relatório do workshop vf -...

32
1 Relatório do Workshop: Cooperação Cluster Cluster DPIR0003 RELATÓRIO ELABORADO PELOS PERITOS FABIO STALLIVIERI E INÉS SAGRARIO, COM AS CONTRIBUIÇÕES DOS OUTROS PERITOS ENVOLVIDOS NAS DIFERENTES AÇÕES. INTRODUÇÃO 1. PARTICIPANTES 2. AÇÃO POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO DAS PLATAFORMAS DE CLUSTERS EUROPEIA E BRASILEIRA 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 2.2 ESTRUTURA E RECURSOS DAS PLATAFORMAS EUROPEIA E BRASILEIRA 2.3 LIÇÕES APRENDIDAS E PRÓXIMOS PASSOS 3. AÇÃO GOVERNANÇA EM APLS NO BRASIL 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 3.2 DESCRIÇÃO DA AÇÃO 3.3 DISCUSSÃO NO WORKSHOP 3.4 RECOMENDAÇÕES (PRÓXIMOS PASSOS 4. AÇÃO PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA CLUSTER X CLUSTER BRASIL UNIÃO EUROPEIA 4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 4.2 DESCRIÇÃO DA AÇÃO 4.3 DISCUSSÃO NO WORKSHOP 5. CONCLUSÕES E ENCAMINHAMENTOS ANEXO 1: PROGRAMA DO SEMINÁRIO ANEXO 2: PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO

Upload: phamque

Post on 24-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

1    

Relatório  do  Workshop:    Cooperação  Cluster  -­‐  Cluster  -­‐  DPIR0003   RELATÓRIO   ELABORADO   PELOS   PERITOS   FABIO   STALLIVIERI   E   INÉS  SAGRARIO,   COM   AS   CONTRIBUIÇÕES   DOS   OUTROS   PERITOS  ENVOLVIDOS  NAS  DIFERENTES  AÇÕES.   INTRODUÇÃO    1. PARTICIPANTES  2. AÇÃO   POSSIBILIDADES   DE   INTEGRAÇÃO   DAS   PLATAFORMAS   DE  

CLUSTERS  EUROPEIA  E  BRASILEIRA  2.1  CONTEXTUALIZAÇÃO  DA  AÇÃO  2.2  ESTRUTURA  E  RECURSOS  DAS  PLATAFORMAS  EUROPEIA  E  BRASILEIRA  2.3  LIÇÕES  APRENDIDAS  E  PRÓXIMOS  PASSOS  3.  AÇÃO  GOVERNANÇA  EM  APLS  NO  BRASIL    3.1  CONTEXTUALIZAÇÃO  DA  AÇÃO  3.2  DESCRIÇÃO  DA  AÇÃO  3.3  DISCUSSÃO  NO  WORKSHOP  3.4  RECOMENDAÇÕES  (PRÓXIMOS  PASSOS  4.   AÇÃO   PERSPECTIVAS   DE   COOPERAÇÃO   TÉCNICA   CLUSTER   X   CLUSTER      BRASIL-­‐  UNIÃO  EUROPEIA    4.1  CONTEXTUALIZAÇÃO  DA  AÇÃO  4.2  DESCRIÇÃO  DA  AÇÃO  4.3  DISCUSSÃO  NO  WORKSHOP  5.  CONCLUSÕES  E  ENCAMINHAMENTOS    ANEXO  1:  PROGRAMA  DO  SEMINÁRIO  ANEXO  2:  PARTICIPANTES  NO  SEMINÁRIO  

Page 2: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

2    

INTRODUÇÃO A   partir   da   década   de   80,   a   busca   de   um   novo   marco   analítico   e  metodológico   voltado   para   o   estudo   da   dinâmica   competitiva   e   da  dimensão   localizada   do   aprendizado   tecnológico   e   da   inovação   resultou  no   desenvolvimento   de   múltiplas   abordagens   e   enfoques   sobre  aglomerações   territoriais   de   empresas,   com   os   denominados   clusters  (USA),   distritos   industriais   (Itália)   ou   polos   de   competitividade   (França).  Tais   contribuições   lograram   demonstrar   a   importância   de   fatores  culturais,   políticos   e   institucionais   associados   à   dimensão   territorial   nos  padrões   de   aprendizado   tecnológico   e   de   inovação,   numa   clara  contraposição  aos  argumentos  sobre  a  crescente  “desterritorialização”  da  economia  contemporânea  induzida  pelo  fenômeno  da  globalização.    No  Brasil,  a  partir  do  final  dos  anos  1990,  foi  concedida  atenção  especial  a  estas   aglomerações.   A   ênfase   no   local   levou   ao   desenvolvimento   do  termo,   amplamente   difundido,   de   Arranjos   Produtivos   Locais   (APLs).   O  foco  analítico  em  APLs  foi  desenvolvido  como  um  novo  instrumental  para  entender  e  orientar  o  desenvolvimento  industrial  e  tecnológico.  Entende-­‐se  a  produção  e  a   inovação  como  processos  sistêmicos,  que  resultam  da  articulação   de   distintos   atores   e   competências.   Isso   explica   porque   as  novas  políticas  de  desenvolvimento  produtivo  e  inovativo  visam  mobilizar  esses   elementos,   com   o   objetivo   de   ampliar   a   capacidade   de   gerar,  assimilar   e   usar   conhecimentos.   Esta   terminologia   tem   sido  crescentemente  utilizada  tanto  por  grupos  de  pesquisa,  preocupados  em  entender   os   processos   de   desenvolvimento   característicos   do   atual  estágio  do  capitalismo,  como  por  diversas  agências  de  políticas  públicas  e  privadas   encarregadas   de   promover   o   desenvolvimento   da   produção   de  bens  e  serviços.    De   fato,   no  Brasil,   as   políticas  de   apoio  e  desenvolvimento   regional   têm  incorporado   de   forma   crescente   o   conceito   de   APLs.   A   incorporação   do  conceito  de  APLs  na  agenda  das  políticas  de  desenvolvimento  produtivo,  regional   e   de   geração   de   emprego   e   renda,   apresentou   significativos  avanços   relacionados   ao   instrumental   e   ao   arcabouço   institucional.   A  partir   desta   constatação   novas   ações   e   políticas   para   APLs   são  implementadas,  norteadas  tanto  pelas  experiências   internas,  quanto,  por  ações  exitosas  implementadas  em  outros  países,  mais  especificamente  os  integrantes   da   União   Europeia   (U.E.).   Neste   sentido,   diversas   ações   de  

Page 3: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

3    

colaboração   entre   instituições   brasileiras   e   europeias   foram  implementadas,   com   o   intuito   de   ampliar   o   estoque   de   conhecimento,  através   da   troca   de   experiências   entre   as   instituições.   Mais  especificamente  estas  ações  estão  inseridas  no  “Projeto  Diálogos  Setoriais  Brasil  União  Europeia”  e  se  incluem  dentro  do  âmbito  do  Memorando  de  Entendimento,   assinado   em   2011,   entre   a   Comissão   Europeia   e   o  Ministério  de  Desenvolvimento,  Indústria  e  Comércio  Exterior  (MDIC).    Na  U.E.,  a  experiência  com  as  políticas  de  clusters  (o  equivalente  europeu  aos  APLs   no  Brasil)   tem  evoluído   também  nos   últimos  dez   anos1,   desde  programas   iniciais   que   visavam   a   apoiar  os   clusters,   a   programas   atuais  onde  se  utiliza  a  ferramenta  cluster  para  maximizar  o  potencial   inovador  das   pequenas   e   medianas   empresas   nos   clusters.   O   principal   programa  realizado   nos   últimos   três   anos   foi   denominado   Cluster   Excellence  (www.cluster-­‐excellence.eu)   que   inclui   uma   plataforma   de   colaboração  (European   Cluster   Collaboration   Platform),   um   prêmio   de   qualidade   em  cluster  management  embasado  em  uma  metodologia  de  benchmarking,  o  desenvolvimento  de  materiais  adaptados  para  programas  de  formação  de  cluster  managers  e  policymakers,  e  um  “Clube  de  cluster  managers”  onde  se  entrega  um  prêmio  ao  melhor  cluster  manager  a  cada  dois  anos.    A   colaboração   entre   clusters   é   potencializada   pela   U.E.   por   meio   do  reconhecimento   de   que   a   inovação   frequentemente   acontece   nas  fronteiras   entre   setores,   nas   denominadas   indústrias   emergentes.  Nesse  sentido,   a   U.E.   passou   a   trabalhar   com   áreas   temáticas   –   em   vez   de  setores  mais   rígidos   –   que   permitam   abarcar   a   fronteira   difusa   entre   os  setores,   facilitando   o   intercâmbio   e   potencializando   a   inovação.   Outro  aprendizado1  na  Europa  refere-­‐se  à  importância  de  promover  parcerias  e  colaborações,   e   não   somente   networking.   Para   que   essas   parcerias  obtenham  os  resultados  esperados  é  importante  que  os  cluster  managers  tenham  a  capacitação  adequada.  Nos  esforços  realizados  para  promover  o  desenvolvimento   e   inovação   dentro   dos   clusters,   é   também   importante  promover   a   excelência,   e   para   isso   é   importante   escolher   a   melhor  metodologia  e  não  dispersar  esforços  e  exigir  elevados  níveis  de  qualidade  a   todos   os   participantes   das   ações.  O   enfoque  desses   esforços   é   o  mais  abrangente   possível,   não   correndo   o   risco   de   restringir   a   atuação   aos  mesmos   países,   pois   certamente   existe   talento   e   capacidade   inovadora  em  todos  os  estados  membros  da  U.E..  Porém,  verifica-­‐se  nos  dias  atuais                                                                                                                            1   Aprendizados apresentados pelo Dr. Reinhard Büscher, da DG Empresa e Indústria da EU na introdução do seminário.  

