relatÓrio tÉcnico - cientÍfico · para realizarmos a manutenção preditiva usamos a termografia...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA,
UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: 01/08/2014 a 31/07/2015 ( ) PARCIAL ( x ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa: formação de recursos humanos para laboratórios de alta
tensão e determinação de parâmetros regionais de descargas atmosféricas para ensaio de impulso atmosférico. Nome do Orientador: Brígida ramati pereira da rocha
Titulação do Orientador: Doutora
Faculdade: Engenharia Elétrica
Instituto/Núcleo: ITEC
Laboratório: Laboratório de extra-alta tensão (Leat)
Título do Plano de Trabalho: aplicação da técnica preditiva de termografia na subestação do
Sipam (sistema de proteção da Amazônia), visando a eficiência energética do mesmo.
Nome do Bolsista: Oziel da Silva Costa
Tipo de Bolsa: ( x) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( ) PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT
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INTRODUÇÃO
Esse relatório final pertence ao projeto de pesquisa de formação de recursos humanos
para o laboratório de alta tensão e determinação de parâmetros regionais de descargas
atmosféricas para ensaio de impulso atmosférico na Região Oriental da Amazônia,
fundamentando-se nas bases históricas de estudos sobre descargas atmosféricas na região
amazônica.
Na Amazônia, o estudo sobre raios primeiramente foram baseados nos registros de
trovoadas realizadas por observadores em estações meteorológicas. Estes estudos iniciais
mostraram que esta região apresenta um dos maiores índices ceráunicos do mundo [1]. Isso
era esperado, em decorrência da formação frequente de nuvens cumulonimbus sobre toda a
região, que apresenta elevados índices pluviométricos nas sub-regiões leste e extremo oeste.
A detecção de descargas atmosféricas na região amazônica era realizada por uma rede
de 12 sensores operada pelo SIPAM. O banco de dados existente possui atualmente cerca de
oito milhões de eventos registrados pela Rede de Detecção de Raios do SIPAM, referente aos
anos de 2006 a 2010.
Estas descargas atmosféricas são responsáveis por muitos danos físicos e materiais aos
seres humanos incluindo as linhas de transmissão de energia elétrica, linhas de
telecomunicações e equipamentos elétricos e eletrônicos, causando grandes prejuízos. Por
conseguinte esse projeto diante de tais circunstancia tende estudar as características físicas e
elétricas das descargas atmosféricas que incidem na região amazônica, para fornecer
informação e conhecimento para área de proteção e sistemas de modo a minimizar tais
impactos.
Portanto sendo a Região Amazônica importante fornecedor de energia elétrica a nível
nacional, é necessário um estudo mais específico sobre as características das descargas
atmosféricas nesta região, para que posteriormente as linhas de transmissão e equipamentos
de alta tensão de sistemas de transmissão de energia elétrica sejam adequadas para tais
eventos, protegendo não apenas vidas humanas, mas também evitando prejuízos materiais,
desde aparelhos eletrônicos domésticos até equipamentos cujo funcionamento depende de
uma regularidade na rede elétrica.
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JUSTIFICATIVA
O para-raios é um equipamento utilizado na proteção de pessoas e equipamentos,
portanto ele é geralmente encontrado em subestação quando nos referimos à transmissão de
energia elétrica. Sua presença na subestação é imprescindível para a proteção de um sistema
de energia elétrica logo é necessário que haja diversos cuidados técnicos com o mesmo.
Entretanto sabemos que o ideal é que ele esteja funcionando plenamente durante todo seu
período de vida útil. Porém, a única maneira de monitorar esse processo é realizando
manutenções periódicas. Existem vários tipos de manutenção na qual o para-raios podem ser
submetidos, contudo, abordamos apenas a manutenção preditiva, definida como uma atividade
de monitoramento para oferecer dados suficientes para uma análise das disposições do
comportamento do equipamento.
No intuito de minimizar as falhas freqüentes ocorridas no sistema, aplicando-se técnicas
preditivas de manutenção sendo a principal a termografia, pois a mesma é realizada sem o
contato direto com o equipamento. Portanto, não é necessário interromper o funcionamento
normal do para-raios para que seja realizada a manutenção.
