“rei do bar”: tipografia vernacular inspirada nos letrei-ros populares da zona norte do recife

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“Rei do Bar”: tipografia vernacular desenvolvida inspirada nos letreiros populares da zona norte do Recife “Rei do Bar”: tipografia vernacular inspirada nos letrei-ros populares da zona norte do Recife. “Rei do Bar“: vernacular typography inspired by popular letterings of northern zone of Recife. Lima, Eduardo; Graduando; Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Torres, Madyana; Graduanda; Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Reis, Pedrina; Graduanda; Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Resumo Este artigo apresenta uma reflexão teórica e prática sobre a influência da tipografia encontrada nos letreiramentos populares, da região norte do Recife, sobre atual tipografia digital. Com o intuito de desenvolver uma fonte digital inspirada na tipografia vernacular foi analisado o sistema de identidade visual dos bares de dita região que auxiliaram na produção da “rei do bar”. Palavras Chave: paisagem tipográfica urbana; letreiramentos populares; Design gráfico (tipografia) Abstract This paper presents a theoretical and practical reflection on the influence of popular lettering typography, found in the northern region of Recife, on the current digital typography. In order to develop a digital typography inspired by vernacular letterings, was considered the visual identity system of bars of that region who helped in the production of “Rei do bar”. 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design

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“Rei do Bar”: tipografia vernacular desenvolvida inspirada nos letreiros populares da zona norte do Recife

“Rei do Bar”: tipografia vernacular inspirada nos letrei-ros populares da zona norte do Recife.

“Rei do Bar“: vernacular typography inspired by popular letterings of northern zone of Recife.

Lima, Eduardo; Graduando; Universidade Federal de [email protected]

Torres, Madyana; Graduanda; Universidade Federal de [email protected]

Reis, Pedrina; Graduanda; Universidade Federal de [email protected]

ResumoEste artigo apresenta uma reflexão teórica e prática sobre a influência da tipografia encontrada nos letreiramentos populares, da região norte do Recife, sobre atual tipografia digital.

Com o intuito de desenvolver uma fonte digital inspirada na tipografia vernacular foi analisado o sistema de identidade visual dos bares de dita região que auxiliaram na produção da “rei do bar”. Palavras Chave: paisagem tipográfica urbana; letreiramentos populares; Design gráfico (tipografia)

Abstract

This paper presents a theoretical and practical reflection on the influence of popular lettering typography, found in the northern region of Recife, on the current digital typography.

In order to develop a digital typography inspired by vernacular letterings, was considered the visual identity system of bars of that region who helped in the production of “Rei do bar”.

Keywords: urban typographic landscape; popular letterings; Graphic design (typography)

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IntroduçãoO apego às raízes culturais sempre foi um motivo pelos quais os recifenses conduziram

seus movimentos e suas revoluções, tratando assim, a temática “popular” com bastante ênfase. Com o passar do tempo esse regionalismo ficou exposto às influências externas que acabaram se incorporando à produção local, dificultando a definição da identidade popular.

Com a “popularização de tecnologias digitais voltadas para a produção de fontes tipográficas a partir da década de 1980” (Farias, 2011) encontra-se um movimento regional que busca na cultura popular elementos para o desenvolvimento de uma fonte digital. É observando esse movimento que buscamos desenvolver uma fonte inspirada em elementos encontrados nas identidades dos bares de algumas ruas do Recife. Nesse sentido, o propósito principal desse artigo é de identificar e registrar essa expressão vernacular e, como conclusão, desenvolver uma fonte digital inspirada nos letreiros populares encontrados na zona norte da cidade do recife.

Bar, boteco, botequimO boteco, como atualmente conhecemos, nasceu de um ambiente de ( múltiplos usos),

utilizado como referência, ponto de socialização e de sustento para pequenos povoados e comunidades.

