinâmico e por isso se
torna adequado a fornecer os conhecimentos básicos para um entendimento funcional do meio, não
sendo apenas um inventário.
Dentro dos estudos da Geografia Física, a Teoria Geral dos Sistemas vem sendo utilizada como
apoio teórico para as discussões do meio físico devido a visão sistemática da paisagem,
proporcionando um estudo da totalidade através da compreensão das relações das suas partes, além de
proporcionar uma integração das diversas disciplinas da Geografia Física.
No que se referem aos sistemas controlados, os autores definem como sendo aqueles sistemas
que apresentam a atuação antrópica sobre os sistemas de processo-resposta. A complexidade do
sistema é aumentada pela intervenção do homem.
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Segundo Christofoletti (1979) o sistema processo-resposta apresenta uma propriedade
denominada mecanismo de retroalimentação (feedback), onde o efeito de uma alteração volta a atuar
sobre a variável ou elemento inicial, produzindo assim uma circularidade de ação. Existem quatro tipos
mais comuns de retroalimentação: direta, em circuito, negativa e positiva.
A retroalimentação direta ocorre quando há relacionamento direto da ida e volta da ação em
duas variáveis. A retroalimentação em circuito apresenta-se quando envolve mais de duas variáveis e a
retroalimentação volta ao ponto inicial, completando um circuito. A retroalimentação negativa já é
mais comum, ocorrendo quando uma variação externamente produzida leva ao estabelecimento de um
circuito fechado de alteração, tendo a função de estabilizar o efeito da mudança original. Através desse
mecanismo, o sistema procura reajustar-se, reequilibrar-se, em função das novas condições de fluxos.
E por último a retroalimentação positiva que ocorre quando os circuitos entre as variáveis reforçam o
efeito da ação, externamente produzida, ocasionando uma ação de “bola de neve” das alterações
sempre no mesmo sentido da influência original.
Dessa forma, esses mecanismos de retroalimentação são responsáveis por alterações nos
sistemas, podendo vir a modificar estruturalmente o relevo. De acordo com o autor (op. cit.) é possível
estabelecer-se um equilíbrio entre a análise dos processos e das formas, de modo que qualquer
alteração no sistema em seqüência será refletida no sistema morfológico, através do reajuste das
variáveis na busca de um novo equilíbrio, estabelecendo-se uma nova forma. Por outro lado, as
alterações ocorridas nas formas podem alterar a maneira pela qual o processo se realiza, produzindo
modificações na qualidade dos inputs fornecidos ao sistema morfológico.
Outra classificação, na qual Christofoletti (1979) se refere é a de sistemas abertos e sistemas
fechados. Os sistemas fechados são aqueles em que ocorrem troca de energia (recebimento e perda),
mas não de matéria. Já os sistemas abertos são aqueles nos quais ocorrem constantes trocas de energia
e matéria, tanto recebendo como perdendo. Segundo o autor, os sistemas abertos são mais comuns, e
cita como exemplos as bacias hidrográficas, as vertentes, a cidade, entre outros.
Morin (1977) afirma que nem a descrição nem a explicação de um sistema podem ser efetuadas
ao nível das partes, concebidas como entidades isoladas, ligadas apenas por ações e reações. A
decomposição analítica em elementos decompõe também o sistema, cujas regras de composição não
são aditivas, mas transformadoras. Assim para este autor, a inter-relação que liga o somatório das
partes à do todo, é recíproco, ou seja, a descrição (explicação) das partes depende do todo, que
depende das partes e é no circuito Partes ↔ Todo que se forma a descrição ou explicação.
Christofoletti (1979) considera que dentro do sistema geomorfológico, tendo como base as
formas e processos, distinguiram-se os seguintes sistemas antecedentes: climático, biogeográfico,
geológico e antrópico, no qual o último tem maior valor nesta discussão. O sistema antrópico é
representado pela ação humana, esta é o fator responsável por mudanças e alterações na distribuição da
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matéria e energia dentro dos sistemas, modificando, assim, o equilíbrio dos mesmos. Através da
atuação do homem no meio natural, produzem-se modificações sensíveis nos processos e nas formas.
Deste modo a ação antrópica é um dos fatores deste sistema, que leva a alterações do meio
ambiente, modificando as condições de equilíbrio natural. Fazendo com que as formas e processos se
adaptem a esta intervenção.
Através de uma análise empírica, ou seja, a realização de trabalho de campo para verificação
dos dados obtidos e a partir da elaboração de mapas busca-se nesse trabalho um co-relacionamento
entre as informações permitindo uma análise sob a ótica sistêmica entender o funcionamento dos
agentes físicos que regem a construção e organização da paisagem da área de estudo.
