rede são paulo de - acervodigital.unesp.br · a primeira etapa caracteriza-se pelo desenvolvimento...

27
Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

Upload: duongmien

Post on 14-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Rede So Paulo de

Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

So Paulo

2011

UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

Convergncias e Dilogos

ficha sumrio tema

SumrioVdeo da Disciplina .................................................................. 3

5.1 - Convergncia de mdias e integrao de linguagens. ..........................4

5.2 - Arte e Interdisciplinaridade ............................................................ 12

Para saber mais ...................................................................... 17

Bibliografia ..................................................................................18

Resumo .................................................................................. 26

Palavras-Chave: ..................................................................... 26

Convergncias e dilogos ...............................................................4

3

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Vdeo da Disciplina

4

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Convergncias e dilogos

Em Convergncias e Dilogos chegamos aos indcios da viso sistmica contempornea. No tpico 1, Convergncia de Mdias e Integrao de Linguagens, perceberemos como a prpria tecnologia vai incorporando o desenvolvimento do pensamento humano e unificando as linguagens atravs das mdias. No tpico 2, Arte e Interdisciplinaridade, veremos como a arte se relaciona com outras reas de conhecimento e como este fato vai ganhando importn-cia na busca de uma melhor compreenso da nossa realidade.

5.1 - Convergncia de mdias e integrao de linguagens.

As poticas e todas as manifestaes humanas, sempre fizeram uso de algum tipo de tec-nologia, que antes de tudo a materializao de conhecimentos cientficos de uma poca. O contexto de cada poca gera aparatos tecnolgicos e ao mesmo tempo conformado por estes. Esta compreenso importante para no se incorrer no equvoco de considerar que so as tecnologias que nos modificam. Elas no esto alm de ns. Elas fazem parte do nosso meio ambiente e se encontram em co-existncia conosco, portanto, tm aspectos de maleabilidade tanto quanto de interferncias que, ao final das contas, resultado de interao e projeta a co--evoluo. Isso muito bem descrito por Maturana e Varella (2003), mas pode ser entendido atravs de outros autores, tanto das teorias de sistemas quanto da filosofia. J mencionamos Engels (1966) que fala da construo do nosso corpo adaptando-se s ferramentas de trabalho, modificando cada msculo tanto quanto a forma de pensar.

Pierre Lvy (1993), em sua obra Tecnologias da Inteligncia, fala da relao do pensa-mento com os meios tecnolgicos de comunicao, apontando para uma mtua influncia. Um exemplo simples a diferena entre a utilizao de uma mquina de datilografia e de um computador. Eles reforam processos diferenciados de pensamentos. No primeiro o processo linear, enquanto no segundo hipermiditico, no linear, seja no prprio texto, como entre textos, imagens e sons. Isto , com o uso do computador, os processos mentais relacionados compreenso de contextos multi modais e multimiditicos se tornam mais apreensveis.

5

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

A pessoa que utiliza esse tipo de ferramenta afina modelos perceptivos diferenciados. Esta diferenciao no est utilizando escala de valores de cultura. No h escala de valor, mas de dinamismo. Ento, dependendo da cultura em questo, um ou outro processo dever ser mais adequado para o ambiente vivenciado por determinada pessoa.

evidente que essa diferenciao gera processos de cultura associados natureza desses contextos. Dessa forma, vale dizer que toda a produo cultural envolvendo a linguagem po-tica dos artistas que vivenciam tais contextos, tambm ser, da mesma maneira, transformada.

Paolo Rossi (1989), em Os filsofos e as mquinas: 1400-1700, tambm nos enriquece com a imagem de Galileu e sua luneta, que nos permite imaginar a transformao que ocorre no seu pensamento, quando passa a visualizar detalhes do universo, atravs desse equipamento.

Se tomarmos como exemplo a relao que temos com o espao intergaltico hoje, veremos que a ampliao da capacidade de ver trazida pelos computadores, modifica nossa relao com esse espao. Tal como aconteceu Galileu, senti-mo-nos mais integrados noo de Universo. A complexidade dessa integrao que foi ampliada. Mas estamos conscientes de que o que vemos atravs dos super telescpios computadorizados so, de fato, representaes de dados numricos trazidos por esses equipamentos.

No estamos vendo literalmente as galxias, mas suas representaes, imagens criadas a partir de nmeros que tornam acessveis nossa compreenso a natureza mais aproximada possvel da viso dessa realidade. O fato de sabermos disso que d o valor de modificao na cultura, na nossa relao com o cosmo.

A produo de novas tecnologias se relaciona com as novas configuraes no mundo na-tural e social, ao mesmo tempo em que provoca essa incessante transformao no homem, no seu corpo, no seu pensamento e na sua percepo.

O desenvolvimento dessas tecnologias parece estar em sintonia com o avano do conheci-mento dos meios naturais de comunicao humana. Como disse McLuhan (1911-1980), h meios que so extenses do homem.

