proposta de um modelo de gestÃo de projeto … · conhecimento cientÍfico e outros tipos de...

156
HENRIQUE XAVIER ANDRADE PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO PARA TROPICALIZAÇÃO DE COMPONENTES EM EMPRESA AUTOMOTIVA MULTINACIONAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (PED). Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Gradução de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Orientador: Prof. Marcelo Gechele Cleto CURITIBA,PR 2003

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HENRIQUE XAVIER ANDRADE

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO PARA TROPICALIZAÇÃO DE COMPONENTES EM EMPRESA

AUTOMOTIVA MULTINACIONAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (PED).

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Gradução de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Orientador: Prof. Marcelo Gechele Cleto

CURITIBA,PR 2003

ii

HENRIQUE XAVIER ANDRADE

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO PARA TROPICALIZAÇÃO DE COMPONENTES EM EMPRESA

AUTOMOTIVA MULTINACIONAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (PED).

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Gradução de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Orientador: Prof. Marcelo Gechele Cleto

CURITIBA, PR 2003

iii

TERMO DE APROVAÇÃO

HENRIQUE XAVIER ANDRADE

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO PARA TROPICALIZAÇÃO DE COMPONENTES EM EMPRESA AUTOMOTIVA

MULTINACIONAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (PED). Dissertação aprovada como requisito parcial à obtenção de grau de Mestre em Engenharia Mecânica, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná.

Banca Examinadora: Profª. Dra. Maria Lúcia Leite Ribeiro Okimoto Prof. Dr. José Amaro dos Santos

Departamento de Engenharia Mecânica / UFPR Departamento de Administração Geral e Aplicada/ UFPR

Prof. Dr. Marcelo Gechele Cleto Departamento de Engenharia Mecânica / UFPR Orientador

Curitiba, fevereiro de 2003

iv

Agradeço a minha esposa Mônica, pelo seu amor por sua dedicação

e por sua compreensão. Agradeço aos meus pais Helena & Antônio

pelos excelentes princípios que me ensinaram

e sobretudo agradeço à Deus por tudo que Ele tem feito em minha vida.

v

AGRADECIMENTOS:

O autor agradece a todas as pessoas e instituições que colaboraram para a conclusão desta

pesquisa: - Ao Programa de Pós Graduação de Engenharia Mecânica (PG-Mec), Setor de Tecnologia da

Universidade Federal do Paraná, nas pessoas de seus Professores do Departamento de Engenharia

Mecânica, funcionários e Coordenador do Mestrado;

- Ao meu orientador Prof. Marcelo Gechele Cleto, pelo grande apoio fornecido e pela amizade, para a

realização dessa Dissertação;

- A Profa Lúcia Okimoto que me auxiliou e me ajudou com dicas e contatos de Professores amigos, da

área de Gerência de Projetos;

- Aos colegas de mestrado que muito contribuíram facilitando a aquisição de conhecimentos pelo

constante contato e troca de experiência;

- Aos meus amigos Renato A. C. e Costa e Sandro Alves Corrêa, que me ajudaram muito, dando-me

todo apoio necessário;

- Aos meus amigos de mestrado Maria Aparecida da Silva Santos e Cláudia Ribeiro da Costa, pelo

apoio fornecido durante a pesquisa de campo nas e as outras etapas de minha dissertação;

- Ao Sr. Márcio B. Tenório, que através da Secretaria do PG-Mec, fez-nos conhecer os avisos tão

importantes;

- A Profa. Eliane Xavier Andrade da Universidade Federal Fluminense - UFF RJ, pelo apoio na

correção lingüística;

- Àqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram com a realização deste trabalho.

A todos o meu muito Obrigado!!!

vi

PROPÓSITOS

247 Concretiza. - Que os teus propósitos não sejam fogos de artifício, que

brilham um instante, para deixarem, como realidade amarga,

uma vareta de foguete, negra e inútil, que se joga fora com desprezo.

Bem Aventurado Josemaría Escrivá

vii

PERSEVERANÇA

983 Começar é de todos; perseverar, de santos.

Que a tua perseverança não

seja conseqüência cega do primeiro impulso, fruto da inércia;

que seja uma perseverança refletida.

Bem Aventurado Josemaría Escrivá

viii

SUMÁRIO:

Pág.

LISTA DE FIGURAS................................................................................................................xiii

LISTA DE QUADROS..............................................................................................................xv

LISTA DE GRÁFICOS.............................................................................................................xvi

LISTA DE TABELAS..............................................................................................................xvii

LISTA DE SIGLAS.................................................................................................................xviii

LISTA DE SÍMBOLOS.............................................................................................................xxi

RESUMO ................................................................................................................................xxii

ABSTRAT...............................................................................................................................xxiii

Cap. 1- ASPECTOS GERAIS.....................................................................................................1

I.1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

I.2. ORIGEM DO TRABALHO.....................................................................................................4

I.3. PROBLEMA GERAL DO TRABALHO..................................................................................4

I.4. PROBLEMA ESPECÍFICO DO TRABALHO........................................................................7

I.5. OBJETIVOS GERAL DO TRABALHO..................................................................................7

I.6. OBJETIVOS ESPECÍFICO DO TRABALHO........................................................................8

I.7. RELEVÂNCIA DO TRABALHO............................................................................................8

I.8. METODOLOGIA DE PESQUISA DO TRABALHO...............................................................9

I.9. DELIMITAÇÃO DO TRABALHO.........................................................................................10

I.10. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO....................................................................................11

Cap. 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................12

2.1. ESTRATÉGIA DE UMA EMPRESA..................................................................................12

ix

2.2. GESTÃO DE PROJETO...................................................................................................31

2.2.1. FASES DE UM PROJETO............................................................................................33

2.2.2. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS BÁSICA...............................................................34

2.2.2.1. GERÊNCIA DE PROJETOS EM STAFF.....................................................................35

2.2.2.2. ORGANIZAÇÃO DE PROJETO PURA.......................................................................37

2.2.2.3. ORGANIZAÇÃO MATRICIAL......................................................................................37

2.2.3. OUTRAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO.......................................................................39

2.3. PROJETO TEMPORÁRIOS.............................................................................................42

2.4. PRODUTO, SERVIÇO OU RESULTADO ÚNICO............................................................43

2.5. ELABORAÇÃO PROGRESSIVA......................................................................................44

2.6. O QUE É GERÊNCIA DE PROJETOS.............................................................................44

2.7. AS ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GERÊNCIA DE PROJETOS...............................46

Cap. 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA DE CAMPO..........................................................47

3.1. ASPECTOS CONCEITUAIS.............................................................................................47

3.1.1. CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO.................................................................47

3.1.1.1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTROS TIPOS DE CONHECIMENTOS.........47

3.1.2. MÉTODOS CIENTÍFICOS.............................................................................................50

3.1.3. HISTÓRICO DO MÉTODO............................................................................................51

3.1.3.1. MÉTODO

x

COMPARATIVO.........................................................................................51

3.2. PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR – PRIMEIRO

QUESTIONÁRIO......................................................................................................................52

3.3. PROBLEMA ENCONTRADO NAS TRËS EMPRESAS....................................................53

3.4. PROBLEMA ESPECÍFICO................................................................................................54

3.4.1. ETAPAS DO FLUXO DE INFORMAÇÃO DE UMA MODIFICAÇÃO OU EVOLUÇÃO

DESTINADO À UMA PEÇA......................................................................................................55

3.4.2. RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR.............................................57

3.4.2.1. PROBLEMA IDENTIFICADO NA PESQUISA DE CAMPO

PRELIMINAR............................................................................................................................57

3.4.2.2 RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR...........................................61

Cap. 4 – MODELO PROPOSTO..............................................................................................65

4.1. ASPECTOS GERAIS.........................................................................................................65

4.2. METODOLOGIA PROPOSTA...........................................................................................67

4.3. MODELO PROPOSTO DE GESTÃO DE PROJETO........................................................67

4.3.1. PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO EM NÍVEL

INTERNACIONAL.....................................................................................................................68

4.4. SINTESE CONCLUSIVA...................................................................................................77

xi

Cap. 5 – AVALIAÇÃO DO MODELO PROPOSTO E ANÁLISE DOS

RESULTADOS.........................................................................................................................78

5.1. ASPECTOS CONCEITUAIS...................................................................78

5.1.1. POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................78

5.1.2. DELINEAMENTO DO TRABLHO.........................................................79

5.1.3. MÉTODO DE COLETA DE DADOS.....................................................80

5.1.3.1. FONTE DE COLETA DE DADOS.....................................................80

5.1.3.2. TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS..........................................86

5.1.3.3. REPRESENTAÇÃO DE DADOS.......................................................88

5.2. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA –2º QUESTIONÁRIOS............................88

Cap. 6 – CONCLUSÃO..................................................................................91

6.1. CONCLUSÃO.........................................................................................91

GLOSSÁRIO..................................................................................................96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................109

APÊNDICE 1................................................................................................115

APÊNDICE 2................................................................................................123

APÊNDICE 3................................................................................................132

xii

LISTA DE FIGURAS

Pág.

FIGURA 1 CATEGORIA DE FÁBRICAS..................................................................................6

FIGURA 2 OBJETIVO GERAL: FLUXO DE INFORMAÇÃO.....................................................8

FIGURA 3 ESQUEMA DE UM PROCESSO...........................................................................15

FIGURA 4 FORÇAS DE ORIGEM A CONCORRÊNCIA NA INDÚSTRIA..............................17

FIGURA 5 CAMINHO PARA AS MAIORES FUNÇÕES ESTRATÉGICAS.............................20

FIGURA 6 MODELO AMERICANO: PROCESSO E RESPONSABILIDADE

FORMAIS.................................................................................................................................28

FIGURA 7 MODELO EUROPEU E JAPONÊS: PROCESSO DE MUDANÇA

EMERGENTE...........................................................................................................................28

FIGURA 8 FASES DE UM PROJETO.....................................................................................33

FIGURA 9 GERÊNCIA DE PROJETO EM STAFF..................................................................36

FIGURA 10 GERÊNCIA DE PURA.........................................................................................37

FIGURA 11 ORGANIZAÇÃO MATRICIAL..............................................................................38

FIGURA 12 GERÊNCIA DE PROJETO POR TASK FORCE..................................................39

FIGURA 13 FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DE GESTÃO DE

PROJETOS...............................................................................................................................40

FIGURA 14 ORGANIZAÇÕES DE GERÊNCIA DE PROJETO..............................................46

FIGURA 15 TIPOS DE CONHECIMENTO..............................................................................48

xiii

FIGURA 16 TIPOS DE CONHECIMENTO..............................................................................50

FIGURA 17 FLUXO GERAL DE INFORMAÇÃO DE UMA

MODIFICAÇÃO.........................................................................................................................55

FIGURA 18 PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO EM NÍVEL

INTERNACIONAL.....................................................................................................................67

xiv

LISTA DE QUADROS

Pág.

QUADRO 1 CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS DAS EMPRESAS:

MULTINACIONAIS, GLOBAIS e INTERNACIONAIS...............................................................25

QUADRO 2 SISTEMATIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO

CONHECIMENTO....................................................................................................................49

QUADRO 3 RESUMO DAS ATIVIDADES..............................................................................75

QUADRO 4 AMOSTRA DOS PROFISSIONAIS.....................................................................79

xv

LISTA DE GRÁFICOS

Pág.

GRÁFICO 1 A FUNÇÃO DAS FÁBRICAS NO EXTERIOR: UMA ESTRATÉGIA DA

MATRIZ.....................................................................................................................................19

GRÁFICO 2 RESULTADOS EM PERCENTUAIS DO 1º QUESTIONÁRIO............................62

GRÁFICO 3 RESULTADOS EM PERCENTUAIS DO 2º QUESTIONÁRIO............................90

xvi

LISTA DE TABELAS

Pág.

TABELA 1 ÍNDICE DOS RESULTADOS EM PERCENTUAL (%) ...............63

TABELA 2 RESUMO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA PESQUISA DE CAMPO

PRELIMINAR............................................................................................................................64

xvii

LISTA DE SIGLAS

“A”

“B”

“C”

CE: Comunidade Européia.

CEE: Comunidade Econômica Européia.

“D”

“E”

EUA: Estados Unidos da América.

“F”

“G”

GATT: General Agreement for Trades and Tarifs.

“H”

“I”

IDE: Investimento Direto no Exterior.

“J”

“K”

xviii

“L”

“M”

MCE: Mercado Comum Europeu.

Mercosul: Mercado Comum do Sul.

“N”

NAFTA: North American Free Trade.

“O”

ONU: Organização das Nações Unidas.

“P”

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento.

PED: Países em Desenvolvimento.

“Q”

“R”

“S”

“T”

TT: Transferência de Tecnologia.

“U”

xix

“V”

“W”

“X”

“Y”

“Z”

xx

LISTA DE SÍMBOLOS

@ - Arroba

% - Por cento

xxi

RESUMO

Esta dissertação de mestrado trata da questão da internacionalização dos projetos dentre

empresas automotivas instaladas na região metropolitana de Curitiba. Seu principal objetivo é

apresentar um modelo de gerenciar projetos dentro de empresas Multinacionais.

Nesta proposta é apresentado um modelo de gestão de projetos voltado à componentes

automotivos que estão em processo de nacionalização, isto é, componentes que destinam-se a linha

de produção. Composta por etapas de planejamento, controle e coordenação da aplicação dos

mesmos no posto de trabalho da linha de produção das empresas automotivas multinacionais.

O estudo foi conduzido pela utilização de diversas fontes de evidências e pode ser

caracterizado como um estudo de caso.

Essa proposta foi elaborada com base em pesquisas realizadas em unidades fabris de três

grandes empresas multinacionais, que realizam gestão de projetos em nível internacional. A proposta

destaca a criação de uma equipe de projetos, composta por colaboradores das áreas de logística,

engenharia, compras, fabricação e coordenação, para a condução da implementação e aplicação

desse componente no posto de trabalho. Mostra também a relação entre as áreas envolvidas com

essa nacionalização.

Pretende-se com este estudo fornecer uma fonte básica de referência para a reavaliação de

estruturas de gestão de projetos em qualquer empresa multinacional, bem como mostrar o alcance de

novos patamares de desempenho para aplicações de componentes destinados a linha de produção

de empresas multinacionais.

xxii

ABSTRAT

This master’s essay is bout the internationalization in the projects inside the

automotive companies in the metropolitan area of Curitiba. Its objective is to show a new proposal of management of projects in these international companies.

This proposal shows a new methodology of projects administration

commercial with companies which are inside the process of nacionalization, that is,

components which are reserved for production line. Furthermore, this proposal is

also divided in some steps which are planning, control and coordination of the

application of the components in the workshop of the line production of the

automotive multinational companies. This essay has also been based on the utilization of several evidences and it is characterized

as a case study.

This proposal is based on the researches achieved in fite units of the three biggest multinational

companies, that work in the projects administration in international level. It also demonstrates the

creation of a group of projects, that is compounded by collaborators of the area of the logistics,

engineering, purchase, manufacture and coordination that lead to the implementation of the application

of this component in the workshop. This also shows the relationship among the areas which are

working with the nacionalization.

The objective of this proposal is to be a basic reference of reappraisal of projects structures

in any multinational company, as well as to show how to reach the new steps of development of

application of components which are reserved for production line in the multinational companies.

1

CAPÍTULO 1

ASPECTOS GERAIS

1.1. INTRODUÇÃO

Para a compreensão do ato de gerenciar a internacionalização de projetos

deve-se conhecer os princípios que compõe uma estrutura organizacional. Qual o

papel de cada um dentro de uma empresa ou organização.

“...Todos nós desempenhamos alguma função nos processos de produção,

distribuição e uso dos bens e serviços de nossa civilização...”(McCORMICK e

TIFFIN, 1977, p.03). O trabalho, desta forma, seja ele visto como fonte de satisfação

ou de sobrevivência, faz parte do nosso cotidiano, por meio do qual,

automaticamente, o homem encontra-se inserido em organizações.

Para DAVIS e NEWSTROM (1992), as organizações são sistemas sociais.

Elas existem porque seria muito difícil que uma pessoa sozinha e isolada pudesse

fazer muita coisa dentro da sociedade. Portanto, uma organização pode ser definida

como “...um conjunto de pessoas que tem a finalidade de alcançar determinados

objetivos, por meio da divisão do trabalho, operando mediante o processo decisório

e no decorrer do tempo...”(AQUINO, 1992, p.29). Quando se juntam pessoas,

chega-se a um sistema social imensamente complexo, cujo compreensão é

desafiante.

Portanto, todas as organizações são criadas com alguma finalidade. Assim,

poderão atingir os seus objetivos que são essenciais para a sobrevivência das

organizações. Para que os objetivos organizacionais sejam alcançados, é

necessário estabelecer formas de ação, as quais podem ser desenvolvidas por

intermédio das estratégias organizacionais.

As pessoas são os recursos essenciais para a elaboração e implementação

das estratégias, viabilizando a transposição deste processo para o contexto

organizacional. Estas pessoas precisam desempenhar diferentes papéis, ou seja,

responsabilidades e tarefas que lhe são atribuídas, conforme o cargo que ocupam, a

fim de que a organização funcione adequadamente. Assim, ao fazer parte de uma

determinada organização, o indivíduo está sob as exigências deste papel para agir e

2

se comportar de determinada forma, de acordo com as atividades prescritas ou

padronizadas. A partir do momento em que existe a definição clara quanto ao

desempenho de papéis, pode-se direcionar melhor as habilidades individuais

(GIBSON, IVANCEVICH E DONNELLY, 1981).

Para AQUINO (1992), deve-se considerar que todas as organizações

possuem características específicas, as quais definem um determinado estilo de

pensar e agir, constituindo-se na personalidade empresarial. Portanto, as empresas

têm uma tendência a engajar pessoas cujos comportamentos são adequados ao

estilo da organização (ENRIQUEZ, 1997).

Hoje com a Internacionalização nos Projetos, as indústrias multinacionais

automotivas em países em desenvolvimento tiveram que se adaptar para essa nova

realidade, isto é, a globalização de projetos ou gerenciamento de projetos em nível

internacional.

“...Com a abertura da economia no início dos anos 90, as empresas

brasileiras foram lançadas em um mercado regido pela globalização econômica

onde a qualidade e produtividade são os pilares da sustentação na busca de novos

modelos organizacionais...”( GONZALES, J. C. S. e MIGUEL, P. A C., 2001).

Nesta situação, as empresas sentiram a necessidade de adaptarem-se às

novas condições mundiais de produtividade tornando-se mais ágeis, investindo em

novas tecnologias, capacitando os seus colaboradores, na restruturação dos seus

níveis hierárquicos, e se preocupando com o envolvimento do seu quadro de

funcionários com os novos fatores de competitividade.

Muitas empresas responderam rapidamente e outras não, aos novos

desafios diante da estabilidade econômica, em um mercado consumidor cada vez

mais exigente dentro e fora do país. Tudo isto acontece em um ambiente com forte

introdução das normas internacionais da série ISO 9000, cujo objetivo é de sempre

produzir produtos com qualidade. Dentro desse escopo estreitam-se as saídas para

as empresa, ou elas se adequam aos padrões internacionais ou elas correm o risco

de ficarem fora do mercado.

Paralelamente, a entrada de produtos importados com um nível de

qualidade superior e a custo menor, acentuou-se ainda mais a exigência do

consumidor interno, impondo-se às empresas nacionais a quebra da diferença dos

3

padrões de qualidade que se fazia entre produtos para consumo interno e produtos

para exportação.

É neste contexto que se insere o presente trabalho, ou seja, uma proposta

de um modelo de gestão de projeto para a tropicalização ou nacionalização de

componentes para filiais de empresa automotiva multinacional instalada em países

em desenvolvimento PED. Assim, essas empresas que buscam ampliar seus

negócios em países com essas características, tais como o Brasil, Argentina,

México, Coréia do Sul, Taiwan e Índia, entre outros países, passam a estabelecer

operações produtivas em outras nações, com o objetivo de conquistar novos

mercados e consolidar posições já estabelecidas através de exportações. Estas

empresas, detentoras de tecnologia avançada, no seu todo, representam uma

parcela significativa dos fluxos econômicos mundiais.

Uma vez que o fenômeno da internacionalização de projetos seja

conhecido, o trabalho será conduzido e orientado para a realização de algumas

etapas, como por exemplo:

Conhecimento da situação atual do projeto em nível de produto e processo,

através de um primeiro questionário - Pesquisa de Campo Preliminar e de

entrevistas semi-estruturadas.

Em uma etapa posterior, será criada uma proposta de um modelo de gestão

de projeto em nível internacional para os componentes que estejam em processo de

tropicalização ou nacionalização, voltados para um determinado posto de trabalho,

em uma linha de produção dentro de empresas multinacionais automotivas.

E para finalizar esse conjunto de etapas, será realizado um segundo

questionário que tem a finalidade avaliar a eficiência do modelo apresentado.

4

1.2. ORIGEM DO TRABALHO

Face a estagnação dos mercados europeu e norte americano, muitas

empresas automotivas buscaram ampliar seus negócios. A alternativa encontrada

por elas, para crescerem e se desenvolverem, foi a da internacionalização, isto é,

internacionalizarem os seus projetos, produtos e a padronização de operações de

manufatura dentro do processo de montagem, dentre outras atividades. Assim, tanto

os mercados locais quanto os mercados a que se destinavam seus projetos,

produtos e/ou a padronização de operações de manufatura, foram tornando-se alvo

de muitas empresas multinacionais. Dessa forma, todos os mercados,

principalmente os de países desenvolvidos, estudaram possibilidades de

globalizarem seus produtos.

O presente trabalho tem sua origem, no interesse de se conhecer melhor a

atividade de Gestão de Projeto para tropicalização ou nacionalização de

componentes automotivos, aplicada pelas empresas automotivas multinacionais,

onde a Transferência de Tecnologia (TT) de seus projetos, produtos e a

padronização de operações de manufatura dentro do processo de montagem, para

os países de destino, são o seu principal interesse.

1.3. PROBLEMA GERAL DO TRABALHO

A transferência de tecnologia é uma das atividades presentes no processo

de internacionalização dos produtos ou serviços, de empresas automotivas

multinacionais.

Através de uma metodologia criada por empresas multinacionais são

realizados planejamentos e implementações de atividades de diversas áreas. A

gestão ou gerenciamento de projetos é uma ferramenta que auxilia a tarefa

importante de transferir uma tecnologia e até mesmo, um projeto. Entretanto, se a

gestão de projeto não estiver corretamente utilizada, certamente existirá uma

deficiência de planejamento e a sua implementação terá sérios problemas durante o

processo de transferência de tecnologia, que conseqüentemente, não irá funcionar.

Dentro desse processo de internacionalização de produtos ou serviços, as

empresas brasileiras, filiais de empresas multinacionais, cujos novos produtos de

5

origem estrangeira sofrem algumas adaptações necessárias, que nem sempre

condizem com as condições já conhecidas e aplicadas dentro do processo local.

Como esse fenômeno é ainda recente para alguns casos, surgem

questionamentos a respeito de como se deve estruturar tal processo. Tomemos

como exemplo, o projeto de fabricação de um automóvel, que tem sua produção em

fábricas de vários países, destinadas a consumidores de diferentes culturas, raças e

poder aquisitivo, sendo que o produto tem que ser único, respeitando a

documentação exigida pela matriz, podendo e devendo sofrer as adaptações

necessárias para as diferentes condições dos países, e conseqüentemente,

adequando-se às necessidades dos mercados locais, chamamos esse processo de

nacionalização ou tropicalização de componentes.

Em função da globalização, a matriz de uma empresa multinacional busca

ter suas diretrizes refletidas para um âmbito global. Ela estuda formas de validar e

conseqüentemente baixar os custos globalmente. Dessa forma, a matriz cria

algumas diretrizes que servem de facilitadores para a aplicação dessa metodologia

de TT, utilizando a gestão de projeto como um aliado para a boa implementação do

produto ou serviço no mercado de destino.

As suas filiais devem tomar algumas diretrizes como decisões estratégicas

de nacionalização de produtos ou serviços, que a matriz impõe. Assim, o custo do

produto ou do componente, por exemplo, pode e deve baixar, pois os mercados de

PED, caracterizam-se por ter custos da mão de obra, custos logísticos e outros tipos

de custos inferiores aos dos países desenvolvidos. Tais aspectos tornam esse

projeto rentável para a empresa. Porém deve-se sempre levar em conta as

restrições legislativas e governamentais do país que irão produzir esse automóvel.

Uma das diretrizes criada pela matriz de uma empresa que fabrica

automóveis, denominada Empresa “A”, é a existência de duas categorias de

fábricas: Fábrica Piloto1 e Fábrica Pilotada2, que pode ser analisada na figura nº1:

Categorias de Fábricas - Fábricas Piloto & Fábricas Pilotadas, a qual será melhor

apresentada no capítulo 3, item 3.1 Pesquisa de Campo Preliminar - Primeiro

questionário. 1 Fábrica Piloto = Pioneira no lançamento do produto, detentora dos conhecimentos técnicos e das evoluções e/ou modificações de peças.

6

Categorias de Fábricas - Fábricas Piloto & Fábricas Pilotadas

MATRIZ

Head Quarter

Fábrica

Piloto

Fábrica

Piloto

Fábrica

Piloto

Fábrica

Pilotada

Fábrica

Pilotada

Fábrica

Pilotada

Fábrica

Pilotada

Fábrica

Pilotada

Figura nº1: Categorias de Fábricas - Fábricas Piloto & Fábricas Pilotadas

Fonte: (2003)

É dentro desse contexto de Fábrica Piloto e Fábrica Pilotada que ocorre um

problema na gestão de projeto em nível internacional dessa empresa. Esse

problema é constatado no mau desempenho das nacionalizações necessárias que

essa empresa deve cumprir durante um ano e ele pode ser oriundo de vários

aspectos, que serão melhor detalhados no problema específico do trabalho.

2 Fábrica Pilotada = tipo de fábrica que segue as orientações das fábricas piloto em nível de evolução e/ou modificação de peças.

7

1.4. PROBLEMA ESPECÍFICO DO TRABALHO

O problema específico do trabalho, trata-se de um problema que ocorre

dentro do fenômeno de gestão de projeto para tropicalização ou nacionalização de

componentes destinados às unidades de empresas multinacionais automotivas,

impactando diretamente no posto de trabalho na linha de produção, isto é, um

problema relacionado ao mau

funcionamento do fluxo informativo entre a Fábrica Piloto e a Fábrica Pilotada, o

qual ocorre na empresa denominada “A” .