OBJETIVOS
O objetivo do projeto é avaliar os diversos fatores que influenciam na proteção de sistemas
elétricos pela detecção da condição de funcionamento do para-raio através da termografia
infravermelha visando minimizar perdas e danos ao patrimônio com auxílio à elaboração de
ações de prevenção de acidentes por raios.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realizarmos a manutenção preditiva usamos a termografia infravermelha que é uma
técnica preditiva baseada na medição de temperatura através de um aparelho chamado
termovisor que possibilita detectar facilmente grande parte das falhas que são relacionadas
com anormalidades térmicas no para-raio. Na analise, a temperatura do equipamento e
comparada com a temperatura ideal de funcionamento e verifica-se se há desvio de
temperatura num certo intervalo de tempo. Caso o software indique diferenças acentuadas,
será necessário aplicar manutenções corretivas no equipamento. Para tanto serão estudados
os comportamentos das variáveis medidas e a relação vida útil versos condição atual do
equipamento e a eficiência energética na subestação do Sipam.
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RESULTADOS
Após a revisão bibliográfica realizada nos artigos, foi possível consolidar uma base teórica
sobre os conceitos e fundamentos a serem utilizados no projeto.
Segundo Rakov e Uman (2003), a descarga atmosférica (raio) consiste em uma intensa
descarga elétrica na atmosfera caracterizada por um fluxo de corrente impetuosa de alta
intensidade e curta duração. As descargas atmosféricas podem ter origem na eletrificação das
nuvens do tipo Cumulonimbus – Cb, em erupções vulcânicas, em tempestades de areia e em
detonações de bombas termonucleares no solo.
A possibilidade das descargas atmosférica na Amazônia está vinculada as nuvens de
tempestades do tipo Cumulonimbus – Cb, que são basicamente formadas por água em estado
gasoso, consequência das correntes ascendentes de ar quente, provocadas pelo aquecimento
da atmosfera devido aos raios solares que evaporam a água na superfície tornando-a mais leve
que o próprio ar (nas condições normais ao nível do mar). De forma que, ao subir se condensa
em gotículas de água formado uma massa visível suspensa, geralmente branca por efeito do
espalhamento da luz (SABA, 2001).
Pereira (2010) explica que a eletricidade estática é produzida por componentes das nuvens
de tempestade em formação, por meio das violentas colisões ocasionadas pelas correntes
convectivas ascendentes e descendentes no interior da nuvem, produzida pela energia do sol.
As gotículas de água são elevadas, resfriando-se e atingindo um estado de superesfriamento e
a formação de cristais de gelo.
Figura 1- nuvens convectivas ascendentes e descendentes- Fonte: SÃO PAULO, 2009.
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Alem desses fatores existem outras especificidades que contribuem para as nuvens do tipo
Cumulonimbus na Amazônia brasileira tais como: um clima úmido equatorial (quente e úmido),
isso contribui para ocorram altas taxas de precipitação, que são em torno de 2.500 milímetros
por ano, contribuindo para uma temperatura média em torno de 25 ° C [1].
Em virtude da necessidade de proteção é necessário conhecer os mecanismos físicos de
eletrificação de nuvens cumulonimbus, nas diversas situações de tempo e clima, que
proporcionam o aumento do número de eventos e de intensidade de corrente dos raios nuvem-
solo.
Esta nuvem, com base carregada negativamente induz ao solo, devido acumulação de
cargas elétricas com mesma magnitude e sinal contrário, criando grande diferença de potencial
e consequentemente elevado campo elétrico.
No instante, que o campo elétrico interno das nuvens atinge valores superiores à rigidez
dielétrica do ar (3MV/m), provoca uma descarga que liberam os elétrons que passam a
procurar o melhor caminho em direção ao solo.
Figura 2-formação de raios figura 3-como se forma os raios
fonte: www.jualfiquepordentrodetudo.com fonte:www.inpe.br
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Quando o líder escalonado1 está a certa distância do solo, unir-se a uma descarga elétrica
chamada “conectante” formando o canal do raio (VISACRO FILHO, 2005). Então, o observador
em solo, percebe a incidência de um raio, caracterizado por um fino canal de plana (2 a 5 cm
de diâmetro) que desprende forte clarão. A corrente elétrica chega a 30 mil Ampères e existe
registros de voltagem entre 100 milhões a 1 bilhão de Volts (SABA, 2001). Instante depois é
ouvido o trovão que tem origem no aquecimento do ar no canal de plasma formado pelo raio
que explode em uma onda de choque, quebrando a barreira do som (PEREIRA, 2010).
Figura 3 - Processo de formação de um raio nuvem-solo- Fonte (SILVEIRA, 2003).
