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RELATÓRIO ECONÔMICO
OUTUBRO DE 2017
SUMÁRIO
CENÁRIO EXTERNO____________________________________________________________________________________1
CENÁRIO INTERNO ____________________________________________________________________________________6
ATIVIDADE ECONÔMICA ____________________________________________________________________________ 8
INFLAÇÃO ____________________________________________________________________________________________ 10
TAXA DE JUROS _____________________________________________________________________________________ 11
TAXA DE CÂMBIO ___________________________________________________________________________________ 13
BALANÇA COMERCIAL _____________________________________________________________________________ 14
CONTAS PÚBLICAS _________________________________________________________________________________ 15
MERCADO IMOBILIÁRIO ___________________________________________________________________________ 16
ANEXO I _________________________________________________________________________________________________ 18
CONTATO _______________________________________________________________________________________________ 19
Pá giná 1
CENÁRIO EXTERNO
No cenário internacional, a independência da Catalunha tomou o noticiário e
atraiu incerteza aos mercados. A tensão começou com a convocação de uma
consulta popular sobre a independência da região autônoma, marcada para o dia 1º
de outubro. O governo espanhol considerou a votação inconstitucional e o Tribunal
Constitucional proibiu a realização do plebiscito, alegando que as comunidades
autônomas não têm autoridade para convocar votações como essa.
Polícia nacional espanhola entra em confronto com apoiadores do referendo em Barcelona (Foto: Manu Fernandez/AP)
Contrariando o governo federal espanhol, o governo catalão realizou o
plesbicito na data prevista, porém, ocorreu forte repressão da polícia espanhola que
deixou mais de 800 feridos, segundo o governo local. Também ocorreram
fechamentos de locais de votação e destruição de cédulas.
O resultado da votação indicou vitória do “sim” para a independência da
Catalunha, com 90% dos votos. O comparecimento total foi de 2,2 milhões de
pessoas, aproximadamente 42% das que estavam aptas a votar. Após a votação
Carles Puigdemont, presidente da Generalitat, o governo regional da Catalunha,
declarou que a região autônoma “ganhou o direito de ser um Estado”.
Pá giná 2
Pronunciamento do Líder catalão, Carles Puigdemont (EPA)
A declaração não foi encarada como uma declaração formal de
independência, assim a incerteza se voltou para quando ocorreria a declaração. No
dia 10 de outubro, o presidente da Catalunha declarou a independência, mas
suspendeu os efeitos, pedindo mais tempo para negociar com o governo espanhol.
Após essa declaração ambígua de Puigdermont, o governo espanhol, através
do presidente Mariano Rajoy, pediu que o governo catalão esclarecesse se declarou
independência ou não. O pedido formal é o primeiro passo para que o governo
espanhol acione o artigo 155 de sua Constituição, que permite a intervenção do
governo federal para obrigar que as autoridades de uma comunidade autônoma
cumpram as leis centrais. Desta forma, os dias seguintes foram marcados pela
incerteza e expectativas com relação aos desdobramentos da crise.
O caso teve novo capítulo apenas no dia 27 de outubro, quando o parlamento
regional da Catalunha aprovou a declaração unilateral de independência e início da
separação da Espanha. Rapidamente o governo espanhol solicitou e o Senado
aprovou a aplicação, pela primeira vez na história da democracia espanhola, do
artigo 155º, determinando a intervenção do governo federal, com a suspensão da
autonomia espanhola e destituição do governo Catalão.
Pá giná 3
O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy (Susáná Verá/Reuters)
Além da intervenção federal, os lideres catalães foram acusados pela
procuradoria geral espanhola pelos crimes de rebelião, sedição e desvio de dinheiro
público. Poucas horas após a acusação, o ex-presidente do governo catalão Carles
Puigdemont e cinco ex-secretários de seu governo viajaram para Bruxelas em busca
de asilo.
