reflexoes sobre o uso de tecnologias digitais no ensino da matemática - tales sousa da rocha
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8/17/2019 Reflexoes Sobre o Uso de Tecnologias Digitais No Ensino Da Matemática - Tales Sousa Da Rocha
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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVACURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
TALES SOUSA DA ROCHA
REFLEXÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA
SOBRAL - CEARÁ
MARÇO - 2016
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TALES SOUSA DA ROCHA
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado como requisito parcialpara obtenção da graduação do Cursode Matemática sob orientação da Profa.Dra. Maria José Araújo Souza.
SOBRAL - CEARÁ
MARÇO - 2016
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TALES DE SOUSA DA ROCHA
FOLHA DE APROVAÇÃO
Avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso intitulada “REFLEXÕES
SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO DA
MATEMÁTICA”. Apresentado a Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
BANCA EXAMINADORA:
Orientadora Profª. Dra. Maria José Araújo Souza
Prof. Dr. Gregório Maranguape da Cunha
Prof. Esp. Hudson Costa Gonçalves da Cruz
Apresentado em: ______/_________/__________
CONCEITO: ________
SOBRAL - CEARÁ
MARÇO - 2016
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Agradeço a Deus, por Iluminar-me e capacitar-
me para a elaboração deste trabalho e pelas
aprendizagens durante o mesmo;
Agradeço também a minha família e amigos
que me ajudaram direta e indiretamente para a
sua conclusão.
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“A teoria sem a prática vira verbalismo, assimcomo a prática sem teoria, vira ativismo. Noentanto, quando se une a prática com a teoriatem-se a práxis, a ação criadora e modificadorada realidade”.
(Paulo Freire)
http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_freire/http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_freire/
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RESUMO
Reconhecendo que a educação está ligada a evolução da própriasociedade, faz-se necessário analisar a postura cabível ao professor nomomento atual, bem como entender os aspectos que possam interferir nesseprocesso. Convivendo num âmbito escolar e tendo contato direto com aatuação dos professores, durante as práticas na monitoria de disciplina voltadaa área de tecnologias, enquanto os mesmos “conduziam-nas” em suas aulasno laboratório de informática, constatou-se o quão era necessário e pertinenteencontrar maneiras de se motivar o aluno transformando-o no construtivista doseu próprio conhecimento. Para tanto o uso de novas tecnologias queproporcionem uma mudança didática afim de obter novos metodologias deensino são necessárias. O propósito deste Trabalho de Conclusão de Curso é
o de discutir o uso das tecnologias na formação profissional continuada bemcomo na aplicação coerente das mesmas no processo de ensino-aprendizagem dos educandos de Matemática. Este trabalho tem como objetivoapresentar possibilidades reais de utilização de Conteúdos EducacionaisDigitais pode potencializar o processo de ensino-aprendizagem, sobretudo daMatemática. Para isso, foi realizada uma análise das potencialidades presentesnos Conteúdos Educacionais Digitais, a partir da abordagem sócioconstrutivistada educação.
Palavras-chave: Educação. Tecnologias Digitais. Ensino da Matemática.
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ABSTRACT
Recognizing that the education is on the evolution of proper society, thenecessary becomes to analyse the plausive position to the professor at the momentcurrent, as well as understanding the aspects that can interfere with this process.Coexisting in a school scope and having direct contact with the performance of theprofessors, during the practices in the monitory of discipline directed the area fromtechnologies, while the same “lead them” in its lessons in the computer scienc elaboratory, evidenced the was the pertinent necessary and to find ways of motivatingthe pupil changing it in the construtivisty of its proper knowledge. For in such a way theuse of similar new technologies that provide a didactic change to obtain newmethodologies of education they are necessary. The intention of this Work ofConclusion of Course is to argue the use of the technologies in the training continuedas well as in the coherent application of the same in the process of teach-learning ofthe students of Mathematics. This work has as objective to present real possibilities ofuse of Digital Educational Contents can potencial the teach-learning process, above allof the Mathematics. For this, an analysis of the present potentialities in the DigitalEducational Contents was accomplished, from the construtivisty-partner boarding ofthe education.
Keywords: Education; Digital technologies; Teaching of mathematics;
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................09
CAP TULO 1: TECNOLOGIAS E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO........13 1.1 - O que é tecnologia? ..................................................................................141.2 - Novas Tecnologias na Educação Matemática...........................................171.3 – 1.4 -
Informática e Ambientes de Aprendizagem...............................................19Importância da Tecnologia na Educação...................................................19
CAPÍTULO 2: TECNOLOGIA NA MATEMÁTICA: UM NOVO PONTO DEPARTIDA AO PROFESSOR............................................................................ 21 2.1- Tecnologias e recursos didáticos: organizando ícones e criando novos
atalhos para o ensino superior................................................................. 232.2 - As novas tecnologias e um desafio para a educação superior: um novolink ou mais um arquivo na memória da Educação?.................................25
2.3 - Entre os desafios das novas tecnologias nas universidades: umaatualização na formação docente no ensino superior...............................28
CAP TULO 3: NOVAS TECNOLOGIAS E AÇÃO DOCENTE: CONEXÕES AUMA NOVA PRÁXIS NO USO DA MATEMÁTICA NO ENSINOSUPERIOR........................................................................................................313.1 - Um novo olhar à realidade do ensino de Matemática no Ensino
Superior.....................................................................................................32
3.2 - Uma análise das instituições de ensino superior......................................333.3 - O novo olhar determinado: um novo início do ensino superior.................33
CAP TULO 4: PESQUISA DE CAMPO............................................................354.1 - Metodologia ................................................................................ ............354.2 - Apresentação dos dados e análise dos resultados.................................364.3 – 4.4 -
Objetivo Geral..........................................................................................39Objetivos Específicos...............................................................................40
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................42ANEXO A...........................................................................................................44
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INTRODUÇÃO
A educação sempre foi marcada por processos históricos e culturais que
conduziram e guiaram modelos de instrução nas famílias, nas comunidades,
nas escolas e, atualmente, podemos pensar também em ambientes fora dela.
Os padrões tradicionalmente conhecidos de ensino estão dando lugar a novas
formas de construir conhecimentos. Tal alteração é característica significativa
da inserção das novas tecnologias ao ensino. Porém, educação e novas
tecnologias, caminhando juntas, deixam rastros como indicadores de infinitas
questões.
A sociedade contemporânea vem apresentando diversas formas de
conduzir o ensino sistematizado. As inovações tecnológicas exigem do
profissional docente constante aperfeiçoamento, principalmente em termos da
inserção dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino. Logo, entende-se que
é necessário haver professores capacitados e qualificados para inserir na sua
prática educativa recursos que auxiliem a aprendizagem do aluno. Tendo-se
contato direto com o universo dessas questões, ao trabalhar com educação e
tecnologia e observar a postura de alguns professores, despertou-se uma
pergunta: Como se dá a prática educativa dos professores das escolas com
relação à tecnologia da informação e comunicação? Neste sentido, levantar
discussões acerca dessa temática, que envolve certamente o profissional
docente, tem como mérito o fato de apontar caminhos e contribuições para os
educadores, e também para as instituições educativas. Buscou-se desenvolver
essa pesquisa, visando dar suporte para o entendimento de conceitos,
problemáticas e contribuições das novas tecnologias inseridas na educação.
Este trabalho valeu-se de observação subjetiva e pesquisa de dados
quantitativos, caracterizando o método qualiquantitativo.
Toda a discussão foi construída e embasada por grandes teóricos e
pesquisadores da área de educação e tecnologia, como: Pierre Lévy, Vani
Kenski, Manuel Castells, Nelson Preto, Arnoud Junior, Moacir Gadotti, Paulo
Freire, José Libâneo, Demerval Saviani e outros, sendo estruturado em quatro
capítulos.
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Esse interesse partiu por observar que na maioria das instituições
educacionais o processo de ensino-aprendizagem da Matemática enfrenta
problemas, trazendo como consequência um alto índice de reprovação dos
alunos. A partir daí, nota-se a necessidade de analisar outras possibilidades de
material didático, voltados para o ensino da Matemática, apresentando
características favoráveis ao desenvolvimento do raciocínio lógico e que
estimulem o pensamento autônomo, a criatividade e a capacidade de resolver
problemas.
