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antenas

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Índice

3 ........... Introdução

4 ............ Fac-símile – Princípio de Operação

5 ............ Velocidade do Cilindro

5 ............ Identificando os sinais de Fac-símile

7 ............ Recebendo sinais de Fac-símile

8 ............ Aquisição e Decodificação dos sinais de fac-símile

9 ............ Satélites Meteorológicos – Sistema APT

9 ............ Satélites de Órbita Polar

11 .......... Funcionamento dos satélites de órbita polar – Sinais

13 .......... Rastreando os satélites – Procedimentos Iniciais

14 .......... Configurando o programa de rastreio WXTRACK

14 .......... Determinando o horário de passagem do satélite

16 .......... Entendendo o mapa de rastreio

15 .......... Recebendo o sinal do satélite

17 .......... Poucas palavras sobre antenas para satélites

18 ..........Decodificando os sinais

19 ..........Desenho do cabo para ligação da SoundBlaster

É Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer trecho ou imagem contida neste manual

Direitos Reservados – Rogério de Souza Leite – 1998-2014

São Paulo - Brasil

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ntrodução

Como todos sabemos, o sistema de transmissão de televisão convencional é capaz de enviar e

reproduzir imagens em movimento e cores com grande qualidade e precisão. Porém para que

isso seja possível é necessário utilizar um grande espaço do espectro eletromagnético.

De fato, um canal de televisão ocupa algo em torno de 6 mHz no espectro. Para se ter uma idéia do

isso representa basta citar que um canal de telefonia convencional ocupa aproximadamente 3 kHz o

que quer dizer que dentro do espaço utilizado por um único canal de televisão é possível acomodar

o equivalente a 2000 conversações telefônicas simultâneas ou aproximadamente 180 conexões de

dados à velocidade de 33.600 Kbps.

A idéia existente por traz dos métodos e sistemas que iremos analisar é exatamente o de enviar

imagens de alta resolução utilizando o menor espaço possível dentro do espectro eletromagnético.

Os sinais de Fac-símile enviados por rádio permitem a transmissão de imagens com resolução

desde 800 linhas até milhares de linhas por quadro. Para conseguir esta alta resolução e utilizando-

se uma pequena parcela do espectro, aumenta-se o tempo em que a imagem é transmitida.

Uma imagem transmitida por este processo pode levar de 3 até 15 minutos para ser enviada,

dependendo do tamanho, resolução e velocidade de transmissão.

Sinais de fac-símile são usados em várias aplicações. A transmissão de cartas meteorológicas por

bases militares e a disseminação de informes meteorológicos talvez seja os mais difundidos serviços

de fac-símile no espectro de HF (seguimento de radiofrequência compreendido entre 100 kHz e 30

mHz). Fotos jornalísticas, conhecidas como radiofotos, são também transmitidas desta maneira bem

como são muito comuns a retransmissão de fotos de satélites visíveis e infravermelho conhecidos

como Weather Fax ou WEFAX.

Por outro lado, o desenvolvimento dos satélites meteorológicos permitiu ao homem acompanhar de

modo quase que instantâneo o deslocamento das nuvens e massas de ar sobre uma determinada

localidade. Diariamente estes satélites cruzam nosso espaço enviando seus sinais, que semelhantes

aos de fac-símile, porém não iguais, transmitem imagens das mais diversas formas e em diversas

freqüências. Uma destas formas distingue-se por permitir que simples estações na superfície da

Terra possam receber e processar as imagens enviadas. Conhecidas por APT (Automática Picture

Transmission), estas transmissões podem ser sintonizadas facilmente utilizando-se receptores de

VHF muito comuns hoje em dia. Prova da grande importância desta forma de transmissão está no

fato de que todos os satélites meteorológicos de órbita polar lançados desde a década de 60 ainda

transmitem imagens no formato APT. Recentemente foi lançado pelos Estados Unidos mais um

destes satélites (NOAA-17) que também envia imagens APT.

O advento e popularização dos microcomputadores e programas processadores de imagens tornou

possível construir pequenas interfaces capazes de processar estes sinais e mostra-los na tela do

computador a um custo realmente muito baixo. Este é o objetivo deste trabalho, dedicado

especialmente àqueles que se interessam por radioamadorismo, eletrônica, telecomunicações,

informática, etc., e que gostariam de poder aplicar seus conhecimentos e curiosidades na montagem

de um equipamento simples mas que sem dúvida haverá de lhes proporcionar incontáveis horas de

lazer e aprimoramentos técnicos.

Mãos à obra !

I

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Fac-símile - Princípio de Funcionamento

Antes de iniciar a explicação do princípio de funcionamento da transmissão de fac-símile é

necessário dizer que o método que será descrito refere-se ao mecanismo clássico de transmissão.

Hoje em dia praticamente todas as estações de fax utilizam computadores para transmitir estas

imagens e cartas meteorológicas, porém a idéia básica é a mesma.

