recife xiv seminario nacional de grandes barragens de concretagem das... · vistas na tabela da...
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XIV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
RECIFE
AGOSTO 1981
M TORO DE CONCRETAGEM DAS CIAVETAS DA FUNDACXO DA DARRAGEM
PRINCIPAL DE ITAIPU
TEMA III
ENGQ IDEVAL BETIOLI
DIYIS.O DE CONTROLE DE QUALIDADE
DE CAMPO
ENG°- LULRCIO SCANDIUZZI
DTVISAO DE LABORATORIO E INSTRUMEN
TAQXO DE CONCRETO
ENG2 ADEMAR SONODA
DEPARTAMENTO DE SUPERVISAO DE CONS
TRUQAO
ITAIPU BINACIONAL
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1. APRESENTA AO
pace ex.. to _^=a .e e coit_nai iaaeti orizonta_ti no ci
go rochoso de fundaggo da Barragem Principal (tomadas d'agua
no leito natural do rio) de ITAIPU, foi necessario o tratamen
to dessas descontinuidades, principalmente no que se refere
ao combate aos esforgos cisalhantes.
A sobre-escavadgo para remocgo da rocha ate a descontinuidade
era desaconselhavel tanto no aspecto economico, visto que o
volume adicional a ser escavado era grande, quanto, principal
mente, ao comprometimento do cronograma da Obra, ja que o ini
cio de lancamento do concreto da Barragem Principal teria que
ser defasado de aproximadamente 6 meses. 0 volume de concreto
da Barragem Principal (4 x 10 6 m3) representa cerca de 30%
do volume total da Obra.
A soluggo adotada para o tratamento da descontinuidade foi o
chavetamento da fundaggo atraves da escavadgo de tuneis aber
tos em forma de grelha, corn diametro medio de 3 metros, no ni
vel da descontinuidade, aproximadamente 20 in abaixo da cota de
fundaggo da barragem e, posterior enchimento dos mesmos coin
concreto ngo armado.
Sgo apresentados, neste trabalho, os detalhes relativos ao
transporte e langamento de concreto para preenchimento dos to
neis escavados, paralelamente a concretagem das estruturas de
concreto da Barragem Principal.
2. ALTERNATIVAS PARA LANCAMENTO
0 use de bombas para transporte e langamento do concreto, a
principio um esquema via'vel, mostrou alguns inconvenientes
que levaram a procura de alternativas de langamento mais ade-
quadas as condigoes locais.
Podem ser enumerados como fatores negativos para o use de born
bas a dificuldade de transporte e descontinuidade de abasteci
mento, grandes volumes de injegoes necessarias para o perfeito
contato concreto-rocha na geratriz superior dos tuneis, gran-
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des distancias de bombeamento, entre outros.
Sendo a Barragem Principal de ITAIPU do tipo gravidade alivia
da, optou-se pelo langamento de concreto por gravidade, desde
o nivel de fundagao ate os tuneis escavados, atraves de furos
executados na rocha entre as "almas"dos blocos.
Os desenhos 1 e 2 mostram esquematicamente a "grelha" de tu-
neis escavados para chavetamento da fundagao da Barragem Prin
cipal.
3. ENSAIO SIMIJLADO
Antes porem do inicio dos trabalhos de concretagem dos tuneis,
foi feito um ensaio de simu1acao do langamento de concreto,vi
sando principalmente adequar as caracteristicas da mistura a
ser usada. A mistura usada deveria ter alta trabalhabilidade
de forma que escoasse por furos de 6 polegadas, ate 40 m de
comprimento e 300 de inclinaga"o com a horizontal, porem deve-
ria ser tambem de uma consistencia tal,que efeitos de segre-
gaCao durante o langamento no pudessem comprometer a qualida-
de do concreto lancado.
0 use de aditivos "super" plastificantes foi evitado,em vista
de testes de laboratorio terem mostrado que seu efeito e limi
tado a um periodo relativamente curto (30 a 60 minutos),e pre
vendo que o langamento de concreto nos tuneis seria lento,es-
te fator poderia comprometer a sequencia dos trabalhos.