A mquina fotogrfica um destes meios. Ela uma simulao tcnica da parte ptica do sistema visual humano. Esta etapa refere-se ao pensamento de que vemos com os olhos, o que no falso, mas tambm no totalmente verdadeiro, pois vemos atravs de todo um sistema

http://marshallmcluhan.com/

6

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

visual, do qual os olhos fazem parte, alm do que a imagem se constri na mente, e assim tambm com o olfato, a audio, o paladar e o tato. O avano do conhecimento sobre esses sistemas humanos, tambm foi acompanhado de equivalentes tecnolgicos, tal como o vdeo, simulando atravs do target a transformao da informao luminosa em eltrica, funo que a rodopsina, uma substncia qumica, exerce na retina. A computao com o registro digital dessa informao que trabalha com o sistema binrio, vai criar uma semelhana com a funo binria, excitatria e inibitria nas sinapses, local de contato entre neurnios, na transmisso de impulsos nervosos de uma clula para outra.

As mdias que fazem referncia ao verbal, ao visual e ao sonoro foram surgindo e sendo modificadas no tempo. Os artistas sempre se utilizaram dessas mdias como meio de produo potica e se tornaram os exploradores do potencial comunicacional desses aparatos, subverten-do as funes originais e revelando possibilidades que nem mesmo os engenheiros que proje-taram essas mdias poderiam imaginar. Como exemplo, podemos ressaltar as fotocopiadoras, que so utilizadas pelos artistas com os mais diversos tipos de solues para a produo de imagens a partir de um original, inclusive tirar uma cpia.

Nessa cronologia do surgimento desses meios percebemos trs etapas no relacionamento entre as linguagens verbal, visual e sonora.

PRIMEIRA ETAPA: ESPECIFICIDADE

A primeira etapa caracteriza-se pelo desenvolvimento de cada forma de expresso, atravs da construo de linguagens e tecnologias especficas para o verbal, o visual e o sonoro.

O incio da histria da escrita, da pintura e da msica constituda pela busca de aparatos e materiais prprios para o desenvolvimento de cada linguagem. A linguagem verbal (escrita) possui uma histria fascinante acompanhada pela pesquisa de vrios suportes que facilitaram a sua disseminao, indo das placas de pedra at o papel e a mquina de escrever. A linguagem visual foi sendo construda principalmente pela pintura, at chegarmos aos elementos mni-mos, ao mesmo tempo em que vimos surgir aparatos pticos como a lupa, o microscpio, o telescpio e a cmara escura. Da mesma forma aconteceu com a linguagem sonora, seguida de equipamentos como o telefone, o gramofone, o rdio e o gravador de som. A fotografia um

7

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

processo especificamente visual que desenvolveu uma produo artstica explorando todas as possibilidades existentes nesse meio.

Linguagem, suporte e pensamento sempre estiveram intimamente conectados numa mtua influncia.

Fig. 1 Mdias especficas

SEGUNDA ETAPA: HIBRIDISMO

Embora o teatro seja um evento multidisciplinar, o cinema que d inicio a outra etapa tecnolgica das mdias, possibilitando a coexistncia da imagem e do som num mesmo meio, e criando a necessidade do trabalho em conjunto com profissionais de diversas reas.

Esta etapa de transformao caracteriza-se pelo hibridismo tecnolgico dos meios de cap-tao, armazenamento e reproduo de sons e imagens, que permitem o surgimento do dilo-go entre os cdigos visual, sonoro e verbal. Esse dilogo vai ser mais explorado no vdeo, mais

8

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

acessvel aos artistas, permitindo o surgimento de vrias linguagens hbridas, embora tenha sido uma tarefa rdua de pesquisa e procura de uma nova linguagem nesse meio. Este desafio os artistas das reas especficas enfrentaram-no das mais variadas formas, o que contribuiu para a explorao do meio e o surgimento de novas modalidades como a videodana, a vdeo-escultura, a vdeoinstalao, a vdeoperformance, que se distinguiam da simples documentao (registro) videogrfica da dana, da escultura, da instalao ou da performance. No vdeo, a liberdade de composio entre texto, imagem e som, ganha uma nova amplitude, embora a no utilizao de todos esses elementos tambm passe a ser pensada como um recurso potico.

Com essa hibridao de mdias exigido dos artistas um pensamento hbrido, levando em conta as relaes entre o visual, o sonoro, o verbal e o corporal na linguagem especfica para ou da mdia hibridizada. Na maioria das vezes, o trabalho com hibridao de mdias solicita uma ao de equipe, com especialistas e artistas de vrias reas.