Em um sistema clássico de transmissão de fax a imagem à ser “escaneada” é enrolada sobre um

cilindro que gira em velocidade constante por meio de um motor síncrono controlado à cristal ou

qualquer outro sistema que permita manter a rotação o mais estável possível. Esta imagem é

fortemente iluminada. Através de um pequeno braço mecânico (carro), um conjunto de lentes

focaliza um ponto bem pequeno desta imagem fazendo com que as variações de luz produzidas

pelas várias tonalidades da imagem incidam sobre uma foto-célula. A rotação do cilindro produz o

equivalente a uma espécie de varredura horizontal da imagem.

Ao completar a primeira volta o pequeno braço mecânico que mantém o conjunto de lentes e a foto-

célula avança de forma quase que imperceptível e uma nova rotação do cilindro é iniciada. O

avanço do carro equivale à varredura vertical da imagem. Este processo se repete até que toda a

imagem seja escaneada.

As variações de voltagem produzidas na foto-célula são então amplificadas e usadas para modular

em freqüência um equipamento transmissor de SSB (Single Side Band).

A figura abaixo ajuda a compreender melhor este mecanismo.

Figura 1

Representação clássica de

equipamento de escaneamento

de imagem de fac-símile.

Imagens negras produzem variações de 1500 Hz na freqüência emitida enquanto que as áreas claras

da imagem fazem esta freqüência variar em 2300 Hz. Devido ao fenômeno de “fading” que ocorre

nas transmissões em HF, este tipo de modulação – FM – é usada por todas as estações de fac-símile,

pois mesmo com a variação da intensidade do sinal (fading) a qualidade da imagem não é afetada.

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Velocidade do cilindro A velocidade em que gira o cilindro é expressa em linhas por minuto (LPM) sendo que o tempo de

transmissão de uma imagem ou carta meteorológica depende desta velocidade. Para que houvesse

uniformização dos equipamentos foram padronizadas algumas velocidades de rotação.

60 LPM – Velocidade usada por antigas máquinas de radiofotos e cartas meteorológicas.

100 LPM – idem à velocidade acima

120 LPM – Um dos padrões utilizados atualmente para transmissões em HF.

240 LPM – Como na velocidade acima, também é padrão internacional em transmissão em HF.

O sinal que ouvimos ao sintonizar uma estação de WEFAX se parece muito com um violino bem

desafinado tocando uma música esquisita porém ritmada.

Este ritmo é claramente identificado e se a transmissão ocorrer à taxa de 60 linhas por minuto ou 60

LPM este ritmo se dará na mesma cadência dos segundos de um relógio .

Identificando os Sinais

A grande maioria dos programas de aquisição de imagens possui incorporado um monitor ou

pequeno osciloscópio de áudio onde os sinais recebidos são mostrados.

A figura abaixo mostra os diversos sinais que podem estar contido na transmissão de uma carta

meteorológica ou imagem fotográfica:

Figura 2

Figura ilustrativa mostrando

os vários tipos de sinais que

podem ser identificados em

uma transmissão típica de fac-

símile.

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1 – Start Tone ou Tom de Partida.

Este sinal, como indica o próprio nome, permite às máquinas ou ao programa de aquisição de

imagem iniciar a captura de uma nova imagem. A freqüência deste tom pode variar conforme a

velocidade de transmissão sendo muito utilizado os tons de 300 Hz e 675 Hz .

2 – Phasing Tone

Vem logo após o Start Tone e tem como função básica permitir ao equipamento impressor ou em

nosso caso, o programa de aquisição, possa determinar de forma automática qual a velocidade com

da imagem recebida.

3 – Scale Tone

Tem a finalidade de enviar à estação receptora uma pequena escala de cinzas cujo propósito seria o

de aferir o brilho e contraste da imagem. Este sinal é opcional e depende unicamente da estação

transmissora a opção em disponibilizá-lo.

4 – Imagem Transmitida – Carta, Texto, etc.

Neste caso podemos ver a representação da transmissão de uma carta meteorológica. Podemos

perceber nitidamente que devido à uma carta meteorológica possuir apenas traços brancos e pretos,

o sinal varia apenas entre estes dois extremos (figura 3A).

5 – Imagem Transmitida – Fotografia, imagem de Satélite, etc.

Podemos ver que este sinal, diferente da transmissão de uma carta meteorológica, possui muito mais

variações entre o branco e o negro devido a maior gama de tons de cinzas contidos em uma imagem

de satélite ou fotografia conforme podemos ver na figura 3B.

6 – Stop Tone ou Tom de parada.

Como indica o nome, este sinal serve exatamente para informar ao nosso programa de aquisição que

a imagem enviada chegou ao seu final.

Figura 3 - Imagens típicas de uma transmissão de fac-símile

Figura 3A

Típica carta Meteorológica transmitida via Fax onde

notam-se apenas as cores branco e preto.

Figura 3B

Radiofoto recebida na banda de HF onde nota-se

claramente a maior gama de tons de cinzas.

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Recebendo Sinais de fac-símile

Desnecessário dizer, mas para recebermos os sinais de fac-símile das estações de HF é necessário

dispor de um rádio de HF que possa receber a maior gama de freqüências possíveis, bem como é

preciso um bom sistema de antena. Dezenas de estações transmitem diariamente fotos de satélites,

fotos jornalísticas e cartas meteorológicas nesta região do espectro.

