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REDE MÃE PARANAENSE
CAPACITAÇÃO DE ENFERMEIROS
MSc. Júnia Aparecida Laia da Mata Fujita.
Enfermeira; Mestre em Educação e Saúde na Infância e na
Adolescência - UNIFESP; Pós-Graduada em Enfermagem
Obstétrica; Pós-Graduada em Saúde da Família.
Público-alvo do Programa
As mulheres em idade fértil e crianças menores de um ano de
idade, o que, segundo dados do IBGE/2010, representa uma
população 177.557 mulheres e, de acordo com dados do
SINASC (Sistema Nacional de Nascidos Vivos), 152.350
nascidos vivos no estado do Paraná no ano de 2011.
REDE MÃE PARANAENSE
Público-alvo do Programa
Embora a Rede Mãe Paranaense tenha como público-alvo as
mulheres e crianças é importante destacar que as ações
implantadas deverão promover a qualidade de vida de toda a
Família Paranaense.
REDE MÃE PARANAENSE
MORTALIDADE MATERNA - OPAS/OMS
A OPAS/OMS considera como baixa uma Razão de
Mortalidade Materna (RMM) menor que 20 mortes por
100.000 nascidos vivos (NV);
A RMM reflete a qualidade de atenção à saúde da mulher e
taxas elevadas estão associadas à insatisfatória prestação de
serviços de saúde (no planejamento familiar, no parto e
nascimento, no puerpério).
MORTALIDADE MATERNA NO PARANÁ
RMM no Paraná (1989 a 1993): 88,9/100.000 NV;
RMM no Paraná (2004 a 2008): 62,8/ 100.000 NV;
Natureza dos casos: evitáveis (85%), atenção pré-natal,
puerpério e assistência hospitalar (81%); causas sociais (23%);
planejamento familiar e outros (6%).
MORTALIDADE MATERNA NO PARANÁ
O coeficiente de mortalidade materna em 2010 foi de
63,8/100.000 NV.
O Paraná apresenta a manutenção do coeficiente no patamar
muito acima da média de países desenvolvidos.
CAUSAS DE MORTALIDADE MATERNA
Obstétricas diretas: ocorre por complicações obstétricas
durante a gravidez, parto ou puerpério, devido a
intervenções, omissões, tratamento incorreto ou uma cadeia
de eventos resultantes de qualquer destas causas.
Taxas no Paraná: mortalidade materna por causas
obstétricas diretas – 67,8% das mortes (entre 2000 e 2008) e
49, 59% em 2009.
CAUSAS DE MORTALIDADE MATERNA
Obstétricas indiretas: ocorrem por complicações de doenças
que existiam antes da gestação, ou que desenvolveram
durante este período, não provocadas por causas obstétricas
diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.
Taxas no Paraná: Toxemia gravídica e hemorragias – 32,2%
das mortes registradas – maior necessidade de treinamento
profissional na área de emergências obstétricas.
COMO MUDAR ESSA REALIDADE?
Implantação de uma Rede de Atenção às gestantes,
parturientes e puérperas e às crianças com até 01 ano de idade
– Mãe Paranaense;
Melhoria da assistência pré-natal de baixo e alto risco através
da capacitação de recursos humanos;
Fortalecimento da rede de atenção primária, secundária e
terciária à gestante e às crianças com até 01 ano de idade.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
A SES do Paraná realizou estudos sobre a mortalidade
materna e infantil entre os anos de 2006 e 2010;
Constatou-se as principais causas de óbitos materno-infantis e
fatores de risco;
Estratificação de risco da gestante e da criança que orienta a
organização da atenção nos diversos níveis (primário,
secundário, terciário).
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Estratificação de risco em 03 níveis:
1. Risco Habitual;
2. Risco Intermediário;
3. Alto Risco.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Risco Habitual:
Gestantes que não apresentam fatores de risco individual,
sociodemográficos, de história reprodutiva anterior, de doença
ou agravo.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Risco Intermediário:
Gestantes que apresentam fatores de risco relacionados às
características individuais (raça, etnia e idade),
sociodemográficas (escolaridade) e de história reprodutiva
anterior. Veja a seguir:
- Gestantes negras ou indígenas;
- Gestantes com idade menor de 15 anos e maior que 40 anos;
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Risco Intermediário:
- Mães com pelo ao menos 01 filho morto na gestação anterior;
- Gestantes na faixa etária de 15 a 20 anos com mais de 03 filhos
vivos.