Entre os dias 18 e 24 de outubro, ocorreu o 19º Congresso Nacional do
Partido Comunista da China. O congresso ocorre a cada cinco anos e é o evento
central da vida política do gigante asiático, que conta com a participação de 2.280
delegados que representam os 89 milhões de membros do partido. Através de
eleições indiretas são definidos os membros do Comitê Central, do Politburo e o
Comitê Permanente do Politburo. O Comitê Permanente elege o líder do partido que
também é o chefe de estado da China.
A grande figura do congresso foi o presidente chinês Xi Jinping, que foi
reconduzido para um novo mandato de cinco anos à frente do governo da China,
como já era esperado, e reforçou seu poder político com a inclusão de seu nome na
Constituição do país, fato que só havia ocorrido anteriormente com Mao Tsé-Tung
(fundador do regime chinês) e Deng Xiaoping (arquiteto da abertura econômica
chinesa), se consolidando com o maior líder chinês nos últimos 25 anos.
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O presidente chinês Xi Jinping, ao centro, preside a cerimônia de abertura do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês
(Ng Hán Guán/AP)
No seu discurso na abertura do congresso, Xi Jinping proclamou uma nova
era para a China, passando a ocupar uma nova posição no mundo. Também
sinalizou que deve continuar em seu novo mandado com as mesmas políticas do
primeiro mandato. Prometeu manter o desenvolvimento da economia, proteger o
meio ambiente e seguir com as reformas econômicas.
Com relação a economia chinesa, o Escritório Nacional de Estatísticas chinês
divulgou no dia 19 de outubro que a economia do país cresceu 6,8% no terceiro
trimestre de 2017. Nos dois primeiros trimestres do ano o crescimento havia sido de
6,9% e a meta do governo chinês é de crescer 6,5% em 2017. Com isso, mesmo
com os esforços do governo para reduzir a alavancagem da economia, o
crescimento chinês deve acelerar com relação ao ano anterior, pela primeira vez em
sete anos.
Sobre a economia americana, os dados relativos ao emprego apresentaram
resultado negativo no saldo de vagas pela primeira vez em sete anos. Segundo
levantamento do Departamento de Trabalho do governo norte americano, o mercado
de trabalho do país perdeu 33 mil vagas em setembro. O resultado foi consequência
dos furacões que atingiram a região Sudoeste, com impactos negativos no turismo
Pá giná 5
e em restaurantes, que eliminaram 105 mil vagas. No entanto, mesmo com a queda
no número de postos de trabalho, a taxa do desemprego caiu para de 4,2% para
4,4%.
Com relação aos juros, na última reunião do Federal Reserve (Fed), realizada
em 20 de setembro, a taxa de juros americana se manteve em entre 1% e 1,25%. A
próxima reunião está marcada para o dia 1º de novembro e o mercado espera que
não ocorra alteração na taxa de juros. São esperadas mudanças apenas na última
reunião do ano, em 13 de dezembro, com aumento de 0,25p.p., levando a taxa
básica de juros da economia norte americana para algo entre 1,25% e 1,50% a.a.
Com as expectativas bem ancoradas para os juros americanos no ano, a
incerteza se voltou para a sucessão na presidência do Fed. O mandato da atual
presidente, Janet Yellen, se encerra em fevereiro de 2018. Nos últimos anos os
presidentes americanos sempre reconduziram os presidentes dos Fed indicados
pelos presidentes anteriores para um segundo mandado, no entanto, com as críticas
de Trump durante sua campanha à condução da política econômica americana, as
chances de um segundo mandato de Yellen são baixas.
O presidente americano já afirmou que deve anunciar sua decisão no início
de novembro. Os mais cotados são os republicanos Jerome Powel, governador do
Fed, de postura mais gradualista em relação ao aumento nos juros, John Taylor,
economista da Universidade de Stanford, que defende política monetária mais
rígida, e ainda a improvável recondução de Yellen. A decisão deve sinalizar a postura
do Fed em relação a política monetária nos próximos anos, que tem impacto direto
em todas as economias do mundo.
