relatÓrio finalde metal, retirando-os com uma espátula e realizando a toalete dos anéis com...
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RELATÓRIO FINAL
Projeto Agrisus No: PA 1893/16
Título da Pesquisa: Infiltração de água e propriedades físicas do solo em áreas sob semeadura direta
nas principais classes de solo da região Oeste de Santa Catarina
Interessado (Coordenador do Projeto): Dr. Júlio César Ramos
Instituição:
Epagri - Empresa de pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Rua Servidão Ferdinando Tusset s/n, bairro São Cristóvão, CEP 89801-970,
Tel: (49) 2049-7546
Local da Pesquisa: Chapecó - SC e Campos Novos - SC
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 19.000,00
Vigência do Projeto: até 10/04/2019
RESUMO DO RELATÓRIO
O objetivo do estudo foi subsidiar planejamentos conservacionistas, determinando a infiltração e as
propriedades do solo de água em áreas de plantio direto com e sem uso de dejeto líquido de suínos
em diferentes solos e criando um banco de dados de chuva máxima esperada. No estudo 1, não
houve diferença estatística entre os solos e aplicação de DLS. Nas propriedades do solo, o maior
tempo sob plantio direto aumentou a estabilidade de agregados em água. No estudo 2, não houve
efeito de equipamento, porém o infiltrômetro de Cornell teve maior coeficiente de variação. As
médias de TIB foram de 60,14 e 48,14 mm h-1
pelo infiltrômetro de Cornell e simulador de chuvas,
respectivamente. A presença de linha de semeadura não diminuiu a TIB. Devido a variabilidade dos
resultados do infiltrômetro de Cornell, recomenda-se não o utilizar em solos com baixo teor de
umidade e realizar preferencialmente de 3-5 repetições de campo e excluir as leituras extremas.
RELATÓRIO FINAL DA PESQUISA
1. INTRODUÇÃO
A erosão hídrica é a principal fonte de degradação de solos do mundo. Estima-se que
aproximadamente 25% dos solos cultivados no mundo possuem algum grau de degradação e, destes
se supõe que 84% sejam originados pela erosão, sendo a erosão hídrica responsável por 56% e a
erosão eólica 28%. A erosão movimenta mais de 100 bilhões de toneladas de solo por ano sobre o
planeta, onde aproximadamente 80% deste solo é depositado na mesma área erodida ou em áreas da
topo-sequência adjacente e, os 20% restantes, são transportados para dentro de mananciais de água
(açudes, barragens, cursos d’água, mares e oceanos), ocasionando o assoreamento.
Com o advento do plantio direto, as reduções das perdas de solo foram intensas, como
resultado do efeito protecionista da cobertura do solo, dissipando a energia cinética das gotas da
chuva e do escoamento superficial, diminuindo, consequentemente, as perdas de solo. No entanto,
criou-se a falsa ilusão de que a erosão hídrica não era mais um problema grave. Nesse contexto,
houve um grande abandono das demais práticas conservacionistas de suporte, corroborado pela maior
dificuldade de realizar a semeadura e colheita com a presença de terraços, estimulando ainda mais o
abandono dos terraços, a partir do momento que os maquinários passaram a ser cada vez maiores.
A cobertura do solo pode eliminar 100% da erosão entressulcos em uma lavoura, porém, em
longas pendentes há o acúmulo da enxurrada, facilitado por depressões naturais do terreno ou linhas de
semeadura e preparo no sentido da pendente. Este acúmulo de enxurrada, quando supera a tensão crítica
de cisalhamento, origina a remoção e o arraste da palha, gerando erosão, além do arraste de sementes e
adubos no local. Em adição ao supracitado, as perdas de solo e água em áreas de plantio direto mesmo
sendo em menores quantidades, são fortemente enriquecidas em nutrientes, que além de não serem
aproveitados pelas plantas, podem gerar a eutrofização e poluição dos mananciais hídricos.
O estado de Santa Catarina embora represente apenas 1,12% da área total do Brasil, é um
importante produtor de grãos e proteína animal. Em geral, o estado apresenta uma topografia mais
acidentada e a inexistência de práticas conservacionistas complementares, tal como o terraceamento
é um problema a ser contornado com o intuito de melhorar a capacidade produtiva dos solos,
perpetuar a sua qualidade e consequentemente, preservar os ecossistemas que interagem com as
lavouras. A aplicação de dejetos líquidos de suínos (DLS) como fonte de nutrientes nas lavouras é
uma prática comum na região sul do Brasil, principalmente na região Oeste do Estado de Santa
Catarina, onde existe uma grande concentração de animais e, por conseguinte, de dejetos. Estudos
divergem sobre os benefícios da aplicação de DLS nas propriedades físicas do solo.
Em áreas de plantio direto, o conhecimento da infiltração de água no solo é necessário para a
confecção e para o planejamento de obras ou estruturas hidráulicas para manejar e controlar a
enxurrada e, consequentemente, a erosão hídrica nas áreas agrícolas. Contudo, a infiltração de água
no solo difere devido à influência do manejo e dos diferentes tipos de solo, fazendo-se necessário o
estudo da mesma nos diferentes locais e regiões.
2. MATERIAIS & MÉTODOS
Estudo 1.
