raiva prof. carlos r zanetti lia/mip/ccb/ufsc 2012

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RAIVARAIVAProf. Carlos R Zanetti

LIA/MIP/CCB/UFSC2012

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Código de Eshunna

2.300 aC

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www.who-rabies-bulletin.org/About_Rabies/

Racoon Skunk Mongoose Raposa do Ártico

Coiote LoboRaposa

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www.who-rabies-bulletin.org/About_Rabies/

CãoCão

GatoGatoMorcegoMorcego

MorcegoMorcego

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TransmissoresTransmissores          

Desmodus rotundusDesmodus rotundus

Diaemus youngiDiaemus youngi

Dyphilla ecaudataDyphilla ecaudata

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EpidemiologiaEpidemiologia          

Casos de raiva humana transmitidos por animais de rua (ciclo urbanos) e morcegos (ciclo aéreo)

Os casos de raiva humana transmitida por morcegos que ocorriam esporadicamente e, na maioria das vezes, de forma acidental, ganharam grande repercussão nos anos de 2004 e 2005, período em que 62 pessoas foram a óbito nos estados do Pará e Maranhão devido a agressões por morcegos hematófagos. Na década de 80, 83% dos casos humanos eram transmitidos por cães e, na década de 2000, os registros reduziram-se para 47% os provocados por cães, mas houve um aumento para 46% os causados por morcegos

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De 2002 a abril de 2010 foram notificadas ocorrências de raiva em 988 morcegos não-hematófagos, 241 morcegos hematófagos e 17.586 em animais de produção. Esses dados demonstram a circulação do vírus da raiva, principalmente quando observamos o elevado número de animais de produção positivos para raiva, o que os torna importantes sentinelas para o monitoramento

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Atendidas Iniciaram Tratamento Abandono de Tratamento

Profilaxia da Raiva Humana Brasil, 1995 a 2003

Fonte: SVS/MS

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Modo de transmissãoModo de transmissão

- - contato com saliva de animal raivosocontato com saliva de animal raivoso (mordeduras, lambeduras de mucosa ou de pele com solução de continuidade)

-arranhadurasarranhaduras

- - outras (raras):outras (raras):transplante de córnea, de órgãos sólidos, via inalatória, via transplacentária e aleitamento materno

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A transmissão inter-humana de raiva é rara!       - 8 casos de raiva humana devido a transplante de córnea;

- 1 relato de transmissão de raiva por via transplacentária; - 2 casos de transmissão inter-humana através da saliva;

- 4 casos de transplantes de órgãos.

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Morcego hematófago

Morcego não hematófago

Herbívoros (Eqüinos / Bovinos)

Cão

Gato

Saguï

Homem

Outros Animais Silvestres

SUL

Variante 3

CENTRO-OESTE

AgV3 AgV3

AgV NC

SUDESTE

AgV3

AgV4

AgV6

AGV NC

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Morcego hematófago

Morcego não hematófago

Herbívoros (Eqüinos / Bovinos)

Cão

Gato

Saguï

Homem

Outros Animais Silvestres

NORDESTE

AvG3

AgV2

NORTE

AgV2

AgV3

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Classificação

Ordem: Mononegavirales (genoma RNA não segmentado de sentido negativo)

Família: Rhabdoviridae (3 gêneros: Lyssavirus, Ephemerovirus e Vesiculovirus)

Gênero: Lyssavirus

sorogrupos: 1. vírus rábico clássico 2. vírus Lagos bat 3. vírus Mokola 4. vírus Duvenhage; 5. vírus European bat virus 1 6. vírus European bat virus 2 7. Australian bat virus

Agente etiológico Agente etiológico       

    

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Agente etiológico Agente etiológico       

    

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- acetylcholine receptor

- neural cell adhesion molecule

(NCAM) (CD56)

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O vírus rábico é inativado por diversos agentes físicos e químicos, O vírus rábico é inativado por diversos agentes físicos e químicos, tais como:tais como:

- radiação ultravioleta

- detergentes

- agentes oxidantes

- álcool

- compostos iodados

- enzimas proteolíticas

- raio X.