Muitas destas estações transmitem apenas em alguns horários bem definidos ao passo que outras

transmitem esporadicamente. Algumas transmitem algumas vezes por semana e podem ficar dias

sem transmitir nada. Outras transmitem quase todo o tempo. Devido à fenômenos de propagação

várias estações mudam constantemente de freqüência ou deixam de transmitir em alguma delas.

Mudam também os horários de transmissão de modo a minimizar os efeitos da propagação.

Isto nos leva a uma pergunta. Qual freqüência devemos sintonizar para ouvirmos e decodificarmos

seus sinais ? A resposta a esta pergunta é simples: Todas !

A recepção em HF é um trabalho que exige dedicação e método. A este trabalho se dá o nome de

rádio-escuta e é um dos passatempos mais benéficos em termos de aquisição de conhecimento em

telecomunicações. É uma espécie de investigação do espectro eletromagnético !

Uma vez que aprendemos a reconhecer os sinais de fac-símile, tudo que devemos fazer é ir

anotando as freqüências e horários em foram ouvidas e criar então um banco de dados de estações

de fac-símile. Podemos afirmar que é um trabalho bastante interessante.

No entanto precisamos partir de algo concreto e para isso precisamos sintonizar ao menos uma

estação conhecida para que possamos começar a desvendar o mistério. Uma das estações mais

conhecidas de transmissão de fac-símile é mantida pela Força Naval dos Estados Unidos em

Norfolk, NY.

Esta base naval transmite quase 24 horas por dia imagens de satélite, previsão do tempo, cartas

meteorológicas e informações das mais diversas. Esta estação pode ser sintonizada em 8080 kHz

+/- 3 kHz em USB.

Para que possamos sintonizá-la com bom sinal é necessário uma antena externa do tipo 3 elementos

apontada para o Norte, na direção da base de Norfolk, nos Estados Unidos.

Um dipolo simples serve porém os sinais serão fracos.

Uma vez que aprendermos a reconhecer os sinais de fac-símile transmitidos por esta estação basta

iniciar o trabalho de detetive de colecionador de estações de fax. Como curiosidade, a foto 3B foi

recebida da Agência de Notícias Argentinas – TELAM - em 3782 kHz às 21:00 horário de São

Paulo. Ultimamente não temos ouvido esta estação.

Podemos afirmar que para uma recepção de boa qualidade das imagens transmitidas é necessário

uma boa antena. Da mesma forma que sem luz não dá para tirar uma boa fotografia, sem uma boa

antena não podemos receber uma boa radiofoto. Muitos equipamentos de rádio de baixa qualidade

são substancialmente melhorados quando acoplados a bons sistemas de antena, ao passo que

excelentes rádios tornam-se medíocres receptores ao serem conectados a péssimos sistema de

captação. Lembre-se: Boa antena, boa radiofoto !

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Satélites Meteorológicos - Sistema APT

Diariamente centenas de satélites cruzam o espaço enviando as mais diversas informações. São

satélites de navegação, telecomunicação, observação militar, telescópios, laboratórios espaciais,

meteorológicos, etc.

Não há a menor sombra de dúvida de que o maior benefício do programa espacial norte-americano

tenha sido o da observação meteorológica através de satélites. A possibilidade de poder observar as

massas de ar e seus deslocamentos, fez dos satélites meteorológicos uma ferramenta sem igual na

análise e previsão do tempo.

Desde o início dos anos 60, quando se iniciou o programa de desenvolvimento de satélites

meteorológicos, foi mantida a filosofia de permitir a qualquer cidadão receber e decodificar os

sinais emitidos por estes satélites de modo que não fosse mais necessário esperar aos jornais ou

telejornais para que fosse possível a observação da “foto do satélite”.

De fato, a agilidade em poder receber estas imagens no momento exato em que o satélite passa

sobre a estação, faz com que diversas vidas humanas possam ser salvas. Fenômenos de grande

escala, como furacões, podem agora ser vistos à longa distância permitindo a evacuação das áreas

de risco em tempo recorde.

A maioria dos satélites operacionais da atualidade cumpre esta missão enviando imagens digitais

de muito alta-resolução às estações de terrenas especialmente equipadas.

São imagens que podem facilmente chegar a mais de 100 Mbytes por passagem do satélite e

requerem que as estações sejam equipadas com antenas parabólicas, rotores de posicionamento,

receptores de microondas e decodificadores digitais. Apesar de serem imagens de altíssima

resolução, faz com que apenas alguns centros de aquisição de imagens possam delas usufruir. Estas

imagens são conhecidas como HRPT – High Resolution Picture Transmission.

Felizmente estes satélites também transmitem imagens analógicas de menor resolução, permitindo

que com modestos receptores e decodificadores qualquer pessoa possa recebê-las. A recepção das

imagens dos satélites meteorológicos é tão comum que diariamente milhares de radioamadores ao

redor do planeta fazem desta atividade seu maior passatempo. Estas transmissões são conhecidas

como APT – Automática Picture Transmission.

Atualmente os satélites meteorológicos podem ser divididos em duas categorias distintas: satélites de Órbita

Polar e satélites de Órbita Geoestacionária. Por hora vamos nos deter apenas aos satélites de órbita polar.

