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Londrina 2011
RELAÇÃO ENTRE AFETIVIDADE E O ENSINO APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao curso de Educação Infantil e Anos Iniciais: Perspectivas Contemporâneas Escolar – UNIFIL Centro Universitário Filadélfia,como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.
Orientador: Profª. Dra. Adriana Regina de Jesus
LAYANA BARONEZA
COMISSÃO EXAMINADORA
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Londrina, 25 de Novembro de 2011.
LAYANA BARONEZA
RELAÇÃO ENTRE AFETIVIDADE E O ENSINO APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao curso de Educação Infantil e Anos Iniciais: Perspectivas Contemporâneas Escolar – UNIFIL Centro Universitário Filadélfia,como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pelo dom da vida e por me proporcionar
este momento de realização ao alcançar o objetivo que tanto desejava.
A Profª Dra Adriana Regina de Jesus, minha orientadora, que acompanhou e
conduziu com carinho e dedicação a elaboração deste trabalho.
Aos professores que durante todo o curso contribuíram para o aprendizado
com a transmissão de seus conhecimentos, o que me permitiu escalar mais uma
etapa em minha vida
A meus pais que me educaram, e, acima de tudo tiveram paciência para
compreender os momentos em que estive ausente, os quais sempre estiveram
comigo em todos os momentos me fazendo forte nos momentos de fraqueza.
Enfim, agradeço a todos os que, direta ou indiretamente, auxiliaram e influenciaram
no desenvolvimento deste trabalho.
“Só aprende quem tem fome e por isso é preciso despertar a fome de saber. Ensinar o vôo não é tarefa que se possa fazer. Porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Rubem Alves
BARONEZA, Layana. Relação entre Afetividade e o Ensino Aprendizagem.. UNIFIL. Monografia de curso de pós-graduação :Educação Infantil e Anos Iniciais :Perspectivas Contemporâneas.Londrina.2011.
RESUMO
Este trabalho apresenta a relação da afetividade com o desenvolvimento cognitivo, mostrando a responsabilidade dos educadores em contribuir na formação da personalidade da criança. Tomando-se por base Piaget, Wallon, Vigotsky, entre outros autores, se propõe analisar a relação entre pais e filhos - professores e alunos na construção do conhecimento. A questão da afetividade tem sido bastante discutida por professores, pais e educadores em que é percebida a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem. Os vínculos emocionais que se estabelecem desde o nascimento influenciam na construção da personalidade, do autoconceito e da auto-estima do sujeito, propiciando-lhe ferramentas necessárias à aquisição da aprendizagem e sua conservação. Uma educação entre professores e alunos que não aborde a emoção na sala de aula como a afetividade traz prejuízos para a ação pedagógica, pois podem atingir não só o professor, mas também o aluno. E se o professor não souber lidar com crises emocionais isso poderá provocar desgastes físicos e psicológicos.
Palavras-chave: Afetividade, Ensino-Aprendizagem, Vínculo Afetivo, Emoções.
BARONEZA, Layana.Relationship between AffectLearning and Teaching .. UNIFIL. Monograph ofthe postgraduate course: Early Years and Early Childhood Education: PerspectivesContemporâneas.Londrina.2011
ABSTRACT
This paper presents the relationship of affection with cognitive development, showing the responsibility of educators to contribute in shaping the character of the child. Taking as abasis Piaget, Wallon, Vygotsky, among others, proposes to examine the relationship between parents and children - teachers and students in the construction of knowledge.The question of affectivity has been much discussed by teachers, parents and educatorsis that the perceived importance of affectivity in the process of teaching and learning. Theemotional bonds that are established at birth influence the construction of personality, self-concept and self-esteem of the subject, providing you with tools necessary for learning acquisition and conservation. An education among teachers and students but does not address the emotion in the classroom and affection brings harm to the pedagogical action, they can reach not only the teacher but the student. And if the teacher does notknow how to handle emotional crises that may cause the physical and psychological.
Keywords: Affection, Teaching and Learning, and bonds, Emotions.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
2 CONCEITO DE AFETIVIDADE .......................................................................... 17
2.1 A IMPORTÃNCIA DA RELAÇÃO PARENTAL NO DESENVOLVIMENTO DO
AUTO-CONCEITO E DA AUTO-ESTIMA.................................................................. 20
3 ENSINO APRENDIZAGEM ................................................................................ 25
3.1 A INFLUNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM ............................... 29
3.2 OS ESTIMULOS AFETIVOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL .............. 33
4 A APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS BRASILEIRAS ........................................ 35
4.1 RELAÇÃO DA AFETIVIDADE COM O ENSINO APRENDIZAGEM ............... 38
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
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1 INTRODUÇÃO
São os afetos que preparam as ações do sujeito, participando
ativamente da percepção que ele tem das situações vividas e do planejamento de
suas reações ao meio (LIMA, 2008). Neste enunciado se entende a afetividade
como uma força para que a participação em atividades inerentes ao cotidiano dos
seres humanos, experiências já vivenciadas e na forma de reação de cada pessoa a
um estímulo ainda não definido.
Codo e Gazzotti (1999), afirmam que, “(…) é mediante o
estabelecimento de vínculos afetivos que ocorre o processo ensino-aprendizagem”.
Isto é, o professor e seus alunos constroem os conteúdos das diferentes disciplinas
em que estão trabalhando e fixam o conhecimento mediante uma conquista
integrada, que se torna sedutora por ser carregada de energia afetiva.
No dicionário Aurélio afetividade se apresenta sob “a forma de
emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou
prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou
tristeza”.
Educar é ensinar a olhar para fora e para dentro, superando o divórcio, típico da nossa sociedade, entre objetividade e subjetividade. É aprender além: saber que é tão verdade que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta quanto que o que reduz a distância entre dois seres humanos é o riso e a lágrima (ALENCAR, 2001, p.100).
Na escola atual, esta relação necessita ser entendida como um
processo que ultrapassa a simples transmissão de conhecimentos sobre as
atividades organizadas pelo professor em torno das disciplinas contidas na
programação curricular da escola. Na tarefa cotidiana do professor emoções como o
carinho, o afeto, a amizade, a cumplicidade sempre estão presentes, e elas são
importantes aliadas para o desenvolvimento de uma prática escolar ativa, moderna e
atraente. A realidade, para entender melhor e se trabalhar com os educandos, como
conviver com tais emoções, se julga importante entender o significado sucinto de
Afetividade e Aprendizagem. (CUNHA ,1995)
A aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre
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estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente (CUNHA, 1995).
No processo ensino-aprendizagem é importante o estabelecimento
de um vínculo afetivo bem construído para que ato de aprender seja uma parte
essencial na missão do educador implicado na mediação da aprendizagem. Isso por
que é a aprendizagem interpessoal que antecede a aprendizagem intrapessoal
(LIMA, 2008).
Tratando-se de relações humanas pode-se dizer que o ato de
aprender é um ato humano e contempla o homem como um todo complexo, como
enfatiza Morin (2003).
Conforme essas definições, na atualidade, não têm sido mais aceito
o formato da aprendizagem como transmissão de conhecimento conforme a visão
mais antiga de educação. A aprendizagem é um processo onde educando e
professor por intermédio da cumplicidade, do entendimento recíproco, da troca de
experiências interpessoais, do convívio diário, que constroem e reconstroem juntos,
o conhecimento didático proposto pela escola. (MORIN , 2003).
Essa não tem sido na ótica de muitos professores, uma tarefa fácil,
mas é, sem dúvida, uma trajetória a ser empreendida se entendendo que, na missão
do professor afetividade e aprendizagem devem estar unidas, e em cada sala de
aula, alunos e professores são os artífices de uma conquista única, o conhecimento
pessoal e irreversível que é inerente a cada ser humano. (LIMA, 2008)
Na análise de textos produzidos por especialistas da área
educacional, Paulo Freire coloca que é inimaginável o que representa um simples
gesto do professor, isto é, o que pode um gesto aparentemente insignificante valer
como força formadora ou como contribuição para o educando por si mesmo
(FREIRE, 1996).
Para esse grande educador pequenos gestos, palavras e olhares de
respeito e de qualificação do professor para com seu educando é de extrema valia.
“Este saber, o da importância desses gestos que se multiplicam diariamente nas
tramas do espaço escolar, é algo sobre o que teríamos que refletir seriamente”
(FREIRE, 1996).
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Em um ambiente escolar, é impossível desenvolver as habilidades
cognitivas e sociais, sem trabalhar a emoção. As emoções e os sentimentos que
compõem o homem são constituídos de um aspecto de importância fundamental na
vida psíquica do sujeito, visto que emoções e sentimentos estão presentes em todas
as manifestações de nossa vida. Com isto concorda Chalita (2006, p.230) quando
afirma que “o grande pilar da educação é a habilidade emocional”.
Através das reflexões acima, e de outras emitidas por estudiosos da
área, será possível apreender o sentido da ação escolar e enriquecer a abordagem
do tema Afetividade e sua relação com a Aprendizagem, procedendo a uma imersão
no universo de especialistas em educação e na vivência escolar visando tornar a
afetividade e sua relação com a aprendizagem um processo significativo para os
especialistas, professores e educandos.
Este trabalho acadêmico teve como finalidade o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliográfica fundamentada nos temas produzidos, por especialistas
em educação, sobre o papel e a importância das emoções no contexto da
aprendizagem.
Nos estudos e leituras sobre os conteúdos selecionados para
comporem o texto produzido se buscou registrar, como objetivos essenciais, o papel
da afetividade como eixo fundamental no processo de construção do conhecimento
e da apropriação da aprendizagem .
