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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Prof. Marcelo Fernandes
Rua Cristiano Viana, 670, apt. 63
Pinheiros, São Paulo – SP
CEP 05411-001
Relatório Técnico Científico Referente à Subvenção para Projetos de
Pesquisa (SPP) – MackPesquisa
Março de 2017
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Prof. Marcelo Fernandes
Rua Cristiano Viana, 670, apt. 63
Pinheiros, São Paulo – SP
CEP 05411-001
Projeto: Em busca do sucesso acadêmico: o conhecimento de determinados
hábitos de vida e estratégias impulsionadoras da aprendizagem influenciam
o desempenho acadêmico do aluno universitário?
Prof. Dr. Marcelo Fernandes
Profa. Dr. Camila Sachelli Ramos
Profa. Dra. Mônica Ponz Louro
Cursos de Fisioterapia e Ciências Biológicas
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Março de 2017
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Sumário
Resumo do Projeto Inicial ........................................................................................ 4
Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 5
Detalhamento da Metodologia Utilizada .................................................................. 11
Resultados ................................................................................................................ 17
Discussão e Conclusões Finais ................................................................................. 34
Referências Bibliográficas ....................................................................................... 38
Anexos ...................................................................................................................... 44
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Resumo do Projeto Inicial
As mudanças e avanços tecnológicos ocorridos nas últimas décadas refletem em
mudanças na atuação profissional das mais diversas áreas. Como o principal objetivo do ensino
superior é a formação de profissionais competentes e capacitados, surge então a necessidade de
refletir sobre todo processo de formação, incluindo o perfil do novo aluno universitário. Num
momento onde as informações estão amplamente distribuídas e podem ser acessadas em poucos
segundos por uma variedade de equipamentos, cabe ao profissional contemporâneo munir-se
não apenas de competências intelectuais, verbais e matemáticas, mas também sociais e
emocionais. Diversos estudos tem buscado identificar quais aspectos, intrínsecos e extrínsecos
ao aluno, influenciam no processo de aprendizagem e no desenvolvimento destas competências.
Com base em dados já publicados, o presente trabalho se propôs a elaborar e oferecer um
programa educacional ao aluno universitário no qual foram apresentados hábitos de vida, de
organização pessoal, estratégias de aprendizagem e de autoconhecimento. Nossa hipótese é a
de que tal intervenção influencie positivamente o aluno universitário na direção de um
equilíbrio pessoal e do sucesso acadêmico. O desfecho principal da pesquisa é o desempenho
acadêmico do discente por meio de seu histórico escolar (notas). Para tanto, os alunos foram
randomizados em grupo controle (GC) e grupo intervenção (GI). No inicio e no final do
programa todos os participantes foram avaliados quanto ao seu perfil acadêmico, qualidade de
vida, qualidade e quantidade de horas de sono, sonolência diurna, nível de atividade física, bem
como percepção subjetiva de apreensão do conhecimento. O desempenho acadêmico foi
avaliado no semestre anterior, vigente e subsequente à aplicação do programa (intervenção).
No GI os participantes receberam informações em seis encontros quinzenais. Durante o período
de intervenção, os alunos receberam lembretes digitais (via redes sociais - Facebook e
Whatsapp) a respeito da importância da incorporação das estratégias organizacionais e de
hábitos de vida e preencheram, em cada encontro, um recordatório no qual apontaram quais
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
delas praticaram. Desta forma foi controlada a aderência dos alunos ao programa. Os
integrantes do GC não participaram dos encontros, não receberam os lembretes digitais a
respeito das boas práticas e não tiveram contato com o conteúdo do programa, no entanto foi-
lhes oferecido, ao final do semestre subsequente ao programa, uma cartilha contendo as mesmas
informações abordadas junto ao GI. Diferenças entre as variáveis estudadas foram analisadas
por meio de testes estatísticos (ANOVA One-Way; Teste t-Student pareado). Acreditamos que a
proposta de uma melhor gestão acadêmica e do cotidiano por parte do discente possa trazer
impacto positivo sobre seu desempenho acadêmico e processo de apreensão do conhecimento.
Além disso, caso o programa se mostre eficaz, poderá ser apresentado na forma de curso ou
palestras a alunos recém-matriculados no ensino superior ou de ensino médio, visando seu
protagonismo em sua vida acadêmica.
Revisão Bibliográfica
O momento atual, caracterizado pelo rápido avanço das tecnologias de informação e
comunicação (TIC’s), possibilita que uma enorme quantidade e variedade de informações sejam
facilmente acessadas por um computador, tablet ou celular, seja em páginas institucionais, e-
books ou mesmo em blogs e redes sociais, transformando assim a antiga realidade onde o
conhecimento estava apenas nos livros (Hatschbach e Olinto, 2008; Patrício e Gonçalves, 2010;
Tornaghi et al., 2010). Esta realidade impõe certa mudança no perfil profissional esperado pelo
mercado de trabalho. O diferencial para o sucesso profissional não depende mais de “conhecer”
o conteúdo específico da profissão, mas sim de ter competências para buscar criticamente as
fontes de dados, avaliar dados divergentes, buscar evidências ou fenômenos que os expliquem
ou justifiquem, saber integrar as informações e analisar assuntos por diferentes perspectivas.
O uso do termo “competência” se mostra fundamental no atual cenário, quando já é
claro que deter um conteúdo teórico não é suficiente para ser um profissional. Miller (1990)
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
descreveu o desenvolvimento dessas competências numa estrutura piramidal, simbolizando os
diferentes níveis de aprendizagem, desde o simples “saber” a respeito de um determinado
conteúdo, o qual evolui para o “saber como”, que restringe-se a descrever um procedimento,
seguido do “mostrar como”, em que o aprendiz já demonstra suas habilidades na performance
de um procedimento, até que enfim “faz”, de maneira livre, autônoma e intuitiva, sem se prender
a conceitos decorados ou manuais com o passo a passo (Fig. 1). É esta a autonomia que
esperamos despertar em nossos alunos e para tanto reconhecemos não apenas a importância do
professor, como participante responsável pela escolha dos conteúdos e dos métodos de ensino,
mas também o papel fundamental do aluno, que deve ser participante e ativo no processo, para
que possa assim desenvolver as competências esperadas.
FIGURA 1: Pirâmide de Miller: Representação esquemática das competências a serem
avaliadas na formação profissional.
O papel da universidade no ensino das competências exigidas pelo mercado de trabalho
tem sido amplamente discutido nos últimos anos, nas diversas áreas profissionais (Rieckmann,
2012; Kuijpers e Meijers, 2012; Vila et al., 2012; Chang e Ramnanan, 2015). Nesse contexto,
o processo de ensino e aprendizagem exige uma nova postura, tanto por parte dos professores
como dos próprios alunos. Os professores, ao definirem seus objetivos conceituais,
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
procedimentais e atitudinais, determinam o que será abordado na aula e como este conteúdo
será desenvolvido. No entanto, serão suas estratégias de avaliação que irão influenciar a
participação do aluno nesse processo e permitirão ao professor verificar o desempenho de cada
aluno na busca de tais objetivos (Lyon e Teutschbein, 2011; Paul, 2013). Ao aluno, cabe
dedicar-se às atividades, ser participativo e empenhar-se para aproveitá-las da melhor forma
possível – conhecendo os objetivos propostos, cabe ao aluno definir o caminho a seguir para
alcançá-los (Lea et al., 2003).