Para simulagao do furo de concretagem feito na rocha, foi usa
do um tubo de borracha com 20 m de comprimento, 5 polegadas de
diametro, colocado em posigao vertical.
Foi tambem construida uma forma que deveria simular algumas
condigoes a serem encontradas durante o langamento e adensa
mento do concreto nos proprios tuneis.
Para tanto a mesma deveria apresentar irregularidade na parte
superior e permitir adensamento apenas parcial do concreto.
A figura 3 mostra detalhes da forma usada.
0 concreto foi langado e adensado com vibradores de imersao
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ate que atingisse o nivel inferior das "janelas" deixadas na
lateral da forma. Neste ponto, os vibradores foram retirados
e o lancamento, continuou,sem vibrag o do concreto, ate o en-
chimento total da forma.
Para esta ultima etapa de lancamento foi usado, na misturra,
aditivo expansor tentando minimizar vaz-.os na parte superior
da forma. A quantidade de aditivo usada proporcionava a mistu
ra uma expansgo solida entre 3 e 5%.
A figura 4 mootra o tubo fixo a parede de concreto e a desci-
da da forma , para execucgo do ensaio.
SIMULA* DAS IRREGULARIDADES DO TETO DO TUNEL
Figura 3 - Forma para lancamento simulado.
A mistura usada apresentava "Slump" ao redor de 18 cm e uma
porcentagem de aditivo plastificante de 1,5% em relacgo ao
peso total de aglomerante.
Para orientacgo das caracteristicas da trabalhabilidade neces
saria da mistura a ser utilizada, foram tomadas como base ex-
periencias de outras obras,na concretagem de envoltorias de ca
racois, atraves de "trombas".
Durante o lancamento simulado ngo ocorreram problemas de obs
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trucao (embucha.mento) do tubo, devido a alta plasticidade do
concreto e tambem no foram observados problemas de segrega-
gao do concreto.
Apos um periodo de 48 horas, o "bloco" concretado foi levado
ao laboratorio para desforma e extragao de testemunhos.
A composiggo e caracteristicas da mistura utilizada podem ser
vistas na tabela da figura 6.
A figura 5 mostra o "bloco" concretado no teste, apos desfor
ma e extragao de testemunhos para ensaios de compressao axial
simples e tragao por compressao diametral.
Figura 4- Tubo de borraeha
e forma, usados
no ensaio simu-
lado.
Os resultados dos ensaios executados com os testemunhos extrai
dos, bem como o esquema de extragao (local de extragio no blo
co) sao mostrados na tabela da figura 6.
Observa-se que as resistencias apresentadas pelos corpos de
provas ngs 6 e 7 extraidos no topo, relativos a parte no vi
brada, adensada somente por carga"hidraulica", nao apresenta-
ram variagoes significativas em relagao aos demais testemunhos.
Lembra-se ainda que estes testemunhos correspondem a mistura
com agente expansor.
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Figura 5 - Bloco de concreto apps desforma e extragao (com ma
quina de coroa diamantada) de testemunhos de 15 cm de diame-
tro. Chama-se atenggo para as "block-outs" deixados pelos to
cos de madeira , anteriormente mencionados, verificando-se o
total preenchimento da forma.
4. DETALKES EXECUTIVOS
4.1 PERFURAc.O
Os equipamentos disponiveis permitiam a execugao de faros
de 6 e 8 polegadas sendo, em geral, usados dia.metros de 6
polegadas para furos mais curtos e de maior verticalidade
e diametros de 8 polegadas para as mais longos e de menor
inclinagao.
Os tuneis foram concretados em trechos de comprimento media
entre 15 e 20 m,sendo executados furos para langamento de
concreto, espagados de aproximadamente 4 M.
A escolha da locaggo de cada furo foi feita de tal forma que
as mesmos ficassem nos pontos mais "altos" do teto do tunel,
tentando minimizar com isso, vazios no contato superior
concreto-rocha.