Concluindo, é importante registrar que a elaboração deste texto
acadêmico, além de ser uma tarefa importante para a minha vida profissional,
proporcionou ao pesquisador um conhecimento mais aprofundado sobre os temas
abordados, bem como a sua importância para os profissionais que atuam na área
educacional.
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2 CONCEITO DE AFETIVIDADE
A afetividade é um conceito amplo, integra relações afetivas como a
emoção (medo, cólera, alegria, tristeza), a paixão e o sentimento. Segundo o
dicionário de Psicologia (Lima, 2008), a afetividade se apresenta para designar e
resumir não só os afetos em sua acepção mais estrita, mas também sob a forma de
emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou
prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou
tristeza.
A psicologia considera que as relações de carinho e cuidado entre
as pessoas é uma forma de demonstrar a afetividade comum às pessoas que se
querem bem, tem uma convivência intima ou bastante próxima. A afetividade é o
estado psicológico que possibilita ao ser humano a demonstração de seus
sentimentos e emoções a outro ser e objetos. É uma soma de manifestações
psíquicas e como a emoção, alegria ou tristeza. (LIMA, 2008 ).
A afetividade constitui a energética das condutas, cujo aspecto cognitivo se refere apenas às estruturas. Não existe, portanto, nenhuma conduta, por mais intelectual que seja, que não se comporte, na qualidade de móveis, fatores afetivos; mas, reciprocamente, não poderia haver estados afetivos sem a intervenção de percepções ou compreensão, que constituem a estrutura cognitiva. A conduta é, portanto, uma, mesmo que, reciprocamente, esta não tome aquelas em consideração: os dois aspectos afetivos e cognitivos são, ao mesmo tempo, inseparáveis e irredutíveis (PIAGET, 1980, p.135).
Para Piaget a afetividade atua como agente que motiva o
desenvolvimento e também a atividade intelectual, selecionando os aspectos a
serem mantidos na esfera afetiva. Para ele toda atividade intelectual está
direcionada para objetos que são estimados pelas pessoas ou para acontecimentos
pessoais ou coletivos representativos de situações felizes ou infelizes. Na visão de
Piaget o processo ou decisão de uma escolha humana não se define pela atividade
psíquica da pessoa e sim pela afetividade(PIAGET,1980).
O termo afetividade na ótica psicológica designa a sensibilidade de
cada ser humano em face às alterações que ocorrem no mundo exterior e as
mudanças nas percepções interiores de sua estrutura psíquica. Está relacionada
principalmente com os fatos e situações (agradáveis ou desagradáveis) que
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permeiam a qualidade de vida do sujeito (LIMA, 2008 ).
A afeição vem do apego que uma determinada pessoa demonstra
por alguém, por alguma coisa, por um fato ocorrido, no passado ou no presente. Tais
sentimentos geram o carinho, a saudade ocasionada pela distância, a confiança,
proteção e a intimidade. A ausência ou perda das figuras de apego é percebida
como ameaça, sinalizada como situação de risco, de desproteção e desamparo
(LIMA, 2008 ).
O afeto é o termo mais perfeito para representar o amor entre duas
pessoas uma vez que produz um hormônio que garante o bem estar físico e resulta
em autoestima.
É incontestável que o afeto desempenha um papel essencial no funcionamento da inteligência. Sem afeto não haveria interesse, nem necessidade, nem motivação; e conseqüentemente, perguntas ou problemas nunca seriam colocados e não haveria inteligência. A afetividade é uma condição necessária na constituição da inteligência (PIAGET, 1980 pg.138).
Assim, a afetividade comporta o estado de ânimo ou humor, os
sentimentos, as emoções e as paixões que promovem a capacidade subjetiva de
experimentar as diferentes ofertas que o mundo proporciona aos seres humanos.
Ao promover atos de motivação ou inibição a afetividade pode refletir
aos fatos de forma positiva ou negativa o que pode conferir indiferença ou
entusiasmo ao assunto tratado. Isso ocasiona a incerteza de tomar uma decisão em
decorrência da hesitação no processo de escolha uma vez que circulam infinitas
diferenças entre os sentimentos de depressão e euforia (LIMA, 2008).
É a afetividade, direta ou indiretamente, que define como o indivíduo
vai se relacionar enquanto vive, uma vez que é com seu peculiar estado de ânimo
que a pessoa percebe o mundo e a realidade em que vive. Ela exerce uma grande
influência sobre como a pessoa pensa e como conduz a vida e qual o estado de
ânimo em que se contra em relação à situação vivenciada (LEITE, 2009).
O objetivo ou situação do momento pode estar direcionado para uma
coisa, pessoa, acontecimento, perspectivas futuras ou algo relativo ao estado de seu
corpo (fora do psíquico, neste caso). São as vivências externas. Já as vivências
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internas se fundamentam nos conteúdos ou elaborações mentais. Das
pressuposições acima se pode concluir que, afetos são o produto do que se vive ou
se vivencia e, não se pode viver ou vivenciar sem afeto (LIMA, 2008).
A obra de Henry Wallon registra os conceitos sobre a emoção e a
afetividade. A emoção se constitui de fenômenos psico-fisiológicos procedentes do
sistema nervoso central que se caracterizam exteriormente pela reação de postura
física externa da afetividade.
Realiza a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva racional, que só pode ser atingida através da mediação cultural, isto é, social. A consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica: corresponde à sua primeira manifestação. Pelo vínculo imediato que se instaura com o ambiente social, ela garante o acesso ao universo simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao longo de sua história. Dessa forma é ela que permitirá a tomada de posse dos instrumentos com os quais trabalha a atividade cognitiva. Neste sentido, ela lhe dá origem (DANTAS, 1992 p.85-86).
A afetividade é então, para esse especialista, a exteriorização das
emoções, ou as emoções são processos psíquicos internos e a afetividade se
apresenta como um estado psicológico que canaliza a comunicação externa das
emoções. A emoção pode ser entendida como a primeira forma de interação com o
meio a que a criança tem acesso sendo a sua motivação para o movimento.
O ato de experimentar o movimento faz a criança responder pelas
suas emoções e ela pode então diferenciar suas próprias atitudes e as atitudes
relacionadas com o ambiente. A função da afetividade é ser a mediadora entre as
relações sociais uma vez que separa a criança do ambiente. Neste contexto, para
Henry Wallon, “as emoções são as base do desenvolvimento do terceiro campo
funcional, a inteligência” ( DANTAS, 1992).
Os fenômenos afetivos representam a maneira como os acontecimentos repercutem na natureza sensível do ser humano, produzindo nele um elenco de reações matizadas que definem seu modo de ser-no-mundo. Dentre esses acontecimentos, as atitudes e as reações dos seus semelhantes a seu respeito são, sem sombra de dúvida, os mais importantes, imprimindo às relações humanas um tom de dramaticidade. Assim sendo, parece mais adequado entender o afetivo como uma qualidade das relações humanas e das experiências que elas evocam (...). São as relações sociais, com efeito, as que marcam a vida humana, conferindo ao conjunto da realidade que forma seu contexto (coisas, lugares, situações, etc.) um sentido afetivo (LIMA, 2008 p. 130-131).
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Segundo a teoria de Wallon “a raiva, a alegria, o medo, a tristeza e
os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com
o meio. A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social, a
afetividade é um dos principais elementos do desenvolvimento humano (GALVÃO,
1995).
Isto pelo fato de fazer aflorar as emoções seja nos momentos
alegres ou tristes,quando a felicidade é externada em toda a sua plenitude ou a
tristeza demonstra raiva ou medo, timidez ou insegurança ( DANTAS, 1992).
Mediante enunciados que sustentam diferentes teorias se pode
considerar que, na realidade prática, a vida é uma sucessão de vivências o que a
torna diferente da biografia de alguém que reflete uma seqüência de fatos ocorridos.
Isso faz a diferença entre a vida e a biografia de uma pessoa; a vida é uma
sucessão de vivências e a biografia, uma seqüência de fatos (LIMA, 2008).
Para Lima, 2008 o afeto é, portanto, uma qualidade vivencial e é
conseqüentemente, o significado emocional daquilo que a pessoa está vivendo
naquele momento.
2.1 A IMPORTÃNCIA DA RELAÇÃO PARENTAL NO DESENVOLVIMENTO DO
AUTO-CONCEITO E DA AUTO-ESTIMA
O auto-conceito é um aspecto central do entendimento do
comportamento humano que vai se construído pelo indivíduo desde a infância. E
com este contexto, a relação parental é um elemento fundamental para que a
criança seja apoiada pelos seus pais, a entender o seu lugar na família natural, na
sua relação próxima com os demais parentes e com as demais pessoas que
convivem com ela (LIMA,2008).
É assim que o individuo vai adquirindo as imagens sobre si mesmo,
o que ele é como ele se insere na família e nas relações externas, o que pensa e o
que pensam os outros de si. E com isso, então vai sedimentando o auto-conceito ou
o conhecimento pessoal e também os limites que lhe são impostos.
É evidente que é indispensável se entender como é complexa e
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importante a atenção para o desenvolvimento de ações e atividades apropriadas
para a primeira infância. Essas atividades devem expressar a afetividade, o carinho
e o cuidado que as crianças pequenas devem receber. A educação dessa fase se
caracteriza por atitudes permeadas tanto pela afetividade quanto pela racionalidade.
(LIMA,2008).
Isso confirma a integração da afetividade no âmbito da educação
infantil. Nessa fase se pode definir o que significa cuidar e ser educador de uma
criança (ROSEMBERG, 1999).