Determinar os objetivos e as metodologias a serem empregadas no processo de
aprendizagem torna-se fundamental para assegurar e determinar quais as competências
profissionais serão estimuladas e desenvolvidas. Ou seja, o conteúdo, que hoje é facilmente
acessado por diversos meios digitais, não é mais o aspecto mais importante, mas integra um
conjunto de aquisições. As competências enquadram-se no “saber buscar” esta informação e
também “saber usá-la” para a resolução de problemas reais, e, nesse ambiente real, saber lidar
com pessoas, daí a importância em ensiná-las e apreendê-las (Zabala e Arnau, 2010).
O exame vestibular é abordado por Zabala e Arnau (2010) como um processo de
avaliação que tem determinado o conteúdo e os métodos de ensino-aprendizagem,
principalmente na educação básica. Os autores propõem a reflexão sobre quais competências
são consideradas nessa avalição do vestibular, ou seja, quais as competências que são exigidas
na seleção de alunos para o ingresso nas diversas universidades do país. Ao avaliarmos essas
competências, perceberemos o quanto o aluno ingressante tem a aprender para que assuma um
papel ativo durante a sua formação profissional.
Quando questionamos por que os professores universitários almejam o sucesso
acadêmico de seus alunos, concluímos rapidamente que seria pelo fato de acreditarem que isto
refletirá no sucesso profissional. No entanto, alguns estudos que avaliaram o desempenho
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
acadêmico de alunos e sua posição profissional posteriormente, não mostram uma correlação
entre o rendimento, avaliado por nota ou conceito, e o sucesso profissional, avaliado pelo salário
(Ferreira e Crisóstomo, 2011). Mckenzie e Schweitzer (2001), em um estudo com alunos
universitários na Austrália, observaram que o desempenho escolar prévio do aluno é um dos
principais fatores associados ao sucesso acadêmico, porém fatores sociais como integração ao
novo ambiente e novos colegas também podem ser determinantes no processo.
Guimarães e Boruchovitch (2004) apontam a universidade como um ambiente propício
para a aprendizagem e para a socialização e assim podemos incluir na vida acadêmica
experiências que desenvolvam tanto as competências específicas de cada profissão como
também as competências sociais e emocionais.
As escolas de administração dos Estados Unidos utilizam o GMAT (Graduate
Management Admission Test) como único exame admissional para o ingresso em cursos de
MBA (Management Business School). O GMAT é um teste baseado no quociente de
inteligência (QI), atualmente composto por questões quantitativas e verbais, além de estudo de
casos e produção de textos argumentativos. Genderen (2007), citando diversos estudos, conclui
que o desempenho intelectual não é suficiente para prever o sucesso profissional, e assim sugere
que as competências emocionais também sejam avaliadas nos exames de ingresso em cursos de
pós-graduação, seja incorporando-as, no caso, ao GMAT, ou criando um novo teste que seja
utilizado junto dele.
É, portanto compreensível que diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos ao aluno,
podem influenciar a dinâmica ensino-aprendizagem e contribuir assim para um bom
desempenho acadêmico e profissional. Nesse contexto, o debate acerca dos determinantes do
desempenho acadêmico torna-se relevante frente ao ambiente acadêmico cada vez mais plural,
tecnológico, exigente e ao mesmo tempo, rico em oportunidades.
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
No que se refere aos fatores intrínsecos podemos citar aspectos cognitivos e não
cognitivos, dentre eles atenção, motivação, compreensão e habilidade sócio emocional. Uma
aprendizagem autônoma e sustentada só é alcançada quando o aluno, preparado para aprender,
consegue reconhecer a importância e a necessidade daquele conhecimento.
Inicialmente apontada por Fontaine (apud Azevedo e Faria, 2006) como um fator
influente no desempenho escolar, a motivação tem sido estudada desde então nesse contexto e
atualmente é diferenciada em intrínseca e extrínseca. Ao nos referirmos aos fatores intrínsecos
ao aluno, a motivação intrínseca (aquela que não apresenta explicitamente uma recompensa) é
capaz de impulsionar o aluno a desenvolver suas competências visando simplesmente alcançar
avaliações positivas (Ribeiro, 2011). Apesar de não aprovar o uso do verbo “motivar”, por
assumir que ao motivar obriga-se o outro a fazer algo sem interesse, Bernard Charlot (2013)
concorda que é fundamental “mobilizar” o aluno a engajar-se no processo e participar
ativamente da construção do seu conhecimento.
A organização da sala de aula como espaço de desenvolvimento de ideias deve levar em
consideração estratégias que contribuam para a quebra da passividade e que motivem ou
mobilizem o aluno para a compreensão de conteúdos “ressignificados” à luz da realidade
pessoal dos indivíduos. O conhecimento deve ser imbuído de significados tendo, neste
processo, o aluno como agente ativo e central na atribuição de significados. Nesse contexto sua
habilidade sócio-emocional deve ser levada em consideração e utilizada na direção da
construção de um ambiente favorável ao aprendizado.
A aprendizagem significativa, base do processo de aprendizagem defendido por
Ausubel et al., (1980), fundamenta-se na tentativa de partir dos conhecimentos do aluno para
transformá-lo, criando novas associações e novos significados. Nesse sentido, os conceitos
novos se associam aos antigos e, a partir dessas interligações, surgem novos significados – o
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
novo conhecimento. A identificação dos conceitos e suas relações podem ser trabalhadas em
mapas conceituais, como proposto por Novak (Gomes et al., 2008).
Além destes, fatores extrínsecos também devem ser considerados neste processo e
podem contribuir para a criação de um ambiente neurofisiológico favorável para o aluno. O
sono possui papel importante nesse contexto tendo em vista seu papel na (1) conservação
energética e restauração fisiológica; (2) reparação dos danos e reorganização neural; (3)
homeostasia e estabilização de circuitos neurais por meio de atividade neural oscilatória que
auxilia no armazenamento de informações herdadas e adquiridas (Savage e West, 2007). Assim,
medidas que visem a organização e higiene do sono podem interferir na consolidação da
memória e maior eficiência na apreensão do conhecimento. Em estudo realizado anteriormente
pelo nosso grupo, observamos que a quantidade de horas de sono diárias em estudantes
universitários encontra-se no limite inferior do que é considerado aceitável, e que a sonolência
diurna, bem como risco para apnéia obstrutiva do sono são mais elevados nos estudantes que
associam atividade laboral remunerada ao seu dia a dia acadêmico.
A atividade física é outro componente no conjunto de ações que podem potencializar a
função cognitiva. Apesar de alguns dados controversos, já foram descritas mudanças estruturais
no encéfalo como o aumento do hipocampo e consequente melhora da memória (Erickson et
al., 2011), além de melhora do fluxo sanguíneo cerebral, alterações nos neurotransmissores e
modificações no nível de excitação neural (Sibley e Etnier, 2003). Segundo Antunes et al.,
(2006), indivíduos fisicamente ativos apresentam menores riscos de desenvolvimento de
demências do que os indivíduos sedentários, porém como a atividade física produz radicais
livres (espécies reativas de O2), é recomendada a prática de atividade física de intensidade
moderada para que se tenha como resultado aumento da plasticidade neural e melhora da função
cognitiva (Aguiar Jr e Pinho, 2007).