As gestantes de Risco Intermediário deverão ser vinculadas aos
hospitais de Risco Intermediário.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Alto Risco:
Gestantes que apresentam fatores de risco relacionados a
seguir:
Condições clínicas pré-existentes:
- Hipertensão arterial;
- Dependência de drogas lícitas e ilícitas;
- Cardiopatias;
- Pneumopatias;
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
- Nefropatias;
- Endocrinopatias;
- Hemopatias;
- Epilepsia;
- Doenças autoimunes;
-Doenças infecciosas;
- Ginecopatias;
- Neoplasias;
- Obesidade mórbida;
- Cirurgia bariátrica;
- Psicose e/ou depressão grave.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Intercorrências clínicas:
- Doenças infectocontagiosas na gestação atual;
- Toxemia gravídica na gestação atual;
- Doenças clínicas diagnosticadas na gestação atual
(endocrinopatias, cardiopatias);
- Retardo no crescimento intrauterino;
- Trabalho de parto prematuro.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Intercorrências clínicas:
- Placenta prévia;
- Amniorrexe prematura (abaixo de 37 semanas);
- Sangramento de origem uterina;
- Isoimunização RhD (Rh negativo);
- Má formação fetal confirmada;
- Macrossomia do concepto com patologias.
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
A Estratificação de Risco da
gestante define a sua vinculação ao
pré-natal e ao Hospital para
atendimento das suas
intercorrências na gestação e no
momento do parto e nascimento.
PONTOS DE ATENÇÃO À REDE MÃE
PARANAENSE
NÍVEL DE
ATENÇÃO
PONTOS DE ATENÇÃO
ATENÇÃO
PRIMÁRIA
- Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF
- Unidade Básica de Saúde (UBS)
- Domicílio (ACS)
ATENÇÃO
SECUNDÁRIA
Hospital/Maternidade
de risco intermediário
Centro Regional
de Atenção
Especializada
(gestante e criança
de risco)
Unidade de internação
pediátrica
UCI Neonatal
ATENÇÃO
TERCIÁRIA
Hospital/Maternidade
de alto risco
Casa da gestante Unidade de internação
pediátrica especializada
UTI adulto, neonatal e
pediátrica
ATENÇÃO PRÉ-NATAL:
GESTANTE DE RISCO HABITUAL
MSc. Júnia Aparecida Laia da Mata Fujita.
Enfermeira; Mestre em Educação e Saúde na Infância e na
Adolescência - UNIFESP; Pós-Graduada em Enfermagem
Obstétrica; Pós-Graduada em Saúde da Família.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA
ATENÇÃO PRÉ-NATAL
Lei 7.498 de 25 de junho de 1986
Art. 11: O Enfermeiro exerce todas as atividades de
enfermagem.
II. Cabendo-lhe como integrante da equipe de saúde:
g) prestar assistência de enfermagem à gestante, parturiente e
puérpera.
O PRÉ-NATAL
Consiste em contatos e entrevistas programadas, onde
profissional de saúde (enfermeiro ou médico) realizam
condutas e orientações pertinentes ao ciclo gravídico-
puerperal.
1ª consulta – Enfermeiro (a);
Agendar uma consulta médica após 07 dias da 1ª consulta.
OBJETIVOS DO PRÉ-NATAL
1. Prevenir, identificar e/ou corrigir anormalidades maternas
ou fetais que possam afetar adversamente a gravidez;
2. Instruir a gestante a respeito da gravidez, trabalho de parto,
parto, cuidados com o RN e autocuidado para melhorar sua
saúde;
OBJETIVOS DO PRÉ-NATAL
3. Promover um suporte adequado à gestante, ao
companheiro e à sua família para que possam ser bem-
sucedidos na adaptação à gestação e nos desafios
enfrentados ao formar a família.