Fig. 2 Mdias hbridas

9

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

TERCEIRA ETAPA: INTEGRAO

Com a tecnologia digital, acontece uma unificao tcnica dos cdigos. Imagens, sons, pa-lavras e informaes em geral so armazenadas, acessadas e modificadas num mesmo sistema. At mesmo o odor, que nunca teve aparatos tecnolgicos, j pode ser decodificado (FAPESP, 2002), permitindo o reconhecimento de vrias substncias por um nariz artificial, como uti-lizado na indstria de alimentos para reconhecer a qualidade de certos produtos, a bordo de estaes espaciais para detectar gases ou at na medicina para detectar cncer.

Com uma tecnologia que opera com o cdigo visual, sonoro e verbal no mesmo sistema, surge a possibilidade da hipermdia, que a combinao desses cdigos num dilogo no line-ar, integrando as linguagens e abrindo um novo universo tanto para os artistas das linguagens especficas, quanto para os que j trabalhavam com essa integrao. A hipermdia est presente na Internet quando clicamos em uma palavra e surge um som, ou clicamos numa imagem e surge um texto.

Na multimdia em computao nenhuma linguagem mais se encontra pura1, pois a imagem transforma-se em som, a palavra transforma-se em imagem, o som transforma-se em palavra e vice-versa. Nessa nova mdia os trs cdigos ganham uma forma diferente de existncia, pois tanto no espao como no tempo as possibilidades de coexistncia so diversas, principalmente a da leitura no linear. Vemos surgir nesse contexto vrias mo-dalidades de arte, explorando o universo da tecnologia digital, e interagindo equipamentos de todos os tipos de linguagens.

1. Nesse ponto importante estudar as ma-trizes da linguagem pensamento de Lcia Santaella (2001).

10

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Fig. 3 Multimdia

NVEIS DE INTEGRAO

Cada gerao formada dentro de um contexto tecnolgico, atravs do qual opera toda a aprendizagem, aquisio de conhecimento e comunicao. Quando muda essa tecnologia essa gerao passa por um impacto que as novas geraes desconhecem, pois j nasceram dentro desse novo contexto. A linguagem e os cdigos, com que estvamos acostumados a trabalhar e a pensar, encontram outra materialidade e funcionam dentro de novos processos.

Texto e imagem integram-se no mesmo espao h muito tempo, seja na forma da pintura oriental, do jornalismo ou da poesia visual, encontrando outros nveis de integrao no cine-ma, no vdeo e na computao. Assim aconteceu tambm com o som e a imagem desde uma simples relao de coexistncia, produzindo redundncias ou complementaridades, at a mon-tagem de ambos na busca de significados. A relao entre os cdigos foram adquirindo uma

11

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

integrao cada vez mais rica na medida em que os meios tecnolgicos foram proporcionando maiores possibilidades de composies, seja em termos espaciais e temporais, fixas e em movi-mento. O hbito de vermos e ouvirmos imagens, textos e sons registrados estaticamente numa superfcie foi modificado na nossa percepo que viu esses elementos ganharem movimentos, maior fluidez nas relaes sintticas inter-cdigos e at tradues entre linguagens nos mais diversos nveis sejam semnticos ou sintticos. A hipermdia tambm est criando uma nova percepo, trazendo uma leitura no linear, diferente de todos os meios tecnolgicos antece-dentes, e aquecendo os links mentais atravs dos links hipermiditicos, que funcionam mais prximo ao nosso pensamento, cruzando sons, imagens, palavras e sensaes.

SISTEMA HIPERMDIA: POSSIBILIDADES

Os formatos dos produtos industriais sejam dos suportes tradicionais (papel, tela, ma-deira), do vdeo e de outros equipamentos que caram nas mos dos artistas, sempre foram alterados para conformarem-se s intenes poticas destes. No apenas as configuraes fsi-cas so alteradas, mas tambm a forma de utilizao desses equipamentos, tornando o artista um amplificador das possibilidades expressivas e de uso dos meios que so criados com fins especficos e limitados aparentemente. Assim vimos os desenhos e as pinturas surgirem em suportes de tamanhos e formatos diversos, vimos o monitor de TV e o videocassete sendo des-montados, alterados e utilizados de todas as formas possveis, vimos a xerografia ser explorada alm da cpia para que foi destinada a produzir, e assim aconteceu com todas as mdias que surgiram.

A hipermdia em computao est conformada dessa maneira (CPU, monitor, teclado, mouse) como a conhecemos industrialmente, mas seu potencial vai alm, e os artistas esto interferindo nesses perifricos, esto explorando as possibilidades de inputs e outputs de si-nais, esto criando programas e tambm extrapolando o espao fsico da CPU. A criatividade dos artistas vai pouco a pouco penetrando nessa tecnologia que ainda no muito acessvel maioria deles. Mas muitas obras j o fazem atravs de instalaes onde esse sistema hiper-mdia configura-se de outras formas, como temos a oportunidade de vivenciar nas instalaes de Couchot e Michel Bret, A Pluma e o Dente de Leo ou de Fujihata Beyond Pages. A ampliao desses sistemas atravs da conexo na rede possibilita as tele-participaes onde

http://www.youtube.com/watch?v=n5VWmQ8Xy2ghttp://www.youtube.com/watch?v=flXXXhe9diY

12

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

espaos reais e virtuais encontram pontos nodais.