De acordo com a coleta de dados realizada entre as três empresas que

serviram de estudo de caso, encontrou-se também problemas na comunicação

entre as fábricas. Utilizou-se a empresa denominada “A” por ser a empresa que

mais facilitou a obtenção das informações necessárias ao trabalho, que pode ser

analisado em detalhe na Capítulo 3.

1.5. OBJETIVO GERAL DO TRABALHO

O objetivo geral do trabalho é verificar se o fluxo de informações, referentes

a gestão de projeto em nível internacional para componentes que estão em vias de

serem tropicalizados ou nacionalizados, das empresas multinacionais do mercado

automotivo está adequado. Conforme representação da figura nº2 abaixo.

Objetivo Geral

Informaçãocorreta

Gestão de Projetos

Engenharia daMatriz

Fábrica Pilotada

Transferência deTecnologia

Fábrica Piloto

8

Figura nº2: Objetivo Geral - Fluxo de Informação

Fonte: (2002)

1.6. OBJETIVO ESPECÍFICO DO TRABALHO

O objetivo específico do trabalho será propor e avaliar um modelo de gestão

de projeto para tropicalização de componentes em empresa automotiva

multinacional em PED, que elimine as falhas de comunicação entre as fábricas

piloto e pilotada. Inicialmente será alcançado este objetivo através da revisão

bibliográfica e do estudo de casos.

1.7. RELEVÂNCIA DO TRABALHO

Conforme pode ser analisado logo abaixo, são apresentados as evidências

da relevância desse trabalho:

a) a internacionalização dos produtos e processos de manufatura estão

cada vez mais presentes nas grandes empresas multinacionais;

b) hoje a tendência das empresas multinacionais é de expandir seus

produtos, buscando sempre um baixo custo de produção, obtido pela

grande escala;

c) hoje a literatura encontrada para se realizar uma boa pesquisa nessa

área ainda é escassa. Pois, elas pertencem e são de responsabilidade

das empresas multinacionais sendo muitas vezes, proibida a realização

de cópias e até mesmo um simples comentário por parte dos

funcionários;

d) conhecer o processo que essas empresas multinacionais adotam para

gestão de projeto para realização da TT em suas fábricas distintas;

e) a busca constante de ganho de mercado das empresas multinacionais no

competitivo mercado mundial e sua relação com o processo de

tropicalização ou nacionalização de componentes;

f) o interesse em conhecer as estratégias aplicadas pelas empresas

multinacionais, na gestão de projeto;

1.8. METODOLOGIA DE PESQUISA DO TRABALHO

9

A metodologia de pesquisa do trabalho está subdividida nas seguintes

fases:

A revisão bibliográfica identificará aspectos relevantes relativos a estrutura

de empresas e a gestão de projeto em nível internacional, Capítulo 2.

Após esta etapa se fará uma pesquisa de campo preliminar para se

confirmar e tornar mais claro o problema a que se propõe resolver, isto é, a gestão

de projeto em nível internacional. Também no início desse Capítulo, são

apresentados a metodologia de pesquisa utilizada, Capítulo 3.

Uma vez bem definido o problema, propõe-se então um modelo para sua

solução, considerando-se os aspectos identificados na revisão bibliográfica e na

pesquisa de campo preliminar, Capítulo 4.

Este modelo proposto é então avaliado em uma empresa através do

preenchimento do questionário, por profissionais que atuam nas áreas gestão de

projeto, Capítulo 5.

Em ambas etapas da pesquisa de campo, os questionários ou as entrevistas

serão realizados com profissionais responsáveis pela área de Gerenciamento de

Projetos das empresas do estudo de caso, para que tomemos como base as suas

experiências na TT de seus projetos.

10

1.9. DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

Segundo YIN (1987) os estudos de caso se baseiam em generalizações

analíticas, ou seja, alguns aspectos abordados por este trabalho podem servir como

subsídio para outras análises, dependendo do ponto de vista que se pretende

estudar, tornando-se assim, limitados.

Como limitações deste trabalho citam-se:

a) O modelo apresentado foi elaborado com base em estruturas de grandes

empresas multinacionais do ramo automotivo, onde existem

administrações centralizadas responsáveis pelo comando de várias

outras empresas, suas filiais;

b) esse trabalho limita-se a estudar uma parcela do complexo mundo de

gestão de projeto, essa parcela restringe-se ao problema encontrado no

fluxo de informação existente entre a matriz e a Fábrica Piloto com as

Fábricas Pilotadas, que essa dissertação de mestrado apresenta e

propõe;

c) outra limitação importante refere-se aos documentos coletados, os quais

podem ser incompletos, não contendo todas as informações necessárias;

d) quanto às fontes primárias, existem dois limitadores: o entrevistador, que

pode deixar suas crenças e valores pessoais, influenciarem nos

resultados; o segundo são os entrevistados, que podem não expressar

suas opiniões verdadeiras sobre o assunto, devido a vários fatores

importantes: interpretação destorcida da questão ou simplesmente, não

querer transparecer o desconhecimento do assunto que trabalha

diariamente;

e) quanto as fontes secundárias, existem outros fatores que podem limitar

esse trabalho: os documentos analisados independente de sua fonte,

muitas vezes estão escritos em línguas estrangeiras, possibilitando a

todos uma interpretação pessoal;

f) é importante também inserir como fator limitador, o preenchimento dos

questionários. Eles podem estar sujeitos as mesmas limitações

apresentadas pela entrevista, com o agravante de que foram preenchidos

sem a interferência do pesquisador, não possibilitando esclarecimentos;

11

g) o estudo de caso também é uma limitação do trabalho em função de não

permitir base para generalizações do assunto estudado.

1.10. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO A organização do trabalho está compreendida em Seis Capítulos,

Referência Bibliográfica e Apêndices.

O Capítulo 1 apresenta aspectos gerais relativos ao assunto, a introdução,

origem deste trabalho, problema geral, problema específico, objetivo geral, objetivo

específico, relevância deste trabalho, metodologia e as limitações do trabalho em

relação ao assunto e a organização.

No Capítulo 2 apresenta-se a Revisão Bibliográfica que trata a questão do

conceito de Gestão ou Gerenciamento de Projeto empresarial sob vários aspectos

conceituais.

No Capítulo 3 apresentam-se aspectos metodológicos importantes e o

detalhamento do problema através de uma pesquisa de campo preliminar, aplicada

a um conjunto de nove profissionais de três empresas.

No Capítulo 4 apresenta-se a metodologia proposta para construção do

modelo.

No Capítulo 5 apresenta-se a avaliação da proposta, o segundo

questionário, e a análise dos resultados.

No Capítulo 6 apresentam-se as conclusões obtidas com o trabalho.

Na etapa seguinte são relacionados, o glossário, as Referências

Bibliográficas e os Anexos.

12

CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. ESTRATÉGIA DE UMA EMPRESA

Para tratar a questão da administração estratégica de uma empresa ou

estratégia de uma empresa, voltada para a gestão de projeto, este trabalho busca

anteriormente apresentar, um pouco sobre o histórico dessa ciência e como a

gestão de projeto, pode ser empregada em uma empresa.

Pode-se dizer que a estratégia está presente dentro de uma metodologia ou

concepção de trabalho. Todos projetos que estão sendo gerados ou idealizados e

até mesmo, gerenciados dentro de uma empresa, estão sempre buscando

melhorias, melhorias essas, que visam vários propósitos, dentre eles, o ganho,

lucratividade, melhor qualidade e etc. Por exemplo o ganho, ele pode ser

apresentado sob vários aspectos dentro de uma administração empresarial, uma

pequena melhoria em um processo de fabricação, uma reorganização do “layout”

dentro da fábrica, uma melhoria na recepção de matéria prima, um treinamento

especializado para os operadores e etc. Entretanto, essas estratégias, tanto a de

gestão de empresa, quanto a estratégia de gestão de projeto, estão intrinsecamente

ligadas, pois, uma depende da outra, sem a existência da estratégia de gestão de

empresa, a estratégia de gestão de projeto não funciona e vice-versa.

Conforme OLIVEIRA (1997) o primeiro passo na administração estratégica

de uma empresa, foi dado no final da década de 50, com o surgimento da

abordagem sistemática das empresas para decidir como agiriam em relação ao

futuro. A partir da década de 70, desenvolveu-se com Igor Ansoff (1977), o qual é

considerado o pai deste movimento e um dos que mais contribuiu para o

amadurecimento das idéias, que foi o primeiro a usar o termo administração

estratégica.

Segundo Ap. GLUECH e JAUCH (1984) a administração estratégica envolve

um fluxo de decisões e ações que conduzem ao desenvolvimento de estratégias, a

fim de que os objetivos organizacionais sejam atingidos, dentre eles, a gestão de

projeto.

13

Empregado por SLOAN, A. P. Jr. Quando relata a questão do objetivo

estratégico. O objetivo estratégico de uma empresa é obter um retorno sobre o

seu capital; se em algum caso particular o retorno a longo prazo não for

satisfatório, então a deficiência deverá ser corrigida, ou a atividade

abandonada em troca de outra que ofereça perspectivas mais favoráveis

(ANSOFF, H. I. 1977).

Para QUINN (1991) em 450 A C., a estratégia passou a significar o

conhecimento gerencial (administração, liderança, oratória e poder). Em 330 A C.

referia-se ao conhecimento de empregar forças para transpor oposições e criar um

sistema unificado de governo global. Mas para uma estratégia ficar bem formulada

ela necessita de ajuda, pois ao se delegar e alocar os recursos da organização ela

necessita de uma postura única e viável, baseada nas competências e fraquezas

internas, antecipando mudanças no meio ambiente e contingenciando movimentos

para uma oposição inteligente.

Portanto, a estratégia empresarial normalmente ocorre em diferentes níveis

de uma organização, relacionados hierarquicamente entre si, variando do nível

corporativo ao nível departamental. Assim, pode-se dizer que a responsabilidade do

planejamento estratégico geralmente fica nos níveis mais altos dentro de uma

empresa, tanto para a formulação dos objetivos quanto para definição das diretrizes,

que terão o impacto também na gestão dos projetos futuros.

De acordo com ANSOFF (1977, p.94) definir estratégia não é o mesmo que

provar que é necessária para toda e qualquer empresa. Por isso, a busca sobre a

noção de estratégia tem aumentado nas obras de administração, devido ao

reconhecimento de que uma empresa deve ter em um campo de atuação bem

definido e uma orientação de crescimento, e que os objetivos por si só não atendam

as necessidades, principalmente no que diz respeito a gestão de projeto.

Para ANSOFF (1977, p.94), dentro da organização de uma empresa, deve-

se desenvolver um planejamento estratégico para a formulação, implementação,

avaliação e controle de estratégia. O planejamento estratégico pode ser definido

como o processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser

14

seguido pela empresa, com vista a obter um nível de otimização na relação empresa

com o seu ambiente.

Dentro de uma empresa, também são relacionados fatores ou fases

importantes que compõem a organização e administração de uma empresa, que

consequentemente obterão uma boa e correta organização, planejamento e

principalmente uma estratégia para a gestão de projeto.

Estrutura organizacional, toma-se uma entidade qualquer, seja ela concreta

ou abstrata. Diz-se que empresas estão organizadas porque todas possuem uma

estrutura (são composta de partes interligadas) e nelas há uma definição de seu

funcionamento ou inter-relacionamento de suas partes, logo, Estrutura

organizacional vem a ser o conjunto ordenado e hierarquizado das partes

constitutivas de uma empresa. E por Funcionamento, entende-se o conjunto das

funções ou atribuições, ou então, a interação e a interdependência entre essas

partes constitutivas, bem como o relacionamento entre todo o conjunto e o meio

externo.

Diz o dicionário, FERREIRA, Aurélio B. de H. (1986 p.986) organização é o

ato de organizar, mais como o ato de organizar uma entidade, no sentido de modo

de proceder, consiste em atribuir-lhe uma estrutura e estabelecer as funções das

partes, então:

Organizar implica em Estruturar e Relacionar (estabelecer funcionamento).

Organizar consiste em dispor as coisas, os meios materiais e as pessoas e em

estabelecer a maneira de interação, de modo a constituir uma entidade pronta para

funcionar com vistas a um objetivo determinado. Isto posto, administrar ou

gerenciar, consiste em planejar, decidir, por em prática as ações conseqüentes e

utilizar os meios para alcançar seus objetivos.

Administração, gerência e gestão, são três palavras sinônimas, que no

dicionário FERREIRA, Aurélio B. de H. (1986 p.34), existe apenas um verbete para

gerente, no qual recorre aos verbos gerir e administrar:

FERREIRA, Aurélio B. de H. (1986 p.685) Gerente: que ou quem gere ou

administra negócios, bens ou serviços.

Quando se descreve ou estuda qualquer assunto, é comum fazê-lo

seguindo uma determinada abordagem ou enfoque. Grande parte dos assuntos

tratados em Gerência de Projetos estão relacionados como processo, sendo uma

15

abordagem processual ou um sistema, abordagem sistemática. Assim, pode-se

dizer que processo é um conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas (os

subprocessos) que transformam insumos em produtos ou resultados. Os insumos

são geralmente chamados de entrada “input” e os produtos, de saída “output”.

Insumo é tudo aquilo que é fornecido ao processo, para:

1- utilização, uma informação, uma instrução, um instrumento, um serviço

de máquina ou trabalho humano;

2- transformação, de energia, de matéria-prima;

3- consumo, de energia, material de escritório.

Dessa forma, processo tem lugar em um conjunto organizado de

componentes, partes, órgãos e/ou pessoas.

Corretamente denomina-se processamento o conjunto de ações que

realizam as transformações dos insumos em produtos ou resultados e processador

é qualquer parte interna do processo que desempenha estas ações. Então,

sinteticamente, o processo consiste no emprego de insumo, que passam por

processamento, para produzir resultados, como se acha esquematizado na figura

nº3 abaixo:

Processamento (s)

Processador (es)Saída

ou Resultados

Entrada

ou Insumos

Figura nº3: Esquema de um processo

Fonte: VALERIANO, D. L. (1998)

Sistema, é o conjunto de partes, elementos ou componentes inter-

relacionados (subsistemas e/ou processos) e que visa à realização de determinados

objetivos ou efeitos situados no meio exterior ou no ambiente em que está inserido.

Para alcançar os objetivos do sistema, cada subsistema tem seu objetivo

próprio e se acha conectado a outro, do qual recebe insumos ou entradas e pode

atuar sobre ele, ajudando as saídas desse outro para atender as necessidades

próprias, para alcançar o objetivo. Isto acarreta uma interdependência de partes

interligadas que atuam entre si para atingir um objetivo definido para o conjunto.

16

Entende-se por ambiente de um sistema tudo o que está situado fora dos

limites ou das fronteiras do sistema considerado. Segundo a norma I S O 14001

(1996 p.4) meio ambiente é a circunvizinhança em que uma organização opera,

incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-

relações.

MAcCRIMMON (1993), define estratégia como plano de ações coordenadas

a longo alcance no tempo e no espaço, com foco no ambiente, o qual propicia a

compreensão e o condicionamento da ação em todas as atividades. As estratégias

organizacionais são guiadas por questões políticas, envolvendo interesses, as quais

funcionam como parâmetros para estabelecimento de regras, normas e valores

preconizados pela organização.

PORTER (1986, p.22) descreve a ação competitiva, como ações ofensivas

ou defensivas para criar uma posição defensável em uma indústria, para enfrentar

com sucesso as cinco forças competitivas, figura 4, e assim obter um retorno sobre

o investimento maior para a empresa.

A meta da estratégia competitiva para uma unidade empresarial em uma

indústria é encontrar uma posição dentro dela em que a companhia possa melhor se

defender contra as forças competitivas ou influenciá-las em seu favor.

A essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma

companhia ao seu meio ambiente. Embora o meio ambiente relevante seja muito

amplo, abrangendo tantos forças sociais como econômicas, o aspecto principal do

meio ambiente de uma empresa é a indústria ou as indústrias em que ela compete.

A estrutura industrial tem uma forte influência na determinação das regras

competitivas do jogo, assim como das estratégias potencialmente disponível para a

empresa. Forças externas à indústria são significativas principalmente em sentido

relativo; uma vez que as forças externas em geral afetam todas as empresas na

indústria, o ponto básico encontra-se nas diferentes habilidades das empresas em

lidar com elas.

A intensidade da concorrência em uma indústria não é questão de

coincidência ou de má sorte. Ao contrário, a concorrência em uma indústria tem

raízes em sua estrutura econômica básica e vai bem além do comportamento dos

atuais concorrentes. O grau da concorrência em uma indústria depende de cinco

forças competitivas básicas, que são apresentadas na figura nº4 a seguir.

17

Concorrentesna indústria

Rivalidadeentre asempresasexistente

Substitutos

CompradoresFornecedores

EntrantesPotenciais

Ameaça de novosentrantes

Poder de negociação doscompradores

Poder de negociação dosfornecedores

Ameaça de produtos ouserviço substitutos

O resultado das cinco forçasgeram o lucro para empresa ouindústria

Figura nº4: Forças Que Dirigem a Concorrência na Indústria

Fonte: M. PORTER (1986)

O conjunto destas forças determina o potencial de lucro final na empresa ou

indústria, que é medido em termos de retorno a longo prazo sobre o capital

investido. Nem todas as indústrias tem o mesmo potencial. Elas diferem,

fundamentalmente, em seu potencial de lucro final à medida que o conjunto das

forças difere; as forças variam de intensas em indústriais como a de pneu, papel e

aço - onde nenhum empresa obtém retornos espetaculares - a relativamente

moderadas em indústrias como de serviços e equipamentos de perfuração de

petróleo, cosméticos e artigo de toalete - onde altos retornos são bastante comuns.

Para FERDOWS, K. (1997) muitas empresas não estão trazendo o seu

potencial completo, para as suas fábricas no exterior. Eles estabeleceram o

gerenciamento de suas fábricas no exterior relacionando-as com benefícios de

18

redução de custos, como por exemplo: baixo custo logístico, concessão do

comércio, receita baixa, etc.

FERDOWS (1997) classifica e define seis funções estratégicas do perfil de

categoria de empresas no exterior, que podem ser melhor compreendidas no gráfico

nº1. Conforme FERDOWS (1997) cada unidade fabril tem o seu papel estratégico

na rede de empresas e Cia. e este papel estratégico muda em função da

competência da fábrica.

1- “Offshore”- essa categoria de fábrica é conhecida por se estabelecer o

acesso ao ganho, através dos baixos salários ou outros fatores que

integram o baixo custo de produção, através da produção de específicos

itens a baixo custo;

2- “Source”- essa categoria de fábrica também é conhecida por se

estabelecer o acesso ao ganho, através dos baixos custos de produção,

porém, diferenciando-se da fábrica do tipo Öffshore” no que diz respeito

ao domínio e conhecimento no desenvolvimento de suas peças

destinando-as para os mercados globais;

3- “Server”- essa categoria de fábrica é conhecida por utilizar seus

específicos fornecedores nacionais ou seus fornecedores do mercado

regional;

4- “Contributor”- essa categoria de fábrica é conhecida por servir ambos

mercados, local e o estrangeiro e por também assumir a responsabilidade

de nacionalização e desenvolvimento de novos produtos e/ou processo

em sua fábrica, destinando-os para os seus mercados;

5- “Outpost”- essa categoria de fábrica é conhecida por desenvolver ou

melhor, por estabelecer primeiramente o ganho ao acesso ao

conhecimento e à habilidade que a empresa necessita;

6- “Lead” - essa categoria de fábrica é conhecida por ter a habilidade e o

conhecimento de inovar e criar novos produtos, processos e novas

tecnologias para a empresa.

19

Sour

ce

Offs

hore

Out

post

Lead

Serv

er

Con

tribu

tor0

5101520253035404550

Com

petê

ncia

Sour

ce

Offs

hore

Out

post

Lead

Serv

er

Con

tribu

tor

Razão estratégica por Fábrica

A Função das Fábricas no Exterior: Uma Estratégia da Matriz

Alta

Acesso ao baixo custo na

Produção Proximidade do Mercado

Acesso para habilidae e

"Know how "

Baixa

Gráfico nº1: A Função das Fábricas no Exterior: Uma Estratégia da Matriz

Fonte: FERDOWS (1997)

Segundo FERDOWS (1997), essas funções estratégicas do perfil de

categoria de empresas no exterior, podem ser utilizadas de forma mista pelas

fábricas, isto é, uma fábrica talvez possa ser da categoria “Server” para uma região

específica e uma “Offshore” para um específico componente, onde dessa forma,

elas possam encontrar o caminho para implantarem maiores funções estratégicas,

consequentemente, possam crescer em suas funções estratégicas, de acordo com

a diretriz da matriz, conforme figura nº5 abaixo:

20

Caminho para as Maiores Funções Estratégias

Lead

Source

Offshore

Outpost

Server

Contributor

Acesso ahabilidade econhecimento

Acesso para baixocusto na produção

Proximidadedo Mercado

Razões Estratégicas Primárias para a Fábrica

+ Vir a tornar-se um alojamento global para aProdução ou Conhecimento do Processo

Com

petê

ncia

da

Fábr

ica

+ Mercado global de Fornecimento+ Assumir responsabilidade para oDesenvolvimento de Produtos

+ Fazer recomendações de Melhoria deProdutos

+ Assumir responsabilidade para oDesenvolvimento de Processo

+ Assumir responsabilidade para oDesenvolvimento de Fornecedores

+ Fazer recomendações de Melhoria deProcesso

+ Assumir responsabilidade para oDesenvolvimento de Logística Local

+ Manter a Tecnologia do Processo

+ Assumir responsabilidade para a Produção

Figura nº5: Caminho para as Maiores Funções Estratégicas

Fonte: FERDOWS (1997)

Para ANSOFF (1987), a alta tecnologia das empresas, da qual obterão

sucesso no futuro no meio ambiente em que trabalham, está fundamentalmente

ligada nas estratégias que deverão ser revistas. Historicamente a tecnologia dirigida

para a proliferação de produtos, que estrategicamente controlavam a razão das

vantagens da tecnologia, segmento de mercados, cruzamento das distintas

necessidades dos consumidores, novos produtos que respondiam essa

necessidade, deverão ser revistas.

A história mostrou que durante os primeiros cinqüenta anos do século XX, o

sucesso das empresas estava focado para a otimização da performance e das

principais funções: Produção, P&D, Marketing.

Desde da metade do ano de 1950 devido a complexidade do crescimento e

do dinamismo voltado para o meio ambiente, o sucesso aumentava a dependência

da combinação de várias influências funcionais. Essa transformação do simples foco

para o foco multifuncional, ocorreu primeiro nas indústrias nascidas durante a

Primeira Revolução Industrial.

21

Até a metade do ano 1980, a alta tecnologia das indústrias que fizeram

parte da Segunda Revolução Industrial, estavam totalmente focadas para a

tecnologia dirigida: Eles focavam as vantagens tecnológicas em seus produtos. Na

metade dos anos 80, a tecnologia veio aumentar a orientação multifuncional. O

maior passo para esse aumento, estava na hipótese do gerenciamento geral do

controle da razão da proliferação da tecnologia.

A transição da orientação multifuncional, requeria a transformação do

gerenciamento das empresas:

a) troca da mentalidade, personalidade e habilidade de gerenciamento;

b) na cultura organizacional e na forte estrutura;

c) no sistema de informação, na recompensa e nos incentivos;

d) no sistema de decisão e na estrutura organizacional.

Tipicamente a transformação para a orientação multifuncional era requerida

por líderes de empresas e de organizações. A transição na orientação tem sido um

conflito, longo, prolongado e caro. Essa transição pode ser minimizada na

identificação prevista durante o gerenciamento da troca do processo.

MINTZBERG (1991) propõe diversas definições ou conceitos para

estratégia, abordando-as como plano, manobra, padrão, posição e perspectiva. A

estratégia é o conceito mais amplo, funcionando como um guarda-chuva sob o qual

se desenvolvem e se interrelacionam uma diversidade de conceitos

complementares:

a) Estratégia como plano: é o curso de ação conscientemente intencionado

para lidar com a situação. É realizada com antecedência às ações as quais

é aplicada e desenvolvida propositadamente. Enfoca como os líderes

tentam direcionar a organização para adequá-la a cursos de ações pré-

determinadas;

b) Estratégia como manobra: pode ser considerada como um movimento de

um jogo, uma manobra específica com o propósito de desencorajar o

competidor ou oponente. A real estratégia é a ameaça. Conduz à esfera da

competição direta, onde truques e manobras são empregados para obter

vantagem;

c) Estratégia como padrão: é um modelo ou padrão no qual fluem as ações,

englobando o resultado de um comportamento, sendo ele intencionado ou

22

não. Pode imputar uma intenção nesta consistência comportamental, ou

seja, assume-se que existe um plano atrás de um padrão. O foco é na ação,

não levando em consideração o comportamento. A estratégia como plano e

como padrão são independentes, o plano pode não ser realizado enquanto

padrões podem surgir sem pré-concepções;

d) Estratégia como posição: toma-se a força de medição, o elo entre a

organização e o ambiente, ou seja, entre o contexto interno e externo.

Refere-se ao posicionamento no ambiente competitivo, encorajando a

organização a encontrar a sua posição e protegê-la de forma a enfrentar a

competição, evitá-la ou subvertê-la. Uma posição pode ser pré-selecionada

planejada e/ou pode ser atingida por meio de um modelo de

comportamento;

e) Estratégia como perspectiva: esta definição volta-se para dentro de uma

organização empresarial, onde o conteúdo não consiste apenas na escolha

de uma posição, mas na maneira arraigada do estrategista perceber o

mundo. Torna-se o comprometimento como certas maneiras de agir e

responder. Sugere acima de tudo, que a estratégia é um conceito,

abstrações que existem apenas nas mentes das pessoas interessadas.

Entretanto, esta perspectiva é compartilhada pelo membros da organização

empresarial, através de suas intenções e/ou ações.

Para LEVITT, T. (BARTLETT, GHOSHAL 1992, p. 06-09) relata que as

forças da integração e as necessidades de eficiência são em algumas empresas ou

indústrias, uma grande inovação tecnológica. Onde, através de um realinhamento

fundamental permiti-se que as companhias desenvolvam e manufaturem seus

produtos globais, tirando assim vantagens da convergência das preferências e

necessidades dos consumidores em todo o mundo.