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Satélites de Órbita Polar

Os atuais satélites de órbita polar de “sinal aberto” são os da série TIROS-NOAA operado pelo

governo dos Estados Unidos e os satélites da série METEOR-COSMOS operados pela Rússia.

Orbitando em uma altitude de 1200 Km os satélites russos METEOR podem ser sintonizados na

freqüência de 137.850 kHz. A série METEOR consiste de dezenas de satélites, porém por razões

obscuras somente um deles, o satélite METEOR 3-5 é recebido normalmente.

Já os satélites americanos da série NOAA podem ser sintonizados nas freqüências de 137.500 kHz,

137.620 kHz e 137.910 Orbitando a uma altitude de 840 Km, todos os satélites operacionais podem

ser ouvidos. Até o presente momento (Julho de 2008) estavam operacionais os seguintes satélites:

NOAA-12 NOAA-15 NOAA-17 w NOAA-18 O Status e freqüências dos satélites podem ser

encontrados em: http://www.oso.noaa.gov/poesstatus/

Os satélites da série NOAA são precisamente orientados no espaço em um tipo de órbita conhecida

como Helio-síncrona (sincronizado pelo Sol). Isto significa que durante o transcorrer do ano a

órbita do satélite com relação ao sol permanece praticamente constante, desta forma o satélite passa

todos os dias sobre o mesmo ponto da Terra na mesma hora solar.

No início do programa, os satélites meteorológicos carregavam câmeras de TV a bordo para que as

imagens pudessem ser captadas. No entanto devido a rápida deterioração do sistema captador de

vídeo, aliado à extrema delicadeza do tubo captador empregado (Vidicom) resolveu-se substituir o

sistema de captação de imagens empregado. Hoje em dia nenhum satélite de observação

meteorológica utiliza câmeras de TV a bordo; todos estes sistemas foram substituídos por um

sistema eletro-óptico de altíssima precisão conhecido por Scanning Radiometer.

O scanning radiometer é basicamente composto por um sistema de lentes, um sistema de espelhos

acoplado a um motor e alguns sensores de luz do tipo fotodiodos.

Basicamente o scan radiometer enxerga a Terra por uma estreita faixa que pode ser comparada à

linha horizontal de um receptor de TV. A varredura vertical é efetuada pelo próprio deslocamento

orbital do satélite. A figura abaixo ajuda a compreender melhor este processo.

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Figura 5

Operação de escaneamento

efetuado pelos satélites

meteorológicos. Observe a

semelhança com o sistema

de radiofotos !

O sistema de varredura opera continuamente de modo que enquanto o satélite estiver ao alcance da

estação receptora a imagem estará sendo recebida e processada. Assim podemos deduzir que ao

contrário de uma imagem de fac-símile, a foto de satélite não possui início nem fim. Seu início é

determinado no momento em começamos a ouvir seus sinais e termina no momento que seus sinais

não são mais captados.

A imagem produzida depende basicamente do tipo de sensor utilizado. Os sensores dos satélites

NOAA respondem a vários comprimentos de onda e cobrem desde o espectro visível até o espectro

infravermelho fazendo com que as imagens possam ser recebidas mesmo durante o período da

noite.

Devido ao radiômetro operar em 5 comprimento de onda diferentes é também conhecido por

radiômetro multiespectral. No formato digital HRPT todos os 5 canais podem ser recebidos

simultaneamente à uma taxa de 600 Kbps perfazendo como foi dito anteriormente

aproximadamente 100 Mbytes de imagens de alta-resolução. No entanto para recebê-las são

necessários caros equipamentos. Felizmente os computadores de bordo do satélite fazem uma

“amostragem” destas imagens e as envia à estação receptora de APT em formato analógico,

permitindo que a um custo relativamente baixo as imagens possam ser processadas em estações

“não tão sofisticadas”.

Cada rotação do espelho do radiômetro equivale à uma linha na tela do monitor. Durante 1 minuto

são executadas 120 rotações ou 120 linhas por minuto (LPM) sendo que cada linha contém tanto as

informações da imagem visível como da imagem em infravermelho.

A primeira metade corresponde à imagem infravermelho e a segunda metade da linha corresponde à

imagem visível sendo que uma linha completa tem duração de ½ segundo ou 500 ms.

A qualidade da imagem recebida bem como seu brilho e contraste variam conforme o horário da

passagem do satélite e da qualidade do sinal recebido. Com o sol muito acima, ou seja meio-dia

local, a imagem parece mais chapada, com pouca acentuação do relevo. Já com o sol iluminando a

Terra lateralmente o relevo é acentuado podendo-se distinguir inclusive as áreas de sombra,

montanhas, serras e grandes lagos.

As imagens em infravermelho são bem diferentes já que o que é mostrado são as diferenças de

temperatura. Neste tipo de imagem os objetos mais quentes são mostrados em preto ao passo que os

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mais frios são apresentados em branco. As diferenças de temperaturas é que permitem distinguir

entre lagos, áreas desertas, nuvens altas e baixas, etc.

