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  • 7/21/2019 Relatorio Final Wel

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    ESTUDOS TERICOS EM PROGRAMAO GEOMTRICA E APLICAES

    Wellington Marques de Souza1 & Rbia Mara de Oliveira Santos2

    1

    Aluno do Curso de Engenharia Eltrica da UFMS, bolsista de Iniciao Cientfica CNPqPIBIC 20132Professora da UFMS, Instituto de Matemtica; e-mail: [email protected]

    Resumo: Este plano de trabalho de iniciao cientfica foca o estudo terico do Problema

    Clssico de Programao Geomtrica Posinomial (PGP) e Signomial (PGS) e suas aplicaes.

    A Programao Geomtrica surgiu para resolver problemas algbricos de programao no-

    linear nos quais as funes envolvidas apresentam-se na forma posinomial. Um posinmio

    uma soma de monmio. Cada monmio o produto de uma constante positiva pelo produto

    de variveis positivas, sendo que cada varivel pode ser elevada a uma potncia real. A

    motivao para o desenvolvimento deste projeto se d pela importncia que os problemas

    geomtricos signomiais exercem nas reas de cincias exatas, tais como matemtica,

    engenharias e cincia da computao. A partir de estudos e investigaes j realizadas no

    mbito do projeto Mtodo de Otimizao Global Aplicado ao Problema Geomtrico

    Signomial, foi observado que determinados problemas na rea de cincias exatas so

    resolvidos com as caractersticas especficas do PGS.

    Palavras-chave: modelagem matemtica - programao geomtrica posinomial - programao geomtrica

    signomial

    INTRODUO

    A Otimizao Global uma especializao dentro da rea de otimizao dedicada

    caracterizao e obteno de mnimos (ou mximos) globais de problemas no-lineares.

    Encontram inmeras e importantes aplicaes em problemas de economia de escala, de

    alocao e localizao, de transporte e em diversos projetos de engenharia. Do ponto de vista

    computacional, problemas de otimizao global pertencem classe dos problemas NP-

    Completos, que so problemas em que o tempo computacional necessrio para resolv-los

    cresce, exponencialmente em funo do tamanho da entrada de dados para todo mtodo

    conhecido. A Programao Geomtrica(PG) surgiu para resolver problemas algbricos de

    Programao No-Linear nos quais as funes envolvidas apresentam-se na forma

    posinomial. Um posinmio uma soma de monmios. Cada monmio o produto de uma

    constante positiva pelo produto de variveis positivas, sendo que cada varivel pode ser

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    elevada a uma potncia real. O termo Programao Geomtrica foi adotado devido relao

    existente entre as mdias geomtrica e aritmtica de n nmeros positivos, conhecida como

    Programao Geomtrica Posinomial. Problemas de Programao Geomtrica

    Generalizada (PGG), tambm chamada de Programao Geomtrica Signomial(PGS), so

    caracterizados por funes objetivos e restries descritas como a diferena de dois

    posinmios. Os PGS's contm um ou mais monmios com coeficientes negativos. A

    motivao para o desenvolvimento deste Projeto de Iniciao Cientfica se d pela

    importncia que os problemas geomtricos signomiais exercem nas reas de cincias exatas,

    tais como matemtica, engenharias e cincias da computao.

    Problemas geomtricos posinomiais so resolvidos analiticamente via Dualidade.

    Vrios mtodos numricos para obter solues de problemas geomtricos vm sendo

    desenvolvidos desde a dcada de 1970. Grande parte desses mtodos baseada na soluo de

    uma sequncia de problemas lineares. No primeiro Mtodo de Pontos Interiores para

    programao geomtrica foi estabelecida a complexidade em tempo polinomial para o

    mtodo.