Pá giná 6
CENÁRIO INTERNO
O cenário interno foi marcado pelo arquivamento da segunda denúncia
contra o presidente Michel Temer. O presidente é acusado de organização criminosa
e obstrução de justiça. As denúncias também envolvem nomes do PMDB, como os
ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e os ministros Moreira
Franco e Eliseu Padilha.
O veterano deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) foi relator da segunda
denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Em seu relatório, Andrada defendeu o arquivamento da denúncia por falta de provas.
No dia 18 de outubro a CCJ analisou o parecer do relator e o relatório que pedia o
arquivamento foi aprovado com 39 votos a favor, 26 contra e uma abstenção. Na
primeira denúncia a placar havia sido 41 a 24.
Deputados discutem parecer sobre denúncia contra Michel Temer. (Gilmar Felix/Câmara dos Deputados)
No dia 25 de outubro, o plenário da Câmara do Deputados votou o parecer
do relator e a votação foi nominal, como ocorreu na primeira denúncia. O relatório
pedindo o arquivamento da denúncia foi aprovado e o presidente deve responder
sobre a acusação apenas quando encerrar seu mandato. Os demais acusados
Pá giná 7
responderão quando perderem o foro privilegiado. O placar da votação foi de 251
votos a favor do governo e 233 contra, mais apertado do que na primeira denúncia,
quando o placar ficou em 263 a 227. O desafio para o governo federal agora é
recompor a base para a série de votações importantes que tem em pauta no final do
ano, como a aprovar a nova meta fiscal e o orçamento de 2018, e tentar seguir com
as reformas da Previdencia e Tributária.
Câmara dos Deputados após votação que decidiu pelo arquivamento da denúncia contra Temer (Evaristo Sá/AFP)
No mês também ocorreram novos leilões no segmento de petróleo. No dia
27, aconteceram as 2ª e 3ª rodadas de partilha do pré-sal. Foram ofertados oito
blocos para exploração de petróleo na camada do pré-sal na costa brasileira e
haviam 16 empresas habilitadas, sendo 14 estrangeiras e duas brasileiras.
O início do leilão foi marcado por incertezas. Na manhã da sua realização o
juiz federal de Manaus, Ricardo Sales, concedeu liminar suspendendo a realização
do leilão, alegando que os valores cobrados eram baixos e que a lei que quebra a
exclusividade da Petrobras tem vícios constitucionais. A Advocacia Geral da União
(AGU) recorreu e obteve vitória no Tribunal Regional Federal da Primeira Região
(TRF1).
Pá giná 8
O leilão ocorreu e foram arrecadados R$ 6,15 bilhões, sendo R$ 3,3 bilhões
na segunda rodada e R$ 2,85 na terceira. O valor ficou abaixo do esperado pelo
governo, que era de R$ 7,75 bilhões, mas mesmo assim houve comemoração por
parte do governo. O ministro da secretaria geral da Presidência da República,
Moreira Franco, afirmou que o resultado mostra a volta da confiança no país. O
ministro de Minas e Energia, Coelho Filho, comemorou o fato de que nesse leilão a
União ficou com mais lucro do que no leilão de Libra na Bacia de Santos em 2013,
e também a volta das empresas internacionais ao setor.
ATIVIDADE ECONÔMICA
O resultado do Produto Interno Bruto brasileiro no terceiro trimestre vai ser
divulgado apenas em 1º de dezembro. Para o ano de 2017, segundo o último Boletim
Focus do Banco Central (27/10/2017) a expectativa do mercado é que a economia
brasileira feche 2017 com crescimento de 0,73%.
Com relação aos indicadores mais recentes de atividade, o Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador de atividade econômica
elaborado pela autoridade monetária e encarado pelo mercado como uma previa do
PIB relativo ao mês de agosto, registrou queda de 0,38% na série com ajustes
sazonais em relação ao mês anterior. Em agosto havia registrado crescimento de
0,36% em relação a julho, porém o resultado foi revisto para 0,41%. Com isso o
indicador acumula alta de 0,42%. O resultado acumulado em doze meses registra
baixa de 0,89%.