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL EFICAZ
Captação precoce da gestante (até o final do 3º mês de
gestação);
Registro das grávidas (SISPRENATAL);
Atendimento periódico;
Disponibilidade de recursos humanos preparados;
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL EFICAZ
Área física adequada;
Equipamentos e instrumentais mínimos;
Garantia de realização de exames laboratoriais de rotina e
complementares;
Instrumentos de registros, processamento e análise dos dados
disponíveis (carteira da gestante, ficha perinatal, ficha de
cadastramento –informatizado ou não);
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL EFICAZ
Medicamentos básicos acessíveis;
Sistema eficiente de referência e contra referência;
Sistema de avaliação permanente da efetividade da
assistência.
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL EFICAZ
OMS – mínimo de 06 consultas de pré-natal.
Calendário de consultas do Mãe Paranaense:
- 01 no primeiro trimestre;
- 02 no segundo trimestre;
- 03 no terceiro trimestre.
01 consulta no puerpério, sendo realizada até o 10º dia pós-
parto, na UBS.
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL
Para uma assistência pré-natal efetiva, é necessário que o
enfermeiro se aproprie de diversos conhecimentos e
desenvolva habilidades necessárias para o manejo da
gestação normal e competência para a identificação de
fatores de risco para a saúde materna e fetal.
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL
O acompanhamento pré-natal deve iniciar-se o mais precoce
possível – a UBS é a porta de entrada da gestante;
Ideal: assistência prévia à gravidez;
As consultas de enfermagem devem ser intercaladas com as
consultas médicas, conforme necessidade.
ATENDIMENTO PRÉ-NATAL
O Enfermeiro deve avaliar o grau de risco em todas as
consultas de pré-natal;
Se identificado algum risco referir a gestante à consulta com o
médico da US, para possível referência ao serviço de risco
intermediário ou alto risco.
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ
Sinais e Sintomas da Gravidez:
Sinais e sintomas de presunção;
Sinais e sintomas de probabilidade;
Sinais e sintomas de certeza.
SINAIS E SINTOMAS DE PRESUNÇÃO
São baseados em alterações de ordem geral, manifestações
neurovegetativas. Geralmente, são estes sintomas que levam a
mulher supor que está grávida.
Náuseas, vômitos;
Sialorréia;
Vertigens;
Polaciúria;
Nictúria;
Alterações mamárias;
SINAIS E SINTOMAS DE PRESUNÇÃO
Alterações pigmentares (cloasma, pigmentação acentuada
nas aréolas e/ou linha alba);
Alterações no volume abdominal (Gravidez? Ascite? Tumores
abdomnopélvicos? Flatulência? Obesidade?);
Sensação de movimentos fetais (gases intestinais?);
Enjôos.
SINAIS E SINTOMAS DE PRESUNÇÃO
SINAIS E SINTOMAS DE PROBABILIDADE
Podem indicar uma provável gravidez, contudo, não oferecem
certeza.
Envolve alterações observadas na genitália (embebição
gravídica) que constituem a parte principal do chamado
diagnóstico clínico da gravidez.
Decorrem das alterações hormonais.
SINAIS E SINTOMAS DE PROBABILIDADE
Amenorréia;
Exames laboratoriais (testes baseados na secreção de hCG);
Sinal de Nobile-Budin;
Sinal de Goodel;
Sinal de Osiander;
Sinal de Hegar I e Mc Donald;
Sinal de Hegar II;
Sinal de Jacquemier ou Chedwick;
Sinal de Kluge.
SINAIS E SINTOMAS DE CERTEZA
Detectados na gravidez avançada:
1. Presença de batimentos cardiofetais;
2. Detecção de movimentos fetais;
3. Delineamento da gestação por meio da USG/Ecografia Obstétrica.
TIG E BETA HCG
Gestantes que comparecerem ao serviço de saúde (UBS/
UESF) com queixa de atraso menstrual que não ultrapasse
16 semanas, o enfermeiro pode solicitar um TIG (urina) ou
um Beta HCG (sangue), também estará disponível o teste
rápido para gravidez.
TIG E BETA HCG
Gravidez confirmada: cadastramento da gestante no
SISPRENATAL; preencher a ficha padrão para a concessão do
benefício de deslocamentos (50,00) – Portaria GM/MS n. 68, de
11/01/2012; avaliação do risco gestacional; vinculação ao hospital
(anotar na carteira); início do acompanhamento pré-natal.