O uso de ambientes digitais é, entre outras, uma das possibilidades de
ligação entre os conteúdos, linguagem, problemas e diversidades no auxílio do
professor de matemática em sala de aula. No estudo de meios de
aprendizagem, os ambientes digitais aparecem como elementos que
possibilitam novas relações entre a prática e as experiências dos profissionais
da Matemática; abrindo novas possibilidades para as desconstruções e
construções dentro e fora da “sala de aula”, que se expande não apresentando
as tradicionais paredes e horários restritos. A instituição tradicional troca de
formato acompanhando a evolução dos sujeitos e sociedade, oferecendo
atualmente tantas novas possibilidades, através da aproximação da realidade
da informática e Internet. Neste contexto, surge a formação de comunidades
virtuais dentro da Rede, o que é chamado de ciberespaço.
Esse estudo é de suma importância para se compreender as teorias que
discutem sobre este aspecto, a fim de orientar o professor em sua prática, já
que mesmo involuntariamente o professor incorpora uma das posições à sua
prática e é possível observar a perspectiva que adota a partir da prática que
realiza em sala de aula.
Para tanto, inicialmente a discussão tratará de duas concepções: oempirismo e o inatismo que são norteadoras da pedagogia tradicional. Para o
empirismo o conhecimento é adquirido, ele vem do fora, está na sociedade
para ser possuído e transmitido. De acordo com essa concepção a atividade
educativa consiste em transmitir os conhecimentos ao aluno, destacando a
importância da instrução na formação do homem. Segundo o empirismo,
quando nascemos somos como um quadro em branco sobre o qual vão se
acumulando resultados de nossa experiência. Nega-se, portanto, a existênciade idéias inatas, já que o conhecimento seria resultado do contato com a
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realidade, que é exterior ao sujeito. Já o inatismo, sustenta que as pessoas
naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos
e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de
ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas
trazendo o saber à consciência e organizando-o.
No Capítulo 1, procurou-se abordar sobre as tecnologias e sua
importância na educação, para situar o leitor a respeito do entendimento
conceitual e vivencial do que é tecnologia, situando-os na história da
humanidade. Colaborando com essa discussão, tornou-se pertinente
apresentar aspectos da tecnologia como recursos didáticos em tendências
pedagógicas diferentes e o desafio que as tecnologias trazem a educação,
estando tais aspectos divididos em tópicos. O Capítulo 2 é dedicado
especialmente ao professor, onde este aborda a técnica e tecnologia na
matemática: a home Page do professor, que enfatiza o uso das tecnologias e
recursos didáticos: organizando ícones e criando novos atalhos para o ensino
superior, discute-se também o papel, a formação e a prática educativa do
educador nessa nova era. Objetivou-se levantar questões e reflexões que
norteassem a atuação profissional docente com relação às novas tecnologias.
Em seguida, no Capítulo 3, fala das novas tecnologias e ação docente:
conexão a uma nova práxis no uso da matemática no ensino superior e por
último, no capítulo 4, a partir de monitoria realizada na disciplina de
Tecnologias Digitais no Ensino da Matemática, da Universidade Estadual Vale
do Acaraú em Sobral, nos semestres 2014.1 e 2014.2, fala-se sobre reflexão
do uso de tecnologias na formação de professores de matemática, tão
comentada por todos (alunos e professora), e traça o perfil do professor de
matemática no ensino superior. Acredita-se, que ao final de toda à discussão, possa ser possível
responder as seguintes questões: Educação e tecnologia, qual o desafio e a
novidade? Qual o lugar do professor nessa discussão? O que define e
caracteriza essa nova forma de fazer educação? Quais as mudanças
encontradas nessa inter-relação entre educação e tecnologia? Como os
professores estão vivenciando essas mudanças? Quais as dificuldades
encontradas e quais as contribuições apontadas? Essas indagaçõesconfiguraram as discussões que perpassaram esse trabalho, esperando que
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novas questões sejam levantadas para contribuir com os desafios a serem
enfrentados no mundo tecnológico na educação.
O objetivo desse trabalho é discorrer sobre as tecnologias, mostrando
sua contribuição e seus benefícios para o processo de ensino-aprendizagem (a
intenção não é relatar quais tecnologias são as mais adequadas, mas descre-
ver a importância de sua utilização de modo geral), focando sua utilização em
sala de aula, de modo a proporcionar novas formas de ensinar e a sua relação
com o professor, demonstrando que ela surgiu como apoio ao processo de
ensino-aprendizagem e não em substituição ao professor, como muitos
pensam. Identificar e relacionar seus diferentes tipos, compreendê-las como
vêm evoluindo com a sociedade, fazendo uma ligação capaz de caracterizar a
importância do uso para a formação e prática docente.
Tal objetivo é justificado pelas grandes mudanças e transformações da
sociedade e das necessidades humanas, as quais requerem novas formas de
acesso à informação para alunos e professores, estimulando o processo de
ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento e demonstrando a
importância do uso das tecnologias para a educação.
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CAPÍTULO 1 - TECNOLOGIA E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO
Atualmente, vive-se a era da tecnologia, em que todas as áreas dasociedade se beneficiam dos aparatos tecnológicos existentes, que surgem
para melhorar as atividades e necessidades de cada uma dessas áreas. Com a
educação não poderia ser diferente. Hoje, as tecnologias contribuem para um
melhor processo de ensino-aprendizagem, proporcionando novas formas de
ensinar e aprender.
Segundo Ribas (2008), o professor deve ser alguém criativo, competente
e comprometido com o advento das novas tecnologias, interagindo em meio à
sociedade do conhecimento, repensando a educação e buscando os
fundamentos para o uso dessas novas tecnologias, que causam grande
impacto na educação e determinam uma nova cultura e novos valores na
sociedade. A partir de mudanças na forma de ensinar e com a inserção de
tecnologias nesse processo de ensino, mudam-se também as formas de
aprendizagem. Os alunos sentem-se mais motivados, pois estas diferem de
antigamente, quando não existia diálogo entre professor e aluno; hoje há uma
troca de informações em sala de aula, na qual o professor não é mais o
detentor de todo o conhecimento, de modo que o aluno passa a ser o principal
responsável pela construção do seu conhecimento, tendo um papel mais ativo,
na busca de soluções das suas necessidades.
Segundo Valente (1993, apud MAINART; SANTOS, 2002, p. 03):
A incorporação das inovações tecnológicas só temsentido se contribuir para a melhoria da qualidade deensino. A simples presença de novas tecnologias naescola não é por si só, garantia de maior qualidade naeducação, pois a aparente modernidade podemascarar um ensino tradicional baseado na recepção ena memorização de informações.
O principal objetivo do processo de ensino-aprendizagem por meio da
tecnologia é formar alunos mais ativos, de modo que o educador e a tecnologia
se tornem mediadores desse processo, devendo estar unificados para que a
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aprendizagem se torne eficaz. Por meio da utilização das tecnologias, a
associação das práticas pedagógicas, juntamente com o aprendizado,
representa uma possibilidade a mais para os professores, pois estimula o
aprendizado, de modo que os participantes desse processo passam a
investigar as soluções para os problemas e para as situações em estudo. Essa
nova maneira está relacionada a uma nova visão de construção do
conhecimento, em um processo que envolve todos os participantes,
professores e alunos, superando as formas tradicionais na relação de ensino-
aprendizagem (BRIGNOL, 2004).
Para Moran (2006, apud MAINART; SANTOS, 2002, p. 04):
A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática desala de aula e na forma como professores e alunos utilizam osrecursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursostecnológicos na sala de aula não garante mudanças na formade ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecero ambiente educacional, propiciando a construção de conheci-mentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
1.1 - O Que é Tecnologia?
De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2012), tec-
nologia é a “ciência cujo objeto é a aplicação do conhecimento técnico e
científico para fins industriais e comerciais” e um “conjunto dos termos técnicos
de uma arte ou de uma ciência”. A base da tecnologia encontra -se no
conhecimento, técnica e experiência. É por meio deste conjunto que novas
tecnologias são criadas e que aos poucos são transformados os indivíduos e asociedade, independente da utilização que se faça dessa tecnologia. Essa
absorção da tecnologia pela cultura ocorre a partir de valores preestabelecidos
pela sociedade. Segundo Sancho (1998, apud BRIGNOL, 2004, p. 27) “[...] a
tecnologia constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o mundo
social e ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos e
desta forma fazemos uma configuração do nosso futuro”.