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Aspectos organizacionais ligados à construção de uma agenda estruturada de estudos,
leituras e adequação de um espaço satisfatório para estudos em casa e na universidade também
devem estar presentes na vida acadêmica do discente.
Frente aos desafios aos quais o estudante universitário se depara, hipotetizamos que um
programa educacional sistematizado, endereçado à comunidade discente de ensino superior,
que aborde aspectos relacionados à aprendizagem e apreensão de conhecimentos, hábitos de
estudo e de vida, produza um efeito positivo sobre o desempenho acadêmico. A validação de
nossa hipótese poderá contribuir para a elaboração de um conjunto de práticas institucionais
docentes que leve em conta não apenas os aspectos formais dos conteúdos ministrados, mas
inclua em sua práxis ações que contemplem os diversos fatores influenciadores do binômio
“ensino-aprendizagem”.
Detalhamento da Metodologia utilizada
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Presbiteriana Mackenzie (UPM) (ANEXOS) e se constituiu em um ensaio clínico
randomizado desenvolvido nas dependências da UPM. Foram incluídos estudantes
universitários a partir do 2º até o penúltimo semestre de diversos cursos de graduação, de ambos
os sexos, com idade entre 18 e 35 anos. O recrutamento ocorreu a partir de contato direto com
candidatos, cartazes nos campi da UPM, divulgação em salas de aula, encaminhamento de e-
mails aos discentes Representantes de Sala e a Diretores e Professores dos Centros Acadêmicos
da UPM e de outras Instituições de Ensino Superior da Cidade de São Paulo, publicações em
Redes Sociais, divulgação no Portal Virtual da UPM e distribuição de folhetos. A divulgação
continha, suscintamente, os principais objetivos da pesquisa e critérios de inclusão. Foram
excluídos estudantes sem vínculo formal com a instituição de ensino superior (matrícula) ou
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
que estavam cursando apenas uma disciplina no semestre de aplicação do protocolo. Os alunos
que apresentaram aderência abaixo de 50% ao programa educacional proposto foram agrupados
e analisados separadamente daqueles com maior aderência, da mesma maneira, aqueles com
ader6encia igual ou maior que 60% também foram analisados separadamente (resultados
comparativos). Os indivíduos foram esclarecidos quanto aos objetivos e finalidade da pesquisa,
bem como em relação aos instrumentos utilizados. Foi assegurado sigilo dos dados e
possibilidade de desistência do estudo a qualquer momento sem prejuízo algum. Após anuência
e obtenção de consentimento por escrito o estudo foi iniciado.
Os estudantes foram então aleatorizados para dois grupos “intervenção” (GI) e
“controle” (GC). Para randomização os alunos foram agrupados conforme seus cursos de
graduação e aleatorizados a partir destes subgrupos, e não de forma individual. Esta
randomização em “subgrupos” se deu no sentido de evitarmos o contato pessoal entre
participantes do mesmo curso que estivessem randomizados em grupos diferentes (Controle e
Intervenção), evitando-se assim contato de participantes do grupo controle com o conteúdo da
intervenção.
Todos os participantes realizaram uma avaliação inicial na qual foram obtidos dados
gerais tais como, idade, peso e altura (referidos), curso de graduação a qual pertenciam, etapa,
período de estudo (matutino, vespertino ou noturno) e atividade laboral associada ao curso de
graduação. A percepção subjetiva de aprendizado no semestre anterior e vigente à aplicação do
protocolo, foi avaliada por meio de uma escala likert de zero à 10, sendo “zero” correspondente
a percepção de uma “péssima” aprendizagem e 10 a percepção de uma “excelente”
aprendizagem por parte do aluno. Além disso, foi coletado a percepção do aluno referente à
dificuldade percebida no semestre anterior e atual à intervenção, utilizando-se novamente uma
escala likert de 0 à 10. Avaliamos ainda as Habilidades Acadêmicas requeridas dos alunos pelos
professores no semestre anterior e vigente à aplicação da intervenção, ou seja, o aluno
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
assinalava as atividades que havia praticado no semestre anterior e vigente à aplicação da
intervenção. As atividades eram: a) recordar (peso1); b) compreender (peso 2); c) aplicar (peso
3); d) analisar (peso 4); e) avaliar (peso 5); f) criar (peso 6), baseadas nas categorias dos
domínios cognitivos de Bloom, modificadas por Anderson, Krathwohl e Airasian (Ferraz;
Belhot, 2010). Os termos foram apresentados aleatoriamente aos participantes. O escore de
Habilidades Acadêmicas requeridas do aluno foi construído a partir da soma dos pesos
atribuídos a cada atividade sinalizada pelo discente. O ciclo sono-vigília foi avaliado por meio
do questionário Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (Buysse et al., 1989) e Escala de
Sonolência de Epworth (Murray et al., 1991) (ANEXOS). Qualidade de vida e atividade física
habitual foram avaliados por meio do questionário de qualidade de vida genérico WHOQOL-
bref (Fleck et al., 2000) e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (Benedetti
et al., 2004), respectivamente (ANEXOS). Todos os instrumentos foram validados para
utilização em nosso país.
O desempenho acadêmico dos estudantes foi avaliado mediante o registro das Médias
Finais (MFs) em todas as disciplinas cursadas pelos participantes no semestre anterior, vigente
e posterior ao programa educacional proposto. O registro das MFs foi feito mediante consulta
ao histórico escolar do aluno junto à Secretaria Geral da Instituição de Ensino.
Os participantes alocados no GI participaram de um programa educacional contendo
informações a respeito dos seguintes pontos: 1) a aquisição de conhecimento em suas bases
neurofisiológicas; 2) estratégias de estudo que priorizam a interpretação e relações de conceitos;
3) hábitos de vida que possuem interferência direta sobre a apreensão do conhecimento; 4)
autoconhecimento e mapeamento de competências, por meio da parceria com o projeto
“Portfólio” (projeto realizado pelo Laboratório de Psicologia Organizacional e do Trabalho
(LABPOT), conduzido por alunos do último ano do curso de Psicologia e supervisionado por
professores da UPM).
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Foram realizados sete encontros de uma hora e trinta minutos cada (1h30m), com
periodicidade quinzenal e controle de presença, e um último encontro ao final do semestre para
avaliação final.
O estímulo à prática das recomendações propostas nos encontros foi feito semanalmente
via on-line por intermédio de grupo eletrônico criado especificamente para esse fim no
aplicativo Whatsapp e na rede social Facebook. Semanalmente foram postados lembretes e
recomendações acompanhadas de imagens e textos sobre o que foi aprendido no último
encontro.
A aderência dos voluntários ao programa foi avaliada por meio de “Recordatório”
(ANEXOS) impresso que era preenchido pelos alunos quinzenalmente, no início de cada
encontro.
Os encontros foram divididos em duas partes. Na primeira eram apresentados, pelos
pesquisadores, conceitos e recomendações. Na segunda, os alunos eram ouvidos e assim,
compartilhado experiências a respeito de suas dificuldades e facilidades em seus estudos e como
poderiam incorporar as recomendações nas suas rotinas.