Machado (1989) identifica as raízes ibéricas da palavra boteco: o termo teria derivado das palavras portuguesas botequim ou botica, uma espécie de armazém para venda de “secos e molhados”, semelhante à bodega espanhola. A palavra botequim, por sua vez teria se originado do italiano botteghino, nome de estabelecimentos normalmente relacionados à venda de ingressos para teatro e cinema, além de bilhetes de loteria. Tais raízes etimológicas, traçadas até a origem dos povos responsáveis pela colonização e povoamento do país, revelam a similaridade de costumes adotados.

Segundo o Dicionário Houaiss, o boteco era uma “pequena venda tosca, onde servem bebidas, algum tira-gosto, fumo, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade, geralmente situado na periferia das cidades ou à beira de estradas”. De acordo com o estudo da Revista Metrópole (jun/2008) o processo de transformação da ‘mercearia’ no ambiente de consumo predominantemente de bebidas alcoólicas se deu no início do século XX, quando os proprietários passaram a oferecer aperitivos e bebidas aos clientes, como forma de agrado. A partir de então o ambiente do boteco tornou-se progressivamente ‘impróprio’ para a família e masculinizado.

Existe, devido a abrangência do boteco quanto serviço à sociedade em diversos períodos, a iconização desse ambiente, como aponta Souza:

E assim como a França é conhecida por seus cafés, a Inglaterra por seus pubs e a Itália por suas cantinas, o Brasil tornou-se conhecido por seus botecos, locais que ficaram tradicionalmente conhecidos pelo encontro entre "boêmios", onde se procura uma boa bebida, petiscos baratos e uma boa conversa sem compromisso. Da mesma forma que o samba e o futebol os botecos tornaram-se fortes instituições e/ou paixões nacionais do brasileiro. (Souza, 2010, p. 6)

Tal colocação sugere que, dentre os inúmeros cenários que constroem o imaginário popular e a identidade de um povo, o boteco coloca-se dentro de um certo grau de proeminência para construção de uma imagem do vernacular.

A linguagem Visual dos BotecosA pesquisa realizada analisou as fachadas dos botecos produzidos de forma manual da

região Norte do Recife, compreendidos entre os bairros de Cajueiro, Porto da Madeira,

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Fundão, Água Fria e Encruzilhada. Tais localidades podem ser consideradas suburbanas, o que reforça a definição de Houaiss supracitada.

Dentro das variações de fachadas encontradas, os seguintes elementos tornaram-se marcantes devido a recorrência: Cores predominantes: amarelo, vermelho e preto; Propaganda da bebida ‘patrocinadora’ do estabelecimento; Fachada completamente desenhada e pintada à mão; Tipografia sem serifa, aproximando-se da letra bastão em conteúdos textuais extensos;

Estes elementos normalmente possuem características coincidentes com a de rótulos de produtos alcoólicos tradicionais da região, como a aguardente Pitú e o conhaque de alcatrão São João da Barra. A partir do ensaio sobre o sistema informacional dos rótulos de aguardente em Pernambuco, realizado por Coutinho (2011) é possível estabelecer uma relação do sistema informacional dos produtos e do ambiente onde os mesmos são consumidos (padrão cromático, tipografia e aspecto rústico, ‘feito à mão’). A imagem abaixo pode esclarecer a relação entre ambos (Figura 1, 2,3 e 4).

Figura 1: Fachada de bar dentro do perímetro de pesquisa.

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Figura 2: Fachada de bar dentro do perímetro de pesquisa.

Figura 3 e 4: Exemplos de rótulos analisados por Coutinho (2011).

MetodologiaNão são muito vastas as referências sobre metodologia de criação de tipos. Felizmente,

as pesquisas e publicações nesta área estão crescendo, como afirmou Cheng (2005):

Despite the growing interest and need for new typefaces, there are nevertheless surprisingly few books that explain either the general issues involved in type design (formal and optical balance in letterforms), or the more technical problems of digital font production. (Cheng, 2005, p.7)

Na busca de material bibliográfico para o embasamento deste projeto, destacam-se Cheng e seu livro Designing Type, Buggy e o MECOtipo, Lima em sua dissertação O

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Processo de Construção das Fontes Digitais de Simulação Caligráfica e Finizola em Tipografia Vernacular Urbana: uma análise dos letreiramentos populares. Não existe um único processo ‘correto’ para a criação de um tipo, diz Cheng (2005). As metodologias de cada designer são tão únicas e variadas quanto os projetos em si, completa a autora.