Os indicadores de atividade do IBGE indicaram essa tendência. A produção
industrial em agosto de 2017, segundo a Pesquisa Mensal da Industria – Produção
Física (PMI-PF) do IBGE, divulgada no dia 7 de setembro, mostrou recuo de 0,8%
em relação ao mês anterior na série com os ajustes sazonais, interrompendo a
sequência de quatro meses de crescimento. As taxas negativas se concentraram
em dois (bens intermediários e de consumo semi e não-duráveis) dos quatro
setores, e em 8 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para os produtos
alimentícios, com recuo de 5,5%, interrompendo três meses de avanço. No ano, o
índice acumula acréscimo de 1,5% e em doze meses recuo de 0,1%.
O comércio varejista, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE,
apresentou recuo de 0,5% na comparação com julho em volume de vendas, e queda
de 0,1% em receita nominal com os ajustes sazonais. O volume de vendas
Pá giná 9
interrompeu a sequência de quatro meses consecutivos de alta. O resultado
negativo predominou em sete das oito atividades que compõem o varejo. No
acumulado do ano o indicador de volume apresenta 0,7%, já no acumulado em 12
meses apresenta recuo de 1,6%.
O setor de serviços, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, também
do IBGE, registrou queda de 1% no volume de serviços prestados entre julho e
agosto, já descontados os efeitos da sazonalidade. Assim o acumulado do ano ficou
em -3,8% e em doze meses em -4,5%.
Com relação ao mercado de trabalho, segundo o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho, em
setembro o Brasil criou 34,3 mil empregos com carteira assinada. O saldo positivo
foi resultado de 1.148.307 admissões contra 1.113.915 demissões no mês. É o sexto
mês seguido com resultado positivo e o melhor resultado para setembro desde 2014.
A mesma estatística acumula saldo positivo de 208 mil vagas no ano e negativo de
466 mil vagas em doze meses.
No dia 31 de outubro foram divulgados os dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio Contínua (Pnad-Contínua) relativos ao trimestre encerrado em
setembro. Os dados indicaram continuidade da tendência de queda na taxa de
desocupação e número de desocupados. O número de desocupados caiu de 13,1
milhões em agosto para 12,9 milhões em setembro. Já a taxa de desocupação caiu
de 12,6% para 12,4%.
Fonte: IBGE.
13,713,0
12,4
5%
6%
7%
8%
9%
10%
11%
12%
13%
14%
15%
nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 nov/16 fev/17 mai/17 ago/17
Taxa de Desemprego (%)
Pá giná 10
INFLAÇÃO
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice de
inflação medido pelo IBGE, apresentou inflação de 0,16% em setembro, contra
0,19% em agosto.
Fonte: IBGE.
No mês, apenas dois setores apresentaram resultado negativo. Alimentação
e Bebidas (-0,41%), sendo o quinto mês seguido de queda, e Habitação (-0,12%),
que teve queda na energia elétrica com substituição da bandeira vermelha pela
amarela. Por outro lado, o que mais contribuiu para o aumento foi o grupo
Transportes, que registrou variação de 0,79% (contribuição de 0,14 p.p.), fruto mais
uma vez dos combustíveis, que variaram positivamente 1,91% (impacto de 0,1p.p.),
sendo a gasolina, 2,22% mais cara, a maior responsável.
Assim, o resultado do IPCA no ano acumula 1,78%. No mesmo período do
ano passado acumulava 5,51%. O acumulado em doze meses subiu para 2,54%
(abaixo do piso da meta de inflação estabelecida pelo CMN), na comparação com
os 2,46% do mês anterior.
-0,30
-0,20
-0,10
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17
IPCA mensal(%)
Pá giná 11
Fonte: IBGE.