Figura 6

Foto visível recebida do satélite NOAA-14 onde

podemos ver a região Sul e Sudeste do Brasil

mostrando claramente a bacia do Rio Paraná, os

Rios Tietê e Paranapanema.

Observem também a Lagoa dos Patos e Lagoa

Mirim no Rio Grande do Sul.

Na parte inferior da foto podemos ver a Bacia do

Prata.

As barras horizontais à esquerda da imagem são

dados de telemetria dos sistemas de bordo.

Funcionamento

O sistema APT foi desenvolvido de modo que com pequeno custo pode-se montar uma verdadeira

estação de recepção de imagens de satélites. O modo APT, assim como o fac-símile, permite a

transmissão de imagens com boa resolução – 4 Km – em uma largura de banda relativamente

estreita.

Quando dizemos resolução estamos nos referindo à resolução espacial. Isto significa o menor

tamanho que um objeto deve possuir para que possa ser detectado e visualizado. No caso das

imagens dos satélites NOAA esta resolução ou tamanho dos objetos é da ordem 4 Km

Quando você sintoniza um sinal APT, o tom de áudio que se ouve é o sinal da subportadora de

vídeo modulando em amplitude um sinal de 2400 Hz. Este tom de áudio lhe parecerá contínuo

porém notará que o mesmo parece estar “gorjeando”, um pouco tremido.

Esta tremulação é devida à modulação dos diferentes tons de cinza da imagem varrida pelo

radiômetro. Os picos de amplitude desta subportadora correspondem as porções mais claras da

imagem ao passo que as amplitudes mais baixas representam as áreas mais escuras. As amplitudes

intermediárias entre destes dois extremos representam as áreas cinzas da imagem.

Ao contrário da transmissão de fac-símile onde as variações de brilho e contraste da imagem são

feitas variando-se a freqüência do sinal de áudio transmitido, no caso da imagem APT estas

variações são transmitidas variando-se(modulando) a amplitude do sinal de 2400 Hz presente no

sinal de VHF sintonizado em 137 mHz.

Na figura abaixo podemos ver uma linha completa de uma imagem NOAA no formato APT.

Mesmo não sendo utilizados em nossa interface, seria interessante analisar alguns dos vários sinais

presentes em uma linha de varredura de uma imagem APT-NOAA.

Figura 7 – Sinal de Vídeo NOAA-APT

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1 – Pulso de sincronismo da imagem Infravermelho Consiste em um trem de pulsos de 7 ciclos na freqüência de 832 Hz. Em nenhum momento

usaremos este sinal em nossa interface. Apenas a título de curiosidade, este é o sinal responsável

pelo “tic-toc” característico dos satélites NOAA.

2- Pulso da pré-varredura Infravermelho

Ligeiramente antes do sensor iniciar a varredura da superfície do planeta existe um breve momento

onde o que está sendo varrido é o espaço vazio. Como as áreas frias aparecem em branco na

imagem infravermelho este sinal aparecerá na imagem como uma faixa branca na lateral da imagem

mostrada. Uma vez a cada minuto o clock do computador de bordo do satélite insere uma marca

nesta faixa, produzindo uma linha negra sob fundo branco na lateral da imagem. Estas marcas de

tempo constituem uma valiosa referência da informação recebida.

3 – Varredura da imagem em Infravermelho

Metade da imagem total recebida correspondente ao canal infravermelho. Caso o nível do sinal do

receptor tenha sido ajustado para ótima performance na imagem do canal visível, o sinal

correspondente a este lado da linha será fortemente saturado, produzindo uma imagem muito

branca no momento da aquisição. Falaremos dos ajustes do nível de recepção um pouco mais a

frente.

4 – Telemetria infravermelho

Ao final de cada linha do canal infravermelho são inseridas dezenas de informações codificadas

pelo computador de bordo. Informações sobre todos os sub-sistemas dos satélites são processadas e

“impressas na imagem” para que programas especiais possam determinar o estado do satélite. Estas

informações aparecem na imagem como uma espécie de código de barras. Também estes sinais

serão ignorados por nossa interface já que não haverá decodificação de telemetria.

5 – Pulso de sincronismo da imagem Visível

Após a imagem infravermelho segue a imagem visível. Este trem de pulso é similar ao pulso de

sincronismo infravermelho porém são 7 pulsos na freqüência de 1040 Hz. Da mesma forma que o

pulso de sincronismo da imagem infravermelho, também não utilizaremos estes pulsos em nossa

interface.

6- Pulso da pré-varredura da imagem visível

Igual ao pulso de pré-varredura da imagem infravermelho porém as marcas dos minutos são brancas

em fundo preto.

7 – Varredura da imagem no espectro-visível

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Segunda metade da imagem total correspondente ao espectro visível da imagem recebida. Devido a

esta imagem ser exatamente igual a vista pelos nossos olhos, sua interpretação fica extremamente

facilitada, principalmente se você ainda estiver iniciando na tarefa de recepção das imagens de

satélites. Nesta imagem as nuvens são brancas, os rios, lagos e oceano são escuros e montanhas,

vales e serras possuem tonalidades de cinza facilmente identificáveis.

