RELATORIO DE AVALIACAO EXTERNA

CONTRADITORIO Edi.litka8AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARRAZES (1009142) - LEIRIA

Na sequéncia do relatOrio elaborado pela IGE e em funcâo da avaliacâo externa levada a caboneste agrupamento, cumpre-nos aproveitar a legislacâo em vigor para efectuar o contraditOrio domesmo. Assim, procuraremos contraditar, seguindo todos os passos sequenciados no relatOrioproduzido pelos avaliadores.

Ao dominio RESULTADOS foi atribuido o resultado de SUFICIENTE, corn base num conjunto deargumentos que cumpre desmontar.

Verificamos que, na fundamentacao apresentada, a base desta atribuicäo consiste nas avaliacOesdo 3a ciclo, no ambiente educativo de aiguma indisciplina e no sentimento de pertenca que fazpressupor urn afastamento dos alunos da escola, caso o pudessem fazer, para alem de que nâoexiste uma pratica estruturada de resultados comparativos corn outros agrupamentos.

Quanto a comparacäo de resultados cabe-nos reconhecer o facto de tai nä° ser pratica comumentre as escolas, na sua globalidade.. No entanto, utilizamos sistematicamente os dados nacionaisemitidos sobre todas as escolas para verificarmos as conclusOes ai registadas, o que representa ocomportamento padrâo das instituicOes educativas. Ao nivel dos resultados internos, nuncarecebemos informacOes que nos permitissem identificar os locais onde é possivel estabelecer essacomparac5o, pelo que desconhecemos como faze-lo, a nä° ser directamente corn outrasinstituicOes educativas, o que nä° configura urn comportamento padrâo entre estabelecimentos deensino.

Náo corresponde a realidade urn decrescimo do sucesso nos pianos de acompanhamento erecuperacâo desta escola. Na verdade, registamos oscilacOes nos dados obtidos, que sobem edescem ao longo dos anos lectivos em analise, nunca podendo falar-se em decrêscimoprogressivo porque tal nâo existiu.

No que concerne a indisciplina, nä° ha base de sustentacäo para a afirmacâo de que a mesmaprejudica o processo ensino-aprendizagem. Nestes anos lectivos em causa, encontramos urn Onicoprocesso disciplinar a urn aluno a frequentar urn CEF e ja corn 17 anos de idade. Em termos deoutras medidas disciplinares sancionatOrias, verificamos a existéncia de 29 em 06/07 (1,7%); 16em 07/08 (1% dos alunos); 5 em 08/09 (0,3%), o que nâo pode ser considerado, de todo em todo,uma situacäo de indisciplina gravosa e preocupante, mesmo determinante no processo ensino-aprendizagem. E, por outro lado, verifica-se urn padrâo regressivo e nâo evolutivo, o que édemonstrativo do sucesso do controlo disciplinar efectuado. Acresce ainda referir que nesta escolaforam obtidos resultados que permitiram uma media de quarenta alunos por ano no quadro demerit° ao longo dos anos em analise. Isto representa uma media de 8% dos alunos em quadro demerit°, o que parece ser urn dado de sucesso evidente no processo ensino-aprendizagem.

Quanto a manifestacâo da vontade dos alunos em abandonar a escola se isso fosse possivel,cumpre informar que dos 2000 alunos em 06/07 ate aos 2206 em 09/10, esperando ainda urnaumento em 10/11, encontramos urn padräo evolutivo e nâo regressivo. Considerando que osalunos tern a possibilidade de escolha no 3° ciclo, seria de esperar que abandonassem a escolaem prof de outra o que, na verdade, näo acontece. Cada ano que passa temos mais alunos,

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mesmo corn manifestas dificuldades estruturais ate para conseguir aceitar todos os que pretendemfrequentar a escola, aumentando progressivamente o nOrnero de alunos ate ao limite possivel. Aopiniào veiculada por algum aluno que o faria se pudesse, deveria eventualmente ser maisexplorada para aquilatar ern que sentido o tera afirmado, desde logo, nä° representando aglobalidade dos alunos, como os dados comprovam. De salientar que o abandono escolar noagrupamento pode ser considerado inexistente, se tivermos ern conta o valor residual do mesmo eque 0,4% representa os alunos que abandonam ern direccào ao Brasil e nâo däo conta dosmotivos da ausencia.