A criao de novas interfaces tambm vai possibilitando outras conexes com a natureza e com o corpo humano, que ganharam uma nova vitalidade potica no novo contexto formado por essas tecnologias. Poder participar do incio histrico de uma potica que busca a reinte-grao dos sentidos humanos na obra de arte um privilgio para todos ns.

Com a confluncia das mdias, percebemos que os cdigos j esto integrados, solicitando que os artistas atuem nesse novo e velho universo sem a separao das formas de comunicao humana.

No processo de desenvolvimento das linguagens e criao de aparatos tecnolgicos, ns se-paramos os sentidos e agora comeamos a reintegr-los, tal como diz o velho provrbio taosta:

Antes de conhecermos o taosmo a montanha uma montanha.Quando tentamos entender o taosmo a montanha deixa de ser uma montanha, Depois que compreendemos o taosmo a montanha volta a ser montanha.

Podemos dizer ento que a hibridizao das mdias tem vrios modos de acontecimentos sendo que um desses modos a convergncia. A convergncia se d no momento em que as relaes entre as mdias so de tal magnitude de foras que acaba gerando aproximaes ines-peradas com as quais outras linguagens se constroem. O exemplo mais claro o modo como vdeo, foto, som, plataforma de jogos, gps e funo de telefonar convergiram para um mesmo dispositivo: o telefone celular. Com ele j se gera linguagens em vrias instncias de conheci-mento, inclusive o da arte.

5.2 - Arte e Interdisciplinaridade

A arte por si s, j possui uma caracterstica interdisciplinar, pois o que a caracteriza a linguagem que utiliza, sendo os temas de que trata os mais variados possveis. Os artistas re-presentam suas vises de mundo, falam dos fatos que presenciam e que mais os afetam, e dessa maneira invadem todos os campos do conhecimento. O conhecimento utilizado pelo artista

13

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

mais o conhecimento tcito, adquirido com a vivncia subjetiva, do que o conhecimento cien-tfico, com menos subjetividade possvel, embora ambos se contaminem. Na histria da pin-tura temos os mais variados temas para falar sobre botnica, zoologia, medicina, astronomia, etc. Para cada tema os artistas podem buscar informaes nas reas correspondentes, e muitas vezes trabalham com colaborao de especialistas dessas reas. Podemos citar Leonardo da Vinci com Marco Antonio della Torre (anatomista), Francisco de Goya com Cyprien Gaulon (gravador), Nam June Paik com Shuya Abe (engenheiro), Robert Rauschenberg com Billy Kluver (engenheiro), Waldemar Cordeiro com Giorgio Moscati (fsico e engenheiro) entre outros. Em outros casos vemos artistas com outras formaes que afetam as suas produes artsticas.

Antes do surgimento e proliferao da fotografia, os cientistas necessitavam saber desenhar ou utilizar desenhistas para documentar as observaes feitas na natureza. Muitos cientistas desenvolveram registros grficos considerados obras de arte, tal como Ernst Heinrich Philipp August Haeckel (1834-1919) foi um bilogo famoso que influenciou o Art Noveau, estilo baseado nas formas orgnicas da natureza. Haeckel era um timo ilustrador, que publicou um livro com 100 desenhos de diversos organismos vivos, Kunstformen der Natur2, em 1904 e que serviu de referncia para os artistas do Art Noveau que se baseavam em formas orgnicas.

Fig. 4 46a ilustrao do livro Kunstformen der Natur: cnidrios da ordem Anthomedusae

2. Formas de Arte da Natureza. Ver mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Kunstformen_der_Natur

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Haeckelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Haeckel

14

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Depois da fotografia a cincia desenvolveu-se com equipamentos cada vez mais especficos para cada rea cientfica, produzindo imagens com novos aspectos da realidade, que fascinam e estimulam os artistas ampliando seus mundos. Imagens cientficas so expostas como arte seja de um mundo nano ou do universo, como as imagens enviadas pelas sondas espaciais. Body Worlds (Mundos de Corpos) uma polmica exposio de cadveres mantidos pelo processo da plastinao, desenvolvido pelo anatomista alemo Gunther von Hagens apresenta corpos dissecados como esculturas.

comum vermos especialistas de outras reas recorrendo s imagens produzidas pelas artes para explicar conceitos complexos de sua prpria rea, pois as obras de arte apontam para com-plexidades, atravs do recurso da subverso das linguagens representando o inexplicvel pelas regras normais da linguagem. A obra de Maurits Cornelis Escher (1898-1972) um exemplo desse fato, pois suas imagens tornam visveis questes matemticas s demonstrveis por uma linguagem complexa, acessvel apenas pelos matemticos.