Assim ocorre a formação do raio que é uma descarga atmosférica de intensa corrente que
ocorre com duração aproximada de meio segundo e numa trajetória quilométrica. Na região
tropical do planeta, onde está localizado o Brasil, os raios estão intimamente ligados às chuvas,
entretanto sua ocorrência não é caudada pelas chuvas, mas está relacionada com a formação
das nuvens de tempestade [2]
Como região Amazônica possui uma das maiores incidências de descargas atmosféricas do
planeta, o nível médio de corrente de pico é superior à de outras regiões do mundo. Esse
parâmetro interfere na proteção de sistemas elétricos, em especial para linhas de transmissão
expostas a ação das descargas [3].
1- Percorre um caminho tortuoso em etapas de 10 a 100m com duração de1𝜇𝑠. O líder escalonado transporta 10
ou mais Coulomb de carga com corrente de algumas centenas de Ampères. Em geral o líder escalonado ramifica-
se ao longo do percurso, embora na maioria dos eventos apenas um ramo faz a conexão com o líder ascendente
positivo, próprio da descarga conectante (HYPERPHYSICS, 2013); (PEREIRA et. al., 2008)
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Existem diversos tipos de descargas elétricas na atmosfera, classificadas em função do
local onde se originam e do local onde terminam. A Figura 01 apresenta os diversos tipos de
descargas que podem ser nuvem-solo (a), solo-nuvem (b), intranuvem (c), da nuvem para um
ponto qualquer da atmosfera - denominada então descargas no ar (d), entre nuvens (e) ou
ainda da nuvem para a ionosfera (f). Dentre os diversos tipos, as mais comuns são as
intranuvens, representando cerca de 80% do total.
Figura 4 - Ilustração dos diversos tipos de raios- Fonte (SHIGIHARA, 2005).
Métodos e experiências para mecanismos de proteção
Além de contribuir na realização de várias experiências, os pesquisadores consagraram o
termo ‘Descargas Atmosféricas’. Porém, quanto às técnicas inovadoras para prevenção e
proteção poucas mais foram indicadas, além das apontadas por Benjamin Franklin no século
XVIII (VISACRO FILHO, 2005).
SPDA- Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
A primeira norma destinada a proteção contra descargas atmosféricas data das décadas de
1940 e 1950. A NB – 165 possuíam apenas seis páginas com texto baseado nas orientações
belgas. Em 1970, sofreu a primeira revisão influenciada por documentos norte-americanos. A
denominação NBR 5419 – Proteção de Estruturas contra Descargas Elétricas Atmosféricas
acorreu em 1977, resultado da segunda revisão que aumentou o texto para dezesseis páginas.
Em 1993, foi novamente revista, com base nos documentos da norma internacional IEC
61024A e B. Foi novamente revista em 2001 e 2005 (versão válida atualmente). Uma nova
revisão estava com homologação prevista para o ano de 2013, prometendo ser a mais
completa para a normatização do tema no país, com mais de 300 páginas de texto (MOREIRA,
2013).
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A versão NBR 5419:2005 tem 42 páginas redigidas pela Comissão de Estudo de Proteção
contra Descargas Atmosféricas (CE-03:064.10) da ABNT. O texto foi construído com base nas
Normas Internacionais IEC 61024-1:1990, IEC 61024-1-1:1991 – Guide A e IEC 61024-12:1998
– Guide B.
A NBR 5419:2005 tem o objetivo fixar as condições de projeto, instalação e manutenção de
Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas – SPDA, destinado a proteger
edificações e/ou estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas,
administrativos ou residenciais e ainda, as estruturas especiais como chaminés, containers,
tanques, antenas e guindastes/gruas.
O sistema perfeito de SPDA tem objetivo principal de recepcionar, direcional e dissipar a
terra os efeitos indesejáveis das descargas atmosféricas evitando danos as pessoas, aos
animais e a estrutura (EMBRASTEC, 2013).
Principais características do SPDA
Os sistemas de para-raios estão divididos em três partes principais: captação, descidas e
aterramentos. Existem vários sistemas de para-raios e materiais com que são construídos. Os
mais conhecidos são: Gaiola de Faraday, Franklin e Melsens.
Em suma, a Gaiola de Faraday é um condutor em equilíbrio elétrico, que em circunstâncias
apropriadas, impede a entrada de campos elétricos e/ou eletromagnéticos externos, resultando
na proteção contra surtos elétricos a quem ou ao que estiver no interior da malha. O conceito
da Gaiola de Faraday é utilizado em vários fins de blindagem elétrica como em aviões, carros,
trajes de proteção e para a captação de raios em um SPDA (DANIELI, 2002).