O trabalho desenvolvido na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), foi realizado em dois solos distintos, sendo um Latossolo Vermelho distroférrico,
no Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Chapecó), com clima mesotérmico úmido com
verões quentes (Cfa) e precipitação anual média de 2047 mm, e um Nitossolo Vermelho Distrófico,
na Estação Experimental de Campos Novos, com clima do tipo mesotérmico úmido com verão
ameno (Cfb), de acordo com a classificação de Köppen, e precipitação média anual de 1830 mm.
Adicionalmente foi avaliado um Cambissolo em Chapecó, SC.
Os tratamentos consistem em áreas manejadas sob plantio direto em duas épocas distintas,
ou seja, doze e vinte e dois anos, com e sem a aplicação de DLS, em um Latossolo Vermelho
distroférrico e com doze anos com e sem a aplicação de DLS, em um Nitossolo Vermelho
Distrófico.
O experimento, composto por 6 tratamentos com 3 repetições de campo cada, foi disposto
no campo em delineamento em blocos casualizados (DBC). Os tratamentos estudados foram:
1. Latossolo (Latossolo Vermelho distroférrico) sob plantio direto por 14 anos sem adubação
(Lat14-0);
2. Latossolo sob plantio direto por 14 anos com aplicação de DLS (Lat14-DLS);
3. Latossolo sob plantio direto por 22 anos sem adubação de DLS (Lat22-0);
4. Latossolo sob plantio direto por 22 anos com aplicação de DLS (Lat22-DLS);
5. Nitossolo (Nitossolo Vermelho Distrófico) sob plantio direto por 14 anos sem adubação
(Nit14-0);
6. Nitossolo sob plantio direto por 14 anos com aplicação de DLS, (Nit14-DLS).
Para a realização dos testes de infiltração, utilizou-se um infiltrômetro de Cornell, com
intensidade de gotejamento ou precipitação aproximada de 320 mm h-1
. A área de precipitação
oriunda do infiltrômetro é de 0,044 m2. O infiltrômetro consiste em um reservatório de água em
forma de tubo de PVC com 24,4 cm de diâmetro interno, altura de 0,70 m e com 127 gotejadores
dispostos de forma radial e equidistantes na sua extremidade inferior. Cada gotejador consiste em
um microtubo com diâmetro de 0,6 mm e comprimento de 19 cm de comprimento. O infiltrômetro
possui um nível de Mariotti para a manutenção de uma carga hidráulica constante sobre os
gotejadores e, consequentemente, precipitação constante.
O infiltrômetro ficava disposto sobre uma calha coletora com 20 cm de altura, cravada 10
cm no solo. As parcelas experimentais possuíam 3,6 x 5 m de largura e comprimento,
respectivamente. Em cada tratamento foram realizados testes de infiltração com intensidade
controlada de aproximadamente 320 mm h-1
durante 90 min, na entrelinha da semeadura da cultura.
Após o início do escoamento na saída da calha coletora, foram feitas leituras periódicas do volume
de escoamento, com ajuda de uma proveta, coletava-se o volume total escoado e com a ajuda de um
cronometro, marcava-se o tempo. Em cada momento da leitura se media o volume de precipitação,
obtendo-se a infiltração por diferença de precipitação e escoamento superficial. Inicialmente as
leituras eram feitas a cada 2 minutos, passando para 5 minutos e posteriormente, intervalos de 10
minutos.
Foram realizadas ao todo, 12 chuvas simuladas, correspondendo aos quatro tratamentos com
três repetições de campo. A determinação da taxa constante de infiltração foi feita pela média das
últimas três leituras de cada chuva simulada, uma vez que as taxas se encontravam constantes.
Para determinar a densidade e a porosidade do solo, foram coletadas amostras indeformadas
utilizando anéis metálicos com bordas cortantes, nas camadas de 0-5,0, 5,0-10,0 e 10,0-20,0 cm.
Para coletar as amostras, foram abertas trincheiras, introduzindo os anéis no solo com um batedor
de metal, retirando-os com uma espátula e realizando a toalete dos anéis com remoção do excesso
de solo, acondicionando em latas de alumínio para conservar a umidade. Para a determinação da
estabilidade de agregados em água foram coletadas amostras deformadas.
O volume total de poros foi determinado pela diferença de peso do anel saturado e anel seco
a 105 ºC. O volume de microporos foi encontrado após saturação da amostra (anel) do solo e
submetida à tensão de 6 kPa em mesa de tensão de areia e o volume de bioporos submetido à tensão
de 1 kPa (EMBRAPA, 1997). O volume de macroporos foi obtido pela diferença entre o volume
total de poros e o de microporos. A densidade do solo foi determinada pela relação massa de
solo/volume do anel, em base seca a 105 ºC conforme EMBRAPA (1997).
A estabilidade de agregados foi determinada pela agitação vertical de agregados em água
nas peneiras de 4,76, 2,00, 1,00 e 0,25 mm e os resultados expressos em diâmetro médio
geométrico (DMG) seguindo a metodologia de Kemper & Chepil (1965). Todas as amostras de solo
foram processadas pelo Laboratório de Análises físicas de Solos do Cepaf.