Mesmo em indústria onde não existiam fortes forças de mudanças, os

gerentes começaram a procurar maneiras de alcançar as economias globais.

Racionalizaram suas linhas de produção, padronizaram o projeto de peças e

especializaram suas operações de manufatura.

Esta restruturação interna deu início a uma onda de globalização em

indústrias tão diversas como as de automóveis e outras indústrias de outros

segmentos.

23

Um outro fator que fez com que as indústrias procurassem a integrar

globalmente suas operações foi capturar economias além de suas fronteiras

nacionais. Os gastos e preferências dos consumidores, que antes diferiam muito de

um mercado nacional para outro, começaram a homogeneizar-se.

LEVITT (1992) definiu também, que o desenvolvimento tecnológico, social e

econômico das duas últimas décadas,90 e 00, criou um mercado mundial unificado

no qual as companhias precisam capturar economias em escala global para

permanecerem competitivas. Embora os seus argumentos sejam de certa forma

extremistas e parciais, ele fornece uma análise ponderada de algumas das forças

de mudança que recentemente remodelaram mercado em todo mundo.

De acordo com PERLMUTTER (1992, pg.81), que relata tipologias de

diferentes mentalidades multinacionais ou orientações cognitivas sobre empresas

internacionais, ele classifica as multinacionais como sendo de três categorias:

a) etnocêntricas, refere-se a uma abordagem sobre o domínio do país de

origem, fundamental ao modelo do laboratório centralizado;

b) policêntricas, descrevem empresa que tratam cada subsidiária de acordo

com o país em que ela se encontra, abordagem semelhante ao modelo

de federação descentralizada;

c) geocêntricas, identifica as empresa que desenvolvem um estilo

cosmopolita e integrado, semelhante ao transnacional.

Segundo BARTLETT, GHOSHAL (1992, p.83-85) alguns atributos chaves

que permitem às organizações transnacionais superar as contradições entre as

várias demandas estratégicas:

1. Dilemas e Compensações � reconhecer implicitamente a necessidade

de gerenciar simultaneamente eficiência, receptividade e conhecimento.

2. Atributos da Transnacional � é a busca da eficiência, não pela eficiência

em si, mas como meio de alcançar a competitividade global.

3. Configuração de rede Integrada � existem três tipos de configurações de

redes integradas:

3.1- Empresa Global � assume que a escala e a resultante liderança de

custo são as principais fontes de vantagem competitiva;

3.2- Empresa Multinacional � vê a diferenciação como a principal maneira

de aprimorar o desempenho;

24

3.3- Empresa Internacional � espera usar as inovações, criadas na matriz,

para reduzir custos, aumentar a receita ou ambos. Apresentados no quadro nº1 a seguir.

25

Características Organizacionais das Empresas. Multinacionais, Globais e Internacionais

Característica organizacional

Multinacional Global Internacional

Configuração de

ativos e recursos

Descentralizada

e auto-suficiente

em nível nacional

Centralizada em

escala Global

Fontes de

competência

básicas

centralizadas e

outras

descentralizadas

Papel das

subsidiárias no

exterior

Sentir e explorar

as oportunidades

locais

Implementar

estratégias de

empresa Mãe

Adaptar e

alavancar

competência de

empresa Mãe

Desenvolvimento

e difusão do

conhecimento

Conhecimento

desenvolvido e

mantido em cada

unidade

Conhecimento

desenvolvido e

mantido no

centro

Conhecimento

desenvolvido no

centro e

transferido para

as unidades no

exterior

Quadro nº1: Características Organizacionais das Empresas. Multinacionais, Globais

e Internacionais

Fonte: Bartlett e Ghoshal (1992)

Mas a empresa Transnacional reconhece que cada uma dessas abordagens

é parcialmente verdadeira e tem seus próprios méritos, mais nenhuma representa

toda a verdade. Para obter vantagem competitiva global, os custos e a receita têm

de ser administrados simultaneamente, a eficiência e a inovação são ambas

importantes e as inovações podem surgir em várias partes da organização.

26

Portanto, em vez de centralizar ou descentralizar recursos, a transnacional toma

decisões seletivas.

Competitividade Global, exige cada vez mais a otimização simultânea de

economias de escala, escopo e fator de custo, juntamente com a flexibilidade para

conviver com mudanças imprevistas nas taxas de câmbio, gostos e tecnologias.

Características em função dos Papéis e responsabilidade Organizacionais

diferenciados na organizações:

1- Na organização global - espera-se que as vantagens de custo e

qualidade da eficiência global proporcione valor suficiente para que os

clientes abram mão de diferenças nas preferências e aceitem produtos

padronizados;

2- Na organização multinacional - assume-se que a personificação de

produtos e estratégia para cada mercado nacional compensem os custos

mais altos que possam advir;

3- Na organização internacional - estabelece-se no meio do caminho,

permitindo que as operações locais escolham em seu menu seus produtos e

processo.

Como estratégia comum entre todo as categorias de organizações, fica uma

suposição do papel da subsidiária, que é local e limitado às atividades dentro do seu

próprio ambiente, onde a matriz é que desempenha um papel global.

De acordo com a solução transnacional, que se proporcionou ao longo dos

grandes períodos da história, barreiras comerciais foram erguidas e derrubadas;

taxas de câmbio flutuaram; ondas sucessivas de mudanças tecnológicas tiveram

efeitos dramáticos; e as necessidades e preferências dos consumidores foram e

voltaram.

Alguns motivos para as empresas se internacionalizarem, é o que vimos

com empresa que antigamente consideravam suas unidades internacionais como

algo totalmente separado da empresa doméstica, agora vêem a necessidade de

integrar suas estratégias e operações mundiais. Aquelas que anteriormente

pensavam poder administrar tudo mais ou menos da mesma forma, agora

reconhecem que precisam ser sensíveis à diversidade ambiental. Em outras

palavras, as empresas estão adotando estratégias cada vez mais complexas para

27

lidar com as demandas multidimensionais em constante alteração do ambiente

internacional das empresas.

O Modelo transnacional, ao contrário das formas organizacionais

tradicionais, foi projetado e desenvolvido especificamente para responder à

complexidade e à mudança. Esse modelo segue três tópicos:

1. A organização Transnacional: Entendendo as Lições;

2. Implicações Administrativas: Tarefas, Instrumentos e Processos;

3. A organização Transnacional: O Que é e O Que não é.

Com relação a organização Transnacional: Entendendo as Lições. Trata-se

de um assunto que relata a administração de crescente complexidade, diversidade e

alternância nas operações que fossem concentradas ou amplamente difundidas em

todo o mundo. Em particular, existem duas tendências básicas, que transformarão a

“solução transnacional”.

a) continuidade e a aceleração das mudanças no ambiente internacional,

que estão cada vez mais levando as empresas para as fronteiras

nacionais;

b) crescente complexidade dos relacionamentos interorganizacionais entre

empresa e os que nelas apostam.

Para as Implicações Administrativas: Tarefas, Instrumentos e Processos,

relatam a questão das Tarefas, dos Instrumentos e do Processo.

Para a Tarefa tinha o desafio de redefinir o objetivo, que procurou a lógica

da estratégia estrutural matricial, que parecia ser simples e racional (dois canais de

subordinação), a estrutura formal organizacional. Mas o processo organizacional por

ela criado num cenário internacional provou ser praticamente inadministrável, e não

demorou muito para ser verificado quais seriam as conseqüências, problemas

culturais, com a língua e a distância.

Para os Instrumentos, seguiu-se a definição da Analogia Biológica, que

relata os chamados instrumentos microestruturais. Forças-tarefas, comitês e

equipes de projetos que formam a estrutura organizacional da análise biológica,

fornecendo assim canais macroestruturais para a sua gerência.

A filosofia organizacional é que consideramos como sendo a alma de todas

as decisões administrativas, fluxo de informações.

28

Dentro da implementação administrativa o Processo relata a questão das

diferenças entre a estrutura formal, baseada nas empresas americanas, cuja

herança favorece a formalização dos processos administrativos, das empresas

Européias e Japonesas, que se diferem no processo de mudança organizacional, de

acordo com figura 7.

Modelo Americano: Processo Tradicional de Mudança

Mudança na Estrutura e Responsabilidade Formais(Anatomia)

Mudanças nos Relacionamentos e Processos(Fisiologia)

Mudança nas Atitudes e Mentalidade dos(Psicologia)

Figura nº6: Modelo Americano: Processo e Responsabilidade Formais

Fonte: Bartlett e Ghoshal (1992)

Modelo Europeu & Japonês: Processo de Mudança Emergente

Mudança nas Atitudes e Mentalidade dos Indivíduos

Mudanças nos Relacionamentos e Processos Interpessoais

Mudança na Estrutura e Responsabilidades Formais

Figura nº7: Modelo Europeu e Japonês: Processo de Mudança Emergente

Fonte: Bartlett e Ghoshal (1992)

29

O impacto dessa mudança, é inevitavelmente direcionado no processo de

mudanças que envolvem substancial superposição e interação das alterações na

anatomia, filosofia e psicologia organizacionais.

A Organização Transnacional: O Que é e O Que não é. Esse tema relata do

que é realmente distinguido entre empresas transnacional de suas predecessoras,

as organizações internacionais, multinacionais e globais.

A organização transnacional é constituída de forma muito mais gradual e

diferencial. Ironicamente, a complexidade e a sutileza de seu projeto permitem maior

clareza e simplicidade nos processos administrativos que ela define.

Como é seu funcionamento. Em vez de atribuir responsabilidade conjunta

para tudo, conforme sugere a estrutura clássica da matriz, cúpula da transnacional

mantém a clareza da autoridade da linha, mais presta atenção à alocação de

responsabilidade e algumas decisões serão tomadas em bases globais, em geral no

centro da corporação; outras serão de responsabilidade da administração local, mas

em alguns casos, várias perspectivas são importantes e a responsabilidade dividida

é necessária. As decisões sobre política de produto, por exemplo, em geral

envolvem negociação entre gerentes de divisão de produto global, chamado de

Tropicalização do produto respeitando sua cultura e seus mercados locais.

De acordo com o subgrupo de empresas que estava expondo as forças de

mudança que assolaram a economia internacional nas décadas de 80 e 90, tais

como, choque do petróleo, acordos comerciais, flutuação do câmbio, jogos de

competitividade globais, políticas industriais nacionais, crise das dívidas mundiais e

outros, estes eram os motivos que levavam as empresas a buscarem a sua

internacionalização.

No início da década de 90 iniciaram-se os acordos de globalização entre

países, tais como: o histórico acordo de comércio Estados Unidos e Canadá, a

iniciativa do MCE (Mercado Comum Europeu) e a GATT(“General Agreement for

Trades and Tarifs”).

30

Para CLETO, M. (1996) do ponto de vista das nações, têm sido comum a apresentação

por vários autores acadêmicos, analistas econômicos e representantes da área

governamental, da idéia de que mercados regionais, como o NAFTA (“North American

Free trade”), o MCE e o Mercosul (Mercado Comum do Sul), seriam futuros

substituídos dos mercados atuais de exportação, os quais, segundo a lógica da

regionalização, estariam cada vez mais fechados a parceiros econômicos de fora do

bloco, em benefício dos sócios vizinhos. TOURAINE (1996), por exemplo, coloca em

uma análise sociológica ampla, que a fragmentação progressiva do mercado mundial

em zonas de influência tais como a da Rússia, China, Índia e Mercosul Ampliado, põe

em dúvida o sucesso da globalização.

Também vendo sendo apresentados por alguns autores NEVES (1993), a guerra

comercial, política e econômica que se trava entre os blocos mais potentes, ou seja o

NAFTA, a CEE (Comunidade Econômica Européia ), e o grupo oriental liderado pelo

Japão, afim de estabelecer a defesa de seus interesses de forma mais contundente. No

entanto, analisando-se melhor a questão, fica evidente o inter-relacionamento entre a

economia entre os três grandes blocos econômicos mundiais. CANUTO (1993), os EUA

(Estados Unidos da América), a Comunidade Européia e o Japão (a chamada Triade)

recebem setenta por cento dos fluxos de investimentos diretos externos e são a origem

de mais de oitenta por cento do estoque de IDE (Investimento Direto no Exterior) .

Porém existiu outro motivo ou causa para essas empresas iniciarem os seus

esforços para a sua globalização, era a sua complexidade organizacional,

administração além das fronteiras da corporação.

Em função desses motivos as empresas tiveram que iniciar outros fatores, o

de alto investimento e as diversas habilidades exigidas para executar essa

transformação, forçaram então, muitas empresas a formar parcerias, coalizões e

alianças estratégicas.

Para concluir esse item 2.1 Estratégia de uma Empresa, pode-se realizar

um pequeno relato, através de um comparativo de conceitos aqui apresentados por

esses vários autores, como por exemplo:

PERLMUTTER (1992, p.81), relata a questão da tipologia das diferentes

mentalidades multinacionais;

BARTLETT e GHOSHAL (1992, p.83-85), apresenta a questão dos atributos

chaves, que permitem às organizações transnacionais superar as condições entre

as várias demandas estratégicas;

31

FERDOWS K. (1997), classifica e define as funções estratégicas do perfil de

categoria de empresa no exterior.

Essa dissertação utiliza como base acadêmica, principalmente os conceitos

apresentados por FERDOWS K. (1997), no que diz respeito a gestão de projeto em

nível internacional.

Todos os conceitos apresentados, tem a finalidade de expor uma filosofia e

principalmente uma metodologia de trabalho, que as empresas multinacionais

devem buscar, no momento em que sua matriz tenciona a globalização dos seus

serviços e produtos, pois tudo isso só é válido, se a matriz realizar uma boa e

conceituada gestão de projeto internacionais.

2.2. GESTÃO DE PROJETO

Segundo FERREIRA, A B.(1986 p. 1144), diz que o termo projeto, vem do

latim “Projectu”, que significa “Lança para diante”, ou seja, “idéia que se forma

executar ou realizar algo no futuro: plano, intento, desígnio”: “empreendimento a ser

realizado dentro de determinado esquema”. E mais ainda: “redação ou esboço

preparatório ou provisório de um texto”: “esboço ou risco de obra a ser realizar” e no

campo da arquitetura, “plano geral de edificação”.

Para CASAROTTO, N. et al. (1999) o projeto pode ser caracterizado por um

conjunto de atividades interrelacionadas visando um objetivo comum. Caracteriza-se

ainda por ser executado dentro de uma determinado prazo e conforme um custo

previamente estimado.

Por serem atividades geralmente não repetitivas, complexas e dinâmicas as

características de gestão de projeto diferem muito da administração tradicional de

atividades de rotina. Em função destas características a administração de projetos

exige a utilização de técnicas e ferramentas especiais para que seus objetivos

sejam alcançados. Sem essa abordagem diferenciada para a gestão de projeto

muitos problemas podem ocorrer com baixo desempenho, resultados desvinculados

do propósito inicial, atrasos, custos excessivos e falta de rumo para a tomada de

decisões, entre outros. Portanto, projeto é um empreendimento único, com começo

e fim, conduzidos por pessoas para o alcance de metas estabelecidas, com

parâmetros de custo, tempo e qualidade. Já a gestão de projeto é a reunião de

32

pessoas, sistemas e técnicas para se alcançar com sucesso os objetivos

previamente traçados.

A gestão de projeto pode ser caracterizado, portanto, por diversos aspectos:

Tempo, gestão de projeto pode ser considerado como uma corrida contra o

calendário. Do cumprimento dos prazos estabelecidos para o projeto pode depender

a sobrevivência da empresa em termos de superação da concorrência, da redução

de custos, aumento de produtividade, etc. Em relação ao Investimento, a gestão de

projeto procura realizar todas as tarefas dentro do que estava previsto no orçamento

inicial e garantir os retornos financeiros esperados do projeto; Com relação as

aspecto Qualidade, objetiva-se na gestão de projeto, garantir o alcance dos

requisitos pré-estabelecidos em termos de desempenho do produto. Muitas vezes

os aspectos investimentos e tempo correm em sentido opostos ao aspecto

qualidade. É através da gestão de projeto que deve-se procurar o equilíbrio destes

vetores, com a finalidade de se obter os melhores resultados. Finalmente, os

aspectos relacionados aos sistemas e os relacionados ao comportamento humano,

destacando-se o trabalho em equipe, caracterizam a gestão de projeto na medida

em que os meios utilizados para se atingir os resultados esperados de tempo, custo

e qualidade.

CASAROTTO, N. et al. (1999) os projetos podem estar classificados em três

grandes categorias: prestação de serviços; indústria e infra-estrutura. Dentro da

prestação de serviços incluem-se os estudos técnicos, os projetos de engenharia

em geral, e a gestão de projeto, entre outros. Na infra-estrutura incluem-se projetos

de energia, comunicação, edificações etc. na classificação indústria temos a

implantação, reforma e ampliação de áreas produtivas, lançamento de novos

produtos, manutenção de máquinas equipamentos e sistemas. Neste trabalho são

abordados principalmente projetos do tipo indústria, mais propriamente aqueles

relacionados a gestão de projeto em nível internacional.

2.2.1. FASES DE UM PROJETO

Um projeto pode ser visto conforme apresentado na figura nº8 com um

sistema onde existem diversas atividades que se interrelacionam e que tem como

objetivo comum o resultado final. Desta forma pode-se considerar cada atividade do

33

projeto como uma caixa onde entram resultados das tarefas precedentes ou

recursos do ambiente e dela saem subprodutos ou produtos, além de informações

que funcionam como uma realimentação em um processo contínuo, conforme

apresentado anteriormente na figura número 1 - esquema de um processo.

Segundo REIS et al. (1980) pode-se representar um projeto em seis fases

distintas, conforme a figura nº8 abaixo.

Planejamento Execusão

Identificação

da

Situação

PlanejamentoPreliminar

PlanejamentoFinal

Execução

do

Projeto

Teste

e

Operação

Realimentação

I II III IV V

Figura nº8: Fases de um projeto

Fonte: REIS, J.R. etl al. (1980)

REIS et al. (1980) destacam os objetivos de cada fase apresentados na figura

acima, representados através de três etapas: Planejamento, Execução e

Realinhamento:

Fase I: Identificação da situação ou problema - corresponde ao levantamento

das informações, de modo a permitir a perfeita definição do escopo do projeto,

análise do meio ambiente e delimitação da área de atuação. Com base nesses

dados desenvolvem-se alternativas para a solução do problema.

Fase II: Planejamento preliminar - faz-se o planejamento preliminar das

alternativas, estimando-se, para cada uma, custos, tempos e benefícios.

Fase III: Planejamento final - definida a melhor alternativa, procede-se o

planejamento final, repetindo-se as operações da fase anterior, porém em um nível

maior de precisão e detalhamento.

Fase IV: Execução do projeto - as atividades planejadas anteriormente para a

obtenção do sistema entram em execução e os procedimentos de controle são

iniciados.

34

Fase V: Teste e operação - o sistema é testado e avaliado, para que sejam

detectadas e corrigidas as possíveis falhas de planejamento, tanto no

dimensionamento quanto na dinâmica de operações.

Fase VI: Controle ou realimentação - o controle não é uma fase cronológica,

pois age continuamente em todas as fases do projeto, procurando detectar desvios

de planejamento e atuando para corrigi-lo.

2.2.2. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS BÁSICAS

O cuidado ao se estabelecer uma estrutura organizacional, envolve o

responsável pela condução de projetos, que tem uma importância fundamental pois

dela depende o sucesso da empresa na execução dos seus processos de mudança.

Ap. SHTUB (1994) para se determinar a estrutura básica de uma gerência de

projetos em uma organização, deve-se considerar três aspectos principais: A

natureza dos projetos; a natureza da organização; o ambiente no qual os projetos

são desenvolvidos.

Da literatura, CLELAND e KING (1978) apresentam algumas formas de

estruturas de Gestão de projeto. Elas diferem entre si basicamente pelo grau de

autoridade do nível gerencial. Embora exista inúmeras formas de organização,

utilizou-se somente três tipos, gerência de projetos em “Staff”; organização de

projeto pura e organização matricial, conforme pode-se ser verificado a seguir.

2.2.2.1. GERÊNCIA DE PROJETOS EM STAFF OU ESTRUTURA FUNCIONAL

Segundo CLELAND e KING (1978) “Staff” é a função de assessoramento às

relações de linha de uma organização. Neste tipo de estrutura o gerente de projeto

não tem controle direto sobre o trabalho executado nos departamentos funcionais

(figura nº9). As decisões são tomadas pela gerência geral e pelas chefias de

departamentos, que possuem autoridade de linha. Compete ao gerente de projetos

manter a equipe integrada e direcionada aos objetivos, utilizando unicamente sua

capacidade de persuasão e motivação. A viabilidade dessa forma de organização

depende inteiramente das qualidades pessoais do gerente de projetos, porém

existem suas deficiências:

35

a) falta de autoridade central que preocupa-se em cada projeto

individualmente;

b) as decisões relativas à alocação de recursos e orçamentos raramente são

tomadas com base no que é melhor para o projeto e sim no que é melhor

para cada setor funcional;

c) geralmente muito tempo é gasto para tomada de decisões, visto que a

avaliação das alternativas requerem a aprovação de cada grupo funcional;

d) dificilmente existe uma boa interface com os clientes.

36

GerênciaGeral

Gerência deProjetos

Função A Função B Função C

Projeto X

Projeto Y

Projeto Z

Projeto X

Projeto Y

Projeto Z

Projeto X

Projeto Y

Projeto Z

Figura nº9: Gerência de projetos em Staff ou estrutura funcional

Fonte: CLELAND e KING (1978)

37

2.2.2.2. ORGANIZAÇÃO DE PROJETO PURA

Para CLELAND e KING (1978) neste tipo de estrutura os integrantes de uma

equipe de projeto respondem diretamente para o gerente de projeto, ver figura nº10.

GerênciaGeral

Projeto X Projeto Y Projeto Z

Função A

Função B

Função C

Função A

Função B

Função C

Função A

Função B

Função C

Figura nº10: Gerência de projetos Pura

Fonte: CLELAND e KING (1978)

Esta forma de estrutura traz alguns benefícios relacionados ao controle de

tempo, custos, ao fato de evitar conflitos de autoridade e de ter uma boa interface

com os clientes. Muitas vezes, no entanto, o impacto de alto custo para se manter

esta estrutura acaba sendo maior do que os benefícios, dificultando a utilização

deste modelo.

2.2.2.3. ORGANIZAÇÃO MATRICIAL

CLELAND e KING (1978) a gestão de projeto através de uma estrutura

matricial corresponde a uma composição dos dois tipos de estruturas apresentados

anteriormente. Neste tipo de estrutura, (figura nº11), a organização pode alcançar os

níveis de flexibilidade e funcionalidade necessários para execução dos projetos

proposto dentro das padrões de custo e desempenho desejados. Na disposição

38

matricial os gerentes de linha são responsáveis pelo cumprimento das atividades de

rotina, enquanto a execução de projetos fica a cargo do gerente de projetos. Os

gerentes de projetos e funcionais negociam entre si os recursos (pessoais, tempo e

equipamento) necessários para conclusão do projeto. Após o início do projeto a

equipe fica sob as ordens do gerente de projeto até o seu término. O ponto mais

crítico deste tipo de estruturação relaciona-se à negociação entre o gerente

funcional e o gerente de projetos. Se não houver uma definição clara da autoridade

e responsabilidade de cada gerente, bem como maturidade das negociações, a

organização como um todo pode sair perdendo. O gerente de projetos e o gerente

funcional, embora nem sempre tenham as mesmas metas, devem tomar ações em

parcerias visando tanto a melhor alocação dos recursos e a conclusão dos projetos

dentro dos prazos e dos orçamentos previstos, do garantindo os níveis de

desempenho da atividade de rotina.

GerênciaGeral

Função A Função B Função C

Gerência deProjetos

Projeto X

Projeto Y

Projeto Z

Figura nº11: Organização Matricial

Fonte: CLELAND e KING (1978)

39

2.2.3. OUTRAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO

Conforme CLELAND e KING (1978) a escolha da estrutura para a condução

do projetos deve estar atrelada às característica destes eventos em cada

organização. Em empresas focadas no desenvolvimento de novos produtos ou que

necessitam mudar, eventualmente, de forma rápida e precisa, pode ser adotado o

conceito de “Task Force” ou Força Tarefa. Neste caso há a formação de um grupo

dedicado e autônomo, com pessoas de várias áreas e com qualificações diversas

que passam a ficar ligados diretamente à direção da empresa. São aplicados

geralmente em situações em que o ganho de tempo é fundamental para garantir a

competitividade, ver figura nº12 abaixo.

Marketing Financeiro Produção

DireçãoGeral

Task Force ouForça Tarefa

Adm

Figura nº12: Gestão de Projeto por Task Forces ou Força Tarefa

Fonte: CLELAND e KING (1978)

MEILLIR, P.J (1990, p.83) define gerenciamento de projetos, como sendo a

repetida execução de cinco atividades: planejar, reorganizar, integrar, medir e

revisar - até que sejam alcançados os objetivos do projeto, conforme pode ser visto

na figura nº13 abaixo.

40

Reorganizar

Revisar

EstabelecerObjetivos

Planejar

Integrar

Medir

Objetivos

foramAlcançados

Sim

Não Fim

Figura nº13: Fluxograma das atividades de gestão de projeto

Fonte: MEILLIR, P. J. (1990)

A figura nº13 representa um fluxograma das atividades de gestão de projeto

descrito abaixo:

a) Planejar: é estabelecer sub-objetivos claros e detalhados que serão

alcançados entre a situação atual e o objetivo final, juntamente com uma

definição do trabalho necessário para alcançar esses sub-objetivos.

b) Organizar: é fazer o levantamento dos recursos necessários para por em

prática o trabalho especificado no planejamento numa estrutura eficaz.

41

c) Integrar: é manter a unidade e a livre operação da estrutura de recursos,

principalmente os elementos humanos, durante a real execução do

planejamento.

d) Medir: é obter uma contínua realimentação sobre o andamento do que foi

planejado.

e) Revisar: é modificar o plano, a organização e, possivelmente, os objetivos

para acomodar as discrepâncias reveladas pela medição.