A análise morfométrica possui uma grande importância para a compreensão da dinâmica da
paisagem do município de Santos, pois através dos índices morfométricos de declividade, por
exemplo. Quando correlacionados aos dados morfológicos possibilitam uma maior compreensão da
morfodinâmica da paisagem, podendo apontar comportamentos que indiquem maiores fragilidades do
meio frente a relação ao uso e ocupação assistidos na área de estudo.
Como técnicas para produção da carta clinográfica foram utilizadas cartas topográficas (IBGE)
na escala 1:50.000 - Folha SG 23-Y-D-IV-3 e SG 23-V-B-I-I– Santos – (IGGSP, 1971); Folha SF 23-
YD-IV-1 – Moji das Cruzes (IGGSP, 1972); Folha SG 23-Y-D-IV-4 – Bertioga (IGGSP, 1971) - e a
carta geológica (SUGUIO) na escala 1:100.000, referentes ao município de Santos. As cartas
topográficas foram escaneadas, georrefenciadas nos sistemas de coordenadas UTM e posteriormente
digitalizadas através da vetorização das curvas de nível, drenagem, pontos cotados, áreas de estuários e
vias de acesso, utilizando o programa ArcGis 9.2.
A Carta Clinográfica foi elaborada partir da interpolação dos layes “curvas de nível”, “pontos
cotados” “drenagem” e “limite municipal” no software ArcGis 9.2 segundo a metodologia proposta por
De Biasi (1992), tendo como objetivo a caracterização do grau de inclinação das vertentes.
Delimitaram-se seis classes de declividade distintas, na qual a primeira classe (inferior ou igual a 2%)
representa as áreas sujeitas a inundações; enquanto a segunda classe (2,01-5%) enquadra-se dentro do
limite urbano industrial, utilizado em trabalhos de planejamento urbanos efetuados segundo norma do
IPT e Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo. Já a classe que abrange as faixas
de 5,01-12% define o limite máximo do emprego de mecanização agrícola segundo a proposta de
Chiarini e Donzelli (1973) citado por De Biasi (1992). O intervalo entre 12,01%-30% corresponde ao
limite definido pela Legislação Federal – Lei 6.766/79, como área para urbanização sem restrições. O
intervalo acima de 30% caracteriza-se por áreas referentes a Serra do Mar.
Pelo fato da interpolação em meio digital dos layes citados ter apresentados alguns erros,
principalmente nas áreas de topos, foi elaborado também o Mapa Clinográfico a partir de meio
analógico.
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Este consistiu na impressão do mapa com os layes “curvas de nível”, “pontos cotados” e
“drenagem”, A próxima etapa foi a confecção dos ábacos a partir da metodologia proposta por De
Biasi (1992), que estabelece a seguinte fórmula na definição das classes de declividades (classes estas
que foram mantidas as mesmas do meio digital) para acomodar os ajustes necessários ao nos
referirmos as áreas que na carta digital apresentou erros nos limites de topos e fundos de vales e os
espaçamentos entre as curvas de nível e/ou desníveis entre pontos da carta topográfica:
D = n x 100%
E
D: declividade
E: espaçamento ou distância horizontal entre duas curvas consecutivas ou de pontos em uma carta
n: diferença de nível entre dois pontos ou a eqüidistância da carta.
A Figura 2 como exemplifica foi distribuída as classes de declividades. Para o estabelecimento
dos limites das classes de declividades deve-se entre as curvas de nível percorrer o espaçamento (que é
variável) entre as curvas de maneira que as extremidades das hastes que definem os limites das classes
tangenciem as duas curvas. Este tangenciamento deverá ser o mais perpendicular possível em relação
às duas curvas, ou seja, a linha de maior declividade (DE BIASI, 1992).
Figura 2: Determinação das Classes de Declividade
Fonte: Carpi Junior (1996)
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Após a delimitação das classes e da elaboração do ábaco principal, também foi confeccionado o
ábaco complementar, considerando a metade dos valores definidos para o ábaco principal, no qual o
ábaco complementar é utilizado entre curvas de mesmo valor e na intersecção de curvas de nível e
drenagem (SANCHES E MENDES, 1993).
Na carta produzida em meio analógico estas áreas obedecem a mesma interpolação do conjunto
das curvas de nível, decorrendo em alterações, sobretudo nos limites de topo representando
declividades inferiores a 2%, nas zonas de planície costeira verificou-se uma triangulação no exercício
digital de delimitação das classes de declividade. O trabalho de campo e interpretação de imagens de
satélite, produção e análise da Carta Topográfica e da Carta Hipsométrica foram fundamentais para
orientar a necessidade de uma maior especialização na produção da Carta Clinográfica considerando a
importância desse documento. Sendo assim, buscou-se reproduzir a Carta Clinográfica em meio
analógico segundo a metodologia de De Biasi (1992) e Sanches e Mendes (1993).