Segundo o último Boletim Focus do Banco Central (27/10/2017), o mercado
espera que o IPCA registe 0,47% no mês de outubro. Já com relação ao esperado
para o final do ano, o mercado acredita que o índice oficial de inflação encerrará
2017 em 3,08%, pouco acima de 3%, piso da meta.
TAXA DE JUROS
A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorreu nos dias
24 e 25 de outubro, na qual foi decidido por unanimidade reduzir a taxa Selic em
0,75 pontos percentuais, caindo para 7,5% a.a, sem viés. Deste modo ocorreu
redução no ritmo de corte da taxa básica de juros da economia brasileira, após três
cortes seguidos de 1,0p.p.
1,5
2,5
3,5
4,5
5,5
6,5
7,5
8,5
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17
IPCA acumulado nos últimos 12 meses (%)
Pá giná 12
Fonte: Bacen.
A decisão já era esperada pelo mercado e havia sido sinalizada pelo Banco
Central em seus últimos comunicados. Em grande parte, o Copom manteve a
avaliação das condições de mercado do último comunicado, com os indicadores
mostrando sinais da recuperação gradual da economia brasileira e que o
comportamento da inflação vem se mostrando favorável e conforme o esperado.
Destacou também as expectativas de mercado da pesquisa Focus, com IPCA
encerrando 2017 em 3,1%, 2018 em 4%, e 2019 e 2020 em 4,25% e 4%
respectivamente (primeira vez que trata do cenário além de 2018).
Para justificar a redução do ritmo do corte nos juros, o BC afirmou que
entende que a taxa de juros já está abaixo da taxa de juros estrutural e que a redução
menor é compatível com o processo de flexibilização monetária e suficiente para a
convergência da inflação para a meta. O comitê também condicionou novamente a
redução da taxa de juros estrutural da economia brasileira à aprovação das
reformas.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 5 e 6 de dezembro
e é a última do ano. Dadas as indicações do Banco Central para a proximidade do
encerramento nos cortes da Selic e expectativa do mercado, segundo o último
Boletim Focus (27/10/2017), de que a taxa básica da economia brasileira encerrará
14,2514,00
13,75
13,00
12,25
11,25
10,25
9,25
8,25
7,50
7
8
9
10
11
12
13
14
Taxa Selic Meta
Pá giná 13
2017 em 7% a.a., é esperado um corte de 0,5 p.p na próxima reunião. Para 2018,
as expectativas também estão em 7% a.a.
TAXA DE CÂMBIO
Em setembro a taxa de câmbio acumulou alta de 0,64%, saindo de
R$3,14/US$ no dia 1º, para R$3,16/US$ no dia 29. Deste modo, setembro foi o
quinto mês de valorização do dólar em 2017. O movimento seguiu a tendência do
mês anterior. A maior cotação do mês foi registra no dia 27 com o dólar cotado a
R$3,19 e a menor no dia 8, com a moeda valendo R$3,09/US$. O resultado mensal
pode ser atribuído ao cenário político interno, também ao aumento da tensão na
Península Coreana ao longo do mês e correções nos últimos pregões, com reduções
dessas incertezas, com recuo do dólar em 0,48% no último pregão de setembro.
Fonte: Bacen, Ptax.
Segundo o último Boletim Focus (27/10/2017), o mercado espera que a taxa
de câmbio encerre o ano em R$ 3,19/US$. Para 2018, as expectativas estão em
R$3,30/US$.
3,143,16
3,04
3,06
3,08
3,1
3,12
3,14
3,16
3,18
3,2
3,22
1/9 6/9 11/9 16/9 21/9 26/9
Dólar Setembro 2017 (em R$)
Pá giná 14
BALANÇA COMERCIAL
As contas externas brasileiras continuam a apresentar comportamento
positivo. No mês de setembro o saldo da Balança Comercial ficou positivo em US$
5,17 bilhões, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC), recorde do mês para a série histórica iniciada em 1989. O resultado foi
menor que o superávit de agosto, que havia sido de US$ 5,59 bilhões. As
exportações somaram US$ 18,6 bilhões em setembro, com queda de 4,2% em
relação a agosto. Já as importações atingiram US$ 13,4 bilhões, queda de 2,8% na
comparação com o mês anterior.