Atender às suas necessidades de proteção, segurança, bem-estar, saúde. Estar atento aos seus afetos, emoções e sentimentos, às relações com os outros, com as coisas, com o ambiente. .Planejar um espaço que estimule sua inteligência e imaginação, que permita descobertas e aguce sua curiosidade (ROSEMBERG, 1999, p. 23).
É nos enfoques citado pelo autor que a família e a escola devem
estar atentas no sentido de que a criança caminhe para as fases de
desenvolvimento sem nenhum trauma que possa prejudicar a sua capacidade de
aprender, de ser afetiva e de viver feliz (LIMA, 2008).
Um ponto interessante a ser mencionado ao longo do desenvolvimento afetivo da criança é a educação dos limites, que deve ser efetuado em um clima de segurança, afeição, de preferência pela mãe, em que a criança tem confiança. (LIMA 2008; p. 69).
A idéia de se planejar um espaço próprio onde a criança possa
desenvolver sua própria imaginação, brincar e descobrir sozinha que fazem parte do
seu ambiente e da vida em geral possibilita que ela trilhe uma infância repleta de
segurança, experiências sócio-educativas sendo necessárias ao seu crescimento
como ser humano (ROSEMBERG, 1999).
Essas são medidas indicadas para se iniciar o processo de
integralidade afetiva que deve ser uma prioridade tanto dos pais quanto da escola,
uma vez que as crianças pequenas da era moderna freqüentam as creches públicas
ou particulares e iniciam seu processo de socialização. (LIMA, 2008).
No estágio do personalismo, dos três aos seis anos de idade, a
tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da
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consciência de si, que se dá por meio das interações sociais, reorienta o interesse
da criança para as pessoas, definindo o retorno da predominância das relações
afetiva. A crise de oposição ou teimosia dá início a este estágio quando esta ao
tentar afirmar seu eu, opondo-se aos demais, procura fazer prevalecer sempre a sua
vontade. Esta oposição e negativismo que surgem destas atitudes fazem com que
os adultos não demonstrem o carinho e a aceitação e, caso esta criança conte com
um eu mais fortalecido, procura encontrar estratégias que lhe permitam assegurar
esse afeto e a aprovação dos demais (LIMA 2008).
Então, em torno dos quatro anos, surge o período de graça,quando
as crianças tentam atrais a atenção dos demais e ganhar seus aplausos e
reconhecimento,mostrando suas habilidades e destrezas que sentem ser admiradas
pelos outros. Quando as graças já não chamam a atenção a estratégias usada é a
imitação dos demais. Imitando o pai ou a mãe, em seus traços mais externos ou
seus aspectos mais psicológicos e internos as crianças garantem a aprovação
dessas pessoas e do seu afeto. O processo final é o de identificação com os adultos
mais próximos (ANDRADE, 2007).
A família moderna também acaba por se reorganizar em torno da criança, erguendo entre ela e a sociedade "o muro da vida privada". A criança passa a tomar parte do tempo e da preocupação dos adultos, correspondendo a uma "necessidade de intimidade e de identidade (LIMA, 2008.p.120).
No entanto cabe aos pais ou responsáveis a condução da
aprendizagem da criança para que ela atravesse as diferentes fases do seu
desenvolvimento físico cognitivo sem traumas ou restrições que possam prejudicá-
la.
As formas como os pais manejam a satisfação ou a restrição dos
desejos de seus filhos, como respondem a suas condutas exploratórias e às suas
iniciativas, como agem diante de sua teimosia ou suas graças, como moldam com
reforços diferenciais as condutas sociais de seus filhos (aprendizagem social) são
consideradas fundamentais para o desenvolvimento de um caráter mais acanhado
ou mais onipotente, mais seguro de si mesmo ou mais cauteloso, com mais
confiança ou mais inseguro. Desta forma percebe-se a importância dos pais e/ou
cuidadores na formação e no desenvolvimento do autoconceito e da autoestima das
crianças (ANDRADE, 2007).
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A auto-estima contribui para o desenvolvimento saudável e o
aprendizado eficaz do indivíduo frente aos desafios da vida. A auto-estima é a
confiança em nossa capacidade de pensar e enfrentar as dificuldades e se sentir
apropriado à vida e às exigências que ela faz (LIMA, 2008).
Já nos primeiros meses, a relação parental (pais, mães, parentes)
atua na aprovação e elogios à criança para reforçar de forma positiva a sua maneira
de ser. Mais adiante as crianças vão conquistando aos poucos independência e
autonomia. Desenvolvem experiências com sucesso e fracassos. Essas tentativas
auxiliam o fortalecimento de sua auto-confiança (ANDRADE, 2007).
A aceitação dos pais aos valores da criança pode ser particularmente importante para a auto-imagem que a criança forma durante o período inicial da autopercepção. Se as crianças se sentem amadas e valorizadas a auto-imagem delas tende a ser positiva, e é provável, que elas sintam confiança nas capacidades que estão emergindo (LIMA, 2008, p. 23).
Pais, responsáveis e educadores são importantes numa relação
afetiva e consciente para desenvolver positivamente a auto-estima, a autoconfiança
e o auto-respeito. É certo que nessa relação pode também acontecer o contrário.
Uma relação parental que procura desenvolver desde a infância uma
auto-estima positiva formará indivíduos seguros, conscientes e fortes que, sem
dúvida enfrentarão a vida com maior garra, determinação e confiança (LIMA, 2008).
A serenidade e a paciência do educador mesmo em situações difíceis fazem parte da paz que a criança necessita. Observar a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor, vai assegurar à criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas, sem explodir, elaborando-os sozinha ou em conjunto com o educador. A serenidade faz parte do conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas raivas e conflitos. Ela conduz ao conhecimento do si - mesmo, tanto do educador quando da criança (SALTINI, 1997, p. 91).
O educador infantil que se mantém sereno e paciente durante os
conflitos propícia à criança a paz e a tranqüilidade de que ela está precisando. A
criança quando levada a perceber a sua própria ansiedade, sua falta de controle e
seu humor instável, entenderá que a ela, só a ela poderá resolver as suas questões
interiores. Mais adiante perceberá que a solução desses conflitos ocorrerá sem raiva
ou explosões de choro manhoso. Isso por que a serenidade integra as sensações e
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percepções que garantem que a raiva ou o conflito sejam contidos. É a serenidade
que possibilita e leva ao conhecimento interior seja do educador, ou seja, da criança
(LIMA, 2008).
Complementando esse enunciado, se pode observar que na
sociedade moderna existem diferentes padrões de comportamento. E, só o indivíduo
que desde a infância foi tratado por seus pais, parentes e educadores com
serenidade e paciência além do afeto e do carinho terá maiores e melhores
condições de se tornar, no futuro, um elemento socialmente adaptado ao seu padrão
de vida, em paz com a comunidade e consequentemente com seus pais (LIMA,
2008).
Nos enunciados acima se encontram registrados, à importância que
uma relação parental afetiva, bem construída, adquire para a vida das crianças,
adolescentes e adultos.
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3 ENSINO APRENDIZAGEM
Pode-se definir o processo de aprendizagem como o modo como os
seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudando até o
seu comportamento (LIMA, 2008).
A aprendizagem estabelece um processo integrado que provoca
uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. “Essa
transformação se dá através da alteração de conduta de um indivíduo, seja por
condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente
permanente”. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino
ou até pela simples aquisição de hábitos (LIMA, 2008).
A influência do grupo sobre a criança começa muito antes do nascimento, tanto nas circunstâncias implícitas, históricas e socioculturais herdadas pelos indivíduos como nos preparos explícitos, físicos e sociais mais óbvios que os grupos fazem antecipando o indivíduo. Tudo isso exerce sua força até mesmo em tarefas cotidianas simples que requerem o gerenciamento e o emprego da ação individual (DANTAS,1992 p.91).
O ato ou vontade de aprender é uma das características
fundamental para o psiquismo humano. O indivíduo nasce potencialmente inclinado
a aprender, precisando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade)
para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o
ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de
maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá
no meio da interação social em que o indivíduo convive; sua conduta muda,
normalmente, por esses fatores, e por predisposições genéticas (DANTAS,1992).
Por mais de vinte anos continuam discutindo os paradigmas
educativos tradicionais e provocando uma série de modificações nas práticas
educativas. Por sua vez, esta situação renova o interesse de pedagogos, psicólogos,
filósofos e biólogos não apenas no processo de aprender como nos seus respectivos
objetos de conhecimento. As contribuições de Ausubel, Piaget, Vygotsky ampliam
nossa compreensão sobre a aprendizagem, a cognição e os processos de
construção de conhecimentos na sala de aula, e geram reflexões em torno do papel
do docente e o ensino que propiciam estabelecer um diálogo interdisciplinar com a
pedagogia e com a didática. Neste sentido, tanto a experiência como a investigação
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mostram que os processos de ensino e aprendizagem constituem um corpo
conceitual cada dia mais complexo e interdisciplinar (DANTAS,1992).
Existe certo consenso de que a educação deve promover o
desenvolvimento integral das pessoas e sobre a aprendizagem de determinados
conteúdos da cultura necessários para que elas sejam membros da abordagem
sócio-cultural de referência. “Mesmo assim, problemas aparecem quando se trata de
explicar o que se entende por desenvolvimento e aprendizagem e quais são as
relações entre os dois processos” (VYGOTSKY, 1987).
O desenvolvimento pode ser considerado um processo através do qual as pessoas, a partir das estruturas disponíveis em cada momento, se apropriam da cultura do grupo social dentro do qual estão imersas. Se bem que o desenvolvimento das pessoas, como diz Piaget, tem uma dinâmica interna. Isto é possível devido às interações sociais estabelecidas entre o indivíduo e os diferentes agentes que atuam como mediadores da cultura – pais e docentes (VYGOTSKY, 1987, p. 91).