No primeiro encontro todos voluntários selecionados foram informados sobre o Projeto
e dinâmica dos encontros, assinaram o TCLE, responderam aos instrumentos de avaliação e
foram agrupados em sub-grupos para realização da aleatorização. Após este processo todos
foram avisados via rede social a que grupo passariam a pertencer (controle ou intervenção).
Àqueles randomizados para o GC foi garantido a entrega da cartilha de informações ao final do
período de estudo contendo todas as informações à que o GI teve acesso.
No segundo encontro foi abordado aspectos ligados à importância do ciclo sono-vigília
e da prática de atividade física na consolidação da memória e apreensão de conhecimentos,
além de passado recomendações para um sono saudável e atividade física adequada.
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
O terceiro encontro abordou práticas de estudos, seu impacto na interpretação e
ressignificação de conceitos e conteúdos, além de recomendações sobre estes assuntos.
O quarto encontro abordou a organização do espaço e tempo de estudo individual, além
da apresentação de técnicas de estudo validadas pela literatura científica.
Do quinto ao sétimo encontro os voluntários participaram de dinâmicas junto ao Projeto
Portfolio.
O GC não foi submetido ao programa educacional e não recebeu estímulos semanais
para a incorporação das recomendações explicitadas no programa. Todos os voluntários foram
avaliados novamente ao final do período de aplicação do programa educacional com os mesmos
instrumentos de pesquisa utilizados na avaliação inicial. A figura 2 apresenta a dinâmica do
protocolo.
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Figura 2: Desenho do estudo.
O estudo ofereceu risco mínimo, uma vez que o Programa Educacional abordou
questões gerais sobre saúde, processo ensino-aprendizagem e hábitos de vida em geral.
Método Estatístico
Os dados estão apresentados por meio de média e desvio padrão. A comparação das
MFs das disciplinas cursadas nos três semestres analisados nos grupos foi feita por meio do
Avaliação para Elegibilidade Exclusão: - Ausência de Matrícula. - Cursar apenas 01 disciplina no semestre. - Cursar o primeiro ou o último semestre do curso.
Aleatorização
Grupo Intervenção Grupo Controle
Registro das Médias Finais (MFs) das Disciplinas Cursadas no
Semestre Anterior
Registro das Médias Finais (MFs) das Disciplinas Cursadas no
Semestre Anterior
Aplicação do Programa Educacional
Registro das MFs das Disciplinas Cursadas no Semestre Vigente
Registro das MFs das Disciplinas Cursadas no Semestre Vigente
Avaliação Inicial dos Voluntários
Entrega de Cartilha Informativa
Registro das MFs das Disciplinas Cursadas no Semestre
Subsequente
Registro das MFs das Disciplinas Cursadas no Semestre
Subsequente
Avaliação Final dos Voluntários Avaliação Final dos Voluntários
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Teste ANOVA de único fator. Comparação das variáveis intra-grupo entre “início” e “fim” do
semestre vigente ao programa foi feita por meio do teste t-Student pareado. Consideramos valor
de “p” significativo <0,05 e o programa estatístico utilizado foi o SPSS®.
Resultados
O GI foi formado por 29 participantes e o GC por 26. Ambos eram, predominantemente,
formados por indivíduos do gênero feminino. A figura 3 ilustra a composição do grupo
intervenção, 90% dos participantes eram do gênero feminino, contando-se apenas com três do
gênero masculino (10% do total). Na figura 4, do mesmo modo, o grupo controle apresentou
92% de participantes do gênero feminino apenas 8% do gênero masculino.
Fig. 3 Número de participantes e frequências relativas em porcentagem de cada um dos gêneros
na composição do grupo intervenção.
26; 90%
3; 10%
Número e Frequência Relativa de Participantes por Gênero
G. Intervenção
Fem.
Masc.
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Fig. 4 – Número de participantes e frequências relativas em porcentagem de cada um dos
gêneros na composição do grupo controle.
Em relação à idade dos participantes a maior parte era formada por jovens (figura 5).
No GI 20 alunos apresentavam idades entre 18 e 20 anos, enquanto no GC 21 apresentavam
idade dentro desta mesma faixa. Os demais participantes dos grupos mostravam idades entre
21 e 32 anos.
Fig. 5 – Número de participantes por classe de idade em cada um dos grupos (controle e
intervenção).
Quanto ao vínculo acadêmico, ambos os grupos eram formados por alunos de graduação
da UPM, matriculados em sete diferentes cursos (figura 6). No GI a maior parte cursava o Curso
24; 92%
2; 8%
Número e Frequência Relativa de Participantes por Gênero
G. Controle
Fem.
Masc.
20
4 31 1
21
2 2 1 00
5
10
15
20
25
18-20 21-23 24-26 27-29 30-32
Nú
me
ro d
e P
arti
cip
ante
s
Classe de Idades (em anos)
Idade dos Participantes
G. Intervenção
G. Controle
19
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
de Fisioterapia (12 participantes) e Nutrição (10 participantes) do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde (CCBS) da UPM. Os demais participantes deste grupo vinham de outros
Centros Acadêmicos e cursos da UPM, sendo eles: Administração (três participantes), Letras
(três participantes) e um aluno de Engenharia de Materiais. A composição do GC também
apresentou grande concentração de alunos ligados ao curso de Fisioterapia (15 participantes).
Entre os demais, cinco participantes eram do Curso Psicologia, cinco do Curso de Ciências
Biológicas e apenas um do Curso de Nutrição (figura 6).
Fig. 6 – Composição numérica de participantes dos grupos intervenção e controle, matriculados
em diferentes cursos de graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A maior parte dos participantes vinculava-se ao 3º semestre de seus cursos de graduação,
mas registros de participantes proveniente da 2ª, 4ª, e 5ª etapas foram também observados
(figura 7).
3
01
12
3
10
00
5
0
15
01
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Nú
me
ro d
e p
arti
cip
ante
s
CURSOS
Número de participantes por Curso
G. Intervenção
G. Controle
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Fig. 7 – Número de participantes matriculados, dos grupos intervenção e controle, em cada
etapa de seus cursos de graduação.
O número de disciplinas cursadas durante o primeiro semestre do projeto pelos
participantes variou de 6 disciplinas (componentes curriculares) a 10, mas a maior parte dos
alunos estava matriculada em 9 disciplinas semestrais, seja no GI (15 participantes) ou no GC
(17 participantes) (figura 8). Em ambos os casos, todos mostravam um grande número de
disciplinas, levando a uma grade semanal de aulas completa e um grande envolvimento com os
respectivos cursos no que se refere à carga horária.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª
4
11
56
2
011
16
2
5
0
2
0
Nú
me
ro d
e P
arti
cip
ante
s
Semestres
Número de Participantes por Etapa (Semestre)
G. Intervenção
G. Controle
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Fig. 8 – Número de disciplinas cursadas pelos participantes dos grupos intervenção e controle,
no semestre de execução do projeto.
Outro aspecto que sinaliza na direção de um maior envolvimento dos participantes com
as atividades dos respectivos cursos, é o fato da maioria não apresentar vínculos empregatícios
externos, tanto no GI (figura 9) como no GC (figura 10). Em ambas as situações, mais de 75%
dos participantes não estavam envolvidos com atividades profissionais paralelas as atividades
acadêmicas.
Fig. 9 – Vínculo com atividades profissionais em paralelo às atividades acadêmicas no grupo
intervenção.