Para Kenski (2009, p. 15), “[...] as tecnologias são tão antigas quanto a
espécie humana”. Elas existem desde a idade da pedra, quando os mais fortes
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se destacavam com ideias para a sua própria sobrevivência e, à medida que
iam sobrevivendo, surgiram novas necessidades, de modo que novas
tecnologias foram sendo criadas. Esse processo ocorre até os dias atuais, isto
é, no decorrer da evolução originaram-se diferentes tecnologias. Atualmente,
temos uma evolução tecnológica bem diferente da realidade da idade da pedra,
mas que possui os mesmos objetivos, sempre buscando novas formas de
melhorar os processos existentes que ocorrem nos diversos setores da
sociedade, desenvolvendo mudanças tanto na vida coletiva, como na vida
individual.
Kenski (2009, p. 25) também aborda o surgimento de novas tecnologias,
citando que “[...] o conceito de novas tecnologias é variável e contextual”, ou
seja, em muitos casos não é uma nova tecnologia que está surgindo, mas sim
uma inovação de uma tecnologia já existente. É muito rápido o processo de
desenvolvimento tecnológico atual, em que fica difícil definir o que é um novo
conhecimento, instrumento e procedimento ou o que é uma inovação de uma
tecnologia já existente. É nesse ponto que a autora comenta que “o critério
para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza
técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso”. Atualmente, as novas
tecnologias estão relacionadas aos processos e produtos originários da
eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações, as quais se
caracterizam por serem áreas evolutivas, em permanente transformação.
Kenski (2009, p. 17) comenta que hoje são comuns as expressões
“sociedade tecnológica”, “a tecnologia invadiu nosso cotidiano”, o que, às
vezes, causa certo receio nas pessoas, as quais se assustam com as possibi-
lidades demonstradas nos filmes de ficção científica, em que a tecnologia
passa a ter domínio sobre os seres humanos. A tecnologia faz parte de nossavida em todos os aspectos, por exemplo, comer só é possível graças à
tecnologia dos talheres, pratos, geladeira, fogão, micro-ondas etc. E, dessa
mesma forma, a tecnologia está presente em todas as atividades da nossa
rotina e, para a realização das mesmas, são necessários produtos e equi-
pamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções, ou seja, é
possível dizer que trata-se de tecnologia o “[...] conjunto de conhecimen tos e
princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e àutilização de um equipamento em determinado tipo de atividade” (KENSKI,
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2009, p. 18). Pensando dessa forma, não é só agora que se vive a “era
tecnológica”. Essa “era” já existe desde os primórdios, porém em cada época
existiu um tipo de tecnologia diferente, que, cada uma a sua maneira, tinha o
objetivo de melhorar a qualidade dos processos. É importante comentar
também que:
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novosusos de determinados equipamentos e produtos. Ela alteracomportamentos. A ampliação e a banalização do uso dedeterminada tecnologia impõem-se à cultura existente etransformam não apenas o comportamento individual, mas o detodo o grupo social. (...) As tecnologias transformam suasmaneiras de pensar, sentir e agir. Mudam também suas formasde se comunicar e de adquirir conhecimentos (KENSKI, 2009,
p. 21).
As tecnologias atuais representam mudança didática. Um exemplo
simples é a internet, que, apesar de ser uma tecnologia já antiga (em 1960 já
se falava de internet), possibilita a comunicação das pessoas sem que estas
estejam no mesmo local e a Educação a Distância, que permite estudarem
também à distância àqueles que não têm a possibilidade, de cursarem o
Ensino Superior de forma presencial ou que não possuem recursos para arcarcom esse investimento. Outros exemplos: televisão, computadores, celulares
etc.
As pessoas já estão dependentes de toda essa tecnologia existente. Hoje
é muito comum uma pessoa já saber utilizar um celular e/ou os programas de
computador. Uma realidade muito diferente de anos atrás, já que o acesso à
essas tecnologias se davam apenas quando fossem adultos e/ou idosos. A
instituição e o professor precisam explorar esse conhecimento que já possuem,permitindo assim novas formas de ensinar e aprender e também incluir aqueles
alunos que ainda estão nas estatísticas de exclusão digital, pois, apesar das
facilidades de acesso às tecnologias, ainda existe desigualdade social nesse
âmbito. Este é outro ponto importante da utilização das tecnologias no
processo de ensino-aprendizagem, já que a escola passa a fazer um trabalho
social, inserindo essas pessoas no mundo tecnológico, eliminando assim todas
as barreiras que possam existir, sejam elas sociais culturais ou intelectuais.
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1.2 - Novas Tecnologias na Educação na Matemática
Especificamente em relação ao uso das tecnologias, pesquisas recentes
têm mostrado que sua utilização constitui-se em uma poderosa ferramenta na
superação de vários obstáculos inerentes ao aprendizado na disciplina de
Matemática. O enfoque da informática educativa não é o computador como
objeto de estudo, mas como meio para adquirir conhecimentos (VALENTE,
1993). Nesse contexto, a internet é apenas um dos inúmeros recursos
disponíveis. O advento dos chamados softwares educativos trouxe novas
perspectivas para o uso de novas tecnologias no ensino de Matemática.
Entende-se por software educativo todo software que foi projetado pode ser
usado para fins educacionais. Um software não projetado especificamente para
fins educacionais, também pode ser utilizado como software educativo, como é
o caso das planilhas ou processadores de textos.
Em relação ao uso de softwares educativos no ensino da Matemática,
Gravina (1998) afirma que no contexto da Matemática, a aprendizagem nesta
perspectiva depende de ações que caracterizam o “fazer matemática”:
experimentar, interpretar, visualizar, induzir, conjeturar, abstrair, generalizar e
enfim demonstrar. É o aluno agindo juntamente com o professor,
diferentemente de seu papel passivo frente a uma apresentação formal do
conhecimento. A efetiva contribuição de softwares educativos no processo de
ensino aprendizagem está diretamente ligada aos recursos que eles
disponibilizam e a forma como são utilizados. De acordo com TAJRA (2001), o
professor precisa conhecer os recursos disponíveis dos programas escolhidos
para suas atividades de ensino, somente assim estará apto a realizar uma aula
dinâmica, criativa e segura. Existem diversos tipos de softwares educativos,porém, é preciso que o professor avalie a natureza do software, em relação às
características que propiciarão experiências significativas. Segundo GRAVINA
(1998), ainda é grande a oferta de softwares que, mesmo tendo interface com
interessantes recursos de hipermídia (som, imagem, animação, texto não
linear), nada mais oferecem aos alunos do que ler definições e propriedades e
aplicá-las em exercícios práticos (tipo tutorial) ou testar e fixar “conhecimentos”
através da realização de exercícios protótipos e repetitivos, que no máximoavançam em grau de dificuldade (tipo prática de exercícios).
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Gravina (1998), sobre ao uso de softwares educativos no ensino da
Matemática afirma que:
No contexto da Matemática, a aprendizagem nesta
perspectiva depende de ações que caracterizam o“fazer matemática”: experimentar, interpretar,visualizar, induzir, conjeturar, abstrair, generalizar eenfim demonstrar. É o aluno agindo, diferentemente deseu papel passivo frente a uma apresentação formal doconhecimento.
A efetiva contribuição de softwares educativos no processo de ensino
aprendizagem está diretamente ligada aos recursos que eles disponibilizam e a
forma como são utilizados. De acordo com TAJRA (2001), o professor precisaconhecer os recursos disponíveis dos programas escolhidos para suas
atividades de ensino, somente assim estará apto a realizar uma aula dinâmica,
criativa e segura.
Existem diversos tipos de softwares educativos, porém, é preciso que o
professor avalie a natureza do software, em relação às características que
propiciarão experiências significativas. Outra questão que merece atenção é a
compreensão dos professores em relação a quando ou em que etapa doprocesso de ensino-aprendizagem se insere um software educativo. O
emprego da informática não tem como objetivo único facilitar a resolução de
um exercício ou possibilitar uma visualização mais ampla de um gráfico por
exemplo. Observa-se que muitos professores acreditam que um software
educacional complementa o desenvolvimento de determinado conteúdo.