O Mapa de Uso e Ocupação do Solo Atual do município de Santos (Figura 5) foi elaborada a
partir da análise e interpretação de ortofotos do ano de 2004 cedidas pela Prefeitura Municipal de
Santos em escala 1:30.000 na área continental e 1:5.000 na área insular, ortofotos que foram
vetorizadas e georreferenciadas, além de imagens de satélite do CBERS 2B (INPE) de 2008 para uma
complementação da primeira devido a defasagem temporal até os dias de hoje.
Tendo a produção cartográfica preliminar foram realizadas sobreposições e correlações,
possibilitando apontar situações de uso conflitante ao estado de fragilidade diagnosticado, tendo como
material síntese a apresentação de um documento técnico científico direcionado ao planejamento.
Resultados e Discussões
As regiões litorâneas, por estarem em contato direto com as ações do oceano e do continente,
apresentam extrema complexidade dos processos naturais em virtude da quantidade de fatores que
atuam na conformação do relevo. Apresentam-se como áreas de extrema fragilidade em virtude da
intensa dinâmica natural, intensificando a medida que a ação antrópica intervem no espaço.
Nesse sentido, faz-se necessário a realização de estudos específicos dessas áreas com o intuito
de minimizar os impactos ambientais, uma vez que a ocupação acaba sendo iminente em virtude da
localização estratégica que essas áreas apresentam sendo, portanto, indispensável a organização de
estudos detalhados.
Além disto, os ambientes costeiros são extremamente dinâmicos, neles convergem processos
terrestres, oceânicos e atmosféricos, que alteram constantemente suas características. Extremamente
dinâmicos portanto mudanças significativas podem ocorrer em períodos de dias, meses ou anos.
Lembrando que as costas brasileiras e de muitos outros países foram ocupadas sem levar em conta a
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dinâmica de estruturação dos processos costeiros (ÂNGULO, 2004). Esta ocupação desordenada
reflete em problemas ambientais nas áreas que apresentam grandes fragilidades, como por exemplo, o
caso dos mangues e a área serrana no município de Santos que apresentam altos índices de declividade
superiores a 30%.
A correlação entre o Mapa Clinográfico do município de Santos em meio digital (Figura 3) e o
Mapa Clinográfico do município de Santos em meio analógico (Figura 4) permite salientar que a carta
em meio analógico representa um maior detalhamento, sobretudo nas zonas de topos exemplificando o
cenário mais conduzente com a dinâmica observada na área de estudo, observa-se ainda que o setor
leste da carta apresenta topos planos e convexos em que o uso do ábaco suplementar permitiu definir
de forma clara as alternâncias de declive. A mesma questão é apresentada na Zona de Planície
Costeira, as triangulações apontadas em meio digital foram corrigidas com uso do ábaco suplementar.
Há de se considerar a necessidade de maior aprimoramento das ferramentas do software adotado, de
modo a considerar situações específicas como aquelas relacionadas a topos e extensas planícies.
O mapa clinográfico pelo método do ábaco apresenta nas áreas da escarpa da Serra do Mar
altos índices de declividade, podendo chegar a determinados locais com índices superiores a 30%,
resultante da grande variação altimétrica apresenta nas escarpas da Serra do Mar e de fatores como
dobramentos e falhamentos do cinturão Orogênico. Dentro desta área de escarpa, principalmente nos
morros residuais da área insular do município observa-se que a população se dirige a estas áreas para
ocupação de suas moradias, já que cada vez mais ocorre o aumento desta e a população mais pobre se
dirige aos morros, construindo suas casas em locais de declividade superior a 30%, em local
inapropriado, pelo fato de que estas são áreas que de acordo com a legislação (Decreto n°10.251, de
30/08/1977) são áreas de proteção ambiental, e são áreas instáveis que podem sofrer processos de
deslizamento de massa ou quedas de blocos. O mapa clinográfico foi realizado tanto em meio
analógico quanto digital, porque este último apresentou erros, principalmente na área dos topos e
fundos de vale, apresentando declividades que não representava aquelas encontradas.