Banco de dados chuvas intensas:
As informações foram extraídas segundo publicação de Back (2013) para o estado de Santa
Catarina. Para o ajuste dos coeficientes da equação de chuvas intensas foram utilizados dados de
estimativas de chuva máxima com duração de um dia e período de retorno de 2 a 100 anos para 28
estações ao longo das regionais Meio-Oeste, Oeste e Extremo-Oeste de Santa Catarina que
possuíam histórico de dados consistentes. Para a estimativa das chuvas com duração de 5 min a 24
horas, foram usadas as relações entre duração estabelecidas pela Cetesb. O ajuste desses parâmetros
foi feito minimizando a soma dos quadrados dos desvios (S) para todas as durações e períodos de
retorno considerado. Foram ajustadas duas equações, uma para durações de 5 a 120 min e outra para
durações de 120 a 1440 min.
Análise estatística
Inicialmente os dados foram submetidos à análise descritivas e exploratórias. As
pressuposições do modelo da análise de variância foram verificadas por recursos gráficos e
utilizando-se testes apropriados. Foi verificada a normalidade de resíduos bem como a
homogeneidade de variâncias. Após a análise de variância, as médias foram comparadas pelo teste
de Scott-Knott (p<0,01).
Estudo 2.
Objetivo estudo 2: Objetivou-se com este estudo, comparar a infiltração de água de um
Nitossolo Vermelho Distrófico medida com o microssimulador de chuvas e com o infiltrômetor de
Cornell em áreas de plantio direto com e sem o efeito da semeadura.
O trabalho desenvolvido em outubro de 2018, foi realizado na Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), sendo conduzido em um Nitossolo
Vermelho Distrófico, na Estação Experimental de Campos Novos, com clima do tipo mesotérmico
úmido com verão ameno (Cfb), de acordo com a classificação de Köppen, e precipitação média
anual de 1830 mm.
O experimento fatorial, possuía cinco repetições de campo, onde estudaram-se dois fatores
(equipamento e presença de linha de semeadura) e quatro tratamentos, sendo estes:
1) infiltração de água determinada pelo microssimulador de chuvas em solo coberto por
palhada de centeio (Secale sereale);
2) infiltração de água determinada pelo microssimulador de chuvas em solo coberto por
palhada de centeio e semeado com feijão;
3) infiltração de água determinada pelo infiltrômetro de Cornell em solo coberto por palhada
de centeio;
4) infiltração de água determinada pelo infiltrômetro de Cornell em solo coberto por palhada
de centeio e semeado com feijão.
Os testes de infiltração e as coletas de solo foram realizadas em outubro de 2018. O
infiltrômetro possuía em sua extremidade inferior 127 gotejadores dispostos de forma radial e
equidistantes, onde foram aplicadas precipitações com intensidades constantes que variaram entre
172 e 344 mm h-1
durante 90 minutos, em uma área de precipitação de 0,044 m2. Com o simulador
de chuvas foram aplicadas chuvas com intensidade entre 146 e 165 mm h-1
durante 90 minutos,
alcançadas com um bico Veejet 80100 sob pressão de 0,42 Kg cm-2
. A área de coleta da
precipitação do simulador de chuvas é de 0,36 m2 e área de molhamento superior a 2 m
2. Análise
estatística: Inicialmente, foi verificado a homogeneidade e homocedasticidade dos dados. Após,
realizou-se a análise de variância, e as médias foram comparadas pelo teste t de Student (p<0,05).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização das áreas experimentais
Tabela 1. Valores de M.O., areia total, silte e argila nos diferentes solos e tratamentos.
camada M.O. AreiaTotal Silte Argila Tratamento ------------------------- % -------------------------
Lat22-DLS
0 – 5,0 4,00 15 32 52
Lat22-DLS
5,0 – 10,0 3,60 14 29 56
Lat22-DLS
10,0 – 20,0 3,13 14 30 56
Lat22-0 0 – 5,0 4,67 12 23 65
Lat22-0 5,0 – 10,0 3,77 12 27 61 Lat22-0 10,0 – 20,0 3,53 11 22 67 Lat14-
DLS 0 – 5,0 3,27 15 27 58
Lat14-DLS
5,0 – 10,0 2,93 15 23 62
Lat14-DLS
10,0 – 20,0 2,97 14 22 64
Lat14-0 0 – 5,0 3,37 16 24 60 Lat14-0 5,0 – 10,0 3,10 15 22 63 Lat14-0 10,0 – 20,0 3,00 14 21 65
Nit14-DLS
0 – 5,0 3,8 33 26 71
Nit14-
DLS 5,0 – 10,0 3,6 27 24 74
Nit14-
DLS 10,0 – 20,0 2,7 25 26 72
Nit14-0 0 – 5,0 2,90 33 26 71 Nit14-0 5,0 – 10,0 2,90 27 26 71
Nit14-0 10,0 – 20,0 3,00 25 24 73
Estudo 1:
As médias de taxa constante de infiltração de água no solo estão dispostas na Tabela 2. Não
houve diferença estatística entre tratamentos. No geral, as médias foram altas. Embora
numericamente possam parecer distintos, o alto coeficiente de variação encontrado, diminui a
possibilidade de identificar diferenças entre tratamentos (CV: 31,89%).