Utilizando este conceito de desenvolvimento, entende-se, então a
aprendizagem como um processo de construção individual através do qual se faz
uma interpretação pessoal e única da tal cultura. “Desde esta perspectiva, os
processos de aprendizagem não são uma mera associação de estímulos e
respostas ou de acumulação de conhecimentos; são mudanças qualitativas nas
estruturas e esquemas existentes de complexidade crescente” (PIAGET, 1990).
O processo de aprendizagem ocorre em decorrência de interações sucessivas entre as pessoas a partir de uma relação vincular, portanto, é através do outro que o indivíduo adquire novas formas de pensar e agir e apropria-se ou constrói relações sociais que influem na relação do indivíduo com os objetos, lugares e situações (LIMA, 2008 p. 34).
Aprendemos de acordo com os processos de interação social com
outras pessoas que atuam como mediadores dos conteúdos da cultura,
estabelecidos no currículo escolar, graças aos processos de interação e de
comunicação com os docentes e com seus pares. A aprendizagem cooperativa entre
alunos demonstra ser também uma poderosa ferramenta para o seu
desenvolvimento. (LIMA, 2008).
Para Dantas, (1992) “existem vários tipos de aprendizagem, mas
deve-se procurar incentivar a aprendizagem significativa sendo esta, por definição,
27
uma aprendizagem integral e relacionada com o contexto social do aprendiz”.
Não se podem separar os processos de aprendizagem dos
processos de ensino. Os dois são interdependentes na medida em que a forma que
se planifica o ensino é decisiva para que o aluno possa construir aprendizagens
significativas DANTAS (1992).
Para Piaget, a afetividade, engloba também as tendências e a vontade. Ele estabelece uma importante visão nas dimensões afetivas e cognitivas no campo da ação moral. Segundo o teórico, toda a ação remete a um “fazer”, a um “saber fazer” e a dimensão afetiva que corresponde ao “querer fazer”, sendo assim, a dimensão cognitiva e afetiva, aparecem em seus postulados teóricos como indissociáveis (LIMA 2008, p. 35).
Da perspectiva do conceito construtivista, o ensino não consiste em
transmitir conhecimentos acabados aos alunos; “o que é necessário é oferecer ajuda
para que cada aluno consiga construir as aprendizagens básicas estabelecidas no
currículo escolar ”(PIAGET, 1990).
A função docente é desenhar e organizar experiências educativas
utilizando o princípio da centralidade do estudante como sujeito ativo da
aprendizagem. “O educador atua como mediador entre o aluno e os conteúdos que
este precisa aprender, ajustando o apoio pedagógico ao processo de cada um.
”(PIAGET, 1990).
A escola é mais importante caminho para a construção de
conhecimento, é nela, que o cérebro é estimulado a trabalhar com o conhecimento
que o indivíduo possui anteriormente de a frequência de uma instituição escolar
(DEMO, 2007).
Mas, para que o processo de aprendizagem ocorra é necessário que
o aluno tenha conhecimento do tema e da importância do mesmo para a aquisição
do conhecimento. Só conhecendo o assunto é que o aluno se torna um sujeito que
integra a construção/ reconstrução do conhecimento e é interativo na sua atitude em
sala de aula. (VYGOTSKY, 1987)
Para o autor a aprendizagem só pode ser promovida se o professor
conhecer e dominar totalmente o que vai ensinar, deixando de lado os livros
didáticos que tem respostas prontas e únicas para os exercícios. Se esse domínio
28
de conteúdo pelo professor não ocorreu ainda aquele que está estudando – o aluno
não aprenderá, pois o professor também não fez a sua parte. Para este educador o
livro didático limita o interesse do aluno, suprimindo sua curiosidade natural e
encobre o cidadão que se quer preparar para o futuro. Para isso é indispensável
desenvolver atividades que estimulem o raciocínio e estejam mais próximo possíveis
da realidade de vida do aluno (DEMO, 2007).
Perrenoud (2000) “explica que o objetivo da escola não deve ser
passar conteúdos, mas preparar todos para a vida em uma sociedade moderna”. O
autor esclarece ter desenvolvido um exercício para definir o que ele chama de
competências fundamentais tendo chegado a estabelecer até oito grandes
categorias das mencionadas competências: saber identificar, avaliar e valorizar suas
possibilidades, seus direitos, seus limites e suas necessidades; saber formar e
conduzir projetos e desenvolver estratégias, individualmente ou em grupo; saber
analisar situações, relações e campos de força de forma sistêmica; saber cooperar,
agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva e partilhar liderança; saber
construir e estimular organizações e sistemas de ação coletiva do tipo democrático;
saber gerenciar e superar conflitos; saber conviver com regras, servir-se delas e
elaborá-las; saber construir normas negociadas de convivência que superem
diferenças culturais.
Ensinar, hoje, deveria consistir em conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas. Para os adeptos da visão construtivista e interativa da aprendizagem, trabalhar no desenvolvimento de competências não é uma ruptura. O obstáculo está mais em cima: como levar os professores habituados a cumprir rotinas a repensar sua profissão? Eles não desenvolverão competências se não se perceberem como organizadores de situações didáticas e de atividades que têm sentido para os alunos, envolvendo-os, e, ao mesmo tempo, gerando aprendizagens fundamentais (PERRENOUD, 2000, p. 31).
Para o educador seria possível identificar e especificar o que ele
designa concretamente de grupos de situações. E cita como exemplo o saber e
aplicar estratégias para que as pessoas possam manter seus empregos em
situações de reestruturação de uma empresa. É quando a vida pode ser medida
dentro de uma competência e se consegue lutar para evitar situações de gravidade
que surge a idéia de que os objetivos da escolaridade dependem de uma escolha da
sociedade.
29
3.1 A INFLUNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM
Na época atual, o estudo do afeto e sua influência na aprendizagem
vêm despertando atenção e interesse não só dos grandes autores das áreas de
psicologia como também de educadores (LIMA, 2008).
A ação, seja ela qual for, necessita de instrumentos fornecidos pela inteligência para alcançar um objetivo, uma meta, mas é necessário o desejo, ou seja, algo que mobiliza o sujeito em direção a este objetivo e isso correspondem à afetividade (DELL’AGLI; BRENELLI, 2006, p.32).
A ótica de Wallon distingue a emoção da afetividade quando registra
que a afetividade é um conceito maior onde a emoção se inclui como componente
orgânico, corporal, motor e plástico, sendo a cognição refletida nos sentimentos e a
expressão é desvendada pela comunicação. É a afetividade, tendo ligação com as
emoções e os desejos que sustenta as ações executadas pelo indivíduo. A análise
de diversos aspectos da afetividade que exercem alguma influência nas fases que
compõe o processo de desenvolvimento da aprendizagem é importante para que
seja possível entender como se processa a aprendizagem como um todo. (GALVÃO,
1995)
As idéias de Wallon estão fundamentadas em quatro elementos
básicos que estão em permanente comunicação. Desses quatro elementos
(afetividade, emoções, movimento e a formação do eu) se vão enfocar dois deles
considerados mais importantes para a sedimentação do conhecimento teórico.
(GALVÃO, 1995)
Afetividade é um dos principais elementos do desenvolvimento humano. As emoções têm papel fundamental no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o ser humano exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral, são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. A escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa (GALVÃO, 1995, p. 122).
Na análise desse processo de desenvolvimento da aprendizagem, é
necessário mencionar que para Wallon a emoção exerce um papel relevante no
desenvolvimento humano. Para esse especialista uma criança no seu início de vida
30
mantém contato com quem cuida dela. Esses contatos são feitos com a emoção. Ela
não está somente adquirindo um novo conhecimento com sua inteligência, mas ela
tem também seu corpo e sua emoção. A afetividade é um dos elementos do
desenvolvimento humano mais importante. Isso porque a emoção exerce um papel
fundamental no desenvolvimento da pessoa. É mediante a emoção que o ser
humano expressa os desejos e vontades. Mas as suas manifestações são pouco
estimuladas conforme os modelos tradicionais de ensino (LIMA, 2008).
As emoções, assim como os sentimentos e os desejos, são manifestações da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoção por afetividade, tratando os termos como sinônimos.Todavia, não o são. A afetividade é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações (LIMA 2008; p.61).
Para a criança é na manifestação dos sentimentos mais profundos
que ela se relaciona com o meio. Para que as emoções se manifestem é necessário
que os espaços sejam organizados. E é aqui que o movimento assume seu caráter
pedagógico seja pelos gestos, pelos movimentos e pela sua representação (LIMA,
2008).
Simplificando os gestos, os movimentos podem ser disseminados de
acordo com uma preparação anterior, o que torna o movimento um apoio à
representação da afetividade (GALVÃO, 1995).
O ato de deixar uma criança sentada numa carteira escolar limita a
força das emoções e do pensamento mesmo se sabendo que tanto a afetividade
quanto o movimento são importantes para o desenvolvimento pleno da inteligência
individual. (GALVÃO, 1995).
Para autores como Piaget, Wallon, Vygotsky e Erickson a influência
do meio escolar contribuí para que a individualidade da criança ou o
desenvolvimento de sua personalidade seja construído ao longo de sua
permanência na escola (ANDRADE, 2007).
Nos estudos de Erickson, na primeira fase da escolarização surgem
os conflitos entre o esforço e a inferioridade. A escola e os amigos e colegas tornam-
se o centro dos relacionamentos mais importantes da vida da criança. (OLIVEIRA,
2007).