Nesses casos, o professor desenvolve o conteúdo teoricamente, ou através de
materiais concretos, propõe exercícios ou situações-problema em que o aluno
aplica o conteúdo estudado e em um último momento, propõe o uso de algum
software, para complementar os estudos. Também é comum o uso de tutoriais,
ou “exercício e prática”. Nesses softwares, a abordagem pedagógica
identificada consiste no computador ensinando o aprendiz, o aluno, que se
coloca em uma situação de repetição de um modelo ou de aplicação de uma
fórmula para resolver um exercício. Em contraponto, existem softwares que
permitem a utilização do computador como ferramenta educacional. Segundo
esta modalidade, de acordo com Valente (2008), o computador não é mais o
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instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno
desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar
executando uma tarefa por intermédio do computador. Nessa abordagem, o
desafio para o professor é ensinar com tecnologia, ou seja, empregar uma
sequência didática em que o computador, através de um software educativo,
seja utilizado para desenvolver um conteúdo. É o computador como parte do
planejamento do professor, não sendo utilizado para fins ilustrativos, que pelas
suas características (som, imagens coloridas, animações,...) acaba causando
uma mera impressão visual, porém, sem resultados significativos em termos de
aprendizagem. Nessa perspectiva, a informática adquire um importante
significado no processo de ensino aprendizagem da Matemática.
1.3 - Informática e Ambientes de Aprendizagem
Sabe-se da grande influência que o desenvolvimento da tecnologia tem
sobre as atuais mudanças sociais repercutindo na educação. Os professores
estão aptos a trabalharem com o desenvolvimento tecnológico dentro da sala
de aula? Têm se buscado aprofundar os estudos neste complexo contexto
presente nas instituições de ensino superior a fim de contribuir para uma
formação que, fazendo uso da tecnologia, prepare o aluno para saber viver e
trabalhar na atual sociedade de informação? Sobre estes questionamentos e
buscando-se levar o professor à reflexão da utilização do computador na sala
de aula, como ferramenta de auxílio na aprendizagem é muito importante na
construção do conhecimento dos alunos.
1.4 - A Importância da Tecnologia na Educação
Segundo Gouvêa (1999), o professor do ensino superior será mais
importante do que nunca nesse processo de inclusão das tecnologias digitais
na formação dos licenciandos, se aprimorar nessa tecnologia para introduzi-la
na sala de aula, no seu dia a dia, da mesma forma que um professor de ensinobásico, que um dia, introduziu o primeiro livro em uma escola e teve de
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começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras
tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender
pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e
escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação
em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando as
nossas vistas. Não há aprendizagem significativa se não houver organização e
seriedade na implantação das novas tecnologias na educação. As vantagens
de se utilizar as tecnologias como ferramenta pedagógica é estimular os
alunos, dinamizar o conteúdo, e fomentar a autonomia e a criatividade. As
desvantagens talvez apareçam, quando não houver organização e capacitação
dos profissionais envolvidos, formando assim alunos desestimulados, sem
senso crítico.
É fato que se faz necessário à capacitação dos professores para a
implantação dessas novas tecnologias, pois é comum o professor desenvolver
em sala de aula uma prática tradicional, e em um ou outro momento utilizar os
recursos tecnológicos, como uma ferramenta de apoio na aula. São atitudes
que revelam a integração das mídias na prática pedagógica.
Demo (2008, p. 134) afirma que:
Temos que cuidar do professor, porque todas essasmudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental. Não há comosubstituir o professor. Ele é a tecnologia dastecnologias, e deve se portar como tal.
A escola tem como papel principal, formar cidadãos conscientes, por issoé imprescindível que os professores acompanhem as mudanças, como afirma
Perreneud (1999) a formação continuada auxilia o professor no seu
desenvolvimento profissional fazendo-o adquirir reflexão crítica, permitindo
avaliar a qualidade de seu ensino. Percebe-se que o uso das tecnologias na
educação está se ampliando e países como o Japão, nos mostram
experiências positivas em seu no uso. Já nos Estados Unidos as experiências
não são tão positivas assim, o governo americano fez um alto investimento
para a introdução de computadores as escolas, e não foram positivos, os
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alunos estavam perdendo tempo em sites de relacionamentos, e acessando
sites pornográficos, driblando os dispositivos de bloqueio.
Diante desse novo cenário Gouvêa (1999) vêm dizer que mesmo com
toda a implantação tecnológica, o professor continuará sendo o responsável
pela transmissão de conhecimento no processo de ensino aprendizagem. Nos
dias de hoje qualquer pessoa deveria saber manipular um computador, porém
essa não é a realidade a maioria dos atuais professores estudou em uma
época em que a informática não fazia parte do dia a dia, e os professores que
estão se formando, para o futuro, poucos estão sendo preparados para mudar
essa realidade.
Diante do exposto a educação pública de ensino, necessita de uma
atenção especial, onde a formação continuada do professor como destacou
Perrenaud (1999), em duas das 10 competências que ele julga como prioritária
do docente deve utilizar as novas tecnologias e também gerar sua própria
formação contínua.
Imbernón (2006) afirma que:
O conhecimento profissional consolidado mediante a
formação permanente apoia-se tanto na aquisição deconhecimentos teóricos e de competências e rotinascomo no desenvolvimento de capacidade de processamento da informação, análise e reflexão criticaem, sobre e durante a ação, o diagnóstico, a decisãoracional, a avaliação de processos e a reformulação de projetos. (IMBERNÓN, 2006, p.27).
Por tanto é fato que se faz necessário a capacitação dos professores para
a implantação dessas novas tecnologias em sala de aula, principalmente no
ensino superior, pois é comum o professor desenvolver em sala de aula uma
prática tradicional e que em alguns casos, o aluno ou formando não tem uma
assimilação suficiente no término do curso, ou outro momento para utilizar os
recursos tecnológicos, como uma ferramenta de apoio na aula. São atitudes
que revelam a integração das mídias na pratica pedagógica na realidade atual
de muitas instituições.
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CAPÍTULO 2: TÉCNICA E TECNOLOGIA NA MATEMÁTICA: UM NOVO
PONTO DE PARTIDA AO PROFESSOR
Estando o estudo inserido na temática: o professor e as novas
tecnologias, discutiremos o ensino da Matemática e o uso da tecnologia na
perspectiva de Lévy (1991 e 2003) e Kenski (2003 e 2007), pontuando um
apanhado de situações vivenciadas pela humanidade em que a técnica e a
tecnologia estiveram presentes. Com a contemporaneidade, caracterizada pela
disseminação da tecnologia, pela revolução das ferramentas de comunicação e
pela evolução da informática, surgem novas formas de viver, relacionar-se,
pensar e agir, dando uma nova face a sociedade e, consequentemente, aos
indivíduos. As gerações antigas não têm mais as mesmas características das
atuais quando se estuda a Matemática. Técnicas e tecnologias circundam a
vida cotidiana das pessoas implicando novas condutas e um novo pensar na
Matemática. Mas, que técnica e tecnologia são essas a qual se faz referência?
Elas sempre foram às mesmas ao longo do tempo? As tecnologias foram, por
muito tempo, entendidas como um mero sistema de máquinas que surgiram
para substituir o homem. A técnica, por sua vez, aparecia simplesmente como
o conjunto de procedimentos que auxiliava a aplicação do método. Porém, há
outras perspectivas. O próprio Lévy (1999) usa uma metáfora para expressar a
visão impactante e inadequada, apresentada por vários estudos, que se
referem à tecnologia como um projétil direcionado a um alvo vivo, como a
cultura e a sociedade, e a técnica como algo estranho oriundo de outro planeta.
Segundo Pierre Lévy (1999, p. 22):
Seria a tecnologia um ator autônomo, separado dasociedade e da cultura, que seriam apenas entidades passivas percutidas por um agente exterior? Defendo,ao contrário, que a técnica é um ângulo de análise dossistemas sócio técnico global, um ponto de vista queenfatiza a parte material e artificial dos fenômenoshumanos, e não uma entidade real, que existiriaindependentemente do resto, que teria efeitos distintos
e agiria por vontade própria.