Na média do Nitossolo, a taxa constante de infiltração foi de 94 mm h-1
, três vezes acima
dos valores encontrados por Bertol et al. (2015), de 30,2 mm h-1
(variando entre 36 e 69 mm h-1
)
para um Nitossolo com simulador de chuvas tipo Swanson. Explica-se a diferença pela diferença de
equipamento e pela menor declividade do terreno no presente estudo, em comparação ao de Bertol
et al. (2015).
Após excluir o maior valor de cada tratamento, a média para o Nitossolo foi de 72,2 mm h-1
,
estando ainda acima do encontrado por Bertol et al. (2015), porém mais próximo. Pode-se explicar
estes resultados pela metodologia utilizada e pela diferença de declividade do terreno. Embora
possa ter superestimado a taxa de infiltração de água no solo, o infiltrômetro de Cornell se mostrou
mais preciso que os anéis concêntricos, onde estudos demonstram que pode haver uma
superestimação de até 10 vezes, concordando com o observado por Zwirtes et al. (2013).
Para o Latossolo, a média foi de 85,6 mm h-1
. Panachuki et al. (2011), com um
microssimulador em três doses de resíduos de soja, sob plantio direto, preparo convencional e
preparo reduzido, obteve taxas de infiltração entre 24 e 52 mm h-1
. Ao excluir a maior observação
de cada tratamento, a média para o Latossolo foi de 72 mm h-1
, ainda acima do observado por
Panachuki et al. (2011). Zwirtes et al. (2013) encontraram TIC de 33 mm h-1
em um Latossolo
manejado sob plantio direto com o infiltrômetro de Cornell.
Ao comparar a época de aplicação dentre os tratamentos do Latossolo, com 14 anos com
aplicação de DLS, a média foi de 72 mm h-1
, enquanto após 22 anos aplicando-se DLS a média foi
de 99 mm h-1
.
Tabela 2. Taxa constante de infiltração de água no solo (TIB) em dois solos diferentes, com e sem
a aplicação de dejeto líquido de suínos.
TIB
Tempo Com DLS Sem DLS Média
---------- mm h-1
----------
Latossolo 14 anos 79 65 72
NS
22 anos 110 88
99
NS
Nitossolo 14 anos 98 90
94
NS
Média 95,66 NS
81 NS
CV:31,89%
Não houve diferença estatística dentre os tratamentos para o volume de bioporos. Na média
geral, o volume de bioporos foi de 5,97%. Para as camadas do solo analisadas, o maior volume de
bioporos foi encontrado na camada de 0 – 5,0 cm, com média de 8,56%, diferente estatisticamente
das demais camadas. É esperado um maior volume de bioporos na camada superficial, uma vez que
há uma atividade maior de raízes e microrganismos. Veiga et al. (2012) não encontraram alteração
na maioria dos atributos físicos do solo estudados após longo tempo de aplicação do DLS.
Com média de 46,47% de microporos, não houve diferença entre tratamentos, sem diferença
estatística entre as camadas de solo. A maior porosidade total foi encontrada nos tratamentos no
Nitossolo com 14 anos sob plantio direto com e sem aplicação de DLS e no Latossolo com 22 anos
com e sem aplicação de DLS. Igualmente ao volume de microporos, a camada de 0 - 5,0 cm
apresentou a maior porosidade total, com média de 60,67%.
Para o volume de macroporos, a média geral foi de 11,81%, sem diferença estatística entre
tratamentos, concordando com Veiga et al. (2012). A média está muito próximo do mínimo
recomendado de 10% para que ocorram as trocas gasosas. Com média de 16,28% a camada de 0 -
5,0 com teve o maior volume de macroporos, com médias respectivas de 9,72 e 9,56% para as
camadas de 5,0 - 10,0 e 10,0 - 20,0 cm, respectivamente. Com exceção da camada de 0 - 5,0 cm, as
demais camadas estão abaixo do recomendado de 10% de volume de macroporos.
Tabela 3. Valores de porosidade do solo em dois solos diferentes, com e sem a aplicação de dejeto
líquido de suínos.
Variável Camada
Tratamento
Lat14-0 Lat14-DLS Lat22-0 Lat14-DLS Nit14-0 Nit14-DLS Média
--------------------------------------- % ---------------------------------------
Bioporos
0 – 5,0 7 7 9 9 8 10 8a
5,0 – 10,0 3 3 6 7 4 6 5b
10,0 – 20,0 4 3 4 8 4 5 5b
Média 5NS
4 6 8 5 7
Macroporos
0 – 5,0 14 13 18 17 17 19 16a
5,0 – 10,0 8 8 11 11 8 11 10b
10,0 – 20,0 9 8 7 9 7 17 10b
Média 10 NS
10 12 12 11 16
Microporos
0 – 5,0 42 43 44 44 48 45 44 NS
5,0 – 10,0 45 46 47 47 50 55 48
10,0 – 20,0 48 47 51 48 49 42 48
Média 45NS
45 47 46 49 47
Porosidade
total
0 – 5,0 56 55 62 61 65 64 61a
5,0 – 10,0 54 54 57 58 58 66 58b
10,0 – 20,0 56 55 58 58 56 58 57b
Média 55B 55B 59A 59A 60A 63A
Ouve efeito de tratamento para a estabilidade de agregados em água (DMG). Dentre os
tratamentos, os maiores índices DMG foram observados nos tratamentos Lat22-0, Lat22-DLS e
Nit14-0, com índices respectivos de 4,82, 4,43 e 4,00. Isso demonstra não haver efeito significativo
da aplicação do dejeto líquido em relação aos solos sem DLS. Porém, para o Latossolo, o maior
período sob plantio direto influenciou no DMG, independente se foi aplicado DLS ou não. Côrrea
(2011) e Mosaddeghi et al. (2009) observaram incremento no teor de matéria orgânica no solo com
a aplicação de DLS, aumento da estabilidade de agregados e porosidade do solo, diminuição da
densidade do solo e aumento na infiltração de água, circulação de ar e desenvolvimento radicular.