As organizações executam trabalho. O trabalho envolve serviços continuados

e/ou projetados, embora possa haver superposição entre os dois. Serviços

continuados e projetados possuem muitas características comuns; por exemplo,

ambos são:

1. executados por pessoas;

2. restringidos por recursos limitados;

3. planejados, executados e controlados.

Projetos são freqüentemente implementados como meios de realizar o plano

estratégico da organização. Serviços continuados e projetados diferem

principalmente porque enquanto os primeiros são contínuos e repetitivos, os

segundos são temporários e únicos. Assim, um projeto pode ser definido em termos

de suas características distintas, como um empreendimento temporário com objetivo

de criar um produto ou um serviço único. Temporário significa que cada projeto tem

um começo e um fim bem definidos. Único significa que o produto ou serviço

produzido é de alguma forma diferente de todos os outros produtos ou serviços

semelhantes. Para muitas organizações, projetos são os meios de responder a

requisição de que não podem ser atendidos através dos limites normais de

operação da organização.

Os projetos são desenvolvidos em todos os níveis das organizações. Eles

podem envolver uma única pessoa ou milhares delas. Podem durar semanas ou

mais de cinco anos. Os projetos podem envolver uma unidade isolada da

organização ou atravessar as fronteiras organizacionais, como ocorre em consórcio

e parceria entre companhias.

Os projetos são críticos para a realização da estratégia de negócios da

organização porque são os meios pelos quais as estratégias são implementadas.

Podemos citar como exemplo de projetos:

42

1. desenvolver um novo produto ou serviço;

2. implementar uma mudança organizacional a nível de estrutura, de

pessoas ou de estilo gerencial;

3. planejar um novo veículo de transporte;

4. desenvolver ou adquirir um sistema de informação novo ou modificado;

5. construir um prédio ou instalações;

6. implementar um novo processo ou procedimento organizacional.

2.3. PROJETOS TEMPORÁRIOS

Para “Project Management Institute” – PMI HQ – MG temporário significa que

cada projeto tem um início e um fim muito bem definidos. Chega-se ao fim do

projeto quando os seus objetivos foram alcançados ou quando torna-se claro que os

objetivos do projeto não serão ou não poderão mais ser atingidos ou a necessidade

do projeto não existe mais. O projeto é então encerrado. Temporário não significa

que a sua duração é curta, muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos,

entretanto, a duração de um projeto é finita; projetos não são esforços continuados.

Além disso, o termo temporário geralmente não se aplica ao produto ou

serviço criado pelo projeto. Os projetos podem freqüentemente ter impactos sociais,

econômicos, ambientais e internacionais ou não, que excedem em duração aos

próprios projetos. A maioria dos projetos são empreendidos para criar um resultado

duradouro. Por exemplo, em projeto para erigir um monumento nacional criará um

resultado que poderá durar séculos. Uma série de projetos e/ou projetos

complementares em paralelo podem ser requeridos para alcançar o objetivo

estratégico.

Os objetivos de projetos e de operações continuadas são fundamentalmente

diferentes. O objetivo de um projeto é alcançar o objetivo proposto e encerrar o

projeto. O objetivo de uma operação continuada não projetada é normalmente

sustentar o negócio. Um projeto é fundamentalmente diferente porque ele termina

quando seus objetivos propostos são alcançados, enquanto as operações

continuadas (não projetos), quando atingem seus objetivos, criam um novo grupo de

objetivo e o trabalho continua.

43

A natureza temporária dos projetos se aplica também a outros aspectos dos

empreendimentos:

a) a oportunidade ou os nichos de mercado são usualmente temporários - a

maioria dos projetos tem um espaço de tempo limitado para produzir

seus produtos e serviços;

b) a equipe do projeto normalmente é desmontada após o projeto - os

projetos em sua maioria são conduzidos por uma equipe que tem um

único compromisso daquele projeto. Ao término do projeto, a equipe é

liberada e os membros realocados em outras atividades.

2.4. PRODUTO, SERVIÇO OU RESULTADO ÚNICO

Os projetos envolvem o desenvolvimento de algo que nunca foi feito antes, e

que é, portanto, único. Um produto ou serviço pode ser único, mesmo considerando

que já tenha sido desenvolvida uma infinidade de produtos/serviços em sua

categoria. Por exemplo, muitos e muitos edifícios já foram construídos, mas cada

nova unidade lançada, é única - com um proprietário diferente, e assim por diante. A

presença de fatores respectivos não muda a característica intrínseca de unidade do

esforço global do trabalho do projeto. Por exemplo:

a) um projeto para desenvolver um novo tipo de avião comercial pode

requerer uma série de protótipos;

b) um projeto para a libertação à população de um novo medicamento,

pode requerer milhares de doses de droga para a distribuição em testes

clínicos;

c) a construção de um conjunto habitacional pode incluir centenas de

unidades individuais; Conforme PMI HQ – MG

d) o desenvolvimento de um projeto (abastecimento de água e saneamento)

pode ser implementado em cinco áreas geográficas.

2.5. ELABORAÇÃO PROGRESSIVA

Elaboração progressiva é a característica de projeto que integra os conceitos

de temporário e único. Como o produto de cada projeto é único, as características

44

peculiares que o distinguem devem ser progressivamente elaboradas.

Progressivamente significa “ proceder por etapas; continuar de forma determinada,

por incrementos” enquanto elaboradas significa “trabalhadas com cuidado e detalhe;

desenvolvidas por completo”. Estas características que distinguem os produtos a

serem construídos, são amplamente bem definidas bem cedo no projeto, e se

tornam mais explícitas e detalhadas assim que a equipe adquire uma melhor e mais

completa percepção do produto.

A elaboração progressiva das características do produto necessita ser

cuidadosamente coordenada com a correta definição do escopo do projeto,

especialmente se o projeto é desenvolvido sobre contrato. Quando adequadamente

definido, o escopo do projeto - que define todo o trabalha a ser realizado no projeto -

deve permanecer constante, ainda que as características do produto estejam sendo

elaboradas progressivamente. Conforme PMI HQ - MG

2.6. O QUE É GERÊNCIA DE PROJETOS?

Segundo MEILLIR, P.J (1990), gerência de projeto é a aplicação de

conhecimentos, habilidades, e técnicas para projetar atividades que visem atingir os

requerimentos do projeto. O gerenciamento do projeto é acompanhado através do

uso de processo tais como: iniciação, planejamento, execução, controle e

encerramento. A equipe de projeto gerência o trabalho do projeto e o trabalho

tipicamente envolve:

1. demandas concorrentes: escopo, tempo, risco e qualidade;

2. partes envolvidas com diferentes necessidades e expectativas;

3. identificação de requerimentos.

É importante notar que muitos processos dentro da gerência de projetos são

naturalmente interativos, isto é, devido a existência e a necessidade da elaboração

progressiva no projeto durante todo o ciclo de vida do projeto; quanto mais você

conhece acerca do seu projeto, melhor você é capaz de gerenciá-lo.

O termo gerência de projetos é algumas vezes usado para descrever uma

abordagem organizacional para o gerenciamento dos processos operacionais

contínuos.

45

Esta abordagem, mais conhecida como Gerência por Projetos, trata muitos

aspectos dos serviços continuados como projetos, objetivando aplicar também a

eles, os conceitos de gerência e projetos. Embora seja óbvio que o conhecimento da

gerência de projetos é essencial para uma organização que aplica a gerência por

projetos.

46

2.7. AS ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GERÊNCIA DE PROJETOS (Figura nº14)

A figura de nº14 representa todas as áreas que compõem uma gerência de

projetos, segundo PMI HQ - MG.

Gerência de Projetos

Gerência de Integraçãodo Projeto

- Desenvolvimento doPlano do Projeto;- Execução do plano doProjeto;- Controle Integrado

Gerência do Tempodo Projeto

- Definição das Atividades- Sequenciamento dasatividades- Estimativa da duraçãodas atividades- Desenvolvimento docronograma- Controle do Cronogrma

Gerência do Custodo Projeto

- Planejamento dosRecursos- Estimativa dos Custos- Orçamento dosCustos- Controle dos Custos

Gerência da Qualidadedo Projeto

- Planejamento daQualidade- Garantia daQualidade- Controle da Qualidade

Gerência dos RecursosHumanos do Projeto

- PlanejamentoOrganizacional- Montagem de Equipe- Desenvolvimento daEquipe

Gerência dasComunicações do

Projeto

- Planejamento dasComunicações- Distribuição dasInformações- Relato de Desempenho- EncerramentoAdministrativo

Gerência dos Riscodo Projeto

- Planejamento daGerência de Risco- Identificação dos Riscos- Análise Qualitativa deRiscos- Análise Quantitativa deRiscos- Desenvolvimento deResposta e Riscos- Controle e Monitoraçãode Riscos

Gerência do Escopodo Projeto

- Iniciação;- Planejamento doEscopo;- Detalhamento doEscopo;- Verificação doEscopo;- Controle demudanção do Escopo

Gerência dasAquisições do Projeto

- Planejamento dasAquisições- Preparação dasAquisições- Obtenção de Proposta- Seleção deFornecedores- Administração dosContrles- Encerramento doContrato

Figura nº14: Organizações de Gerência de Projeto

Fonte: Project Management Institute - PMI HQ Project Management

Institute Headquarters - Minas Gerais

47

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA DA PESQUISA DE CAMPO

A importância deste Capítulo se dá pelo fato de discutir aspectos sobre

Ciência e Conhecimento Científico e relacioná-los com o problema existente da má

administração ou coordenação da gestão de projeto em nível internacional.

A análise inicial possibilita conteúdo conceitual para a realização da

Pesquisa de Campo Preliminar, a qual trará subsídios para uma melhor definição do

problema.

Após a proposta do modelo, no Capítulo 5 serão apresentados, aspectos

conceituais complementares em relação a metodologia do estudo de casos utilizado.

3.1. ASPECTOS CONCEITUAIS

3.1.1. CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

3.1.1.1. O Conhecimento Científico e Outros Tipos De Conhecimento

Ao se falar de conhecimento científico, o primeiro passo consiste em

diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento existente.

Para LAKATOS (1991, p. 75-80) e CERVO A L. (1983, p.5-13) existem

quatro tipos de conhecimento, o primeiro é o vulgar, popular ou empírico,

geralmente típico do camponês ou do povo, transmitido de geração para geração

por meio de educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal, ou

simplesmente obtido por acaso, após inúmeras tentativas, é ametódico e

assistemático. O segundo conhecimento, é o científico que é transmitido por

intermédio de treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo

racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar “por que” e

“como” os fenômenos ocorrem, na tentativa de evidenciar os fatos que estão

correlacionados, numa visão mais globalizante do que a relacionada com um

simples fato, uma cultura específica. O terceiro conhecimento é o filosófico que

48

distingue-se do científico pelo objeto de investigação e pelo método. O quarto

conhecimento e último é o teológico ou religioso, que é o conhecimento revelado -

relativo a Deus - aceito pela fé teológica, onde duas são as atitudes que se podem

tomar diante do mistério: primeira atitude, é tentar penetrar nele com o esforço

pessoal da inteligência, mediante a reflexão e o auxílio de instrumentos; a segunda

atitude consistirá em aceitar explicações de alguém que já tenha desenvolvido o

mistério e implicará sempre em uma atitude de fé diante de um conhecimento

revelado, conforme apresentado na figura nº15.

sujeito conhecimento objeto

- empírico

- científico

- filosófico

- teológico ou religioso

Figura nº15: Tipos de Conhecimento

Fonte: CERVO A L. (1983)

Segundo Ap.TRUJILLO (1974, p. 11), existe uma sistematização das

características dos quatros tipos de conhecimento, que podem ser vistos no quadro

nº 2 abaixo:

49

Conhecimento

Vulgar ou

Popular

Conhecimento

Científico

Conhecimento

Filosófico

Conhecimento

Teológico ou

Religioso

Valorativo Real (factual) Valorativo Valorativo

Reflexivo Contingente Racional Inspiracional

Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático

Verificável Verificável Não Verificável Não Verificável

Falível Falível Infalível Infalível

Inexato Aproximadamente

Exato

Exato Exato

Quadro nº2: Sistematização das características do conhecimento

Fonte: Lakatos e Marconi (1991)

Para LAKATOS (1991, p.81), existe uma classificação e divisão da ciência.

Ela pode ter sua complexidade no universo e a diversidade de fenômenos que nela

se manifesta, aliada à necessidade do homem de estudá-la para poder entendê-la e

explicá-la, levou ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas.

Esta necessita de uma classificação, quer de acordo com a sua ordem de

complexidade, quer de acordo com o seu conteúdo: objeto ou tema, diferença de

enunciados e metodologia empregada, conforme figura nº16 abaixo:

50

Ciências

Formais

Factuais

Lógica

Matemática

Naturais

Sociais

FísicaQuímicaBiologia e outras

Antropologia culturalDireitoEconomiaPolíticaPsicologia socialSociologia

Figura nº16: Tipos de Conhecimento

Fonte: Lakatos e Marconi (1991)

3.1.2. MÉTODOS CIENTÍFICOS

Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos,

em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são

ciências. Com esta afirmação, pode-se concluir que a utilização de métodos

científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego

de método científico.

Assim, método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,

com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos

válidos e verdadeiros -, traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e

auxiliando as decisões do cientista.

Neste trabalho será proposto um método ou metodologia para se resolver

um problema real de gestão de projeto em nível internacional para as empresas

multinacionais.

51

3.1.3. HISTÓRICO DO MÉTODO

A preocupação em descobrir e, portanto, explicar a natureza vem desde os

primórdios da humanidade, quando as duas principais questões referiam-se às

forças da natureza e a morte, onde reconheciam a existência do conhecimento

mítico, conhecimento religioso e o conhecimento filosófico já mencionados

anteriormente.

Mas com o passar do tempo, muito mais modificações foram feitas nos

métodos existentes, foi então que surgiu o conceito moderno de método

(independente do tipo), pois conforme Ap. BUNGE (1980) método científico é a

teoria das investigações. Assim pode-se dizer que os métodos científicos modernos

estão classificados em cinco métodos:

a) método indutivo;

b) método dedutivo;

c) método hipotético-dedutivo;

d) método dialético;

e) métodos específicos das ciências sociais, que se subdivide-se em mais

nove categorias de métodos, dentre elas o que este trabalho propõe a

estudar, método comparativo.

3.1.3.1. Método Comparativo

LAKATOS (1981,p.32) refere-se a explicação do método comparativos,

afirmando que:

Empregado por TAYLOR. Considerando que o estudo das semelhanças e

diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades ou povos contribui para

uma melhor compreensão do comportamento humano, este método realiza

comparações, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências.

O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no

presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quando entre

sociedades de igual ou de diferentes estágios de desenvolvimento.

52

Exemplo: modo de vida rural e urbano no Estado de São Paulo; características

sociais da colônia portuguesa e espanhola na América Latina; classes sociais

no Brasil, na época colonial e atualmente; organização de empresas Norte-

Americanas e Japonesas; a educação entre os povos ágrafos e os

tecnologicamente desenvolvidos.

Ocupando-se da explicação dos fenômenos, o método comparativo permite

analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos

e gerais. Constitui uma verdadeira “experimentação indireta”. É empregado em

estudo de largo alcance, e de setores concretos. Assim, para os estudos qualitativos

e quantitativos. Ele também pode ser utilizado em todas as fases e níveis de

investigação: num estudo descritivo pode averiguar a analogia entre os elementos

de uma estrutura; nas classificações e finalmente em nível de exploração.

É dentro deste contexto introdutório sobre os aspectos e atividades relativas

a metodologia, que a metodologia deste trabalho está sustentada. Nesta dissertação

será utilizado o método de pesquisa comparativo, que confirma e torna mais claro o

problema a que se propõe a resolver.

3.2. PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR - PRIMEIRO QUESTIONÁRIO

Para conhecer o problema enfrentado pelas empresas multinacionais

automotivas dentro da gestão de projeto na tropicalização ou nacionalização dos

componentes destinados aos PED, é necessário, realizar um estudo de caso,

chamado de Pesquisa de Campo Preliminar - primeiro questionário.

Considerações mais aprofundadas a respeito da adequação e importância

da modelidade estudos de caso serão realizados no Capítulo 5 ao se fazer a

Avaliação da Proposta (Modelo Proposto).

Este estudo de caso serve para obtenção de coleta, apuração, e tratamento

dos dados de pesquisa, da qual se utiliza, da pesquisa aplicada.

Partindo da premissa que as empresas multinacionais devem estar

vinculadas aos objetivos e características organizacionais traçadas pelas suas

matrizes, ficou clara a importância deste.

53

Nessa etapa realizou-se um questionário preliminar em três empresas da

região metropolitana de Curitiba, cuja finalidade é de conhecer-se melhor o

problema geral e específico do presente trabalho, o qual é comum às três empresas.

(Apêndice 1)

Foram entrevistados e preencheram o questionário 4 profissionais de cada

empresa.

Características principais de cada empresa:

� Primeira empresa, é uma montadora de automóveis de origem francesa

que está instalada em São José dos Pinhais, denominada de Empresa “A”;

� Segunda empresa, é uma empresa que faz parte de uma aliança entre a

Empresa “A”, com uma montadora de veículos utilitários de origem japonesa,

denominada de Empresa “B”;

� A terceira empresa, é uma “Joint venture” formada por empresas de

origem alemã e americana, que realiza a montagem de motores, cujas instalações

ficam localizadas em Campo Largo, denominada de Empresa “C”.

3.3. PROBLEMA ENCONTRADO NAS TRÊS EMPRESAS

O problema encontrado nas três empresas, diz respeito a questão de

ruptura de abastecimento de uma peça dentro do processo de fabricação de um

produto, o automóvel como um todo (chassis + motor + carroceira).

A ruptura de abastecimento de uma peça, dentro de um determinado posto

de trabalho de uma linha de montagem dessas três fábricas, tem como

conseqüência, a paralisação do processo fabril.

Automaticamente ocorrem perguntas, tais como:

� Qual o motivo que levou essa ruptura de abastecimento dessa peça?

� Faltou o trabalho de desenvolvimento de um fornecedor local do

departamento de compras?

� Faltou o departamento de engenharia, qualidade e logística aprovar esse

fornecedor local?

� Acabou o estoque dessa peça na fábrica?

54

� Não existe uma peça “back up”3, para essa peça?

� O que ocasionou essa ruptura de abastecimento?

� Onde está a falha?

� Quem não executou seu trabalho corretamente?

� Etc.

3.4. PROBLEMA ESPECÍFICO

Conforme já mencionado no item 1.4. Problema Específico, este consiste

basicamente, num problema de disponibilidade ou de inadequação que ocorre na

linha de montagem de um item em questão, uma peça que está em processo de

tropicalização ou nacionalização, através de uma modificação ou através de uma

necessidade de criação de uma nova peça, com a sua aplicabilidade destinada ao

produto final.

Pode-se afirmar, que existem uma série de fatores que devem ser tomados

em conta, como por exemplo: a existência de um fornecedor local com o “know how”

ou conhecimento técnico para fabricar essa peça; custo, qualidade e prazo de

fabricação desse peça, é compatível com custo, qualidade e prazo da peça

importada; e etc, para que dessa forma, esse processo de tropicalização ou

nacionalização ocorra sem perturbar o fluxo fabril da linha de montagem.

Na figura abaixo é apresentado o fluxo geral de informação referente a uma

modificação que ocorre em um processo de tropicalização ou nacionalização de

uma peça dentro da empresa “A”.

Com a Figura nº17 e as etapas do fluxo de informação apresentadas no

item 3.4.1. fica mais claro onde localiza-se o problema, objeto de estudo desta

dissertação.

3 Peça Back up = mesma peça porém produzida em outra fábrica do grupo da empresa.

55

Fluxo Geral de Informação de uma ModificaçãoET1 = “Know How” de fabricação = Fábrica Piloto

ET2 = Processo Anti-erro = Fábrica Pilotada

( Solicita Modificação)

( Informa Modificação)

( Aplica Modificação)

Fábrica Piloto

Fábrica Pilotada

Linha de MontagemBrasil

EngenhariaMatriz

Mercado deFornecedores Europa

Centro deDistribuição de

peças

EstoqueFábrica Brasil

Data de Aplicação daModificação

Fábrica Pilotada

Peças CKD

Peças Locais

Aplica Modificaçãona Linha Fáb Pilotada

Aqui está oPROBLEMA

( Pesquisa Modificação)

( Questiona Modificação)

ET3

ET4/ET5/ET6

ET3

ET7 ET8

ET3

ET9

ET9

ET10

ET11=Não

ET11=Não

ET11=Sim

ET12

ET13

FIM ET14 Figura nº17: Fluxo Geral de Informação de uma Modificação

Fonte: (2003)

3.4.1. ETAPAS DO FLUXO DE INFORMAÇÃO DE UMA MODIFICAÇÃO OU

EVOLUÇÃO DESTINADO À UMA PEÇA

O motivo de existir uma modificação ou evolução de um componente

destinado a um posto de trabalho em uma linha de produção, é a necessidade de

baixar o custo de fabricação do produto final, o automóvel, que a empresa “A”

fabrica.

Uma forma encontrada pela empresa “A”, foi a criação das modificações

sugeridas pelas Fábricas Piloto ou Pilotada ou simplesmente denominado de

tropicalização ou nacionalização de componentes importados.

O fluxo de informação de uma modificação ou evolução de uma peça é

realizado através de várias etapas:

Etapa 1: “Know How” de fabricação = Fábrica Piloto;

56

Etapa 2: Processo anti-erro, segmento das ações realizadas pela Fábrica

Piloto = Fábrica Pilotada;

Etapa 3: Solicitação de uma modificação ou evolução de uma peça para a

Engenharia Matriz = Fábrica Piloto e Fábrica Pilotada;

Etapa 4: Verificação da rentabilidade da modificação ou evolução dessa

peça, através de uma pesquisa nos fornecedores europeus e no centro de

distribuição de peça = Engenharia Matriz;

Etapa 5: Autorização para a realização da modificação ou evolução dessa

peça, caso seja rentável = Engenharia Matriz;

Etapa 6: Caso não seja rentável essa modificação ou evolução dessa peça,

é bloqueado o processo de modificação = Engenharia Matriz;

Etapa 7: Informação da autorização da Engenharia Matriz para realizar a

modificação ou evolução, para a Fábrica Pilotada = Fábrica Piloto;

Etapa 8: Questionamento da modificação ou evolução dessa peça pela

Fábrica Pilotada para a Engenharia Matriz.

Alguns motivos questionados pela Fábrica Pilotada:

� Por que?

� A capacidade produtiva do fornecedor local é baixa, quando comparada a

um fornecedor europeu.

� Quebra da cadeia de sub-fornecedores locais ligados ao fornecedor que

atende diretamente a montadora, e etc; = Fábrica Pilotada

Etapa 9: Aplicação da modificação na linha de montagem = Fábrica

Pilotada;

Etapa 10: Verificação do estoque/consumo de fabricação dessa peça =

Logística da Fábrica Pilotada;

Etapa 11: Questionamento do processo logístico para o controle de estoque,

Sim? ou Não? = Logística da Fábrica Pilotada

Sim - calcula-se o consumo dessa peça destinada para a produção e vai

para a Etapa 12;

Não - solicitação de envio dessa back up para o centro de distribuição de

peças localizado na Europa, com a finalidade de cobertura de consumo de

57

peças destinadas a linha de produção, caso contrário, a linha de produção

pára, em seguida ir para Etapa 12 = Logística da Fábrica Pilotada;

Etapa 12: realização de um reunião para definir qual será a data de

aplicação da modificação ou evolução dessa peça = logística da Fábrica

Pilotada;

Etapa 13: Aplicação da peça modificada na linha de produção = Fábrica

Pilotada.

Etapa 14: Fim, inicia-se um novo ciclo de outra modificação ou evolução de

uma peça = Fábrica Pilotada.

3.4.2. RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR

Os resultados da Pesquisa de Campo Preliminar foram obtidos através do

questionário nº1 que estão agrupados em 3 assuntos principais. (Conhecimentos

Gerais, Funcionamento e Método de trabalho e Problema encontrado).