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41.2 PREPARO
4.2.1 LIMPEZA
A limpeza das paredes dos tuneis obedeceu aos criterios
gerais de preparaca"o de superficies de rocha para funcaa
goes. Na limpeza grossa foi feita a remogao das pedras
naiores e a limpeza fina incluiu o use de jatos de agua
com pressao ao redor de 8 Kg/cm2.
A descontinuidade da rocha, em geral situada a meia all
tura do tunel escavado,na"o sofreu nenhum tratamento es-
pecial.
A superficie rochosa,apos limpeza,foi deixada na condicao
saturada superficie se-ca (S.S.S), para receber concreto.
4.2.2 FORMAS
As formas foram confeccionadas em madeira atraves de
elementos com dispositivo macho- femea.
A grande dificuldade encontrada na execucao das formas foi
seu escoramento,devido a alta pressao"hidraulica'sofrida
pelas mesmas, consequente da alta fluidez do concreto e
da altura de langamento.
Externamente ao tramo em concretagem as formas foram es-
coradas por suportes de madeira e atirantadas internamente.
Afim de permitir acesso ao interior dos tuneis, eram dei-
xadas, em cada forma, janelas que eram fechadas quando o
nivel de concreto atingia seu bordo inferior. A figura 7
mostra um painel de forma ja pronto e atirantado e, as
duas janelas de acesso.
.2.3 ANDAIME
A ultima etapa no preparo de cada tramo de tunel para con
cretagem, consiste na confeccao de um andaime para circu-
larao com a plataforma a aproximadamente 1,0 m do
teto do tunel, e aproximadamente na mesma altura do ni-
97
vel inferior dajanela superior.
Esta plataforma servia para os vibratoristasque permane-
ciam no interior do ttiinel,ate que o concreto atingisse a
quele nivel, ja que os mesmos no podiam transitar so-
bre o eoncreto, devido sua alts nlastieidade.
Figura 7 - Vista das formas usadas para concretagem
4.3 TRANSPORTE E LANQAIV1ENTO DE CONCRETO
4.3.1 TRANSPORTS
0 transporte do concreto desde as centrais de produgio ate
os equipamentos de langamento (cabos aereos e guindastes
sobre trilhos) foi feito por monovia, caminhoes betoneiras
e "Dump-Cretes".
Os equipamentos de langamento levavam o concreto ate um si
lo intermediario que, com auxilio de correias transporta-
doras, levavam o concreto ate os furos executados na rocha.
As figural $ e 9 ilustram o esquema basico adotado para
transporte do concreto.
4.3.2 LANCAMENTO
Para inicio de langamento do concreto dentro dos tuneis,
foi verificada a melhor sequencia de utilizaggo dos furos
disponiveis.
Esta sequencia era vinculada as condigoes topogrdficas do
98
Figura 8- Esquema geral de lancamento
Figura - Vista do sistema usado no lancamento de con
creto•
99
teto do tunel e o-ultimo furo a ser utilizado para langa
mento do concreto (termino de concretagem) era aquele
cuja saida no tetoIsituavaTse na cota mais alta.
0 langamento do concreto foi sempre iniciado pelo furo ma
is afastado da forma, de modo a permitir maior liberdade
e seguranga de movimentagao dos vibradoristas no interior
do tunel e principalmente, para minimizar as pressoes
desenvolvidas contra a forma.
Devido a alta plasticidade e consistencia do concreto usa
do e auxiliado pelo efeito dos vibradores, o concreto foi
mantido sempre em nivel, mesmo sendo langado apenas por
um furo.
Ate que o concreto atingisse a plataforma de servigo, o
adensamento era feito corn vibradores de imersao (0 70 e
90 mm) simultaneamente ao langamento.
Figura 6 - Fase final de adensamento do concreto no in
terior do tiinel.
A partir do momento em que as passarelas foram removidas,
o adensamento passou a ser executado corn o vibrador des
cendo pelos furos nos quais no estava sendo langado con
creto.
100
A .sequencia posterior obedecia o enchimento de todos os'
furos, sendo .o ultimo a ser preenchido, o de; !cota mais
alta no teto do tunel.
A figura 7 mostra o fluxo no interior de um tunel em
concretagem.