0
5
10
15
20
6 7 8 9 10
43
5
15
220
3
17
4
Nú
me
ro d
e P
arti
cip
ante
s
Número de Disciplinas
Número de participantes por Número de Disciplinas Cursadas
G. Intervenção
G. Controle
7; 24%
22; 76%
Participantes Empregados e sem EmpregoG. Intervenção
Com Emprego
Sem Emprego
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EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Fig. 10 – Vínculo com atividades profissionais em paralelo às atividades acadêmicas no grupo
controle.
De modo geral, todos os participantes apresentaram o perfil VISUAL dominante. O GI
apresentou, após a intervenção, maior equilíbrio entre os três perfis (figura 11). O GC
apresentou redução estatisticamente significante no escore refere às suas Habilidades
Acadêmicas (p=0,036) requeridas pelos docentes entre os semestres anterior e vigente à
intervenção (figura 12). Isto também ocorreu no GI, embora sem variação estatística
significante. No que se refere à aderência dos participantes do GI aos hábitos de vida, práticas
de estudo e gestão do tempo e espaço verificamos, a partir da análise dos recordatórios, uma
aderência em média de 63±4% em relação aos bons hábitos de sono, 51±2% quanto à adoção
de boas rotinas atividade física, 66±6% e 77±4% quanto à melhor gerência do tempo e de espaço
para o estudo, respectivamente, e 71±1% quanto à adoção de boas práticas de estudo (figura
13).
6; 23%
20; 77%
Participantes Empregados e sem EmpregoG. Controle
Com Emprego
Sem Emprego
23
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Perfil do Aluno (%)
Fig. 11 – Perfil de aprendizagem e habilidades acadêmicas pré e pós intervenção nos grupos.
Valores representados em porcentagem.
Escore de Habilidades Acadêmicas requeridas do Aluno
Fig. 12 – Habilidades acadêmicas requeridas do aluno nos semestres anterior e vigente à
intervenção. * p < 0,05 versus GC pré. Obs.: Escore Mínimo “zero”; Escore Máximo 21.
41 4239 40
36 3835 3737 36 37 37
0
10
20
30
40
50
60
PRÉ PÓS PRÉ PÓS
GC GI
Perfil Visual (Score Máximo 60) Perfil Auditivo (Score Máximo 60)
Perfil Cinestésico (Score Máximo 60)
10,4 10,9
13,2 13,7
0
3
6
9
12
15
18
21
GC GI
Pré
Pós
*
24
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Aderência dos Alunos do GI às Recomendações Propostas (%)
Fig. 13 – Aderência dos alunos do GI às recomendações propostas no programa educacional.
Verificamos redução significativa no que se refere à percepção de aprendizagem por
parte dos alunos do GC (p=0,015) entre o início e o final do semestre da aplicação do programa
educacional. Embora sem relevância estatística, observamos aumento nesta percepção nos
alunos que se submeteram à intervenção proposta (GI), conforme explicitado na figura 14.
Percepção de Aprendizagem dos Alunos – Quantitativa
Fig. 14 – Percepção de aprendizagem dos alunos do GC e GI por meio da escala Likert (0 à 10),
entre início e término do semestre da intervenção. * p < 0,05 versus GC pré.
63
51
66
7770
0
20
40
60
80
100
Sono Ativ. Fisica Tempo Espaço Estudo
6,96,46,3
6,7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
GC GI
Pré
Pós
*
25
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Ainda em relação à percepção de aprendizagem dos alunos, agora avaliada de forma
qualitativa, verificamos discreto aumento no descritor “excelente” no GC, no entanto elevação
nos descritores “regular” e “ruim” neste grupo. No GI observamos manutenção de uma
percepção de aprendizado caracterizada como “boa” e redução do número de alunos com
percepção “ruim”, que passaram a classifica-la como “regular” (figura 15). Apenas quatro
participantes do GI revelaram PIORA no processo de aprendizagem após a intervenção, contra
11 do GC. Além disso, apenas três participantes do GC relataram MELHORA, contra 9 do GI
(figura 16).
Percepção de Aprendizado nas Disciplinas Cursadas (%) Análise Qualitativa
Fig. 15 – Percepção de aprendizado no início (pré) e final (pós) no semestre da intervenção nos
grupos. Valores representados em porcentagem.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
PRÉ PÓS PRÉ PÓS
GC GI
EXCELENTE BOM REGULAR RUIM
26
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Variação da Percepção de Aprendizado nas Disciplinas Cursadas
Fig. 16 – Variação da percepção de aprendizado em relação às disciplinas cursadas, entre o
início e o término da intervenção nos grupos.
A percepção dos alunos quanto ao grau de dificuldade enfrentada por eles, em média,
em relação aos estudos não apresentou variação significante entre os momentos “início” e
“término” no semestre da intervenção. No entanto, salientamos tendência do GC e GI à uma
percepção de menor dificuldade nas disciplinas ao final (fig. 17).
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
GC GI
27
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Percepção média da Dificuldade dos Alunos frente às Disciplinas –
Quantitativo
Fig. 17 – Percepção de dificuldade dos alunos do GC e GI frente às disciplinas cursadas por
meio da escala Likert (0 à 10), entre início e término do semestre da intervenção.
Ao realizarmos uma análise individual, observamos que no GI 14 estudantes
consideraram o semestre da intervenção “difícil”, contra apenas nove do GC. Ao passo que no
GC 10 estudantes perceberam o semestre como mais fácil, contra oito do GI. A partir desta
análise individual nota-se que o GI considerou que o semestre apresentou maior dificuldade em
relação à sua percepção anterior (figura 18). Este comportamento pode ser mais bem observado
na figura 19, na qual é apresentado o binômio aprendizagem-dificuldade. Nota-se maior
aprendizagem na vigência de maior dificuldade no GI, e um comportamento inverso no GC, de
menor aprendizagem na vigência de menor dificuldade. Analisamos ainda a variação nas
percepções de aprendizado e dificuldades considerando um subgrupo de alunos do GI que
apresentaram um escore de aderência às atividades propostas no Programa Educacional maior
que 60% (alta aderência). Verificamos que neste subgrupo a percepção de aprendizagem foi a
7,26,76,9
6,6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
GC GI
Pré
Pós
28
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
maior registrada em comparação aos restantes do GI, além de considerarem o semestre com um
menor grau de dificuldade (figura 20).
Variação da Percepção de Dificuldade nas Disciplinas Cursadas
Análise Quantitativa
Fig. 18 – Variação na percepção de dificuldade em relação às disciplinas cursadas entre o início
e o término da intervenção nos grupos.
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
GC GI
29
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Variação, em média, nas Percepções de Aprendizagem e Dificuldade nas Disciplinas Cursadas
Fig. 19 – Variação, em média, na percepção de aprendizagem e dificuldade em relação às
disciplinas cursadas entre o início e o término da intervenção nos grupos.
Variação nas Percepções de Aprendizagem e Dificuldade dos Alunos
Considerado alunos do GI com alto Índice de Aderência às Propostas de Intervenção
(Grupo GI score > 60%)
Fig. 20 – Variação, em média, na percepção de aprendizagem e dificuldade em relação às
disciplinas cursadas entre o início e o término do semestre da intervenção nos grupos. NOTA:
Grupo GI score > 60% representa os alunos do grupo intervenção que tiveram participação
igual ou superior à 60% nas atividades propostas no programa educacional, conforme registros
do recordatório.
