rastreamento ecográfico de primeiro trimestre – o que há de novo? prof. dr. ernesto antonio...
TRANSCRIPT
Rastreamento ecográfico de Rastreamento ecográfico de primeiro trimestre – O que há de primeiro trimestre – O que há de
novo?novo?
Prof. Dr. Ernesto Antonio Figueiró-FilhoProf. Dr. Ernesto Antonio Figueiró-Filho
Dep. Gineco-Obstetricia da Faculdade de Medicina da Dep. Gineco-Obstetricia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(FAMED-UFMS(FAMED-UFMS))
Rastreamento de cromossomopatias fetais
Estudos demonstram que a combinação entre idade materna, ecografia e rastreio dos marcadores
bioquímicos séricos maternos, realizada entre a 11ª e a 13ª semana de gestação, identifica 90% dos fetos
portadores de trissomia do 21 e de outros defeitos cromossômicos maiores, submetendo, portanto, menos
de 3% da população a diagnósticos invasivos.
Nicolaides KH, Duarte LB, Marcolim AC, Duarte G. Rastreio para anomalias cromossômicas no primeiro trimestre de gestação. Rev Bras Ginecol Obstet
2007; 29(12):647-53.
Rastreamento de cromossomopatias fetais
Os principais métodos utilizados na triagem ecográfica de cromossomopatias fetais, incluindo trissomias do
13, 18 e 21, são:
Translucência Nucal (TN);
Ducto Venoso (DV);
Osso Nasal (ON);
Ângulo Facial (AF)
Regurgitação Tricúspide (RT)
Translucência Nucal
Medida da coleção de líquido subcutâneo, que se localiza na região cervical do feto
Detectável em 99% dos fetos no final do primeiro trimestre.
Visualizada preferencialmente entre 11 e 14 semanas de gestação e com CCN entre 45 e 84 mm.
O aumento da espessura da TN :
- malformações
- deformidades
- disgenesias fetais
- síndromes genéticas
- cardiopatias congênitas maiores.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Translucência Nucal
O ponto mais alto da TN é o que deve ser medido. Durante o exame, a medida da TN deve ser verificada
mais de uma vez, e maior medida é a que deve ser anotada.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Translucência Nucal
O risco de adversidades fetais é estimado de acordo com a medida da TN: TN medindo até 3,4 mm é de 5%, entre 3,5 e 4,4 mm é de 30%, entre 4,5 e 5,4 mm é de 50% e com medida maior ou igual a 5,5 mm é de 80%
Relação entre espessura da TN e prevalência de defeitos cromossômicos, aborto/morte fetal e
anormalidades fetais maiores
Translucência NucalDefeitos
cromossômicos Morte fetalAnormalidades
fetais maioresCrianças vivas e
saudáveis*
< percentil 95 0,20% 1,30% 1,60% 97%
entre percentis 95-99 3,70% 1,30% 2,50% 93%
3,5-4,4 mm 21,10% 2,70% 10,00% 70%
4,5-5,4 mm 33,30% 3,40% 18,50% 50%
5,5-6,4 mm 50,50% 10,10% 24,20% 30%
> 6,5 mm 64,50% 19,00% 46,20% 15%
Souka AP, Von Kaisenberg CS, Hyett JA, Sonek JD, Nicolaides KH. Increased nuchal translucency with normal karyotipe. Am J Obstet Gynecol. 2004;192:1005-21.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ducto Venoso
O fluxo sanguíneo no ducto venoso tem a onda característica com alta velocidade durante a sístole ventricular (onda S) e a
diástole (onda D), e fluxo anterógrado durante a contração atrial (onda A).
Entre 11–14 semanas, o fluxo anormal no ducto venoso está associado com
anomalias cromossômicas,
malformações cardíacas e
desfecho desfavorável da gestação.
Borrell A, Martinez JM, Seres A, Borobio V, Cararach V, Fortuny A. Ductus venosus assessment at the time of nuchal translucency measurement in the detection of fetal
aneuploidy. Prenat Diagnotic. 2003; 23: 921-6
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ducto Venoso
Ondas de fluxo no ducto venoso na 12ª semana de
gestação, demonstrando um padrão normal (acima) e
onda A anormal (abaixo).