O desenvolvimento desse projeto dividiu-se em cinco etapas. Baseado inicialmente na metodologia utilizada por Finizola (2010).

Como sugerido por Finizola (2010), demarcamos uma área que deveria ser fotografada em busca de letreiramentos populares produzidos por especialistas. Qualquer tipo de informação textual vernacular que apresentasse um aprimoramento no traço deveria ser registrado e posteriormente, catalogado, independente do suporte no qual está exposto.

O recorte escolhido foi na zona norte da cidade do recife, como apresenta a figura 5. A escolha dessa região deveu-se a sua potencialidade de apresentar mais expressões vernaculares, por se tratar de um bairro popular.

Figura 5 – Região percorrida para registro fotográfico

Numa Terceira etapa as fotos dessa região catalogadas de acordo com autor, gênero, localização, conteúdo, técnica, suporte, instrumento, veículo e uso de cores, foram analisadas em busca de um desenho ou um estilo diferenciado que apresentasse uma maior relevância para o desenvolvimento de uma fonte digital.

Devido a quantidade e qualidade como estavam expostas, foi encontrado durante a análise uma quantidade expressiva de pinturas populares em bares destacando-se sobre as demais. Representadas pelo mesmo estilo tipográfico, ou seja, pela forma como as letras se compunham, e também pelo padrão cromático como era apresentado, identificou-se a existência de uma mesma identidade gráfica para essa tipografia que fora o objeto de estudo desse projeto.

Na quarta etapa, a partir das fotografias selecionadas na etapa anterior, foram estudadas questões socioculturais que influenciaram na padronização de tal estilo tipográfico e foram selecionados quais dessas influências permaneceriam na fonte digital que foi criada. Dentre as decisões tomadas nessa etapa definimos que a fonte digital final, deveria apresentar uma versão preenchida e uma outra vazada.

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Sendo uma fonte digital de inspiração vernacular, utilizou-se o método de classificação de Lima (2009), que descreve o nível de fidelidade ao original em fontes de inspiração caligráfica. Apesar de origens diferentes, o diagrama proposto pelo autor, auxilia na definição das características da tipografia em relação ao impresso original. (Figura 6)

Figura 6: Diagrama apresentado por Lima (2009)

Baseando-se nos conceitos de referência de Lima (2009), o projeto atual foi classificado como sendo de uma Referência Concreta, “aquelas cujo desenvolvimento se pauta na recriação digital de determinado modelo de escrita, registrado em original manuscrito (ou conjunto de originais) conservado em algum suporte de natureza física concreta” (LIMA, 2009), de “reconstrução inspirada”, no qual “o projetista não tem como objetivo central reproduzir fielmente determinado registro caligráfico, mas apenas desenvolver uma fonte digital que se aproxime formalmente desse registro” (LIMA, 2009).

Esta última classificação deu ao projeto a liberdade de fazer adaptações, ajustes, mantendo a similaridade com o letreiramento original.

Na quinta e maior etapa analisando as árvores de derivação tipográficas sugeridas por Buggy (2007) (Figuras 7 e 9), foi feita uma adaptação dessa com intuito orientar a criação da fonte a partir das caracteres principais do letreiramento popular selecionado

Projeto TipográficoComo alguns dos caracteres já haviam sido produzidos pelos letristas estes foram

redesenhados – como será demonstrado a seguir. A partir dai esse conjunto de caracteres já finalizados serviram de base para a criação dos demais, como apresentam as árvores nas figuras 8 e 10.

