proposta de projeto pedagogico - africanidades brasil
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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
GERÊNCIA REGIONAL DE ENSINO / RECANTO DAS EMAS
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 113 QUADRA 113 ÁREA ESPECIAL / RECANTO DAS EMAS
FONES: (61) 3901.3356
PROPOSTA DE PROJETO PEDAGÓGICO
DO CURSO AFRICANIDADES
CURSISTA: PROFESSOR MARCUS MACIEL
TUTORA: AURISTELA DE OLIVEIRA MONTEIRO
ABRANGÊNCIA: TRABALHO FINAL
CEF 115– Recanto das Emas Miniatura de Orixás
"Ìbà àgbà o, àgbà o, mo júbà ìbà á _e
Àgbò àgbò àgbò mo júbà
o madé kú ilé
Ìbà àgbò àgbò mo júbà
Elégbàrá àgò l'ónà
Brasília
Ago-Out/2006
1. JUSTIFICATIVA
Inicio este Projeto Pedagógico, com uma pequena canção em iurubá1
dedicada a Exú-Elégbàrá2, com a qual abre-se a maioria dos rituais públicos de
Candomblé, que pode ser traduzida como:
“Com todo o respeito, inclino-me diante de vocês e rogo sua atenção
nossas preces serão atendidas Com todo o respeito, inclino-me diante de
vocês e rogo sua atenção crianças, desejo-lhes tudo de bom em sua casa.
Com todo o respeito, inclino-me diante de vocês e rogo sua atenção Elégbàrá,
limpe o caminho”,
Assim terei a certeza que meus caminhos estarão limpos e abertos para
como abiã3 ser iniciado como multiplicador oficial do MEC em cumprimento a
Lei nº 10.639/03 depois da conclusão do Curso: Educação Africanidades
Brasil.
Segundo o filósofo Inglês Herbert Spencer (1820 - 1903) "a finalidade da
Educação é formar seres aptos para governar a si mesmo e não para ser
governado pelos outros". Desta forma, o ato de aprender supera a questão do
ensino, já que a aprendizagem deve ser permanente, isto é, deve ultrapassar
os muros de uma escola.
É esta a intenção deste Projeto Pedagógico para o CEF 115 - Recanto
das Emas, que como instituição educacional, possui a missão de formar
cidadãos críticos, que não só conheçam os conteúdos propriamente ditos, mas
também saibam pensar por si mesmos.
A multiplicidade de raízes da nossa formação cultural não pode ser
desconsiderada sob pena de se priorizar apenas a visão hegemônica e
unilateral de mundo.
O Brasil multicultural e pluriétnico devem ser estudados. Os currículos
escolares precisam contemplar o conhecimento de todos os povos, sem
exclusão.
Assim, a grande maioria que compõe a mestiçagem do país poderá
reconhecer-se e ser reconhecida como detentora de valores humanos próprios
participando do processo de desenvolvimento.
1 A língua iurubá é falada por grupos étnicos autóctones da República Federal da Nigéria 2 Exu - É o Deus mensageiro, que abre (ou fecha) os caminhos do mundo, muito confundido como sendo
o dono das trevas (Satanás) 3 Pessoa que está nascendo para o culto
Queremos um processo educativo que respeite à individualidade do
educando, para que o seu engajamento, na sociedade se faça de forma
positiva.
Para formar um cidadão crítico, capaz de pensar e tomar suas próprias
conclusões necessita-se cada vez mais que a sociedade reflita a respeito do
papel da educação como base das transformações e evoluções sociais.
Assim, torna-se necessária a criação de uma escola comprometida com
tais transformações, que leve em consideração não a quantidade de conteúdo,
mas a relação destes com a vida, com a prática da cidadania.
Com essa atitude estaremos cumprindo o que apregoa a LDB (Lei nº
9.394/96), inclusive com as alterações feitas pela Lei nº 10.639/03, que incluiu
no currículo oficial da rede de ensino a temática histórica e cultura afro-
brasileira.
Além deste nexo com a vida, a escola deve levar em consideração uma
educação centrada nos escolares, isto é, lembrar-se de que ele é um ser
humano em constante formação, e que antes de entrar no ambiente escolar,
vem de um lar, com sua própria estória, com êxitos e dificuldades comuns à
vida familiar.
Foi pensando nestes aspectos e na realidade da comunidade do
Recanto das Emas, especialmente a clientela atendida pelo CEF 115, que
enfrenta problemas de falta de recursos financeiros, desinteresse, indisciplina,
baixa auto- estima, analfabetismo dos pais, repetência e desajustes familiares.
Que foi criado, então, este Projeto Pedagógico, proposta esta, visando
amenizar ou mesmo tentar resolver, tais distorções através de textos reflexivos,
dinâmicas e discussões chegando ao lema "Educação e Afeto para a
Cidadania", entendendo que somente a educação aliada ao afeto, isto é, a
valorização do estudante como pessoa, poderá mudar a história desta
comunidade, permitindo aos nossos escolares que se libertem das várias
formas opressão humana, inclusive a de baixa renda.
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Numa sociedade em que a falta do incentivo, dos pais para que os filhos
frequentem a escola e não há, por parte do Sistema, incentivo para que os
estudantes nela permaneçam, pretende-se proporcionar ao educando um
ambiente agradável, que crie a vontade de presença do aluno, para que ele
adquira conhecimentos significativos, que estabeleçam nexos com a prática
social e com o mundo do trabalho4 e desta forma, possa exercer
conscientemente o seu papel de cidadão e se aceitarem na sociedade que
vivem.
Fazer o educando reconhecer a constante presença da marca africana
na literatura, na música, na criatividade, na forma de viver, de pensar, de
andar, de dançar, de falar, de rir, de rezar e de festejar a vida; conhecer a
história do Brasil contada sob a perspectiva do negro, amenizando os
preconceitos existentes na comunidade do Recanto das Emas onde a
discriminação entre seus próprios membros é visível, pela má colocação no
mercado de trabalho e conseqüentemente a baixa remuneração, muitas vezes
até mesmo pelos traços raciais.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Valorizar o estudante, reconhecendo suas dificuldades e
necessidades, como um ser em constante formação;
Incentivar o profissional da educação, para que ele cresça em
conhecimento através da participação em cursos e na realização de projetos;
Propiciar ao educando o resgate da auto-estima, o amor a Deus e
ao próximo através do respeito a sua pessoa;
Propiciar aos escolares o resgate de suas origens étnico raciais,
através da valorização e conhecimento do seu passado cultural.
4 Artigo 1° § 2° da LDB (Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996).
Incentivar o desenvolvimento da criatividade através de atividades
lúdicas;
Incentivar o educando, para que ele cresça em conhecimento
através da participação em cursos e na realização de projetos de voluntariado;
Proporcionar a participação de todo o grupo de educadores na
discussão de idéias através das Coordenações Pedagógicas;
Buscar parcerias com a comunidade, ONG’s e órgãos públicos ou
privados na tentativa de soluções para as dificuldades enfrentadas;
Garantir ao discente o direito de resposta no esclarecimento de
suas dúvidas inclusive quando for avaliado, dando-lhe também a oportunidade
de avaliar;
Incentivar a socialização dos escolares através do conhecimento
da realidade das demais escolas do Recanto das Emas e, na medida do
possível, de outras Regiões Administrativas;
Fazer da Educação uma ponte para o pleno e total exercício da
cidadania5;
Proporcionar aos escolares com necessidades especiais6 o
respeito às suas limitações, incentivando-o a alcançar o seu espaço no ensino
regular e na sociedade como um todo;
Cumprir com legitimidade a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9.94/96).
5 Artigo 205 da Constituição da República Federativa do Brasil - 1988 6 Artigo 58 da LDB (Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996).
3. NOSSO PUBLICO ALVO7
A Região administrativa do Recanto das Emas foi criada pelo Governo
do GDF em 28 de julho de 1993, por meio da lei 510/93, com o objetivo de
atender ao seu Programa de Assentamento e erradicar invasões.
Dados do Censo Demográfico 2000 registravam 93.287 habitantes na
região, sendo 96,27% concentrados na área urbana. Seus moradores
constituem 4,55% da população total do DF e a maioria, 50,08%, nasceu aqui.
Novamente as mulheres - que representam 50,90% da população - e os
nordestinos - 31,84% é maioria.
O crescimento populacional também é grande. Enquanto o DF registra
uma taxa de crescimento anual da ordem de 2,11% ao ano, no Recanto das
Emas está na faixa de 15,29%
Pesquisa em fase de tabulação da Faculdade de Arquitetura da
Universidade de Brasília (UnB), feita pelo Arquiteto Marcel Santana, mostra
que nas ruas da capital federal a mistura de raças é visível. Os números do
IBGE também comprovam: que no Distrito Federal a população de negros e de
brancos é equilibrada. A diferença é a condição de vida de cada um desses
grupos.
O levantamento mostra que o projeto urbanístico da cidade favorece
essa segregação. Os emigrantes oriundos do Nordeste, maioria negra, que
veio para construir a cidade, ficou sem espaço e acabou isolada em núcleos
distantes do centro, explica o arquiteto Marcel Santana.
De acordo com a pesquisa, a divisão entre negros e brancos está ligada
a aspectos sociais. Sobretudo à condição financeira. No Lago Sul, onde a
média salarial de um pai de família é de R$ 11 mil, a concentração de brancos
chega a 84%.
Já na Estrutural, Recanto das Emas e Brazlândia a maioria da
população é da raça negra.
Na série de reportagens especiais feitas pelo jornal Correio Braziliense,
denominada “Meu lugar” , em 29 de maio de 2005, temos a seguinte
informação:
7 Adaptado do texto da Professora Maria Evoneide Andrades Bessa Xavier, produzido em março de 2003.
[...] o Recanto das Emas é uma cidade das mais religiosas, aqui encontramos nada menos que 348 igrejas evangélicas, 02 igrejas católicas e 06 capelas [...].
A realidade da comunidade do Recanto das Emas; especialmente a
clientela atendida pelo CEF 115; enfrenta problemas de falta de recursos
financeiros, desinteresse, indisciplina, baixa auto-estima, analfabetismo dos
pais, repetência e desajustes familiares, é conforme dados da reportagem do
Correio Braziliense uma comunidade bastante religiosa e com grande
concentração de adeptos da doutrina evangélica que por natureza em sua
maioria possuem resistência a cultos afros.
No segundo semestre de 2005, testemunhei um fato bastante
desagradável, uma das minhas alunas; uma iaô8, por sinal de traços brancos;
pois aproveitara o recesso para sua feitura de santo9, quando se iniciaram as
aulas, se apresentou toda de branco, usando um ojá10 e um kelé11, estava
cumprindo preceitos12, assim, assistia as aulas sentada numa esteira e para se
alimentar, usava as mãos.
Para a grande maioria dos colegas e de alguns professores a aluna se
apresentar naquelas condições foi uma agressão a eles professores e aos
colegas, pois a maioria é adepto de seitas evangélicas...
Cheguei a fazer citação da Constituição Federal onde é livre o culto
religioso. E como professor de História adepto do candomblé, me prontifiquei a
aparar todas as arestas.
Certo dia no intervalo sou chamado às pressas por alguns escolares
dizendo que a estudante estava tendo um ataque epiléptico. Quando cheguei a
sala verifiquei que na verdade a aluna estava incorporada13 com o érê14,
realizei os procedimentos necessários e a discente voltou a si.
O Centro de Ensino Fundamental 115 foi à segunda escola a ser
construída no Recanto das Emas para atender a essa demanda. Entretanto os
discentes iniciaram o ano letivo em abril de 1994 em salas de aula que
8 Iaô - denominação para o iniciado após a feitura. 9 Feitura de santo - iniciação ou processo em que os duplos sobrenaturais dos elementos psíquicos da
pessoa são fixados em um objeto simbólico e sua contraparte é fixada na cabeça do iniciado. 10 Ojá -Tira de pano branco para cobrir a cabeça. 11 Kelê - coleira feita de contas nas cores do orixá que demonstra seu vinculo com a divindade. 12 Normas, regras; no Candomblé diz-se do sacrifício do iaô na feitura do orixá. 13 Estado psíquico da pessoa quando em contato com o orixá. 14 Erê - espírito de (ou sob a forma de) criança que prepara o iaô para receber seu orixá.
estavam sobrando em outras Regiões Administrativas como Ceilândia,
Taguatinga e Gama.
Estas salas de aula foram emprestadas, uma vez que a escola 115 só
ficou pronta em agosto de 1994.
Durante todo esse período, de abril a agosto, foi oferecido aos discentes
transporte escolar em ônibus conveniados do GDF.
Em agosto 1994, o CEF 115 foi inaugurado, uma ''escola de lata'' e de
caráter provisório. Uma escola com 18 salas da aula, biblioteca, cantina, sala
da direção, secretaria, sala dos professores e banheiros.
Naquela época a escola iniciou seu percurso com o inesquecível
''horário da fome'', que se constituía de três turnos ao longo do dia: das 07:30
h às 10:30 h; das 10:40 h às 13:00 h, e a tarde, no horário integral, com os
escolares da 5ª a 8ª séries.
Os anos se passaram e a ''escola de lata'', que a princípio era para ser
provisória, manteve-se de pé até meados de 2003.
Em outubro de 2003 o GDF entregou a comunidade do Recanto das
Emas uma escola na Entrequadras 113/114 toda construída em alvenaria,
composta de 20 salas de aula, secretaria, sala da direção, sala de professores,
sala de orientação educacional, cantina, laboratórios, biblioteca, anfiteatro,
almoxarifados, uma lanchonete terceirizada, uma sala de auxiliares de limpeza,
seis banheiros para os estudantes, dois banheiros para professores, uma
quadra de esportes, um grande pátio e estacionamento, tudo isso com
adaptações para portadores de necessidades especiais - PNE.
A comunidade escolar da famigerada “escola de lata” - CEF 115 foi
transferida para as novas instalações. Mas apesar das boas instalações e novo
endereço, a escola precisou manter-se como CEF 115, uma vez que o CEF
113 legalmente não existe.
4. PROGRAMAÇÃO
No primeiro Bimestre trabalharemos as raízes e a miscigenação
do povo brasileiro, tendo no fim de abril, próximo ao “Dia do Índio”, a
culminância com o evento Encontro das Raízes, com apresentações de Hip
Hop, Capoeira, Grupo de Axé, etc, destinado aos educandos e comunidade.
Para os meses de Maio a Julho estaremos trabalhando a
influência do branco, nativo e negro na gastronomia do dia-a-dia e o porquê do
uso de certos componentes na dieta de cada etnia, como por exemplo: o milho
como principal legado indígena, a feijoada, como prato tipicamente negro e o
uso do trigo como influência européia (branco). Em Julho realizaremos um
Festival Gastronômico de Inverno, coincidindo com as festas de Santo
Antônio, São João e São Pedro.
Ao retornar do recesso do meio do ano aproveitaremos a
comemoração do “Dia do Folclore”, para trabalhar as lendas e crendices das
três etnias responsáveis pela formação do povo brasileiro, tendo como ponto
alto do bimestre a realização da Feira Cultural envolvendo trabalhos de todas
as disciplinas.
Para o quarto bimestre, estaremos aproveitando a comemoração
do “Dia da Consciência Negra” para realizarmos a Festa da Beleza Negra,
evento multidisciplinar, envolvendo música, trajes típicos penteados, dança
dentre outras atividades, culminando com a eleição da Garota Negra CEF 115.
Portanto, diante do exposto, para a realização do nosso Projeto
Pedagógico, temos como metas chamar a comunidade para participar na
solução dos problemas enfrentados, conscientizando os responsáveis por
nossos estudantes de que a função de educar é de competência da família e
do Estado15, e que a escola não pode sozinha assumir este papel sem a
parceria pais, para então chegarmos àquilo que um dia o escritor francês
Antoine de Saint-Exupéry enfatizou de forma tão sábia:
...o mais importante na construção do homem não é instruí-lo - haverá algum interesse em fazer dele um livro que caminha? - mas educá-lo é levá-lo até aqueles patamares onde o que liga as coisas já não são as coisas, mas os rostos nascidos dos laços divinos...
Assim, atingiremos nossa meta principal: dar ao nosso discente uma
educação em que ele alcance o pleno desenvolvimento e receba afeto, ambos
necessários ao seu preparo para o exercício da cidadania. 15 Artigo 2° da LDB (Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996).
5. METODOLOGIA
O CEF 115 desenvolverá o trabalho pedagógico baseado no Currículo
da Educação Básica das Escolas Públicas do DF, bem como na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação.
Além de ministrar os conteúdos propriamente ditos, trabalharemos
também os temas transversais (ética, saúde, pluralidade cultural, orientação
sexual, meio ambiente, trabalho, consumo, prevenção às drogas etc) além de
outros temas que possibilitem a contextualização das diferentes realidades da
nossa comunidade escolar.
Concordando plenamente com o que preconiza o artigo 2° da LDB, e
diante dos problemas enfrentados por nossa comunidade escolar, pretendemos
trabalhar o lema "Educação e Afeto para a Cidadania" em nossas aulas e em
nosso calendário de eventos: Carnaval, Dia do Índio, Dia da Família (Mães e
Pais), Páscoa, Festa Junina, Dia do Folclore, Dia do Estudante, Dia das
Crianças, Dia da Consciência Negra dentre outros.
Detectando as dificuldades principais, de nossos estudantes quanto à
interpretação e capacidade de redigir suas Idéias, adotamos como parte
diversificada: Produção de Texto, que será desenvolvida durante todo o ano
letivo.
• Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem
De acordo com a visão de Freire (2001, p.32)
Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. A educação mais autêntica quanto mais se desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário darmos oportunidade, para que os educandos sejam eles mesmos.
Com base neste pensamento entendemos que avaliação deve ser um
meio e não um fim; um dos meios de o estudante detectar suas dificuldades,
suas deficiências, além de desenvolver seu potencial criador, sua capacidade
de raciocinar e de pensar de forma crítica.
Por isto, nossos discentes serão avaliados de diversas formas, todos os
dias, e não somente nos finais de bimestres, pois enxergamos a avaliação
como um processo contínuo; além de permitirmos aos nossos escolares o
direito de avaliar, através dos pré-conselhos, realizados bimestralmente.
"Quando se projeta uma educação para o futuro, uma das idéias que se coloca sem muita discussão é que a atividade de pesquisa será um momento mais rico que a aula expositiva. O professor não será substituído, mas deverá mudar seu foco de atuação, passando de mero facilitador do processo de transmissão do conhecimento para um interventor, um problematizador" (Gabriel Chalita).
Dai a importância e a necessidade de se falar em projetos. Mas ao falar
em projetos, precisamos também pensar em possibilidades de realizá-los.
Sabemos que o Sistema Educacional Brasileiro atravessa uma grande crise,
pois as políticas públicas falam em prioridades para a Educação, mas não as
executam.
Assim, criar projetos eloqüentes nas escolas públicas, diante da falta de
recursos para realizá-los, é retroceder no processo educacional, e este não é o
nosso objetivo.
• Outras estratégias:
Calendário de Eventos: para que este Projeto Pedagógico alcance os
objetivos a que se propõe, pretendemos que o lema gerador "Educação e
Afeto para a Cidadania", esteja presente não só no papel e nas paredes de
nossa escola, mas que se faça acontecer em nossas aulas, em nossas
coordenações pedagógicas, em nossas reuniões bimestrais, até chegar à
mente, ao coração e aos lares de nossos escolares.
6. AÇÕES
"A Constituição Federal de 1988 é, sem dúvida, o grande instrumento de cidadania e dignidade da pessoa humana. Sua promulgação foi à reconquista da liberdade sem medo, e por meio dela, a. educação ganhou um lugar de notável importância" (Gabriel Chalita).
Diante dessa importância que a Constituição Federal dá à Educação, o
CEF 115 pretende basear-se em seus artigos para orientar a execução de seu
Projeto Político-Pedagógico, em especial, o artigo 205; "A educação, direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Todo o corpo pedagógico da escola tem se preocupado em fazer uma
Educação que prepare o estudante para a vida, para o mercado de trabalho,
para a cidadania.
Mas dependemos do apoio do Estado para que haja condição de se
oferecer ao estudante uma educação segundo o que apregoa a Constituição
Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
• Clientela
A escola atende atualmente mais de 2000 escolares, com faixa etária de
07 a 50 anos, nos períodos matutino, vespertino e noturno. Com estudantes da
1ª a 8ª series, além do EJA e duas turmas de PNE.
7. CRONOGRAMA
Data Evento
1º Bim Encontro das Raízes
2º Bim Feira Cultural
3º Bim Festival Gastronômico de Inverno
4º Bim Festa da Beleza Negra
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao elaborarmos este Projeto Pedagógico, procuramos trabalhar a ideia
de Educação baseada em princípios éticos, que respeitem o escolar com suas
características, suas peculiaridades individuais, como marcas da riqueza
humana que devem ser exploradas na escola, valorizando a comunidade
negra, contribuindo para a elevação de sua auto-estima; uma Educação que
valorize o professor, respeitando-o como profissional, o grande agente do
processo educacional.
Nossa intenção é dar oportunidade ao educando e aos professores de
refletirem a realidade brasileira por meio da permanente presença cultural
africana, possibilitando-lhes uma visão do Brasil, a partir de um pólo da nossa
formação, até agora quase desconhecido.
Eis então os dois grandes responsáveis pela execução, monitoramento,
acompanhamento e avaliação desta proposta: professores e estudantes,
auxiliados pela direção e demais membros da comunidade escolar.
Este processo de avaliação se dará de forma aberta, permanente,
através de discussões, críticas construtivas e sugestões. De acordo com as
necessidades e possibilidades, estará sujeito a mudanças para através de
outros caminhos, conseguirmos executá-lo e assim, alcançarmos o objetivo
primordial: EDUCAR.
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