    Uma propriedade importante da programao geomtrica que quando o problema

    primal tem a forma posinomial, este admite uma Reformulao Convexa, e a soluo global

    pode ser encontrada resolvendo-se o dual associado, o qual exibe uma estrutura muito mais

    simples. Condensao um mtodo clssico utilizado para resolver problemas signomiais. A

    idia bsica da condensao aproximar um posinmio (soma de monmios) por um nico

    monmio. Para tanto, exige-se um conhecimento de disciplinas como Clculo Diferencial e

    Integral, lgebra Linear, Clculo Avanado e Anlise Funcional. A modelagem dos

    problemas de P.G. no envolve o conhecimento dos mtodos de resoluo dos problemas.

    MATERIAL E MTODOS

    1. Fundamentao Terica

    Comearemos nosso estudo com algumas definies e resultados importantes.

    Definio 1|: Sejam variveis reais positivas e um vetor comcomponentes Toda funo da forma: com

    e

    chamada de funo monomial. Informalmente, chamaremos f de

    monmio.Definio 2|: Um posinmio uma soma de monmios. Ou seja:

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    com

    (1)Definio 3|: Um problema de Programao Geomtrica (PG) representado por: com k> 0 e kj, j = 1,2,...,n, so nmeros reais. A funo objetivo e as restries so escritas

    como

    (2)

    O conjunto J0 descreve os monmios da funo objetivo e os conjuntos Ji, onde i re-

    presenta uma restrio do problema, descrevem os monmios das restries com Ji Jj= para i j. Os nmeros P, p e n representam, respectivamente, o nmero total de termos doproblema, o nmero total de restries e o nmero de variveis.

    Exemplos:

    1) Monmios (e tambm posinmios):

    2)

    Posinmios:

    3) No so posinmios:

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    4) Problemas de Programao Geomrica:

    Problema 1:

    Problema 2: Geralmente, problemas de programao geomtrica no so problemas convexos.

    Entretanto, possvel transformar problemas de P.G. em problemas convexos por meio de

    mudanas de variveis apresentadas a seguir. Essa mudana baseia-se nos conceitos de

    Dualidade Lagrangeana.

    Em vez de usarmos as variveis originais, usaremos o seu logaritmo natural, ou seja: (ou ainda ). Assim, em vez de minimizar a funo objetivo f cujasrestries so gi, minimizamos log f com restries log gi. Vale a pena ressaltar as

    propriedades monotnicas da funo logartmica (el estritamente crescente) e as constantes

    so todas positivas. Obtemos, ento, o Problema Geomtrico Equivalente (P.G.E.): com

    (3)

    O P.G.E. no tem aspecto muito diferente do P.G. original. A sua aparncia no

    muito amigvel num primeiro momento. Porm, diferentemente do problema original, a

    verso P.G.E. pode ser resolvida de um modo eficiente visto que ele convexo. interessante

    entender o que significa um problema assumir a forma convexa (Boyd et.al,2007). Vamos ver

    o que acontece com as restries olhando para a igualdade .

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    Suponha que g(x) seja um monmio: Aplicando a transformao logartmica descrita acima, teremos

    = .Como g(x) = 1, teremos = 0 = Todas as restries de igualdade devem ser lineares em um problema de otimizao

    convexa. Vejamos, agora, como o tratamento das inequaes posinomiais. Se for umposinmio, aps da mudana de variveis logartmica como em (3), teremos: G(y) uma funo convexa, o que significa que para qualquer

    ,

    e

    com

    teremos: . (4)A expresso fornece a mdia aritmtica ponderada entre e .

    Voltando s variveis originais, teremos: e

    Sendo assim, pela inequao (4) (lembrar que a funo crescente):( ) (5)A expresso a mdia geomtrica (ponderada) dos nmeros e .

    Podemos entender o vetor ( )como a mdia geomtrica entre e .Assim, ao olharmos para a inequao (5), percebemos que a imagem da mdia geomtrica

    entre dois pontos menor que a mdia geomtrica entre as imagens dos mesmos pontos. Essa

    uma das propriedades dos posinmios.A modelagem dos problemas de P.G. no envolve o conhecimento de tcnicas de

    soluo. Para a modelagem matemtica, a soluo de problemas de P.G. funciona como uma

    caixa preta. Basta que o problema esteja sob o formato de P.G. e automaticamente ele est

    resolvido. Todavia, deveras importante saber como se d o tratamento matemtico dos

    mtodos de soluo. Uma das ferramentas usadas baseada na tcnica dos Multiplicadores

    Lagrangeanos, que consiste, basicamente, em adicionar variveis ao problema a fim de

    fornecer uma condio necessria para a soluo do problema original.