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Figura 7 – Árvore de derivação proposta por Buggy (2007) com destaque em azul para os caracteres preenchidos preexistentes

Figura 8 – Árvore de derivação adaptada para os caracteres preenchidos preexistentes

Figura 9 – Árvore de derivação proposta por Buggy (2007), com destaque em azul dos caracteres vazados preexistentes

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Figura 10 – Árvore de derivação adaptada para os caracteres vazados preexistentes

Para a análise dos desenhos existentes nos letreiramentos selecionados, uma tabela (Figura 11) em ordem alfabética foi criada de forma a visualizar facilmente todos os glifos preexistentes. A tabela permitiu que as formas mais representativas fossem selecionadas e a unidade da tipografia fosse mantida.

Figura 11 – tabela de glifos preexistentes nos letreiramentos selecionados

Mesmo com árvores de derivação isoladas, a criação dos novos desenhos que completariam o set tipográfico não poderia ser feita de uma forma isolada, estabelecendo-se assim, uma constante relação entre as duas versões da fonte. Pode-se observar na figura 11 acima que a maioria das letras já criadas é da versão preenchida, mas por ter uma qualidade de acabamento melhor, a versão vazada teve uma preferência na ordem de derivação – ver Figuras 12, 13 e 14. Observa-se também que algumas letras apresentam desenhos apenas na versão preenchida, o que ocasiona uma derivação inversa, como é o caso das figuras 15 e 16.

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Figura 12 – Recriação do G nas duas versões

Figura 13 – Recriação do O nas duas versões

Figura 14 – Recriação do S nas duas versões

Figura 15 – Recriação do A nas duas versões

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Figura 16 – Recriação do C nas duas versões

Todo o processo de recriação dos glifos seguiu o mesmo padrão. Tendo estes criados, a construção dos derivados foi feita baseando-se na simulação conceitual da pintura realizada pelos letristas profissionais e baseando-se nas formas dos caracteres-chave.

As figuras de construção 12, 13, 14, 15 e 16 ainda sofreram alterações de compensações óticas e ajustes que visam à harmonia do set tipográfico. Caracteriza-se, apesar disso, a ‘irregularidade padrão’ do próprio letreiramento original.

Em alguns caracteres, optou-se pela possibilidade de mais de um glifo, permitindo uma variação entre os glifos alternativos na construção dos textos. Veja nas figuras x e y o set completo, após os ajustes realizados.

Figura 17 – set alfabético da versão preenchida

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Figura 18 – set alfabético da versão vazada

Após o desenvolvimento do set tipográfico algumas decisões foram tomadas acerca do espaçamento entre letra e entre palavras a fim de se adequar a uma melhor legibilidade. Com o set alfabético completo, pôde-se seguir com os testes, que resultaram na definição de um alinhamento diferenciado. Os caracteres são alinhados por cima, característica inspirada no alinhamento do “Regis Bar” (Figura 19). O alinhamento é feito visualmente, pois as formas irregulares do tipo tornariam o alinhamento real bastante desarmônico (ver figuras 20 e 21)

Figura 19 – “Regis Bar” imagem de onde se retirou o de alinhamento por cima

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Figura 20– teste com a versão preenchida

Figura 21– teste com a versão vazada

A etapa cinco, seguiu-se ainda com a construção dos numerais e dos sinais básicos de pontuação. Apenas o “:” estava presente entre os desenhos originais. Então, a criação seguiu-se com a simulação conceitual do processo de pintura do letrista e inspiração nas

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características do set alfabético. Como resultado, obteve-se os dois sets completos apresentados nas figuras 22 e 23

Figura 22– set completo da versão preenchida

Figura 23– set completo da versão vazada

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ConclusãoO processo de construção de uma tipografia baseada em pesquisas de campo

demonstrou-se bastante rico, agregando valores estéticos e simbólicos à identidade do projeto tipográfico. Porém, embora o trabalho restrinja-se à este objeto de estudo, o contato dos estudantes de design com o ambiente urbano e com manifestações e tentativas espontâneas de comunicação gráfica rende reflexões à respeito do papel social do designer e da identidade cultural a ser expressa pelos mesmos.

Podemos considerar, desse modo, o modelo de coleta, análise, estudo e transformação do material coletado como método facilitador da abertura de um diálogo entre o design formal e o vernacular, auxiliando a troca de conhecimentos e valorização e respeito mútuos.

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