Na zona de planície os índices de declividade não ultrapassam 6%, estabelecendo uma outra
dinâmica de funcionamento do relevo, onde prevalece a deposição de material ao invés da erosão,
além de ocorrer nestas áreas alagamentos periódicos no período das estações chuvosas. E o que
observa na análise deste com o uso e ocupação do solo é que toda a planície está urbanizada, o que
diminui a infiltração da água, que repercute em episódios de enchentes quando os índices
pluviométricos são altos. Outro fator importante é que a população está se dirigindo a áreas de
proteção ambiental, como é o caso dos mangues, para a construção de suas casas.
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Figura 3: Mapa Clinográfico do Município de Santos-SP (método digital)
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Figura 4: Mapa Clinográfico do município de Santos-SP (método analógico)
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O Mapa de Uso e Ocupação do Solo Atual (Figura 5) mostrou duas situações bem claras, na
área continental do município de Santos, tem em sua grande parte determinada pelo Parque Estadual
da Serra do Mar, que por lei (Decreto n°10.251, de 30/08/1977) é uma área de proteção permanente,
portanto restritiva ao uso, e a na área insular do município, tem sua grande parte determinada pela
ocupação urbana, tanto horizontal como vertical. É encontrado também áreas de produção agrícola,
sendo que esta é representada pela plantação de bananas na maioria dos casos, principalmente em áreas
de declividade superior aos 20%, na qual a população de baixa renda tem este como cultivo uma
alternativa financeira. A vegetação de restinga restringe-se a áreas cuja altimetrias não ultrapassam os
20 metros, porém estas se encontram bastante alterada devido ao uso antrópico do solo. Outra área de
grande importância no município é a região portuária que ocupa áreas próximas aos estuários de
Santos, lembrando que Santos possui o maior porto do país, e que suas dimensões são significantes,
aliando este a toda uma indústria estabelecida em volta destas áreas. As áreas de proteção ambiental,
no caso do município, representam além do Parque da Serra do Mar, os manguezais, este último com
áreas de destino da população mais carente, uma vez que esta está sendo deslocada das áreas centrais,
tendo como alternativa a construção de casebres de palafita nos mangues e ocupações irregulares nas
áreas de encosta.
Relacionando o Mapa de Uso e Ocupação do Solo Atual com o Mapa Cinográfico verifica-se
que as ocupações urbanas estão em sua grande maioria à porcentagem de declive de até 2%, porém
esta ocupação urbana está indo em direção a áreas com declividades superiores a 20%, como áreas de
encostas, além de encontrar neste índice áreas de mangues e restingas. Declividades superiores a 30%
têm em sua ocupação áreas representadas pelo Parque Estadual da Serra do Mar.
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Figura 5: Mapa de Uso e Ocupação do Solo do município de Santos-SP
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Conclusões
Em virtude de toda a complexidade natural e o histórico de uso e ocupação do município de
Santos, é necessária a realização de estudos que busquem o entendimento da área através da
identificação da dinâmica dos processos naturais que deve ser calcado sobre um mapeamento
criterioso da paisagem visando o detalhamento dos processos.
A análise morfométrica possui grande importância para a compreensão da dinâmica da
paisagem do município de Santos, ao proporcionar uma contribuição quantitativa da paisagem dando
maior nível de especialização na compreensão do funcionamento dos sistemas ambientais, pois os
índices morfométricos são importantes para a caracterização física da paisagem.
A análise do material cartográfico produzido vem comprovar a complexa dinâmica física em
que se consolida a área de estudo apresentando fragilidades relacionadas a processos de movimentos
de massa e inundações. Cabe considerar que a área do município apresenta-se com elevado índice de
ocupação onde a pressão de uso já revelou impactos considerados, refletindo em perdas de vidas.
Observa-se o comprometimento dos sistemas ambientais que vêem sua dinâmica natural alterada em
razão da intervenção antrópica de longa data.
O desenvolvimento de trabalhos que possam contribuir para o entendimento da dinâmica dos
processos associados à complexa estrutura sistêmica relacionando, por exemplo, áreas de domínios
costeiros particularmente às zonas de planícies vem contribuir sobremaneira para minimizar as ações
de impactos resultados da ação antrópica considerando o elevado índice de uso desses espaços, são
fundamentais para Geografia, já que podem auxiliar em planejamentos políticos e planos de uso e
ocupação.
Além disto, em virtude da intensa urbanização da área é necessário compreender e analisar
localidades que seriam menos afetadas em decorrência da ocupação antrópica. Portanto, torna-se
muito importante o desenvolvimento de trabalhos que possam identificar áreas com fragilidades
naturais tentando diagnosticar futuros problemas como escorregamento de massa, rolamento de blocos
e inundações que possam atingir áreas ocupadas, oferecendo assim risco a vida humana.
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