Tabela 4. Estabilidade de agregados em água (DMG) e densidade do solo em dois solos diferentes,
com e sem a aplicação de dejeto líquido de suínos.
Variável Camada Tratamento
Lat14-0 Lat14-
DLS Lat22-0
Lat14-
DLS Nit14-0
Nit14-
DLS Média
DMG
0 – 5,0 3,18 4,18 3,77 5,35 3,87 4,82 4,20
5,0 – 10,0 2,2 2,7 4,18 4,31 4,56 4,31 3,71
10,0 – 20,0 1,42 1,68 2,25 4,81 3,58 4,18 2,99
Média 2,27B 2,85B 3,40B 4,82A 4,00A 4,44A
DS
0 – 5,0 1,3 1,24 1,28 1,27 1,08 1,09 1,21a
5,0 – 10,0 1,45 1,42 1,39 1,36 1,32 1,21 1,36b
10,0 – 20,0 1,44 1,34 1,39 1,34 1,25 1,29 1,34b
Média 1,40A 1,33A 1,35A 1,32A 1,22B 1,20B
Taxa constante de infiltração e propriedades físicas do solo em um Cambissolo
Os dados do Cambissolo não foram analisados estatisticamente com os demais pois não se
encontrou área com uso de DLS que fosse confiável de se utilizar o histórico. Assim, ao menos,
como havia sido previsto avaliar esta classe de solo tão importante no estado, ao menos se avaliou
uma área de plantio direto sem aplicação de DLS com cultivo de grãos no verão e cobertura no
inverno.
A taxa constante de infiltração de água no solo média para o Cambissolo sob semeadura
direta por mais de 20 anos e sem aplicação de dejeto, foi de 23,73 mm h-1
. Isso demonstra uma
diferença entre solos, sendo que o Cambissolo, por ser um solo mais raso, apresentou uma
infiltração de água menor que Latossolo. Bertol et al. (2015) encontrou TIB de 6,6 mm h-1
em um
Cambissolo, porém, ambos são Cambissolos são de materiais de origem distintos.
Figura 1. Gráficos A e B, infiltração de água no solo em área manejada sob semeadura direta por
22 anos sem o uso de dejeto líquido de suínos.
A densidade do solo foi menor no cambissolo do que nos demais solos, apesar de não ter
sido analisado estatisticamente. A macroporosidade média está próxima do limite crítico de 10%,
estando abaixo na camada de 5,0 – 10,0 cm, com 9%.
Tabela 5. Variáveis do solo avaliadas em área de lavoura em um Cambissolo sem utilização de
dejetos líquidos de suínos.
Camada Bioporos microporos P. total macroporos Densidade
do solo DMG
----------------------%----------------------- -- gr cm-3
-- -- mm --
0 – 5,0 6 40 51 11 1,02 3,78
5,0 – 10,0 5 35 44 9 1,02 4,05
10,0 – 20,0 5 38 48 10 1,03 3,50
Estudo 2.
Não houve efeito de equipamento (Tabela 2). Na média dos dois equipamentos, as taxas
constantes de infiltração foram de 60,14 mm h-1
e 48,14 mm h-1
pelo infiltrômetro e simulador de
chuvas, respectivamente. A presença de linha de semeadura diminuiu a infiltração de água no solo,
sendo que nas médias foram de 60 mm h-1
e 48 mm h-1
para o solo coberto e solo coberto com linha
de semeadura, respectivamente. Embora sem diferença estatística, vale destacar que o coeficiente de
variação foi maior no infiltrômetro de Cornell do que no simulador de chuvas, com valores
respectivos de 59,7% e 40,4%. Isso mostra que é preciso ter um cuidado maior com o número de
observações a campo com o infiltrômetro afim de evitar subestimar ou superestimar a real taxa
constante de infiltração de água.
Tabela 6. Taxa constante de infiltração de água no solo medida por dois equipamentos diferentes e
em duas situações distintas, em um Nitossolo Vermelho Distrófico.
Taxa constante de infiltração de água
Condição do solo
Equipamento
Só palha Com linha de
semeadura
Médias CV
--------------- mm h-1
--------------- %
Simulador de
chuvas
54 43 48NS
40
Infiltômetor de
Cornell
67 54 60 60
Média 61NS
49 54 55
Ao excluir as duas leituras mais altas de cada tratamento, sendo esta uma recomendação
prática para obras hidráulicas, no caso do terraço agrícola, observa-se que as médias de cada
equipamento ficaram próximas da média encontrada por Bertol et al. (2015), ou seja, 30,2 mm h-1
.