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    Maximizar uma funo equivalente a encontrar o mximo de seu lagrangeano. Ou

    seja, tomando o lagrangeano da funo objetivo, encontramos o dual lagrangeano do

    problema, que dado por

    DL : Maximizar

    com A, funo Lagrangeana dada por (6)Dado u 0, o mnimo do Lagrangeano encontrado quando Assim

    sendo, o dual lagrangeano equivalente a

    Maximizar

    (7)

    Calculando o gradiente da funo Lagrangeana:

    Agora, aplica-se a segunda transformao de variveis. Para isso, definimos da seguinte maneira: Note que a varively desapareceu do problema por uma convenincia de notao, mas

    fica claro que as funes

    dependem dey. Contudo, queremos tratar

    como um

    conjunto de variveis. O dual lagrangeano pode ser reescrito em funo das variveis ( ),eliminando-se a varivel y do problema. Aps a mudana de variveis, encontramos, a partirdas equaes (3), as seguintes restries:

    (8)Essas equaes so denominadas restries de normalizao. Utilizando as equaes

    dadas em (3) e em (6), teremos:

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    Encontramos, ento, as restries de ortogonalidade. Essas restries ressaltam a

    importncia dessa transformao para o mtodo, uma vez que a eliminao da varivel y se

    torna clara. Faremos uma simplificao da funo objetivo (o dual lagrangeano). Observe:

    [] [] [] []

    [ ] [ ] Da mesma maneira, podemos escrever:

    [ ] Aqui percebemos a independncia do problema em relao varivel y.Pela equao

    (4), utilizando as duas relaes anteriores, obtemos oProblema Geomtrico Dual Equivalente

    (PGDE):

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    [ ]

    Esse problema, embora parea mais complexo que o original, convexo devido

    funo objetivo ser uma funo cncava e as restries serem todas lineares. No momento emque a soluo tima do problema PGDE encontrada, torna-se simples encontrar a soluo

    tima para o problema original. A Otimizao Convexa possui uma propriedade muito

    importante: o timo Global sempre atingido. Os mtodos computacionais so relativamente

    velozes.

    Os programas para otimizao convexa so muito eficientes. Atualmente, um

    problema de otimizao convexa pode envolver centenas de variveis e milhares de restries

    e mesmo assim pode ser resolvido em questo de segundos por algoritmos modernos. Muitosproblemas de Engenharia podem ser modelados como problemas de Programao Geomtrica

    e a soluo tima encontrada em segundos.

    A teoria de Programao Geomtrica Posinomial admite vrias generalizaes, das

    quais discutiremos duas (B oyd et.al,2007):

    Alteramos a estrutura de uma funo posinomial, que continuar sendo positiva

    (Posinmio Generalizado);

    Alteramos o sinal das constantes que acompanham os monmios (Problemas deProgramao Geomtrica Signomial).

    2. Generalizao de Posinmios

    Nessa seo, faremos uma generalizao do conceito de posinmios. Antes disso,

    considere posinmios. A restrio uma inequao posinomial,visto que posinmios elevados a nmeros naturais resultam em posinmios. Entretanto, no

    podemos utilizar o mesmo raciocnio para olhar para a restrio , uma

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    vez que os expoentes so racionais. Ou seja, a funo do lado direito no posinomial.