-0,615
0,296
-0,363
0,217
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
GC GI
APRENDIZAGEM DIFICULDADE
-0,6
15
-0,3
63
0,2
96
0,2
17
0,4
67
-0,0
71A PREND IZ A GEM D IF ICULD A D E
GC GI GI score >60%
30
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Ao avaliarmos os escores totais do questionário de qualidade de vida nos grupos não
verificamos mudanças significativas após intervenção (figura 21). No entanto, ao analisarmos
os resultados quanto aos domínios do questionário, verificamos tendência à melhora da
qualidade de vida no que se refere ao perfil físico no GI e redução da qualidade de vida para o
perfil social. No GC observamos tendência à melhora apenas no domínio social (figura 22).
Qualidade de Vida – Escore Total
Fig. 21 – Variação, em média, no escore total de qualidade de vida entre o início e o término da
intervenção nos grupos. Nota: Quanto maior o escore melhor a qualidade de vida.
586259
63
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
GC GI
Pré
Pós
31
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Qualidade de Vida – Escore nos Domínios
Fig. 22 – Variação, em média, nos escores dos domínios da qualidade de vida entre o início e o
término da intervenção nos grupos. Nota: Quanto maior o escore melhor a qualidade de vida.
A sonolência diurna se mostrou excessiva no GC no início da intervenção. Após, não
verificamos alterações neste parâmetro (figura 23) nos dois grupos. Quanto à qualidade do sono
todos os participantes apresentavam inicialmente uma qualidade ligeiramente ruim. Após
intervenção verificamos discreta melhora no GI e piora no GC (figura 24).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100D
OM
.FIS
ICO
DO
M.P
SIC
O
DO
M.S
OC
IAL
DO
M.A
MB
IEN
TE
DO
M.F
ISIC
O
DO
M.P
SIC
O
DO
M.S
OC
IAL
DO
M.A
MB
IEN
TE
GC GI
Pré
Pós
32
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Nível de Sonolência Diurna
Fig. 23 – Variação, em média, no nível de sonolência diurna entre o início e o término da
intervenção nos grupos. Nota: Valores maiores que 10 considerar sonolência diurna excessiva
que precisa ser investigada.
Qualidade de Sono
Fig. 24 – Qualidade de sono entre o início e o término da intervenção nos grupos. Nota: Índice
menor que cinco considerar “Boa” qualidade de sono; Índice entre cinco e 10 considerar
qualidade de sono “Ligeiramente ruim”; Índice maior que 10 qualidade “Ruim/Distúrbio do
Sono”.
O número de disciplinas cursadas nos semestres anterior, vigente e posterior à
intervenção manteve-se muito semelhante nos dois grupos (figura 25). O número de disciplinas
em “dependência” (DPs) também apresentou semelhança, exceto pela sua redução no semestre
12
1011
10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
GC GI
Pré
Pós
0
3
6
9
12
15
18
21
GC GI
Pré
Pós
Sonolência Diurna Excessiva
33
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
posterior à intervenção nos dois grupos (figura 26). O desempenho acadêmico verificado pelo
por meio da média das notas finais de cada participante mostrou mínima variação ao
compararmos os três semestres (antes, durante e depois da intervenção) nos dois grupos (figura
27).
Número de Disciplinas Cursadas
Fig. 25 – Número de disciplinas cursadas pelos alunos nos dois grupos nos semestres anterior,
vigente e posterior à intervenção.
Número de Disciplinas Cursadas em Dependência (DPs)
Fig. 26 – Número de disciplinas cursadas em “dependência” (DPs) pelos alunos nos dois grupos
nos semestres anterior, vigente e posterior à intervenção.
9,38,0
9,18,0
9,07,8
0
2
4
6
8
10
12
GC GI
Semestre Anterior
Semestre da Intervenção
Semestre Posterior
1,3 1,2
2,5
1,5
0,1 0,3
0
1
2
3
4
5
GC GI
Semestre Anterior
Semestre da Intervenção
Semestre Posterior
34
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Desempenho Acadêmico Verificado por meio das Médias Finais
Fig. 27 – Médias finais obtidas por meio dos Históricos Escolares nos semestres anterior,
vigente e posterior à intervenção nos grupos.
Discussão e Conclusões Finais
O presente estudo teve como objetivo verificar a influência de um Programa Educacional
que visa a melhora do desempenho acadêmico do aluno universitário a partir uma melhor gestão
do seu cotidiano no que se refere a hábitos de vida adequados, otimização de seu tempo, estudos
e maior conhecimento pessoal e do processo ensino-aprendizagem. Secundariamente
objetivamos verificar os efeitos deste programa ao longo do tempo (médio prazo), além de
avaliar seus efeitos na percepção subjetiva de aprendizado dos estudantes, no ciclo sono-vigília
e qualidade de vida. Verificamos que o programa não apresentou impacto direto no desempenho
acadêmico quando observado estritamente o comportamento das MFs nos três semestres de
acompanhamento. No entanto, observamos que a intervenção produziu melhora na percepção
de aprendizagem do discente, mesmo na vigência de um semestre classificado como “difícil”,
em que foram exigidas maiores habilidades deste aluno. Este efeito foi maior naqueles
estudantes que incorporaram de forma mais diligente as estratégias propostas no programa
8,4 8,28,1 8,28,7
8,3
0
2
4
6
8
10
GC GI
Semestre Anterior
Semestre da Intervenção
Semestre Posterior
35
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
(subgrupo com maior aderência às propostas). Além disso, pôde-se verificar melhor equilíbrio
entre os perfis de aprendizado (visual, cinestésico e auditivo) pós-intervenção. Efeitos positivos
do programa também foram verificados nos hábitos de vida, conforme observado por meio de
uma tendência à melhora da qualidade de sono e no perfil físico dos alunos.
Nosso estudo insere-se na perspectiva da busca de um maior protagonismo estudantil,
uma preocupação que tem norteado políticas educacionais em diversas Instituições de Ensino
Superior ao redor do mundo. A política institucional da Instituição de Ensino à qual o presente
estudo pertence, tem buscado este caminho de independência e protagonismo do aluno no que
se refere à gestão pessoal e estudos, culminando com uma formação ampla e para além dos
aspectos exclusivamente técnicos dos Cursos de Graduação. Desta forma, nossa proposta
buscou alinhar-se a esta política de maneira a enriquecer este debate, que transcende as
especificidades curriculares e traz à luz questões comuns aos docentes e discentes, independente
das áreas do conhecimento humano.
O desfecho principal de nosso estudo foram índices quantitativos (notas), pois em nosso
consenso inicial tais índices seriam a forma mais exata de se medir o desempenho acadêmico.