As médias foram de 36 e 38 mm h-1
para o simulador de chuvas e para o infiltrômetro de Cornell,
respectivamente. No entanto, se compararmos as médias de cada tratamento, dentro de cada
equipamento, o simulador de chuvas teve médias de 35 e 37 mm h-1
para o solo coberto e solo
coberto com presença de linha de semeadura, enquanto o infiltrômetro de Cornell teve as
respectivas médias de 53 e 23 mm h-1
. Esses resultados demonstram que o infiltrômetro, embora
estatisticamente igual ao simulador de chuvas, apresenta um maior coeficiente de variação e,
conjuntamente, apresenta uma maior probabilidade de superestimar a infiltração de água no solo.
Como recomendação prática, sugere-se realizar os testes em solos com bom teor de umidade, uma
vez que o infiltrômetro não possui área de molhamento externo, o que pode gerar movimentação
lateral da água no interior do solo superestimando os valores infiltrados.
O parâmetro K variou de 596,600 em videira até 1519,460 em Chapecó. O parâmetro a variou
de 0,139 até 0,208 nas cidades de São Miguel do Oeste e Modelo, respectivamente. O parâmetro b
variou de 0,300 em Campo Erê até 30,01 em Videira. O parâmetro c variou entre 0,697 até 0,818.
Banco de dados dos parâmetros da equação IDF, ou equação intensidade-duração-frequência.
Tabela 7. Parâmetros K, a, b e c da equação de intensidade-duração-frequência.
Cidade Fatores Equação IDF (intensidade, duração e frequência)
Duração da
chuva (min)
K a b c
Dionísio Cerqueira 0-120 891,320 0,163 8,880 0,697
120-1440 1069,910 0,163 2,640 0,742
São José do Cedro 0-120 925,310 0,171 8,920 0,698
120-1440 1318,000 0,171 10,500 0,769
São Miguel do Oeste 0-120 905,650 0,139 8,880 0,697
120-1440 1088,00 0,139 2,680 0,743
Itapiranga 0-120 883,220 0,163 8,880 0,697
120-1440 1029,520 0,163 1,310 0,738
Palma Sola 0-120 904,210 0,151 8,900 0,698
120-1440 1189,540 0,151 6,870 0,757
Campo Erê 0-120 912,890 0,165 8,870 0,697
120-1440 1040,910 0,165 0,300 0,734
Romelândia 0-120 896,580 0,167 8,930 0,699
120-1440 1355,280 0,167 13,220 0,778
Palmitos 0-120 862,220 0,143 8,930 0,699
120-1440 1424,890 0,143 17,200 0,792
Saudades 0-120 852,350 0,174 8,940 0,699
120-1440 1405,660 0,174 17,220 0,792
Modelo 0-120 895,590 0,208 8,930 0,699
120-1440 1428,880 0,208 15,660 0,787
Jardinópolis 0-120 803,990 0,162 8,940 0,699
120-1440 1317,920 0,162 16,930 0,791
São Lourenço do
Oeste
0-120 833,960 0,152 8,930 0,699
120-1440 1360,990 0,152 16,600 0,790
São Domingos 0-120 819,400 0,170 8,880 0,697
120-1440 986,940 0,170 2,840 0,743
Chapecó 0-120 839,500 0,173 8,960 0,700
120-1440 1519,460 0,173 21,580 0,806
Itá 0-120 780,980 0,169 8,950 0,699
120-1440 1356,820 0,169 19,580 0,800
Concórdia 0-120 784,500 0,146 8,950 0,699
120-1440 1322,610 0,146 18,300 0,796
Irani 0-120 776,370 0,162 8,950 0,699
120-1440 1331,580 0,162 18,990 0,798
Vargem Bonita 0-120 798,880 0,157 8,880 0,697
120-1440 957,800 0,157 2,590 0,742
Abelardo Luz 0-120 761,020 0,183 8,960 0,700
120-1440 1355,390 0,183 20,780 0,804
Passos Maia 0-120 832,210 0,174 8,940 0,699
120-1440 1410,760 0,174 18,410 0,796
Ponte Serrada 0-120 794,200 0,160 8,920 0,699
120-1440 1352,210 0,160 18,400 0,796
Macieira 0-120 695,390 0,170 8,970 0,700
120-1440 1356,660 0,170 24,980 0,818
Caçador 0-120 622,020 0,148 8,980 0,700
120-1440 1298,550 0,148 28,060 0,828
Videira 0-120 596,600 0,173 8,980 0,701
120-1440 1298,990 0,173 30,010 0,835
Joaçaba 0-120 716,190 0,166 8,890 0,697
120-1440 859,510 0,166 2,660 0,742
Capinzal 0-120 705,630 0,200 8,960 0,700
120-1440 1342,000 0,200 23,750 0,814
Campos Novos 0-120 784,110 0,167 8,950 0,699
120-1440 1354,730 0,167 19,370 0,799
São José do Cerrito
(próximo Vargem)
0-120 713,670 0,164 8,970 0,700
120-1440 1355,160 0,164 23,780 0,814
4. CONCLUSÕES
O objetivo do estudo consistia em fornecer subsídios técnicos aos profissionais no planejamento e
execução de ações na área da conservação do solo e do meio ambiente, na região Oeste do estado de
Santa Catarina, determinando a infiltração de água em áreas de semeadura direta sob diferentes
manejos, juntamente com a caracterização das propriedades físicas nas principais classes de solo da
região.