Fonte: MDIC.
No acumulado no ano, o saldo comercial está em US$ 53,2 bilhões. As
exportações somam US$ 164,5 bilhões e as importações US$ 111,3 bilhões. O
resultado é recorde na série histórica. O MDIC prevê saldo maior que US$ 60 bilhões
no acumulado no ano. Já o mercado estima um superávit de US$ 65 bilhões para
2017 (Boletim Focus, 27/10/2017).
As transações correntes apresentaram superávit de US$ 434 milhões em
setembro, segundo o Banco Central, após um déficit de US$ 302 milhões em agosto.
O resultado foi influenciado pelo saldo comercial somado ao déficit de US$ 2,9
bilhões na conta de serviços e de US$ 1,6 bilhões na conta de rendas.
18.665.813.306
13.487.860.189
5.177.953.117
VALORES MENSAIS
Balança Comercial Setembro (em US$)
Exportações Importações Superávit
Pá giná 15
O resultado das transações correntes acumulado em doze meses,
encerrado em setembro, registra déficit de US$ 12,6 bilhões, o equivalente a 0,63%
do PIB. Em agosto, esse indicador estava em US$ 13,5 bilhões, o equivalente a
0,68%.
CONTAS PÚBLICAS
As contas do Governo Central, formadas pelo Tesouro Nacional, Previdencia
Social e Banco Central, registraram déficit primário de R$ 22,7 bilhões em setembro,
segundo o Tesouro Nacional. No mês anterior ocorreu déficit primário de R$ 9,6
bilhões. Essa mudança é explicada em grande parte pelo pagamento em setembro
da primeira parcela do 13º dos segurados do RGPS que recebem mais do que um
salário mínimo, somada a redução das receitas com queda 5,7%, pois houveram
devoluções de precatório e concessões em agosto.
No acumulado no ano até setembro, o déficit primário do Governo Central é
de R$ 108,9 bilhões, no mesmo período de 2016 o déficit era de R$ 104,5 bilhões.
Segundo o Tesouro, essa diferença é explicada pela elevação nas despesas (0,7%),
devido a antecipação de pagamento de precatórios ter sido maior que o acréscimo
na arrecadação (0,2%) decorrente da melhora de indicadores econômicos e
outorgas.
As expectativas do mercado para o Resultado Primário do Governo Central
no final do ano, segundo o último Relatório Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda
(10/10/2017), apontam para déficit de R$ 158,4 bilhões. O governo federal trabalha
com uma meta de um déficit de R$ 159 bilhões para o ano.
A Dívida Pública Federal (DPF), segundo o Relatório Mensal da Dívida de
setembro, divulgado no dia 23 de outubro, atingiu R$ 3,43 trilhões, aumento em
termos nominais de 0,79% em relação aos R$ 3,40 trilhões de agosto. Para o final
do ano, o Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que a DPF deve ficar entre R$
3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões.
A Dívida Pública Federal Interna (DPFi) cresceu 0,27% em comparação com
agosto, atingindo R$ 3,28 trilhões (96,53% da DPF) em setembro. Isso ocorreu
devido a apropriação positiva de juros de R$ 25,9 bilhões compensada parcialmente
pelo resgate líquido de R$ 0,4 bilhões. O estoque da Dívida Pública Federal Externa
(DPFe) também cresceu, 1,12% no mês, encerrando setembro em R$ 118,8 bilhões
Pá giná 16
(3,47% da DPF), isso em função da desvalorização do real frente a moedas que
compõe a dívida.
Com relação a composição, a parcela de DPF composta por títulos
prefixados aumentou para 35,66%, por títulos indexados à índice de preços
aumentou para 29,69%, a parcela remunerada por taxa flutuante caiu para 31,07%
e a atrelada à variação cambial subiu para 3,58%. Todos dentro dos limites previstos
no PAF.