ACOLHIMENTO DA GESTANTE
Chamar a gestante sempre pelo nome;
Apresentar-se e explicar o processo de acompanhamento pré-
natal;
Esclarecer todas as dúvidas da gestante;
Incentivar a participação do parceiro ou de outra pessoa
significativa no pré-natal (oportunidade de influenciar a saúde
da família).
ROTEIRO DA 1ª CONSULTA
1. Leitura de anotações registradas no prontuário
relacionadas à acompanhamentos pregressos;
2. Recepção da gestante e da família;
3. Anamnese geral, ginecológica e obstétrica;
4. Exame físico geral, ginecológico e obstétrico;
ROTEIRO DA 1ª CONSULTA
5. Proceder ao registro da gestante na base de dados –
SISPRENATAL;
6. Vinculação da gestante ao hospital de referência para o
parto;
7. Solicitação de exames laboratoriais de acordo com a linha
guia do Mãe Paranaense;
8. Orientação, avaliação dietética e prescrição de acordo com
necessidade.
RELAÇÃO DE EXAMES A SEREM
SOLICITADOS ÀS GESTANTES
EXAMES LABORATORIAIS – TODAS AS GESTANTES
-Teste rápido para
gravidez/TIG/Beta HCG
-Glicemia em jejum
-VDRL (Sorologia para Sífilis) -Oferta de teste Anti-HIV (com aconselhamento
pré-teste e consentimento da gestante)
-Tipagem sanguínea e fator RH -Sorologia para Hepatite B (HbsAg)
-Hemograma completo -Exame citopatológico cérvico-vaginal (lembre-
se: não coletar endocérvice).
- USG obstétrica.
-Urina I (parcial de urina) -Indicado: Por volta da 30ª semana repetir
VDRL; glicemia em jejum e HbsAg.
A CARTEIRA DA GESTANTE
Deve ser devidamente preenchida, contendo o registro dos
principais dados do acompanhamento pré-natal.
Deve permanecer no poder da gestante, pois é essencial para o
sistema de referência e contra referência.
A COLETA DE DADOS - INVESTIGAÇÃO
A coleta e registro de dados na primeira consulta de pré-natal
são significativos para o acompanhamento, oferecendo
informações relevantes para o estabelecimento da assistência a
ser prestada à gestante.
Auxilia na detecção precoce de fatores de risco gestacional.
1º passo – investigar o motivo da consulta.
A COLETA DE DADOS - INVESTIGAÇÃO
Durante a coleta de dados o profissional de saúde deve:
Anotar os dados de identificação (nome, idade, endereço,
estado civil, profissão/ocupação, etc.);
Coletar dados socioeconômicos (renda familiar, moradia,
número de dependentes, animais domésticos, saneamento
básico, hábitos de vida).
A COLETA DE DADOS - INVESTIGAÇÃO
Investigar antecedentes familiares (hipertensão arterial,
câncer, diabetes mellitus, tuberculose, hanseníase,
“gemelaridade”, etc.);
Investigar os antecedentes pessoais (presença de alguma
patologia transmissível – DST’s, HIV; hipertensão arterial,
diabetes mellitus, transtornos psicológicos, problemas
vasculares, alergias; submissão à cirurgias; outras patologias).
Uso de medicações.
A COLETA DE DADOS - INVESTIGAÇÃO
Antecedentes ginecológicos (menarca, ciclos menstruais –
duração, regularidade, quantidade - número de parceiros,
último preventivo, DST’s, parceiro fixo, métodos
contraceptivos, infertilidade, etc.);
Antecedentes obstétricos (Gesta (G), Para (P), Abortos (A) –
infectados, espontâneos, provocados; número de RN’s de
baixo peso; história de malformação fetal; cirurgias
obstétricas; intervalo interpartal (< 02 anos), natimortos;
puerpério; aleitamento (duração e motivo de desmame).
A COLETA DE DADOS - INVESTIGAÇÃO
Informações sobre a gestação atual (D.U.M.; IG; D.P.P.);
Realizar o exame físico geral;
Realizar o exame ginecológico;
Realizar o exame obstétrico.
A COLETA DE DADOS – EXAME FÍSICO
GERAL
Após a anamnese, o profissional de enfermagem deve
proceder ao exame físico geral – cefalocaudal;
Oportunidade de detectar problemas precocemente e
implementar o tratamento e a assistência adequada;
Classificação: Risco Habitual; Risco Intermediário, Alto
Risco.