Quanto a apreciacâo relativa ao sucesso, cumpre referir que, conforme referido no relatOrio deavaliacâo externa, "0 agrupamento assume uma politica eficaz no que respeita a inclus5o,observavel nas medidas de apoio disponibilizadas para alunos corn necessidades educativasespeciais, dificuldades de aprendizagem e tambern aqueles que nâo possuem o Portugués comoLingua nä° Materna (...)". Nâo e possivel ter sucesso em ambas as vertentes, da inclusào e dosresultados, na- o sendo pertinente, na nossa opiniào, penalizar os resultados pela presenca dumaspecto tido como positivo, como e a inclusào. Em 06/07, 1,3% dos alunos eram abrangidos pelaquestâo da inclus5o; em 07/08, registannos 1,5% dos alunos; em 08/09 registamos 2,3%. Sejuntarmos aos valores do sucesso estas percentagens de alunos, encontramos valores de sucessode 2006 a 2009 idénticos aos valores nacionais.

0 nivel de insucesso de varias disciplinas a nivel interno deve-se, objectivamente, conforme foiexplicado na visita, ao grau de exigencia que queremos implementar junto dos nossos alunos.Consideramos que devem ter sempre o sentimento de tentar produzir mais e melhor e isso geraresultados internos inferiores, mas resultados externos muito superiores a media nacional.Comprova-se que estamos no born caminho e que as demonstragfies externas de qualidade dosalunos tern relevancia.

E referido conhecimento superficial que os alunos tern dos documentos estruturantes existentes naescola. Considerando documentos estruturantes aqueles que determinam o funcionamento daescola - Regulamento Interno, Projecto Educativo e Plano de actividades - nâo corresponderealidade porque, na verdade, os alunos e os encarregados de educacâo säo informados sobre oregulamento interno, PE e PAA no que a eles diz respeito.

No que concerne as taxas de transicâo no 2° ano, cumpre referir que o agrupamento assume aexistencia de um conjunto de criterios mais rigorosos neste ano de escolaridade, uma vez que seentende ser urn ano de transicâo para anos de escolaridade mais intensos e exigentes, para osquais so devem progredir os alunos capacitados para tal. Isto tendo em conta, igualmente que noprimeiro ano de escolaridade a tutela determina o sucesso de todos os alunos, necessitando-se deum filtro posterior que acontece, na nossa perspectiva, no segundo ano de escolaridade.

Este agrupamento faz uma opcao clara pela qualidade. Das duas hipOteses possiveis, sucesso aqualquer preco ou sucesso de qualidade, a nossa °Ka° tern sido claramente a exigencia internapara o sucesso externo. Queremos os alunos preparados para enfrentar a dificuldade daconcorrencia social, demonstrando um padräo de qualidade acima da media. A titulo de exemplo,referimos que os resultados dos exames nacionais deste ano lectivo foram de cerca de 51% desucesso a maternatica e 70% a lingua portuguesa a nivel nacional, e que este agrupamentopulverizou esses valores corn valores de 67% a matematica e 80% a lingua portuguesa. Qual o

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caminho a seguir? Entendemos ser o que referimos: qualidade do ensino, baseada na exigéncia,tendo em vista os resultados de sucesso que vamos obtendo.

Entretanto, registamos que o relatOrio atribui grande relev'encia a uma maioria de aspectos nele

contidos como a anelise sistemetica dos dados referentes aos resultados academicos, as taxas de

transicâo do 1° e 2° ciclos elevadas e equivalentes ao padrão nacional, o sucesso da avaliaoâoexterna no 3° ciclo, a promogâo da valorizacâo das aprendizagens junto dos alunos, a diversidade

da oferta formative, as medidas de combate ao abandono escolar, a politica eficaz de inclusäo e aavaliacâo das criancas do ensino pre-escolar

Pelas razties apontadas julgamos ser merecedores de menoâo avaliativa superior a registadaneste dominio.