    Felizmente, problemas matemticos cujas funo objetivo e/ou restries aparecem nesse

    formato podem ser convertidos em problemas de P.G. utilizando uma mudana de

    variveis. Vejamos outro exemplo:

    com variveis Este problema no de P.G. Entretanto, inserindo a transformao devariveis:

    obtemos um problema equivalente:

    que um problema de P.G. nas variveis reais e positivas Essa mesma idiapode ser generalizada. Se uma funo posinomial de kvariveis, com expoentes racionaisno-negativos, e so posinmios, a inequao

    pode ser manipulada pela seguinte mudana:

    onde so as novas variveis (alm das variveis originais ).Existem determinados problemas nos quais existe um conjunto de funes objetivo

    que precisam ser maximizadas (ou minimizadas) em conjunto para se encontrar o mximo (ou

    mnimo) ideal para o problema. Tome o seguinte exemplo: uma barra metlica, composta por

    segmentos metlicos de diferentes materiais submetida a uma variao de temperatura. Cada

    segmento metlico possui uma diferente distribuio de temperatura (os coeficientes de calor

    sensvel so diferentes). Para que eu encontre o segmento que, em um dado momento, tem amaior temperatura, necessrio encontrar o mximo de cada funo de temperatura. Dentre

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    os valores obtidos, se escolhe o maior deles. Ou seja, se as distribuies de temperatura so

    dadas por , o problema consiste em maximizar Considere, agora, umoutro exemplo:

    Esse problema no de P.G. Porm, obter um problema de P.G. fazendo: Obtemos, ento, um problema de P.G.

    Essa mesma idia pode ser aplicada ao para inserindo novasinequaes. Finalmente, chegamos ao conceito de posinmio generalizado.Definio 4|: Chamaremos de posinmio generalizado a qualquer funo f que foi

    obtida por meio de exponenciao racional e mximo (ou mnimo) a partir de posinmios.

    Isto , { }onde

    so nmeros racionais e fnso posinmios , n=1,..,q.

    Qualquer problema cujas restries e funo objetivo forem posinmios generalizados

    podem ser transformados em problemas de P.G. De agora em diante, no faremos mais a

    distino entre os posinmios e a sua generalizao. Todos eles sero denominados problemas

    de P.G.

    3. Programao Geomtrica Signomial

    Os problemas de Programao Geomtrica Signomial (P.G.S), como j foi ditoanteriormente, so caracterizados por funes objetivos e restries descritas como a

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    diferena de dois posinmios. Os P.G.S.'s contm um ou mais monmios com coeficientes

    negativos. Sendo assim, o problema P.G.S. pode ser formulado como:

    onde so funes posinomiais de varivel , com indicandoa parcela da funo objetivo que recebeu constante(s) positiva(s) e a parcela que recebeuconstante(s) negativa(s). Os problemas de P.G.S. no so convexos em sua maioria. A

    mudana de variveis transforma a funo objetivo e as restrices em diferenade funes convexas. As aplicaes s englobaro problemas de P.G. cujas funes

    envolvidas so posinmios e/ou posinmios generalizados.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Veremos aqui algumas aplicaes do modelo de programao geomtrica. Dentre eles,

    temos os problemas de dimensionamento das trilhas de interligao num circuito integrado e

    de design de trelias. Esses problemas exemplificam as aplicaes em diversas reas da

    engenharia.

    1. Dimensionamento das trilhas de redes de interligao num circuito integrado

    Considere o problema de determinar as larguras 1 ,..., n dos n segmentos numa rede de

    interligao num circuito integrado. A rede de interligao forma uma rvore cujas razes so

    acionadas pelo sinal de entrada (que ser distribudo), que modelado como uma fonte de

    tenso em srio com uma resistncia. Cada segmento de fio tem uma dada carga capacitiva Ci

    conectado a ele. A Figura (1) mostra um exemplo de rede de interconexo.

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    Figura (1)Rede de Interconexo

    Cada segmento (1, 2, 3, 4 e 5) ser representado por seu modelo simplificado (duas

    capacitncias em paralelo e a resistncia em srie). As resistncias e capacitncias dos

    segmentos so dadas por onde lirepresenta o comprimento, ia largura (varivel de projeto) e i, ie iso constantes

    positivas que dependem de propriedades fsicas da camada do segmento do fio.