Tanto dentro das salas de aula, como em museus de cincias a arte est presente como recurso para ensinar cincia, pois a linguagem cientfica especfica apresenta dificuldade para representar suas complexidades para iniciantes e leigos. Uma imagem artstica pode criar uma equivalncia com uma informao cientfica, como que ilustrando ou tornando visvel certas complexidades.

O dilogo entre arte e cincia acontece em vrios nveis, seja atravs das invases, do traba-lho colaborativo ou das fronteiras borradas.

A arte pode encontrar dilogos e parcerias com outras reas, no campo da educao e da pesquisa tambm. Estudar um fenmeno por vrios pontos de vista uma atividade cada vez mais presente nas escolas, onde os projetos interdisciplinares demonstram tanto a necessidade da especificidade quanto da unificao destas, como forma de um entendimento mais global dos fenmenos estudados. O fenmeno uno e no se divide em partes, so os homens que se dividem em especialidades para cada um observar um aspecto em profundidade, porm se essas observaes mantiverem-se isoladas, pouco contribuiro para a compreenso do todo. As observaes de um especialista podem influenciar as observaes de outro, e essas contamina-es so necessrias para a ampliao do conhecimento.

http://www.bodyworlds.com/en/prelude.htmlhttp://www.bodyworlds.com/en/prelude.htmlhttp://www.mcescher.com/

15

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

A existncia de equipes interdisciplinares em pesquisas cientficas com a presena de ar-tistas tornou-se algo comum, e o mesmo acontece em pesquisas artsticas com a presena de cientistas. Essas diferenas representam vises de mundo, formas de pensamento que se com-pletam. Conhecimento cientfico e conhecimento tcito no se opem, e se retroalimentam.

O sculo XX viu uma nova viso de mundo surgir, uma viso sistmica, no em oposio s especificidades, mas em necessidade de relacionar estas para a compreenso de uma maior complexidade do todo. A necessidade da interdisciplinaridade se coloca presente em todas as reas, sem que se percam suas especificidades, e sem se configurar como algo contraditrio.

Como as tecnologias so pensamentos materializados, a convergncia das mdias tambm aponta para um pensamento que representa essa viso sistmica, com todos os elementos convergindo e se relacionando. Ao mesmo tempo em que as tecnologias contemporneas j materializaram esses pensamentos, novas culturas com esses recursos tecnolgicos esto sendo construdas atravs da mudana de pensamentos e comportamentos.

As mdias digitais incorporaram as mdias tradicionais e ainda apresentam nessa fase de transio referncias a estas mdias, como podemos notar nos cones existentes nos programas computacionais, porm os novos aspectos nascidos dessa montagem no correspondem mais a uma arte visual, sonora, verbal ou corporal. A arte nesse contexto trabalha com interlingua-gens, o que solicita o trabalho em equipes de artistas de vrias linguagens e outros profissio-nais. Embora o cinema, o teatro, a dana e a msica tenham nas suas histrias um trabalho em equipe, as artes plsticas em geral no possuem essa caracterstica, mas atualmente parece ser a rea mais envolvida com esse novo contexto do trabalho interdisciplinar, ganhando a deno-minao de arte-tecnologia, midiaarte, arte-cincia etc. Ainda difcil imaginar um projeto como o GENOMA na arte, e pouco conhecemos na histria a necessidade de criao de cen-tros de pesquisa em pintura, gravura ou escultura. A criao solitria do artista em seu ateli uma imagem prpria de uma viso de mundo e das especificidades do processo de criao com essas linguagens. Desde os anos 1960 notamos uma proliferao de centros de pesquisa em arte-tecnologia, reunindo artistas, cientistas, tecnlogos e tericos, e consolidando uma caracterstica de se produzir essa modalidade de arte. Produto do contexto do sculo XX, os projetos de arte-tecnologia envolvem uma viso interdisciplinar, que est relacionada com um pensamento mais complexo e utilizando uma tecnologia mais complexa tambm, embora esta condio seja algo presente em todas as pocas, porm com caractersticas diferentes.

16

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Artista coletivo, insight coletivo, autor coletivo, coletivo de artistas, plataformas artsticas, grupos interdisciplinares, multimdia, intermdia, hipermdia, interlinguagem, internet, so termos cada vez mais presentes, configurando essa nova cultura nas artes e na sociedade.