Page 4: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

4    

que   somente   15%   dos   clusters   na   U.E.   estão   prontos   para   colaborar  internacionalmente,  uma  vez  que  antes  de  fazer  esforços  em  cooperação  internacional,   eles   devem   atingir   níveis   de   excelência   em   gestão   que  permitam   a   eles   aproveitar   a   internacionalização   em   toda   a   sua  amplitude.    Diante   deste   contexto,   este   relatório   refere-­‐se   à   sistematização   da   ação  referente  à  realização  do  Workshop  Brasil  -­‐  União  Europeia  de  Cooperação  Cluster  x  Cluster.  O  referido  workshop2  foi  realizado  nos  dias  12,  13  e  14  de   novembro   de   2012,   nas   dependências   do   Ministério   do  Desenvolvimento,  indústria  e  Comércio  Exterior,  em  Brasília.      O   objetivo   geral   do   workshop   foi   “promover   a   cooperação   Cluster   x  Cluster   Brasil   -­‐   União   Europeia,   com   vistas   a   compartilhar   informações,  ferramentas  e  experiências  na  promoção  da  excelência  em  clusters  entre  instituições   relacionadas   à   temática   de   desenvolvimento   de   clusters,  assim  como  fortalecer  e  promover  a  cooperação  empresarial  de  pesquisa  e  tecnológica  entre  clusters  da  União  Europeia  e  do  Brasil”.   Mais  especificamente  o  workshop  pretende:    a) Estabelecer   vínculos   de   cooperação   técnica   entre   instituições  

responsáveis   pela   gestão   da   política   regional   da   U.E.   e   instituições  brasileiras  congêneres;    

b) Desenvolver  uma  agenda  de  cooperação  entre  clusters  no  Brasil   e  na  Europa   com   maior   potencial   para   desenvolvimento   de   projetos  bilaterais;    

 c) c)  Divulgar  o  resultado  dos  Estudos  aos  órgãos  e  entidades  do  governo  

brasileiro,  aos  Núcleos  Estaduais  e  atores  locais.    Ressalta-­‐se  que,  durante  o  workshop,  foram  apresentados  e  debatidos  os  resultados   das   três   ações   de   cooperação   desenvolvidas   no   âmbito   do  Projeto   Diálogos   Setoriais   Brasil   União   Europeia.   A   primeira   Ação3,  intitulada   “Integração   de   dados   dos  Observatórios   de   APLs/Clusters”,   foi  configurada  para   aprofundar  o   conhecimento  das  plataformas  europeias  sobre  clusters  e  identificar  potenciais  possibilidades  de  integração,  com  o  

                                                                                                                         2  O programa do seminário é apresentado no Anexo 1 deste relatório.  3  Seguindo a ordem de apresentação do workshop.  

Page 5: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

5    

Observatório  Brasileiro  de  APLs.  O  estudo  foi  elaborado  pelo  perito  sênior  externo   Rainer   Sträter,   em   parceria   com   o   perito   sênior   local   Daniel  Guedes.  O  especialista  europeu  apresentou  durante  o  seminário  técnicas  e   metodologias   utilizadas   pelo   Observatório   Europeu   de   cluster   e   da  Plataforma   de   Colaboração   Europeia   de   clusters   para   a   gestão   da  informação   e   do   conhecimento   em   clusters.   Já   o   especialista   local  apresentou,   juntamente   com   o   perito   europeu,   as   possibilidades   e   o  potencial  de  cooperação  entre  as  plataformas.    A   Ação   “Governança:   Intercâmbio   em   Gestão   de   Clusters”,   a   segunda  apresentada  no  workshop,  foi  realizada  pela  perita  local  Silvana  Parente  e  pelo  perito  externo  Leonardo  Piccinetti.  Desenvolvida  com  base  na  visita  a  5  (cinco)  APLs  em  5  (cinco)  Estados  brasileiros,  para  conhecer  a  realidade  local  em  termos  de  governança  e  emitir  relatório  sobre  o  tema,  bem  como  apontar   possibilidades   de   avanço   em   gestão   do   processo   de  desenvolvimento.   A   concepção   deste   projeto   originou-­‐se   no   escopo   da  missão   técnica   realizada   à   União   Europeia   em   maio   de   2010,   quando  observou-­‐se  o  potencial  de  intercâmbio  de  experiências  entre  o  Brasil  e  a  União  Europeia  na  gestão  de  clusters/APLs,  especificamente,  no  que  tange  a  “clusters  administration”  e  aos  “clusters  managers”.    A  terceira  ação  apresentada  no  workshop,  diz  respeito  à  realização  de  um  Estudo  sobre  Perspectivas  de  Cooperação  Técnica  Cluster  X  Clusters  Brasil-­‐União    Europeia.  Nesta  ação,  a  perita  externa  Inés  Sagrario  e  o  perito  local  Fabio   Stallivieri   realizaram   um   mapeamento   dos   clusters   mais  estruturados   e   consolidados   no   Brasil   e   na   Europa,   apontando  possibilidades   de   cooperação   clusters-­‐cluster   entre   as   duas   partes.   Este  mapeamento   gerou   um   conjunto   de   bancos   de   dados,   com   APLs  brasileiros  e  clusters  da  U.E.,  que,  a  partir  do  cruzamento  das  informações,  serviram   de   base   para   o   estudo   sobre   as   possibilidades   de   cooperação  e/ou   complementariedade   entre   os   clusters   do   Brasil     e   da   União  Europeia.   Além   da   análise   dos   dados,   o   estudo,   realizado   pelos   dois  peritos   conjuntamente,   apresentou   um   diagnóstico   técnico,   com   a  caracterização   dos   APLs/Clusters   e   montagem   de   possíveis   cenários  futuros.          

Page 6: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

6    

1. PARTICIPANTES O   seminário   contou   com   uma   participação   variada   que   se   detalha   no  Anexo  2.  Os  participantes,  por  filiação  institucional,  podem-­‐se  agrupar  da  seguinte  forma:    • Representantes  oficiais  da  União  Europeia  e  o  MDIC;  

 • Representantes   de   clusters   europeus   de   referência   (TIC   e   Mídia   de  

Baden-­‐Württemberg,   Biotecnologia   em   Catalunha,   Mecatrônica   em  Reggio  Emília);  

 • Representantes   de   APLs   brasileiros   (TI   e   Audiovisual   de   Recife,   TI   de  

Londrina,   Equipamentos   Médicos   Ribeirão   Preto,   Biotecnologia   em  Belo  Horizonte);  

 • Representantes  dos  Núcleos  Estaduais  de  APLs;    • Representantes  de  instituições  brasileiras  que  integram  o  GTP  APL.  

   Para   facilitar   a   compreensão   do   workshop,   optou-­‐se   por   apresentar   de  forma   separada   a   dinâmica   assumida   pela   apresentação   e   discussão   de  cada   uma   das   ações   anteriormente   mencionadas.   Neste   sentido,   a  segunda   seção   destaca   os   resultados   referentes   à   Ação   “Integração   de  dados   dos   Observatórios   de   APLs/Clusters”.   A   terceira   seção   destaca   a  ação  Governança   em  APLs   no  Brasil.   A   ação   referente   a   Perspectivas   de  Cooperação   Técnica   Cluster   X   Clusters   Brasil   -­‐   União   Europeia   é   foco   da  quarta   seção.   Por   fim   a   quinta   seção   tece   algumas   conclusões   e  encaminhamentos  discutidos  no  enceramento  do  workshop.            

Page 7: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

7    

2. AÇÃO “INTEGRAÇÃO DE DADOS DOS OBSERVATÓRIOS DE APL/CLUSTER”4 2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO A  concepção  de  Arranjos  Produtivos   Locais   (APLs)   trouxe  avanços  para  a  construção  de  arcabouços  institucionais,  programas  de  desenvolvimento  e  até  de  novas  predisposições  cognitivas  de  atores  sobre  a  relação  entre  o  espaço  e  o  desenvolvimento.  Esse  movimento  decorre,  em  grande  parte,  da   falência   da   concepção   de   implementação   de   estratégias   de  desenvolvimento  top-­‐down.  Todavia,  se,  por  um  lado,  modelos  estruturais  tradicionais   não   têm   mais   fôlego   para   projetar   um   processo   de   longo  prazo   de   desenvolvimento,   por   outro,   ainda   se   carece   de   uma   maior  interação  de  atores  públicos  e  privados  na  formulação  de  instrumentos  e  implementação  de  ações  nesta  nova  abordagem.    Do  ponto  de  vista  tático,  um  primeiro  passo  para  a  consolidação  de  uma  Política  Nacional  de  APLs  é  a  sistematização  das  iniciativas  existentes  para  APLs  no  Brasil,  com  o  mapeamento  dos  atores  e  a  construção  de  uma  rede  de   apoio   –   sociedade,   parlamento,   órgãos   de   fomento   e   fazendários,  associações  empresariais.    A  construção  de  um  sistema  de  gestão  de  conhecimento  em  APLs,  como  forma   de   difundir   pesquisas   e   boas   práticas,   acompanhar   e   avaliar  projetos,   aumentar   a   eficiência   e   evitar   a   superposição   e   falta   de  coordenação   entre   as   iniciativas   governamentais   e   privadas,   coloca-­‐se  como  estratégico   na   estruturação   sistêmica   de   uma  Política  Nacional   de  Apoio  aos  APLs.    Para   a   realização   de   tal   projeto,   está   em   construção   uma   parceria  estratégica  com  instituições  que  agreguem,  ao  mesmo  tempo,  capacidade  operacional   de   desembolso,   para   viabilização   de   projetos   estruturados  nessa  lógica  de  ação  pública,  e  experiência  em  construção  de  sistemas  de  gestão   e   monitoramento   de   ações,   resultado   de   parceria   entre   as  instituições   do  Grupo  de   Trabalho  Permanente  para  Arranjos   Produtivos  Locais  (GTP  APL),  com  a  sinergia  de  recursos  e  expertise.                                                                                                                            4  Esta seção foi desenvolvida com base no resumo da ação apresentado e redigido pelo perito sênior local Daniel Guedes e pelo perito sênior externo Rainer Sträter.  