No dominio LIDERANCA, julgamos que a avaliaoâo feita reflecte algum sentido de injustice. Não efactual considerar-se que nâo existe uma visâo clara sobre o futuro do agrupamento. Na verdade,

a lideranca da escola teve participacâo active, por intermedio do seu Director, na perspectiveprojectada pelo TEIP2 no que concerne as metas a atingir. Por outro lado, näo parece curialatribuir-se uma conotacâo negative a escola pelo facto de haver uma imagem menos positive junto

de aiguns encarregados de educaceo, porventura, desconhecedores e professores colocados pelaprimeira vez no agrupamento. Ate pode corresponder a verdade que essa imagem exista. Mas nâopode, de todo em todo, ser atribuida essa conotacâo a escola. Ate porque, confrontados corn arealidade, uns e outros, reconhecem nâo ser justa a imagem que a projectada. Convern realcar

que essa imagem a muito antiga e assente em pressupostos, hoje em dia, inexistentes deindiscipline gratuita e ambiente hostil no meio envolvente. Todavia, este argumento entra em claracontradicâo corn outro exarado no relatOrio de avaliacão deste agrupamento onde se diz (peg.11)"os encarregados de educacâo e os professores colocados pela primeira vez no agrupamentomostram-se satisfeitos corn a imagem que perpassa para o meio, quer da escola-sede, quer dasrestantes unidades escolares", o que e uma realidade.0 absentismo do pessoal não docente, favorecido pelas regras vigentes do sistema, nä° eimputevel a escola pelo que neo deveria ser um factor a relevar na atribuicäo da menoäo de

avaliaceo.As faltas do pessoal docente sec) alvo de preocupacão e reflexâo, existindo ate formulerio prOpriopara permutas e pianos de aula para substituicöes. E urn facto que as faltas do pessoal docentediminuiram exponencialmente corn as novas regras da assiduidade o que facilitou a problemetica.

Quando sec) detectadas situacOes merecedoras de anelise, os docentes sào questionados sobreas razOes da falta de assiduidade.Quanto a questäo do clime relacional e afectivo entre os membros da comunidade escolar naescola-sede, parece reflectir aquilo que 6 a imagem da escola e nâo a realidade. Na realidade, as

medidas disciplinares sancionatOrias em 06/07, 29 (1,7%); 16 ern 07/08 (1°/0 dos alunos); 5 em08/09 (0,3%), mostram, claramente, que esse clime relacional nä° e negativo nem influenciador doprocesso relacional global. Mais acresce, que todas as situaceies ocorridas giram sempre em tornodos mesmos alunos, o que torna insignificante a disseminacâo da indiscipline pelos alunos. Em

07/08, como em anos transactos, mas resumindo a este o exemplo, todas as ocorrencias severificaram em torno de cerca de 10 alunos (cerca de 0,5%), urn valor corn uma expressäo muitoreduzida no contexto da escola-sede.

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No que se refere a questäo enunciada duma subvalorizacäo das ferramentas pedagOgicas nâocolhe o argumento utilizado. Esta escola tern uma cultura tecnolOgica muito elevada e corn grandeutilizacâo dos meios existentes. No relatOrio dos DT's é claramente indicado que os alunosprivilegiam a utilizacão dos meios tecnolOgicos em acumulagâo corn outros. Alias, o argumentoinvocado entra em clara contradigâo corn a aposta que este agrupamento tern feito nas novastecnologias e na utilizacäo das TIC.Neste contexto, nä° seria de todo reprovavel que a mencào atribuida fosse superior a indicada norelatOrio produzido pela equipa de avaliacào, tanto mais que o relatOrio enumera e confererelevancia a urn nOmero significativo de aspectos como a disponibilidade permanente e a aberturaa implementacào de projectos por parte da Direccäo Executiva do agrupamento, o trabalhocolaborativo que é fomentado pelos responsaveis e estruturas de coordenac5o, as opcOes deoferta formativa e a coerência que demonstram, conferindo motivacão, a capacidade de abertura einovacâo no desenvolvimento estrat6gico de projectos e actividades estimulantes, a adesào aprogramas externos promotores de sucesso, a adesâo a iniciativas e concursos, a aposta nas TICque propicia o desenvolvimento de projectos inovadores, corn reflexos positivos na pratica lectiva ena motivacâo dos alunos e a rede de parcerias significative corn forte impacto no servico educativoe na criacäo de oportunidades de aprendizagem.

Marrazes, 19/07/2010

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