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Lèvy vale-se dessa colocação, pois a tecnologia, aqui discutida, tem seu
traço marcado pela filosofia grega, onde a técnica, ou seja, teckné, traduz a
ideia de arte, ofício. Sendo assim, a técnica significa a arte de fazer algo, ou
ainda, um conjunto de procedimentos que permite o desempenho de métodos,
práticas e ações objetivando alcançar determinadas intenções e não meros
produtos impactantes que não fazem parte da cultura e da sociedade. Desta
maneira, a tecnologia tem um aparato histórico próprio do ser humano, que por
meio da técnica gera o conhecimento, a interpretação, a aplicação e
capacidade para lançar, apurar e produzir instrumentos, ferramentas e
equipamentos capazes de gerar modificações e novidades para o homem e
para a sociedade como um todo. Por isso a tecnologia não se limita aos
suportes materiais, nem aos métodos, nem ao saber fazer.
2.1 - Tecnologias e recursos didáticos: organizando ícones e criando
novos atalhos para o ensino superior
O presente tópico aponta a forma como a tecnologia e os recursos
didáticos acompanharam as práticas pedagógicas no ensino superior. Cada
época usou da tecnologia disponível reconhecendo que era função precípua
para se pensar e elaborar novas técnicas para responder às demandas
recentes. Com a educação, obviamente, não foi diferente; por isso nos tempos
atuais fala-se em outros métodos e outra técnica para se ensinar utilizando o
que existe de mais moderno nas áreas tecnológicas.
Os recursos didáticos, entendidos como todo material usado pelo
professor para auxiliar a aprendizagem do educando, que acompanharam pormuito tempo o ensino sistematizado nas instituições escolares foram: os livros,
cadernos, textos escritos, quadro-negro e giz. Na atualidade, ocorreu a
inserção de novos recursos nas instituições, como por exemplo: computadores,
televisão, projetor de mídia, aparelho de DVD e outros. Porém, os recursos
atuais, mesmo estando disponíveis, ainda não são devidamente explorados ou
utilizados com a mesma importância e valorização dos recursos tradicionais.
Como ilustração, tomaremos como base o caso das tão conhecidas tendênciaspedagógicas, que utilizaram os recursos didáticos a partir dos posicionamentos
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emblemáticos da época, determinando, talvez, o fazer pedagógico de cada
momento histórico. A concepção tradicional, que predominou do século XVI ao
século XIX, sendo propagada no Brasil na Primeira República (1889-1930),
fundou-se em duas vertentes, a religiosa, mais presente na Idade Média e a
leiga, mais presente na Idade Moderna. Essa concepção visava preparar o
individuo para vida, para o desempenho de papeis sociais, de acordo com as
aptidões individuais. As pessoas precisam aprender a adaptarem-se aos
valores e as regras vigorantes na sociedade de classe. Tinha-se como objetivo
ampliar a rede escolar possuindo um caráter puramente quantitativo centrado
no desenvolvimento intelectual das pessoas.
Com essas características, os conteúdos escolares eram distantes da
experiência dos alunos e marcado pela mera transmissão do professor, com
presença efetiva do método expositivo de ensino. O professor era a autoridade
suprema e o aluno, um ser passivo que deveria assimilar e internalizar as
explanações. O aluno era destinado a memorizar, acolhendo as informações
para obter os conhecimentos, ou seja, visava-se disciplinar a mente e formar os
hábitos (LUCKESI,1994). Assim, cabia ao aluno expressar seu entendimento
na realização de atividades mecânicas, repetindo de forma precisa às
informações conteudistas. O principal recurso audiovisual nesse momento era
o som da voz e a imagem do professor. Nesse período, pensar a escola, sem
ser seriada e disciplinar não era cabível; precisava-se apenas de uma sala de
aula com um quadro negro e giz, para realizar o objetivo explícito: ensinar e
aprender. O quadro negro, o giz e o livro didático, materiais necessários para
essa modalidade de ensino, eram os recursos didáticos tecnológico da época,
pois serviam como ferramenta para a conduta do professor.
Segundo Luckesi (1994, p. 61):
[...] no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistemacapitalista),articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento,ou seja, a tecnologia comportamental. [...] A pesquisa cientifica,a tecnologia educacional, a análise experimental docomportamento garantem a objetividade da prática escolar,uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam daaplicação de leis naturais que impedem dos que a conhecemou executam.
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Ainda nesse período, tornou-se relevante o uso de recursos tecnológicos
e audiovisuais geradores da modernização do ensino. Nessa época, esses
recursos apareceram para priorizar a crescente industrialização. Não se
questionava a forma como eles eram usados e, muito menos, se os
professores sabiam utilizá-los. Focava-se na preparação dos indivíduos para o
mercado de trabalho e se tais recursos ajudavam deveriam ser inseridos no
ensino sem grandes questionamentos. Isso daria-se pela forma diferenciada de
trabalhar os conteúdos do ensino.
Segundo FUSARI (1988, p. 24):
O educador, ao propiciar a relação do educando com os
conteúdos do ensino, deverá fazê-lo de forma dinâmica e,sempre que possível, relacionar a experiência do aluno com osconteúdos trabalhados, tentando, sistematicamente, evidenciara importância de uma sólida formação escolar comoinstrumento para a sua prática cotidiana. Desta forma, aatuação do educador deverá ser coerente, articulada eintencional, de forma a propiciar a crítica ao social, bem comouma educação escolar viva, na vida social concreta.
O professor tinha como tarefa mediar o saber do aluno relacionando os
conteúdos trabalhados com a experiência deles. Os métodos do ensino eram
voltados para uma relação entre a prática vivida pelo aluno e os conteúdos
propostos pelo professor. Libâneo (1990, p. 38) refere-se à tendência crítico-
social dos conteúdos relatando que: “[...] a atuação da escola consiste na
preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe
um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para
uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade”.
2.2 - As novas tecnologias e um desafio para a educação superior: um
novo link ou mais um arquivo na memória da Educação?
Dentro da complexidade e amplitude das novas tecnologias e de sua
aplicação ao ensino, essa pesquisa fundamenta-se particularmente na
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s).
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Santos (2002, p. 49), diz que a TIC:
[...] pode representar um movimento ímpar, uma vezque nos permite pensar na redução das distâncias,numa maior integração das escolas entre si e com omundo contemporâneo; não somente comoconsumidoras, mas como possibilidades de produzirconhecimento e de fazer de cada espaço escolar umlugar de produção coletiva, no qual sejam constituídasinterações não lineares e onde sejam fortalecidasessas redes de relações.
As novas tecnologias e a economia do conhecimento estão mudando a
maneira de enxergar a educação e o ensino escolar: a educação formal está
dando lugar à noção de um aprendizado que se prolongue por toda a vida. Assim, no decorrer da história, os indivíduos vêm tendo mais oportunidades de
envolvimento em atividades educacionais fora das salas de aulas tradicionais,
afirma Brandão (1982).
As TIC’s difundiram-se na virada do último milênio, com um grande
número de recursos informatizados surgindo com um abundante nível de
informação. Os recursos informatizados extrapolaram o papel de simples
veículo portador de informações, pois excederam os dispositivos e ambientescomuns de comunicação, proporcionando maior interação entre os envolvidos
no processo comunicativo e alterando os conceitos de espaço e tempo. Outrora
era utilizado o termo NTIC’s (Novas Tecnologias de Comunicação e
Informação), mas, com a habitualidade vivencial das Novas Tecnologias, o
adjetivo “Novo” vem desaparecendo, cedendo espaço para o termo TIC’s e
suas especificidades.
A articulação entre as novas tecnologias e a educação caracterizou-se,inicialmente, pelo uso dos computadores no ensino. Um leque de atividades
diversificadas, com atuação em rede, informações, mensagens e uma
amplitude de ferramentas marcaram o espaço das TIC’s. Nos últimos dez anos
o uso das TIC’s no processo de ensino e aprendizagem tornou-se ponto de
intensa discussão. Segundo Alves (1998) a articulação da informática com a
educação, ao longo do tempo, funda-se em duas vertentes: a primeira,
caracterizando-se pelo ensino da informática na escola baseado na instrução
da utilização dos aplicativos e a segunda, com a inserção dos softwares
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educacionais na rotina escolar. Mundialmente, há significativa repercussão da
associação das teorias e práticas da educação à informática justamente pelo
fato de as ferramentas tecnológicas oferecem à didática em meio de renovação
às aulas tradicionais. Espaços diversos e mídias digitais proporcionam
situações de interação, comunicação, informação e colaboração, tornando a
aprendizagem não mais pautada apenas na escrita e nos meios impressos.