Se você é iniciante em imagens de satélites esqueça inicialmente as imagens infravermelho dando

atenção especial às imagens visíveis, otimizando os ajustes de recepção. Falaremos disso mais

tarde.

8 – Telemetria do Espectro Visível

A exemplo da imagem do canal infravermelho, a imagem visível também termina com dados de

telemetria dos sistemas de bordo do satélite.

Durante a noite, devido a ausência de luz, duas situações distintas podem acorrer: o lado da imagem

visível poderá estar totalmente negro devido a falta de iluminação na superfície da Terra ou o

computador de bordo poderá preenchê-lo com qualquer outro canal infravermelho, já que existem 5

canais disponíveis.

Mesmo sendo canais infravermelhos as imagens parecerão diferentes pois os comprimentos de onda

captados pelo radiômetro são distintos. Novamente aqui existem grandes diferenças entre as 2

metades da imagem recebida de modo que usuários iniciantes deverão ajustar os níveis de recepção

de modo a otimizar somente um dos canais. Falaremos disso quando começarmos a captar as

imagens dos satélites.

Rastreando os Satélites – Procedimentos Iniciais

Para que possamos receber as imagens de satélites em nosso computador é necessário antes de mais

nada receber os seus sinais e para isso precisamos saber onde está o satélite ou melhor ainda, em

qual horário ele estará ao alcance da nossa estação. Para isso são usados os programas de rastreio

(em inglês “Tracking”) de satélites.

Existem dezenas de programas quer fazem muito bem este trabalho, alguns pagos outros gratuitos,

porém um deles se destaca pela sua grande facilidade de uso: WXTRACK.

Este programa também pode ser baixado de nosso site na Internet. Você não precisa pagar nada por

ele!

Não iremos nos deter aqui de forma alguma na explicação de como orbitam os satélites ou qualquer

outra informação sobre mecânica celestial. Essas informações fogem ao escopo do nosso trabalho,

mas podem ser obtidas facilmente na internet.

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CONFIGURANDO O WXTRACK

Baixe do nosso site os seguintes o programas:

wxtrack324.zip

runtimes-setup-100.zip

Instale primeiramente a biblioteca de componentes runtimes-setup-100.zip

Depois crie uma pasta chamada SAT e instale nela o programa principal.

Uma vez instalado, rode o programa. Vá em Options e Update Keplers. O programa irá

automaticamente atualizar os elementos orbitais. Essa operação é necessária para que a posição do

satélite possa ser calculada.

Ajuste também os dados geográficos de sua estação clicando na aba "Setup" e "My locations

Details".

Utilizando a mesma aba "Setup", escolha os satélites que quer rastrear, arrastando-os para um dos

três bancos ativos e disponíveis na pare inferior da tela de rastreio. Por exemplo: NOAA-15,

NOAA-18 e NOAA-19.

Os satélites NOAA que transmitem imagens APT podem ser encontrados nesta página.

http://www.ospo.noaa.gov/Operations/POES/status.html

Para conferir se o programa está rastreando corretamente os satélites, vá até nossa página da internet

http://www.satview.org/br/lista_sat.php?cat=noaa

e escolha qualquer um dos satélites ativos que você configurou. Veja se a posição e caminho que ele

está fazendo coincide com o do WXTRACK.

Uma vez que sua localização esteja configurada corretamente, os elementos orbitais estejam

atualizados e o WXTRACK esteja rastreando com exatidão os satélites, podemos então determinar

em qual dia e horário o satélite de interesse estará ao alcance de nossas antenas.

Determinando o Horário de Passagem

Para que possamos saber em qual horário o satélite de interesse estará dentro do alcance da estação

de rastreio deveremos clicar na opção View no topo do WXTRACK. Em seguida escolha

Ephemeris e configure as opções como mostra a imagem abaixo.

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Isso fará o WXTRACK calcular os momentos da passagem dos satélites nos próximos 7 dias e

apresentar o resultado no Horário Local. Em seguida, clique no botão PREDICT e o resultado será

parecido com o da tela abaixo.

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A primeira e segunda coluna mostra o sentido de deslocamento, seguido do nome do satélite.

A terceira coluna, chamada AOS (Acquisition of Signal) indica o horário que o Satélite aparecerá

acima do horizonte e teoricamente poderá ter seus sinais recebidos.

A quarta coluna, LOS (Luz of Signal) indica o horário que o Satélite tocará o horizonte e

teoricamente não poderá mais ser captado.

A quinta coluna mostra o tempo em minutos que o satélite levará para cruzar o céu.

A sexta coluna mostra a elevação máxima que o satélite atingirá acima do horizonte e a última

coluna mostra o azimute em que isso ocorrerá.

No exemplo mostrado podemos ver que o satélite NOAA 19 virá do quadrante Sul rumo ao

quadrante Norte, aparecerá no horizonte às 15h13m57s e se porá às 15h21m47s. A máxima

elevação será de 82 graus acima do azimute de 315 graus. Neste caso, a máxima elevação ocorrerá

entre o momento em que nasce e se põe, portanto às 15h26m.

Entendendo o mapa

Podemos notar nesta imagem 3 detalhes importantes.