Nicolaides KH. The 11–13+6 weeks scan. Londres: Fetal Medicine
Foundation; 2004b.
Maiz N, Valencia C, Kagan KO, Wright D, Nicolaides KH.Ductus venosus Doppler in screening for trisomies 21, 18 and 13 and Turner syndrome at 11-13
weeks of gestation. Ultrasound Obstet Gynecol. 2009 May;33(5):512-7.
A avaliação de 19.800 gestantes identificou onda A reversa em
3,2% dos fetos euplóides,
66,4% dos fetos com trissomosia do 21,
58,3% dos fetos com trissomia do 18,
55% dos fetos com trissomia do 13
75% dos fetos com síndrome de Turner.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Osso Nasal
A visualização do ON pode ser realizada pela ultrassonografia entre 11 e 14 semanas de gestação
Detecção de trissomias do 13 e 18, Síndrome de Turner e principalmente Síndrome de Down
O ON é considerado ausente quando apenas uma fina linha menos ecogênica que a pele aparece no seu
lugar ou quando nenhum sinal de ossificação é visualizado, o que diminui a sensibilidade, mas
aumenta a especificidade.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Osso Nasal
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Osso Nasal
Na análise combinada de vários estudos, totalizando-se 15.822 fetos, o perfil fetal foi examinado com
sucesso em 97,4% dos casos.
Osso nasal estava ausente em 1,4% dos fetos cromossomicamente normais e em
69% dos fetos com trissomia do cromossomo 21.
Nicolaides KH. The 11–13+6 weeks scan. Londres: Fetal Medicine Foundation; 2004b.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ângulo Facial
O perfil plano é uma das características dos fetos portadores da trissomia do 21 e essa particularidade
decorre da hipoplasia maxilar e nasal presente em fetos portadores dessa síndrome.
Na tentativa de melhor avaliação desse parâmetro, o novo método ângulo frontomaxilofacial ou
simplesmente ângulo facial (AF) avalia de forma objetiva a face plana fetal.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ângulo Facial
84 graus
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ângulo Facial
95 graus
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Ângulo Facial
O ângulo facial está acima do percentil 95:
5% dos fetos euplóides,
45% a 60% dos fetos com trissomia do 21
45% dos fetos com trissomia do 13
55% dos fetos com trissomia do 18
O aumento do ângulo facial parece ser decorrente da posição da maxila em relação à fronte.
Plasencia W, Dagklis T, Sotiriadis A, Borenstein M, Nicolaides KH. Frontomaxillary facial angle at 11+0 to 13+6 weeks’ gestation-reproducibility of
measurements. Ultrasound Obstet Gynecol. 2007;29(1):18-21
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Regurgitação Tricúspide
Estudos demonstraram que a ecografia realizada entre a 11ª e a 14ª semana de gestação diagnosticou a
regurgitação da tricúspide
2 a 3% dos fetos cromossomicamente normais
60 a 70% dos fetos com trissomia do 21.
Esses estudos também determinaram que a prevalência da regurgitação da tricúspide cresce com o aumento da espessura da TN e na presença de defeitos cardíacos,
mas diminui com o avanço da gravidez.Falcon O, Auer M, Gerovassili A, Spencer K, Nicolaides KH. Screening for trisomy 21 by fetal
tricuspid regurgitation, nuchal translucency and maternal serum free beta-hCG and PAPP-A at 11 + 0 to 13 + 6 weeks. Ultrasound Obstet Gynecol. 2006;27(2):151-5.
Rastreamento de cromossomopatias fetais – Regurgitação Tricúspide
Rastreamento de cromossomopatias fetais
A importância dos achados ultra-sonográficos está no cálculo do risco individual de cromossomopatias,
utilizando-se em conjunto a idade materna e a idade gestacional, acrescentando-se os riscos obtidos com o
rastreamento bioquímico.
Desta forma, pode-se classificar as gestantes em três grupos de risco (para cromossomopatias):
Alto risco (risco maior ou igual a 1:100),
Baixo risco (risco menor ou igual a 1:1000)
Risco intermediário (risco entre 1:100 e 1:1000).