O problema específico, isto é, falha na comunicação entre as categorias de

fábricas, descrito no Capítulo 1 (Pág. 7), é o problema identificado na pesquisa de

campo preliminar nas empresas A, B e C. Eles resultam na falha de comunicação

entre as categorias de fábricas piloto e pilotada da empresa “A, “B” e ”C” que estão

listados no item 3.4.2.1. abaixo:

3.4.2.1. Problemas Identificados na Pesquisa de Campo Preliminar

a) não conhecimento do método de trabalho utilizado pela matriz e pela

fábrica piloto; os profissionais envolvidos com a gestão de projeto da fábrica

pilotada, simplesmente não têm o total conhecimento da gestão de projeto

realizado pela fábrica piloto ou pela matriz. Esses profissionais da fábrica

pilotada, não questionam a forma ou método de trabalho realizado pela

fábrica piloto ou pela matriz. Muitas das vezes, eles erram no mesmo ponto

em que a fábrica piloto errou no passado, fazendo assim, um retrabalho

desnecessário, perdendo tempo e dinheiro, para a sua empresa;

b) não recebimento das informações necessárias para a realização do

processo de gestão de projeto realizado pela matriz; este item, é

58

conseqüência da má administração da informação, sobre a gestão de

projeto em nível internacional. Por não existir uma metodologia de trabalho

em nível internacional para a gestão de projeto, entre categorias de fábricas,

a fábrica pilotada sofre com a falta de informação, fazendo os profissionais

envolvidos com o processo de gestão de projeto da fábrica pilotada,

realizarem um trabalho de levantamento da informação. Essa tarefa

levantamento da informação, poderia não realizar-se, caso a informação

fosse transmitida diretamente para a fábrica pilotada ou se a informação

estivesse disponível em um local de comum acesso, entre todos. Dessa

forma, todos ganhariam tempo para realizar suas atividades cotidiana, sem

essas interrupções.

c) falta de sincronismo na aplicação das modificações ou evoluções

sugeridas por ambas as fábricas; esta falta de sincronismo está associada a

necessidade de aplicação da modificação ou evolução de um componente

na linha de produção de cada categoria de fábrica. Isto é, quando a fábrica

piloto denomina que será realizada uma modificação ou evolução de um

componente que tem sua aplicação em fábrica de diferentes países, ela a

fábrica piloto, denomina com o parecer técnico da matriz, que este

componente sofrerá uma modificação ou evolução, em função da demanda

local, onde a conseqüência desta modificação, impossibilitará a sua

montagem atual no posto de trabalho, das fábricas pilotadas. Todas as

outras fábricas deveriam realizar sincronisadamente esta aplicação de

modificação. Porém ,isto não acontece, pois a fábrica piloto, quando

denomina uma modificação ou evolução de um componente, ela está

analisando a realidade do seu mercado, que nem sempre é a mesma

realidade do mercado de fabricação deste componente de outras fábricas

pilotadas envolvidas.

d) falta de comunicação e informação entre a matriz e a filial; existe uma

lacuna enorme entre as informações necessária para as modificações, entre

as categorias de fábricas com a sua matriz. Cada categoria de fábrica visa o

seu interesse próprio, onde nem sempre vai em encontro com o da outra

categoria de fábrica. A matriz por sua vez, deveria gerenciar este interesse,

mas, ela muita das vezes, não executa seu papel de coordenadora e

59

gestora das informações, assim esta lacuna fica a mercê do interesse de se

conhecer o que a outra categoria de fábrica está realizando para esta

modificação ou evolução de componente. e) falta de conhecimento da matriz das realidades locais de suas filiais,

condições climáticas, expectativas dos clientes e tecnologia disponível; este

item relata a falta de informação que a matriz tem das suas filiais. Existe

uma falha na coordenação de atividades referente ao levantamento de

informações do mercado local. A matriz executa uma trabalho técnico de

modificação ou evolução de um componente voltado para sua realizada,

porém ele nem sempre, abrange o nível de detalhamento necessário para

alcançar, por exemplo, a variação de temperatura existente no Brasil,

chegando até ter uma diferença de temperatura de 15ºC registrados entre o

Sul e o Nordeste do País. f) falta de atualização da documentação para a gestão da produção; com

relação a falta de atualização da documentação técnica envolvida com a

gestão da modificação ou evolução de um componente ligada a uma

modificação solicitada pela fábrica pilotada, pode por sua vez, gerar uma

grande dificuldade entre as categorias de fábricas. A fábrica pilotada, pode

solicitar para a matriz ou para a fábrica piloto, todo o histórico envolvido com

essa modificação que foi realizada há algum tempo atrás, mas se este

histórico não foi bem atualizado ou registrado, a fábrica pilotada pode errar

nas mesmas condições que a fábrica piloto errou no passado, e ainda um

ponto mais grave, é a questão da tomada de decisão que a fábrica pilotada

pode realizar com base nesta informação desatualizada da fábrica piloto.

Mas essa falta de atualização também pode ocorrer dentro da fábrica

pilotada. Quando todos os setores envolvidos: engenharia, logística,

produção, compras e coordenação, precisam conhecer qual foi a estratégia

tomada para esta modificação ou evolução de um componente voltado para

um posto de trabalho. Dentro de sua própria fábrica é realizado um

levantamento de informações, mais se as informações não foram

adequadamente atualizadas, é despendido um tempo valioso para

atualização e tomada de decisão, por exemplo: quanto tempo de estoque

60

desta peças existe na nossa fábrica ou quando será necessário solicitar a

importação da peça “back-up”.

g) prazos de aplicação da modificação ou evolução, construídos com

relacionamento interdepartamental incompatíveis com as gestões dos

departamentos envolvidos; a data de aplicação é conseqüência de uma

série de informações que devem estar sincronizadas, para que ela ocorra

perfeitamente. Quando o relacionamento entre departamentos não está

funcionando corretamente, é perdido principalmente a questão do tempo. O

relacionamento entre os departamentos dever focar sempre a questão da

gestão da modificação ou evolução de um componente, pois, quando perde-

se este foco, o relacionamento é o primeiro fator que se quebra entre todos,

tornando-se muito difícil realizar as atividades em conjunto.

h) falta de iniciativa e imaturidade dos profissionais envolvidos (todas as

áreas); a falta de iniciativa e imaturidade dos profissionais envolvidos neste

processo de gestão de uma modificação ou evolução de um componente,

também é um fator importante, quando não estiver bem apresentado. Caso

todos não estejam cientes da sua importância, a iniciativa e a imaturidade

pode prejudicar a boa gestão deste processo.

i) foco distorcido dos objetivos; existem departamentos que trabalham com o

foco distorcido, isto é, departamentos que caracterizam-se por serem

centralizadores de informações, tornando assim, um departamento que se

sinta importante dentro do processo de gestão das modificações ou

evoluções de um componente em nível internacional.

j) falta de segmento coerente e ostensivo com os prazos (compromissos); a

questão do segmento dos prazos dentro deste processo, também têm sua

importância, pois se este item não for corretamente respeitado, todos os

itens seguintes não se realizarão, com isto, os compromissos assumidos por

todos os outros departamentos não se tornarão realidades, e assim o

projeto não terá o lançamento na data prevista.

3.4.2.2. Resultado da Pesquisa de Campo Preliminar

61

Os resultados obtidos através das respostas adquiridas do Primeiro

questionário - Pesquisa de campo preliminar (conhecimento e comprovação do

problema) foram relacionados a três assuntos principais:

a) Conhecimentos Gerais, representados pela sigla CG;

b) Funcionamento ou Método de Trabalho, representados pela sigla FMT e

c) Problema representado pela sigla P, ambos expostos no gráfico nº2.

Para chegar aos valores de freqüência representados no gráfico nº2,

utilizou-se da seguinte metodologia, que se dividiu em duas fases:

Primeira Fase - Conhecimento e somatório da resposta do questionário:

��levantamento e identificação da semelhança das respostas;

��somatório das respostas semelhantes;

��analise das respostas.

Segunda Fase - Transformação da resposta:

��transformação de todos os itens semelhantes da resposta em percentual.

62

100

45

80

100

55

8070

100

80

0

20

40

60

80

100

120

CG FMT P

Categorias

%

Empresa A

Empresa B

Empresa C

Gráfico nº2: Resultados percentuais - 1º questionário

Fonte: (2003)

CG - Conhecimentos Gerais

As empresas “A” e “B” apresentaram um índice percentual de 100% (ótimo),

no que se refere a conhecimentos gerais sobre o assunto gestão de projeto em nível

internacional para a tropicalização ou nacionalização de componentes destinados a

um posto de trabalho de uma linha de produção, analisados a partir das perguntas 1

à 5 do primeiro questionário, enquanto a empresa “C” apresenta um índice de 70%

(bom) para os conhecimentos gerais e 30% (regular) para os conhecimentos

relativos a estrutura organizacional da matriz, também representados através das

perguntas 1 à 5 do primeiro questionário, sendo ela, a empresa “C”, considerada

como um todo o índice bom.

FMT - Funcionamento ou Método de Trabalho

Para o funcionamento ou método de trabalho todas as empresas, afirmaram

que o seu desempenho foi considerado ótimo 100%, isto é, eles afirmavam que o

funcionamento ou método de trabalho utilizado pela sua empresa era o melhor.

Porém existiram divergências em determinadas repostas entre duas empresas,

tornando-as diferentes entre si. As empresas “A” e “B” obtiveram respectivamente

um desempenho de 45% (regular) no quesito estrutura organizacional e 55% (bom)

para o quesito informações necessárias recebidas da matriz, no entanto a empresa

“C” recebeu o índice percentual de 100% (ótimo ) para os índices analisados, nesta

etapa do questionário aplicado, através das cinco perguntas destinadas a este

63

assunto (item B - Funcionamento ou Método de Trabalho, ou se preferir, perguntas

6 à 10).

P - Problema

Neste aspecto, problema as empresas “A”, “B” e “C” apresentaram um

índice percentual de 80% (ótimo) para problemas relativos a comunicação entre

fábricas e matriz e 20% (fraco) para o gerenciamento da ações dentro do processo

de gestão de projeto em nível internacional. Gerando vários problemas listados na

tabela nº2, representados pelas letras “C” e “G” respectivamente comunicação e

Gerenciamento. Estes problemas foram conhecidos através das cinco perguntas

destinadas a este assunto (item C - Problema, ou se preferir, perguntas 11 à 15) do

1º questionário.

A seguir são apresentados na tabela nº1 os índices dos resultados, que

serviram de base para a elaboração do gráfico nº1.

Tabela Índices dos resultados

80 à 100 ótimo

50 à 79 bom

30 à 49 regular

0 à 29 fraco

Tabela nº1: Índices dos resultados em percentual (%)

Fonte: (2003)

A tabela nº2 abaixo tem o objetivo de apresentar qual foi o problema mais

citado dentro da Pesquisa de Campo Preliminar: 1º questionário.

O problema mais citado foi o do item nº4 - Falta de Comunicação ou

Informação entre a matriz e a filial.

64

Problema no Processo de Nacionalização Empresa

“A”

Empresa

“B”

Empresa

“C”

Total

(Problema

mais Citado)

C G

1- Não conhecimento do método de trabalho

utilizado pela matriz e pela fábrica pilotada.

3

2

---

---

5

2- Não recebimento das informações necessárias

para a realização do processo de gestão de

projeto realizado pela matriz.

4

2

1

7

---

3- Falta de sincronismo na aplicação das

modificações ou evoluções sugeridas por ambas

as fábricas.

4

4

3

11

---

4- Falta de comunicação ou informação entre a

matriz e a filial.

4

4

4

12

---

5- Falta de conhecimento da matriz das

realidades locais de suas filiais, condições

climáticas, expectativas dos clientes e tecnologias

disponível.

4

2

1

7

---

6- Falta de atualização da documentação para a

gestão da produção.

4

1

1

---

6

7- Prazos de aplicação da modificação ou

evolução, construídos com relacionamento

interdepartamental incompatível com as gestão

dos departamentos envolvidos.

4

2

2

8

---

8- Falta de iniciativa e imaturidade dos

profissionais envolvidos.

4

1

3

8

---

9- Foco distorcido dos objetivos. 4 4 2 10 ---

10- Falta de segmento coerente e ostensivo com

os prazos.

1

0

0

---

1

Total 63 12

Tabela nº2: Resumo dos Problemas encontrados na Pesquisa de Campo Preliminar

1º Questionário

Fonte: (2003)

65

CAPÍTULO 4

MODELO PROPOSTO

O objetivo deste capítulo é desenvolver uma proposta de um modelo para a

gestão de projeto na tropicalização ou nacionalização de componentes em nível

internacional de empresas multinacionais em PED.

O desenvolvimento deste capítulo inicia-se com o levantamento dos

aspectos gerais relacionados a gestão de projeto, destacando-se os principais

pontos citados na pesquisa de campo preliminar do primeiro questionário:

a) conhecimentos gerais;

b) funcionamento ou método de trabalho;

c) o problema.

Como principais desafios para a execução do modelo proposto para a

gestão de projeto de componentes em nível internacional, pode-se resumir três itens

importantes, apresentados abaixo:

� definição de uma estrutura enxuta, ágil e eficaz para a condução dos

processos de modificações ou evolução dos componentes;

� definição da seqüência de atividades a serem realizadas;

� definição dos papéis das pessoas envolvidas e de cada setor da empresa

no processo de modificação ou evolução dos componentes, referentes ao custo,

prazo e qualidade que deve-se alcançar.

4.1. ASPECTOS GERAIS

Uma gestão de projeto ineficiente em uma empresa multinacional, pode

causar vários fatores prejudiciais a implementação de um projeto em nível

internacional, dentre eles:

� excesso de perdas;

� produtos lançados com atraso ou com qualidade inferior;

66

� diferenças entre produtos, isto é, produtos que são fabricados em

diferentes plantas do mesmo grupo;

� problemas referentes ao processo utilizado entre as filiais;

� e outros.

A principal dificuldade de se estabelecer uma gestão de projeto em nível

internacional em empresas multinacionais, reside no fato de que o projeto não é o

objetivo final destes tipos de organizações. Devido a esta característica, a atenção e

os cuidados dispensados para gestão de projeto em nível que podem ser

desprezados ou colocados em segundo plano, aumentando, assim, as chances de

fracassos. Este risco é potencializado também pela tendência de achatamento de

níveis hierárquicos e mudanças estruturais nos organogramas de muitas empresas

multinacionais, onde as áreas de projetos foram eliminadas ou terceirizadas ou

fundidas em outros setores, perdendo muitas vezes, a sua identidade e importância

dentro das organizações.

A idéia de se estruturar um modelo de gestão de projeto em nível

internacional para componentes que estejam em processo de tropicalização ou

nacionalização, não significa criar uma mudança de metodologia de trabalho dentro

das empresas multinacionais, visando o retrocesso no tempo, recriando áreas de

projetos ou desfocando outras funções de suas atribuições principais.

Significa sintetizar o processo de implementação e aplicação de uma

modificação ou evolução de um determinado componente para o posto de trabalho

na linha de produção de uma determinada fábrica, a fim de garantir a sua agilidade

e sobrevivência através do lançamento de um novo produto dentro do prazo ou do

alcance de novos patamares de produtividade e qualidade dentro de uma unidade

de negócio.

Significa estruturar a gestão de projeto internacional, com os recursos já

disponíveis na estrutura atual, de forma que as mudanças não comprometam os

resultados das empresas multinacionais. Pelo contrário, sinaliza a execução da

gestão de projeto internacional, como sendo uma ferramenta para aumentar a

competitividade e garantir a sobrevivência no mercado.

4.2. MODELO PROPOSTO DE GESTÃO DE PROJETO

67

A proposta do modelo desta pesquisa envolve uma estrutura composta de

três níveis, dentro do complexo contexto que se refere a gestão de projeto em nível

internacional.

Como podemos observar na figura nº18 abaixo que representa a proposta

de um modelo de gerenciamento mais enxuto, conforme dito anteriormente.

1º1º

1º 2º2º

3º3º

Posto detrabalho

Operador

Nível

Nível

AÇÕES:

1º NÍVEL:

1- Determina data de Aplicação da modificação ou evolução;

2- Define qual modificação ou evolução será utilizada;

3- Insere dados no sitema;

4- Treinamento para os operadores.

2º NÍVEL:

1- Determina data estratégia do produto;

2- Coordena as ações relacionados ao produto que sofrerá a nacionalização;

3- Desenvolve fornecedores locais capazes de produzir o mesmo componentecom qualidade.

3º NÍVEL:

1- Interação Total com o 2º Nível;

Nível

Produto Analísta de Produto

Chefe de ProjetoCoordenação

Compras Comprador

Técnico de Aproviosamento de peças eEngenheiro de Produto

Logística

Engenharia

Fabricação

Analísta de Logística

Supervisor de Produção

EngenheiroEng Matriz

Fáb. Piloto Coordenador

Figura nº18: Proposta de um Modelo de Gestão de Projeto em Nível Internacional

Fonte: (2003)

A finalidade deste modelo é apresentar o correto funcionamento do fluxo

informativo das atividades de gestão de projeto que estão correlacionadas aos seus

respectivos níveis.

A partir destes níveis representados na figura nº18, três fatores são

importantes para a metodologia proposta com base neste modelo. São eles:

68

a) Estrutura do modelo;

b) Seqüência de Atividades do modelo;

c) Responsabilidades das Tarefas - Pessoas e Setores, para que o processo

de modificação ou evolução de componentes que estão em processo de

tropicalização ou nacionalização ocorra sem maiores problemas, fazendo com que a

produção não sofra perturbações no seu fluxo fabril.

4.3.1. Proposta de um Modelo de Gestão de Projeto em Nível Internacional -

A) Estrutura do modelo

Para relatar a importância desse fator no modelo proposto, é necessário

apresentar a sua real necessidade para que esse fator possa ajudar na construção

deste modelo, tornando assim, um modelo mais enxuto. O modelo apresenta três

níveis que comunicam-se entre si, assim representados:

� 1º Nível - se comunica com o 2º Nível;

� 2º Nível - se comunica com o 3º Nível e 1º Nível;

� 3º Nível - se comunica com o 2º Nível;

Cada um dos níveis tem seu grau de responsabilidade dentro deste

processo de gestão de projeto em nível internacional para os componentes que

estão em via de serem tropicalizados ou nacionalizados.

Para o 1º Nível foi criado uma estrutura de reuniões semanais. O objetivo da

reunião é realizar uma apresentação das modificações ou evoluções dos

componentes por parte do Analista de Logística que em conjunto com os outros

participantes, representante do departamento de engenharia, representante do

departamento de compras e representante do departamento de fabricação, definirão

uma data para aplicação desse componente na linha de produção, no determinado

posto de trabalho. Chama-se essa reunião de Início e Parada de aplicação do

componente para o posto de trabalho na linha de produção.

Para o 2º Nível foi criado uma estrutura de reuniões estratégicas, onde

realiza-se uma primeira reunião entre os departamentos de Produto, Coordenação e

Compras. Esta reunião tem o objetivo de traçar as estratégias em nível de

componentes, tais como, tipo de material a ser utilizado ou processo de fabricação

69

para a produção desse componente, contudo sempre aprovados pelos órgãos de

qualidade. Assim, dessa forma, pode-se buscar uma melhor qualidade no seu

desempenho ou na redução de custos na composição do preço da peça ou um

determinado tipo de ganho para o processo de fabricação deste componente e

consequentemente, o ganho nos prazos.

Para o 3º Nível foi criado uma estrutura de reuniões, que podem ser

realizadas por um contato telefônico com a engenharia da matriz ou com o

coordenador da Fábrica Piloto e vice-versa ou através de videoconferência ou

simplesmente através de troca de correspondências, e-mail, entre essas pessoas.

Essas reuniões têm como objetivo o esclarecimento, isto é, solicitação do

conhecimento anterior. Para essas reuniões não existem uma metodologia de

cronogramas de datas, elas simplesmente podem ser realizadas através de um

contato pelas partes necessitantes. Elas servem principalmente para fornecer o

apoio necessário do conhecimento técnico ou não, com relação as dúvidas

existentes.

Quando falamos da estrutura desse modelo, pode-se dizer que ela foi

realizada com o intuito de se buscar a eficiência, agilidade e principalmente, ser uma

estrutura enxuta, utilizando somente três níveis pois assim, o processo de

modificação ou evolução dos componentes voltados para a tropicalização ou

nacionalização, pode funcionar perfeitamente.

B) Seqüência de Atividades do modelo

O fator de seqüência de atividades tem um papel primordial para o

funcionamento da estrutura deste modelo, ele é o responsável pelo correto

funcionamento das ações determinadas no modelo, é como se fosse um dente de

uma engrenagem, se um dente estiver desalinhado com um outro dente, a

engrenagem não funciona. É assim que a seqüência de atividades deve ser tratada

neste modelo.

Tomemos como base um exemplo de uma solicitação de modificação ou

evolução de um componente da fábrica pilotada que será tropicalizado ou

nacionalizado para uma operação destinada à um posto de trabalho aleatório na

linha de produção.

70

Para ocorrer uma solicitação de modificação ou evolução de um

componente adequado e correto no modelo, o 2º nível e o 3º nível devem ter uma

interação quase que total com relação ao conhecimento das necessidades de

modificação ou evolução por ambas as partes. A partir deste momento, o 2º nível

deve informar para o 1º nível, todas as informações necessárias para a aplicação

desta modificação no posto de trabalho, tais como:

� a peça nacional é igual a peça importada?

� é necessário realizar um treinamento para o operador que irá montar essa

peça nacional na linha de produção?

� será realizado um processo de rastreabilidade para a peça nacional, a

partir de sua primeira montagem?

� dentre outras.

De acordo com o modelo, existe uma comunicação entre todos os três

níveis, porém só o 2º nível interage com o 3º nível e com o 1º nível.

O 2º nível detém o conhecimento e a responsabilidade para gerenciar todos

os níveis. São realizadas e traçadas as diretrizes para as modificações ou evoluções

dos componentes, assim o 1º nível, recebe todas as informações necessárias para a

aplicação da modificação, sendo somente de sua responsabilidade a realização de

um treinamento para os operadores que sofrerão impactos para essa modificação

ou evolução no seu posto de trabalho.

Assim pode-se dizer, que o exemplo de uma modificação ou evolução de

um componente tropicalizado ou nacionalizado, que tem sua solicitação realizada

pela Fábrica Pilotada no Brasil, é um processo difícil de se controlar, porém, não é

impossível, basta para isso realizar essa estrutura de modelo, conforme

apresentado acima, que gerência as atividades e as seqüências de informações.

Assim, essa modificação deverá ser respeitada e aplicada, porque caso não

exista uma interação entre os níveis desta estrutura do modelo, essa modificação

não poderá ser aplicada, pois certamente, ela irá trazer vários problemas para a

linha de produção e depois para o produto final.

C) Responsabilidades das Tarefas - Pessoas e Setores

71

Como o seu próprio nome diz, esse fator tem a responsabilidade de realizar

as tarefas relacionadas as aplicações de uma modificação ou evolução de um

componente destinada ao posto de trabalho, onde nesse fator busca-se o papel de

responsabilidade de cada um, pessoas ou setor, dentro do modelo.

Dentro de cada nível do modelo proposto, existem profissionais

responsáveis por suas atividades ou setores que podem ser analisadas a seguir.

No 1º Nível do modelo proposto, existem três setores da Fábrica que devem

trabalhar em conjunto para a realização de suas tarefas, são eles:

� Setor de Logística, representado pelo Analista de Logística;

� Setor de Engenharia, representado por um Engenheiro de Produto e por

um Analista de Documentação e Especificação Técnica;

� Setor de Fabricação, representado pelo Supervisor de Produção.

O papel principal do Analista de Logística é realizar um levantamento do seu

estoque, através de inventários, para verificar qual é situação deste componente em

sua fábrica, caso o seu estoque para esse componente esteja baixo, ele deve

verificar qual será o seu limite de data de aplicação dessa modificação ou evolução,

limite esse baseado no consumo de peças por montagem e por turno, para assim

definir e sugerir na reunião de Parada e Início uma data de aplicação para essa

modificação .

O papel do Engenheiro de Produto é verificar junto ao seu respectivo

Engenheiro da Engenharia da Matriz ou do Coordenador da Fábrica Piloto, qual é a

estratégia que deve ser realizada em nível global, para dessa forma, verificar qual

seria o impacto nesse componente no mercado nacional.

Após essa verificação, ele deve realizar um levantamento de todas as

informações técnicas necessárias à respeito deste componente, para em seguida,

apresentá-lo na reunião de Parada e Início.

Para o Analista de Documentação e Especificação Técnica, o seu papel é o

de inserir essa modificação no sistema, porém, essa modificação ou evolução do

componente deve passar por uma linguagem de codificação existente no grupo,

para que todas as fábricas do grupo, consiga enxergar o que está sendo realizado

para esse componente na Fábrica Pilotada no Brasil e também gerenciar as

informações realizadas por outras Fábricas do grupo e alertar o Engenheiro de

72

Produto sobre o que as outras fábricas estão fazendo ou o que já fizeram essa

modificação no componente.

A responsabilidade do Supervisor de Produção para essa atividade, é de

treinar e informar a data de aplicação da modificação, acordada na reunião de

Parada e Início, para o operador, fazendo com que ele não sofra maiores problemas

na montagem desse componente.

Após todos os profissionais relacionados acima, deterem as suas

informações necessárias para a aplicação dessa modificação ou evolução, eles

devem se reunir para realizarem a reunião de Parada e Início. Nesta reunião será

definida a data de aplicação para essa modificação, tendo como a aplicação direta

no posto de trabalho do operador na linha de produção.

No 2º Nível, existem três setores da Fábrica que devem trabalhar em

conjunto para a realização de suas tarefas, são eles:

� Setor de Produto, representado pelo Especialista de Produto;

� Setor de Coordenação - Direção Técnica, representado pelo Chefe de

Projeto;

� Setor de Compras, representado pelo Comprador.

O papel do Especialista de Produto é conhecer as tendências dos

mercados, nacionais e estrangeiros em nível de produto, isto é, conhecer novas

tecnologias, conhecer novos materiais que estão sendo desenvolvidos para serem

aplicados nos veículos, verificar o que a sua concorrência está desenvolvendo, e

também ter um contato muito próximo do seu Centro de P & D, para saber se os

interesses das estratégias da empresa estão indo na mesma direção que os do

mercado Nacional. Esse profissional tem a responsabilidade de trazer para a sua

empresa as novidades que estão sendo aplicadas em outras empresas ou

mercados.

O papel do Chefe de Projeto é de coordenar todas as atividades que estão

ligadas, direta e indiretamente, ao projeto de sua coordenação. Esse profissional

tem várias responsabilidades e trabalha transversalmente com todos os setores,

porém a maior de todas responsabilidades é a do cumprimentos das ações por

todos envolvidos nesse projeto.

73

O Comprador é responsável pelo desenvolvimento de fornecedores locais

que tenham qualidade assegurada no seu processo e consequentemente em sua

fábrica e principalmente desenvolver o preço do componente, sendo que esse preço

tem que ser no mínimo, competitivo mundialmente.

No 3º Nível, existem dois setores da Fábrica Piloto ou da Matriz que devem

trabalhar em conjunto com a Fábrica Pilotada para a realização de suas tarefas, são

eles:

� Setor de Engenharia da Matriz, representado pelo Engenheiro de Produto;

� Setor de Coordenação - Fábrica Piloto, representado pelo Coordenador;

O papel do Engenheiro de Produto da Matriz é conhecer o que está sendo

realizado em todas as Fábricas Pilotadas, naquele componente, para em conjunto

com o Engenheiro de Produto da Fábrica Pilotada auxiliá-lo nas modificações ou

evoluções já realizadas por outras Fábricas do grupo que ele conheça. É uma

função que tem um papel muito importante neste contexto, esse profissional fornece

todo o apoio necessário para a aplicação dessa modificação ou evolução de

componentes que estão em processo de tropicalização ou nacionalização que as

Fábricas Pilotadas necessitam.

Esse apoio pode ser, por exemplo, um levantamento do que os

fornecedores estão fabricando para esse componente em outros mercados - preço

ou matéria prima e etc.

O papel do Coordenador da Fábrica Piloto também é de apoio as

solicitações dos Engenheiros de Produto das Fábricas Pilotadas. Essas solicitações

podem ser relativas ao que foi realizado no seu processo de fabricação, no posto de

trabalho de um operador, relacionado ao ganho produtivo - tempo de ciclo da linha

de montagem, quando essa mesma modificação ou evolução foi realizada na sua

Fábrica, ou por exemplo, quais foram os treinamentos que os operadores receberam

para conhecer o novo componente.