O primeiro é uma linha senoidal que praticamente divide o mapa. Ela é conhecida como Terminator

ou Gray Line e é esta linha que imaginariamente divide o dia da noite. Tudo que estiver dentro da

parte mais clara desta linha estará iluminado pelo Sol e tudo que estiver dentro da parte mais escura

da linha do Terminator estará escurecido. Podemos ver que o Brasil está dentro da parte escura da

linha e que portanto não está iluminado pelo Sol.

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Em seguida notaremos um pequeno “x” no mapa do Brasil. Este “x” é a localização da nossa

estação de rastreio conforme informado ao programa.

Podemos ver também um grande círculo sobre o Brasil com um pequeno ponto em seu centro. Este

círculo é chamado de Aquisition Circle e significa que qualquer estação que estiver dentro dele

poderá receber os sinais do satélite. O ponto dentro do círculo é chamado de SSP ou Sub Satellite

Point e é o ponto na superfície da Terra exatamente abaixo do satélite.

Observe no canto direito inferior do painel um pequeno relógio. Ele indica quanto tempo falta para

o satélite surgir no horizonte e após seu surgimento, quanto tempo resta para se pôr. No caso acima

restam 12h28m minutos para o satélite NOAA-19 ser recebido pela estação.

Recebendo o sinal do satélite

Sintonize seu rádio na frequência usada pelo satélite durante a transmissão do sinal APT.

Por exemplo:

NOAA-15: 137.620 MHz

NOAA-18: 137.912 MHz

NOAA-19: 137.1 MHz

Instantes após o satélite surgir no horizonte os sinais recebidos ainda serão fracos, mas crescerão de

amplitude ficando mais fortes à medida em que o satélite se eleva acima do horizonte.

O máximo sinal será conseguido na maior elevação calculada (ver procedimento anterior).

O sinal do satélite é inconfundível e pode ser descrito como uma mistura de um TIC-TOC somado a

um apito de 2400 Hz.

Quando o satélite ainda está sobre o lado escuro somente imagens em infravermelho são

transmitidas e consequentemente o sinal é mais fraco do que quando orbita o lado claro da Terra.

Neste momento a nave opera com 50 % de sua potência de saída, aproximadamente 2,5 Watts.

Pode-se notar claramente o aumento do nível de sinal quando é cruzado o terminator. Neste

momento seus sinais são bem fortes e chegam a saturar o receptor de rádio.

Vale observar que o silenciador do rádio deve ser deixado totalmente aberto !

Poucas palavras sobre Antenas para Satélites !

Para que seja possível a recepção dos sinais dos satélites meteorológicos, é necessário o uso de uma

pequena antena externa. Existem vários tipos diferentes de antenas sendo que para os propósitos

aqui descritos uma pequena antena conhecida como Plano-Terra servirá perfeitamente. Em

determinadas situações até mesmo antena de borracha dos HT’s servem para receber os sinais

porém são casos muito particulares e não recomendamos seu uso. A grande vantagem da antena

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Plano-Terra é a sua característica de receber sinais em ambas as direções. Outra antena que pode ser

usada com excelentes resultados é a Quadra-Cúbica ou Cúbica de Quadro. Em nossa estação

usamos durante muito tempo esta antena com resultados excelentes. No entanto este tipo de antena

apresenta um pequeno inconveniente que é o fato de termos de apontá-la para o satélite. Se o leitor

quiser realmente investir em um sistema de completo de aquisição de sinais, poderá adquirir uma

antena do tipo Quadrifilar helix junto a um pré-amplificador de baixo ruído. Esse sistema é o

recomendado pela NOAA, a controladora dos satélites.

Com este sistema, além de praticamente não haver pontos nulos na passagem do satélite, há a

vantagem de um aumento de ganho no sinal do recebido, graças ao uso do pré-amplificador.

Para início de suas experiências, utilize mesmo uma antena Plano-Terra.

Para maiores informações sobre antenas, experimente os seguintes links na internet:

http://www.david-taylor.pwp.blueyonder.co.uk/wxsat

http://www.david-taylor.pwp.blueyonder.co.uk/wxsat/equipment.htm

Decodificando sinais de Satélites com a placa SoundBlaster

Durante muitos tempo, a decodificação de imagens de satélites meteorológicos era feita com algum

programa de aquisição de imagens e uma interface capaz de processar o sinal de áudio e entregá-lo

a este programa.

Excelentes programas foram desenvolvidos para esta finalidade. Entre eles podemos citar os

conhecidos FAXSAT e o JVFAX.

De fato, estes programas, aliados à interface proposta em nosso Manual Completo, permitem, com

baixíssimo custo, montar uma verdadeira estação de sensoriamento remoto.

Este sistema também permite que computadores de baixa capacidade de processamento sejam

usados, já que boa parte do processo é executado pela interface externa.

Hoje em dia, boa parte das pessoas possuem computadores com capacidade de processamento

dezenas de vezes maior do que um PC-386, computador adequado para a estação proposta ao longo

de nosso Manual.

Computadores P-3 e P-4 com mais de 1,5 gHz de clock são comuns hoje em dia !