- ácidos com pH<4

- bases com pH>10.

- calor: 35 segundos a 60°C, 4 horas a 40°C e vários dias a 4°C.

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Corpúsculos de NegriCorpúsculos de Negri

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PatologiaPatologia

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PatologiaPatologia

- A patologia da infecção rábica é tipicamente definida por encefalite e mielite.

- Vários fatores afetam o desencadeamento da exposição ao vírus: variantes do vírus, dose do inóculo, rota e localização da exposição, bem como fatores individuais do hospedeiro, como idade e condições

do sistema imune.

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Período de incubaçãoPeríodo de incubação

            HomemHomem: : 2 a 10 semanas, em média 45 dias (há relato na literatura de até 6 anos)

CãoCão: : 21 dias a 2 meses, em média.

Animais silvestresAnimais silvestres: : período bastante variável, não havendo definição clara para a grande maioria

deles.

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Período de transmissibilidade

      Ocorre antes do aparecimento dos sintomas e durante o período da doença. No cão e gato este período se inicia de 5 a 3 dias antes dos sintomas.

Quadro clínico no cãoQuadro clínico no cão      

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Quadro clínico no homemQuadro clínico no homem

- período prodrômico: febre, cefaléia, mal-estar, anorexia, náusea e dor de garganta.

- alteração de sensibilidade no local da mordedura: formigamento, queimação, adormecimento, prurido e/ou dor local. Esse período varia de

2 a 4 dias.

- comprometimento do sistema nervoso central: ansiedade, inquietude, desorientação, alucinações, comportamento bizarro e até convulsões. As

crises convulsivas podem ser desencadeadas por estímulos táteis, auditivos ou visuais.

Em cerca de 50% dos casos costuma haver espasmos de faringe e laringe após beber ou mesmo desencadeados pela

simples visão da água ou vento no rosto

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Quadro clínico no homemQuadro clínico no homem

- No homem, são raros os surtos de agressividade, com tendência de atacar ou de morder, característicos da raiva furiosa

nos animais.

- Outros sintomas acompanhantes são hipersalivação, fasciculação muscular e hiperventilação. Esse período dura de 4 a 10

dias.

      - Na fase final, instala-se um quadro de paralisia progressiva

ascendente e coma no final da evolução.

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Tratamento

Uma vez instalada a doença não há tratamento

específico, e a letalidade é de 100%. O tratamento

paliativo visa minimizar o sofrimento do paciente

Jeanna GieseJeanna Giese

CDC, 53(50):1171-1173, 2004

Marciano Menezes Hospital Universitário Oswaldo Cruz

Recife –PE

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Conduta frente à mordeduraConduta frente à mordedura

Limpeza do local com água e sabão e desinfecção com álcool ou soluções iodadas, imediatamente após a agressão;

Procurar orientação médica.

Quando o animal agressor for cão ou gato deve ser observado durante 10 dias para identificar qualquer sintoma sugestivo de raiva; se o animal suspeito for sacrificado, sua cabeça ou seu cérebro deve ser enviado para o Laboratório

especializado, em gelo, para o exame laboratorial.