Todos os três níveis existentes no modelo proposto, servem para apresentar

uma estrutura mais enxuta e ágil de gestão de projeto em nível internacional, porém

os níveis só irão funcionar adequadamente, se todos os profissionais que estão

representados em cada um dos níveis, executarem suas atividades corretamente,

tornando assim, as chances de falhas menores para aplicação de uma modificação

ou evolução de um componente em Fábricas Pilotadas.

74

No Quadro nº3 - Resumo das Atividades, apresentado no item 4.3.3, é

relatado resumidamente o cargo, o setor e a tarefa de cada um dos colaboradores

dentro do modelo de três níveis.

75

QUADRO - RESUMO DAS ATIVIDADES Nível Setor Cargo Tarefa

Logística

Analista de Logística

Conhecer a situação real do seu estoque para o componente que sofrerá a tropicalização ou nacionalização.

Engenharia

Analista de Documentação e Especificação Técnica

Inserir em formato de linguagem de codificação essa modificação ou evolução no sistema utilizado pelos Setores de Engenharia das Fábricas Piloto e Pilotada.

Engenheiro de Produto

Conhecer qual é a estratégia que deve ser realizada em nível global, junto a Engenharia da Matriz ou do Coordenador da Fábrica Piloto.

Fabricação

Supervisor de Produção

Treinar e informar os operadores sobre a data de aplicação e a modificação ou evolução deste componente que ocorrerá no seu posto de trabalho.

Produto

Especialista de Produto

Conhecer as tendências tecnológicas dos mercados nacionais e estrangeiros para este componente.

Coordenação Chefe de Projeto Coordenar todas as atividades que estão ligadas ao Projeto.

Compras Comprador Têm a responsabilidade de desenvolver fornecedores locais.

Engenharia Matiz

Engenheiro de Produto

Conhecer as atividades de modificações ou evoluções realizadas para este componente e auxiliar os Engenheiros de Produtos em todas as Fábricas Pilotadas.

Fábrica Piloto

Coordenador

Apoiar e auxiliar as solicitações de modificações ou evoluções dos Engenheiros de Produtos das Fábricas Pilotadas, informando qual procedimento foi realizado para esta mesma modificação em sua fábrica.

Quadro nº3: Quadro - Resumo das Atividades

Fonte: (2003)

As etapas apresentadas no item 3.4.1. (pág 59)que relatam o fluxo geral de

informações, que é a forma atual utilizada pela empresa denominada “A”. Essas

etapas apresentam falhas na comunicação no circuito geral de informação entre as

categorias de fábricas dessa empresa, que geram a má administração de algumas

etapas deste circuito.

76

Em função deste problema apresentado e confirmado através da pesquisa

de campo preliminar, foi criado um modelo de três níveis mais enxuto, ágil e com a

sua eficiência a ser comprovada através do questionário aplicado - questionário nº 2

O modelo de três níveis foi criado para melhorar e diminuir os níveis

existentes para a aplicação de uma modificação ou evolução de um componente.

A seguir é apresentada metodologia para gestão de projeto sustentada pelo

modelo de três níveis, a qual é descrita em seis etapas:

Etapa 1: reuniões estratégicas - traçar as estratégias para cada

componente. Participantes: setor de produto; setor de coordenação e setor

de compras;

Etapa 2: reuniões semanais - existência de uma forma de trabalho, cujo

objetivo principal é a comunicação entre 1º nível e o 2º nível. São

apresentadas as modificações ou evoluções para todos os participantes,

setores de logística, engenharia e fabricação, onde definirão uma data de

aplicação para o componente;

Etapa 3: Aprovação e validação - são aprovados e validados todas as

modificações ou evoluções de componentes por setores competentes dentro

da empresa: Produto, Coordenação, Compras, Engenharia, Qualidade,

Logística e Fabricação;

Etapa 4: reuniões informais - levantamento das informações, cujo objetivo é

adquirir o conhecimento técnico necessário para a aplicação desta

modificação ou evolução do componente;

Etapa 5: cheque liste - é realizado um levantamento entre todos os setores,

para verificar o conhecimento total sobre a modificação ou evolução do

componente;

Etapa 6: aplicação da modificação no posto de trabalho e início de um novo

ciclo de modificação ou evolução do componente;

De acordo com esta metodologia, a existência da comunicação entre todos

os níveis apresentados no modelo proposto, é de fundamental importância, ela é a

grande responsável pelo bom desempenho do modelo de três níveis.

77

O responsável pela interação entre todos os níveis, é o 2º nível, pois ele

deverá realizar a interação entre os outros dois níveis, isto é, ele é o responsável por

gerenciar as informações e as direcioná-las para o respectivo nível.

4.4. SÍNTESE CONCLUSIVA

O Capítulo 4 apresentou um modelo proposto para a gestão de projeto

deste estudo. O presente estudo iniciou-se com a coleta de dados preliminar,

através do primeiro questionário, buscando a confirmação de um problema comum.

Este foi encontrado entre as empresas que serviram de estudo de casos, instaladas

na região metropolitana de Curitiba, onde o problema focado, referia-se a três

aspectos: conhecimentos gerais; funcionamento ou método de trabalho; o problema,

que é melhor relacionado no Capítulo 3 nos itens 3.2; 3.3 e 3.4.

Objetivo desta coleta de dado preliminar era de se conhecer o impacto

sofrido diretamente na linha de produção, através da deficiência de montagem de

um componente no posto de trabalho, sendo ele, nacionalizado ou em via de

nacionalização. A partir desta análise, criou-se então uma proposta de um modelo

de gestão de projeto, que se baseou no modelo de FERDOWS (1997) -

Gerenciamento de Empresas no Exterior, modelo esse, o que mais se aproximou

das interfaces deste estudo.

A partir deste ponto, foi realizado a avaliação da proposta do modelo e da

eficácia do mesmo, através dos seus resultados, que é melhor detalhado e

apresentado no Capítulo 5.

78

CAPÍTULO 5

AVALIAÇÃO DO MODELO PROPOSTO E ANÁLISE DOS

RESULTADOS

Neste Capítulo serão apresentados inicialmente aspectos conceituais

relativos aos estudos de caso (5.1) e em segundo momento a avaliação do modelo

proposto (5.2).

5.1. Aspectos Conceituais

Segundo LAKATOS (1991, p.162) para delimitar uma pesquisa é necessário

que se estabeleça limites para a investigação.

5.1.1. População e Amostra

Para LAKATOS (1991, p.163) amostra é uma parcela convenientemente

selecionada do universo (População), onde um subconjunto é o universo

(População).

A amostra da pesquisa de campo preliminar e da pesquisa de campo para a

avaliação do modelo proposto foi composta por doze profissionais de três empresas,

quatro por empresa, representando respectivamente as área de:

� documentação e especificação técnica - engenharia;

� aprovisionamento de peças - logística;

� engenharia de produto - engenharia;

�pelo responsável de projetos - Direção Técnica - coordenação.

Conforme quadro nº4 abaixo:

79

Empresa A Empresa B Empresa C

Analista de

Documentação e

Especificação Técnica

Analista de

Documentação e

Especificação Técnica

Analista de

Documentação e

Especificação Técnica

Analista de Logística Analista de Logística Analista de Logística

Engenheiro de Produto Engenheiro de Produto Engenheiro de Produto

Chefe do Projeto Chefe do Projeto Chefe do Projeto

Quadro nº4: Amostra dos profissionais

Fonte: (2003)

Para a composição da amostra foi utilizado o método não-probabilístico

intencional, ou seja, de acordo com um determinado critério, foram escolhidas

intencionalmente algumas pessoas (MARTINS, 1990).O critério utilizado para a

composição da amostra referiu-se ao conhecimento e envolvimento dos

profissionais das áreas, como engenharia, logística e coordenação, cujo objetivo foi

de viabilizar o fornecimento de informações necessárias para a realização da

pesquisa de campo preliminar - primeiro questionário.

5.1.2 Delineamento do trabalho

FACHIN (1993), trata o delineamento de pesquisa utilizado como sendo o

estudo de caso, que tem como principal função a explicação sistematizada dos fatos

que ocorrem num determinado contexto.

A escolha deste delineamento justifica-se porque esta pesquisa

proporcionou o aprofundamento do conhecimento sobre uma determinada realidade

dentro das empresas multinacionais estudadas, analisando por várias fontes de

evidência a gestão de projeto em nível internacional, procura caracterizar as

relações existentes entre as matrizes e as suas filiais. A pesquisa foi realizada no

nível de conhecimento das dificuldades ocorridas, com relação ao fenômeno de falta

de informação e/ou comunicação, entre as partes envolvidas, para a implementação

de um novo componente tropicalizado ou nacionalizado em sua linha de produção.

80

O corte do estudo pode ser caracterizado como transversal porque os dados

foram coletados em um ponto do tempo, baseado numa amostra selecionada para

descrever uma população nesse determinado período.

A lógica do tratamento dos dados é qualitativa, porque a pesquisa teve

como pressuposto a obtenção de dados descritivos sobre o meio envolvente,

processo de gestão de projeto, visando compreender os fenômenos segundo as

perspectivas do meio estudado.

O emprego desta metodologia pareceu ser o mais adequado, uma vez que

possibilitou analisar as informações contidas no processo de gestão de projeto, para

a tropicalização ou nacionalização de componentes destinados às empresas

multinacionais que participaram deste trabalho.

5.1.3 Método de Coleta de Dados: Fonte de Coleta, Tratamento, Análise e

Representação

5.1.3.1. Fonte de Coleta de Dados

Para YIN (1987) a concentração da grande força do estudo de caso consiste

na utilização de várias fontes para a coleta de dados em busca de evidências. As

fontes para um estudo de caso podem ser provenientes de documentos, registros

de arquivos, entrevistas, questionários, observação direta ou não participante,

observação participante e artefatos.

Para LAKATOS (1991, p.165) é nesta etapa da pesquisa que se inicia

aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas. Outro aspecto

importante, é que nessa etapa deve-se ter o perfeito entrosamento das tarefas

organizacionais e administrativas com as científicas, obedecendo aos prazos

estipulados. Como YIN, LAKATOS relaciona os procedimentos necessários para a

realização da coleta de dados:

� coleta documental;

� observação;

� entrevista;

� questionário;

81

� formulário;

� medidas de opinião e atitudes;

� técnicas mercadológicas;

� testes;

� sociometria; análise do conteúdo;

� história da vida.

É dentro deste contexto que se apresenta a etapa de coleta de dados deste

trabalho. Os dados foram coletados através de um questionário: Pesquisa de campo

preliminar - primeiro questionário, para se conhecer o problema entre todas as

empresas nesse nível, e um segundo questionário que serviu para Avaliação do

Modelo Proposto - segundo questionário. Ambos questionários foram enviados para

profissionais responsáveis por área de gerenciamento de projetos, engenharia,

logística e coordenação, durante um determinado período de tempo, das empresas

que fizeram parte da amostra.

As coletas de dados tiveram as seguintes origens:

a) Fontes primárias: são aqueles que têm a relação direta com os fatos e a

realidade da análise. Normalmente, referem-se a relatos da experiência

profissional e opinião da atual, da vivência quanto ao desenvolvimento do

seu trabalho diário e da organização em que esses profissionais executam

dentro de suas atividades cotidiana.

Os dados primários de ambas pesquisas, pesquisa de campo preliminar,

primeiro questionário, e da Avaliação e Validação do Modelo Proposto, segundo

questionário, foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas, observação

não-participante e aplicação de questionários.

As entrevistas semi-estruturadas partem de questionamentos básicos que

servem como um roteiro de orientação. A formulação de novas perguntas de

pesquisa podem surgir no decorrer da entrevista, proporcionando novas

interrogativas. (Ap. TRIVIÑOS, 1987)

Portanto, ela possibilita ao entrevistador formular perguntas alternativas em

relação ao roteiro original, permitindo ao entrevistador explicar a sua opinião sobre

determinado assunto.

82

Na pesquisa de campo preliminar, primeiro questionário, o roteiro da

entrevista e o questionário buscaram identificar quais seriam as possíveis falhas ou

problemas que ocorrem dentro do processo de gestão de projeto das empresas

selecionadas.

O roteiro de entrevista foi único para todo o grupo ou extrato da amostra

selecionada e o questionário foi elaborado com base no roteiro de entrevista e nas

respostas dos entrevistados.

Já para a pesquisa de Avaliação e Validação do Modelo Proposto, segundo

questionário, o roteiro da entrevista e o questionário buscaram identificar se o

modelo proposto apresentado por este trabalho, no que diz respeito a questão de

gestão de projeto em nível internacional para tropicalização ou nacionalização dos

componentes destinados a linha de produção dessas empresas, atingiram o bom

desempenho, tornando assim, essa proposta viável e consequentemente, válida.

Como para o primeiro questionário, o roteiro de entrevista do segundo

questionário, foi único para todo o grupo ou extrato da amostra selecionada e o

questionário foi elaborado com base nos problemas salientados no primeiro

questionário, tornando possível modelar um fluxo informativo observando uma série

de etapas apresentadas na metodologia da proposta.

Dessa forma, foram realizadas as entrevistas, tanto para a pesquisa de

campo preliminar, primeiro questionário, quanto para a Avaliação e Validação do

Modelo Proposto, segundo questionário, e posteriormente, as aplicações dos

questionários nestas duas etapas, que eram compostas em sua maior parte por

perguntas fechadas com alternativas dicotômicas4, utilizando-se do escalonamento

do tipo “Likert” cujo objetivo é medir as atitudes em diversas propriedades:

� direção (positivo e negativo);

� intensidade (alta e baixa) dos entrevistados independente de sua resposta,

positiva ou negativa, mas também, em alguns momentos das entrevistas, utilizou-se

da técnica de perguntas abertas, as quais não foram possíveis estabelecer

alternativas de múltipla escolha, onde as respostas foram fornecidas pelos

informantes sem nenhuma intervenção do entrevistador. A escolha de perguntas

4 Perguntas fechadas com alternativas dicotômicas, são aquelas perguntas que não geram dúvidas entre duas ou mais alternativas, e que não podem ter o mesmo significado exemplo: Sim - Não; Verdadeiro - Falso; Certo - Errado.

83

fechadas deu-se pela facilidade de entendimento e pela praticidade quanto ao

preenchimento de respostas.

MARTINS e LINTZ, (2000) definem escalonamento do tipo “Likert” como

sendo o conjunto de itens apresentados em forma de afirmações, ou juízo, ante os

quais se pede aos sujeitos que externem suas reações, escolhendo um dos cinco ou

sete pontos da escala.

A duração média das entrevistas variou de trinta minutos a sessenta

minutos. Cada entrevista utilizou-se da mesma metodologia, onde ocorriam como

abertura, com uma prévia apresentação do trabalho, explicando a necessidade

daquela etapa e um explicação do funcionamento da entrevista, onde o entrevistado

teria em seu poder o roteiro em que seria conduzida aquela entrevista.

A observação não participante, é um fator importante do contexto da coleta

de dado, dentro de uma entrevista, onde deve ser anteriormente apresentado

alguns conceitos e pontos que estruturam essa etapa da obtenção do dado.

Segundo RICHARDSON (1989, p.213-219), observação não participante é o

exame minucioso ou a mirada atenta sobre um fenômeno no seu todo ou em

algumas de suas partes; é a captação precisa do objetivo examinado, onde pode-se

dizer que a observação sob algum aspecto, é imprescindível em qualquer processo

de pesquisa científica, pois ela tanto pode conjugar-se a outras técnicas de coleta

de dados como pode ser empregada de forma independente e/ou exclusiva. Para

estudar o comportamento de um operador ou até mesmo do seu hierárquico, o

pesquisador pode optar exclusivamente pela observação como fonte de dados,

porém ele pode optar também, pela observação e entrevista, ou pela observação e

questionário.

“Ap. SELLTIZ et all.(1974) defende e conceitua a observação, por um prisma científico, como sendo não apenas uma das atividades mais difusas na vida diária; é também um instrumento básico de pesquisa científica. A observação torna-se uma técnica científica à medida que serve a um objetivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planejada, sistematicamente registrada e ligada a proposições mais gerais e, em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades interessantes, é submetida a verificações e controles de validade e precisão”.

84

A observação é classificada, tradicionalmente, como um método qualitativo

de investigação, em função disto, pode-se relatar que a observação se classifica em

três categorias:

� observação assistemática x sistemática;

� observação participante e

� observação não participante, da qual esse trabalho utiliza como uma das

bases de coleta de dados.

Observação não participante; o investigador não toma parte nos

conhecimentos que são objetos de estudo como se fosse membro do grupo

observado, mas apenas atua como espectador atento. Baseado nos objetivos de

pesquisa, e através de seu roteiro de observação, ele procura ver e registrar o

máximo de ocorrências que interessa ao seu trabalho.

A observação não participante é uma técnica indicada para estudos

exploratórios, considerando pode surgir diferentes metodologias de trabalho, bem

como levantar novos problemas ou indicar determinados objetivos para a pesquisa.

Para LAKATOS (1991,p.174-214) que aborda a questão da observação com

um enfoque um pouco mais amplo. LAKATOS (1991) classifica e categoriza a

observação através de 4 tipos de coleta de dado para a pesquisa científica, que é

chamada de técnicas de pesquisa. As técnicas são um conjunto de preceitos ou

processos que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses

preceitos ou normas, a parte prática. Essas técnicas estão classificadas da seguinte

forma:

� documentação indireta;

� documentação direta;

� observação direta intensiva, onde são apresentados oito tipos de

observações, dentre eles, o que esse trabalho utiliza, observação não praticante; e

observação direta extensiva.

Como fonte de coleta de dado utilizada, pode-se registrar a técnica de

entrevista, questionário e observação não participante, ou até mesmo, utilizando-se

de outras técnicas mais difundidas nas pesquisas educacionais, para adquirir os

dados para a pesquisa.

85

A observação não-participante foi outra fonte utilizada para a coleta de

dados primários, a fim de possibilitar informações adicionais. Neste sentido, fatos e

ocorrências, comportamentos e condições ambientais da realidade organizacional

de gestão de projeto relacionados ao foco deste trabalho, assim eles foram

observados e registrados, contribuindo para a triangulação dos dados necessários.

Porém, é importante inserir neste contexto, algumas dificuldades

encontradas para a execução desta etapa, como por exemplo:

� o não cumprimento da agenda pré determinada por parte do entrevistado;

� as interrupções indiretas ou diretas, telefonemas ou a presença de outro

funcionário solicitando a ação ou intervenção do funcionário para um

determinado problema, ocorridas durante as entrevistas;

� o tempo gasto para a devolução dos questionário, etc.

b) Fontes secundárias: refere-se à análise de registros, documentos de

fontes privadas ou oficiais, incluindo formulários, relatórios, atas de reunião,

e-mail’s, análise de arquivo, telefonemas com a matriz, entre outros que

estejam disponíveis e estejam relacionados ao objetivo da pesquisa.

O objetivo da utilização destas fontes secundárias é a obtenção de se

relacionar um número maior de informações referentes à pesquisa em questão, de

forma que possam ratificar e complementar os dados obtidos por intermédio das

fontes primárias.

Os dados secundários desta pesquisa foram obtidos por meio do acesso à

intranet, na qual se encontram disponíveis os procedimentos, regulamentos,

organogramas, normas, modo de funcionamento das fábricas piloto e das fábricas

pilotadas e principalmente, informações referentes à gestão de projeto em nível

internacional. Além da intranet, também foram consultadas algumas comunicações,

quadros informativos e outros meios de comunicação interna ou externa, das

empresas selecionadas.

A coleta destes dados ocorreu na primeira fase do levantamento de

informações, facilitando assim, a obtenção de informações em relação a algumas

normas, regras e valores preconizados, auxiliando no entendimento da dinâmica de

funcionamento da organização e na elaboração do roteiro de entrevista.

86

5.1.3.2. Tratamento e Análise de Dados

Os dados coletados foram analisados de forma descritiva-qualitativa com a

utilização de técnicas de estatística simples, independente dos questionários

aplicados, primeiro ou segundo. O estudo descritivo representa um nível de análise

que permite identificar as características relativas dos fenômenos.

LEITE, J. A A (1978, p.24) defende o tratamento dos dados, como sendo

uma grande variedade de métodos estatísticos que podem ser utilizados no

tratamento dos dados atinentes à questão ou tema de dissertação de mestrado. O

objetivo desse método utilizado neste trabalho, é fazer estimativas sobre certos

aspectos de uma variável ou fenômeno com base numa amostra que, como parte

da população em estudo, contém informações sobre as características dessa

população.

O emprego da metodologia qualitativa foi adequada, porque o objetivo da

pesquisa de campo consistiu em descrever a relação entre as categorias em estudo,

possibilitando o entendimento em maior profundidade no comportamento dos

indivíduos, RICHARDSON (1989).

BIREME/OPSA/OMS (acesso 12 nov. 2002) defende a idéia de que se deve

iniciar a coleta de dados através da abordagem qualitativa, criando uma técnica de

grupo focal, de acordo com as seguintes situações:

a) envolver pessoas que sofrem de problemas ou que estão submetidas a

uma mesma situação;

b) quando a avaliação deve ser realizada em diferentes contextos;

c) para a elaboração de guias de entrevistas ou questionário;

d) para produzir hipóteses da avaliação, quando se conhece pouco sobre o

problema a ser avaliado;

e) na fase de exploração de uma situação que se deve avaliar, visando a

coleta de informações e principalmente a comparação entre os dados

disponíveis e os coletados e preparados, deverá resultar na formulação

de novas perguntas e permitir responder às hipóteses iniciais da

avaliação.

Conforme BARDIN (1979) que discute a questão da análise documental,

relata que a idéia consiste nas operações para a representação do conteúdo dos

87

documentos de uma forma diferente da original, facilitando a sua referenciação.

Assim, pode-se dizer, que dentro deste processo de análise documental deste

trabalho, essa teoria facilitou o estudo dos fenômenos de gestão de projeto na

tropicalização ou nacionalização dos componentes, pois os dados secundários

sofreram uma análise documental, a partir de vários documentos das empresas,

onde sempre tem os seus fatos ou acontecimentos importantes registrados.

Segundo SAMPIERI, COLLADO E LUCIO (1994) as entrevistas semi-

estruturadas e os questionários são técnicas de análise de conteúdo. Esta técnica é

útil para estudar e analisar os processos de comunicação de uma maneira objetiva,

sistemática e qualitativa, nos mais diversos contextos para se fazer inferências

válidas e confiáveis quanto as dados coletados. Esta técnica serve particularmente,

no estudo do material de tipo qualitativo, dos quais estas técnicas e instrumentos

trataram da análise do conteúdo para este trabalho.

Como complementação para esta análise do conteúdo, as demais fontes,

foram utilizadas como sendo dados coletados por intermédio da observação não-

participante.

Entretanto, para o BIREME/OPSA/OMS (acesso 12 nov. 2002) existem

técnicas e instrumentos para coletas de dados, cujo objetivo é de facilitar o processo

de avaliação, eles podem ser do tipo: dados secundários; observação direta; grupo

focal; entrevista estruturada; entrevista não-estruturada; inquérito por questionário e

a entrevista semi-estruturada.

Este trabalho utilizou as técnicas de entrevista semi-estruturadas;

observação não-participante; questionários com perguntas fechadas, utilizando-se

do escalonamento de “Likert”, para obtenção da análise do conteúdo, onde suas

principais características relatam a questão delas não inteiramente abertas, mas não

são conduzidas por muitas questões preestabelecidas. Baseia-se apenas em uma

ou poucas questões iguais, fechadas e também, abertas, nem todas as perguntas

elaboradas são utilizadas durante a realização da entrevista, pode-se ainda

introduzir outras questões que surgem de acordo com o que acontece no processo

em relação às informações que se deseja obter.

5.1.3.3. Representação de Dados: tabelas, gráficos e quadros

88

LAKATOS (1991, p.169-171) trata a questão de tabelas e quadros, como

sendo um meio para auxiliar, uma vez que facilita, ao leitor, a compreensão e

interpretação rápida da massa de dados, podendo, apenas com uma olhada,

aprender importantes detalhes. Sua definição conceitual é: método estatístico

sistemático, de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais, que

obedecem à classificação dos objetos ou materiais da pesquisa.

Os gráficos, utilizados com habilidade, podem evidenciar aspectos visuais

dos dados, de forma clara e de fácil compreensão. Em geral, são empregados para

dar destaque a certas relações significativas, onde LAKATOS define, como: são

figuras que servem para a representação de dados.

É neste contexto que este trabalho, apresenta todas as informações visuais

adquiridas na coleta de dados ou não, utilizando-se de uma metodologia de

elaboração de tabelas, quadros e gráficos, conforme as Normas de Apresentação

de Documentos Científicos do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do

Paraná.

5.2. AVALIAÇÃO DO MODELO PROPOSTO - SEGUNDO QUESTIONÁRIO

Neste item será realizado a avaliação do modelo proposto através do

questionário nº2 aplicado a amostra utilizado.

Segundo questionário - Avaliação do modelo proposto para a gestão de

projeto em nível internacional. Este questionário avaliou os seguintes assuntos:

a) Funcionamento, representado no gráfico nº3 pela letra F e

b) Avaliação da eficácia do modelo de três níveis, representado pela letra A.

A letra F foi avaliada através das perguntas do segundo questionário do

número 1 á 10 e a letra A foi avaliada das perguntas questionário do número 11 á

17.

A forma de cálculo para a adquirir a freqüência dos resultados percentuais

% representados no gráfico nº3, se dividiu em duas fases:

Primeira Fase - Conhecimento e somatório da resposta do questionário:

��levantamento e identificação da semelhança das respostas;

��somatório das respostas semelhantes;

89

��analise das respostas.

Segunda Fase - Transformação da resposta:

� transformação de todos os itens semelhantes da resposta em percentual.

Isto é, a mesma metodologia aplicada para o primeiro questionário.

