relações internacionais e globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência...

33
Relações Internacionais e Globalização DAESHR014- 13SB (4-0-4) Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI [email protected] UFABC – 2018.I (Ano 3 do Golpe) Aula 4 5ª-feira, 1º de março

Upload: dangbao

Post on 10-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Relações Internacionais e Globalização DAESHR014- 13SB

(4-0-4) Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI

[email protected]

UFABC – 2018.I

(Ano 3 do Golpe)

Aula 4

5ª-feira, 1º de março

Page 2: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Blog da disciplina:

https://rigufabc.wordpress.com/

No blog você encontrará todos os materiais do curso:

• Programa

• Textos obrigatórios e complementares

• ppt das aulas

• Links para sites, blogs, vídeos, podcasts, artigos e outros materiais de interesse

Page 3: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Horários de atendimento extra-classe:

• São Bernardo, sala D-322, Bloco Delta, 3as-feiras e 5as-feiras, das 13-14h (é só chegar)

• Atendimentos fora desses horários, combinar por email com o professor: [email protected]

Page 4: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Neoliberalismo: origens e

expansão global

4

Page 5: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Módulo I: Origens de nosso tempo

Aula 4 (5ª-feira, 1º de março): Neoliberalismo: origens e expansão global.

Texto base:

HARVEY, David (2014) “Capítulo 4: Desenvolvimentos geográficos desiguais”, p. 97-129.

Texto complementar:

FUKUYAMA, Francis (1989) “The end of history?”, p. 1-18.

5

Page 6: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• David Harvey propõe pensarmos a globalização contemporânea a partir de dois de seus aspectos: ideológico – ascensão do neoliberalismo enquanto doutrina de organização da economia – e político – como tentativa das classes capitalistas de retomarem o controle do processo histórico contra os trabalhadores e as políticas de bem-estar social.

• A partir de Carlota Perez, acrescentamos a dimensão de transformação das formas de produção – a quinta revolução industrial/tecnológica.

7

Page 7: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• Na aula anterior, vimos que o neoliberalismo, teoria e prática econômica e política que ascenderam junto com a globalização contemporânea, resultou no desmonte do Estado de bem-estar social (Welfare State) nos países do capitalismo central pela imposição de uma agenda de globalização neoliberal.

• Nos países periféricos, a globalização neoliberal também resultou no desmonte da forma política por excelência da periferia do capitalismo no pós II GM, o Estado desenvolvimentista ou nacional-populista.

9

Page 8: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• Estado desenvolvimentista ou nacional-populista:

– Arranjo institucional largamente presente nos países de capitalismo periférico na América Latina, África e Ásia.

– Estado assume as tarefas de condutor do processo de desenvolvimento econômico e social da nação, coordenando e financiando o desenvolvimento do país em face de uma burguesia nacional fraca e sem capitais suficientes para deslanchar o processo de desenvolvimento.

– Estado arca com os vultosos investimentos necessários para o desenvolvimento.

10

Page 9: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• Os Estados desenvolvimentistas adotaram uma série de políticas voltadas à redução da distância em relação aos países centrais:

– Criação de infraestrutura;

– Formação de indústrias de base;

– Política de industrialização por substituição de importações;

– Mecanização da produção agrária;

– Criação de instituições de desenvolvimento industrial, tecnológico e científico;

– Expansão da educação básica.

11

Page 10: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• O Estado desenvolvimentista assumiu formas políticas de esquerda, centro e direita; democráticas e autoritárias; civis e militares.

• Ainda que os resultados econômicos, políticos e sociais dos diferentes Estados desenvolvimentistas da América Latina (entre outros, Brasil, México, Argentina, Peru), Ásia (entre outros, Japão, China, Índia, Cingapura, Tailândia, Coreia do Sul, Malásia) e África (entre outros, Tanzânia, Quênia, África do Sul, Botsuana) tenham sido muito díspares, praticamente todas as nações que se empenharam na construção de Estados desenvolvimentistas melhoraram suas condições econômicas e sociais.

12

Page 11: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• A globalização neoliberal impôs o desmonte também do Estado desenvolvimentista que se constituiu no pós II GM na periferia como estratégia de desenvolvimento e redução da distância dos países do capitalismo central e inserção independente no sistema internacional.

• Por meio das instituições da globalização neoliberal (Tesouro dos Estados Unidos e Federal Reserve, think tanks conservadores, FMI, Banco Mundial, Wall Street e a City, departamentos de economia de universidades dos países centrais), foi declarada guerra às tentativas de desenvolvimento autônomo da periferia.

13

Page 12: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• A globalização neoliberal reproduz e aprofunda as condições de desigualdade dentro das nações e entre as nações.

• A “guerra” do capital contra o trabalho no interior de cada sociedade é reproduzida na “guerra” das principais nações capitalistas contra as nações periféricas, e mesmo contra nações de segunda ordem do capitalismo central.

• A globalização neoliberal deu lugar à ascensão quase inconteste do domínio (da hegemonia?) estadunidense, que universalizou seus interesses particulares por todo o globo terrestre por meio de um imperialismo econômico (quase) sem dominação territorial.