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia no 1o trimestre
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia no 1o trimestre
A pré-eclâmpsia afeta cerca de 2% das gestações
Grande causa de morbi-mortalidade materna e peri-natal
PE precoce requer interrupção da gestação antes da 34ª semana
A identificação de mulheres com alto risco para PE poderia potencialmente melhorar o prognóstico da
gestação
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
A identificação precoce do grupo de alto risco a desenvolver PE é importante para futuros estudos,
pesquisando-se o papel de intervenções farmacológicas de início no primeiro trimestre para
melhorar a implantação da placenta e reduzir a prevalência da doença
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
Pode-se predizer o risco específico de cada paciente de desenvolver PE através de combinação de fatores na
história materna, incluindo-se afro-descendência, alto índice de massa corporal e história prévia ou
familiar de PE, e as seguintes medidas feitas às 11-13 semanas:
Pressão arterial materna
Índice de Pulsatilidade (PI) das artérias uterinas
Índice de resistência das artérias uterinas
Níveis séricos de PAPP-A materno
Níveis séricos PLGF
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
O rastreio por este método combinado pode identificar cerca de 90% das pacientes desenvolvendo PE
precoce e 45% das desenvolvendo PE tardia, com uma taxa de falso positivo de 5%
Ultrasound Obstet Gynecol 2008; 32: 138–146
Uterine artery Doppler at 11 + 0 to 13 + 6 weeks and
21 + 0 to 24 + 6 weeks in the prediction of pre-eclampsia
W. PLASENCIA, N. MAIZ, L. POON, C. YU and K. H. NICOLAIDES
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia – IP Uterinas
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia – IP Uterinas
W. PLASENCIA,et al. Ultrasound Obstet Gynecol 2007; 30: 742–749
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
Ultrasound Obstet Gynecol 2007; 29: 135–140
Screening for pre-eclampsia and fetal growth restriction by uterine artery Doppler and PAPP-A at 11–14 weeks’ gestation
A. PILALIS, A. P. SOUKA, P. ANTSAKLIS, G. DASKALAKIS, N. PAPANTONIOU, S. MESOGITIS and
A. ANTSAKLIS
Níveis reduzidos de PAPP-A associados com IP elevado no primeiro trimestre
apresentam alto valor preditivo positivo no rastreamento de PE grave.
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
K. SPENCER et al. Ultrasound Obstet Gynecol 2007; 29: 128–134
Rastreamento de Pré-EclâmpsiaRastreamento de Pré-Eclâmpsia
W. PLASENCIA et al., Ultrasound Obstet Gynecol 2008; 32: 138–146
IP Elevado 1 trim
IP Elevado 2 trim
Prediction of pre-eclampsia by uterine artery Doppler
imaging: relationship to gestational age at delivery and
small-for-gestational age
C. K. H. YU, O. KHOURI, N. ONWUDIWE, Y. SPILIOPOULOS and K. H. NICOLAIDES
Ultrasound Obstet Gynecol 2008; 31: 310–313
Pre Ecl e RCIU Apenas Pre Ecl Apenas RCIU
Risco Elevado T21 e PERisco Elevado T21 e PE
Risco Baixo T21 e elevado PERisco Baixo T21 e elevado PE
Risco Baixo T21 e elevado PERisco Baixo T21 e elevado PE
Risco Baixo T21 e PERisco Baixo T21 e PE
• A partir de qual risco institui-se conduta profilática?
• Medicação anti-hipertensiva e vasodilatadora beneficiaria gestantes com risco elevado?
• Não se utiliza mais o rastreamento de 2o trimestre?
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia - Questões
Rastreamento de Pré-Eclâmpsia - Questões
1º Congresso de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia da FEBRASGO
22 a 24 de setembro de 2010
Informações e Inscrições online: www.sgob.com.br(61) 3245-3681 / 3245-4530 [email protected]
43º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal
4º Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal
21º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Brasil Central da FEBRASGO
Centro de Convenções Ulysses GuimarãesBrasília - DF
Evento
Cadastrado
no CNA para
pontuação.