A seguir são relacionados os três aspectos do modelo proposto, (seqüência

de atividade do modelo, estrutura do modelo e responsabilidade das tarefas), com

as respostas adquiridas através do segundo questionário:

a) Seqüência de Atividade do Modelo: Primeiro aspecto

O Primeiro aspecto e talvez o mais importante, relaciona-se ao fator da

comunicação entre as categorias de fábricas.

b) Estrutura do Modelo: Segundo aspecto

Para validar o modelo proposto procurou-se verificar qual seria a aplicação

deste modelo proposto dentro do aspecto, estrutura do modelo. A conclusão é que a

estrutura organizacional é responsável pela correta condução do processo de uma

modificação ou evolução de componentes.

c) Responsabilidade das Tarefas: Terceiro Aspecto

Este aspecto considera a necessidade da não centralização das

informações necessárias, da matriz e da fábrica piloto, para a implementação de

uma modificação ou evolução de um componente em uma fábrica pilotada.

A seguir é apresentado no gráfico de nº3 abaixo os valores % percentuais

das freqüências adquiridas nas respostas do segundo questionário.

100 10090

100

80

100

0

20

40

60

80

100

120

F A

Categorias

%

Empresa A

Empresa B

Empresa C

Gráfico nº3: Resultados percentuais - 2º questionário

Fonte: (2003)

90

F - Funcionamento do modelo de três níveis

Para este aspecto funcionamento do modelo, destinaram-se no 2º

questionário dez questões, isto é, da 1ª questão á 10ª questão, que analisaram a

sua funcionalidade.

A empresa “A” apresentou um índice percentual de 100% (ótimo), a

empresa “B” apresentou um índice percentual de 90% (ótimo), no que se refere ao

funcionamento e 10% (fraco) para a interatividade entre os três níveis. No entanto a

empresa “C” apresentou um índice de 80% (bom) para o funcionamento e 20%

(fraco) para a interatividade entre os três níveis.

A - Avaliação da eficácia do modelo de três níveis

Todas as empresas afirmaram que a eficácia do modelo foi considerada de

100% (ótimo), representadas através das perguntas 11 á 17, que serviu para a

avaliação deste modelo de três níveis, sendo ele, aplicável dentro do processo de

gestão de projeto em nível internacional.

91

CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO

6.1. CONCLUSÃO

O grande desafio das empresas multinacionais que operam em PED, é

marcado, e até mesmo caracterizado, por sua gestão e administração de projetos. A

dificuldade enfrentada por essas empresas, é a adequação e aplicação às

mudanças necessárias para a implementação e operalização de projetos nestes

países.

Para que elas possam conseguir até mesmo, realizar e fazer cumprir suas

mudanças, de uma forma rápida e efetiva sem necessidade de grandes

investimentos, tanto nas estruturas quanto nas inovações que o mercado necessita

para a sua própria sobrevivência - novos projetos, é necessário que as empresas

multinacionais trabalhem também na consciência da necessidade da tropicalização

ou nacionalização de componentes, sendo ela realizada de uma forma rápida,

barata e eficaz. No entanto, nem sempre é a forma encontrada por essas empresas

multinacionais de PED. Muitas vezes, por não possuírem um sistema de gestão de

projeto estruturado, estas empresas deixam de investir e consequentemente, ganhar

dinheiro, perdendo clientes, enfraquecendo sua marca, etc. Em contrapartida, a

definição de uma boa gestão de projeto em nível internacional faz com que as

empresas multinacionais sejam mais velozes e precisas, alcançando mais

rapidamente melhores resultados em produtividade, qualidade, custo e prazo,

conseguindo uma posição mais favorável para superar sua concorrência.

Com o objetivo de suprir a falha encontrada de comunicação entre as

categorias de fábricas listada na empresa denominada “A”, este trabalho apresentou

um modelo proposto de três níveis, para a gestão de projeto em nível internacional,

criando assim, uma melhoria na comunicação entre as categorias de fábricas

existente nesta empresa.

Esta modelo proposto foi construído a partir de aspectos teóricos, oriundos

de uma revisão bibliográfica sobre aspectos de gestão e estratégia empresarial para

empresas multinacionais e aspectos práticos, oriundos de pesquisa de campo que

92

se dividiu em duas fases: 1º fase, identificação e comprovação do problema e a

outra fase para a avaliação do modelo de três níveis, que sustenta a metodologia

proposta.

Deve-se destacar que este trabalho utilizou-se de três nacionalidades de

empresas multinacionais: a nacionalidade Francesa; a nacionalidade Francesa e

Japonesa; “Joint aventure” de Alemão com Americano, que serviu para explorar a

gestão de projeto em nível internacional. É importante lembrar que o conteúdo deste

trabalho pode ser utilizado para avaliar ou contribuir com idéias para outras

empresas multinacionais. Seguem os principais aspectos do modelo proposto nesta

dissertação.

O primeiro aspecto, e talvez o mais importante, relaciona-se ao fator da

comunicação entre as categorias de fábricas que diretamente pode-se relacionar as

pessoas e o papel de cada setor dentro da gestão de projeto em nível internacional.

Em muitas empresas multinacionais a gestão de projeto fica concentrada nas mãos

de poucas pessoas sendo que muitas das vezes outros colaboradores não

conhecem o que o seu colega de trabalho faz. Por exemplo: quem faz o que dentro

dos setores, não aproveitando o potencial humano existente na empresa. Se estiver

previsto, na gestão de projeto em nível internacional da empresa, a participação

efetiva de representantes dos diversos setores impactados pela tropicalização ou

nacionalização de componentes e que podem contribuir para essa modificação ou

evolução, a empresa irá potencializar a sua gestão de projeto.

O modelo proposto desenvolvido apresentou, portanto, a melhoria da

comunicação entre os níveis existentes nas categorias de fábricas da empresa

denominada “A”, tanto para o levantamento das necessidades de modificação ou

evolução de componentes quanto para a sua própria efetivação prática da

modificação, destinada ao posto de trabalho. Esta participação traz consigo uma

série de benefícios, tanto para a empresa que melhora a sua qualidade, custo e

prazo, pois passa a ter colaboradores trabalhando na melhoria do processo de

tropicalização ou nacionalização de componentes, quanto para o próprio

empregado, que passa a ter novos e diferentes desafios, passa a conhecer outros

colaboradores de outras fábricas, aumentando o seu conhecimento técnico e

sistêmico e ainda aprende a trabalhar em equipe.

93

Outro aspecto muito importante, dentro da gestão de projeto em nível

internacional, está relacionado a estrutura organizacional para a condução do

processo de modificação ou evolução de componentes destinados à um posto de

trabalho dentro da linha de produção.

Em função da gestão de projeto não ser o objetivo final de seu negócio e

também devido às diversas restruturações e a redução do quadro de funcionários,

muitas empresas multinacionais que atuam em PED, não possuem uma estrutura

sólida para a condução dos seus processos de modificação ou evolução de seus

componentes. Muitas nem mesmo possuem uma sistematização clara, voltada para

a realidade deste mercado. Com o tempo estas empresas terão fatalmente

insucessos na realização da implementação de seus produtos neste mercado,

representados, principalmente, pelo não alcance dos seus objetivos e pelas baixas

velocidades com que as suas modificações ou evoluções são efetivadas. É

imprescindível, portanto, a definição prévia da sistematização do processo de

gestão de projeto em nível internacional e a avaliações das propostas de melhorias

ou das necessidades de mudanças neste contexto. Cabe a alta administração

destas empresas, através da estruturação e da organização da sistematização deste

processo, fortalecer a prática da correta gestão de projeto, como sendo uma

ferramenta eficaz e essencial para o crescimento da empresa.

O modelo apresentado neste trabalho, mostra o caminho para que uma

empresa multinacional que trabalhe ou tenha a perspectiva de atuação no mercado

de PED, consiga mesmo sem grandes estruturas ou setores de gestão de projeto

em nível internacional, conduzir o seu processo de tropicalização ou nacionalização

de componentes, através da coordenação das modificações ou evoluções das

peças, alcançando as metas de qualidade, custo e prazo estabelecida inicialmente.

Finalmente, o modelo proposto considera a uma série de fatores chave para

o sucesso na gestão de projeto em nível internacional. Estes fatores foram

levantados e analisados nas pesquisas de campo e na revisão bibliográfica e estão

relacionados como problemas encontrados nas empresas multinacionais. Dentre

eles, destacam-se a necessidade da não centralização das informações

necessárias, da matriz e da fábrica piloto, para a implementação de uma

modificação ou evolução de um componente em uma fábrica pilotada, adquiridas

através do modelo de três níveis, respeitando os três fatores importantes do modelo

94

proposto: estrutura do modelo; seqüência de atividades do modelo;

responsabilidades das tarefas - pessoas e setores. A observação dos itens é

considerada crucial para se realizar, com sucesso, as tropicalizações ou

nacionalizações de componentes previstas na gestão de projeto em nível

internacional.

Após o desenvolvimento do trabalho concluiu-se que o sucesso no processo

de tropicalização ou nacionalização de componentes, depende muito mais da

correta sistematização das atividades relacionadas à gestão de projeto em nível

internacional que, propriamente, da necessidade da infra-estrutura dedicada para

este fim. Através do estabelecimento de um fluxo informativo, criado e validado no

modelo de três níveis, fica claro que ao se conhecer as necessidades de

modificação ou evolução de componentes de uma fábrica pilotada, a gestão de

projeto torna-se um item fácil de gerenciar. Desta forma alguns paradigmas devem

ser modificados dentro das empresas multinacionais. Entre eles o paradigma de que

o sucesso da condução dos projetos internacionais, depende de grandes estruturas

para a sua gestão.

Portanto, com a correta alocação dos recursos existentes, com um

planejamento estrutural organizado, englobando a gestão de projeto em nível

internacional, e com a devida sistematização na estrutura de coordenação das

modificações ou evoluções de componentes, as empresas multinacionais podem

melhorar o seu desempenho e fortalecer a sua posição no mercado. Para isto, estas

empresas dependem da visão gerencial dos seus líderes, acima de qualquer outro

aspecto organizacional.

O presente trabalho abordou tecnicamente a gestão de projeto em nível

internacional sobre aspectos teóricos e práticos. No entanto, não envolveu o estudo

de fatores comportamentais como os relacionados aos conflitos, valores, grupos de

poder, etc. que têm grande influência sobre o resultado no processo de modificação

ou evolução de componentes de uma fábrica piloto.

Desta forma sugere-se como tema para dissertações futuras a abordagem

comportamental envolvida nesta gestão, dentro de empresas multinacionais

(fábricas piloto e pilotadas).

95

GLOSSÁRIO:

“A”

Ação competitiva: como ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição

defensável em uma indústria, para enfrentar com sucesso as cinco forçar

competitivas, e assim obter um retorno sobre o investimento maior para a empresa.

Administrar ou gerenciar: consiste em planejar, decidir, por em prática as ações

conseqüentes e utilizar os meios para alcançar seus objetivos.

Amostra: é uma parcela convenientemente selecionada do universo (População),

onde um subconjunto é o universo.

Atividade: é o conjunto de ações cujo, o resultado, em um dado período, contribui

para o atendimento de uma necessidade administrativa ou operacional.

“B”

“C”

Ciência: vem a ser o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo,

abrangendo seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais.

Conhecimento o vulgar ou popular ou empírico: geralmente típico do camponês

ou do povo, transmitido de geração para geração por meio de educação informal e

baseado em imitação e experiência pessoal, os simplesmente obtido por acaso,

após inúmeras tentativas, é ametódico e assistemático.

Conhecimento científico: conhecimento científico é transmitido por intermédio de

treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo racional,

conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar “por que” e “como”

os fenômenos ocorrem, na tentativa de evidenciar os fatos que estão

96

correlacionados, numa visão mais globalizante do que a relacionada com um

simples fato, uma cultura específica.

Conhecimento filosófico: é o tipo de conhecimento que distingue-se do científico

pelo objeto de investigação e pelo método.

Conhecimento teológico ou religioso: é o conhecimento revelado - relativo a

Deus - aceito pela fé teológica, onde duas são as atitudes que se podem tomar

diante do mistério: primeira, é tentar penetrar nele com o esforço pessoal da

inteligência, mediante a reflexão e o auxílio de instrumentos; a segunda atitude

consistirá em aceitar explicações de alguém que já tenha desenvolvido o mistério e

implicará sempre em uma atitude de fé diante de um conhecimento revelado.

Contributor: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica é conhecida por servir ambos mercados, local e o estrangeiro e

por também assumir a responsabilidade de nacionalização e desenvolvimento de

novos produtos e/ou processo em sua fábrica, destinando-os para os seus

mercados.

Controle: é o processo que tem por objetivo ajustar o resultado, durante a

execução, com o planejamento, e que consiste no: acompanhamento, avaliação,

decisão e retroalimentação.

“D”

Delimitar a pesquisa: é estabelecer limites para a investigação. Desenvolvimento: é o uso sistemático de conhecimentos científicos ou

tecnológicos, geralmente alcançados por meio de pesquisa, com finalidade de obter

novos produtos ou processos, isto é, bens ou serviços, ou ainda, para alcançar

significativo melhoramento daqueles já existentes.

“E”

97

Elaboração progressiva: definição segundo Project Management Institute – PMI

HQ Minas Gerais. É a característica de projeto que integra os conceitos de

temporário e único. Engenharia: por sua vez, consiste no planejamento, no projeto e na execução do

empreendimento que deverá originar um produto ou prestar um serviço, resultados

de desenvolvimento. Entrevista semi-estruturada: entrevista semi-estruturadas são questão que não

são inteiramente abertas, mas não são conduzidas por muitas questões

preestabelecidas. Baseia-se apenas em uma ou poucas questões iguais, quase

sempre abertas, nem todas as perguntas elaboradas são utilizadas durante a

realização da entrevista, pode-se ainda introduzir outras questões que surgem de

acordo com o que acontece no processo em relação às informações que se deseja

obter.

Estratégia: é o plano de ações coordenadas a longo alcance no tempo e no

espaço, com foco no ambiente, o qual propicia a compreensão e o condicionamento

da ação em todas as atividades, MAcCRIMMON (1993).

Estratégia como plano: é o curso de ação conscientemente intencionado para lidar

com a situação. É realizada com antecedência às ações as quais é aplicada e

desenvolvida propositadamente. Enfoca como os líderes tentam direcionar a

organização para adequá-la a cursos de ações pré-determinadas, MINTZBERG

(1991).

Estratégia como manobra: pode ser considerada como um movimento de um jogo,

uma manobra específica com o propósito de desencorajar o competidor ou

oponente. A real estratégia é a ameaça. Conduz à esfera da competição direta,

onde truques e manobras são empregados para obter vantagem, MINTZBERG

(1991).

98

Estratégia como padrão: é um modelo ou padrão no qual fluem as ações,

englobando o resultado de um comportamento, sendo ele intencionado ou não.

Pode imputar uma intenção nesta consistência comportamental, ou seja, assume-se

que existe um plano atrás de um padrão. O foco é na ação, não levando em

consideração o comportamento. A estratégia como plano e como padrão são

independentes, o plano pode não ser realizado enquanto padrões podem surgir sem

pré-concepções, MINTZBERG (1991).

Estratégia como posição: toma-se a força de medição, o elo entre a organização e

o ambiente, ou seja, entre o contexto interno e externo. Refere-se ao

posicionamento no ambiente competitivo, encorajando a organização a encontrar a

sua posição e protegê-la de forma a enfrentar a competição, evitá-la ou subvertê-la.

Uma posição pode ser pré-selecionada planejada e/ou pode ser atingida por meio

de um modelo de comportamento, MINTZBERG (1991).

Estratégia como perspectiva: esta definição volta-se para dentro de uma

organização empresarial, onde o conteúdo não consiste apenas na escolha de uma

posição, mas na maneira arraigada do estrategista perceber o mundo. Torna-se o

comprometimento como certas maneiras de agir e responder. Sugere acima de

tudo, que a estratégia é um conceito, abstrações que existem apenas nas mentes

das pessoas interessadas. Entretanto, esta perspectiva é compartilhada pelo

membros da organização empresarial, através de suas intenções e/ou ações,

MINTZBERG (1991). Estrutura: vem a ser o conjunto ordenado e hierarquizado das partes constitutivas

de uma entidade.

Etnocêntricas: categoria de empresas multinacionais segundo PERLMUTTER.

Refere-se a uma abordagem sobre o domínio do país de origem, fundamental ao

modelo do laboratório centralizado.

99

EUA: Estados Unidos da América.

“F”

Fábrica Pilotada: tipo de fábrica que segue as orientações das fábricas piloto em

nível de evolução e/ou modificação de peças.

Fábrica Piloto: pioneira no lançamento do produto, detentora dos conhecimentos

técnicos e das evoluções e/ou modificações de peças.

Funcionamento: o conjunto das funções ou atribuições, ou então, a interação e a

interdependência entre essas partes constitutivas, bem como o relacionamento

entre todo o conjunto e o meio externo.

“G”

GATT: General Agreement for Trades and Tarifs Geocêntricas: categoria de empresas multinacionais segundo PERLMUTTER.

Identifica as empresa que desenvolvem um estilo cosmopolita e integrado,

semelhante ao transnacional.

Gerência de projetos: definição segundo Project Management Institute – PMI HQ

Minas Gerais. É a aplicação de conhecimentos, habilidades, e técnicas para projetar

atividades que visem atingir os requerimentos do projeto. Gerenciamento de projetos: é a repetida execução de cinco atividades: planejar,

reorganizar, integrar, medir e revisar - até que sejam alcançados os objetivos do

projeto. MEILLIR, P.J (1990, p.83) Gerente: que ou quem gere ou administra negócios, bens ou serviços.

Gestão de projeto: é a reunião de pessoas, sistemas e técnicas para se alcançar

com sucesso os objetivos previamente traçados. Ap. CASAROTTO, N. et all. (1999)

100

Gráficos: são figuras que servem para a representação de dados.

“H”

“I”

IDE: Investimento Direto no Exterior.

Input: entrada.

Insumo: é tudo aquilo que é fornecido ao processo.

Integrar: é manter a unidade e a livre operação da estrutura de recursos,

principalmente os elementos humanos, durante a real execução do planejamento.

MEILLER, P.J. (1990

“J”

“K”

“L”

Lead: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica é conhecida por ter a habilidade e o conhecimento de inovar e

criar novos produtos, processos e novas tecnologias para a empresa.

“M”

Medir: é obter uma contínua realimentação sobre o andamento do que foi

planejado. MEILLER, P.J. (1990) Meio ambiente: é a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar,

água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.

101

MCE: Mercado Comum Europeu.

Mercosul: Mercado Comum do Sul.

Método: é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior

segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e

verdadeiros -, traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as

decisões do cientista. Método científico: é a teoria das investigações. Método comparativo: é usado tanto para comparações de grupos no presente, no

passado, ou entre os existentes e os do passado, quando entre sociedades de igual

ou de diferentes estágios de desenvolvimento.

Metodologia: trata-se de um processo altamente interativo, muitas vezes partindo-

se de concepções abstratas para elaborar proposições cada vez mais substanciais,

mais harmônicas, em detalhamentos sucessivos, determinando todos os passos a

executar, até que o trabalho possa ser cristalizado em um documento que seja um

roteiro seguro a ser implementado e corrigido quando necessário.

“N”

“O”

Observação: conceito por um prisma científico, como sendo não apenas uma das

atividades mais difusas na vida diária; é também um instrumento básico de pesquisa

científica. Observação não participante: é o exame minucioso ou a mirada atenta sobre um

fenômeno no seu todo ou em algumas de suas partes; é a captação precisa do

objetivo examinado. Onde pode-se dizer que a observação sob algum aspecto, é

imprescindível em qualquer processo de pesquisa científica, pois ela tanto pode

102

conjugar-se a outras técnicas de coleta de dados como pode ser empregada de

forma independente e/ou exclusiva.

Offshore: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica é conhecida por se estabelecer o acesso ao ganho, através dos

baixos salários ou outros fatores que integram o baixo custo de produção, através

da produção de específicos itens a baixo custo.

Organizar: consiste em dispor as coisas, os meios materiais e as pessoas e em

estabelecer a maneira de interação, de modo a constituir uma entidade pronta para

funcionar com vistas a um objetivo determinado.

Organizar: é fazer o levantamento dos recursos necessários para por em prática o

trabalho especificado no planejamento numa estrutura eficaz. MEILLIR, P. J. (1990)

Outpost: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica é conhecida por desenvolver ou melhor, por estabelecer

primeiramente o ganho ao acesso ao conhecimento e à habilidade que a empresa

necessita.

Output: saída.

“P”

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento.

PED: Países em Desenvolvimento.

Perguntas fechadas com alternativas dicotômicas: são aquelas perguntas que não geram dúvidas entre ou mais alternativas, e que não podem ter o mesmo significado exemplo: Sim - Não; Verdadeiro - Falso; Certo - Errado. Pesquisa: é a busca sistematizada de conhecimentos científicos ou tecnológicos,

conforme ela se situe na área da ciência ou da tecnologia.

103

Pesquisa científica, pura, básica ou fundamental: quando não é motivada por

qualquer aplicação prática.

Pesquisa aplicada ou tecnológica: quando visa a resultados objetivos ou

resolução de problemas.

Planejar: é estabelecer subobjetivos claros e detalhados que serão alcançados

entre a situação atual e o objetivo final, juntamente com uma definição do trabalho

necessário para alcançar esses subobjetivos. MEILLIR, P. J. (1990)

Planejamento: é o processo que visa ao estabelecimento, com antecedência das

decisões e ações a serem executadas em um dado futuro, para atingir um objetivo

definido. Planejamento estratégico: é o processo gerencial que possibilita ao executivo

estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vista a obter um nível de

otimização na relação empresa com o seu ambiente. Plano: documento que consubstancia as decisões, tomadas em um determinado

momento e em um dado nível, e que visa a consecução de objetivos finais e serem

alcançados em determinado período, onde o resultado ou produto obtido é o

planejamento.

Policêntricas: categoria de empresas multinacionais segundo PERLMUTTER.

Descrevem empresa que tratam cada subsidiária de acordo com o país em que ela

se encontra, abordagem semelhante ao modelo de federação descentralizada.

Processador: é qualquer parte interna do processo que desempenha estas ações.

Processamento: o conjunto de ações que realizam as transformações dos insumos

em produtos ou resultados.

104

Processo: é um conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas (os

subprocessos) que transformam insumos em produtos ou resultados.

Processo de tropicalização ou nacionalização de componentes: é o projeto de

fabricação de um bem produtivo, que tem sua produção em fábricas de vários

países, destinada a consumidores de diferentes culturas, sendo que o produto tem

que ser único, respeitando a documentação exigida pela matriz, podendo e devendo

sofrer as adaptação para os diferentes países, consequentemente adequando-se as

necessidades dos mercados locais.

Programa: refere-se a um conjunto de projetos e atividades inter-relacionadas,

constituindo um empreendimento de razoável vulto, geralmente compreendendo a

concepção, o desenvolvimento e a produção de um sistema formado por um

produto e seus serviços associados, não necessariamente integrante de um plano.

Projeto: segundo FERREIRA, A B.(1986 p. 1144), diz que o termo projeto, vem do

latim “Projectu”, que significa “Lança para diante”, ou seja, “idéia que se forma

executar ou realizar algo no futuro: plano, intento, desígnio”: “empreendimento a ser

realizado dentro de determinado esquema”. E mais ainda: “redação ou esboço

preparatório ou provisório de um texto”: “esboço ou risco de obra a ser realizar” e no

campo da arquitetura, “plano geral de edificação”.

Projeto: definição segundo Project Management Institute – PMI HQ Minas Gerais.

São críticos para a realização da estratégia de negócios da organização por que

projetos são os meios pelos quais as estratégias são implementadas.

Projeto: para VALERIANO, D. L. (1987 P. 18), entretanto, ao se evoluir das

intenções para a ação, o termo projeto passou a designar também o conjunto dos

esforços que visam a realização do projeto/intento, do projeto/esboço ou do

projeto/desígnio, etc. ou seja, o termo projeto passa a abranger também a fase de

execução daquilo que foi imaginado, desejado ou delineado, compreendendo um

número, às vezes extremamente grande, de tarefas interligadas e de complexidades

105

variáveis. E mais, o projeto, assim entendido, passa a incorpora os meios que lhe

foram destinados para a sua execução: escritório, gerente, equipe, materiais etc. o

projeto em uma acepção ampla, passa a ser uma organização, ainda que transitória:

tem estrutura, regras de funcionamento, objetivo, gerência, equipe, insumos etc.

Projeto: é o conjunto das ações, executadas de forma coordenada por organização

transitória, ao qual são alocados os insumos necessários para, em um dado prazo,

alcançar um objetivo determinado.

Projeto: para Ap. CASAROTTO, N. (1999) o projeto pode ser caracterizado por um

conjunto de atividades interrelacionadas visando um objetivo comum. Caracteriza-se

ainda por ser executado dentro de uma determinado prazo e conforme um custo

previamente estimado.

“Q”

“R”

Revisar: é modificar o plano, a organização e, possivelmente, os objetivos para

acomodar as discrepâncias reveladas pela medição. MEILLER, P.J. (1990)

“S”

Server: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica é conhecida por utilizar seus específicos fornecedores nacionais

ou seus fornecedores do mercado regional.

Serviço: segundo ABNT. NBR I S O 8402 (1993 p.3), define serviço como sendo o

resultado gerado por atividades na interface do fornecedor/cliente, e por atividades

internas do fornecedor para atender as necessidades do cliente, sendo que o

fornecedor ou cliente podem ser representados na interface por pessoas ou

equipamentos.

106

Sistema: é o conjunto de partes, elementos ou componentes inter-relacionados

(subsistemas e/ou processos) e que visa à realização de determinados objetivos ou

efeitos situados no meio exterior ou no ambiente em que está inserido.

Software: Termo utilizado para dizer programa de informática.

Source: categoria de empresas no exterior segundo FERDOWS (1997). Essa

categoria de fábrica também é conhecida por se estabelecer o acesso ao ganho,

através dos baixos custos de produção, porém, diferenciando-se da fábrica do tipo

Öffshore” no que diz respeito ao domínio e conhecimento no desenvolvimento de

suas peças destinando-as para os mercados globais.

Staff: é a função de assessoramento às relações de linha de uma organização.