Figura 7 - Vista do fluxo de concreto e ao fundo a face
jd desfomada do tramo anterior.
A -distribuicao dos concretos no interior de cada tra-
mo obedeceu basicamente ao indicado no esquema abaixo.
CONCRETO 0 MAX, 19mm. SLUMP 23 ± I cm -(cOM EXPANSOR )
0 use de um concreto com "Slump" ao redor de 23 cm,com
agente expansor, para "fechamento" de concretagem,visou
melhorar o contato concreto-rocha na parte superior do
tiunel onde o adensamento era feito apenas pelos furos
de concretagem Ver f igura 8.
101
Figura - Vista de uma face desformada mostrando o per
feito contato do concreto com a rocha na ge-
ratriz superior do tLinel.
Alguns cuidados adicionais foram tornados para impedir
obstrucoes dos furos e facilitar a descida do concreto.
Na "boca" de cada furo foram instalados chutes metalicos
com peneiras para impedir a passagem de britas maiores
que 38 mm que pudessem obstruir o furo:Ainda para au-
xiliar a descida do concreto foram usados vibradores den-
tro do chute metalico. A figura 9 ilustra esse procedi
mento.
Em alguns tuneis,onde foram notadas grandes irregulari-
dades no teto que poderiam aprisionar bolhas de ar e
consequentemente ficariam vazios, foram colocados tubos
de pla'sticos, com saida pela forma, pars facilitar a
ulsa.o do ar aprisionado.
Para verificacgo da eficie"ncia do processo idealizado fo
ram amarrados em alguns tubos, sacos plasticos que in-
dicariam a expulsao do ar.
A figura 10 mostra os resultados positivos obtidos.
102
Figura - Chute metalico com peneira e vibrador instala
Figura 10 - Sacos plasticos cheios de ar.
0 volume total de concreto qa(I.-o pe-lo e.e,ssa des-
.Q i-to foi ao redor de 40. CRUD m3
Injecoes de contato executadas apos as concretagens mos
traram, pelos baixos volumes injetados,o sucesso do es-
quema de concretagem idealizado.
103
5. ACOMPANHAMENTO
5.1 CONTROLE DE QUALIDADE NA PRODUCAO
Em razgo das caracteristicas especificas das misturas pro-
porcionadas para langamento nos tuneis e, da necessidade de
manutenggo de suas propriedades para evitar problemas du-
rante o langamento, um controle rigoroso foi executado du
rante a produgao.Para tanto, a cada 10 minutos de produggo
foi coletada uma amostra da mistura fresca para determina-
ggo de temperatura, porcentagem de ar inco4porado a"Slump".
Este -esquema permi-tiu:- produg6es homogeneas com varia
goes minimas nas caracteristicas nominais das misturas.
Ainda, para acompanhamento de resistencia da mistura, a ca
da 300 m3 produzidos foram moldados 12 corpos de provas
cilindricos de 15 x 30 cm. 6 dos especimes foram destina-
dos ao controle de resistencia a compressgo axial simples
e os restantes para verificaggo de resiste"ncia ao cisalha
mento .
0 ensaio de cisalhamento, n o comum em controle de qualida
de de concreto, foi executado em vista do tipo de soli-
citacgo a que esse concreto ester submetido.
0 controle foi executado pelo ensaio no estado duplo de
tensgo (normalmente usado em mecanica das rochas), e cisa
lhamento "puro".
Os esquemas abaixo ilustram os procedimentos de ensaios
adotados para controle de resistencia ao cisalhamento do
concreto usado.
M rE 1p DA TVCM [i MALWfh M Mo ESTAOO of "LO =W04k DA TENS ii CS& AMNTO(eASSEAMNDaa-C - 89-64)
n=P/S= F. c06. 3°
S
'= P/S
104
I
A tensa"o normal aplicada no ensaio de cisalhamento no esta
do duplo foi de 30 Kg/cm2 que corresponde aquela que,teori
camente,o concreto do tinel ficara submetido.
5.2 EFEITOS DE TEMPERATURA
As consequencias de elevacao de temperatura do concreto foi
motivo de um acompanhamento bastante rigoroso do concreto
lancado.