14

Page 13: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “O progresso geral da neoliberalização viu-se por conseguinte cada vez mais impelido por mecanismos de desenvolvimento geográfico desigual. Estados ou regiões bem-sucedidos pressionam todos a seguir seu exemplo.” (Harvey 2014: 97)

• “(...) A possibilidade ou não de um país ser levado à neoliberalização dependia do balanço de forças entre as classes (...), bem como do grau de dependência da classe capitalista com relação ao Estado (...).” (Harvey 2014: 99)

15

Page 14: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Os recursos por meio dos quais o poder de classe tinha condições de ser transformado e restaurado foram instaurados de modo gradual mas desigual durante a década de 1980 e se consolidaram na década seguinte. Quatro componentes tiveram papel essencial nisso.” (Harvey 2014: 99-100)

• “Em primeiro lugar, a virada para uma financeirização mais aberta, iniciada em 1970, acelerou-se durante os anos 1990” (Harvey 2014: 100)

• “Em segundo lugar, havia a crescente mobilidade geográfica do capital, facultada em parte pelo fato corriqueiro mas essencial da rápida redução dos custos de transporte e de comunicações”. (Harvey 2014: 100).

16

Page 15: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Em terceiro, o complexo Wall Street-FMI-Tesouro dos Estados Unidos, que veio a dominar a política econômica dos anos Clinton, conseguiu persuadir, iludir e (graças aos programas de ajuste estrutural administrados pelo FMI) forçar muitos países em desenvolvimento a seguir o caminho neoliberal”. (Harvey 2014: 102)

• “Por fim, a difusão global da nova ortodoxia econômica neoliberal e monetarista passou a exercer uma influência ideológica cada vez mais forte”. (Harvey 2014: 102)

17

Page 16: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Todos esses fios convergiram para a formação do chamado ‘Consenso de Washington’, da metade dos anos 1990. Os modelos norte-americano e inglês foram ali definidos como a solução para os problemas globais”. (Harvey 2014: 102)

18

Page 17: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

• Consenso de Washington (Williamson 1989):

– Disciplina fiscal;

– Redução dos gastos públicos;

– Reforma tributária;

– Juros de mercado;

– Câmbio de mercado;

– Abertura comercial;

– Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições;

– Privatização das estatais;

– Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas);

– Direito à propriedade intelectual.

19

Page 18: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• O Consenso de Washington marca a canonização da doutrina neoliberal e sua globalização desigual e combinada a partir da década de 1990.

• A aplicação das recomendações do Consenso de Washington se disseminou por todo o globo, com resultados desastrosos para os países que as adotaram.

– Graves crises financeiras altamente contagiosas: Crise da Tequila (1995), começando no México e se espalhando para Brasil, Argentina, Chile, Filipinas, Tailândia e Polônia; e Crise do Sudeste Asiático (1997), começando na Tailândia e afetando Indonésia, Malásia, Filipinas, Hong Kong, Taiwan, Cingapura, Coreia do Sul, Rússia, Brasil, Estônia, Argentina, Turquia, Nova Zelândia e Austrália.

20

Page 19: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Todo o ‘regime leste-asiático’ de acumulação, facilitado por ‘Estados desenvolvimentistas’, estava sendo posto à prova em 1997-1998. Os efeitos sociais foram devastadores”. (Harvey 2014: 105).

• “A explicação-padrão do FMI/Tesouro dos Estados Unidos para a crise foi o excesso de intervencionismo estatal e relações de corrupção entre o Estado e os homens de negócios (o ‘capitalismo de compadres’). A solução estava em ampliar a neoliberalização”. (Harvey 2014: 106)

21

Page 20: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “A visão alternativa da crise dizia que no centro do problema estava a desregulação financeira impetuosa e a incapacidade de implantar controles regulatórios adequados para conter investimentos internos indisciplinados e especulativos. Há substanciais provas em favor dessa segunda explicação: os países que não haviam liberado seus mercados de capital – Cingapura, Taiwan, China – sofreram bem menos do que países como a Tailândia, a Indonésia, a Malásia e as Filipinas, que haviam. Além disso, o país que ignorara o FMI e impusera controles sobre o capital – a Malásia – se recuperou mais rapidamente. Depois que também recusou o conselho do FMI de reestruturação industrial e financeira, a Coreia do Sul passou por uma recuperação mais célere”. (Harvey 2014: 106) 22

Page 21: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “A maioria das análises convencionais das forças em ação concentra-se em alguma combinação do poder das ideias neoliberais (...), da necessidade de reagir a crises financeiras de naturezas diversas (...) e de uma abordagem mais pragmática de reforma do aparato de Estado a fim de melhorar a posição competitiva no mercado global”. (Harvey 2014: 125).