Fonte: Tesouro Nacional.
O prazo médio da DPF caiu no período, de 4,37 anos em agosto para 4,34
em setembro, e a porcentagem que vence em 12 meses aumentou de 16,64% para
17,22%. A PAF prevê prazo médio entre 4,2 e 4,4 anos e porcentagem com
vencimento nos próximos 12 meses entre 16 e 19%. Ambos estão dentro do
previsto. O custo médio acumulado nos últimos 12 meses da DPF reduziu de 10,85%
em agosto para 10,68%a.a. em setembro.
MERCADO IMOBILIÁRIO
Com relação ao mercado imobiliário, foi divulgado em 24 de outubro a
pesquisa Abrainc/Fipe, realizada em conjunto pela Associação Brasileira das
Incorporadoras (Abrainc) e Fundação Institutos de Pesquisas Econômicas (Fipe)
35,66%
29,69%
31,07%
3,58%
Composição da DPF
Pá giná 17
relativa ao mês de agosto. Os dados dessa pesquisa abrangem diversos estados,
mas se concentram no Sudeste e tratam de imóveis novos, residenciais, comerciais
e de loteamentos de vinte empresas associadas.
Os dados acumulados no ano de janeiro a agosto, na comparação com o
mesmo período de 2016, mostram que o aumento dos lançamentos vem puxando
as vendas no setor. As vendas totalizaram 68.632 unidades, crescimento de 3,4%
em relação ao acumulado no ano passado. Os lançamentos de imóveis novos no
mesmo período totalizaram 42.058 unidades, crescimento de 9% em relação ao
acumulado em 2016.
Prédios (foto: shutterstock)
Já no acumulado em doze meses encerrado em agosto, as vendas ficaram
em 105,3 mil, alta de 2,3%, em relação ao período imediatamente anterior. Os
lançamentos alcançaram 73,3 mil unidades, o que representa alta de 4,6%.
A pesquisa também reforçou a diferença entre os dados relativos ao Médio
e Alto Padrão (MAP) e o padrão Minha Casa Minha Vida (MCMV), nos dados
acumulados em 2017, na comparação com o mesmo período de 2016. Enquanto o
MCMV teve crescimento de 13% nos lançamentos, o MAP cresceu 4,7%. Já com
relação as vendas, no segmento MCMV houve crescimento de 23,6%, no entanto o
MAP registrou queda de 13% nas vendas.
Pá giná 18
ANEXO I
Elaboração própria.
Indicadores 2013 2014 2015 2016 2017* 2018*
Atividade Econômica
Crescimento Real do PIB (%) 3,0 0,1 -3,8 -3,6 0,73 2,50
Inflação
IPCA 5,9 6,4 10,7 6,3 3,08 4,02
IGP-M 5,5 3,7 10,5 7,2 -0,87 4,39
Taxa de Câmbio
R$/US$ - final do período 2,36 2,66 3,96 3,26 3,18 3,24
Taxa de Juros
Selic - final do período 10,00 11,75 14,25 13,75 7,00 7,00
CDI - final do período 9,78 11,51 14,14 13,63 6,99 6,64
Balança de Pagamentos
Exportações (US$ bi) 242 225 191 185 217,3 230,5
Importações (US$ bi) 240 229 171 138 151,0 166,1
Balança Comercial (US$ bi) 2 -4 20 48 66,3 0,3
Conta Corrente (% do PIB) -3 -4,2 -3,3 -1,3 -0,3 -1,1
Contas Fiscais
Superavit Primário (% do PIB) 1,7 -0,6 -1,9 -2,5 -2,43 -2,19
Dívida Pública Bruta (% do PIB) 51,5 56,3 65,5 69,9 76,6 78,5
Observado Boletim Focus
Cenário de Longo Prazo - AR Capital
Pá giná 19
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