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Profa. Dra. Karina Pavão Patrício
Hospital das Clínicas da UNESP
Depto Saúde Pública da Faculdade de
Medicina de Botucatu – FMB/UNESP
MUDANÇAS CLIMÁTICAS:
• Mais grave problema de Saúde Pública neste século.
• Por que – consumismo, estilos de vida não
sustentáveis, egoísmo, ganância, falta de compaixão,
exploração de recursos de forma insustentáveis ???
Costello A, Abbas M, Allen A, Ball S, Bell S, Bellamy R, et al. Managing the health efects of climate change. Lancet, 2009; 373:1693-733.
Foto: Represa Jaguari-Jacareí, na cidade de Joanópolis, no interior de São Paulo.
Doenças transmitidas pela água e por vetores: cólera, dengue
Doenças transmitidas por alimentos: intoxicação alimentar, doenças
diarreicas, (inundação, calor)
Mortalidade por alterações temperatura: idosos e crianças
CA pele e catarata: exposição UV e camada de ozônio
Fome e desnutrição: produção e transporte alimentos
Migração e do conflito armado - melhores terras, alimentos e água.
Doenças cardiorespiratórias - poluição/material particulado, diesel, e
derivados.
Saúde mental – inundações, secas, degradação ambiental
Para atingir um desenvolvimento sustentável é
necessário atender às necessidades humanas do
presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades e
manter sua qualidade de vida *.
Deve-se considerar também a sustentabilidade social,
econômica e ambiental de forma intersetorial
socialmente justo, ambientalmente sustentável e economicamente viável
* Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (Comissão Brundtland). Nosso Futuro Comum. NovaYork: ONU; 1987.
Degradação ambiental acelerada = processo saúde-doença
Serviços de saúde e hospitais = práticas não sustentáveis
e pouca discussão
Instituições de ensino em saúde = sem formação saúde
ambiental ou sustentável.
SUSTENTABILIDADE EM
SAÚDE DEVE SE TRANSFORMAR EM UMA
NOVA FORMA DE PENSAR, TRABALHAR, SENTIR,
VALORIZAR AS PESSOAS E OS RECURSOS .
Moris (2010) ressalta quatro objetivos para alcançarmos a
SUSTENTABILIDADE EM SAÚDE:
1) Prevenção de doenças e promoção da saúde - sociais,
econômicas e ambientais, estilos de vida mais saudáveis
2) Cuidado centrado no paciente - autonomia do cuidado,
empoderamento (mal entendidos, menos trabalhos duplicados)
3) Prestação de serviços eficientes: uso eficiente, racional (MBE)
e sustentável, integração entre os serviços (consultas ou exames
desnecessários)
4) Alternativas com menor pegada de carbono: tratamentos ou
tecnologias - menor impacto ambiental.
Mortimer F. The sustainable physician. Clin Med.
2010;10(2):110-11.
Alimentação sustentável - ambientais, econômicos
e sociais (incorporando saúde e ética).
Segundo a definição da FAO considera-se
alimentação sustentável:
“dietas com baixo impacto ambiental, que
contribuem para a segurança alimentar e
nutricional e à vida saudável para as gerações
presentes e futuras. Dietas sustentáveis devem
proteger e respeitar a biodiversidade e os
ecossistemas, culturalmente aceitável e acessível,
economicamente justa e acessível;
nutricionalmente adequada, segura e saudável; além
de otimizar os recursos naturais e humanos ".
ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL
MEIO AMBIENTE
- gases de efeito estufa
- água
- uso da terra
- biodiversidade
- peixes e ecossistema
marinho
- eficiência de recursos
- resiliência
- valores estéticos
NUTRIÇÃO
- energia, macro e micronutrientes
- influencias no estado nutricional:
estilo de vida, acessibilidade,
preparações, composição familiar
- necessidades individuais e do
estado de saúde
- conhecimentos e crenças
OUTROS FATORES
ALIMENTARES
- produtos químicos e
agrotóxicos
- doenças infecciosas
associadas com
agricultura (zoonoses e
doenças transmitidas
por vetores)
- riscos de saúde
ambiental
- riscos ocupacionais
SOCIEDADE E ÉTICA
- condições de trabalho e leis
- ética e bem estar animal
- impacto de novas
tecnologias
- cultura e identidade
- gostos
ECONOMIA E
ABASTECIMENTO
- mercado e infraestrutura
- PIB
- valores associados
- empregos
- regras de comercialização
FONTE: apud Garnett T. What is a sustainable healthy diet? A discussion paper. Food Climate Research Network, April
2014, pag 5.
- Agrotóxicos DEMAIS no Brasil (hexacampeão mundial)
- Pouco estímulo a agroecologia ou outras práticas mais
sustentáveis
- produtores recebem adequadamente pela produção ?
(1,3 bilhões de pequenos agricultores e trabalhadores
agrícolas vivem abaixo da linha de pobreza)
- Temos acesso a alimentos sustentáveis?
- Riscos ocupacionais no campo
- Revolução verde = 20-30% GEE, desmatamento,
degradação terra, perda biodiversidade, consumo de água
(70%) e poluição
PROBLEMAS: ALIMENTAÇÃO
não sustentável
Comissões de HVS nos hospitais
Discussão e adoção de políticas de compra sustentáveis
Serviço de nutrição priorizar alimentos sem agrotóxicos e
comprar local, agricultores familiares (PPAIS)
Promover discussões com a comunidade - alimentação
sustentável, envolvendo produtores locais, trabalhadores da
saúde e consumidores
Estimular a produção local
Auxiliar na sustentabilidade econômica, social e ambiental dos
produtores
COMO ALCANÇAR UMA
ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL
NOS HOSPITAIS?