Page 8: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

8    

 A   presente   ação   objetiva   promover   o   maior   conhecimento   sobre   a  experiência   europeia   acerca   do   European   Cluster   Observatory,   sistema  gerido  pelo  Centro  de  Estratégia  e  Competitividade  (CSC)  da  Faculdade  de  Economia   de   Estocolmo,   e   financiado   pela   Comissão   Europeia,   DG  Empresas   e   Indústria,   no   âmbito   da   iniciativa   Europe   INNOVA,  Competitividade   e   Inovação   (CIP),   que   visa   estimular   a   competitividade  das  empresas  europeias.  O  Observatório  fornece  uma  ampla  variedade  de  dados  sobre  clusters  na  Europa  e  está  dividido  em  três  seções  principais:  mapeamento  de  cluster,  biblioteca  e  capacitação.     OBJETIVOS GERAIS O  projeto  objetiva  promover  a  integração  de  dados  dos  Observatórios  de  APLs/Clusters   Brasil   -­‐   União   Europeia,   com   vistas   a   compartilhar  informações,   ferramentas   e   experiências  na  promoção  da  excelência   em  clusters  entre  instituições  relacionadas  à  temática  de  desenvolvimento  de  clusters,  assim  como  fortalecer  e  promover  a  cooperação  empresarial  de  pesquisa  e  tecnológica  entre  clusters  da  União  Europeia  e  do  Brasil.   OBJETIVOS ESPECÍFICOS •  Identificar  possibilidades  de  integração  entre  as  plataformas  brasileira  e  europeia  apresentando  uma  sugestão  de  abordagem  técnica.    •   Identificar   benefícios,   desvantagens   e   riscos   de   cada   possibilidade   de  integração,   assim   como   fornecer   uma   estimativa   de   esforço   necessário  para  implementação.    •   Apresentar   sugestão   de   sequência   de   implementação   dos   casos   de  integração   baseando-­‐se   nos   critérios   de   relevância,   complexidade   e  benefícios.    

Page 9: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

9    

2.2. ESTRUTURA E RECURSOS DAS PLATAFORMAS EUROPEIA E BRASILEIRA As   duas   plataformas   são   muito   similares   possuindo   essencialmente   os  mesmos   recursos.   Essa   similaridade   permite   que   um   alto   grau   de  integração   possa   ser   implementado.   A   geolocalização   de   clusters   em  mapas,  notícias  e  eventos,  blogs,  wikis,  listas  de  contatos,  busca  integrada,  documentos  compartilhados,  documentos  de  boas  práticas,  comunidades,  perfis   de   usuários   e   clusters   e   fóruns   de   discussões   são   alguns   dos  recursos  existentes  nas  duas  plataformas.   2.2.1. POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO   MAPEAMENTO DE ORGANIZAÇÕES DE CLUSTER Apresentar   através   de   um   mapa   os   clusters   da   outra   plataforma  juntamente   com   os   clusters   da   plataforma   de   origem   é   garantir   a  exposição   tanto   dos   clusters   e   dos   empreendimentos   para   além   das  fronteiras  nacionais.     TROCA DE ATIVIDADES E ATUALIZAÇÕES PÚBLICAS DAS PLATAFORMAS As   duas   plataformas   fornecem   uma   lista   das   atividades   realizadas   pelos  usuários   de   forma   que   possam   acompanhar   o   que   acontece   na   rede.   A  disponibilização   da   lista   de   atividades   públicas   de   uma   plataforma   na  outra  permitirá  uma  maior  aproximação  entre  os  usuários  das  duas  redes  de   forma   que   os   usuários   de   um   lado   tomem   conhecimento   do   que  acontece  na  outra  plataforma.     BUSCA ENTRE AS PLATAFORMAS Ambas  as  plataformas  fornecem  uma  ferramenta  integrada  de  busca  para  os  seus  usuários  de  forma  a  permitir  que  estes  acessem  rapidamente  todo  o  conhecimento  mantido  nas  redes  a  partir  de  um  único  local.  Permitir  aos  usuários   realizar   buscas   na   outra   plataforma,   a   partir   da   sua   própria  plataforma,  é  fornecer  aos  usuários  um  novo  universo  de  conhecimento.  

Page 10: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

10    

RELACIONAMENTO DE ENTRADAS DE BLOG Os   blogs   são   ferramentas   que   permitem   aos   usuários   compartilharem  experiências  e   informar  a   respeito  de  novidades.  Relacionar  entradas  de  blogs   fornece   aos   usuários   acesso   rápido   a   conteúdos   relacionados  originários  da  outra  plataforma.   LISTA DE CONTATOS A  lista  de  contatos  permite  acesso  rápido  e  direto  às  pessoas  com  as  quais  os  usuários  mais  se  relacionam.  A  integração  da  lista  de  contatos  permitirá  que  usuários  de  uma  plataforma  adicionem  pessoas  da  outra  plataforma  à  sua  lista,  estabelecendo  assim  um  vínculo  permanente.   SEGUIR USUÁRIOS POR MEIO DAS PLATAFORMAS Seguir   uma   outra   pessoa   significa   estar   atualizado   a   respeito   das  atividades   que   essa   pessoa   exerce   dentro   da   plataforma.   Oferecer   aos  usuários   de   uma   plataforma   a   possibilidade   de   seguir   pessoas   da   outra  plataforma  é  permitir  que  estes  possam  acompanhar  informações  do  seu  interesse.   TROCA DE ATUALIZAÇÕES DE COMUNIDADES Da   mesma   forma   que   a   plataforma   fornece   uma   lista   de   atividades   e  atualizações   públicas   da   rede,   ela   também   fornece   uma   lista   do   que  acontece   em   uma   comunidade.   Disponibilizar   uma   lista   de   atualizações  em   uma   comunidade   da   outra   plataforma   com   tema   relacionado  aproxima  os  usuários  que  possuem  interesses  em  comum.   COMUNIDADES ATRAVÉS DAS PLATAFORMAS Existem   em   ambas   as   plataformas,   europeia   e   brasileira,   comunidades  temáticas   que   tratam  de   assuntos   similares.   Fornecer   a   possibilidade   de  que   pessoas   de   ambas   as   plataformas   possam   colaborar   dentro   de   uma  mesma  comunidade,  comunidade   tal  que  atravessaria  os   limites  de  cada  plataforma,  é  permitir  uma  colaboração  sem  fronteiras  entre  brasileiros  e  europeus.  

Page 11: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

11    

BENCHMARKING O   compartilhamento   de   informações   a   respeito   do   desempenho   dos  clusters  europeus  e  brasileiros  pode  trazer  diversos  benefícios  para  ambos  os   lados,   porém,   os   esforços   necessários   para   compatibilizar   os  indicadores   de   desempenho   de   ambos   os   lados   tornam   essa   integração  não  trivial,  mesmo  que  tecnicamente  não  seja  difícil.   2.3. LIÇÕES APRENDIDAS E PRÓXIMOS PASSOS Com   a   experiência   adquirida   no   desenvolvimento   das   plataformas   de  cluster,   foi   formulada  uma   lista  de   lições  aprendidas,  as  quais  devem  ser  observadas  durante  a  implementação  dos  casos  de  integração:    •   Deve-­‐se   ter   um   entendimento   claro   do   grupo   alvo   de   usuários   das  plataformas;    •   Iniciar   as   plataformas   com   limitados   recursos   chaves   e   evoluir   em  pequenos  passos  e  continuamente;    •  Somente  disponibilizar  novos   recursos  que  estejam  bem  testados  para  evitar  desapontar  os  usuários;    •  Prover  aos  usuários  uma  navegação  intuitiva,  fácil  de  entender;    •  Evitar  conteúdos  redundantes;    •  A  qualidade  e  a  atualização  das  informações  são  cruciais  para  garantir  o  retorno  dos  usuários;    •   Não   subestimar   os   esforços   de   marketing,   iniciais   e   posteriores,  necessários.   Em  contrapartida  com  base  nas  lições  apreendidas  durante  o  estudo  e  os  encaminhamentos   desenvolvidos   no   workshop   sugere-­‐se   os   seguintes  desdobramentos:    1.   Identificar   as   possibilidades   de   integração   que   sejam  mais   relevantes  dentro  do  âmbito  da  gestão  do  conhecimento  em  clusters.  

Page 12: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

12    

 2.   Realizar   estudo   detalhado   dos   esforços   necessários   à   implementação  dos   casos  de   integração  e   levantar   requisitos   com  vistas  a  especificar  os  casos  de  uso.    3.   Iniciar  o  processo  de   implementação  utilizando-­‐se  de  uma  abordagem  contínua   empregando-­‐se   metodologias   de   gestão   de   projetos   e  desenvolvimento  ágil,  realizando  a  cada  iteração  o  acompanhamento  dos  benefícios  sentidos  pelos  usuários  finais.  

3. AÇÃO GOVERNANÇA DE APLS NO BRASIL5

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO No  Brasil,   os  Arranjos  Produtivos   Locais   (APLs)  passaram  a   ser  objeto  da  atenção   de   inúmeras   instituições   de   planejamento,   pesquisa   e   fomento,  tanto   nacionais   quanto   internacionais,   além   de   governos   estaduais   e  municipais.   Contudo,   ainda,   desconhece-­‐se   com   precisão   o   papel   a   ser  desempenhado   por   cada   escala   nesse   processo   de   apoio   ao  desenvolvimento  destes  aglomerados.    Por  outro   lado   sabe-­‐se  que  cada  APL   tem  sua  história  e   cultura   locais,  o  que   implica   em   estruturas   de   governança   também   diferenciadas.   O  desenho   de   políticas   de   apoio   a   APLs   deve   considerar   os   aspectos  históricos  culturais  de  sua  formação,  seus  estágios  de  desenvolvimento  e  maturidade,  daí  porque  a  análise  da  governança  é  fundamental.    Como  são  distintas  as  formas  como  se  organizam  os  aglomerados  e  como  as   empresas   se   relacionam   com  os   organismos   governamentais,   sabe-­‐se  que  também  são  distintas  as  estruturas  de  governança  em  cada  APL.    A  presente  ação  objetivou  promover,  por  meio  de  missão  de  estudo  a  5  (cinco)   APLs   brasileiros,   uma   maior   conscientização   acerca   do   papel   da  

                                                                                                                         5  Esta parte do relatório foi desenvolvida com base no resumo da ação redigida pelo perito sênior externo Leonardo Piccinetti e pela perita sênior local Silvana Parente.  