Principalmente para a arte, a vivncia de novos contextos, novas culturas um elemento essencial para que a mente do artista faa novas conexes e transforme incessantemente o material existente em sua memria, possibilitando que novas vises de mundo surjam. Nesse sentido, o contato com informaes de outras reas, seja atravs da literatura, do dilogo com as pessoas, ou da convivncia com outras reas ajuda a estimular esse processo. Encontramos nas biografias dos artistas vrios exemplos dessa busca de informaes, de curiosidade sobre os novos acontecimentos no mundo, da correspondncia com cientistas e da necessidade de sentir o turbilho cultural da poca. O artista precisa estar consciente dos acontecimentos de sua poca, no s na sua rea, mas nos principais avanos de outras reas do conhecimento. A clebre frase de Ezra Pound de que o artista a antena da raa aponta para a necessidade do artista ter uma vivncia cultural rica, alimento para novas percepes da realidade, provocando insights que no surgem por uma iluminao inexplicvel, mas atravs da entrada de novas per-cepes e informaes no seu mundo, para que aconteam novos rearranjos dos pensamentos e da viso de mundo existente.

Um trabalho de arte em equipe com profissionais de outras reas do conhecimento apre-senta dois aspectos: o primeiro a ampliao da viso de mundo do artista, atravs do contato com outras vises de mundo, e o segundo a mudana de viso de arte das pessoas das outras reas, uma vez que participam do processo de criao de uma obra de arte. Compreendendo a linguagem potica e como o discurso artstico, podemos desenvolver projetos de arte com pessoas prximas ou buscar outras que tenham relao com o projeto. Nesse processo, ambas as partes ampliam suas vises de mundo e na sua prpria rea tambm. Nos prprios cursos de formao profissional podemos encontrar o hibridismo do artista e do cientista ou do engenheiro, como acontece no Programa de Ps-Graduao Lato Sensu em Cincia, Arte e Cultura na Sade, da Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz) que abrange profissionais da rea da cultura, arte e educao que buscam interface com a rea da sade ou vice-versa. Na Univer-sidade do Minho, em Portugal, na escola de Engenharia encontramos um curso de Mestrado em Tecnologia e Arte Digital preparando especialistas para atuar na indstria da multimdia,

http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=221http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=221http://mtad.dsi.uminho.pt/http://mtad.dsi.uminho.pt/

17

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

educao e entretenimento, alm do campo da arte. Nesse novo contexto podemos encontrar vrios cursos hbridos, combinando diferentes reas e pensamentos, preparando novos profis-sionais, para que estes possam ver e construir novas realidades de acordo com nossas necessi-dades.

A arte sempre tratou dos mais variados assuntos de todas as reas do conhecimento atravs de sua linguagem e notamos que aos poucos essas reas comeam a utilizar a linguagem da arte como um recurso para falarem de seus assuntos, assim como utilizarem artistas para par-ticiparem de seus projetos.

Para saber mais Sugerimos examinar os estudos sobre cross-culture, pois esse termo aproveita conceitos muito similares aos da convergncia, embora tenha surgido na antropologia, tem sido mui-to aplicado a vrias reas do conhecimento. Informaes podem ser obtidas em Society for Cross-Cultural Research ou Cross-Cultural Research.

No Brasil h alguns grupos de artistas bem como coletivos formados instantaneamente operando em processos de convergncia e sistemas. Alguns exemplos so: Grupo SCIArts - Equipe Interdisciplinar (desde 1996); Grupo Bijari e Grupo Chelpa Ferro.

O conceito de hibridizao de linguagens muito bem desenvolvido por Lucia Santaella (2001), portanto, recomendamos partir desta leitura para aprofundamento do conceito.

http://www.sccr.org/http://www.sccr.org/http://ccr.sagepub.com/http://www.sciarts.org.br/http://www.bijari.com.br/http://www.chelpaferro.com.br/

18

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

Bibliografia ARANTES, Priscila. Arte e mdia: perspectivas da esttica digital. So Paulo: Senac, 2010.

COTTON, Bob; OLIVER, Richard. Understanding hypermedia 2000: multimedia ori-gins, internet futures. London: Phaidon, 1997.

DEWEY, John. Arte como experincia. So Paulo: Martins Fontes, 2010.

DOMINGUES, Diana (Org.). A arte no sculo XXI: a humanizao das tecnologias. So Paulo: UNESP, 1997. p. 303-314.

ENGELS, F. El papel del trabajo em la transformacin del mono en hombre. Mosc: Progreso, 1966.

FAPESP - Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo. Nariz artificial de-tecta gases. Pesquisa FAPESP, So Paulo, n. 71, 2002. Disponvel em: . Acesso em: 15 jun. 2011.

FAZENDA, Ivani (Org.). O que interdisciplinaridade. So Paulo: Cortez, 2008.

FAZENDA, Ivani C. A. interdisciplinaridade: histria, teoria e pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 2010.

FAZENDA, Ivani. Didtica e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 1998.

FRIEDBERG, Anne. The virtual window: from Alberti to Microsoft. Massachusetts: MIT, 2009.

GIANETTI, Cludia. Esttica digital: sintonia da arte, a cincia e a tecnologia. Belo Ho-rizonte: C/Arte, 2006.

