quimicos

Upload: jose-luiz-souza

Post on 15-Jul-2015

336 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

AGENTES QUMICOSANTECEDENTES GERAISOs diversos agentes qumicos que podem poluir um local de trabalho e entrar em contato com o organismo dos trabalhadores podem apresentar uma ao localizada ou serem distribudos aos diferentes rgos e tecidos, levados pelos fluidos internos (sangue e outros), produzindo uma ao generalizada. Por este motivo as vias de ingresso destas substncias ao organismo so: inalao; absoro cutnea; ingesto. Inalao: constitui a principal via de ingresso de txicos, j que a superfcie dos alvolos pulmonares representa, no homem adulto, uma superfcie entre 80 a 90 m2 . Esta grande superfcie facilita a absoro de gases e vapores, os quais podem passar ao sangue, para serem distribudos a outras regies do organismo. Alguns slidos e lquidos ficam retidos nesses tecidos, podendo produzir uma ao localizada, ou dissolvem-se para serem distribudos atravs do aparelho circulatrio. Sendo o consumo de ar de 10 a 20 kg dirios, dependendo fundamentalmente do esforo fsico realizado, fcil chegar concluso que mais de 90% das intoxicaes generalizadas tenham esta origem. Absoro cutnea: quando uma substncia de uso industrial entra em contato com a pele, podem acontecer as seguintes situaes: a) efetiva. b) primria. c) d) A substncia qumica pode combinar com as protenas da pele e O agente pode penetrar atravs dela, atingir o sangue e atuar como um provocar uma sensibilizao. txico generalizado. Assem, por exemplo, o cido ciandrico, mercrio, chumbo tetraetila (usado nas gasolinas como antidetonante), alguns defensivos agrcolas, etc. So substncias que podem ingressar atravs da pele, produzindo uma ao generalizada. O agente pode agir na superfcie da pele, provocando uma irritao A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora

Apesar destas consideraes, normalmente a pele uma barreira bastante efetiva para os diferentes txicos, e so poucas a substncias que conseguem ser absorvidas em quantidades perigosas. Por essas razes, as medidas de preveno de doenas, nesses casos, devem incluir a proteo da superfcie do corpo. Ingesto: representa apenas uma via secundria de ingresso de txicos no organismo, j que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos txicos. Isto pode acontecer de uma forma acidental ou ao engolir partculas que podem ficar retidas na parte superior do trato respiratrio ou ainda ao inalar substncias em forma de ps ou fumos. Alm do j exposto, temos que considerar que o aparelho digestivo formado de tal modo que seleciona os materiais teis ao organismo, e rejeita os que no lhe servem.

LIMITES DE TOLERNCIA - AGENTES QUMICOSA presena de agentes qumicos, fsicos ou biolgicos no ambiente de trabalho oferece um risco sade dos trabalhadores. Entretanto, o fato de entrarem expostos a estes agentes agressivos no implica, obrigatoriamente, que estes trabalhadores venham a contrair uma doena do trabalho. Para que os agentes causem danos sade, necessrio que estejam acima de uma determinada concentrao ou intensidade, e que o tempo de exposio a esta concentrao ou intensidade seja suficiente para uma atuao nociva destes agentes sobre o ser humano. Vemos, portanto, que muito importante fazermos uma avaliao quantitativa do agente, bem como avaliarmos o tempo real de exposio do trabalhador a este agente (qualidade - quantidade tempo de exposio). Denominamos Limites de Tolerncia quelas concentraes dos agentes qumicos ou intensidade dos agentes fsicos presentes no ambiente do trabalho, sob as quais os trabalhadores podem ficar expostos durante toda a sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos a sua sade. Estes limites tm por objetivo garantir a proteo da sade, mas o seu carter no absoluto, refletindo, unicamente, o estado em que se encontram os conhecimentos em um dado momento. Eles so baseados na melhor informao disponvel, proveniente da experincia industrial e de estudos experimentais com animais.