Com essa abordagem cabe questionar se as ferramentas (recursos)
podem ser, sozinhas, responsáveis por mudanças significativas no processo de
ensino-aprendizagem. Nesse cenário surge ainda outra pergunta: Educação e
tecnologia: qual é a novidade então? Acredita-se que a simples utilização dos
recursos não determina mudança qualitativa no ensino-aprendizagem. Esta
advém da possibilidade de construir um novo pensar sobre a educação.
Portanto, as TIC’s, inseridas aos processos educativos, não devem ser
entendidas apenas como novos instrumentos para uma educação do futuro.
Segundo Preto (1999, p. 112) enfatiza dizendo que:
A ideia de que não basta inserir novos recursos tecnológicos para elaborar uma “nova” educação. Não basta, portanto,introduzir na escola o vídeo, televisão, computador ou mesmotodos os recursos multimidiáticos para fazer uma novaeducação. É necessário repensá-la em outros tempos, porqueé evidente que a educação numa sociedade dos mass media,da comunicação generalizada, não pode prescindir da presença desses novos recursos. Porém, essa presença, por sisó, não garante essa nova escola, essa nova educação.
Vive-se um mundo novo, buscando uma educação nova, que não só
apresente vários recursos imprescindíveis à época contemporânea, masofereça meios para repensar o papel da escola, dos profissionais, dos métodos
e do ensino-aprendizagem. Em 1978, Saldanha já se referia a tecnologia não
como máquinas de ensinar, mas como uma nova atitude, uma nova maneira de
pensar e tratar os problemas educacionais. Atualmente, nessa nova era, as
tecnologias apresentam-se como perspectiva de novas reflexões sobre a
educação não só por difundir novos meios de transmitir o conhecimento, mas
por incentivar o aprendizado e o pensamento, na troca de saberes eexperiências gerada por uma inteligência coletiva. Desse modo, não são as
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“máquinas de ensinar” que serão responsáveis pela educação, mas o
profissional docente, por isso é preciso considerá-lo.
2.3 - Entre os desafios das novas tecnologias nas universidades: uma
atualização na formação docente no ensino superior
A evidência de uma sociedade cada vez mais tecnológica aponta para a
necessidade evolutiva de vários ramos, inclusive o educativo. Ao pensar em
incluir nos currículos escolares as novas tecnologias é preciso levar em
consideração as competências e habilidades para lidar com tal inclusão. Fez-se
referência à competências e habilidades do profissional docente, pois ele
deverá ser o sujeito capacitado para, nas suas aulas, orientar os educandos,
considerando o componente tecnológico como auxiliador do ensino. Pergunta-
se, no entanto, se os professores estão preparados para esse novo trabalho,
para esse papel diferenciado, exigido por esse contexto de constantes
mudanças. A discussão sobre novas tecnologias e educação engloba fácil
acesso às informações, troca de saberes, aprendizagem coletiva, autonomia do
professor e do aluno. Mas em que momento reflete-se sobre a necessidade
formativa docente nessa sociedade atual?
Para Barreto (2001, p. 12):
[...] “falar de formação de professores hoje já não é falar da
formação inicial, ou mesmo da dicotomia entre formação inicial
e continuada, mas falar de capacitação em serviço e, até de
certificação”.
Nesse sentido, essa enfática colocação de Barreto, demarca a
imprescindível capacitação necessária ao professor do século XXI, ainda não
encontrada na grande parte deles. Diante de tantas inovações é emergente a
inovação do professor, respaldada por uma qualificação que assegure
conhecimento de línguas estrangeiras, preparo para dialogar com outrasrealidades, fora do mundo da escola, e melhor condição de trabalho. Pode-se,
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assim, pensar em um profissional docente crítico-construtivo, criativo, capaz de
encarar os desafios da sociedade atual e globalizada. A nova exigência
educacional requer um professor capaz de acordar sua didática à nova
realidade presente na sociedade, atendendo a moderna maneira de adquirir
conhecimentos, de informar-se e comunicar-se. Mas, que formação é
necessária a esse professor, para que ele atue dentro dessa perspectiva
educacional?
Emfatiza-se que é necessário uma discussão, revisão, e análise da
formação profissional docente, é algo positivo, pois como nos lembra de Kenski
(2003, p. 88) “[...] a atualização permanente é condição fundamental para o
bom exercício da profissão docente” . Por isso toda e qualquer discussão que
tenha como objetivo ampliar o conhecimento dos professores sobre sua
prática, inovar as condutas e repensar o ensino, será sempre produtiva. É isso
que se pretende neste momento tentando responder a pergunta lançada
anteriormente. O primeiro ponto a ser enfatizada é que o professor precisa ter
uma abertura constante e permanente de aprendizagem. Com esta postura, os
equipamentos tecnológicos não serão vistos como máquinas que venham a
substituir o trabalho docente, mas serão entendidos como recursos auxiliares
no processo do ensino-aprendizagem, ampliando o campo de atuação dos
professores. Porém, para que esta postura aconteça é preciso formar
professores que tenham suporte para usar as TIC criticamente (computador,
redes, software educativo, vídeo, TV, rádio e outros).
Não é somente necessário o conhecimento técnico sobre uso das
ferramentas tecnológicas para atuação do professor, pois o desafio que está
sendo posto vai além da simples inserção de recursos tecnológicos as
instituições escolares. Com as novas tecnologias pensa-se em construirsubsídios estruturantes de um novo pensar que considere uma educação
preocupada com o desenvolvimento do sujeito, para que este se torne capaz
de intervir na sociedade de forma construtiva. Não se pretende construir uma
“educação bancária” como se referia Paulo Freire. Com tantas mudanças que
estão acontecendo na maneira de relacionar-se, comunicar-se e informar-se, é
necessário também que o professor eduque os alunos para torná-los capazes
de analisar criticamente as circunstâncias complexas e imprevistas informadaspela mídia, trabalhando o desenvolvimento das habilidades e criatividade e
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criando formas diferenciadas de adquirir conhecimentos. Como nos lembra
Moran (2006, p. 30) a aquisição da informação por meio das novas tecnologias,
que trazem dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente, requer que o
papel do professor volte-se para “ajudar o aluno a interpretar esses dados, a
relacioná-los, a contextualizá-los”. Cabe ao Estado disponibilizar subsídios para
formar esse profissional. É preciso investir na formação dos professores, pois é
por meio da qualificação docente que podemos pensar na transformação
qualitativa da escola. Investir na formação e no desenvolvimento profissional
significa tornar o professor investigador da sua própria prática.
Segundo Preto (1999, p. 117) enfatiza:
[...] esse novo educador não pode continuar sendo tratadocomo uma categoria profissional de segunda classe. Hoje, noBrasil, os professores estão desprestigiados, mal remunerados,malformados, incorporados, mesmo a contragosto, a uma linhade montagem, em que lhes cabe apenas cumprir determinadastarefas de um processo que mais parece o da produção de umautomóvel do que o da formação de crianças e adolescentes. Apesar do esforço pessoal de um considerável número de profissionais, a grande maioria dos professores de primeiro esegundo graus trabalha sem nenhuma autonomia, semdignidade profissional, não decidindo o quê, como e por quefazer dentro da escola
.
É justamente esta condição profissional que precisa ser revista e
alterada. Enquanto o Estado não viabiliza formas concretas de qualificação
docente através de políticas de desenvolvimento profissional, os professores,
interessados em acompanhar o ritmo da sociedade e ampliar seus
conhecimentos para melhorar sua prática, investem em cursos de pós-graduação definindo, no entanto, uma aparente responsabilidade individual.
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CAPÍTULO 3: NOVAS TECNOLOGIAS E AÇÃO DOCENTE: CONEXÕES A
UMA NOVA PRAXIS NO USO DA MATEMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR.