GIANNETTI, Claudia. Realidades e mitos na media art. Virose, Porto, PT, dez. 2003. Disponvel em: . Acesso em: 15 jun. 2011.

HEIM, Michael. The metaphisics of virtual reality. New York: Oxford, 1994.

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=1653&bd=1&pg=1&lghttp://revistapesquisa.fapesp.br/?art=1653&bd=1&pg=1&lghttp://www.virose.pt/vector/b_08/gianetti.html

19

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

HIGGINS, Dick. Horizons: the poetics and theory of the intermedia. Carbondale, USA: Southern Illinois University, 1984.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

KWON, Miwon. One place after another: site-specific art and locational identity. Massa-chusetts: MIT, 2004.

LEO, Lucia. Interlab: labirintos do pensamento contemporneo. So Paulo: Iluminuras, 2002.

LEMOS, Andr. Cibercultura e mobilidade: a era da conexo. Razn y palabra, Ciudad de Mxico, n. 41, nov. 2004. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2011.

LEOTE, Rosangella. Multi/trans/hiper/inter/cm(bios) para um outro corpo. In: EN-CONTRO NACIONAL DA ANPAP, 16., 2007, Florianpolis. Anais... Florianpolis: UDESC, 2007.

LVY, Pierre. Tecnologias da inteligncia: o futuro do pensamento na era da informtica. Traduo Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A rvore do conhecimento. So Paulo: Palas Athena, 2003.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. De mquinas e seres vivos: autopoiese a organizao do vivo. 3. ed. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.

MORSE, Margaret. Virtualities: television, media art and cyberculture. Indiana: Indiana University, 1998.

http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n41/alemos.htmlhttp://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n41/alemos.html

20

Unesp/R

edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

a 4ficha sumrio tema

ROSSI, Paolo. Os filsofos e as mquinas: 1400-1700. Traduo Federico Carotti. So Paulo: Cia das Letras, 1989.

SALLES, Ceclia Almeida. Redes da criao: construo da obra de arte. So Paulo: Ho-rizonte, 2006.

SANTAELLA, Lcia. Cultura das mdias. So Paulo: Experimento, 1996.

SANTAELLA, Lcia. Matrizes da linguagem pensamento. So Paulo: Iluminuras, 2001.

THOLEN, Georg Christoph. In between: time, space and image in cross-media perfor-mance. Performance research, v. 6, n. 3, 2001, p. 52-60.

VASCONCELOS, Eduardo Mouro. Complexidade e pesquisa interdisciplinar. Petrpo-lis: Vozes, 2002.

VENTURELLI, Suzete. Arte espao tempo imagem. Braslia: UNB, 2004.

VIEIRA, Jorge de Albuquerque. Metacincia como guia de pesquisa: uma proposta semi-tica e sistmica. Rio de Janeiro: Mrito, 2008.

ficha sumrio tema

Ficha da Disciplina:Potica, linguagens e mdias

Milton Sogabe

Rosangella Leote

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798515J7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768525Y9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798515J7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768525Y9

ficha sumrio tema

Milton Sogabe

Graduao em Licenciatura Plena em Educao Artstica - Ar-tes Plsticas pela Fundao Armando lvares Penteado. Mestre e doutor em Comunicao e Semitica pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. Professor do Instituto de Artes da Univer-sidade Estadual Paulista UNESP desde 1995.

Nos anos 70 trabalha com desenho, gravura e ministra disciplinas de desenho em cursinho prepa-ratrio para o vestibular. Inicia a ps-graduao em 1985, pesquisando arte e novas mdias. Nos anos 80 participa de vrios eventos nacionais e internacionais de arte e telecomunicao via fax, televiso de varredura lenta, videotexto etc. Na dcada de 90 inicia o trabalho com instalaes interativas e a partir de 1996 passa a produzir apenas numa equipe interdisciplinar chamada SCIArts, que produz obras na relao arte/cincia/tecnologia. Parecerista da FAPESP, CAPES e CNPq. Bolsista de Pro-dutividade em Pesquisa do CNPq.

Rosangella Leote

Rosangella Leote artista pesquisadora multimdia. Dou-tora em Cincias da Comunicao pela USP, Mestre em Ar-tes pela UNICAMP e Bacharel em Artes pela UFRGS. Atua em performances individuais e coletivas desde 1986. Realiza vdeos desde 1991 (Melhor Vdeo experimental no 2 FES-TLATINOBA, Festival de Cyne e y Vdeo Latino-americano,