Doses de dejeto líquido de suínos variando entre 40 e 50 m3 ha
-1 ano
-1 não influenciam na taxa
constante de infiltração de água no solo e nas propriedades físicas do solo. Não houve diferença
estatística entre o Latossolo e o Nitossolo para a taxa constante de infiltração de água. Já em um
Latossolo, independente da aplicação de dejetos, manejar o solo sob plantio direto por amis tempo,
afeta positivamente a estabilidade de agregados em água. Dada a alta variabilidade dos resultados
de infiltração, sugere-se que para a construção de obras hidráulicas, os dados utilizados nos cálculos
sejam extraídos da própria lavoura, evitando subestimar o volume de escoamento.
Com dados de equação intensidade-duração-frequência (IDF) para 28 municípios, para os
profissionais da área é possível estimar com maior confiabilidade os cálculos de espaçamento entre
terraços.
Quando comparado o simulador de chuvas com o infiltrômetro de Cornell, os mesmos obtem os
mesmos resultados de taxa constante de infiltração de água no solo, porém, o infiltrômetro de
Cornell tem um maior coeficiente de variação com leituras com valores maiores. Porém, o
infiltrômetro demonstrou ser uma ferramenta prática para determinar a infiltração de água no solo,
porém, com base no estudo, sugere-se que se um número maior de repetições e que se evite
determinar a infiltração em dias com umidade muito baixa do solo. Assim, os intencionistas e
técnicos de campo que estão utilizando o Infiltrômetro para determinar a infiltração de água no solo
com o objetivo de determinar o espaçamento entre terraços em áreas de Plantio direto, devem tomar
cuidado com a representatividade da área escolhida, fazer um bom número de repetições e
preferencialmente com o solo com um bom teor de umidade.
5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS
As maiores dificuldades encontradas foram a construção do equipamento que atrasou o
cronograma de execução do projeto. Como era preciso fazer a criação do simulador de chuvas, uma
vez não existem modelos a venda, se teve dificuldade em encontrar uma empresa que o construísse
dentro do orçamento. Assim a empresa contratada para fornecer o simulador demorou mais do que
o esperado para construir. Para contornar esse problema, os primeiros resultados apresentados
foram obtidos com o infiltrômetro de Cornell, com o objetivo de cumprir as metas esperadas. No
entanto, observou-se que diferentemente de outros estudos com o infiltrômetro de Cornell, os
valores estavam acima dos encontrados em bibliografias para os mesmos solos. Com esta
indagação, e pelo fato de não ter sido encontrado todas as áreas ou tratamentos que pretendiam ser
comparadas, optou-se por realizar um segundo estudo com o intuito de comparar o infiltrômetro de
Cornell e o simulador de chuvas que já estava construído e calibrado. A realização deste segundo
trabalho foi extremamente importante para observar os resultados encontrados na mesma classe de
solo e na mesma época com diferentes equipamentos. Assim, pode-se concluir a viabilidade dos
equipamentos bem como as recomendações de uso dos mesmos, mais especificadamente do
infiltrômetro de Cornell que existe pouca informação sobre o mesmo.
A não identificação de dois tratamentos foi consequência da aposentadoria inesperada do
pesquisador responsável pela classificação classificação e levantamento de solo e que conhecia a
região e sua contribuição estava planejada para a execução do projeto. Assim, como medida
paliativa, foi realizado o segundo estudo conforme descrito acima.
RELATÓRIO PRÁTICO
Com base nesse trabalho, podemos perceber a importância da cobertura do solo e de manejar
o solo sob plantio direto por longo tempo. A proteção da palhada no solo após 22 anos melhorou a
resistência do solo em relação ao solo onde foi mantido em plantio direto só por 14 anos. Quando o
solo tem maior resistência, há uma menor chance do solo ser compactado. Quando o solo está
compactado há uma dificuldade para as raízes das plantas em crescerem e irem mais para o fundo
do solo e tem uma diminuição da entrada de água para dentro do solo, tendo menos água para as
plantas absorverem e crescerem e aumentarem a produção. Ainda, quanto menos água entra no solo
maior será o volume de água que irá escoar pela superfície, arrastando junto solo, adubo e sementes.
Independente do solo, é preciso introduzir nas lavouras terraços agrícolas para evitar que a água se
perca, juntamente com o solo e os nutrientes do adubo. Quando for construir terraços na lavoura
consulte os extensionistas e profissionais da área, pois o espaçamento e o tamanho do terraço vão
variar conforme o tipo de solo da sua propriedade e conforme o manejo e o cuidado que se teve com
ele ao longo dos anos.
A aplicação de baixas doses de dejeto líquido de suínos variando entre 40 e 50 m3 ha
-1 ano
-1
não influenciam na qualidade do solo. Porém, ele continua sendo uma fonte importante de
nutrientes para as plantas mesmo sem influenciar na qualidade do solo, ou na taxa constante de
infiltração de água no solo e nas propriedades físicas do solo.