Multifatorial, intersetorial -
produção, processamento até
consumo
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL + PRODUÇÃO EXAGERADA DE
LIXO, SEM COMPOSTAGEM + E ALTO CONSUMO DE
ALIMENTOS COM AGROTÓXICO
CASS – CESTAS DE ALIMENTOS AGROECOLOGICOS SUSTENTA SAUDE
Objetivo = Ofertar a comunidade unespiana de
Botucatu cestas de alimentos agroecológicas,
livre de agrotóxicos, produzidas por
agricultores familiares da região, realizando a
compostagem com resíduos orgânicos de
alimentos e de jardinagem do Campus da
UNESP, do HC e de Botucatu, buscando a
sustentabilidade socioambiental. Projeto Da Unesp Botucatu
Transforma Restos De Comida Do Hospital Em Adubo Orgânico(1).mp4
RESIDUO ORGANICO DO REFEITORIO = Julho 2014 a Julho 2015 – 100Kg/dia
DEIXAMOS DE MANDAR PARA O ATERRO SANITÁRIO = 32.712 kg foram
transformados em composto.
PROJETO SUSTENTA SAÚDE – reaproveitamento de
resíduos orgânicos provenientes do refeitório do HC que são
compostados e transformados em adubo para produção de
alimentos agroecológicos = em 1 ano 32.712 KG
Desperdício de alimentos = 30-50% é perdido
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Média diária
Gráfico 1 – Quantidade média diária de resíduos orgânico coletado no
refeitório do HC-UNESP, Botucatu – SP, Julho de 2014 a Julho de 2015.
Gráfico 2 – Quantidade mensal de resíduos orgânico coletado no refeitório
do HC-UNESP, Botucatu – SP, Julho de 2014 a Julho de 2015.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Quantidade total mensal
PASSOS •Comissão de Hospitais Verdes e Saudáveis HC
•Delineou-se projeto
• Procura de agricultores locais – Chaparral
• Assessoria de CATI e SEBRAE – compostagem e
agroecologia
• Associação do grupo de pesquisa PET Meio
ambiente e Saúde ( Ministério da Saúde) e
olericultura orgânica
• Estudo viabilidade econômica, logística, marketing
• Elaboração de site, cadastro, questionário de
avaliação dos hábitos dos consumidores.
• Autorizações e apoios Institucionais
• Lançamento oficial
• Muita, muita divulgação
Cotas mensais 1 cesta por semana com 10 ou 5 produtos entre folhosas, leguminosas e fruta da época pesando, em torno de 5 Kg.
Engradado reciclado, que ficará com o consumidor. Efetuar o cadastro no site (cadastro e avaliação) Retirar – na UNESP (Rubião ou Lageado) Informes e artigos Receitas Passeios, piqueniques e trilhas Sazonalidade Fidelidade Site: http://www.hcfmb.unesp.br/hospitais-verdes-e-saudaveis/
http://www.fmb.unesp.br/#!/hospitaisverdesesaudaveis Facebook - Cestas Agroecológicas Sustenta Saúde
- Cass Sustenta Saúde
AS CESTAS – CASS
UM SONHO GERMINANDO
2970 CESTAS VENDIDAS – 14.850 KG DE ALIMENTOS LIVRES DE AGROTÓXICOS
Menu - adequado valor nutricional e sustentável, reduzindo a utilização de
ingredientes que tenham elevado impacto ambiental, social ou na saúde .
a) Alimentos sazonais (diminuiu GEE)
b) Alimentos produzidos localmente (diminuiu transporte, agrega
local)
c) Alimentos agroecológicos ou orgânicos – reduz agrotóxicos ,
produção sustentável, benefícios a saúde e MA, biodiversidade ( +
empregos – 32%)
d) Equipamentos – baixo consumo de energia e água nos alimentos
e) Desperdício – planejamento, segregação (Orgânicos, reciclados,
RSU) Segurança e higiene - talheres, pratos e copos não
descartáveis. Água, sucos, leite, condimentos e molhos devem ser
servidos em recipientes reutilizáveis. Evitar embalar os talheres em
plásticos individuais em locais que não haja a necessidade.
f) Pegada ambiental - produção, processamento, embalagens,
transporte, preparo, cozimento, consumo e disposição.
Garnett T. What is a sustainable healthy diet? A discussion paper [Internet].
Oxford: Food Climate Research Network; 2014
educação continuada
formação de profissionais de saúde conscientes
ambientalmente
prescrição verde
Hospitais = adotem modelos de práticas
sustentáveis = papel de liderança na luta
contra as injustiças socioambientais.
E reduzindo as emissões de gases de efeito estufa
estarão ajudando mitigar a mudança climática, que
ameaça a saúde do nosso planeta = ameaça a saúde de
todos nós
Chamamos todos profissionais de saúde a
refletirem sobre isto e repensarem suas
práticas, de forma a encontrarmos juntos
caminhos para a sustentabilidade nos
cuidados em saúde,
garantindo melhor qualidade de vida a
todos nós.
VAMOS JUNTOS GARANTIR A
SUSTENTABILIDADE DA VIDA!
MUITO GRATA