Paulo Freire (2003, p. 39) expõe: “[...] na formação permanente dos
professores, o momento fundamental é o da reflexão critica sobre a prática”. É
“pensando criticamente a prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a
próxima prática”. É muito oportuna a observação de Freire para introduzir o que
se pretende discutir sobre as questões que perpassam a prática educativa
docente na contemporaneidade. É necessário construir uma nova prática, que
reflita as propostas educativas atuais, vez que elas demandam uma nova
maneira de fazer educação. O espaço educacional, por ser uma instituição que
conduz o ensino sistematizado, é um espaço imbricado com práticas educativa
sujeitos interagindo entre si e relacionando-se nesse contexto, o professor
utiliza uma prática que pode vir a contribuir ou não no processo de
aprendizagem do aluno. Por isso, há relevância em abordar a prática docente
nesse momento de grandes transformações, oriundas dos avanços
tecnológicos. Tais progressos demarcam de forma precisa a necessidade de
reler-se o significado do conhecimento para conceber uma nova percepção de
mundo, na qual se alteram as formas de linguagens, os valores, os espaços e,
obviamente, a forma de ensinar e aprender. Essa discussão, em vez de ditar
regras sobre o que pode ou não ser feito, deve ser oportunidade para identificar
como o processo de ensino-aprendizagem, intercedido por novas técnicas,
pode contribuir para a educação dos sujeitos, de modo a realizarem-se
algumas das transformações esperadas no ensino. Para tanto, é precisopensar sobre o fazer, de forma que a prática conduza o ensino e a
aprendizagem de maneira construtiva, não sendo meramente um conjunto de
etapas a serem praticadas e transmitidas aos alunos, mas meios de lidar
criticamente com as informações e os conteúdos, tornando o espaço
educacional radicalmente diferente.
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Mercado (2000, p. 12) afirma:
[...] as instituições educacionais enfrentam o desafio nãoapenas de incorporar as novas tecnologias como conteúdos doensino, mas também de reconhecer as concepções que osaprendizes têm sobre estas tecnologias para elaborar,desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promovam odesenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre osconhecimentos e os usos tecnológicos.
Não é mais cabível, no contexto contemporâneo, uma prática
tradicionalista calcada nos modelos rígidos de instrução que tinha como
objetivo maior a transmissão de conhecimento, há uma historicização forçada
das práticas pedagógicas, pois os sujeitos (crianças) têm hoje algumas dasnecessidades que tinham antigamente, sendo estas inerentes ao ser humano.
É preciso pensar nos objetivos das práticas que serão fundamentais para
o ensino de Matemática no Ensino Superior e definir a educação que se
pretende construir nessa nova era. Se educar não se resume a transmitir
conhecimento, mas a gerar desenvolvimento, busca-se apontar contribuições,
cada vez mais propícias, para que as tecnologias de informação e
comunicação sejam inseridas na prática educativa de forma a desenvolver umadisposição reflexiva sobre os conhecimentos e as informações.
Essa abordagem dos objetivos e da forma de conduzir o ensino de
Matemática no Ensino Superior e a ação educativa, considerada nessa
discussão em relação ao ensino mediado pelas novas tecnologias, evidencia a
necessidade de esclarecer ‘que prática é essa’ que possibilita a inserção das
tecnologias de comunicação e informação priorizando o conhecimento que não
é transmitido formalmente, por meio de conteúdos escolares.
3.1 - Um download na realidade do ensino de Matemática no Ensino
Superior
Considerando a problemática e o cenário apresentado, a presente
pesquisa que tem como um dos objetivos apontar as dificuldades e traçar
contribuições para o uso das novas tecnologias no contexto do ensino da
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Matemática no Ensino Superior, analisando particularmente a prática educativa
dos professores do ensino superior, buscou identificar que conhecimento os
docentes possuem sobre as TIC’s, de que forma elas estão presentes no seu
cotidiano e como elas impactam no desenvolvimento das atividades educativas
em suas práticas pedagógicas.
3.2 – Uma análise das instituições do ensino superior
Especificamente em relação à informática, pesquisas recentes têm
mostrado que sua utilização constitui-se em uma poderosa ferramenta na
superação de vários obstáculos inerentes ao aprendizado do ensino de
Matemática no ensino superior. O enfoque da informática educativa não é o
computador como objeto de estudo, mas como meio para adquirir
conhecimentos (VALENTE 1999). Nesse contexto, a internet é apenas um dos
inúmeros recursos disponíveis para jogos matemáticos e algumas regras
pertinentes na hora de aprender algumas fórmulas. O advento dos chamados
softwares educativos trouxe novas perspectivas para o uso da informática no
ensino superior.
3.3 - O download já concluído: um novo início do ensino superior
Em todas as áreas da Matemática, tais como geometria, álgebra, entre
outras, há possibilidades de se utilizar as TIC ’s, por isso, não se pode negar a
relevância destas no ambiente educacional, com ênfase na Educação Superiorno ensino de Matemática, sem deixar, é claro de destacar também a
importância da presença do professor e de sua disponibilidade e preparação
para utilizar as ferramentas tecnológicas. Para se trabalhar com as tecnologias
digitais e seus recursos, de maneira correta e consciente, o professor de
Matemática que deseja ensinar utilizando tecnologias em suas aulas, precisa
“conhecer os recursos disponíveis”, explorar suas possibilidades e utilizá-las
como estratégia de ensino da Matemática e deve ter em mente que atecnologia pode ser um caminho para despertar no formando o interesse por
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conteúdos matemáticos que ainda desconhece; ao mesmo tempo em que
aprende a utilizar os recursos tecnológicos passa a entender e pensar
matematicamente.
Segundo (LIMA, 2006, p.38), é válido pensar que:
A aquisição do conhecimento matemático deve estar vinculadaao domínio de um saber fazer e de um saber pensarmatemático. O maior desafio é o de relacionar a tecnologiadisponível na instituição de ensino com a metodologia detrabalho do professor a fim de proporcionar aos educandosuma aprendizagem significativa de Matemática.
Diante dessa realidade, é possível visualizar a necessidade de inserir aosformandos uma era da tecnologia da informação, preparar os futuros
professores de Matemática e propiciar condições mínimas para que a
educação possa, segundo Kenski (2009), adaptar-se aos avanços das
tecnologias e orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação
crítica desses novos meios. Assim, observa-se que a interação existente entre
a Matemática e a informática possibilita uma melhoria significativa no processo
da educação, culminando na grande importância das TIC’s que se encontramdisponíveis para o ensino e aprendizagem de quaisquer disciplinas ou
conteúdos, principalmente ao ensino de matemática no ensino superior.
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CAPÍTULO 4: PESQUISA DE CAMPO
As atividades bem como os estudos trabalhados na disciplina de
Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática, foram aplicados através de:
Análise de Ficha Diagnóstica aplicada aos universitários, acompanhamento das
aulas da disciplina de Novas Tecnologias no Ensino de Matemática e
participação nas discussões com o grupo, estudos teóricos e reflexões com a
orientadora, encontro com a orientadora para análise das atividades práticas
realizadas no laboratório de informática, exploração de softwares voltados para
o ensino da matemática e participação no debate por equipe, explorando
acerca das tecnologias na educação, acompanhamento da apresentação de
seminários abordando o tema “Softwares educativos para o ensino da
matemática”, participação da aplicação de situações-problema envolvendo
geometria e álgebra com resoluções nos softwares Geogebra e Planilha
Eletrônica, execução de atividades à distância (Ead) no ambiente Moodle,
através da realização de fóruns de discussão, chat, webaula e wiki.
4.1 - Metodologia utilizada
A pesquisa foi planejada e desenvolvida em 2014 sob a orientação da
professora Profª. Maria José Araújo Souza, durante a monitoria da disciplina
Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática, nos semestre 2014.1 e 2014.2,
em que se aplicou com os alunos da disciplina citada, uma ficha a qualdiagnosticamos em pelo menos 80% de confiabilidade que o perfil da turma do
semestre 2014.2 era tal qual o da turma 2014.1, com esses dados iniciais
coletados foi possível criar um perfil da turma quanto à realidade do grupo
quanto a aprendizagem na disciplina de Matemática e as suas aptidões no
ensino local, onde estes também moravam, bem como seus conhecimentos
prévios acerca do que seria trabalhado durante o semestre na disciplina de
Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática.
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Para realizar a pesquisa, foi necessário realizar observações e aplicar
questionários. A execução da pesquisa teve inicialmente, como procedimento
técnico, a análise e escolha do material bibliográfico, artigos científicos,
material disponibilizado na Internet e documentos oficiais que apontaram e
contribuíram para a delimitação do tema. A pesquisa bibliográfica, segundo
Salvador (1977, p. 30) consiste no “levantamento de documentos escritos,
literatura cor rente ou obras de autores modernos”, sendo este o feito realizado
para apropriar-se da temática discutida e obter maior interação com o tema
estudado. Ainda segundo este teórico a pesquisa bibliográfica pode ser
realizada simultaneamente com as diversas fases da pesquisa, possibilitando
ao pesquisador informações e auxílio teórico para organizar e definir o plano de
trabalho da pesquisa.