31
A forma como os pais manejam a satisfação ou a restrição dos desejos de seus filhos (Freud), a forma como respondem a suas condutas exploratórias e as suas iniciativas (Erickson), a forma como agem diante de sua teimosia ou suas graças (Wallon), a forma como moldam com reforços diferenciais as condutas sociais de seus filhos (aprendizagem social) são consideradas essenciais no desenvolvimento de um caráter mais acanhado ou mais onipotente [...]. Desta forma percebe-se a importância dos pais e/ou cuidadores na formação e no desenvolvimento do autoconceito e auto-estima das crianças (ANDRADE, 2007 p. 30)
Esses autores analisam e tem como conclusão que diferentes
teorias apresentam pensamentos muito semelhantes quando se referem aos pais e
ao contexto familiar como os responsáveis pelos diversos tipos de desenvolvimento
da personalidade das crianças. Para comprovar essa teoria eles citam Freud quando
mencionou como os pais interagiam em face à aprovação ou restrição aos desejos
dos filhos. Também Erickson foi citado ao analisar as respostas dadas às iniciativas
tomadas pelos filhos. Em Wallon observaram a forma dos pais responderem aos
acessos de teimosia ou brincadeira das crianças. Nessas observações os pais são
considerados como os responsáveis pela aprendizagem social dos seus filhos e vão
definindo os formatos de conduta social dos filhos (GALVÃO, 1995).
Todas as maneiras que os pais adotam são essenciais para a
definição do tipo de desenvolvimento de caráter dos seus filhos. Assim, conforme a
atenção e a conduta educativa adotada pelos pais na educação de seus filhos eles
podem vir a ser tímidos ou mais expansivos; firmes no que decidirem fazer ou então
preocupados por não saber decidir; sendo confiantes em si mesmos ou sendo
inseguros (ANDRADE, 2007).
Como entendimento sobre esse tema se pode considerar que aos
pais/ cuidadores /educadores a tarefa de preparar e influenciar dia a dia a formação
e o desenvolvimento do autoconceito e auto- estima das crianças, ou seja, fazer com
que elas estejam se sentindo bem consigo mesmas e expressem esse sentimento
de uma forma rica em conteúdo e satisfação (LIMA, 2008).
A convivência familiar é um componente fundamental para que se
construa uma relação afetiva uma vez que é o cotidiano que a maternidade-
paternidade é entendida como um compromisso que vai além do nascimento, ou
seja, da procriação de um novo ser que necessita de cuidados, de afeto e de
carinho, mas também de limites que possam tornar este ser numa pessoa feliz e
32
também responsável. (LIMA, 2008).
As constatações acima registradas se apresentam como variáveis
significativas para sedimentar a relação entre a afetividade e aprendizagem. Cada
criança chega à escola trazendo consigo toda a carga afetiva que é o reflexo de seu
desenvolvimento na sua vida familiar. É correto esperar que apareçam alguns
problemas emocionais devido à variedade de contatos que ela venha a manter na
escola. Se a criança, no âmbito familiar, pode desenvolver sua inteligência
emocional estará apta a lidar com as diferentes situações e conflitos que um novo
ambiente – a escola – e os novos relacionamentos, sem dúvida, lhe serão
proporcionada (LIMA, 2008).
É aqui que cabe ao professor e aos profissionais da escola
acompanhar de perto a condução dessas novas relações, preparando um ambiente
que seja alegre e acolhedor onde a criança, encontre sempre, um profissional
disposto a escutar suas necessidades emocionais emergentes. Essa medida é
necessária para que as crianças agrupadas numa classe possam trabalhar suas
inseguranças e desenvolver positivamente todas as suas potencialidades
(ANDRADE, 2007).
O papel da afetividade é funcional na inteligência por ser a fonte de energia de que a cognição se utiliza para seu funcionamento. Ele explica esse processo por meio de uma metáfora, afirmando que “a afetividade seria como a gasolina, que ativa o motor de um carro, mas não modifica sua estrutura. Ou seja, existe uma relação intrínseca entre a gasolina e o motor (ou entre a afetividade e a cognição) porque o funcionamento do motor, comparado com as estruturas mentais, não é possível sem o combustível, que é a afetividade (PIAGET, 1980, p.50).
Para Piaget a afetividade se apresenta como a energia que o ato de
aquisição de um novo conhecimento necessita para funcionar. Para ele existe uma
relação estreita entre a afetividade e o ato que move a pessoa no processo de
adquirir um conhecimento (cognição). As estruturas mentais não funcionam
adequadamente se a afetividade não fornecer a ela o seu combustível, ou seja, o
afeto e o amor.
33
3.2 OS ESTIMULOS AFETIVOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Na primeira infância os principais vínculos, bem como os cuidados e
estímulos necessários ao crescimento e desenvolvimento, são fornecidos pela
família. Os estímulos em crianças pequenas são essenciais no seu desenvolvimento
intelectual e emocional,desde que a afetividade não esteja sendo dada com excesso
de ansiedade (ANDRADE, 2007).
A interação da criança com o adulto ou com outras crianças é um
dos principais elementos para uma adequada estimulação no espaço familiar. O
bebê recém-nascido deve receber as melhores condições para que ele possa se
apropriar deste mundo utilizando toda a sua atenção e inteligência(ANDRADE,
2007).
As primeiras aprendizagens das crianças ocorrem na primeira
relação com a mãe (as primeiras palavras,o toque de carinho, um aconchego ou
uma estória infantil) .Nesta relação à criança constrói seu estilo particular de
aprendizagem ,que sofrerá modificações à medida que a criança relaciona com
outros contextos. Cada estágio da afetividade ,quer dizer as emoções ,o sentimento
e a paixão ,pressupõe o desenvolvimento de certas capacidades,em que se revelam
um estado de maturação (LIMA,2008).
Em termos de aprendizagem e generalização social: os lares tolerantes e democráticos encorajam e recompensam a curiosidade, a exploração e a experimentação, as tentativas para lidar com novos problemas e a expressão de idéias e sentimentos. Obviamente, uma vez aprendidas e fortalecidas em família, essas atividades se generalizam na escola. Por outro lado, a criança que foi severamente controlada ou excessivamente protegida por seus pais, não aprende esses tipos de reação, visto que foi desencorajada de atuar independentemente, de explorar e experimentar por conta própria. Adquire, então, reações tímidas, desgraciosas, apreensivas e de modo geral, conformistas, as quais também se generalizam na escola (LIMA, 2008, p. 34).
Quando estimulada afetivamente a criança torna sua imaginação
solta e criativa e faz com que sejam criadas novas conexões cerebrais que
contribuem para sua interação com o mundo. A inteligência da criança se torna mais
viva e ativa quando ela recebe estímulos e é tratada com afeto e amor. Neste
período os pais e a família devem incentivar a criança para que ela possa
estabelecer vínculos duradouros e permanentes. Sem vivenciar uma relação de
34
afeto e carinho ela poderá ter dificuldade nos seus relacionamentos na fase adulta
(LIMA,2008).
“Os pediatras recomendam que se tenha consciência de que a
estimulação pode ser feita durante as situações cotidianas da vida da
criança.”(LIMA,2008).À hora do banho ou da troca de fraldas são momentos únicos
para acarinhar a criança, tocar, massagear o corpo, os braços e mãos, as pernas,
conversar e aconchegar no momento do sono. Não dá para esquecer que a
evolução da criança segue um programa biológico pré-determinado. São etapas que
uma criança normal tem de atravessar de acordo com este programa, sem pressões
externas e sem pressa. (LIMA, 2008).
[...] à Didática Geral a função de subsidiar o professor a compreender a “ação pedagógica no contexto escolar” e não apenas restrito ao processo ensino–aprendizagem; à “Pedologia – área de estudo que buscou se afirmar na Europa na transição do século XIX e que pretendia o estudo natural e integral da criança, sob o aspecto biológico, o antropológico e o psicológico. A definição de Magda B. Soares ao extrapolar os limites do ensino, abre a possibilidade de relacionarmos o objeto da didática com aquele que vem a ser o objeto da educação infantil, e que caracteriza a educação da criança de 0 a 6 anos em instituições de educação e cuidado (ROCHA, 2005 p. 68).
Nesta citação se observa que o autor entende que o professor
encontra na didática geral ferramentas para desenvolver seu trabalho em sala de
aula. Ele não pode restringir sua atuação apenas na sua área de estudo, uma vez
que a criança é um ser integral que deve ser vista em seus aspectos biológico,
antropológico e psicológico. Isso quer dizer que o professor deve conhecer outras
áreas de conhecimento para poder cuidar das crianças pequenas. (ROCHA, 2005)
Um dos formatos das atividades que mais podem contribuir para a
estimulação simultânea de todas as áreas do cérebro é a música. Ela é como uma
chave que desbloqueia o cérebro no social, emocional, cognitivo, alfabetização,
habilidades motoras finas e brutas, a linguagem e a musicalidade. Para a
especialista as aulas de música e com música são importantes para refinar o
processo de aprendizagem (ROCHA, 2005).
35
4 A APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
A observação do funcionamento atual das escolas brasileiras, em
geral, desperta aos profissionais que trabalham na área de ensino uma grande
preocupação. Isso por que o ato de lecionar e aprender tem se modificado
radicalmente. Isso por que apesar de todo conhecimento gerado pelos especialistas
em educação as informações vinculadas pela mídia escrita e falada assinalam um
crescimento da violência no ambiente escolar (LIMA, 2008).
É fato de conhecimento geral que em muitas salas de aula o respeito
mútuo entre alunos e professores deixou de estar presente. Os professores e alunos
enfrentam situações graves de indisciplina e violência exploradas sempre pela mídia
(LIMA, 2008).