Os inúmeros processos e parâmetros envolvidos no binômio ensino-aprendizagem, no entanto
nos leva a expandir esta concepção inicial para outros aspectos que possuem relação direta com
o desempenho acadêmico. Assim, a ausência de diferenças estatísticas observada em nosso
desfecho principal (notas) ao longo do período, nos leva a crer que melhorias nos aspectos
qualitativos da vida acadêmica, podem ou não se associar à melhora do desempenho acadêmico
quantitativo (notas). Este entendimento é corroborado pelo fato de que coeficientes de
rendimentos escolares obtidos de forma quantitativa (notas), não se correlacionam com sucesso
profissional (Ferreira e Crisóstomo, 2011). Nossos resultados vão ao encontro da ideia de que
a construção do conhecimento deve ser feita a partir de um conjunto de propostas que
contemplem aspectos voltados para a pluralidade da vida do estudante. Outro aspecto que deve
36
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
ser ressaltado em nosso estudo e que pode ter contribuído para ausência de diferenças
estatísticas quanto ao nosso desfecho principal, é o fato que as notas finais dos alunos
pertencentes à nossa amostra (tanto GC quanto GI) estavam acima de oito no semestre anterior
à intervenção. Isto aponta para o fato de que estes alunos, embora preocupados com seu
desempenho acadêmico, já possuíam MFs muito acima da nota mínima para aprovação nas
disciplinas, o que os classificava com um desempenho acadêmico já de início satisfatório.
Assim, persiste a questão sobre o efeito de nosso programa sobre alunos que, de antemão,
possuíssem desempenho considerado “regular” ou “péssimo”.
A percepção pessoal de aprendizagem aumentou nos alunos submetidos à intervenção.
Este achado vai ao encontro de estudos que tem associado o processo de aprendizagem e
consolidação da memória a bons hábitos de sono (Curcio et al., 2006; Gomes et al, 2011;
Dimitriou et al., 2015) e de atividade física (Casilhas et al., 2015). Além disso, qualidade e
suficiência de sono encontram-se entre os principais preditores de desempenho acadêmico,
trazendo contribuição independente e significativa em relação às variáveis acadêmicas e de
estilos de vida dos alunos (Gomes et al., 2011). Técnicas de estudo desenvolvidas no sentido
de auxiliarem na ordenação e correlação de conceitos têm sido propostas na literatura científica
no sentido de se alcançar melhoria no desempenho acadêmico, levando-se em consideração
aspectos neurofuncionais. O programa proposto em nosso estudo se baseou nestes conceitos e
se mostrou eficiente em trazer mudanças em hábitos de vida que impactam diretamente a vida
acadêmica. Isso pôde ser visto, sobretudo nos alunos que tiveram alta aderência às estratégias
apresentadas.
O perfil preponderante dos alunos estudados foi do gênero feminino, com idade entre 18
e 20 anos, concentrados nas áreas das ciências biológicas e da saúde. O maior interesse em
participar de nossa pesquisa esteve nos alunos cursando entre a 3ª e 5ª etapas de seus cursos de
graduação, e a média de disciplinas cursadas esteve em torno de nove. A maioria dos alunos
37
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
não apresentava atividade laboral (emprego) em paralelo com o curso de graduação. Parece-
nos assim, que as etapas centrais dos cursos se constituem no momento de maior busca pelos
alunos por estratégias que os auxiliem em estabelecer uma gestão acadêmica e de vida
adequadas. Tendo em vista o “desenho” de nosso estudo exigir três semestres de
acompanhamento acadêmico, vale ressaltar que ainda temos dados a serem coletados e
acrescentados àqueles apresentados neste relatório. Assim, é possível que o aumento de nossa
casuística fortaleça as tendências aqui observadas.
Concluindo, o presente estudo se insere na perspectiva de um aprofundamento da
discussão acerca dos diversos fatores que influenciam a vida acadêmica e o protagonismo
estudantil. Esta discussão envolve docente e discente, e permeia a prática acadêmica,
independente da formação pretendida pelo aluno. Nosso estudo mostrou efeitos positivos sobre
parâmetros ligados à percepção de aprendizado e perfil de saúde em estudantes universitários
que realizaram um programa voltado para a adoção de bons hábitos de vida e boas práticas de
estudo. O programa não influenciou diretamente o aspecto quantitativo (notas) dos estudantes.
No entanto, acreditamos que a inserção destes conteúdos na prática docente possa contribuir
significativamente com a vida acadêmica, preenchendo fragilidades do discente que se
manifestam em avaliações acadêmicas formais, mas que não se relacionam necessariamente
com os conteúdos técnicos apresentados nas disciplinas.
38
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
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<http://faculty.biomath.ucla.edu/vsavage/savage_sleep.pdf>. Acesso em: 28/07/2015.
SIBLEY, B. A.; ETNIER, J. L. The relationship between physical activity and cognition in
childre: a meta-analysis. Pediatric Exercise Science. v. 15, p. 243-256, 2003.
TORNAGHI, A. J. C.; PRADO, M. E. B. B.; MARIA ELIZABETH BIANCOCINI DE
ALMEIDA. Tecnologias na educação: ensinando e aprendendo com as TIC: guia do
cursista. 2.ed. Brasília: Secretaria de Educação a Distância, 2010. 120 p.
VILA, L. E.; PEREZ, P.J.; MORILLAS, F.G. Higher education and the development of
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2012.
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed,
2010.
48
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh Instruções:
1. As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês passado.
2. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu na maioria dos dias e noites
do mês passado.
3. Por favor, responda a todas as questões.
1 - Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?
HORÁRIO DE DEITAR: _____________.
2 - Durante o mês passado, quanto tempo (em minutos) você demorou para pegar no sono, na maioria das vezes?
NÚMERO DE MINUTOS → _____________.
3 - Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã, na maioria das vezes?
HORÁRIO DE ACORDAR → ________________.
4 - Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser diferente do número de horas
que você ficou na cama)
HORAS DE SONO POR NOITE: _______________.
Para cada uma das questões seguinte escolha uma única resposta, que você ache mais correta. Por favor,
responda a todas as questões.
5 - Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas para dormir porque você...
a) Demorou mais de 30 minutos para pegar no sono
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
b) Acordou no meio da noite ou de manhã muito cedo
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
c) Precisou levantar-se para ir ao banheiro
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
d) Teve dificuldade para respirar
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
e) Tossiu ou roncou muito alto
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
f) Sentiu muito frio
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
g) Sentiu muito calor
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
h) Teve sonhos ruins ou pesadelos
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
i) Sentiu dores
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
j) Outra razão, por favor, descreva: ____________________________________________________
49
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
________________________________________________________________________________.
Quantas vezes no último mês você teve problemas para dormir por causa desta razão?
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
6 - Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral?
( ) Muito Boa ( ) Ruim
( ) Boa ( ) Muito Ruim
7 - Durante o mês passado, com que frequência você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo médico,
ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por sua conta?
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
8 - No último mês, com que frequência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou
participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)?
( ) Nenhuma vez. ( ) 1 ou 2 vezes por semana.
( ) Menos de 1 vez por semana. ( ) 3 vezes por semana ou mais.
9 - Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para realizar suas atividades diárias?
( ) Nenhuma indisposição nem falta de entusiasmo.
( ) Indisposição e falta de entusiasmo pequenas.
( ) Indisposição e falta de entusiasmo moderadas.
( ) Muita indisposição e falta de entusiasmo.
10 - Você cochila?
( ) Não ( ) Sim
Comentário do entrevistado (se houver): ________________________________________________
________________________________________________________________________________.
Caso Positivo – Você cochila intencionalmente, ou seja, pôr que quer?