24

Page 22: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Embora todos esses elementos tenham tido alguma relevância, muito surpreende a ausência de análises das forças de classe que possam ter estado presentes. Por exemplo, nem mesmo foi considerada a possibilidade de que as ideias dominantes possam ter sido as ideias de alguma classe dominante (...). Descarta-se como demasiado conspiratória a possibilidade de que as crises financeiras sejam causadas pela recusa em investir, pela fuga de capitais ou pela especulação financeira ou a possibilidade de que essas crises sejam deliberadamente arquitetadas para facilitar a acumulação por espoliação (...). Ao que parece, precisamos de um arcabouço teórico mais abrangente para interpretar os caminhos complicados e geograficamente desiguais da neoliberalização” (Harvey 2014: 125).

25

Page 23: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “O enfraquecimento (como na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos), a superação (Como na Suécia) ou a destruição violenta (como no Chile) das forças do trabalho organizado é uma precondição necessária da neoliberalização. Da mesma maneira, esta tem dependido com frequência do poder, da autonomia e da coesão crescentes dos negócios e corporações e de sua capacidade como classe de pressionar o poder do Estado (como no caso dos Estados Unidos e da Suécia)”. (Harvey 2014: 126)

• “Contudo, o aspecto mais digno de nota da neoliberalização vem da complexa interação entre a dinâmica interna e forças externas”. (Harvey 2014: 126)

26

Page 24: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Só quando a estrutura interna de poder foi reduzida a uma casca oca e os arranjos institucionais estão num total caos, seja em função de um colapso (...), por causa de guerras civis (...) ou em razão de fraquezas degenerativas (...). Vemos forças externas orquestrando livremente reestruturações neoliberais. E nesses casos a taxa de sucesso tende a ser pequena, justo porque a neoliberalização só pode funcionar com um Estado forte, um mercado forte e instituições legais”. (Harvey 2014: 127)

27

Page 25: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “E o fato de os Estados Unidos já não precisarem se defender da ameaça do comunismo implica que o país já não tem necessidade de preocupar-se excessivamente com o fato de reestruturações neoliberais desencadearem desemprego em massa e descontentamento social aqui ou ali”. (Harvey 2014: 128)

28

Page 26: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “Mas um fato persistente no âmbito dessa complexa história da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados de toda e qualquer sociedade – seja na Indonésia, no México ou na Inglaterra – ao frio glacial da austeridade e ao destino tenebroso da crescente marginalidade”. (Harvey 2014: 128).

29

Page 27: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Fukuyama e o fim da história

• “The century that began full of self-confidence in the ultimate triumph of Western liberal democracy seems at its close to be returning full circle to where it started: not to an "end of ideology" or a convergence between capitalism and socialism, as earlier predicted, but to an unabashed victory of economic and political liberalism.” (Fukuyama 1989: 1)

• “The triumph of the West, of the Western idea, is evident first of all in the total exhaustion of viable systematic alternatives to Western liberalism.” (Fukuyama 1989: 1)

30

Page 28: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Fukuyama e o fim da história

• “What we may be witnessing is not just the end of the Cold War, or the passing of a particular period of postwar history, but the end of history as such: that is, the end point of mankind's ideological evolution and the universalization of Western liberal democracy as the final form of human government. This is not to say that there will no longer be events to fill the pages of Foreign Affair's yearly summaries of international relations, for the victory of liberalism has occurred primarily in the realm of ideas or consciousness and is as yet incomplete in the real or material world. But there are powerful reasons for believing that it is the ideal that will govern the material world in the long run.” (Fukuyama 1989: 1)

31

Page 29: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “(...) The basic principles of the liberal democratic state could not be improved upon. The two world wars in this century and their attendant revolutions and upheavals simply had the effect of extending those principles spatially, such that the various provinces of human civilization were brought up to the level of its most advanced outposts, and of forcing those societies in Europe and North America at the vanguard of civilization to implement their liberalism more fully.” (Fukuyama 1989: 3)

32

Page 30: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “To say that history ended in 1806 meant that mankind's ideological evolution ended in the ideals of the French or American Revolutions: while particular regimes in the real world might not implement these ideals fully, their theoretical truth is absolute and could not be improved upon. “ (Fukuyama 19189: 6).

33

Page 31: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “But that state of consciousness that permits the growth of liberalism seems to stabilize in the way one would expect at the end of history if it is underwritten by the abundance of a modern free market economy. We might summarize the content of the universal homogenous state as liberal democracy in the political sphere combined with easy access to VCRs and stereos in the economic.” (Fukuyama 1989: 7)

34

Page 32: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “But at the end of history it is not necessary that all societies become successful liberal societies, merely that they end their ideological pretensions of representing different and higher forms of human society.” (Fukuyama 1989: 12)

35

Page 33: Relações Internacionais e Globalização · da neoliberalização desigual tem sido a tendência universal a aumentar a desigualdade social e a expor os membros menos afortunados

Globalização: origens e expansão global

• “I can feel in myself, and see in others around me, a powerful nostalgia for the time when history existed. Such nostalgia, in fact, will continue to fuel competition and conflict even in the post-historical world for some time to come. Even though I recognize its inevitability, I have the most ambivalent feelings for the civilization that has been created in Europe since 1945, with its north Atlantic and Asian offshoots. Perhaps this very prospect of centuries of boredom at the end of history will serve to get history started once again.” (Fukuyama 1989: 18)

36