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Esquemas de tratamento profilático da raiva Esquemas de tratamento profilático da raiva humanahumana

Esquemas de pré-exposição com vacinas produzidas em cultura celular ou em embrião de pato

a. Esquema com 3 doses pela via intramuscular (IM) - aplicar nos dias 0, 7 e 28- via de administração: IM, na região deltóide.- dose: 0,5 ou 1 ml, dependendo do fabricante. A dose indicada pelo fabricante independe do sexo, da idade e do peso da pessoa

b. Esquema com 3 doses pela via intradérmica (ID), para as vacinas HDCV, PVCV e PCEV (mas não para a PDEV)- aplicar nos dias 0, 7 e 28- via de administração: ID, na região deltóide- dose: 0,1 ml, independente do fabricante

            Pacientes que usam cloroquina para a profilaxia da malária apresentam títulos menores de anticorpos da raiva após a vacinação, por isso, o tratamento profilático com doses menores, pela via ID, é contra-indicado para estes pacientes, bem como para pacientes imunodeprimidos em geral.

http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_08.htmhttp://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_08.htm

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Esquemas de tratamento profilático da raiva Esquemas de tratamento profilático da raiva humanahumana

Esquemas com as vacinas produzidas em ou em embrião cultura celular de pato

vacinação (5 doses)- aplicar nos dias 0, 3, 7, 14 e 28- via de administração: IM, na região deltóide; em crianças menores de 2 anos pode ser administrada no vasto lateral da coxa- dose: 0,5 ou 1 ml, dependendo do fabricante. A dose indicada pelo fabricante independe da idade e do peso do paciente

http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_08.htmhttp://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_08.htm

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Reações adversasReações adversas

       Durante o tratamento podem ocorrer reações às vacinas anti-rábicas, podendo ser locais, gerais ou neurológicas.

- As reações locais manifestam-se por dor, prurido e eritema no local da aplicação, com ou sem aumento de gânglios linfáticos locais.

-Atualmente somente vacinas de cultivo celular, contendo vírus rábico inativado, cultivado em células diplóides humanas, células de

rim de hamster e rim de macaco.

- Apresentam alto poder imunogênico, eficácia elevada e baixo índice de efeitos adversos, mas têm, como inconveniente, o alto preço.

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Reações adversasReações adversas

      

- O soro anti-rábico é obtido de equídeos hiperimunizados com vírus rábico inativado. A aplicação se dá em dose única, por via intramuscular, em locais diferentes da

aplicação da vacina e parte da dose deve ser infiltrada ao redor do ferimento.

- As reações ao soro, que não são incomuns , podem ser divididas em: reações anafiláticas, reações anafilactóides e

doença do soro.

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SoroterapiaSoroterapia

O soro anti-rábico, quando indicado, deve ser infiltrado no local ferido uma hora antes da sutura.

      É necessário avaliar a necessidade de profilaxia do tétano, de

acordo com a norma vigente, e de antimicrobianos para a prevenção de infecções secundárias.

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DiagnósticoDiagnóstico

      - O diagnóstico da raiva é feito através do quadro clínico sugestivo e da história clínica do paciente com antecedente de

mordedura ou outros tipos de exposição.

- No diagnóstico da raiva humana, existem várias técnicas laboratoriais para identificação de antígenos ou anticorpos

específicos da doença, tais como: reação de imunofluorescência direta, imunofluorescência indireta, soroneutralização e prova

biológica.

- Os materiais a serem examinados incluem: sangue, saliva, bulbo piloso, esfregaço da córnea e tecido nervoso, sendo que este último é

retirado do material da necrópsia.

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Vírus Rábico: DiagnósticoVírus Rábico: Diagnóstico

Metodologia preconizada pela OMS: Metodologia preconizada pela OMS:

- - Imunofluorescência Direta Imunofluorescência Direta

- Inoculação intra-cerebral em camundongos- Inoculação intra-cerebral em camundongos

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DiagnósticoDiagnóstico

      

Imunofluorescência Direta

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DiagnósticoDiagnóstico

      

Prova Biológica – inoculação i.c. camundongos

– inoculação em cultura de cels.

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Isolamento em Cultura CelularIsolamento em Cultura Celular

Células da Glia de Rato (C6)Células da Glia de Rato (C6)

Neuroblastoma murino (N2A)Neuroblastoma murino (N2A)

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LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA APLICADA

www.lia.ufsc.br

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO!OBRIGADO PELA ATENÇÃO!