Por isto, podem sofrer alteraes de ano para ano, conforme se constate que o limite, anteriormente fixado, no est protegendo efetivamente o trabalhador. Os limites de tolerncia representam um instrumento essencial no controle dos ambientes de trabalho, ajudando a eliminar os riscos advindos da presena de agentes ambientais. Isto porque eles possibilitam a comparao dos resultados cos avaliaes de campo com valores padres, servindo ento como guias de preveno. Na dcada de 1920 1930, comearam a ser propostos alguns limites, sendo os primeiros a aparecerem os do monxido de carbono, xido de zinco e das poeiras de fluoretos. Atualmente a maioria das substncias mais comumente usadas e transformadas na indstria tem seus limites fixados, e, a cada ano, outras tantas vo sendo adicionadas s tabelas j existentes. Um dos valores universalmente aceitos pelos EEUU, Amrica Latina e outros pases so aqueles publicados anualmente, desde 1947, pela America conference or Governmental Industrial Hygienists - A.C.G.I.H. -, os quais so revisados permanentemente. Estes valores devem ser entendidos como um guia para profissionais que trabalham em Higiene Industrial, e nunca como valores rgidos de separao entre concentraes seguras e perigosas. No Brasil, at o ano de 1978, determinava os trabalhos insalubres, baseando-se apenas no aspecto qualitativo do agente. Atualmente, est em vigor a Portaria 3214/78, do Ministrio do Trabalho, que fixa limites de tolerncia para as substncias qumicas, atravs dos Anexos n 11 e 12 de sua Norma Regulamentadora n 15 - Atividades e Operaes Insalubres. Esta foi uma grande meta alcanada pelo Pas, no tocante Sade Ocupacional, possibilitando equipararmo-nos hoje s grandes naes do mundo, que muito se tm preocupado com a preservao da integridade fsica de seus trabalhadores. As substncias anteriormente existentes na Portaria 491/65, que no tiveram seus limites de tolerncia fixados pela atual Legislao Brasileira, esto relacionadas no anexo n 13 da cotada Norma Regulamentadora (NR) 15. No final do tpico Limite de Tolerncia, so transcritos na ntegra os Anexos n 11, 12 e 13 da NR 15, Portaria 3214/78. Muitos pases j elaboram tabelas de limites de tolerncia (LT), mas elas divergem muito entre si, ou devido s caractersticas do trabalho de cada pas, ou devido maneira como os limites foram estabelecidos.

Um exemplo tpico desta divergncia ocorre nos limites adotados nos EUA e na URSS. Os valores russos para muitas substncias so bem menores que os americanos, como por exemplo: Substncia Anilina Benzeno LT (Americano) 19 mg/m3 30 mg/m3 LT (Russo) 0,1 mg/m3 5 mg/m3

Isto ocorre porque o Limite de Tolerncia foi estabelecido de maneira diferente nos dois pases. Os higienistas americanos o consideram como sendo a concentrao ambiental presente numa jornada de trabalho de 8 horas por dia, numa semana, de 5 dias, no provoque s pessoas expostas, no decorrer de toda a sua vida laboral, sinal de doena ou alterao do estado normal de sade. J os russos consideram o Limite de Tolerncia (LT) aquela concentrao da substncia na atmosfera industrial que no seja capaz de produzir sintomas de doena profissional ou alterao do estado normal de sade nas pessoas que estejam expostas diariamente, por um tempo indefinido. Com isto, conclumos que o russo se baseia numa exposio contnua, enquanto que o americano se baseia na exposio durante toda a vida de trabalho, mas com jornadas de 40 horas semanais. Alm disso, os mtodos utilizados na determinao dos limites tambm divergem. Os russos utilizam o do reflexo condicionado, que muito mais sensvel, enquanto que os americanos se baseiam simplesmente na observao do homem e do ambiente. Apesar de nossos limites terem sido estabelecidos de forma anloga aos dos Estados Unidos, existe uma discrepncia entre os valores fixados nestes dois pases. Isto se deve diferena existente entre as jornadas de trabalho do brasileiro e do americano. A nossa jornada semanal usual de 48 horas, enquanto que a do americano de apenas 40 horas. Nada mais lgico, portanto, que os limites adotados no Brasil sejam menores que os dos EUA Convm salientar que no s os limites brasileiros so similares aos americanos, mas que quase o de todos os outros pases tm estas mesmas caractersticas. Somente os LT das naes comunistas que so bastante divergentes dos nossos, j que tomam por base os limites adotados na Rssia. A seguir damos exemplos de limites adotados no Brasil, comparando-os com os dos Estados Unidos.

Substncias Amnia Cloro Dixido de carbono Gs sulfdrico Tricloroetileno

LT (Brasil) 20 ppm * 0,8 ppm 3900 ppm 8 ppm 78 ppm

LT (Estados Unidos) 25 ppm 1 ppm 5000 ppm 10 ppm 100 ppm

Basicamente temos no Brasil dois tipos de limites de tolerncia: a) Limite de Tolerncia - Mdia Ponderada, que na tabela de limites de tolerncia no tem a coluna valor teto assinalada, e representa a concentrao mdia ponderada, existente durante a jornada de trabalho. Isto , podemos ter abaixo deste, acarretando uma mdia ponderada igual ou inferior ao limite de tolerncia. No entanto estas oscilaes para coma no podem ser indefinidas, devendo respeitar um valor mximo que no pode ser ultrapassado. Este valor mximo obtido atravs da aplicao de um fator de desvio, conforme frmula dada a seguir: Valor Mximo = LT x FD., onde LT - Limite de Tolerncia FD. - Fator de desvio, que depende da grandeza do limite de tolerncia, de acordo com a tabela que segue: Limite de Tolerncia 0 < LT