Figura 5 – Captação, descida e aterramento dos para-raios: Gaiola de Faraday e Franklin- Fonte: SÃO PAULO, 2009.
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Figura 6-Gaiola de Faraday- fonte: revistacasaeconstrucao. uol.com. BR
Para-raios de Franklin: Princípios e componentes
Dispositivo de Franklin é composto por uma haste de metal que tem na extremidade superior
uma coroa com quatro pontas, coberta por um material capaz de suportar a intensidade do
calor provocado pela descarga atmosférica. Esta haste é ligada a terra por um fio condutor que
proporciona um caminho seguro para a corrente do raio. Na Figura 7, é possível verificar esses
componentes.
Figura 7-para-raios de Franklin. Figura 8- para-raios de Franklin.
Fonte: www.ct1jib.com Fonte: revistacasaeconstrucao. uol.com. br
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O princípio de funcionamento está relacionado como o poder das pontas de um condutor
metálico, ou seja, a densidade superficial de carga presente no objeto. As pontas, em um
condutor metálico, apresentam maior facilidade para a transferência de cargas elétricas, pois
quanto menor for a área maior será concentração de elétrons. Por vez, o líder escalonado da
descarga atmosférica busca sempre o melhor caminho para a formação do canal de plasma e o
dispositivo de Franklin, apresenta-se como a melhor opção.
Atualmente a busca por excelência nos processos produtivos, qualidade na produção e
redução de custos faz com que as empresas busquem novos métodos de manutenção e
inspeção cada vez mais eficientes. Dessa forma, um dos métodos que vem revolucionando a
manutenção preditiva é o de análise termográfica, por ser um método de manutenção barata e
ter um vasto campo de aplicação, além de ser muito eficiente e ter a vantagem de ser
executado durante o processo produtivo.
Nossa analise do projeto é abalizado neste tipo de dispositivo onde realizamos ensaios
periódicos com o uso da termografia. A termografia é a técnica de sensoriamento remoto que
utiliza a radiação infravermelha naturalmente emitida pelos corpos, para medição de
temperaturas, juntamente com a imagem do local no qual se está realizando a medição. O
equipamento utilizado para realizar a inspeção chama-se termovisor, com o qual se faz a
medição da temperatura sem o contato físico, e se documenta com fotos digitais para um
relatório completo.
Figura 9-imagem termovisor - Fonte: www.megabras.com.br
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A termografia é a técnica que estende a visão humana através do espectro infravermelho. O
infravermelho é uma freqüência eletromagnética naturalmente emitida por qualquer corpo, com
intensidade proporcional à sua temperatura. São, portanto, emissões de infravermelho através
de uma tela de TV, produzindo imagens técnicas chamadas de termogramas, que, em resumo,
permitem a visualização da distribuição de calor na região focalizada. Assim, com o uso do
termovisor, fica extremamente fácil a localização de regiões quentes ou frias, por meio da
interpretação dos termogramas que fornecem imagens, em faixas de temperatura que podem
cobrir de –40 a 1500ºC.
Na maioria dos componentes integrantes de sistemas elétricos, em baixa, média e alta-
tensão, o aumento da resistência ôhmica decorrente de mau contato, oxidação ou corrosão
provoca um aumento de temperatura. Durante a inspeção termográfica, serão detectadas e
registradas essas alterações térmicas que podem comprometer não só o componente, mas
todos os sistemas envolvidos e processos dependentes tais como; Cabeçotes de compressor,
motor: problema de rolamento, Pastilhas de freio: fricção e desgaste, acoplamentos:
alinhamento, Correias: alinhamento e Radiadores: tubos obstruídos entre outros.
As técnicas termográficas geralmente consistem na aplicação de tensões térmicas no objeto,
medição da distribuição da temperatura da superfície e sua apresentação, de tal forma que as
anomalias que representam as descontinuidades possam ser reconhecidas. Duas situações
distintas podem ser definidas:
1. Tensões térmicas causadas diretamente pelo próprio objeto durante a sua operação:
equipamento elétrico, instalações com fluído quente ou frio, isolamento entre zonas de
diferentes temperaturas, efeito termoelástico.
2. Tensões térmicas aplicadas durante o ensaio através de técnicas especiais (geralmente
aquecimento por radiação ou condução) e certas metodologias a serem estabelecidas caso a
caso, para que se possa obter boa detecção das descontinuidades.