“T”

Tabelas ou Quadros: método estatístico sistemático, de apresentar os dados em

colunas verticais ou fileiras horizontais, que obedece à classificação dos objetos ou

materiais da pesquisa. Técnicas de pesquisa: são um conjunto de preceitos ou processos que se serve

uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte

prática. Tecnologia: é o conjunto ordenado de conhecimentos científicos, técnicos, empírico

e intuitivos empregados no desenvolvimento, na produção, na comercialização e na

utilização de bens e serviços. Tratamento dos dados: é definido como sendo um grande variedade de métodos

estatísticos que podem ser utilizados no tratamento dos dados atinentes à questão

ou tema de dissertação de mestrado “U”

107

“V”

“W”

“X”

“Y”

“Z”

108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1) ABNT. NBR I S O 8402. Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade - Terminologia Rio de Janeiro, 1993

2) ABNT. NBR I S O 14001. Sistema de Gestão Ambiental - Especificações e diretrizes para o uso Rio de Janeiro, 1996

3) ANSOFF, H. I. Strategic Management of Technology - The Journal of

Business Strategy: Vol.7 number 3 p.28-39, Winter, 1987

4) ANSOFF, H. I. Estratégia Empresaria Tradução Antônio Zoratto San-

Vicente revisão técnica Eduardo Vasconcellos e Jacques Marcovitch

São Paulo: McGraw-Hill, 1977

5) AQUINO, C. P.de Administração de Recursos Humanos: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1992

6) BARDIN, L. Análise de Conteúdo 70 ed. Lisboa Portugal: 1979

7) BARTLETT, C. A; GHOSHAL, S. Gerenciando Empresas no Exterior, A Solução Transnacional. Tradução Maria Cláudia Santos R. Ratto,

revisão técnica Carlos Osmar Bertero 2.ed.São Paulo Makron Books,

1992

8) BIREME/OPSA/OMS. Citação de referências e documentos eletrônicos. Disponível em: http://www.bireme.br/bvs/adolec> Acesso em: 12 nov. 2002.

9) BUNGE, M. Epistemologia: curso de atualização, QUEIROZ, T. A. EDUSP São Paulo, 1980

10) CANUTO, O. O Investimento Direto Externo e Restruturação Industrial. .Texto para discussão Campinas São Paulo: n.27, 1993

11) CASAROTTO Filho, N., FAVERO, J. S., CASTRO, J. E.E. Gerência de Projetos: Engenharia Simultânea. São Paulo: Atlas, 1999

12) CERVO, A. L. e BERVIAN, P.A Metodologia Ceintífica. . 3.ed.São Paulo: McGraw-Hill, 1983

109

13) CHIAVENATO, I. Manual de Reengenharia Um Guia para reinventar e

Humanizar a sua Empresa com a Ajuda das Pessoas. 2.ed.São

Paulo: Makron Books, 1995

14) CLELAND, D. I., KING, W. R. Análise de sistemas e Administração de Projetos. São Paulo: Pioneira, 1978

15) CLETO, M. G. Proposta de Estruturação da transferência de Tecnologia Intra-Firma para Produção no Exterior em Empresa Brasileira: Caso da Metal Leve S.A. Florianópolis,1996. Tese de

Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina.

16) DAVIS, K. e NEWSTROM, J. W. Comportamento Humano no Trabalho: administração e negócio. 1.ed.São Paulo: Pioneira, 1992

17) ENRIQUEZ, E. O Indivíduo preso na armadilha da estrutura estratégica R A E São Paulo: v.37, n.37, n.1, p.18-29, jan/mar, 1997

18) FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia

São Paulo: Atlas, 1993

19) FERDOWS, K. - Making the Most of Foreign Factories. Harvard

Bussiness Review: p. 73-88, April, 1997

20) FERREIRA, A. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2 ed. São

Paulo: Nova Fronteira, 1986

21) GIBSON, J. L., IVANCEVICH, J. M. e DONNELLY Jr, J. H.

Organizações: comportamento, estrutura, processo. São Paulo:

Atlas, 1981

22) Apud

GLUECK, W. F. e JAUCH, L. R. Business Policy and strategic management New York: 1984

23) GONZALES, J. C. S. e MIGUEL, P.A C.- Uma Contribuição à Interpretação da QS 9000. p.1-8, Piracicaba - São Paulo: 1998

24) GURGEL, F. C. A. Administração do Produto. 1.ed.São Paulo: Atlas,

1995

25) LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia

110

Científica. 3.ed. revisão e ampl.-- São Paulo Atlas, 1991

26) LEITE, J. A. A. Metodologia de Elaboração de Teses. São Paulo McGraw-Hill, 1978

27) (LEVITT, T. pg. 09) BARTLETT, C. A; GHOSHAL, S. Gerenciando Empresas no Exterior, A Solução Transnacional. Tradução Maria

Cláudia Santos R. Ratto, revisão técnica Carlos Osmar Bertero 2.ed.São

Paulo Makron Books, 1992

28) MAcCRIMMON, K. R. Do firm strategies exist? Strategic Management Journal, v.14, p.113-130, 1993.

29) MARTINS, G. de A. Manual para elaboração de monografias: trabalhos acadêmicos, projetos de pesquisa, relatórios de pesquisa, dissertações, 50 resumos de dissertações. São Paulo: Atlas, 1990

30) MARTINS, G. de A. e LINTZ A Guia para elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso

São Paulo: Atlas, 2000

31) MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing Metodologia e Planejamento

3 ed. São Paulo: Atlas, 1996

32) McCORMICK, E. J. e TIFFIN, J. Psicologia Industrial 1.ed. São Paulo - EPU, 1977

33) MEILLIR, P.J. Gerenciamento de Projetos Tradução Tânia Mara Salviati, revisão técnica Sílvio Carmo Palmiere

São Paulo: McGraw-Hill, 1990

34) MIDLER, C. O Automóvel que não Existia Gestão de Projetos e Transformação da Empresa. Tradução Teresa Lopes e Lemos de

Azevedo 1.ed.Lisboa Portugal: Monitor, 1995

35) NEVES, C. A R. S. O Brasil e o Futuro: Linhas para uma Presença do Brasil na Vida Internacioal. Política Externa V.1, n.4, março 1993

111

36) OLIVEIRA, D. de P. R. de Estratégia Empresarial: uma aboragem

empreendedora São Paulo: Atlas, 1988

37) (PERLMUTTER, pg. 81) BARTLETT, C. A; GHOSHAL, S. Gerenciando Empresas no Exterior, A Solução Transnacional. Tradução Maria

Cláudia Santos R. Ratto, revisão técnica Carlos Osmar Bertero 2.ed.São

Paulo Makron Books, 1992

38) PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: Técnica para análise de Indústrias e da Concorrência. Tradução de Elizabeth Maria de Pinto

Braga; revisão técnica Jorge A Garcia Gomes .5.ed.Rio de Janeiro:

Campus, 1991

39) PORTER, M. E. Vantagens Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. Tradução de Elizabeth Maria de Pinto Braga;

revisão técnica Jorge A Garcia Gomes .3.ed.Rio de Janeiro: Campus,

1990

40) QUINN, J. B. Strategies for Change. IN: The strategy concept. NJ: Prentice-Hall, 1991

41) REIS, J. R. et al .Manual de Engenharia de Sistemas e Projetos 1.ed.Rio de Janeiro - Petrópolis: Vozes, 1980

42) RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas São Paulo: Atlas, 1989

43) RODRIGUES, M. V. Ritos & Excelência nas Empresas. 1.ed.Rio de

Janeiro - Petrópolis: Vozes, 2002

44) SAMARA, B. S. e BARROS, J. C. Pesquisa de Marketing Conceitos e Metodologia 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1997

45) SAMPIERI, R. H., COLLADO, C. F. e LUCIO, P. B. Metodologia dela Investigatión Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 1994

46) SCOLNICK, E. M. Basic Research and its Impact on Industrial R&D. Research Technology Management. nov/dez. p. 21-26, 1990

112

47) Apud

SELLTIZ, et all. Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais São Paulo: EPU, 1974

48) Apud

SHTUB, A, BARD, J. F., GLOBERSON, S. Project Management: engineering, technology, implementation Englewood Cliffs N. J: Prentice Hall, 1994

49) TOURAINE, A. Um Mundo em Pedaços Tradução de José Marcos

Macedo, Folha de São Paulo, Mais!, São Paulo, Agosto 1995

50) TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em ciências sociais - a pesquisa qualitativa em educação São Paulo: Atlas, 1987

51) TUBINO, D. F. Sistema de Produção A Produtividade no Chão de Fábrica. 1.ed.Porto Alegra: Bookman, 1999

52) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos Científicos 2: teses, dissertações, monografias e trabalhos acadêmicos ed. Curitiba, 2000

53) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos Científicos 6: referências ed. Curitiba, 2000

54) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos Científicos 7: citações e notas de rodapé ed. Curitiba, 2000

55) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos Científicos 8: redação e editoração ed. Curitiba, 2001

56) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos Científicos 9: tabelas ed. Curitiba, 2000

113

57) UFPR. S. de B. Normas para Apresentação de Documentos

Científicos 10: gráficos ed. Curitiba, 2001

58) VALERIANO, D. L. Gerência em Projetos 1 ed. São Paulo: Makron

Books, 1998

59) VIEIRA, D. R, GASNIER, D. G. et al. Gerência de Projetos - Seminário Internacional. Curitiba: 1998

60) WOMACK, J. P.; JONES, D. T. e ROOSM D. A Máquina que Mudou o Mundo. Tradução Ivo Korytowski revisão técnica e apêndice José

Roberto Ferro 2.ed.Rio de Janeiro: Campus, 1992

61) WOMACK, J. P. e JONES, D. T. A Mentalidade Enxuta nas Empresas. Tradução Ana Beatriz Rodrigues e Priscilla Martins Celeste revisão

técnica José Roberto Ferro 1.ed.Rio de Janeiro: Campus, 1998

62) YIN, R. K. Case Study Research: design and methods Beverly Hills: Sage, 1987

114

APÊNDICE 1:

Questionário para conhecer o problema em comum entre as empresas

multinacionais automotivas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR - 1º QUESTIONÁRIO

Instruções: Este questionário aborda a questão da gestão de projeto aplicado aos produtos que estão em processo de tropicalização ou nacionalização de componentes, voltados à linha de produção. Como por exemplo, uma peça que destina-se a aplicação em um determinado posto de trabalho da linha de montagem, sendo que para isso, deve-se desenvolver fornecedores locais e consequentemente, o mercado local. Por favor responda todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser a primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Estou querendo através deste questionário conhecer um problema em comum, que ocorre durante um processo de nacionalização ou tropicalização de componentes, com as empresas que este trabalho destina-se a estudar. Forma de preenchimento: Este questionário é composto por questões fechadas do tipo dicotômicas, isto é, perguntas com respostas SIM ou NÃO, e tem um escalonamento tipo “Likert” que varia de 1 à 7, sendo que o número 7 corresponde a “conheço totalmente” e o número 1 corresponde a “desconheço totalmente”, que serve para avaliar o seu grau de intensidade (alto ou baixo), referente ao conhecimento do processo em questão.

115

Por exemplo: 1) Você conhece as regras do processo de nacionalização ou tropicalização de

componentes de sua empresa?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

Você deve marcar com um “X” a resposta que melhor corresponde a sua realidade e no que realmente está acontecendo para a realização do processo de tropicalização ou nacionalização de componentes, voltados à linha de produção. Em seguida, você deve indicar qual o seu grau de intensidade nos números que variam de “7” a “1”, marcando com “X” a opção desejada. Por favor, leia cada questão e em caso de dúvidas, solicite a pessoa que estiver aplicando o questionário um esclarecimento. Ao fim do questionário, terá um campo de comentários que você pode colocar sua opinião suplementar sobre a questão que desejar.

116

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Questionário:

Nome:____________________________________________ Função:___________________________________________ Setor que trabalha:__________________________________ Tempo que trabalha na empresa:______________________ A) Conhecimentos Gerais 1) Você conhece a estrutura organizacional do setor ou da equipe, time ou algo

do gênero de gestão de projeto de sua matriz (engenharia ou logística central) ou de outro setor do grupo de sua empresa responsável pela a tropicalização ou nacionalização de componentes?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

2) Você conhece as regras do processo de nacionalização ou tropicalização de

componentes de sua empresa?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

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117

3) Você conhece as pessoas responsáveis ou os interlocutores que executam

nacionalização ou tropicalização de componentes da matriz ou de outros setores responsáveis de outras fábricas do grupo de sua empresa, por esse processo?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

4) Você tem um bom relacionamento com os responsáveis ou interlocutores que

executam nacionalização ou tropicalização de componentes da matriz ou de outros setores responsáveis de outras fábricas do grupo de sua empresa, por esse processo?

SIM

NÃO

conheço totalmente

nenhum conhecimento

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

5) Atualmente você está trabalhando em uma tropicalização ou nacionalização de

componentes, através de uma evolução e/ou modificação?

SIM

NÃO

trabalho totalmente

não trabalho

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

118

B) Funcionamento ou Método de Trabalho 1) Você conhece o método de trabalho ou o funcionamento que a sua matriz ou

outra fábrica do grupo que coordena um projeto, realiza para administrar a gestão de projeto?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

:____:

6

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5

:____:

4

:____:

3

:____:

2

:____:

1

2) Você recebe as informações necessárias para realizar um processo de gestão

de projeto voltado para nacionalização ou tropicalização de componentes de sua matriz ou de outro setor responsável por tal atividade em sua empresa?

SIM

NÃO

recebe totalmente

não recebe

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7

:____:

6

:____:

5

:____:

4

:____:

3

:____:

2

:____:

1

3) Você conhece a situação de evolução e/ou modificação de um componente

pertencente ao seu perímetro de desenvolvimento?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

:____:

7

:____:

6

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5

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4

:____:

3

:____:

2

:____:

1

119

4) Você conhece o modo que é processado o controle da gestão de projeto na

tropicalização ou nacionalização de componentes, na matriz ou em sua fábrica?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

5) Você acredita nos critérios de evolução e/ou modificação utilizados pela matriz

ou por outra fábrica do grupo?

SIM

NÃO

acredito totalmente

não acredito

:____:

7

:____:

6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

C) Problema 1) Você concorda que existam problemas de comunicação ou outros tipos de

problemas entre a matriz e as filias do grupo, para realizar uma evolução e/ou modificação de um componente, destinado para a linha de montagem?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

:____:

1

120

2) Você conhece algum problema ou falha relacionado a ma administração na

implementação de um componente nacionalizado? Qual?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

:____:

1

3) Você concorda que todas as evoluções e/ou modificações de componentes

sugeridas pela matriz ou por outra fábrica do grupo que responde pela coordenação do projeto, são viáveis para sua fábrica?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

121

4) Você concorda que o problema de falta de peça nacional ou da não

possibilidade de montagem dessa peça em um componente que evoluiu por solicitação da matriz na linha de montagem, é um problema de gerenciamento das ações em todo processo de gestão de projeto voltado para tropicalização ou nacionalização de componentes?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

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1

5) Você concorda que outros departamentos de sua fábrica devam participa do

processo de tropicalização ou nacionalização de componentes? Quais departamentos?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

Comentários:

122

APÊNDICE 2:

Questionário para avaliar o modelo proposto a gestão de projeto que consequentemente sustentará a metodologia proposta para um processo de nacionalização ou tropicalização de componentes de empresas automotivas multinacionais em PED, que este trabalho destina-se estudar.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

AVALIAÇÃO DA PROPOSTA - 2º QUESTIONÁRIO

Instruções: Este questionário busca avaliar através da sua experiência, a capacidade gerencial do modelo proposto da dissertação, o problema encontrado na questão da gestão de projeto aplicado aos produtos que estão em processo de tropicalização ou nacionalização de componentes, voltados à linha de produção. O modelo proposto de três níveis da dissertação, podem ser consultado no Capítulo 4, para auxiliá-lo no preenchimento. Por favor responda todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser a primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Estou querendo através deste questionário avaliar o modelo proposto para a gestão de projeto que consequentemente sustentará a metodologia proposta para um processo de nacionalização ou tropicalização de componentes com as empresas que este trabalho destina-se a estudar. Forma de preenchimento: Este questionário é composto por questões fechadas do tipo dicotômicas, isto é, perguntas com respostas SIM ou NÃO, e tem um escalonamento tipo “Likert” que varia de 1 à 7, sendo que o número 7 corresponde a “concordo totalmente” e o número 1 corresponde a “discordo totalmente”, que serve para avaliar o seu grau de intensidade (alto ou baixo), referente ao conhecimento do processo em questão.

123

Por exemplo: 1) Você conhece as regras do processo de nacionalização ou tropicalização de

componentes de sua empresa?

SIM

NÃO

conheço totalmente

desconheço totalmente

:____:

7

:____:

6

:____:

5

:____:

4

:____:

3

:____:

2

:____:

1

Você deve marcar com um “X” a resposta que melhor corresponde a sua realidade e no que realmente está acontecendo para a realização do processo de tropicalização ou nacionalização de componentes, voltados à linha de produção. Em seguida, você deve indicar qual o seu grau de intensidade nos números que variam de “7” a “1”, marcando com “X” a opção desejada. Por favor, leia cada questão e em caso de dúvidas, solicite a pessoa que estiver aplicando o questionário um esclarecimento. Ao fim do questionário, terá um campo de comentários que você pode colocar sua opinião suplementar sobre a questão que desejar.

124

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Questionário:

Nome:____________________________________________ Função:___________________________________________ Setor que trabalha:__________________________________ Tempo que trabalha na empresa:______________________ A) Funcionamento e Aplicação 1) Você concorda que o modelo de funcionamento de gerenciamento de projeto,

deve ter sua estrutura mais enxuta?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

2) Você concorda que para o funcionamento das etapas descritas no modelo

proposto de três níveis, devem ser realizadas?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

125

3) O fator comunicação entre os três níveis existentes no modelo proposto é

coerente?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

:____:

6

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5

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4

:____:

3

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2

:____:

1

4) O fator funcionamento no modelo de três níveis pode levar a correta aplicação

de uma modificação ou evolução de um componente que esteja no processo de tropicalização ou nacionalização?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

5) O fator planejamento, controle dos dados e acompanhamento das etapas do

modelo de três níveis, devem ser centralizadas?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

:____:

6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

126

6) O fator responsabilidade de cada colaborador dentro do seu respectivo nível,

dentro do modelo de três níveis, deve ser respeitada?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

:____:

6

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5

:____:

4

:____:

3

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2

:____:

1

7) É importante definir os papéis, (atividades das tarefas ou ações das tarefas),

de todos colaboradores dentro do modelo de três níveis? Exemplo: Quem faz o quê?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

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2

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1

8) Para o Primeiro Nível: as reuniões semanais são necessárias?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

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1

127

9) Para o Segundo Nível: as reuniões estratégicas são necessárias?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

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1

10) Para o Terceiro Nível: é coerente a estrutura de reuniões que o modelo de

três nível utiliza?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

:____:

1

11) Você concorda que a boa interação entre os três níveis é um fator positivo, na

aplicação de uma modificação ou evolução de um componente que esteja no processo de tropicalização ou nacionalização?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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4

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3

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2

:____:

1

128

12) Você concorda que o fator treinamento dado para um operador é um fator

positivo, na aplicação de uma modificação ou evolução de um componente que esteja no processo de tropicalização ou nacionalização?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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3

:____:

2

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1

13) Você concorda que o desenvolvimento de fornecedores locais é uma tarefa

difícil para o Setor de Compras?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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3

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2

:____:

1

14) Você concorda que para o bom desenvolvimento de fornecedores locais o

Setor de Compras deva interagir com outros setores envolvidos para uma correta escolha?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

:____:

7

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6

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5

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3

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2

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1

129

15) Você concorda que o controle de estoque, realizado através de inventários, é

um fator positivo, na aplicação de uma modificação ou evolução de um componente que esteja no processo de tropicalização ou nacionalização?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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3

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2

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1

16) Você concorda que este modelo de três níveis é um modelo aplicável, dentro

do processo de tropicalização ou nacionalização de componentes?

SIM

NÃO

concordo totalmente

discordo totalmente

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7

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6

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5

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4

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:____:

2

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1

17) Quais seriam os requisitos fundamentais para a correta aplicação deste

modelo de três níveis dentro das empresas multinacionais? ( ) Assegurar que o componente ou peça será aplicado corretamente

respeitando a data de aplicação acordada entre todos os colaboradores envolvidos na reunião semanal;

( ) Assegurar que o fornecedor local tem um nível de qualidade e preço compatível com o preço do mesmo componente importado;

( ) Assegurar que a comunicação entre os três níveis do modelo proposto funciona;

( ) Assegurar que a estratégia de modificação ou evolução tomada pela Fábrica Pilotada deste componente é adequada e não interfere na estratégia mundial da empresa;

( ) Outros; quais?_________________________________________________ _____________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

130

Comentários:

131

APÊNDICE 3:

Para uma maior facilidade de entendimento da questão de estratégia de

empresa, comenta-se aqui alguns conceitos importantes:

a) Ciência, vem a ser o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao

universo, abrangendo seus fenômenos naturais, ambientais e

comportamentais.

b) Tecnologia é o conjunto ordenado de conhecimentos científicos, técnicos,

empíricos e intuitivos empregados no desenvolvimento, na produção, na

comercialização e na utilização de bens e serviços.

Entretanto ciência e tecnologia são conhecimentos classificados em áreas

arbitrariamente estabelecidas: A pesquisa, o desenvolvimento e a engenharia são

processos que essencialmente visam à obtenção e à utilização desse

conhecimentos. Logo, pesquisa é a busca sistematizada de conhecimentos

científicos ou tecnológicos, conforme ela se situe na área da ciência ou da

tecnologia, sendo chamada de:

� pesquisa científica, pura, básica ou fundamental, quando não é motivada

por qualquer aplicação prática;

� pesquisa aplicada ou tecnológica, quando visa a resultados objetivos.

Para SCOLNICK, E. M. (1990 p. 21-26), os resultados da pesquisa científica

têm sido a fonte de imediatos desdobramentos e de íntima conexão com as

pesquisas tecnológicas e o desenvolvimento industrial e outras vezes, seus

resultados têm sido retidos por se vislumbrarem aplicações imediatas e

importantes, seja pelas perspectivas industriais ou comerciais.

c) Desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento experimental ou

simplesmente, desenvolvimento, é o uso sistemático de conhecimentos

científicos ou tecnológicos, geralmente alcançados por meio de pesquisa,

com finalidade de se obter novos produtos ou processos, isto é, bens ou

serviços, ou ainda, para alcançar significativo melhoramento daqueles já

existentes.

O desenvolvimento situa-se entre a pesquisa e a produção, sendo

geralmente interposto ainda mais um processo: a engenharia. Neste caso, o

desenvolvimento objetiva a viabilização de uma idéia ou concepção e sua

132

materialização por meio de protótipos, modelos de laboratórios, instalações-piloto e

todos os experimentos que possibilitam passar-se à engenharia. Então, engenharia

por sua vez, consiste no planejamento, no projeto e na execução do

empreendimento que deverá originar um produto ou prestar um serviço, resultados

de desenvolvimento. Ela toma designações várias, conforme os setores que se

aplica: engenharia de sistemas, engenharia de produto, engenharia de processo,

engenharia de construção/montagem, engenharia de produção, engenharia de

qualidade, engenharia de “software” etc. Quando os trabalhos de pesquisa, de

desenvolvimento e de engenharia se acham organizados, cada um com o seu

objetivo, sua estrutura, seus insumos e seus produtos, eles são considerados,

respectivamente, como projeto de pesquisa, projeto de desenvolvimento e projeto

de engenharia.

d) Planejamento é o processo que visa ao estabelecimento, com

antecedência das decisões e ações a serem executadas em um dado

futuro, para atingir um objetivo definido. O resultado ou produto do

planejamento é um plano, o documento que consubstancia as decisões,

tomadas em um determinado momento e em um dado nível, e que visa a

consecução de objetivos finais a serem alcançados em determinado

período.

e) Metodologia, trata-se de um processo altamente interativo, muitas vezes

partindo-se de concepções abstratas para elaborar proposições cada vez

mais substanciais, mais harmônicas, em detalhamentos sucessivos,

determinando todos os passos a executar, até que o trabalho possa ser

cristalizado em um documento que seja um roteiro seguro a ser

implementado e corrigido quando necessário.

f) Programa refere-se a um conjunto de projetos e atividades inter-

relacionadas, constituindo um empreendimento de razoável vulto,

geralmente compreendendo a concepção, o desenvolvimento e a produção

de um sistema formado por um produto e seus serviços associados, não

necessariamente integrante de um plano.

g) Projeto: para VALERIANO, D. L. (1987 P. 18), entretanto, ao se evoluir

das intenções para a ação, o termo projeto passou a designar também o

conjunto dos esforços que visam a realização do projeto/intento, do

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projeto/esboço ou do projeto/desígnio, etc. ou seja, o termo projeto passa a

abranger também a fase de execução daquilo que foi imaginado, desejado

ou delineado, compreendendo um número, às vezes extremamente grande,

de tarefas interligadas e de complexidades variáveis. E mais, o projeto,

assim entendido, passa a incorporar os meios que lhe foram destinados

para a sua execução: escritório, gerente, equipe, materiais etc. o projeto em

uma acepção ampla, passa a ser uma organização, ainda que transitória:

tem estrutura, regras de funcionamento, objetivo, gerência, equipe, insumos

etc. ou assim dizendo, projeto é o conjunto das ações, executadas de forma

coordenada por organização transitória, ao qual são alocados os insumos

necessários para, em um dado prazo, alcançar um objetivo determinado.

h) Serviço: segundo ABNT. NBR I S O 8402 (1993 p.3), define serviço como

sendo o resultado gerado por atividades na interface do fornecedor/cliente, e

por atividades internas do fornecedor para atender as necessidades do

cliente, sendo que o fornecedor ou cliente pode ser representado na

interface por pessoas ou equipamentos.

i) Atividade por sua vez, é o conjunto de ações cujo resultado, em um dado

período, contribui para o atendimento de uma necessidade administrativa ou

operacional.

j) Controle é o processo que tem por objetivo ajustar o resultado, durante a

execução, com o planejamento, e que consiste no acompanhamento,

avaliação, decisão e retroalimentação.

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HENRIQUE XAVIER ANDRADE

PROPOSTA DE UM MODELO DE GESTÃO DE PROJETO PARA TROPICALIZAÇÃO DE COMPONENTES EM EMPRESA

AUTOMOTIVA MULTINACIONAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (PED).

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Gradução de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Orientador: Prof. Marcelo Gechele Cleto

CURITIBA,PR 2003