Morin (2003) ressalta que a definição de violência escolar é um
fenômeno heterogêneo que rompe a estrutura das representações básicas do valor
social: a da infância (inocência) e a da escola (um refúgio pacífico), bem como a da
própria sociedade (um elemento pacífico num regime democrático) Lidando com a
violência nas escolas: o papel da UNESCO/Brasil.(Pesquisa 2003).
Numa outra vertente, se percebe que os alunos das escolas públicas
e particulares, apesar de terem idéias atuais sobre diferentes assuntos, têm
dificuldade em colocar suas idéias em textos escritos o que indica a falta de leitura
de bons livros, adotando parcialmente a linguagem dos sites de relacionamento e,
especialmente, não participando integralmente das atividades de leitura e escrita
desenvolvidas em sala de aula. O código da escrita necessita ser discutido com o
outro, dadas a possibilidades de dizer as coisas de diversas maneiras, dependendo
da intenção daquele que escreve. (CHOMSKY, 1998).
Língua é algo como o modo como falamos e compreendemos', uma concepção tradicional da língua. A teoria da língua de Pedro é freqüentemente chamada de 'gramática' de sua língua e a teoria do estado inicial da faculdade de linguagem é chamada 'gramática universal', numa adaptação de termos tradicionais a um arcabouço distinto. A língua de Pedro determina um leque infinito de expressões, cada uma com seu som e seu significado. Em termos técnicos, a língua de Pedro 'gera' as expressões da língua dele. A teoria da língua dele é então chamada uma gramática gerativa (CHOMSKY, 1998, p. 20–21).
Mediante estas observações considerou-se importante abordar e
36
aprofundar o conhecimento sobre a qualidade de relação professor-aluno, o
desempenho em sala de aula e o grau de afetividade entre professor e alunos. Essa
relação ocorre atualmente de forma tímida em poucos ambientes escolares e para
se tornar mais efetiva se observa a necessidade de que especialistas professores e
pais possam dialogar mais e entender que educar é um processo coletivo que
ultrapassa a concepção generalizada sobre a função da escola. (LIMA, 2008).
No contexto geral se observa que muitas escolas promovem apenas
uma transmissão linear de conhecimentos previamente selecionados na
programação curricular das disciplinas básicas que sempre é estabelecida pelos
gestores da educação, da escola e professores. Isso ocorre sem que sejam
consideradas as vivências pessoais dos alunos e de suas famílias (LIMA, 2008).
A metodologia escolhida pelo professor é também um fator
preponderante para a criação de um ambiente propício para que o aluno seja
motivado a aprender e considere que, ao se tornar participante ativo e
comprometido, está contribuindo para a sua formação de cidadão do futuro (LEITE,
2009).
A convivência social é inerente ao ser humano que nasce numa
família, convive com vizinhos e parentes, cria vínculos na escola onde aprende a
respeitar e conviver em harmonia com seus colegas e seus professores. Esta
convivência deve ser permeada de concessões às críticas e conselhos, pois dessa
forma é possível aflorar a sensibilidade, a confiança e o respeito que reforçam o
companheirismo e o bem estar pessoal. Neste contexto o relacionamento professor–
aluno, peça fundamental para gerar mudanças de caráter profissional e
comportamental possibilita a integração e interação entre professor – aluno. (LEITE,
2009)
Graças à atuação dos profissionais da educação mediante publicações, movimentos, conferências, cursos, debates que divulgam idéias da escola renovadora, forma-se uma nova consciência educacional relativa ao papel do Estado na educação, à necessidade de expansão da escola pública, ao direito de todos à educação, tendo em vista seu alcance político e social, à importância da racionalização da administração escolar, á necessidade de implantação de uma política nacional de educação (LEITE, 2009 p. 14).
Na escola atual o construtivismo tem sido uma fonte de inspiração
37
para que os professores atuem de uma forma mais identificada com as idéias e
necessidades emergentes dos alunos que trazem consigo diferentes posturas
familiares e que hoje conhecem e usam com rapidez e inteligência os computadores,
os celulares e vêem na televisão filmes violentos que, muitas vezes, podem criar nos
alunos a idéia de que o mundo é assim (LEITE, 2009).
Por outro lado os alunos, especialmente aqueles das escolas
públicas necessitam aprender para o enfrentamento de um mundo extremamente
competitivo que afasta aqueles que não desenvolveram suas capacidades. Cabe à
família e aos professores ampliar o espaço do conhecimento, se utilizando sim, do
construtivismo de uma forma equilibrada que permita que o aluno tenha progresso
significativo no seu aprendizado. (LIMA,2008).
O construtivismo busca explicar como as pessoas aprendem. Prega
que o processo educativo não é uma seqüência de pílulas que os alunos engolem e
decoram. É necessário que eles construam em suas mentes os arcabouços mentais
que permitem entender o assunto em pauta. Essa visão leva à preocupação legítima
de criar os contextos, metáforas, histórias e situações que facilitem aos alunos
"construir o seu conhecimento (LIMA,2008).
A postura questionadora dos especialistas enriquece as discussões
e traz para os professores excelentes subsídios para o desenvolvimento de suas
ações e atividades em sala de aula aliando os conteúdos contidos nos planos
pedagógicos nacionais, regionais e locais, o seu conhecimento sobre a área em que
atua e as motivações emergentes dos seus alunos. Essas discussões proporcionam
aos professores maior segurança na elaboração de suas propostas de ação visando
o desenvolvimento da aprendizagem mais identificada com a realidade vivida por
seus alunos, suas famílias, comunidades, os pressupostos do mercado de trabalho,
do meio ambiente e das aspirações de todos para a melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos brasileiros, onde a paz e a união sejam valores efetivos e duradouros
(LEITE, 2009).
38
4.1 RELAÇÃO DA AFETIVIDADE COM O ENSINO APRENDIZAGEM
Aprender conteúdos, não é mais o único objetivo das crianças
frequentarem a escola nos dias de hoje .A criança se desenvolve não só
aprendendo as coisas que lhe são ensinadas na escola. Também aprende a
desempenhar papéis, a se relacionar afetivamente com as outras pessoas da família
e da comunidade. Desta forma, o aspecto afetivo do desenvolvimento da criança se
auto-reproduz e se produz junto ao grupo social (LIMA, 2008).
A intensificação das relações entre professor-aluno, os aspectos afetivos emocionais, a dinâmica das manifestações da sala de aula e formas de comunicação devem ser caracterizadas como pressupostos básicos para o processo da construção do conhecimento e da aprendizagem e ainda, da condição organizativa do trabalho do professor. Compreendemos então que afetividade e inteligência por conseguinte, são aspectos indissociáveis, intimamente ligados e influenciados pela socialização. (LIMA, 2008.p.47).
De acordo com Elias (1996, p. 99): “É por intermédio das
modificações comportamentais da área afetiva que a escola pode contribuir para a
fixação dos valores e dos ideais que a justificam como instituição social”. Assim
sendo, a sala de aula é o espaço onde são apreendidos conteúdos teóricos e
valores. Onde são construídos novos enfoques para sedimentar o conhecimento
lógico e participativo e onde se busca o beneficio do bem estar coletivo e pessoal.
Um aspecto importante, e indispensável para o desenvolvimento da
aprendizagem escolar, é a utilização da comunicação afetiva como instrumento de
transmissão dos conteúdos incluídos nos programas e grades curriculares
estabelecidos para as diferentes séries da escola (LIMA, 2008).
Quando o professor está transmitindo uma informação, um aviso,
uma mensagem aos seus alunos ele está exercendo o ato de comunicar o conteúdo
de determinada disciplina, de uma idéia ou de uma mensagem. Esse ato pressupõe
que os sujeitos envolvidos estejam atentos ou “ligados” no assunto em questão.
(LIMA, 2008).
Para se ter um entendimento aprofundado sobre comunicação
afetiva se torna indispensável entender que a informação é um processo resultante
das diferentes situações criadas pela atividade humana. Isso quer dizer que a
produção de informações decorre das ações e atividades humanas. Nas etapas de
39
construção da informação se consideram três perspectivas de comunicação: a
primeira reflete a comunicação funcional estabelecida entre os sujeitos, ou seja, o
que se conversa cotidianamente; a segunda perspectiva representa a idéia da
informação intencional onde as mensagens são produzidas num único sentido (são
exemplo desse tipo de comunicação as ordens de alguém que são cumpridas pelos
demais envolvidos); a terceira perspectiva ocorre quando se estabelece a
comunidade colaboração de todos os sujeitos o que produz comunicação consciente
voltada para o bem comum de um grupo, de uma, do país e do mundo (MORAN,
2008).
Talvez o significado mais marcante de nosso trabalho e de maior alcance futuro seja simplesmente nosso modo de ser e agir enquanto equipe. Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes para enfrentar os problemas - tudo isto é inaudito na vida comum. Nossas escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que nem o indivíduo nem o grupo são dignos de confiança. Deve existir poder sobre eles, poder para controlar. O sistema hierárquico é inerente a toda a nossa cultura (MORAN, 2008.p.163).
Nesta ótica a manifestação da afetividade surge quando existe o
acolhimento, o afeto e o interesse comum. É ela que torna as atividades em classe
interativas estimulando a troca de opiniões, a criatividade a procura de novos
elementos e assim permite a construção coletiva de um novo conhecimento (ou a
renovação de um conhecimento anterior). É a comunicação afetiva que facilita a
troca de idéias, promove a união de todos (professor e alunos) em torno de um tema
comum de interesse de todos (LIMA, 2008).