( ) Não ( ) Sim
Comentários do entrevistado (se houver): _______________________________________________
________________________________________________________________________________.
Para você, cochilar é
( ) Um prazer
( ) Uma necessidade
( ) Outro – qual?
Comentários do entrevistado (se houver): ________________________________________
_________________________________________________________________________.
50
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Escala de Sonolência de Epworth
Qual possibilidade de você cochilar ou adormecer nas seguintes situações?
SITUAÇÕES CHANCE DE COCHILAR
– 0 A 3
1. Sentado e lendo
2. Assistindo televisão
3. Sentado em lugar público sem atividades como
sala de espera, cinema, teatro, igreja, etc.
4. Como passageiro de carro, trem ou metrô,
andando por 1 hora sem parar.
5. Deitado para descansar a tarde.
6. Sentado e conversando com alguém.
7. Sentado após uma refeição sem álcool.
8. No carro parado por alguns instantes no
trânsito.
Total
0 – nenhuma chance de cochilar.
1 – pequena chance de cochilar.
2 – moderada chance de cochilar.
3 – alta chance de cochilar.
Dez ou mais pontos – sonolência excessiva que deve ser investigada.
51
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
QUALIDADE DE VIDA
WHOQOL – ABREVIADO - VERSÃO EM PORTUGUÊS
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras
áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que
resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais
apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos
perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas. Por
exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio
de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você
recebeu "muito" apoio como abaixo.
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe parece a melhor
resposta.
NADA MUITO
POUCO
MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE
VOCÊ RECEBE DOS OUTROS O APOIO
DE QUE NECESSITA?
1 2 3 4 5
NADA MUITO
POUCO
MÉDIO MUITO COMPLETAMENTE
VOCÊ RECEBE DOS OUTROS O APOIO
DE QUE NECESSITA?
1 2 3
5
Muito
ruim
Ruim Nem ruim
nem boa
Boa Muito
boa
1 Como você avaliaria sua qualidade de vida? 1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito
Insatisfeito Nem satisfeito
nem insatisfeito
Satisfeito Muito
satisfeito
2 Quão satisfeito(a) você está com
a sua saúde ?
1 2 3 4 5
4
52
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas
semanas.
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de
fazer certas coisas nestas ultimas duas semanas.
Nada Muito
pouco
Mais ou
menos
Bastante Extremamente
3 Em que medida você acha que sua dor (física)
impede você de fazer o que você precisa?
1 2 3 4 5
4 O quanto você precisa de algum tratamento
médico para levar sua vida diária?
1 2 3 4 5
5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5
6 Em que medida você acha que a sua vida tem
sentido?
1 2 3 4 5
7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5
8 Quão seguro(a) você s sente em sua vida
diária?
1 2 3 4 5
9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,
barulho, poluição, atrativos)?
1 2 3 4 5
Nada Muito
pouco
Médio Muito Completamente
10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia ? 1 2 3 4 5
11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5
12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas
necessidades?
1 2 3 4 5
13 Quão disponíveis para você estão as informações
que precisa para o seu dia-a-dia ?
1 2 3 4 5
14 Em que medida você tem oportunidades de
atividade de lazer?
1 2 3 4 5
53
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de
vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
Muito
ruim
Ruim Nem ruim
nem bom
Bom Muito
bom
15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito
Insatisfeito Nem satisfeito
nem insatisfeito
Satisfeito Muito
satisfeito
16 Quão satisfeito(a) você está
com o seu sono?
1 2 3 4 5
17 Quão satisfeito(a) você está
com sua capacidade de
desempenhar as atividades do
seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
18 Quão satisfeito(a) você está
com sua capacidade para o
trabalho?
1 2 3 4 5
19 Quão satisfeito(a) você está
consigo mesmo?
1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito
Insatisfeito Nem satisfeito
nem insatisfeito
Satisfeito Muito
satisfeito
20 Quão satisfeito(a) você está
com suas relações pessoais
(amigos, parentes, conhecidos,
colegas)?
1 2 3 4 5
21 Quão satisfeito(a) você está
com sua vida sexual?
1 2 3 4 5
22 Quão satisfeito(a) você está
com o apoio que você recebe
de seus amigos?
1 2 3 4 5
23 Quão satisfeito(a) você está
com as condições do local
onde mora?
1 2 3 4 5
24 Quão satisfeito(a) você está
com o seu acesso aos serviços
de saúde ?
1 2 3 4 5
25 Quão satisfeito(a) você está
com o seu meio de transporte?
1 2 3 4 5
54
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas
coisas nas últimas duas semanas.
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?
___________________________________________
Quanto tempo você levou para preencher este questionário?
___________________________________
Você tem algum comentário sobre o questionário?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________
Nunca Algumas
vezes
Frequentemente Muito
frequentemente
Sempre
26 Com que frequência você tem
sentimentos negativos tais como mau
humor, desespero, ansiedade,
depressão?
1 2 3 4 5
55
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Atividade Física
INTERNATIONAL PHYSICAL ACTIVITY QUESTIONARY (IPAQ)
As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gastou fazendo atividade física na
ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um
lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou
no jardim. Para respondê-las pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10
minutos contínuos de cada vez:
1a. Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos
em casa ou no trabalho, para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de
exercício?
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no
total você gastou caminhando por dia? Horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana você realizou atividades MODERADAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica
leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou
no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA
CAMINHADA)? Dias ________ por SEMANA ( ) Nenhum
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ______ Minutos:
_____
3a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na
bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cuidar no
jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração
ou batimentos do coração? Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ______ Minutos:
_____
56
EM BUSCA DO SUCESSO ACADÊMICO
Recordatório – Grupo Intervenção
Nome: ______________________________________________________________________
Preencha esta tabela de acordo com a legenda abaixo
Encontro 1
Encontro 2
Encontro 3
Encontro 4
Encontro 5
Encontro 6
TOTAL
SONO
ATIVIDADE FÍSICA
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
PRÁTICAS DE ESTUDO
Aspectos avaliados:
Descrição
SONO
- mais que 6h consecutivas de sono/ noite
- não realizar atividades estimulantes antes do sono
- manter rotina de horário para início e término do sono
ATIVIDADE FÍSICA
- manter rotina de atividade física (moderada ou vigorosa) 2x/semana de 40 à 50 minutos
- manter rotina de atividade física (moderada ou vigorosa) 3x/semana de 40 à 50 minuto
- manter rotina de atividade física (moderada ou vigorosa) 5x/semana de 40 à 50 minutos
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
- estuda em um local provido por mesa + cadeira
- tem um local confortável e iluminado para o estudo
- desliga ou afasta-se de equipamentos eletrônicos que possam provocar distrações durante o período de estudo focado
ORGANIZAÇÃO
DO TEMPO
- tem horários definidos para estudo
- mantem rotina de ao menos 2h de estudo/ semana, respeitando intervalos
- mantem rotina de ao menos 5h de estudo/ semana, respeitando intervalos
PRÁTICAS DE
ESTUDO
- constrói esquemas
- identifica os conceitos chave
- assume postura emocional durante o processo
Pontuação:
0 1 2 3 Não cumpriu nenhum dos
aspectos apresentados Cumpriu um dos aspectos
apresentados Cumpriu dois dos aspectos
apresentados Cumpriu todos os aspectos
apresentados
Para Preenchimento da Equipe: Score de Aderência do Aluno ao final do processo _________