    Substituindo cada segmento por seu modelo simplificado, a rede de interconexo

    torna-se uma rvore resistor-capacitor. Cada ramo possui uma resistncia associada. Cada n

    tem vrias capacitncias ligadas terra: a capacitncia de carga, a capacitncia fornecida pelo

    segmento montante (antes do n) e jusante (depois do n). As capacitncias de cada n sosomadas (esto em paralelo). As Figuras (2) e (3) mostram o modelo do segmento (real e o

    modelo ) e o circuito equivalente:

    Figura (2): Segmento. Figura (3) Circuito Equivalente.

    Assim sendo,

    ;

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    Quando a fonte de tenso alterna entre um valor e outro, existe um atraso na tenso em

    cada capacitor antes que o valor convirja para o novo valor. Usaremos o chamado atraso de

    Elmore (Elmore Delay) para medir esse atraso. Para o circuito RC, o atraso de Elmore dado

    por:

    onde os resistores so tomados a montante dos capacitores com ndice k e i.

    O atraso de Elmore uma soma de produtos dos e s e, portanto, constituiumafuno posinomial cujas variveis so os compimentos dos segmentos de interconexo. O

    atraso crtico da rede de interconexo o maior dos atrasos da cada capacitor. Assim sendo,

    Esse mximo sempre ocorre nas folhas (extremidades) da rvore. Como exemplo,observe o atraso Elmore para os capacitores 3 e 5 (as folhas):

    Para essa rede de interconexo, o atraso crtico dado

    por Formulamos matematicamente o Problema de Dimensionamento de Largura para

    Redes de Interconexo:

    Essa ltima condio diz respeito rea mxima que os segmentos podem ocupardentro do circuito.

    2. Dimensionamento de uma caixa retangular

    O problema consiste em determinar quais as dimenses de uma caixa retangular que

    tm mximo volume, levando em considerao algumas restries de design. Seja ha altura,

    wa largura e d o comprimento da caixa. Dependendo da finalidade da caixa, a rea lateral, a

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    rea da face inferior e a razo entre altura/largura e largura/comprimento so limitadas por

    constantes. Nessas condies, o problema de encontrar o mximo volume dado por:

    com indicando, respectivamente, a rea lateral mxima e a rea da faceinferior mxima permitida e

    so constantes reais pr-determinadas. As Figuras (4)

    e (5) ajudam na visualizao do problema:

    Figura (4): Caixa Planificada Figura (5): Caixa Retangular

    3. Controle de Potncia em Sistemas de Comunicao

    Vrios problemas envolvendo controle de potncia em sistemas de comunicao

    podem ser vistos como problemas de P.G. Estudaremos o mais simples dos problemas. Sejam

    n transmissores que transmitem os nveis de potncia (positiva) , que sero asvariveis do nosso problema. Como temos transmissores, precisamos de receptores. Apotncia recebida pelo receptor i fornecida pelo transmissorj dada por

    O fator , que positivo, representa o ganho de sinal entre o receptor i e otransmissorj. A potncia do sinal do receptor i e a interferncia dada por .Existe um rudo que provm da fontes alheias ao problema, o chamado rudo branco, que ser

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    identificado por . A taxa de interferncia e rudo de sinal SINR (do ingls Signal toInterference and Noise Ratio) definida como

    A SINRno pode estar abaixo de um determinado valor, porque isso retrata a inviabilidade

    em se transmitir o sinal e a complexidade de um sistema de filtragem. Os transmissores e

    receptores possuem uma faixa de potncia em que podem operar normalmente. Minimizando

    a soma das potncias sujeito a essas restries, temos o problema:

    Entretanto, perceba que esse problema no de P.G., visto que no umposinmio. Porm, ao transformarmos a restrio tomando o inverso da SINR, obtemos um

    problema de P.G.:

    Podemos generalizar esse modelo. A potncia do sinal de interferncia pode ser

    tomado como uma funo posinomial das potncias. As interferncias sofrem contribuies

    de produtos de intermodulao criados pelas no-linearidades nos receptores tipicamente

    dimensionados como funes polinmiais das potncias.

