psicologia - história e epistemologia - aula 2
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HISTÓRIA E EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA
AULA II – Epistemologia da
Psicologia
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No lugar deixado vazio pela humana sabedoria, eis que nascem os “gais savoirs”, as epistemologias - saberes ainda adolescentes, agressivos, insolentes, dissolventes, desrespeitosos da cientificidade de direito divino porque mais respeitosos da ciência como trabalho e como documento ... as ciências não se torna agradáveis senão quando se as toma por jogos dos quais é preciso buscar as regras, elas não se tornam interessantes senão quando não se crê mais na Verdade (LEBRUN, G. , p. 21).
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
O que é a Filosofia da Ciência?São as raízes conceituais subjacentes à questão do conhecimento
Crenças Fundamentais ou assunções sobre
Ontologia (questões sobre a realidade e o ser)
Epistemologia (investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento) (HESSEN, 2000)
Axiologia (os valores no processo da pesquisa científica)
Metodologia (o método científico)
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Paradigmas
Conjunto de crenças a respeito do mundo que geram uma perspectiva filosófica e conceitual a respeito do mundo (Filstead, 1979 in Patton, 2002)
Principais Paradigmas
Paradigma Realista
Paradigma Social-Construtivista
Paradigma crítico
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Paradigma Realista
Crença na realidade externa, sendo que os eventos resultam de mecanismos ou estruturas
Objetividade
Leis, Predição, Controle
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Paradigma Realista
VariaçõesPositivismo (Comte)O conhecimento real deve ser verificado pela experiência real, através de formulas matemáticas. Distingue o conhecimento positivo da teologia e da metafísica.
Pós-positivistas (Popper)A capacidade humana para obter o conhecimento real é limitada. Falseabilidade é um critério de verificação importante para a ciência.
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Paradigma Social-construtivista
Acredita em múltiplas e igualmente válidas realizades (subjetivas e socialmente construídas)
O objetivo é entender a experiência vivida (verstehen)
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Paradigma Crítico
-Acredita que a realidade é mediada pelo poder dentro dos contextos sociais e históricos
O objetivo é a emancipação e a transformação
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EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA
Estuda como que o Saber Psicológico é construído. Uma “arqueologia” do conhecimento psicológico.
A produção dos saberes psicológicos precisa ser compreendida em um contexto sociocultural bem específico, o da modernidade madura do século XIX. (FIGUEIREDO, 2010).
Não existe uma epistemologia fixa para a psicologia; a psicologia possui muitas epistemologias possíveis, seguindo lógicas diferentes.
É possível fazer psicologia utilizando psicanálise, utilizando abordagem centrada na pessoa, utilizando análise do comportamento e muitas outras abordagens possíveis. (WEIJENBORG, 2015)
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EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA
As diversas correntes da psicologia divergem principalmente em relação a 4 conceitos básicos:
O QUE É a condição
humana a ser estudada
COMO tais estudos podem e precisam ser
realizados
O QUE É a realidade a
ser conhecida
QUAIS critérios de verdade e
validação
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EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA
As diversas correntes da psicologia podem, portanto, serclassificadas dentro de matrizes, no sentido de algo que epistemologicamente une-as.
No primeiro momento encontramos dois grandes grupos de matrizes do pensamento psicológicos: matrizes cientificistas que se apegam aos modelos e práticas das ciências naturais e matrizes românticas que valorizam a subjetividade e a experiência individual do sujeito.
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MATRIZES CIENTIFICISTAS
Matriz nomotética e quantificadora – Presente em todas as tentativas de se fazer da Psicologia uma ciência natural, essa matriz orienta o Pesquisador para a busca da ordem natural dos fenômenos psicológicos e comportamentais na forma de classificações e leis gerais com caráter preditivo. As operações legítimas são a construção de hipóteses formais, a dedução exata das consequências destas hipóteses, na forma de previsões condicionais e o teste.
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MATRIZES CIENTIFICISTAS
Matriz atomicista e mecanicista – Orienta o pesquisados para a procura de relações deterministas ou probabilísticas, segundo uma concepção linear e unidirecional de causalidade. A concepção do real é atomística: o real é os elementos que, em combinações diferentes, mecanicamente “causam” os fenômenos complexos, de natureza derivada. O futuro se torna previsível e o passado dedutível.
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MATRIZES CIENTIFICISTAS*
Matriz funcionalista e organicista – caracteriza-se por uma noção de causalidade funcional. Os fenômenos incorporam os efeitos em suas próprias definições. A subdivisão da matéria na tentativa de detectar os elementos mínimos é substituída pela análise que procura identificar e respeitar os sistemas funcionais. Divide-se em duas submatrizes: ambientalista (influência do meio sobre a ação) e nativista (natureza herdada das funções adaptativas).
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MATRIZES ROMÂNTICAS E PÓS-ROMÂNTICAS
Matriz Vitalista e Naturalista – Valoriza o qualitativo, o indeterminado, o criativo, o espiritual, e etc. No lugar do interesse tecnológico domina aqui o interesse estético, contemplativo e apaixonado, em que se anulam as diferenças entre sujeito e objeto do conhecimento e a diferença entre ser e conhecer.
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MATRIZES ROMÂNTICAS E PÓS-ROMÂNTICAS
Historicismo Ideográfico – Busca a captação da experiência tal como se constitui na vivência imediata do sujeito, com sua estrutura suigeneris de significados e valores, irredutível a esquemas formais e generalizantes. Utiliza o método das reconstruções do sentido.
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MATRIZES ROMÂNTICAS E PÓS-ROMÂNTICAS
Estruturalismo – Objetivo a re-construção das estruturas geradoras das “mensagens”, as regras que inconscientemente controlam a organização das formas simbólicas e a emissão dos discursos.
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MATRIZES ROMÂNTICAS E PÓS-ROMÂNTICAS
Fenomenologia – Busca a fundamentação do conhecimento que deve ser procurado do lado da consciência pura, do sujeito transcendental que determina as condições de existência para a consciência de todos os objetos da vida espiritual. Trata-se de efetuar a descrição das estruturas apriorísticas da consciência.
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REFERÊNCIAS
BACHELARD, Gaston. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 2001.
FIGUEIREDO, Luís Claudio. Epistemologia, História, e além: reflexões sobre uma trajetória pessoal. Psicol. cienc. prof. [online]. 2010, vol.30, n.spe [cited 2017-02-05], pp.140-148. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000500005&lng=en&nrm=iso>.
HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
PATTON, Michael Q. Two decades of developments in qualitative inquiry. Qualitative Social Work, 1(3), 261-283. 2002.