Em ambas as situações são necessárias haver um conhecimento prévio da distribuição da
temperatura superficial (ou pelo menos que possa ser assumida com certa segurança), como
um referencial comparativo com a distribuição real obtida durante o ensaio. O caso mais
simples ocorrerá quando a distribuição da temperatura for uniforme e as descontinuidades se
manifestarem como áreas quentes (por exemplo: componentes com maior resistência elétrica
em uma instalação), ou áreas frias (fluxo interno de ar nos materiais).
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Após a identificação das áreas e equipamentos elétricos Inspecionamos termograficamente os componentes com um termovisor a fim de detectar pontos com sobreaquecimento, que normalmente são gerados por mau contato, componente defeituoso, falha de montagem ou mesmo a possibilidade de um equipamento mal dimensionado. A cada ponto detectado, o termovisor registrará a imagem térmica colorida com alta sensibilidade, a qual será armazenada em um banco de dados na memória do equipamento. Através deste método, será possível acessar e pré-analisar as imagens gravadas ainda em campo, determinando os níveis das anormalidades. Além da imagem térmica, será efetuada foto digital do componente aquecido para melhor visualização e localização do equipamento.
Figura 10: Detecção antecipada de falha em pára-raios
Fonte: www.ebah.com.br
Nas imagens abaixo, exemplificamos a termografia em algumas áreas importantes para manutenção elétrica onde detectamos alguns componentes aquecidos em toda rede de energia elétrica (linhas de transmissão, subestações, painéis elétrica média e baixa tensão, etc.). Esse aquecimento poderá ser devido a um mau contato, oxidação, desgaste ou mesmo sobrecarga de circuito. A não detecção antecipada desses problemas, provavelmente, resultará numa interrupção do processo produtivo e conseqüentemente ônus à produção.
Figura 11:imagens termográficas de componentes aquecidos da subestação do Sipam
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Através de recurso de computação, será elaborado o relatório contendo, além das imagens térmicas e fotos digitais, as condições ambientais e operacionais do sistema no momento da medição. Os problemas encontrados serão registrados individualmente em folhas de inspeção contendo as seguintes informações: Identificação da empresa, data, descrição e localização do equipamento, bem como, informações de temperatura, variáveis envolvidas para os cálculos de sobreaquecimento, critério de classificação, correção da temperatura para carga nominal do equipamento, conclusões e recomendações. Nosso principal Objetivo é prolongar a eficiência operacional dos sistemas, pois com a realização da inspeção termográfica conseguimos evitar prejuízos às empresas em relação à antecipação do defeito. Evita-se, assim, a parada do processo produtivo e a manutenção corretiva que deve ser diminuída ao máximo ou até ser extinta como técnica de manutenção. Para a realização da inspeção termográfica não é necessário desligar quaisquer máquinas e equipamentos elétricos, o que ocasiona uma redução sensível nos custos de manutenção da empresa, na ordem de 20 a 50%. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 1-Treinamento no software MATLAB e demais softwares, como auxiliar no processamento,
modelagem e visualização dos dados científicos.
2- Treinamentos na utilização do equipamento termovisor de forma a aquisição de dados para
o desenvolvimento do plano de trabalho.
3- Utilização do termovisor para detecção de temperatura dos para raios para posterior análise
de status dos dispositivos.
4- Geração e representações gráficas para caracterizar a condição do equipamento (para-
raios).
5- Os dados foram visualizados no software e, em seguida, realizados a tomada de decisão
referente ao procedimento a ser realizado após a verificação da condição, possibilitando
ajustes de manutenção no equipamento.
6- Elaboração de relatórios e trabalhos científicos e estimular a divulgação em congressos e
demais encontros acadêmicos.
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CONCLUSÃO
O uso da termografia infravermelha é uma técnica preditiva de fundamental importância para
a segurança de instalações elétricas, pois viabiliza a proteção e a prevenção contra as
anomalias mais comuns em sistemas elétricos: conexões folgadas ou deterioradas; emendas
oxidadas ou corroídas; curto-circuito; sobrecarga elétrica em transformadores e conexões;
cargas desbalanceadas em circuitos trifásicos; componentes defeituosos ou instalados
impropriamente; base de fusíveis danificadas ou com baixa pressão de mola de contato;
resistência elevada de chaves e/ou relés; fugas de corrente em cabos de aterramento;
conexões com camada de óxido entre componentes; conexões de linhas de transmissão de
altas, médias e baixas tensões, portanto esse Sistema de Inspeção Termográfica constrói um
conjunto de recursos que nos permitam a realização de tarefas de análise preditivas mais
aprofundadas nos campos de redes elétricas.