CÁLCULO DA DPP E IG
Calcular a Data Provável do Parto (DPP) e a Idade
Gestacional (IG):
- O Gestograma;
- O Método de Naegele.
Gestograma: solicitar a D.U.M. - DPP e IG.
Uma gestação pode durar de 38 a 40 semanas, em média 280 dias.
MÉTODO DE NAEGELE: CÁLCULO DA DPP
Coletar a informação da D.U.M.;
Acrescentar 07 ao primeiro dia da última menstruação
regular.
Somar 09, caso o mês esteja compreendido entre janeiro e
março.
Para D.U.M. cujo mês esteja entre abril e dezembro – subtrair
03 do mês e somar 01 ao ano.
CALCULANDO A DPP
Se a contagem dos dias ultrapassar o número de dias previstos
para o mês, somar mais 01 ao mês.
Exemplos:
D.U.M.: 20/04/2012
+07/-3/+1
D.P.P. 27/01/2013
D.U.M.: 20/01/2012
+07/+09
D.P.P. 27/10/2012
D.U.M.: 26/01/2012
+07/+9+1
D.P.P. 02/11/2012
MÉTODO DE NAEGELE: CÁLCULO DA IG
A IG é calculada através da soma de dias a partir da D.U.M.
até a data da consulta, dividindo-se o total por 07 (corresponde
ao número de dias da semana).
Exemplo:
D.U.M.: 10/01/2012
+07/+9
DPP: 17/10/2012
Data da consulta: 02/05/2012
IG: 21 jan.
29 fev.
31 mar.
30 abr.
02 mai.
113 dias
IG: 113
07
43
42
01 dia.
07
16 sem.
AFERINDO A PA DA GESTANTE
ROLL OVER TEST
Método de aferição da PA que objetiva avaliar a probabilidade
da grávida desencadear fenômenos hipertensivos induzidos
pela gravidez (realizado a partir de 20 semanas de gestação).
ROLL OVER TEST
Aferir a PA da gestante em D.L.E. (braço direito ao nível do
coração);
Posteriormente, aferir a PA da gestante em decúbito dorsal (no
mesmo braço).
ROT Positivo: aumento da diastólica igual ou superior à
20mmHg.
ROT Negativo: a probabilidade da gestante desencadear
situações de eclampsia é de 01 para 100.
EXAME OBSTÉTRICO
Cabeça:
- Avaliar o aparecimento de lanugem (Sinal de Halban);
- Presença de cloasma;
- Mucosas – integridade, coloração e características.
EXAME OBSTÉTRICO
Tórax:
- Avaliar características das mamas (aumentadas, sensíveis,
dolorosas, mamilos, presença de estrias?);
- Rede de Haller (rede venosa mamária visível);
- Sinal de Hunter (aréola secundária);
- Realizar o Exame Clínico das Mamas (ECM).
EXAME OBSTÉTRICO
Abdome:
- Avaliar pigmentação acentuada na linha alba (linha nigra);
- Avaliar o volume, a forma e se há presença de estrias;
- Realizar a manobra de palpação obstétrica de Leopold
Zweifel;
- Aferir Altura Uterina (AU);
- Realizar ausculta obstétrica.
MANOBRA DE LEOPOLD ZWEIFEL
01 manobra que possui 04 tempos;
Realizada por meio de palpação obstétrica;
Identificar a situação, a posição, a apresentação (a partir do
segundo trimestre) e o encaixamento fetal (no final da
gestação);
Reduz a possibilidade de erros na aferição da AU;
Reduz a possibilidade de erros na ausculta dos BCF.
Situação longitudinal, transversal ou oblíqua.
1º Tempo – Situação:
- Relação do maior eixo longitudinal do feto com o materno.
MANOBRA DE LEOPOLD ZWEIFEL
Posições: D.F.D., D.F.E., D.F.S., D.F.I., D.F.A. D.F.P.
2º Tempo – Posição:
- Relação do dorso fetal com a pelve materna.
MANOBRA DE LEOPOLD ZWEIFEL
Apresentações: cefálica, pélvica, córmica.
3º Tempo – Apresentação:
- Determinar o segmento de apresentação (parte do feto que se
apresenta primeiro no estreito superior da pelve).