Argentina 2004). Vem trabalhando com Instalaes Multimdias Interativas em conjunto com o gru-po SCIArts-Equipe Interdisciplinar (Prmio Sergio Motta 2000 e 2005) do qual integrante desde a sua origem. Foi Coordenadora do Curso de Comunicao em Multimeios (PUCSP) at agosto de 2007. Ministrou disciplinas para a Ps Graduao strictu senso (Tecnologias da Inteligncia e De-sign Digital) e Graduao (Multimeios). docente do Instituto de Artes da UNESP (SP) atuando na Graduao e Ps graduao (Mestrado e Doutorado) em Artes. professora do curso de ps--graduao lato Sensu da PUCSP: Estticas Tecnolgicas. Predominam nas disciplinas que ministra os contedos referentes linguagem do vdeo digital, animao, videoclipe e arte-tecnologia. lder do GIIP - Grupo Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Convergncias Arte, Cincia e Tecnologia inscrito no CNPq e certificado pela UNESP. membro do comit editorial da Galxia, representante do Comit de Poticas Visuais da ANPAP e parecerista Ad Hoc da Capes e FAPESP. bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

ficha sumrio tema

ResumoOs seres humanos desenvolvem um corpo que biolgico e cultural adaptado s suas neces-

sidades. Cada indivduo pode perceber o mundo de uma maneira subjetiva e se comunicar com outros atravs de linguagens, materializando suas percepes e seus pensamentos, colaborando assim para a construo coletiva da realidade. A arte est dentro desse contexto, mas como em qualquer rea do conhecimento, opera com suas especificidades que so de natureza potica. A potica pessoal o resultado da maneira individual como algum percebe a realidade, afetada pela sua experincia de vida, e compartilhada com a sociedade atravs de obras que passam a ser bens culturais. Esses bens, entretanto, refletem implcita relao com a sociedade, por isso, ao abarcar o processo criativo como um resultado do modo do artista estar no mundo, neces-srio tambm conhecer os modos pelos quais a obra chega at o receptor, que, enfim, corrobora o valor de arte prospectado pelo artista ao fazer sua produo.

Os artistas desenvolvem sua potica criando obras que exploram do corpo ao universo, do micro ao macro, lanam-se pela superfcie do planeta, pelo espao e submergem na gua, uti-lizam os recursos existentes sejam tericos ou tecnolgicos, para perceber e materializar novas realidades.

Assim, nesta disciplina, elaboramos uma proposta que inicia discutindo aspectos da realida-de que so responsveis pela concepo de mundo que o artista vivencia. Na segunda semana, examinaremos quais desses aspectos aparecem no contexto da arte e da comunicao visando reconhecer as possveis linguagens da arte. Dentre essas linguagens, veremos, na terceira se-mana, como o papel do corpo foi aproveitado ou compreendido tanto do ponto de vista do artista, quanto do envolvimento do fruidor com a obra. Na quarta semana, trataremos espe-cialmente das interconexes com a cincia e tecnologia de vrias pocas e finalizaremos, na ltima semana, com a demonstrao de que a natureza interdisciplinar e convergente enfim, um procedimento comum para a arte.

Palavras-Chave: comunicao, convergncia de mdias, corpo, interatividade, linguagem potica, percepo, processo criativo.

ficha sumrio tema

Estrutura da DisciplinaEsta disciplina se divide em cinco temas, conforme a tabela abaixo:

TEMAS TPICOS

1 - CONSTRUINDO A REALIDADE

2 - COMUNICAO E ARTE 2.1 - Comunicao e linguagem2.2 - Arte e linguagem potica

3 - O CORPO COMO ARTE 3.1 - O corpo e a Arte3.2 - O corpo Arte

4- ARTE E TECNOLOGIA 4.1 - Modalidades em Arte-Tecnologia4.2 - Interatividade

5 - CONVERGNCIAS E DILOGOS

5.1 - Convergncia das mdias5.2 - Arte e Interdisciplinaridade

Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraAna Maria Martins da Costa Santos

Coordenadora Pedaggica

Cludio Jos de Frana e SilvaRogrio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

Antnio Cezar Leal (FCT/Presidente Prudente) - sub-coordenador Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)

Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

Secretaria/AdministraoMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

NEaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andr Lus Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Cssio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

Marcador 1Vdeo da Disciplina5.1 - Convergncia de mdias e integrao de linguagens.5.2 - Arte e Interdisciplinaridade

Para saber maisBibliografiaResumoPalavras-Chave: Convergncias e dilogos

Boto 2: Boto 3: Boto 6: Boto 7: Boto 50: Boto 51: Boto 38: Pgina 4: Off

Boto 39: Pgina 4: Off

Boto 44: Pgina 5: OffPgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15: Pgina 16: Pgina 17: Pgina 18: Pgina 19: Pgina 20: Pgina 21: Pgina 22:

Boto 45: Pgina 5: OffPgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15: Pgina 16: Pgina 17: Pgina 18: Pgina 19: Pgina 20: Pgina 21: Pgina 22:

Boto 36: Pgina 23: OffPgina 24: Pgina 25: Pgina 26:

Boto 37: Pgina 23: OffPgina 24: Pgina 25: Pgina 26:

Boto 4: