projeto artístico "5e45. ergueu a mão e lançou um beijo."
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Ergueu a mão e soprou um beijo
Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012
Uma mUlhEr, EncarcErada Em Uma solitária, a 45 minUtos dE sUa ExEcUção.
www.5e45.com.br
Uma mulher, encarcerada em uma solitária, 45 minutos
antes de sua execução, salta de sua letargia em busca
de uma direção que lhe dê esclarecimentos de sua
situação limite. A busca desesperada por um gesto
consciente e libertador. Um último gesto artístico que
se oponha à barbárie, à pena de morte ou qualquer
processo que a humanidade tenha construído para
eliminar aquilo que não a agrada ou que agride suas
regras.
O solo surge a partir das inquietações da atriz
Alexandra Tavares sobre a presença cênica e a figura
da mulher em situações limites. Entre 1999 e 2005,
a atriz integrou o projeto Teatro nas Prisões, sob a
direção de Jorge Spínola, com o qual desenvolveu um
trabalho de reintegração social através do teatro com
homens e mulheres presas em presídios da cidade de
São Paulo.
Após quase 10 anos dessas apresentações, ficaram
as memórias de um trabalho que diariamente
questionava os valores e as perspectivas do teatro
como elemento transformador da pessoa e, dentro
destes registros, a clara noção de que pelo menos
naqueles momentos de atuação, detentos e detentas
assumiam uma situação na qual se morria em uma
identidade e se renascia em outra. E a pergunta que
ficava era: O que restou daquela ação em cada um?
Tendo como inspiração os últimos 45 minutos de
vida da personagem Mata Hari, atriz e dançarina
Holandesa, condenada por espionagem e executada
em 15 de outubro de 1917 na França, o solo busca o
elo entre as memórias pessoais da atriz no processo
de encenação em cárcere e os impulsos que nascem
a partir da vivência de situações limites.
EU PrEciSO dE UM gESTO
Uma memória em cima da outra
É muita imaginação!
Eu tenho que parar com isto. Eu tô confusa. Na minha
cabeça tá tudo mui- to estranho. Estou lendo um livro.
Não, dois livros. Três livros ao mesmo tempo. Calculei
que se desse conta de ler tudo de uma vez conseguiria
ler mais em menos tempo. Como uma memória em
cima da outra. (…)
Foi numa ilha distante. Os chefes reconheceram há
muito tempo que a ilha não podia alimentar mais do
que um número determinado de habitantes. Então,
decretaram uma lei estranhíssima. A cada nova pessoa
que nascia uma deveria morrer em seu lugar. Como os
nascimentos sempre superavam as mortes naturais, a
cada ano, alguns infelizes deveriam ser mortos pela
tribo. (…)
Trechos do texto do espetáculo
A encenação busca colocar atriz e público em uma situação limite. Em cena, poucos
elementos, um banco, um cartre, o figurino e câmeras de segurança. O espaço
cênico que representa uma cela. A ação se passa em um corredor e o público assiste
das laterais, a poucos metros da encenação, de forma a se criar uma atmosfera de
aproximação e opressão com as situações criadas.
A interpretação é construída em diversas camadas que se sobrepõem entre sonho
e realidade. A situação limite e cruel da morte que se aproxima, destrói a poesia
e a imaginação em um processo reverso e contínuo de morte e nascimento de
personagens. Como no texto inicial do espetáculo, que narra a história de uma ilha na
qual a cada nascimento deve-se seguir uma morte. Um resgate do processo de teatro
das prisões no qual cada homem ou mulher presa assumia uma nova identidade no
pro-cesso de criação artística.
Nos 45 minutos da peça, uma detenta real, solitária em sua cela, tem que escolher
quais momentos reviver e o que resta para criar. Cabe ao público o papel de testemu-
nho nesta “visita íntima”.
Um encontro, com fantasmas de mulheres torturadas, com a bailarina Mata Hari,
com Salomé e consigo própria. Neste último caso, com as memórias das detentas e
detentos com os quais a atriz teve contato durante seu trabalho de criação dentro
das penitenciárias.
Um processo que agora toma forma nesta mulher que procura desesperadamente
por um gesto. Consciente e libertador. Um último gesto artístico que se oponha à
barbárie, à pena de morte ou qualquer processo que a humanidade tenha construído
para eliminar aquilo que não a agrada ou que agride suas regras.
Por fim, o texto busca responder a algumas questões de nosso tempo. Em uma época
de extrema comunicação e entropia que diálogo ainda conseguimos manter com nós
mesmos? Qual é o diálogo de uma pessoa com ela mesma nos últimos momentos
antes de sua execução?
ENcENAÇÃO
FicHA TÉcNicACONCEPçãO E AtUAçãO: AlExANdrA tAvArES.
drAMAtUrgiA: EdUArdO JOly.
dirEçãO: iNêS ArANHA.
dirEçãO dE ArtE, ilUMiNAçãO, CENOgrAfiA
E PrOJEçõES: EdUArdO JOly E CArlOS EdUArdO dE ANdrAdE.
trEiNAMENtO dE OdiSSi: ZiNA fillEr E SilvANA dUArtE.
COrEOgrAfiA: SilvANA dUArtE.
PESQUiSA SONOrA E OPErAçãO: CArlOS EdUArdO dE ANdrAdE
figUriNO: CHriS AiZNEr.
COStUrEirA: JUditH.
AdErEçOS: AlExANdrA tAvArES E CHriS AiZNEr.
fOtOgrAfiA: CArlOS EdUArdO dE ANdrAdE E EdUArdO JOly.
divUlgAçãO, wEb SitE E dOCUMENtáriO: OlHO dE bOi dOC.
PrOdUçãO: AlExANdrA tAvArES E NúClEO OlHO dE bOi.
ASSESSOriA dE iMPrENSA: ArtE PlUrAl.
dUrAçãO: 45 MiNUtOS.
CAPACidAdE: 20 PESSOAS.
ClASSifiCAçãO EtáriA: 16 ANOS.
APOiOS:
PENitENCiáriA fEMiNiNA dA CAPitAl, PArQUE dA JUvENtUdE - SECrEtAriA dO MEiO AMbiENtE, MEMOriAl dA rESiStêNCiA, iNdAC, OfiCiNA CUltUrAl OSwAld dE ANdrAdE, ANgOlEirO SiM SiNHô, PAdMAA ArtE E CUltUrA.
Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012
Bancos Para PÚBlico
cÂmEras dE sEGUrança
cÂmEras dE sEGUrança
cÂmEras dE sEGUrança
cÂmEras dE sEGUrança
EsPaço cÊnicoEsPaço técnicocaPacidadE dE PÚBlico 20 PEssoasc
art
rE
Ban
co
Bancos Para PÚBlico
ESPAÇO dE ENcENAÇÃOO ESPEtáCUlO ACONtECE dENtrO dE UM CONtêiNEr MArítiMO dE CArgA. A AtriZ SOZiNHA COM O PúbliCO é MONitOrAdA NOS 45 MiNUtOS dA PEçA POr
UM SiStEMA dE SEgUrANçA AdMiNiStrAdO POr dOiS vigiAS QUE ExECUtAM A
OPErAçãO dO SOM E A lUZ dO ESPEtáCUlO. O CONtAiNEr POSSUi Ar CONdiCiONAdO
PrOPOrCiONANdO UM CONfOrtO térMiCO PArA O PúbliCO, QUE dividE COM A AtriZ
A SitUAçãO liMitE dE EStAr PrESO.
CAPACidAdE dE PúbliCO POr SESSãO: 20 PESSOAS
cUrrÍcULO ALEXANdrA TAVArES
Atriz formada pelo instituto Nacional de Artes e Ciências- iNdAC/2004.
Massoterapeuta formada pelo Senac/2012. graduanda do curso de dança
da Universidade Anhembi Morumbi/2013. Estuda dança Clássica indiana –
Odissi desde 2005 e em 2012 é selecionada para o Curso de formação em
Odissi com a artista e professora Silvana duarte no indian Cultural Centre
(iCC). Em 2012 foi contemplada com o Prêmio Myriam Muniz de teatro para
a realização do solo 5 e 45 – Ergueu a mão e soprou um beijo, com estréia
prevista para outubro de 2013. é integrante do núcleo artístico do grupo
tablado de Arruar desde 2005 onde atua em “ A farsa do Monumento” e
“Movimentos para atravessar a rua” ambas direção de Heitor goldflus; em
“A rua é um rio” direção de Martha Kiss e vitor vieira; em “Quem vem lá”
direção de rodolfo Amorim; em “Helena Pede Perdão e é Esbofeteada” dire-
ção de João Otávio e na mais recente peça do grupo “ Mateus,10” direção
de Alexandre dal farra e João Otávio. Participou da residência artística com
o grupo tablado de Arruar e o Coletivo de berlim com direção de tilmann
Köhler no projeto: Haut aus gold/ Novos Argonautas (2008/2010). Em
2009 estréia o solo de boneco Moimórias, contemplado pelo Edital Pro-
ac Circulação/2010 foi integrante da Cia.Articularte teatro de bonecos de
2002 a 2005. integrou o Projeto teatro nas Prisões de 1999 à 2004 como
atriz, desenvolvendo com direção de Jorge Spínola um trabalho de reinte-
gração social através do teatro, com homens presos e mulheres presas nas
principais penitenciárias da cidade de São Paulo, apresentando as seguintes
montagens: Mulheres de Papel na Penitenciária feminina do tatuapé/2003,
O rei da vela no Carandiru/2001 e teatro Oficina/2001, A Pena e a lei no
Carandiru e Penitenciária feminina do butantã/2000. Atuou em A filha da
Anistia – com Cia Caros Amigos /2012, em Os Sete contra tebas – com a
Cia Nua, direção de inês Aranha/2005, em Muros – com Núcleo Panópti-
co de teatro, direção de Jorge Spínola/2004, em Os Sertões com teatro
Oficina e direção de Zé Celso/2001, em A Hora da Estrela – direção de
roberto vignatti/1998 e em A filosofia na Alcova – direção de Marcelo
fonseca/1998. Em cinema participou do documentário Elena com direção
Petra Costa/2012, do curta metragem M2 tránsito – direção de Eduardo
Joly/2008.. Estudou interpretação para cinema com Christian duurvoort e
tata Amaral. Participou de workshops com o ator Jan ferslev do grupo Odin
teatret. Pratica Capoeira Angola com Mestre Plínio ferreira desde 2008 no
Angoleiro Sim Sinhô. Cursou Alemão no goethe institut em 2010/2011.
Participou do curso de formação Pedagogia do Artista com gisa Psicoqui
em 2007. Como arte-educadora ministrou oficinas, workshops e cursos de
teatro no Projeto Arquimedes e na Oficina Cultural Mazzaropi em 2008, no
Projeto Acorde/ Embú em 2007/2008 e na Uni 9 em 2010.
ATiVidAdES rEALiZAdAS
ENSAiOS ABErTOS2 ensaios abertos no Memorial da resistência SP - 8 e 15/09/2013
ESTrÉiA E TEMPOrAdA dO ESPETácULO1 a 31 e outubro de terças, quintas, sábados e domingos - 24 apresentações (4 apresentações extras)
APrESENTAÇõES EM PrESÍdiOS FEMiNiNOS2 apresentações na Penitenciária do Estado - 29/11/20132 apresentações na Penitenciártia do Butantã - 3/12/2013 e 5/12/20132 apresentações na Penitenciária Feminina da capital - 16/07/2013
APrESENTAÇÃO EXTrAApresentação, debate e mostra do filme-curta no 4o Encontro interdisciplinar da Universidade Anhembi Morumbi - 25/10/2013
OFiciNA 01Acompanhamento do grupo de dança da Penitenciária Feminina da capitalWorkshop de teatro durante o processo de criação do grupo no período de abril a julho de 2013 às terças das 16hs às 18hs.
OFiciNA 02Workshop e debate na ETEc - Escola Técnica de Artes de São Paulo10 de dezembro de 2013 - das 14hs às 18hs.