MANOBRA DE LEOPOLD ZWEIFEL
Encaixamento: pólo (cefálico; pélvico) encaixado ou não
encaixado.
4º Tempo – Encaixamento:
- Verificar a descida e a mobilidade do segmento da
apresentação (realizar de costas para a gestante).
MANOBRA DE LEOPOLD ZWEIFEL
MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA
(AU)
Objetiva identificar o crescimento normal do feto e detectar
possíveis desvios – conhecer os parâmetros de normalidade.
Útero gravídico cresce em média 04 cm por mês, podendo
alcançar a medida de 30-36 cm.
Material: fita métrica, não elástica.
MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA
(AU)
Semiotécnica:
1. Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com abdômen
descoberto e a bexiga vazia;
2. Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo
uterino;
3. Por meio da palpação, procurar corrigir a comum
dextroversão uterina;
MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA
(AU)
Semiotécnica:
4. Fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não
extensível, na borda superior da sínfise púbica, passando-a entre
os dedos indicador e médio;
5. Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o
fundo uterino;
6. Anotar a medida, em centímetros, na carteira da gestante, e
marcar o ponto na curva da altura uterina.
AUSCULTA DOS BCF’S
Objetivo: constatar a presença, o ritmo, a frequência e a
normalidade dos batimentos cardiofetais (BCF).
Parâmetro de normalidade: 120 a 160 bpm (MS); 110 a 160
bpm (FEBRASGO).
Importante saber diferenciar os ruídos fetais dos maternos.
AUSCULTA DOS BCF’S
ESTETOSCÓPIO DE PINARD
Estetoscópio de Pinnard: os BCF’s podem ser auscultados a partir
de 18 semanas (variação na literatura – 20 semanas).
AUSCULTA DOS BCF’S
SONAR DOPPLER
Sonar Doppler: os BCF’s podem ser auscultados a partir de 12
semanas (variação na literatura 10-12 sem.).
AUSCULTA DOS BCF’S
Identificar o Foco de Ausculta Máxima (F.A.M) que se
encontra em cima e no meio da Linha de Ribemond;
Deve ser realizada a ausculta em 01 minuto, não fragmentar
(risco de irregularidade).
F.A.M.
ESQUEMA VACINAL - dT
Gestante não vacinada ou que não sabe informar o passado
vacinal: esquema básico de 03 doses dT (via intramuscular
profunda – dose 0,5 ml).
Esquema: 0, 02, 04 (intervalos de 02 meses – se necessário,
mínimo 01 mês entre as doses administradas).
Caso não haja tempo para a aplicação das três doses: aplicar
no mínimo duas doses (a segunda deve ser administrada até 20
dias antes da DPP – completar o esquema após o parto).
ESQUEMA VACINAL - dT
Gestante vacinada:
< de 05 anos: não é necessário dose de reforço;
> de 05 anos: fazer uma dose de reforço;
Gestante com vacinação incompleta: completar o esquema de
doses (03 doses).
MEDICAMENTOS BÁSICOS
Ácido Fólico: prevenção de defeitos congênitos (diminui a
incidência de defeitos do tubo neural) – ideal o uso
periconcepcional;
4-5mg por dia – administrar 01 cápsula antes do almoço – se
possível com suco de frutas cítricas – nos primeiros três meses
da gestação.
MEDICAMENTOS BÁSICOS
Sulfato ferroso: administrar quando necessário;
Segundo Rezende, não é benéfica a administração à grávida
sem anemia;
Pode ser prejudicial (uso indiscriminado) – aumenta a
viscosidade sanguínea, capaz de causar a diminuição do fluxo
uteroplacentário e infartos placentários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência pré-natal: manual
técnico. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília, Ministério da
Saúde, 2000.
BRASIL. Secretaria Estadual de Saúde do Paraná. Linha Guia:
Mãe Paranaense. Curitiba: SES, 2012. 43 p.
FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia. Assistência pré-natal: manual de
orientação. Brasília: FEBRASGO, 2001.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTENEGRO, C. A. B; FILHO, J. R. Rezende, Obstetrícia
fundamental. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
724 p.
ZIEGEL, E. E; CRANLEY, M. S. Enfermagem Obstétrica. 8. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985. 708 p.