Page 13: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

13    

governança   no   processo   de   desenvolvimento   local   e   um   maior  conhecimento   sobre   as   experiências,   europeia   e   brasileira,   acerca   do  tema.   3.2. DESCRIÇÃO DA AÇÃO  Dois  especialistas,  um  perito   sênior  externo  e  um   local,   realizaram  visita  de  estudo  a  5  (cinco)  APLs  em  5  (cinco)  estados  do  Brasil,  para  conhecer  a  realidade  local  em  termos  de  governança  e  emitir  relatório  sobre  o  tema.  Segue  a  lista  de  APLs  visitados:    • TIC  em  Recife  /  PE;  • Equipamentos  Médico-­‐Hospitalar-­‐Odontológico  em  Ribeirão  Preto  /  SP;  • Biotecnologia  em  Belo  Horizonte  /  MG;  • Metal-­‐Mecânico  Oeste  Fluminense  /  RJ;  • Apicultura  e  Mel  em  Picos  /  PI.      Em  seguida  foram  identificados  clusters  europeus  nos  segmentos  visitados  que   poderiam   contribuir   com   sua   experiência   de   governança   para   se  apresentarem  no  workshop  realizado  no  Brasil:    • Cluster  TIC  MFG  Innovation  Agency  da  Alemanha,  • Cluster  Biocat  da  Catalunha-­‐Espanha,  • Cluster  Mecatrônica  em  Reggio  Emilia  –  Itália.  

A   partir   da  Missão   de   Estudo   e   do   Seminário,   foi   produzido   o   Relatório  final  da  ação  com  as  experiências  visitadas  e  os  debates  sobre  o  tema  da  governança   havidos   no  Workshop,   inclusive   com   recomendações   para   o  intercâmbio  de  experiências  entre  o  Brasil  e  a  União  Europeia  na  gestão  de  clusters/APLs,  especificamente,  no  que  tange  a  cluster  administration  e  aos  clusters  managers.   3.3. DISCUSSÃO DO WORKSHOP A  análise  da  governança  dos  APLs  brasileiros  foi  apresentada  pelos  peritos  e  pode  ser  resumida  a  seguir:    

Page 14: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

14    

1. Necessidade   de   se   nivelar   conceitos   e   indicadores   sobre   governança  em  APLs;    

2. Cada   APL   construiu   sua   estrutura   de   governança   em   função   de   sua  estrutura  empresarial  e  de  sua  evolução  histórico-­‐cultural;  

 3.  Três  aspectos  foram  analisados  e  sistematizados  conforme  a  Tabela  1  a  baixo:   a   estrutura   empresarial   do   aglomerado,   mecanismos   de  coordenação   -­‐   como   se   organizam   as   relações   entre   empresas   e   com   o  setor  público  e  políticas  públicas  com  enfoque  em  APLs.     Tabela 1 – Aspectos das governanças analisados e sistematizados

Fonte: Elaboração própria dos peritos.

4.  O  APL  de  TIC  em  Recife,  por  ter  nascido  de  spin  off  da  Universidade  e  devido   ao   elevado   nível   de   empreendedorismo   e   segmentação   do  mercado  do  segmento  de  TIC,  apresenta  alto  nível  de  cooperação  privada  e  especialização.  As  pequenas  empresas  tem  seu  espaço  e  cooperam  com  as  grandes  empresas.  O  setor  público  estadual  entrou  depois,  criando  uma  

TIC EMHO Metal-mecanico BIOTEC Apicultura

Estrutura - 200 pequenasempresas;- 4 gradesinternacionais;- CESAR;- Segmentosespecializados;-Elevada Cooperação.

- 69 empresas;- 80% pequenas;- 20% médias;Baixa Cooperação.

- CSN;-Empresas âncorasautomotriz + 471 metal-mec. + 79 plásticoCooperação específica:fornecedores e empresasâncoras.

- 57 empresas pequenas;-Segmentos especia-lizados.

Média cooperação

-1.600 agricultores cooperados+- Unidade Institucional+CENTAP-­‐Cooperaçãovertical

Coordenação - OSCIP;- Núcleo de Gestão doPorto Digital(NGPD);

FundaçãoMunicipal;FIPASE (CEDINA+3Incubadoras+NúcleoTecnológico).

- Sindicato;- METALSUL+SEBRAE+FIRJAN.

- AMBIOTEC (30empresas);Associação Civil dedireito Privado +FIEMG+SEBRAE+SEDE (MG).

- CASA APIS;-CooperativaCentral +9-Cooperativas-Conselho Consultivo-Camara Setorial de Apicultura.

Política Pública - Governo PE;Porto Digital -Revitalização urbanaAPL TIC + APLEconomiaCriativa;- Programa PRO APLcom BID.

- Prefeitura;- Governo SP;-Parque TecnológicoUSP.

- SEDEIS – RJ;- Problemas de infraestrutura e Meio Ambiente.

- Governo MG temSuperintendência deAPL e Programa com oBID.

- SEDEC – PI;FBB;Sebrae;CODEVASF.

Page 15: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

15    

ambiência  favorável  ao  empreendedorismo,  à  infraestrutura  urbana  e  aos  incentivos  fiscais,  além  do  marketing  territorial  e  setorial  do  segmento.   5.   Já   no   APL   de   EMHO   de   Ribeirão   Preto,   convivem   pequenas   e  médias  empresas,  as  pequenas  empresas  nasceram  de  turn-­‐over  de  profissionais,  muitos   dos   quais   abriram   suas   próprias   empresas,   gerando   conflitos  pessoais   nessa   movimentação   que   dificultam   o   desenvolvimento   de  relações   de   cooperação   horizontais.   O   setor   público   municipal   criou  instância   de   gestão   para   apoiar   o   aglomerado,   a   qual   estimula   à   ação  conjunta,   a   captação   de   recursos,   a   aproximação   entre   universidade   e  empresa   e   a   articulação   com  outros   atores   governamentais   tais   como  o  Governo  do  Estado,  o  SEBRAE,  a  FINEP  e  o  CNPQ.    6.   O   APL   de   Biotecnologia   de   BH,   composto   de   pequenas   empresas   de  base   tecnológica   que   nasceram   das   incubadoras   universitárias   e   de  profissionais   aposentados   da   Universidade,   também   tem   uma   estrutura  empresarial  horizontal.  Começaram  a  se  organizar  mais  recentemente  ao  criar   uma   associação   de   empresas   do   segmento   de   biotecnologia,   na  ambiência  da   Federação  das   Indústrias   e   com  o  apoio  desta.  O  Governo  estadual  tem  estimulado  o  setor  com  seu  Programa  de  Apoio  aos  APLs.  Já  o  SEBRAE,  inicialmente  apoiou  o  segmento,  mas  atualmente  não  os  apoia  mais,  alegando  que  como  as  empresas  já  tem  faturamentos  maiores,  não  se  enquadram  mais  no  foco  de  sua  ação.  

7.   O   APL   metalmecânico   do   Médio   Paraíba   fluminense,   historicamente  criado  a  partir  da  Companhia  Siderúrgica  Nacional  (CSN)  e  em  seguida  por  grandes  empresas  do  setor  automotivo  que  foram  atraídas  para  a  região,  tem  uma  estrutura  de  governança  peculiar.  Não  existe  uma   instância  de  governança  formalizada,  apenas  um  acordo  firmado  entre  os  atores-­‐chave  (FIRJAN,  SEBRAE,  Secretaria  de  Desenvolvimento  Econômico  do  Estado  RJ  e  Metalsul,  que  representa  as  pequenas  empresas),  do  qual  não  participa  as   grandes   empresas.   Entretanto,   esses   atores   juntos   tem   conseguido  atrair  as  grandes  empresas  em  rodadas  de  negociação  com  fornecedores  de   pequeno   porte.   Os   atores-­‐chave   não   tem   tido   força   para   resolver  problemas  cruciais  de  infraestrutura  e  sustentabilidade  ambiental.    8.   O   APL   de   apicultura/mel   do   Piauí   tem   uma   estrutura   empresarial  diferenciada,   formado   por   9   cooperativas   singulares   de   agricultores  familiares,   as   quais   constituíram   uma   cooperativa   central,   para   quem  fornecem  o  mel  que  é  beneficiado  pela  cooperativa  central  (Casa  Apis).  A  cooperativa  Central  detentora  da  estrutura  industrial  de  beneficiamento  é  

Page 16: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

16    

de  propriedade,  portanto,  das   cooperativas   singulares,   com  uma   relação  capital/trabalho  diferenciada   e   caracterizada  por   princípios   da   economia  solidária.   O   APL   ,   entretanto,   é   ainda   muito   dependente   do   apoio   de  serviços  do  poder  público.  Tem  contado  com  apoio  da  Fundação  Banco  do  Brasil,  com  assistência  técnica  especializada  do  SEBRAE  e  de  infraestrutura  (obras   e   equipamentos)   do   Ministério   da   Integração,   através   da  CODEVASF.  O  Governo  do  Estado  reconhece  a  valoriza  o  APL  com  apoio  na  articulação   das   políticas   públicas   federais   no   Estado.   A   relação   entre  universidade  e  produtores  não  existe.    9.   Em   termos   de   modelo   jurídico-­‐institucional   das   instâncias   de  coordenação  dos  APLs,  encontramos  níveis  de  organização  distintos.  Duas  instâncias  de  gestão  mais  profissionalizadas  tais  como  o  NGPD-­‐Núcleo  de  Gestão  do  Porto  Digital  de  Recife  e  a  FIPASE-­‐Fundação  Polo  Avançado  de  Serviços  de  Saúde.  Ambas  contam  com  profissionais  (gestores  de  APL)  de  alto   nível,   tanto   do   ponto   de   vista   da   gestão   quanto   do   grau   de  conhecimento   específico   do   segmento.   Ambas   são   formalizadas  juridicamente,   sendo   que   a   primeira   na  modalidade   de  OS   (organização  social)  que  mantém  contrato  de  gestão  com  o  Governo  do  Estado,  e  tem  desenvolvido  outros  projetos  com  parceiros  diversos  do  setor  público  e  do  setor   privado,   com   autonomia   de   gestão.   A   segunda,   a   FIPASE,   foi  formalizada   como   fundação   pública   de   direito   privado,   por   iniciativa   da  Prefeitura   Municipal,   a   qual   tem   sido   responsável   pela   manutenção   de  atividades   básicas   da   entidade   (incubadora   e   laboratório)   e  mobilização  dos  demais  parceiros  governamentais  e  lideranças  do  setor  privado.  Esses  dois  APLs,  não  por  acaso,  são  APLs  de  alto  nível  tecnológico.   10.  Dois  APLs  de  segmentos  tradicionais  –  metalmecânico  RJ  e  apicultura  no   Piauí   têm   instâncias   de   coordenação   não   formalizadas   e,   por  consequente,   não   profissionalizadas   em   termos   de   gestão   de   APL.   A  coordenação   do   APL   metalmecânico   do   RJ   é   liderada   pelo   sindicato  empresarial  Metalsul,  afiliado  da  FIRJAN,  e  mediante  acordo  firmado  com  o   Governo   do   Estado   e   SEBRAE,   desenvolvem   ações   de   apoio   com   a  abordagem  de  APL.  As  grandes  empresas  não  fazem  parte  desse  acordo  e  não   são   afiliadas   do   Sindicato  Metalsul.   Já   o  APL   de   apicultura,   tem   sua  instância   de   governança   liderada   pela   própria   cooperativa   central   que  coordena  as  demais  cooperativas  e  se  articula  com  os  parceiros  públicos  através   de   um   Conselho   Consultivo   na   escala   local   e   outro   na   escala  Nacional   (onde   participam   representantes   de   entidades   do   governo  federal).   As   decisões   de   negócios   são   ainda   muito   centralizadas   na  

Page 17: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

17    

Diretoria  da  cooperativa  Central,  em  especial  na  figura  do  seu  presidente  eleito.    11.  Por  último,  mas  não  menos  importante,  está  o  modelo  de  governança  do  APL  de  Biotecnologia  de  BH.  Os  empresários  do  setor  decidiram  criar  uma   associação   empresarial   específica,   que   os   diferenciasse   do   setor  farmo-­‐químico   no   interior   da   FIEMG,   a   AMBIOTEC.   A   entidade   ainda   é  jovem   e   pretende   se   transformar   em   um   sindicato   para   ter  mais   poder  dentro  da  FIEMG  e  ter  mais   influência  política  externa.  A  AMBIOTEC  está  iniciando   seu   processo   de   profissionalização,   já   conta   com   um   gestor  profissional   contratado   que   tem   organizado   comissões   temáticas   para  atuação  conjunta,  apoiando  a  elaboração  de  projetos  na  área  de  formação  e   inovação.  A  AMBIOTEC  ainda  depende  muito  do  apoio  do  Governo  do  Estado,  o  qual,   junto  com  a  FIEMG  desenvolve  um  Programa  de  Apoio  a  APLs  que  contempla  o  segmento  de  Biotecnologia  de  BH.    12.   Em   suma,   embora   saibamos   que   o  modelo   jurídico   não   seja   o   fator  mais   relevante   para   uma  boa   governança   do  APL,   sua   constituição   deve  favorecer   a   cooperação   privada   e   a   parceria   com   os   poderes   públicos,  inclusive  em  termos  práticos  com  respeito  ao  repasse  de  recursos  públicos  para   entidades   privadas,   o   que   tem   sido   um   problema   na   legislação  brasileira.    13.  A  relação  Universidade-­‐empresa  a  existência  de  projetos  conjuntos  de  inovação   ainda   é   frágil   na   maioria   dos   APLs,   com   problemas   de  propriedade   intelectual,  o  que  está  a  exigir  uma  maior  profissionalização  da  gestão  na  perspectiva  de  cluster.   14.   O   desafio   da   internacionalização,   para   aqueles   APLs   que   assim  desejam,   também   exigem   uma   maior   profissionalização   da   gestão   de  clusters  das  parcerias  público-­‐privadas.    15.  Da  mesma  forma,  as  políticas  públicas  pró-­‐cluster  (aquelas  que  levam  em   conta   o   coletivo   e   as   especificidades   do   aglomerado)   ainda   são  incipientes  no  Brasil,  seja  em  nível  federal,  estadual  ou  municipal.      Posteriormente   à   apresentação   dos   peritos,   os   representantes   dos  clusters   europeus   e   dos   APLs   brasileiros   fizeram   breves   apresentações  sobre   o   trabalho   desenvolvido   com   as   empresas.   Mesmo   que   as  apresentações  dos  clusters  europeus  não  tenham  se  centrado  na  questão  da  governança  em  si,  pelos  debates  no  workshop,  percebe-­‐se  uma  maior  

Page 18: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

18    

profissionalização   dos   clusters   apresentados   em   termos   de   gestão   de  cluster.    O   mesmo   acontece   em   termos   de   política   pró-­‐cluster,   onde   a   União  Europeia   já   acumula  mais  experiências  que  o  Brasil,   embora  enfrente  os  mesmos  problemas  de  governança.   Durante   a   discussão   que   seguiu   às   apresentações,   ocorreu   um   debate  intenso  sobre  a  viabilidade  de  aplicar  a  metodologia  de  benchmarking  (o  rótulo  de  qualidade)  para  cluster  management  desenvolvido  pelo  Cluster  Excellence.   De   uma   extensa   lista   de   indicadores   considerados   pela  metodologia   de   benchmarking,   poderiam   ser   selecionados   os   mais  adequados   ao   contexto   de   gestão   dos   APLs   e   permitir   assim   uma   base  homogênea  de  comparação  em  quanto  a  excelência  na  gestão  dos  clusters  e  os  APLs  entre   a  U.E.   e  o  Brasil.  A   implementação  de   indicadores  pode  colaborar  para  a  melhor  avaliação  das  ações,  bem  como  para  o  êxito  das  mesmas.   Essa   ferramenta   poderia   adicionalmente   permitir   identificar  áreas   especialmente   deficientes   por   parte   gestores   de   APLs   no   Brasil,  colaborando  no  desenho  de  programas  de  formação  mais  focados.   3.4. RECOMENDAÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS  Diante  do  exposto,  os  peritos  apresentaram  as  seguintes  recomendações  para   futura   cooperação   Brasil-­‐União   Europeia:   Dois   temas   podem   ser  objeto   da   cooperação:   gestão   de   cluster   (iniciativas   locais)   e   políticas  públicas  pró-­‐cluster  (âmbitos  nacional  e  estadual).    Em   primeiro   lugar,   deve-­‐se   promover   através   do   GTP-­‐APL   a   discussão  sobre  os  dois  temas:  as  experiências  de  governança  no  Brasil  e  os  desafios  da   profissionalização   de   gestores   de   cluster,   as   experiências   de   políticas  públicas   pró-­‐cluster   e   as   necessidades   de   capacitação   de   gestores   de  política   pró-­‐cluster,   com   vistas   a   envolver   as   instituições   parcerias,   no  nível   federal,   sobre   as   necessidades   de   cooperação   inicialmente  identificadas.  Da  mesma  forma  com  a  presença  dos  núcleos  estaduais.    No   tema  de  políticas,  é  necessário   fazer  a   troca  de  experiências,  através  de   seminários   no   Brasil   com   a   participação   de   gestores   de   políticas   na  Europa  e  visitas  de  gestores  públicos  a  experiências  europeias.  Além  disso,  foi   consenso   que   é   preciso   capacitar   tanto   gestores   públicos   em   nível  

Page 19: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

19    

estratégico   quanto   gestores   públicos   em   nível   de   implementação   das  políticas.    Quanto  ao  tema  da  gestão  de  cluster,  em  nível  local,  parece  ser  consenso  de   que,   mesmo   não   sendo   possível   um   modelo   único   de   excelência,   é  salutar   fazer   benchmarking   de   gestão   de   cluster,   com   um   check   list   de  indicadores   para   medir   boas   práticas   em   governança   no   Brasil   e   sua  disseminação.   Da   mesma   forma,   é   consenso   sobre   a   necessidade   de  promover   a   capacitação   de   gestores   de   cluster,   com   vistas   a   contribuir  com   sua   profissionalização.   Considerando   que   já   tem   experiências   de  formação   de   gestores   de   cluster   no   Brasil   (RedeSist   e   universidades  brasileiras),   recomenda-­‐se   que   as   atividades   da   cooperação   venham  fortalecer   e   ampliar   essas   iniciativas   brasileiras,   com   a   ação   conjunta   e  formação  de  multiplicadores.    Considerando   que   o   Sistema   Indústria   no   Brasil   ainda   trabalha   e   se  organiza  pelo  recorte  setorial,  é  preciso   inserir  a  abordagem  de  cluster  e  desenvolvimento   territorial   no   interior   das   organizações   do   Sistema  Indústria,   envolvendo   seus   profissionais   e   lideranças   empresariais   nas  ações  de  cooperação  acima  identificadas.   Especificamente  sobre  os  resultados  da  missão  de  estudo,  as  experiências  do   Governo   do   Estado   de  Minas,   que   tem   uma   Superintendência   e   um  Programa   de   Apoio   aos   APLs   no   Estado,   em   parceria   com   o   sistema  indústria,   e   a   iniciativa   da   Prefeitura   de   Ribeirão   são   exceções   e  constituem-­‐se   em   boas   práticas   a   serem   estimuladas.   Igualmente,   a  organização  sindical  com  abordagem  de  APL,  como  é  o  caso  da  AMBIOTEC,  poderia  ser  estimulada  no  interior  do  Sistema  Indústria  no  Brasil.    O   modelo   de   organização   de   produtores   em   cooperativas   singulares   e  cooperativas   centrais   como  no   caso   da   Casa  Apis   pode   ser   fortalecido   e  apoiado  quando  a  formação  do  segmento  produtivo  assim  o  permitir.  Os  pequenos   produtores   no  meio   rural   ainda   precisam   do   apoio   de   atores  governamentais   para   construir   seus   serviços   de   apoio   ao   segmento.   É  preciso  estimular  a  formação  de  redes  de  negócios  e  redes  de  inovação  e  para   tanto  é  necessário   firmar  acordos  de  cooperação   técnico-­‐financeira  público-­‐privada  que  atendam  as  necessidades  específicas  do  APL,  além  da  formação  em  gestão  empresarial  e  na  perspectiva  de  cluster.    Por   fim,   as   ações   de   cooperação   futura   devem   levar   em   conta   as  diferenciações   de   cluster   entre   regiões   e   segmentos   da   indústria   e   da  

Page 20: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

20    

agropecuária   no   Brasil,   inclusive   quanto   a   oportunidade   de   se   utilizar   a  abordagem  de  cluster  para  o  desafio  brasileiro  de  inclusão  sócio-­‐produtiva  e  para  o  desafio  Europeu  de  adoção  de  políticas  ativas  de  emprego  (anti-­‐crise)  a  partir  de  seus  aglomerados  regionais.      

4. AÇÃO PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA CLUSTER X CLUSTER BRASIL - UNIÃO EUROPEIA 4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO  A  ação  “União  Europeia  e  Brasil:  cooperação  cluster  x  cluster”  configura-­‐se  na   elaboração   de   um   estudo   de   mapeamento   dos   clusters   mais  estruturados   e   consolidados   no   Brasil   e   na   União   Europeia,   de   modo   a  possibilitar   a   identificação   das   partes   e   viabilizar   cooperações.  Consideram-­‐se  clusters  mais  estruturados  e  consolidados  as  aglomerações  de   empresas,   localizadas   em   um   mesmo   território,   que   apresentam  especialização   produtiva   e   mantêm   vínculos   de   articulação,   interação,  cooperação   e   aprendizagem   entre   si   e   com   outros   atores   locais,   como  governo,   associações   empresariais,   instituições   de   crédito,   ensino   e  pesquisa.   Portanto,   o   principal   objetivo   da   ação   é   “promover   a  cooperação   Cluster   x   Cluster   Brasil   -­‐   União   Europeia   (EU),   com   vistas   a  compartilhar   informações,   ferramentas   e   experiências   na   promoção   da  excelência   em   clusters   entre   instituições   relacionadas   à   temática   de  desenvolvimento   de   clusters,   assim   como   fortalecer   e   promover   a  cooperação  empresarial  de  pesquisa  e  tecnológica  entre  clusters  da  União  Europeia  e  do  Brasil.”    Esse  objetivo  se  concretiza  em:    • Estabelecer   e/ou   reforçar   vínculos   de   cooperação   técnica   entre  

instituições   responsáveis   pela   gestão   da   política   regional   da   U.E.   e  instituições  brasileiras  congêneres.  Esses  vínculos  poderão  ser  no  nível  Brasil   (Federal)   –   UE   (supranacional),   Brasil   (nacional)   –   Países  membros  (nacional),  ou  Estados  brasileiros  –  Regiões  Europeias.    

Page 21: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

21    

• Elaborar  um  Estudo  com  o  mapeamento  dos  clusters  mais  estruturados  e   consolidados  no  Brasil   e   a   identificação  dos   clusters   europeus  mais  relevantes  para  estabelecer  projetos  de  cooperação  que  permitam  (a)  compartilhar   melhores   práticas   no   nível   das   governanças   e   (b)  influenciar  diretamente  o  posicionamento  estratégico  e  mercadológico  das  empresas  nos  clusters  brasileiros.  

 

Esta   ação   foi   desenvolvida  por  um  perito   sênior   local,   Fabio   Stallivieri,   e  por  uma  perita  sênior  externa,  Inés  Sagrario.  Ainda  cabe  desatacar,  que  o  foco  analítico  e  metodológico  de  Arranjos  Produtivos  Locais,  da  forma  que  foi   interpretado   e   adequado   para   implementação   de   ações   de   apoio   no  Brasil,  vem  priorizado  estruturas  produtivas  marcadas  pela  forte  presença  de  micro  e  pequenas  empresas.   Em   sua  maioria,   os  APLs   identificados  e  que   são   foco   de   apoio   de   ações   governamentais   e/ou   de   outras   esferas  institucionais,   possuem   em   sua   estrutura   produtiva,   uma   forte  concentração  de  empresas  de  menor  porte.  Não  cabe  aqui  analisar  se  este  enfoque  esta  sendo  utilizado  corretamente  pelos  formuladores  de  política  ou  pelas  instituições  de  apoio.  Ressalta-­‐se,  apenas,  que  a  maioria  doa  APLs  destacadas   e   analisadas   no   estudo,   em   função   desta   característica,  constata-­‐se  a  forte  presença  empresas  de  menor  porte.     4.2. DESCRIÇÃO DA AÇÃO O  estudo  em  questão  demandou  a  elaboração  de  um  conjunto  de  Banco  de  Dados,   a   partir   dos   quais   foi   possível   identificar   os  APLs   brasileiros   e  europeus   com  possibilidade   de   cooperação.  O   primeiro   Banco   de  Dados  (BD1)   objetivou   fornecer   à   equipe   de   pesquisa   uma   visão   abrangente  sobre  o  universo  de  APLs  brasileiros.  As  informações  que  deram  origem  a  este   banco   de   dados   foram  obtidas   a   partir   da   aglutinação   dos   arranjos  produtivos  identificados  nos  projetos  de  pesquisa  Análise  do  Mapeamento  e  das  Políticas  para  Arranjos  Produtivos  Locais  no  Sul,   Sudeste  e  Centro-­‐oeste   do   Brasil   e   Análise   do  Mapeamento   e   das   Políticas   para   Arranjos  Produtivos   Locais   no   Norte   e   Nordeste   do   Brasil6.   Adicionalmente,   as  informações  obtidas  nestes  dois  estudos,  foram  “cruzadas”  com  a  base  de  

                                                                                                                         6  Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Apoio_a_estudos_e_pesquisas/BNDES_FEP/pesquisa_cientifica/apls.html.  

Page 22: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

22    

APLs   do   GTP-­‐APLs/MDIC.   Como   resultado   deste   processo   foi   elaborado  um  banco  de  dados  contendo  o  universo  de  APLs  brasileiros  (BD1).    O   segundo   Banco   de   Dados   (BD2)   foi   desenvolvido   a   partir   das  informações  agrupadas  no  BD1.  Foram  aplicados  alguns  filtros  no  BD1  os  quais  permitiram  identificar  os  APLs  mais  estruturados  que  integrariam  o  BD2.  Ressalta-­‐se  que  os  APLs  selecionados  para  o  BD2,  deveriam  atender  um  critério  inicial,  qual  seja,  serem  APLs  estruturados  e  com  potencial  de  colaboração   com   os   clusters   da   União   Europeia.   Adicionalmente,   o   BD2  também   deveria   contemplar   ao  menos   1   APL   por   Estado   da   Federação,  segundo  requerimento  do  MDIC.    O   BD2   é   composto   por   um   total   de   84   APLs,   sendo   que   destes   33  desenvolvem  atividades  de  base  industrial,  21  de  base  agroindustrial,  8  de  serviços,   17   de   turismo   e   artesanato   e   5   de   base  mineral.   Em   relação   à  localização   geográfica   dos  mesmos,   foi   identificado   ao  menos   1  APL   por  UF,   sendo  que  nos  estados  de  São  Paulo,  Minas  Gerais,  Rio  de   Janeiro  e  Ceará,  são  os  que  mais  se  destacam,  com  7,  8,  6  e  6  arranjos  identificados  respectivamente.    Dos   APLs   que   desenvolvem   atividades   industriais,   19   referem-­‐se   a  indústrias   tradicionais,   como  por  exemplo,   têxtil,   confecções  e  madeiras.  Os   demais   APLs   estão   relacionados   a   atividades   mais   intensivas  tecnologicamente,   como   instrumentos   médico-­‐hospitalares,   eletrônica   e  metal   mecânica.   Em   relação   à   localização   destes   arranjos   há   uma   forte  predominância  da   região   Sul   e   Sudeste   (27   arranjos).  Os   estados  de   São  Paulo  e  Minas  Gerais   são  os  que  apresentam  o  maior  número  de  APL,  5  cada.    Ainda   constam   no   BD2   21   APLs   atuam   de   forma   difusa   por   uma   ampla  gama  de  atividades  da  agroindústria.  As  atividades  que  mais  se  destacam  são  a  piscicultura  (com  4  APLs),  a  ovino-­‐caprinocultura  (com  3  arranjos)  e  a   fruticultura  (com  3  APLs).  A  distribuição  geográfica  dos  APLs  revela  um  peso   maior   dos   estados   do   Norte   e   Nordeste   nestas   atividades.   Nos  demais  APLs  identificados  para  compor  o  BD2,  8  atuam  em  atividades  de  serviços,   mais   especificamente   TICs   e   audiovisual.   Nas   atividades   de  turismo   e   artesanato   foram   selecionados   17   arranjos,   sendo   que   os   5  restantes  são  de  base  mineral.   A  elaboração  do  BD3  foi  desenvolvida  em  paralelo  ao  processamento  das  informação   do   BD2.   O   Banco   de   Dados   inclui   clusters,   empresas   e  

Page 23: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

23    

instituições  de  referência  na  União  Europeia,  identificados  como  possíveis  parceiros   dos   APLs   brasileiros   incluídos   no   BD2.   Adicionalmente,   o   BD3  apresenta  também  os  APLs  brasileiros  selecionados,  a  partir  do  BD2,  para  possíveis  parcerias  /  cooperação  com  os  clusters  da  União  Europeia.    Com  base  no  conjunto  de   informações   identificadas  no  BD1,  BD2  e  BD3,  foram  selecionados  um  conjunto  de  24  APLs  brasileiros,  com  potencial  de  participar   do   processo   de   cooperação   Cluster   X   Cluster   com   a   União  Europeia.  Cabe  destacar  que  o  conjunto  de  procedimentos  metodológicos  implementados   permitiu   identificar,   num  primeiro  momento,   o   universo  de  APLs  brasileiros.  Posteriormente,  com  base  neste  universo,  foi  possível  identificar   os   arranjos   brasileiros   mais   estruturados   e   com   potencial   de  colaboração   com   a   União   Europeia.   Por   fim,   compatibilizando   estas  informações  com  o  banco  de  dados  da  União  Europeia  foram  selecionados  os  APLs  brasileiros  para  os  quais  foram  sugeridas  as  ações  de  colaboração.  Ressalta-­‐se   que   este   último   procedimento   foi   de   fundamental  importância,  para  o  estudo  em  questão,  uma  vez  que  é  necessário,  para  que   se   implemente   qualquer   processo   de   colaboração,   que   existam  estruturas   similares   às   identificadas   no   Brasil,   em   termos   de   estrutura  produtiva,   dinamismo   tecnológico,   infraestrutura   institucional,   etc.,   na  União  Europeia.    A  Tabela  2  apresenta  os  APLs  brasileiros  selecionados,  os  clusters  da  União  Europeia  identificados  com  possibilidade  de  desenvolvimento  de  ações  de  colaboração   com   os   APLs   brasileiros,   bem   como,   as   possíveis   áreas   de  colaboração.   Nota-­‐se   que,   para   alguns   casos,   há   uma   “repetição”   dos  clusters   europeus.   Este   fato   decorre   das   características   similares,   em  termos   de   atividades   e   ações   sugeridas,   para   os   APLs   brasileiros.   Cabe  destacar   que   o   conjunto   de   APLs/Clusters   identificados,   tanto   no   Brasil,  quanto  na  União  Europeia,  buscou  contemplar  estruturas  que  atendam  os  seguintes  critérios:    a) APLs/Clusters   para   futura   estruturação   de   REDE   para   relacionamento  

entre   empresas   no   Brasil   e   na   União   Europeia,   para   intercâmbio  técnico,  de  negócios  e  de  experiências  em  gestão  de  clusters;    

b) APLs/Clusters,  no  Brasil  e  na  União  Europeia,   com  maior  potencial  de  complementariedade  produtiva;  

 

Page 24: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

24    

c) APLs/Clusters,  no  Brasil  e  na  União  Europeia,   com  maior  potencial  de  cooperação  técnica.  

Neste   sentido,   as   ações   sugeridas   buscaram   dar   conta   destas  especificidades.  Estas  ações   foram  sugeridas  para  o  conjunto  de  24  APLs  brasileiros   identificados   e     apresentadas   de   forma   individual   para   cada  arranjo.   O   objetivo   desta   ação   consistia   em   verificar   o   interesse   dos  arranjos  em  participar  das  ações  de  colaboração.  Cabe  destacar,  que  estas  ações   foram   encaminhadas   aos   Núcleos   Estaduais   integrantes   do GTP/APLs,  pelo  MDIC,  para  que  os  mesmos  encaminhassem  aos  arranjos.  Das  24  propostas  apresentadas  aos  APLs,  9  foram  aceitas.    Adicionalmente  e  conforme  as  diretrizes  extraídas  da  primeira  reunião  de  trabalho   celebrada   em   Brasília   em   março   2012,   foi   apresentado   um  conjunto  de  ações  que  não  são  especificas  aos  APLs.  Estas  ações  referem-­‐se   à   colaboração   em  melhores   práticas   na   governança   dos   clusters   e   as  ações   de   cooperação   técnica   entre   instituições   responsáveis   pela   gestão  da   política   regional.   O   primeiro   conjunto   busca   identificar   ações   de  capacitação  e  reconhecimento  no  sentido  de  difundir  melhores  práticas  na  governança   dos   clusters,   particularmente   aproveitando   as   experiências  europeias   com   o   programa   de   Cluster   Excellence.   Já   o   segundo,   sugere  ações   de   capacitação   e   troca   de   experiências   entre   as   instituições  responsáveis  pela  gestão  da  política  regional.        

Page 25: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

25    

Tabela 2 - APLs Brasileiros e da União Europeia identificados para o processo de colaboração Estado APL Cluster / Estrutura da União Europeia

                                                       Estado    

                               APL  

Cluster  /  Estrutura  da  União  Europeia  

Áreas  referentes  às  Ações  propostas  

Estruturação  de  REDE  para  relacionamento  entre  

empresas  no  Brasil  e  na  U.  E.  

Potencial  de  complementariedade  

produtiva  

Potencial  de  cooperação  técnica  

Sul  

RS  Móveis   Polônia  +  Ikea  (Suécia)        

Gemas  e  Jóias   Vicenza,  Itália        

SC  Metal  Mecânico   Celje  e  Ljubljana,  Eslovênia        

Confecções   Barcelona.  Espanha        

PR   Software   Torino,  Itália        

Sude

ste  

SP  

Calçados   Elche,  Espanha        

Cerâmica   Barcelona  (eficiência  energética),  Espanha  

     

Equipamentos  Médicos  /  Campinas  

Helsinki,  Finlândia          

RJ   Petróleo  e  gás   NODE  Sorlandet,  Noruega        

MG  Biotecnologia  

Medicon  Valley  (Dinamarca)  e  Europa  Central  

     

Turismo  Diamantina  /  Ouro  Preto  

Ardeche,  França        

ES   Rochas   Carrara,  Itália        

Centro-­‐oeste  

MS   Bonito   Lanzarote,  Espanha        

MT   Carne   Agrostep,  Triangle  Region,  Dinamarca  

     

Norde

ste  

PB   OvinoCaprino   Agrostep,  Triangle  Region,  Dinamarca  

     

AL   Piscicultura   Londres  +  Humberside,  UK        

MA   Turismo  (Lençois)   Lanzarote,  Espanha        

PE  TICs  Recife   Torino,  Itália        

Audiovisual   Barcelona  Media,  Espanha        

BA    Turismo  Congressos  e  

Convenções   Viena,  Áustria        

CE  Fruticultura   Food  Valley  -­‐  Wageningen  &  Fresh  

Park  Venlo,  Holanda  

     

Floricultura   Dutch  Flower  cluster,  Holanda        

Norte   AM   Fitoterápicos  

Oresund  Food  e  Medicon  Valley,  Dinamarca  e  Suécia  

     

AP   Açaí   Oresund  Food,  Dinamarca  e  Suécia        

Page 26: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

26    

4.3. DISCUSSÃO DO WORKSHOP A  discussão  da  ação  foi  realizada  em  duas  etapas.  Na  primeira,  os  peritos  local  e  externo  apresentaram  o  objetivo  da  ação,  a  revisão  da  metodologia  utilizada,   o   detalhamento   das   nove   (9)   propostas   de   colaboração  estratégica   selecionadas,   e   outras   propostas   de   melhores   práticas   em  governança   e   políticas   públicas.   Destacou-­‐se   a   importância   de   incluir   as  primeiras  ações  propostas  no  estudo  (que  incluem  viagens  de  prospecção  e  contato   inicial  e  seminários  nos  APLs  brasileiros)  como  primeiro  passo,  com  um  objetivo  claro  de  foco  no  direcionamento  estratégico.    Adicionalmente,   seguindo   as   discussões   das   sessões   anteriores   do  Workshop,  propôs-­‐se  promover  áreas  temáticas  de  colaboração,  dentre  as  selecionadas  durante  o  estudo  realizado  pelos  peritos.  Dessa  forma,  foram  definidas  as  áreas  de    Agroalimentares,  Saúde,  Economia  Criativa.  Na  área  de   manufaturas   de   design   (móveis,   joias,   etc.),   foram   identificadas  dificuldades  de  estruturar  ações  de  cooperação  em  que  ambos  os  clusters  (do   Brasil   e   da   EU)   obtivessem   ganhos   (ações   de   cooperação   do   tipo  “ganha   ganha”),   pois   frequentemente   as   empresas   estarão   interessadas  apenas   em   ampliar   sua   inserção   comercial,   através   da   expansão   do   seu  mercado   para   o   exterior,   e   não   em   projetos   de   cooperação   técnico   /  produtiva   internacionais.   Propôs-­‐se,   adicionalmente,   uma   quarta   área  temática  que  englobasse  de  forma  genérica  todos  os  APLs  relacionados  à  denominação   “smart   cities”   (mobilidade,   eficiência   energética,   etc.)   pelo  interesse  que  essa  temática  comporta  tanto  na  EU  como  no  Brasil.    As   propostas  de   cooperação  em  melhores  práticas  de   governança   visam  promover   tanto   a   capacitação   de   cluster  managers  e   de  multiplicadores  com  base  nos  materiais  desenvolvidos  pelo  programa  Cluster   Excellence,  quanto  ao  esforço  pelo  reconhecimento  do  trabalho  realizado  por  cluster  managers  destacados,  valorizando  o  perfil  dos  mesmos,  e  aproveitando  as  ferramentas   de   benchmarking   europeias   (Label   “Bronze”)   adequando-­‐as  ao  contexto  brasileiro.      Já   na   área   de   aprendizagens   de   políticas,   propõe-­‐se   atividades   que  facilitem   a   troca   de   experiências   entre   representantes   de   governo   e  políticos   tanto   brasileiros   como   europeus,   assim   como   atividades   de  capacitação  focadas  nos  perfis  e  disponibilidades  desse  tipo  de  pessoas.    Num   segundo   momento,   os   convidados   dos   clusters   internacionais  apresentaram   informações   sobre   direcionamento   estratégico   dos   seus  

Page 27: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

27    

clusters,  experiências  prévias  com  projetos  de  cooperação  internacional  e  quais  os  motivos  pelos  quais  estão  interessados  em  uma  colaboração  com  APLs  brasileiros.    Das  experiências  internacionais  apresentadas,  algumas  conclusões  se  destacam  para  projetos  de  cooperação:    • Experiências   previas   que   deram   errado   são   aquelas   onde   o   objetivo  

último  era  simplesmente  “networking”,  sem  uma  estratégia  e  um  foco  claro.   Após   as   primeiras   reuniões   e   contatos,   a   colaboração   perdeu  fôlego.    

• Projetos   de   cooperação   incluindo   estabelecimento   de   escritórios  regionais   conjuntos,   pode   facilitar   a   expansão   internacional   das  empresas  nos  clusters.    

 • Esforços   de   cooperação   entre   clusters   locais   (dentro   do  mesmo  país)  

não   tiveram  muitos   resultados  por  estarem  demasiadamente   focados  no  mercado  interno.    

•  Para   aproveitar   os   aprendizados   nos   esforços   de   cooperação   é  importante  evitar  a  participação  em  projetos  de  colaboração  com  um  alcance  muito  maior  à  capacidade  de  atuação  do  APL.  

5. CONCLUSÕES E ENCAMINHAMENTOS As   áreas   de   cooperação   que   foram   identificadas   pelo   Dr.   Reinhard  Büscher,  da  Direção  Geral  de  Empresa  e   Indústria  da  Comissão  Europeia,  foram  as  seguintes:    1.  Observatórios:        

 • É   fundamental   que   nos   bancos   de   dados,   tanto   brasileiro   como  

europeu,   fique   claro  que   clusters   estão   interessados  em  cooperações  internacionais  e  em  quais  áreas  específicas.    

• Os   APLs   pré-­‐identificados   no   estudo   de   cooperação   cluster   x   cluster  para  ações  de  colaboração  deveriam   incluir  os  perfis  no  Observatório  como  requerimento  indispensável.  

Page 28: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

28    

 • Devem-­‐se  estabelecer  boas  conexões  virtuais  entre  o  Observatório  no  

Brasil  e  o  Cluster  Collaboration  Platform  da  U.E.,  para  que  se  facilite  a  interação,  obviamente  em  inglês  (aqueles  interessados  em  cooperação  internacional  precisam  ser  fluentes  na  língua  franca  dos  negócios).  

 2.  Governanças:  

 • Discutiu-­‐se   extensamente   sobre   a   aplicação   das   ferramentas   de  

benchmarking   desenvolvidas   pelo   programa   de   Cluster   Excellence   da  EU   no   contexto   do   Brasil.   Com   as   adequações   locais   pertinentes,   o  benchmarking   deveria   ser   aplicado   aos   APLs   brasileiros   que   tenham  interesse   em   avançar   com   as   ações   de   colaborações   com   os   clusters  europeus,  pois  considera-­‐se  isso  um  “cartão  de  visita”  internacional.    

3.  Cooperação  cluster  x  cluster:    

• Existem   áreas   temáticas   (biotecnologia,   tecnologias   limpas,   eficiência  energética   e   produtos   alimentares)   onde   já   existem   consórcios  europeus   estabelecidos   para   explorar   colaborações   internacionais.  Avanços   nessas   áreas   que   já   estão   mais   desenvolvidas   na   Europa  (alguns  consórcios   inclusive   já  participaram  de  missões  de  prospecção  ao   Brasil)   poderiam   servir   como   exemplos   do   tipo   de   resultados   que  podem  ser  obtidos  com  essas  cooperações.    

• O   conjunto   de   ações   da   Comissão   Europeia   e   do   MDIC   deve   ser  principalmente  de  facilitador,  atendendo  adicionalmente  a  amplitude  e  a   inclusão   de   atores   beneficiados.   Nesse   sentido,   as   ações,   devem  manter-­‐se  abertas  à  participação  de  qualquer  APL  ou  cluster  que  tenha  as  condições  de  aproveitar  esforços  de  cooperação.  Deu-­‐se  o  exemplo  de   um   evento   de   “match-­‐making”,   que   ficaria   aberto   a   todos   os  participantes  interessados.    

O   MDIC   ficou   encarregado   de   articular   o   escopo   das   atividades   nas  próximas   semanas,   em   conjunto   com   o   Ministério   de   Integração   para  evitar   ações   descoordenadas.   Posteriormente   as   conclusões   serão  divulgadas  para  todos  os  participantes.    

Page 29: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

29    

ANEXO 1: PROGRAMA DO SEMINÁRIO 12/11/2012 Local: Auditório do MDIC

18h – 20h Abertura e coquetel

13/11/2012 Local: Sala 622 do MDIC

9h -9h30 Apresentação: Projeto Diálogos Setoriais - Presente e Futuro

Ricardo Romeiro

Reinhard Buscher

9h30 -10h30 Apresentação dos Observatórios do Brasil e da União Europeia e possibilidades de integração das duas plataformas

Rainer Sträter

Daniel Guedes

10h30 – 11h30 Debate

11h30 – 12h30 Síntese da ação e Encaminhamentos

12h30 – 14h Almoço

14h – 16h Apresentação dos resultados da Missão Técnica sobre Governança

Leonardo Piccinetti

Silvana Parente

16h – 17h Debate

17h – 18h Síntese da ação e Encaminhamentos

14/11/2012 Local: Sala 622 do MDIC

9h00 – 10h30 Apresentação do Estudo: “Perspectivas de Cooperação Técnica Cluster X Cluster Brasil - União Europeia”

Inés Sagrario

Fabio Stallivieri

10h30 – 11h30 Debate dos resultados com representantes dos APLs do Brasil e da EU

11h30 – 12h30 Síntese do evento e Encaminhamentos

12h30 – 13h Enceramento

Page 30: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

30    

ANEXO 2: PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO

Nome Instituição E-mail Telefone

Marcos Otavio B. Prates SDP/MDIC [email protected]

(61) 2027-7110

Ricardo Romeiro SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7187

Maria Cristina Milani SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7629

Samuel A. Antero Diálogos Setoriais – MPOG

[email protected]

(61)2020-4629

Josep Centelles i Portella Diálogos Setoriais [email protected]

(61) 2020 5082

Ana Tereza de Castro Diálogos Setoriais – MPOG

[email protected] (61)2020-4134

Reinhard Büscher DG Enterprise [email protected]

Juan Victor Montfort Delegação da

União Europeia no Brasil

[email protected]

Miguel Ivan L. de Oliveira

Ministério da Integração Nacional

[email protected] (61) 3414-5809

Maria Inês Garcia Núcleo Estadual/RJ [email protected] (21) 2332-8377

Pedro Preussler BRDE [email protected] (51)3215-4948

Marília Castro SUDECO/MI [email protected]

Aline Figlioli NE APL de Goiás [email protected] (62) 3201-5225

Fábio Stallivieri RedeSist/UFF [email protected] (21) 9434-7091

Inés Sagrario Competitiveness [email protected]

m (11) 9640-0050

Ivani Gonçalves SEDET-NE/ PI [email protected] (86) 99821129 (86)5211-0441

Aldeney José C. Nascimento

Núcleo Estadual/AM

[email protected] (92) 9981-

3044

Lakshmi Resende GDI/BH [email protected] (31)3263-4758

Marta Pessoa Projeto Mercosul Digital [email protected]

(21) 8222-0300

Leonardo Piccinetti European Project Association

[email protected]

Page 31: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

31    

Nome Instituição E-mail Telefone

Silvana Parente IADM [email protected] (85)99981932

Suzana Squeff Peixoto Silveira CNI [email protected]

(61) 3317-9483

Cristiano Silva CNI [email protected] (61)3317-9974

Dalton S. P. Marques APL de

Equipamentos Médicos –Ribeirão

Preto

[email protected] (16) 3911 3250

Daniel Stürzebecher MFG Innovation Agency - Alemanha

[email protected] 49(0)711-90715-368

Daniel Guedes Arpia Tec Info./IBM Business Partner [email protected]

Rainer Sträter Consultant / System Architect [email protected]

49 173 3181010

Rivelino Berlezi Bradesco [email protected] (11) 3684-4193

Elder Carlos de Carvalho Bradesco [email protected]

(11) 3684-4193

Erick Peter Pontes de Gouvea Bradesco [email protected] (61) 88455-

5137

Pedro Casagrande de Campos

APL TI de Londrina e Região

[email protected] (43) 3344-1112

Gabriel Henríquez APL TI de Londrina e Região

[email protected]

(43) 3344-1112 (11)99132-9523

Joel Franzim Junior APL TI de Londrina e Região

[email protected] (43) 3373-

8011

Juliana Ribeiro ASCOM/MDIC [email protected] (61)2027-7190

Allan Viríssimo ASCOM/MDIC [email protected] (61)2027-7190

Alessandro Mendes DNP [email protected] (61)81751583

Leandra P B Nascimento INMETRO [email protected] (96) 40099567

Magda Gonçalves Segovia

Núcleo Estadual / AP

[email protected] (96) 84018371

Polyana Targino APL Porto Digital

Recife [email protected] (81)9488-3781

Marco Vanzi Cluster Meccanica

Reggio Emilia - Itália

[email protected] 39-347-9147146

Mamen Martí BIOCAT - Espanha [email protected] 34 93 310 33 69

Helena Roraima Leite BNB [email protected] (61) 9918-1525

Carlos Osório Instituto de Desenvolvimento

[email protected] (61) 8111-4055

Page 32: Relatório do Workshop vF - sectordialogues.orgsectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/dpir0003... · 3" " colaboração" entre instituições brasileiras e europeias"

32    

Nome Instituição E-mail Telefone

Humano

Paulo Cesar Goncalves Egler UNB [email protected] (61)33073914

Iedo Brito SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7375