É interessante considerar que, na modernidade, existe uma relação
muito forte entre os seres humanos e a comunicação emocional e a afetiva do que
pela racionalidade. O ser humano sempre desenvolveu seu conhecimento racional
na observação, experiência e técnica e jamais desconsiderou o conhecimento
baseado em símbolos, mágico ou poético. Para realmente assumir sua importância
real na vida humana é necessário que a educação integre suas práticas ao
conhecimento da vida dos alunos, promovendo o desenvolvimento de trabalhos de
grupo, explorando as potencialidades da comunidade, dando espaço para o
desenvolvimento e a criação das idéias próprias dos alunos e desenvolvendo
atividades afetivas inerentes à área de comunicação como a arte, a poesia, o teatro
40
e até mesmo produzindo pequenos projetos ressaltando a importância de relações
afetivas nas famílias, escolas, comunidades (LIMA, 2008).
Conforme as discussões de especialistas em educação e psicologia
é possível entender que a aprendizagem é um processo que se desenvolve
continuadamente, em situações da vida das pessoas,quer seja em família,em sala
de aula ou no fato de se aprender e desenvolver uma determinada atividade até
então desconhecida. Por outro lado se percebe que a aprendizagem e a construção
do conhecimento estão intimamente relacionadas com a afetividade (LIMA,2008).
Para Piaget o processo de aprendizagem se conclui quando se
percebe que ocorreu o desenvolvimento total da situação que está sendo estudada.
Esse especialista entende que a noção de aprendizagem está restrita ao domínio de
um novo conhecimento derivado da organização da sociedade. Já o
desenvolvimento da inteligência corresponde à obtenção de todas as estruturas do
conhecimento já construídas e disponíveis. Mediante tal postura o indivíduo
estimulado interage e responde ativa ou passivamente aos estímulos que lhe são
apresentados. (PIAGET 1990).
Este conceito de aprendizagem, apesar de seu conteúdo
extremamente importante, vem sendo adotado de forma ainda tímida pelos
professores que necessitam atender também os procedimentos de gestão adotados
e trabalhar com alunos conectados com uma sociedade onde a informação é
imediata e chega via rádio, televisão e internet a qualquer hora. (PIAGET 1990).
Piaget entende que o desenvolvimento é o processo essencial que dá suporte para cada nova experiência de aprendizagem, isto é, cada aprendizagem ocorre como função do desenvolvimento total, e não como um fator que o explica. Ele restringe a noção de aprendizagem à aquisição de um conhecimento novo e específico derivado do meio, diferenciando-a do desenvolvimento da inteligência, que corresponderia à totalidade das estruturas do conhecimento construídas. Assim, para Piaget o sujeito possui uma estrutura mental e essa visão de aprendizagem difere da idéia associacionista, baseada no esquema estímulo resposta. [...] (LIMA, 2008, p. 55).
É com a inclusão da afetividade na sala de aula, que se
estabelece o clima adequado para o desenvolvimento da aprendizagem, o que
precisa ser um ambiente confortável, aconchegante, colorido e limpo. Pois é na sala
de aula que a construção gradativa do conhecimento é feita, envolvendo alunos e
41
professor que se integram como uma equipe unida em torno da mesma finalidade -
participa e desenvolver diferentes tipos de projetos e experiências. Neste contexto, o
professor é o elemento facilitador que auxilia os alunos a construir novos
conhecimentos ou reconstruir aqueles que já foram objeto de atenção no decorrer de
experiências anteriores e necessitam ser aprimorados (LIMA, 2008).
No processo de aquisição da aprendizagem, uma série de fatores se
completa para promover um efetivo trabalho de entendimento e fixação do tema que
se está sendo estudado. Contemplando os fatores acima mencionados se espera
que eles resultem na interação entre a mente do aluno e o meio ambiente. Neste
processo, que está de acordo com a atual ênfase educacional, o professor atua com
o facilitador e co-autor da aprendizagem de seus alunos. Evidencia-se aqui a
possibilidade e a oportunidade de se promover uma construção gradativa do
conhecimento ou a reconstrução de um conhecimento anterior cujo entendimento
estava fracionado e se encontrava incompleto em sua essência. (LIMA, 2008).
Uma das formas de estabelecer vínculos é mostrar genuíno interesse pelos alunos. Os professores de sucesso não se preparam para o fracasso, mas para o sucesso nos seus cursos. Preparam-se para desenvolver um bom relacionamento com os alunos e para isso os aceitam afetivamente antes de os conhecerem, se predispõem a gostar deles antes de começar um novo curso. Essa atitude positiva é captada consciente e inconscientemente pelos alunos que reagem da mesma forma, dando-lhes crédito, confiança, expectativas otimistas. [...] (MORAN, 2008, p. 167).
Uma análise sucinta desta citação demonstra segundo Moran
que o interesse do professor pelo sucesso dos seus alunos é essencial na clara
intenção de criar vínculos ou pontes que possam motivar e interessar os alunos a
aprender. O sucesso de um professor reside na forma afetiva como ele aceita e trata
seus alunos, antes mesmo de conhecê-los (MORAN, 2008).
É preciso que o professor cultive com seus alunos o diálogo
permanente, franco e aberto para evitar que seu esforço em ensinar e o interesse
dos alunos em aprender se perca no vazio. É indispensável que o diálogo seja
mantido na sala de aula (LIMA, 2008).
Num outro patamar o professor deve cultivar certa competência
intelectual em diferentes áreas do conhecimento para poder fazer a correlação
dessas áreas ao que está sendo ensinado e que for interessante para os alunos. É
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assim que a teoria pedagógica pode se tornar próxima da prática de ensinar o que
viabiliza com mais propriedade a reflexão e a integração do que está sendo
aprendido com a vida cotidiana dos alunos e em conseqüência lógica com o mundo.
(LIMA, 2008).
Num outro patamar o professor deve cultivar certa competência
intelectual em diferentes áreas do conhecimento para poder fazer a correlação
dessas áreas ao que está sendo ensinado e que for interessante para os alunos. É
assim que a teoria pedagógica pode se tornar próxima da prática de ensinar o que
viabiliza com mais propriedade a reflexão e a integração do que está sendo
aprendido com a vida cotidiana dos alunos e em conseqüência lógica com o mundo.
(LIMA, 2008).
Freire, o grande educador brasileiro, explicita que o saber se torna
um exercício diário e depende bastante da integração e cumplicidade que a
convivência diária proporciona. Essa percepção exige uma reflexão sobre o que é
necessário para que a aprendizagem ocorra de uma forma construtiva, lúdica e
motivadora.( FREIRE,1996)
Este saber, o da importância desses gestos que se multiplicam diariamente nas tramas do espaço escolar, é algo sobre o que teríamos que refletir seriamente [...] o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético, e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Precisamente, por ser ético, podemos desrespeitar a rigorosidade da ética. Aprender, para nós, é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e a aventura do espírito (FREIRE, 1996, p. 66).
O saber, que o educador menciona é sobre a constatação da
influência e validade dos gestos afetivos que cotidianamente se multiplicam em sala
de aula e nos demais ambientes escolares e que exigem sempre a necessidade de
uma reflexão séria e objetiva por parte dos professores e da escola. (FREIRE, 1996).
Ainda sob o ponto de vista de Freire (1996) o imperativo ético que
reside no fato de se ter consideração quanto à independência e dignidade de cada
pessoa em relação ao que pode ser passível de integração entre uns e outros, ou
seja, entre alunos, professor, gestores e família. Mantendo essa postura ética o
educador mantém vivo o interesse e a motivação dos alunos pela aprendizagem. O
professor tem consciência de que o rigor da ética pode ser transgredido, uma vez
43
que na aprendizagem o importante é promover a construção, reconstrução, definir
prioridades e constatar se a mudança é necessária ou não. Toda essa
movimentação não se consegue fazer sem que se corram eventuais riscos e sem
que o exercício aventureiro da criatividade e imaginação seja acionado. (FREIRE,
1996)
A habilidade emocional, ou seja, a afetividade é o grande eixo para a
construção da educação que todos desejam. De acordo com Chalita (2006) a alma
de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na
equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas,
piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -,
tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel
e à importância do professor. (CHALITA, 2006).
Chalita (2006) também acredita que se podem ter todos os poemas,
romances ou dados no computador, como há nos livros, nas bibliotecas; pode-se até
haver a possibilidade de se buscar informações pela Internet, cruzar dados num
toque de teclas. Tudo isso se tornará ineficaz se a todo esse aparato faltar a emoção
humana, o olhar atento do professor, sua gesticulação, sua fala, seu posicionamento
frente à interpelação do aluno, suas ações no sentido da construção coletiva do
conhecimento, a sua necessária intervenção enquanto agente promovedor de
experiências positivas no universo de desafios da aprendizagem.Se a emoção não
estiver presentes nas relações humanas será impossível se compreender e ter
aptidão para o entendimento de qualquer assunto em debate.Para ele “ o grande
pilar da educação é a habilidade emocional ”. (CHALITA, 2006).
Não é possível desenvolver a habilidade cognitiva e a social sem
que a emoção seja a habilidade emocional se caracteriza, como o esteio seguro da
educação, e consequentemente da aprendizagem (CHALITA, 2006).
Tal colocação identifica que a emoção sem limites exige que a
pessoa procure desenvolver atividades que diminuam sua intensidade e possibilitem
que a habilidade adquira um conhecimento e possa ter capacidade de atender às
manifestações próprias das relações humanas. (LIMA, 2008).
O sujeito age sobre a influência dos afetos que consegue construir
durante as ações que permeiam sua vida. Portanto, são os afetos que preparam as
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ações do sujeito, participando ativamente da percepção que ele tem das situações
vividas e do planejamento de suas reações ao meio (LIMA,2008).).
Nesta ótica, sobre a ação influente da afetividade e do meio
ambiente pedagógico sobre o indivíduo ele, entendendo seu papel no contexto,
passa a participar intensamente dos momentos que vivencia e percebe as situações
anteriores que o fizeram chegar até este momento e como, o que foi planejado em
outros momentos, provocou reações positivas ou negativas no meio em que
aconteceram (LIMA,2008).
A importância da afetividade na vida humana e na aprendizagem
pode ser traduzida devido às necessidades emergentes de cada pessoa envolvida,
no caso os alunos e o seu professor, dinamismo da vida individual e coletiva com
toda a riqueza de significados dela transbordante (LIMA,2008).
Se alunos ou professores não se envolvem, poderá até ocorre algum tipo de fixação de conteúdo, mas certamente não ocorrerá nenhum tipo de aprendizagem significativa. Reafirmam esses autores que é mediante o estabelecimento de vínculos afetivos que ocorre o processo ensino-aprendizagem (CODO; GAZZOTTI, 1999, p. 45).
Esses autores, ao refletir sobre o envolvimento coletivo a ser
mantido na relação entre alunos e professor, constatam que se torna indispensável
que haja o estabelecimento de vínculos afetivos entre os participantes do processo
educativo. Isso é importante para que haja motivação e atração na aprendizagem
para que ela possa se tornar significativa e permanente. Para os autores se os
vínculos afetivos deixarem de ser construído entre os envolvidos o processo ensino-
aprendizagem perderá a consistência e deixará de ser uma aprendizagem
significativa (CODO E GAZZOTTI, 1999).
“Não dá para ensinar pensando apenas na cabeça do aluno, pois o
coração também é importante” (MELLO, 2004, p. 18).
No desenvolvimento do processo educacional e nas atividades
próprias da aprendizagem é necessário se estar atento e observar, não apenas o
que o aluno apresenta quanto à sua inteligência e interesse em aprender, mas
também é importante que o professor consiga apreender a reação do coração dos
seus alunos quanto ao entendimento consciente sobre os assuntos abordados em
45
sala de aula. (LIMA, 2008).
As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores ( LIMA, 2008, p. 58).
O processo de desenvolvimento de uma educação que não se
preocupe apenas com o ato de ensinar por ensinar, mas sim de promover uma
educação onde a afetividade possa contribuir para a formação de um ser humano
produtivo e feliz se identifica com a teoria de Henri Wallon (1968), que parte do
pensamento de uma educação mais humanizada e que considera a pessoa como
um todo. Para ele, a aprendizagem depende essencialmente de como cada um faz
as diferenciações com a realidade exterior. (LIMA,2008).
A teoria walloniana reflete a importância da observação atenta da
criança para se promover uma educação pautada na prática do conhecimento da
criança e das relações humanas entre os atores envolvidos no processo de
aquisição do conhecimento. Nessa reflexão cabe incluir a importância do meio na
vida da criança. (LIMA,2008).
É então que se usa a inteligência que permite que cada indivíduo
contribua para a construção e/ou reconstrução de um novo conhecimento/ou um
conhecimento mais antigo que pode estar perdido. Assim pode ocorrer a finalidade
maior da educação que é contribuir para a formação de cada pessoa sem prejuízo
das características próprias e inerentes à sua personalidade (pessoal e
instranferível), mas integrada às suas vivências com o mundo exterior. (LIMA,2008).
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana ou rural. Os professores devem parar de pensar que dar o curso é o cerne da profissão. Ensinar, hoje, deveria consistir em conceber, encaixar e regular situação de aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas. Para os adeptos da visão construtivista e interativa da aprendizagem, trabalhar no desenvolvimento de competências não é uma ruptura. O objetivo da escola não deve ser passar conteúdos, mas preparar todos para a vida em uma sociedade moderna (PERRENOUD, 2000, p. 34).
Este especialista moderno orienta sobre se trabalhar em
primeiro lugar sobre os problemas e projetos. Para os seguidores de uma visão onde
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se constrói o conhecimento coletivamente e se promove uma aprendizagem
interativa se considera que a escola não tem de desenvolver conteúdos pré–fixados
e sim, deve preparar todos, alunos e professor, para viver na sociedade moderna
atual. E a postura de muitos professores deve ser modificada para se evitar que o
processo continue a ser aquele em que o professor apenas transmite o
conhecimento sem atender às necessidades afetivas de seus alunos. Reflete mais
uma vez sobre o desenvolvimento de competências/aptidões orientando sobre a
necessidade de o professor realizar seu trabalho tendo como apoio instrucional a
busca de soluções para os problemas e o desenvolvimento de projetos.
(PERRENOUD, 2000).
As tarefas programadas, apresentadas e debatidas com os alunos
devem ser complexas e conter desafios que possam induzi-los a fazer uma revisão
dos conhecimentos já assimilados e complementá-los, se necessário com novos
conteúdos. A pedagogia proposta tem como característica básica ser ativa e
cooperativa e ser viável e aberta para ser aplicado na cidade, bairro, zona urbana ou
rural. (LIMA, 2008).
Para Perrenoud (2000) a missão da aprendizagem e o ensinar atual
consistem em desenvolver uma proposta, ajustar e integrar os diversos aspectos
para a ação de aprendizagem, sem deixar de estar atendendo aos princípios
pedagógicos, ativos e construtivistas. (PERRENOUD ,2000)
Na escola atual não há mais lugar para uma relação distante entre
alunos e professores, onde fica explícito o descaso e a apatia. Até mesmo por que a
sociedade está cada vez mais livre de padrões pré-determinados. Aluno e professor
têm uma grande necessidade de estabelecer uma proximidade instigante e afetiva
para que o primeiro se interesse e deseje aprender por entender que a atitude do
professor é compatível com suas idéias. Para isso há necessidade de que aluno e
professor estabeleçam uma proximidade instigante onde o aluno deseje aprender e
participar com efetividade das atividades em sala de aula (LIMA, 2008).
O educador sempre será de importância fundamental na vida dos seus alunos e
levará em sua vida os ensinamentos adquiridos às crianças e adolescentes sob sua
responsabilidade com a finalidade de buscar a interação coletiva às suas propostas
de trabalho. Conclui-se então que os docentes devem ser preparados para exercer
um papel importante nesta nova escola e na vida dos seus alunos que, conscientes
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de sua formação, poderão seguir em frente sem perder a perspectiva do que lhes foi
ensinado. A arte de ensinar deve ser inerente à tendência e formação do professor
que sempre será um facilitador das dos caminhos para se chegar ao conhecimento
desejado. (LIMA, 2008).
O centro da atividade escolar não é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e curioso. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem. Em oposição à Escola Tradicional, a Escola Nova destaca o princípio da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem parte do interesse dos alunos que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência, pelo que descobrem por si mesmos. O professor é visto, então, como facilitador no processo de busca de conhecimento que deve partir do aluno. Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais (LIMA, 2008 pg.54).
Para este educador o aluno é o eixo central de toda atividade
promovida em sala de aula e na escola. O professor organiza e coordena as
situações que geram a aprendizagem e procura adaptar seu entendimento às
características de cada aluno.Só mediante essa atitude serão desenvolvidas as
capacidades e habilidades intelectuais dos alunos e se percebe que sem a
afetividade o processo educativo não atingirá aos objetivos desejáveis.A afetividade
e a aprendizagem têm uma relação estreita e permanente a ser explorada como um
eixo norteador da ação do professor que deve ser sempre voltada para que seus
alunos atinjam níveis de conhecimento adequados às suas vidas futuras. (LIMA,
2008).
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5 CONCLUSÃO
A elaboração deste trabalho acadêmico faz refletir o papel atual da
Escola na qual se necessita buscar, criar e manter fundamentos que levem as
crianças e os adolescentes a conviver em harmonia e resolver questões pendentes
tanto no ambiente escolar como no ambiente familiar e comunitário.
Entende-se que, tanto para a família quanto para a escola, se torna
necessária se praticar a aprendizagem como um processo onde a emoção e a
afetividade estejam presentes para que seja possível, além das disciplinas regulares,
se abordarem assuntos diversos que emergem do cotidiano vivenciado pelas
crianças pequenas, pelos alunos do Ensino Fundamental e pelos adolescentes do
Ensino Médio. Essas são as funções da família e da escola como eixos centrais da
vida humana. Por outro lado os temas, além daqueles considerados como disciplinas
escolares efetivas (português, matemática, ciências, etc.) são importantes para a
formação de uma cidadania plena de significado. Nos processos educacionais e na
prática cotidiana de vida a afetividade, a emoção, o convívio na família, com os
colegas e com o professor são importantes e necessários.
No texto produzido se procurou tecer um verdadeiro painel de
informações essenciais à análise da relação da afetividade com a aprendizagem se
buscando registrar e interpretar o pensamento de grandes especialistas das áreas
educacional e psicológica.
A experiência de elaborar um texto complexo e profundo onde a
aprendizagem e a afetividade foram observadas em diferentes contextos nos faz
concluir com certeza de que é na família e na escola que se formam as pessoas
comuns, afetivas, com auto-estima alta, e que sem dúvida serão os cidadãos e
cidadãs do Brasil do futuro e, conseqüentemente, do mundo.
Concluindo a experiência de elaborar um texto complexo e profundo
onde a aprendizagem e a afetividade foram esmiuçadas em diferentes situações
trouxe a certeza de que é na família e na escola que se formam as pessoas comuns,
afetivas, com auto – estima alta, sendo cidadãos e cidadãs do Brasil e
conseqüentemente do mundo de que toda a humanidade faz parte.
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