4.2 - Apresentação dos dados e análise dos resultados
No primeiro dia de aula, em ambos os semestre ao qual monitorei, a
Profª. Mazé, aplicou com os alunos uma ficha com questionário (anexo A), para
que os mesmos respondessem afim de se ter um perfil da turma quanto a
realidade do grupo, aptidões no ensino, local onde moravam bem como seus
conhecimentos prévios acerca do que seria trabalhado durante o semestre na
disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática. Em anexo estarão
gráficos que fizemos mostrando de maneira visual e concreta o perfil da turma
composta por 22 homens e 4 mulheres, (gráfico 1).
Gráfico 1-Gêneros dos alunos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática em 2014.1Fonte: Coleta Direta
85%
15%
Gênero dos alunos de Tecnologias Digitais noEnsino de Matemática
Homem
Mulher
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Inicialmente perguntados sua localidade foi constatado que a maioria
eram da cidade de Viçosa do Ceará com 5 universitários, logo em seguida
apareciam Sobral e Uruoca, com 3 e 2 alunos respectivamente. Outro destaque
é a pulverização dos demais universitários divididos em 16 cidades
circunvizinhas à Sobral, (gráfico 2 ).
Gráfico 2-Cidade onde os acadêmicos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática em 2014.1,
moram.
Fonte: Coleta Direta.
Destes 10 lecionam com predominância em Matemática, além de
alternância entre Ciências, Educação Física e Artes, (gráfico 3).
Gráfico 3-Disciplinas que os acadêmicos da disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino da Matemática em 2014.1.
Fonte: Coleta Direta.
0 2 4 6
Santa QuitériaCamocim
Alcântaras
Sobral
Ibiapina
Viçosa do Ceará
Morrinhos
Tianguá
Hidrolândia
Ubajara
Acaraú
MartinópoleIpu
Coreaú
Guaraciaba do Norte
Itarema
Massapê
Uruoca
Não respondeu
1
1
1
3
1
5
1
1
1
1
1
11
1
1
1
1
2
1
Cidade onde vivem
60% 10%
10%
10%10%
Disciplinas Lecionadas pelos Alunos
Matemática Matemática/Ciências Matmática/Ed. Física
Matemática/Artes Matemática/Estag. Estado
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Escolas equipadas
O restante 16 ainda não lecionam. Nesse levantamento foi possível
observar que das escolas onde os universitários que lecionam, 70% possuem
Laboratório de Informática, e que essas escolas desenvolvem com os alunos
em sua maioria, pesquisas, seguido de aulas de informática e outros, porém
chama atenção que destas escolas, 20% não estão funcionando o laboratório.
Aplicação de atividades com recursos didáticos
Os universitários/professores, 4 não desenvolvem com seus alunos
essas atividades, enquanto outros 4 aplicam jogos matemáticos, pesquisas,
exercícios online e revisam conteúdos com seus alunos.
Conhecimento em Informática
A turma é bastante qualificada quando o assunto é informática e 23
disseram possuir experiência antes da disciplina além de possuir computador
em casa. Eles em sua maioria acessam sites de pesquisa, redes sociais,
aplicativos office, e-mails, aplicativos matemáticos, entre outros. Os que não
têm computador têm acesso ao computador e/ou internet através de Lan
House, Laboratório de Informática das Escolas e também através de Internet
Móvel.
Softwares mais utilizados
Apesar da experiência em informática esse número cai
consideravelmente quando a experiência é voltada aos softwares matemáticos,
de 23 para 11, logo 15 deles não têm experiência. Os softwares mais utilizados
são Pascalzim, Geogebra e Free Pascal.
Uso da estrutura tecnológica do curso
Outro dado importante é que o uso do Laboratório de Informática da
Matemática, o LIMA, não era novidade entre 19 de um total de 24 que
responderam a questão. Destes, grande maioria, 16, fizeram a disciplina de
Fundamentos de Programação, além de Introdução à Computação e a
disciplina de Estatística e Probabilidade no Ensino Fundamental e Médio. As
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atividades praticadas por eles, foi em sua maioria atividades de lógica. Em uma
visão como profissionais do ensino em matemática, 17 de um total de 26
responderam ser favoráveis ao uso de calculadora no ensino matemático como
mais uma ferramenta de apoio, 3 discordam e consideram o uso
desnecessário.
Como a disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática tem
o seu regime de ensino semipresencial, foi indagado aos universitários se os
mesmos já fizeram algum curso à distância, e foi constatado que a maioria
nunca havia passado por tal, isso representa 73% do total de universitários da
disciplina. Já entre os meios utilizados o destaque é para a internet com 5
universitários, (gráfico 4).
Gráfico 4-Meios pelos quai os acadêmicos da Disciplina de Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática se
utilizaram para fazerem cursos à distância.
Fonte: Coleta Direta.
A partir dessa gama de informações e os propósitos da monitoria,
traçamos os seguintes objetivos para as atividades de monitoria junto à
disciplina.
4. 3 - Objetivo Geral
Conhecer as possibilidades e limitações dos recursos tecnológicos no
ensino de matemática analisando a utilização das tecnologias digitais, como
os softwares matemáticos e até mesmo o Moodle, o ambiente a distância
utilizado para a disciplina.
1
5
1 0
Correio Internet Correio/Internet Outros
Meio utilizado para fazer o Curso à
Distância
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4. 4 - Objetivos Específicos
Identificar e relacionar os diferentes tipos de tecnologias educacionais;
Compreender como as novas tecnologias vêm evoluindo em prol da
educação e da sociedade;
Socializar os benefícios que as novas tecnologias representam no ensino-
aprendizagem focado na matemática, bem como as implicações que são
passíveis de ocorrer;
Caracterizar que o uso das tecnologias digitais é importante para a
formação acadêmica bem como da prática docente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho, pode-se perceber na prática que aliando
o uso de equipamentos tecnológicos ensino da Matemática auxilia-se a
aprendizagem e amplia-se a capacidade de raciocinar conceitos e regras na
Matemática e nesse caso amplia-se a forma de pensar e raciocinar.
Nos dias atuais, a tecnologia é uma realidade que traz inúmeros
benefícios e, quando incorporada ao processo de ensino-aprendizagem,
proporciona novas formas de ensinar e, principalmente, de aprender, em um
momento no qual a cultura e os valores da sociedade estão mudando, exigindo
novas formas de acesso ao conhecimento e cidadãos críticos, criativos,
competentes e dinâmicos.
As vantagens da inserção das tecnologias são notórias em todas as
áreas, inclusive na educação, área em que os recursos tecnológicos devem ser
bem empregados e bastante utilizados, pois a educação é a base para a
formação dos cidadãos, preparando-os para a vida, para a sociedade nos dias
de hoje. Entretanto, é necessário saber usufruir desses recursos, fazendo com
que eles contribuam para a melhoria da qualidade do processo de ensino-
aprendizagem e não seja utilizada simplesmente como uma nova forma de
ensinar, mantendo as mesmas metodologias de ensino.
É necessário aliar as tecnologias às novas metodologias, tornando esse
processo eficaz, fazendo com que a bagagem de informações que os alunos já
trazem para a escola seja transformada em conhecimento. É nesse momento
que o professor deixa de lado seu antigo papel de detentor do conhecimento e
passa a ser o mediador, facilitador, de modo que os alunos, os quais sãoatualmente os sujeitos ativos do processo de ensino-aprendizagem, explorem
as informações, socializem o saber e construam seu conhecimento.
Dentro dessa perspectiva, o uso das ferramentas tecnológicas, se utiliza a
de maneira adequada e tornam a aprendizagem um processo dinâmico em que
a experimentação, o levantamento de hipóteses, a busca por conjecturas e
pela validação do percebido podem levar o aluno a construir um modo de
pensar matemático mais significativo em sua vida e que esse possa ser um doscaminhos possíveis para desenvolver o raciocínio matemático.
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ANEXO A – Questionário de diagnóstico inicial da disciplina de
Tecnologias Digitais no Ensino de Matemática