    4. Design de trelias

    Vamos apresentar um problema simples de design mecnico. A Figura (6) mostra 2

    barras de altura 2h e comprimento . As duas barras tm o formato de um tubo cilndrico deraio interno re raio externo R (Figura (7)). Estamos interessados em determinar os valores que minimizam a massa da trelia, que limitada por alguns parmetros.

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    Figura (6): Disposio espacial das trelias Figura (7): Corte transversal de uma Trelia

    A rea da seo transversal dada por: e a massa da trelia proporcional ao volume total da barra, que dado por

    Essa a funo a ser minimizada no problema de design. Vamos discutir alguns conceitos

    fsicos que delimitam as restries.

    A estrutura deve ser forte o suficiente para duas situaes. A primeira diz respeito

    projeo vertical da fora aplicada ao n . A segunda diz respeito projeo horizontal dafora aplicada no n .

    Suponha, com base no esquema a seguir, que o esforo causado por

    determina

    foras (mesma intensidade , direo e sentido indicados pela direo da seta) nas treliascomo na Figura (8):

    Figura (8): Esquema de Foras

    Sabemos, pelas leis da fsica, que

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    Aplicamos o mesmo raciocnio para o segundo caso. Suponha que o esforo causado

    por determina foras (mesma intensidade , direo e sentido indicados pela direo daseta) nas trelias na Figura (9):

    Figura (9): Esquema de ForasPelas leis da fsica, temos que:

    Segundo um princpio de Resistncia dos Materiais, a fora aplicada a uma

    determinada estrutura tem que ser menor que um mltiplo real da rea da seo transversal.

    Isto : Sabe-se, tambm, que as dimenses das trelias so escolhidas num intervalo

    definido pelo construtor ou pelos responsveis pela fabricao. Utilizando as relaes

    anteriores, podemos dizer que:

    O Problema de Designde trelias definido como:

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    Como no um monmio, no temos um problema de P.G. (umavez que

    no um posinmio generalizado). Entretanto, por

    meio de uma transformao de variveis, podemos transform-lo em um um problema de P.G.

    A transformao consiste em utilizarcomo varivel da seguinte maneira:

    Finalmente, o problema de Design de Trelias em formato de problema de P.G. dado por:

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    CONCLUSES

    Essa pesquisa cientfica apresentou um estudo terico dos conceitos clssicos de

    Programao Geomtrica e suas aplicaes. As aplicaes apresentadas exemplificam

    problemas encontrados com certa frequncia em reas do conhecimento que possuem um elo

    com as cincias exatas. A proposta era estudar a modelagem em si e suas ferramentas.

    Entretanto, esses problemas podem ser resolvidos analiticamente e/ou computacionalmente.

    Futuramente, como um novo trabalho cientfico, sero apresentadas solues para alguns dos

    problemas.

    REFERNCIAS

    - ACKER, Felipe; DICKSTEIN, Flvio. Uma introduo anlise convexa. Rio de Janeiro:IMPA, c1983.

    - BAZARAA, M. S.; SHERALI, Hanif D.; SHETTY, C. M. Nonlinear programming: theory

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    - BOYD, S. P., Kim, S. J., VANDERBERGHE, L., HASSIBI, A. A Tutorial on Geometric

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    - CONVERSE, A. O. (Alvin O.). Otimizao. So Paulo: EDART, 1977.

    - OLIVEIRA, R. M. Algoritmos de Busca Global para Problemas de Otimizao Geomtricos

    e Multiplicativos. Tese de Doutorado, Faculdade de Engenharia Eltrica e de Computao da

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    mtodos e algoritmos. 2. ed. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1999.

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    PRODUTOS ALCANADOS

    Parte do embasamento terico e aplicaes sero utilizados no Trabalho de Concluso

    de Curso do Acadmico. Participao no XIV ENCONTRO DE INICIAO CIENTFICA

    DA UFMS.