Dada a alta variabilidade dos resultados de infiltração de água no solo, sugere-se que para a
construção de obras hidráulicas, os dados utilizados nos cálculos sejam encontrados da própria
lavoura, evitando subestimar o volume de escoamento. O infiltrômetro de Cornell é um
equipamento útil e prático para encontrar a infiltração de água no solo nas lavouras, pois na média
não mostrou diferença para o equipamento simulador de chuvas de pequenas áreas. Porém, o
mesmo encontra resultados mais variáveis, sendo importante fazer mais que um teste na lavoura
antes de calcular o espaçamento entre os terraços.
COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS
Os resultados acima expostos foram publicados em forma de resumo expandido na XII
Reunião Sul Brasileira de Ciência do Solo, realizada entre os dias 15 e 17 de abril de 2018 em
Xanxerê, SC. Ainda, foram divulgados resultados no "VIII Congreso Sobre Uso y Manejo del
Suelo", realizado em Coruña, Espanha. Está em processo de avaliação em forma de resumo no
XXII Congreso Latinoamericano de la Ciencia del Suelo, que será realizado em Montevidéu, no
Uruguai. Nos agradecimentos ou nos banners foram mencionados que os recursos utilizados para a
execução do projeto foram financiados pela Agrisus. Internamente na Epagri, periodicamente são
exigidos relatórios parciais dos projetos em andamento. Assim, nele consta e é mencionado o órgão
financiador do projeto, estando aberto ao acesso por todos os funcionários da empresa.
No prelo encontram-se 3 trabalhos de caráter científico ou técnico. Sendo sempre
mencionado nos agradecimentos que o projeto só pode ser executado com auxílio financiado da
Agrisus. Em fase final de edição/impressão encontra-se um boletim técnico que reuniu todas as
informações e recomendações práticas derivadas dos estudos deste projeto. A publicação tem o
intuito de auxiliar profissionais na implantação de terraços em áreas de plantio direto na região
oeste de Santa Catarina. Na publicação consta menção ao auxílio financeiro da Agrisus.
Em adição, em 4 dias de Campo realizados entre 2017 e 2019, onde foi utilizado o
simulador de chuvas para difundir a importância do Plantio Direto e das práticas conservacionistas
de suporte para um total de mais de 500 produtores e profissionais da área agronômica. Quando
oportuno, mencionou-se e foi agradecido a Agrisus pelo suporte. Igualmente, quando o coordenador
do projeto foi solicitado para ministrar palestra relacionadas ao tema, aproveitou a oportunidade
para divulgar os resultados do projeto, mencionando a Agrisus. A exemplo, no dia 9/04/2019 na
cidade de Campos Novos foi realizado um evento específico para extencionistas da Epagri onde
foram divulgados os resultados do projeto e as recomendações a serem aplicadas no campo.
Fotos demonstrando dias de campo utilizando o simulador de chuvas.
DEMOSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS
No total, a Agrisus disponibilizou R$ 19.000,00, onde destes, foram gastos R$ 14.464,73.
No total, não foram gastos 4.535,27. A sobra desse montante, se dá a contrapartida da Epagri, uma
vez que no momento de pedir o auxílio, não pode ser previsto tudo o que seria utilizado de
infraestrutura da Epagri. Ainda, havia sido previsto um valor de R$ 1.500,00 que seriam utilizados
para publicar um artigo. Porém, os trabalhos foram submetidos a revistas que não cobrar e/ou ainda
se encontram em avaliação, não podendo ter sido utilizado o recurso.
Tabela 8. Demonstrativo financeiro da utilização dos recursos da fundação Agrisus
Forma de utilização R$
Compra materiais diversos 3.716,17
Alimentação/ Combustível 881,56
Construção de equipamentos (Simulador) 3.677,00
Compra Mesa de tensão 3.700,00
Impressão de materiais 2.490,00
Total 14.464,73
Contrapartida financeira Epagri:
O projeto não tinha nenhuma outra fonte financiadora paralela à Agrisus. No entanto, como
contrapartida da empresa (Epagri), foram utilizados veículos (Carros, tratores, caminhão),
equipamentos de coleta, pulverizador, laboratório de física do solo e laboratório de química do solo,
funcionários de campo e funcionários de laboratório, dados de rede de estações meteorológicas,
contribuição de outros colegas da empresa no desenvolvimento do trabalho. Ainda, pela empresa,
quando foi preciso, hospedou-se nos centros de treinamento da Epagri da cidade de Campos Novos
e Chapecó. A contrapartida da Epagri é difícil mensurar, somente vale mencionar que sem a
estrutura e o apoio financeiro da Agrisus a execução do projeto não seria possível. Ainda, a
divulgação dos resultados em um congresso de âmbito científico, tiveram os custos cobertos pela
Epagri, pois o coordenador do projeto era um dos organizadores então automaticamente a empresa
se responsabilizou por auxiliar financeiramente pois o ome da empresa também estava sendo
divulgado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E AGRADECIMENTO
Aproveito este relatório para agradecer o apoio financeiro disponibilizado pela Agrisus para a
execução do referido projeto. O projeto teve resultados interessantes e um alcance muito grande
de profissionais e produtores rurais, sobre a importância do plantio direto, da cobertura do solo.
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10/04/2019 Júlio César Ramos