As caracteristicas do concreto necessario para o enchimen
to dos t'neis, tais como alta resistencia, trabalbabilida
de e consistencia, bem como a dificuldade de troca com o
ambiente, onde a temperatura media era ao redor de 302C,
contribuiam de maneira desfavoravel para a elevagio de
temperatura do concreto. Para minimizagao das consequen-
cias de elevagao de temperatura, todo o concreto langado
nos tuneis tinha uma temperatura maxima de 72C.
A resistencia requerida para as concretos langados nos to
neis sob a "cabega" de montante da Barragem Principal era
de 350 Kg/cm2 a um ano e termometros eletricos instalados
mostraram uma elevagao de temperatura ao redor de 552C.
Imediatamente ap6s a desforma dos primeiros tuneis concre
tados, uma inspegao nas faces mostrou fissuras de carater
aparentemente superficial, observado por pequenos rompimen
tos do concreto.
A fim de meihor caracterizar a profundidade dessas fissuras,
foram programadas duas series de ensaios, uma nas primei-
ras idades do concreto (aproximadamente 8 dias) e outra
com o concreto em idade mais avangada (aproximadamente 50
dias).
0 ensaio consistiu basicamente na execugao de furos que
interceptariam a fissura em vairias profundidades, caso
existisse e atraves de agua sob pressao (8 Kg/cm 2) detec-
tar a profundidade da fissura.
A seguire mostrado,esquematicamente, as furos executados
105
Para o ensaio de•"arda . d'agua" executado.
VI a
150
230
SEGO A-A
o1MEM &S EM CEWIWTROS
Ambos os ensaios executados mostraram ser as fissuras
observadas, de carater superficial.
As figuras 11 e 12 mostram instantes do ensaio executado.
A explicacgo mais plausivel para o carater superficial das
fissuras foi dada por uma serie de termometros instalados
a varias profundidades que mostraram uma elevacgo brusca
de temperatura do concreto junto a forma e uma queda tam-
bem brusca, imediatamente apos a desforma, como ilustraa
figura 13 . Os termometros instalados a profundidades a
partir de 50 cm mostraram subida e queda de temperatura
mais graduais permitindo ao concreto resistir aos efeitos
de traCao decorrentes das variacoes termicas.
As fissuras superficiais praticamente desapareceram com a
alteracao da mistura usada nos tuneis sob as almas,onde a
resistencia requerida era de 280 Kg,/cm2 a um ano.
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Figura 11 - Obturador instalado na boca do furo,observando-
se o retorno d'agua pelos demais faros.
Figura 12 - Obturador instalado a 1 m da face do concreto,
sem retorno de agua.
107
50
10
(OC) I OE A SD am Cil S QA 2 CE
MIST NA CE
(horns)
0 40 80 120 160 200 240
Figura 13 - Variagoes de temperatura do concreto nos tiineis.
6. RESUMO
Sao apresentados, neste trabalho, detalhes relativos a trans
Porte e langamento de concreto, pars preenchimento de tuneis,
escavados em forma de grelha, pars combate a esforgos cisa-
lhantes, no tratamento de uma descontinuidade rochosa detec
tada a aproximadamente 20 m abaixo da cota de fundaggo da
Barragem Principal de ITAIPU.
Sao apresentados detalhes do esquema de langamento adotado,
executado em paralelo a concretagem das Estruturas Princi-
pais das tomadas d'agua no leito natural do rio , esquema
esse que permitiu a manutengao do cronograma original da
Obra.
108
f N D I C E
1. APRESENTAC.O
2. ALTERNATIVAS PARA LANCAMENTO
3. ENSAIO SIMULADO
4. DETALIIES EXECUTIVOS
4.1 PERFURACO
4.2 PREI'I T,0
4.3 TRANSPORTE E LANCAMENTO DE CONCRETO
4.3.1 TRANSPORTE
4.3.2 LANCAMENTO
5. ACOMPANHAMENTO
5.1 CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUQAO
5.2 EFEITOS DE TEMPERATURA
6. RESUMO
109