[1] ROCHA, B. R. P., PEREIRA, C. S., SOUZA, J. R. S., MONTEIRO, J. H. A., Lightning Variables Seasonal Changes Over Eastern Amazonia In: Proceedings of the 29th International Conference on Lightning Protection, 2008, Uppsala, Sweden. [2] .PAE [3]. RIBEIRO, W. M. DO N., SOUZA, José Ricardo Santos de, ALMEIDA, R. M. B., SOUSA, J. R. A., MONTEIRO, José Humberto Araújo, ROCHA, B. R. P., CUNHA, H. T. S. ANÁLISE DAS DISTRIBUIÇÕES HORÁRIAS DE RAIOS E CHUVAS EM BELÉM-PA In: XV Congresso Brasleiro de Meteorologia, 2008, São Paulo. Anaisdo XV SBMET. , 2008. [4]. PEREIRA, Carlos S, ALMEIDA, Arthur da Costa, ROCHA, E. J. P., SIMOES NETO, B., ROCHA, B. R. P. Lightning Frequency Of Occurrence Distribution Over Eastern Amazonia In: GROUND2008 & 3rd LPE - International Conference on Grounding and Earthing & 3rd International Conference on Lightning Physics and Effects, 2008, Florianopolis. Anais do GROUND2008 & 3rd LPE - International Conference on Grounding and Earthing & 3rd International Conference on Lightning Physics and Effects. , 2008. p.459 – 462. [5]. LESSA, Luis Antonio Salim, ALBUQUERQUE, J. C., ROCHA, B. R. P., SOUZA, José Ricardo Santos de, ALMEIDA, Arthur da Costa, MONTEIRO, José Humberto Araujo, SOUZA, W. A. P., ESTEVES, E. A. C. Lightning Strikes Along An Electric Energy Transmission Line In Belém – Pa – Brazil In: GROUND2008 & 3rd LPE – International Conference on Grounding and Earthing & 3rd International Conference on Lightning Physics and Effects, 2008, Florianopolis. Anais do GROUND2008 & 3rd LPE - International Conference on Grounding and Earthing & 3rd International Conference on Lightning Physics and Effects. , 2008. p.512 – 514. [6]. ROCHA, B. R. P., PEREIRA, Carlos S, SOUZA, J. R. S., MONTEIRO, José Humberto Araujo LIGHTNING VARIABLES SEASONAL CHANGES OVER EASTERN AMAZONIA In: 29th International Conference on Lightning Protection, 2008, Uppsala. Proceedings of 29th International Conference on Lightning Protection. Uppsala: International Conference on Lightning Protection, 2008. v.2. p.1 – 8.
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DIFICULDADES - Em suma, não houve dificuldades significativas no decorrer das
atividades relatadas. Em todo momento houve a participação dos orientadores para auxiliar o
grupo de iniciação científica. Vale ressaltar que o ambiente de trabalho é ótimo e a equipe de
bolsistas escolhida é de excelente convívio. Também os professores orientadores são de alto
nível, oferecendo muito cuidado e dedicação para capacitar e orientar da melhor maneira a
equipe de trabalho.
PARECER DO ORIENTADOR: este plano de trabalho refere-se às atividades do discente do
curso de Engenharia Elétrica OZIEL DA SILVA COSTA, bolsista PIBIC/CNPQ, dentro do projeto
de LABORATÓRIO DE ALTA-TENSÃO, cujo plano de trabalho relaciona-se a análise sistêmica
sobre a natureza das descargas elétricas e a aplicabilidade dos dispositivos de proteção.
Diante do exposto e relatado pelo aluno, temos as seguintes observações a fazer:
1- As etapas de trabalho e o cronograma proposto foram realizados conforme previsão
inicialmente.
2- Do exposto concluímos que o aluno desempenhou de forma satisfatória as metas
pretendidas para o período deste plano de trabalho e portando indicamos a aprovação
deste relatório bem como a manutenção de sua bolsa.
Este é o meu parecer.
DATA: 13/02/2015
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Em caso de aluno concluinte, informar o destino do mesmo
após a graduação. Informar também em caso de alunos que seguem para pós-graduação, o
nome do curso e da instituição.
FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO:
1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas?
2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho? 3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos
propostos? 4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre
a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?
5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório 6. Parecer Final:
Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou recomendações) Reprovado ( )
7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________ Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.
Data: _____/____/_____.
________________________________________________ Assinatura do(a) Avaliador(a)