Esta grande capacidade de processamento mudou a forma de como as imagens de satélites e

radiofotos podem ser processadas, tornando muito mais fácil a decodificação das imagens enviadas.

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Entre as facilidades e vantagens do uso de computadores mais poderosos, podemos citar:

Fim da necessidade da interface externa

Uso de software baseados em Windows

Sincronismo automático da imagem recebida

Possibilidade de processar a imagem quantas vezes quiser

Imagens superiores, devido ao melhor tratamento dos sinais recebidos

Vamos detalhar cada uma destas vantagens:

Fim da necessidade da interface externa

Esta talvez seja a maior vantagem.

De fato, a não necessidade de construção de uma interface externa abre as portas para que muitos

usuários possam montar sua própria estação. Na realidade, a interface continua existindo, mas foi

substituída por outra, muito mais fácil de ser adquirida: uma placa de som SoundBlaster ou

compatível !

Software baseado em Windows

Este é o coração da estação !

Existem vários softwares que podem fazer este trabalho, no entanto um deles parece não ter

concorrentes: trata-se do WXSAT.

Dizemos que ele não tem concorrentes pelo simples fato de ser de fácil manuseio, produzir

excelentes imagens e ainda por cima, ser grátis !

Sincronismo automático da imagem recebida

Outra grande vantagem do programa wxsat está no fato de não precisar sincronizar manualmente a

imagem recebida. O programa possui algoritmos capazes de localizar as bordas da imagem,

permitindo assim o sincronismo automático.

Possibilidade de processar a imagem quantas vezes quiser

Ao contrário de outros programas, que processam a imagem enquanto elas são transmitidas, mas

não armazenam o sinal de áudio para reprocessamento, o programa wxsat permite o

reprocessamento da imagem, já que grava em formato wav o áudio recebido.

Este reprocessamento permite por exemplo, o ajuste de branco e preto da imagem, possibilitando

um melhor contraste, quantas vezes forem necessárias

Melhor tratamento dos sinais recebidos

A qualidade da imagem conseguida pelo programa wxsat é sem dúvida, muito superior aos

programas usados até agora.

Coloque uma imagem recebida com o programa svfax ao lado de uma imagem recebida com o

wxsat e verá a diferença !

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Equipamento Necessário

Para receber as imagens dos satélites meteorológicos NOAA ou decodificar as radiofotos

transmitidas por diversas estações, além dos rádios e antenas compatíveis, são necessários os

seguintes itens:

Requisitos Mínimos

Microcomputador Pentium 233

64 mBytes de RAM

Windows 98

Placa de som compatível com SoundBlaster

Programa WXSAT

Cabo de áudio compatível

Requisitos Recomendados

Microcomputador Pentium 500

256 mBytes de RAM

Windows 2000

Placa de som Soundblaster LIVE !

Programa WXSAT

Cabo de áudio compatível

Instalando o programa

Para instalar o wxsat, execute o programa wxsetup.exe.

Este executável irá criar a pasta de trabalho c:\wxsat e dentro desta, mais duas pastas: c:\wxsat\wav

e c:\wxsat\bmp.

A primeira irá armazenar os sinais de áudio enviados pelo satélite e a segunda irá armazenar as

imagens processadas pelo programa.

O fato dos arquivos de som ficarem armazenados, permite que a imagem seja processada quantas

vezes for necessário, permitindo ajustes para sua melhorar a qualidade final. Mas cuidado: arquivos

.wav geralmente são grandes. A não ser que você tenha um bom espaço em disco, faça

regularmente “uma faxina” neste diretório, excluindo arquivos antigos ou que não sejam mais

necessários.

Durante a instalação, lhe será perguntado se quer adicionar o ícone do programa em sua área de

trabalho. Se escolheu esta opção, bastará dar um clique sobre o ícone do satélite para executar o

programa.

Uma vez instalado, podemos começar a receber as imagens, mas antes disso precisamos conectar o

receptor ao computador.

Para isso precisaremos de um pequeno cabo de áudio. Este cabo vai levar o sinal de áudio

proveniente do receptor até a entrada da SoundBlaster.

Normalmente as placas de som possuem ao menos 3 jacks (conectores fêmea) em sua parte traseira:

MIC ou entrada de microfone

AUX ou entrada auxiliar também conhecida como line-in

SPK ou saída para alto-falantes

Da mesma forma, todos os receptores possuem um jack de saída de áudio, geralmente usado para

fones de ouvido. Tanto os jacks de entrada da SoundBlaster como os de saída do rádio geralmente

são idênticos.

Para que os sinais sejam processados pelo programa, precisamos inserir o sinal de áudio vindo do

receptor no canal esquerdo da “entrada auxiliar“

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A figura baixo ilustra este procedimento.

Figura 1

A figura ao lado mostra onde deve ser

feita a conexão em uma placa

SoundBlaster da marca Creative.

Importante

Normalmente ao se encaixar o plug no

rádio, o som é cortado do alto-falante.

Para que o sinal do rádio possa ser

ouvido, é preciso que as caixinhas de

som estejam conectadas.

Importante

Para que você possa ouvir o som do rádio nas caixas acústicas, certifique-se de que a entrada line-in

esteja habilitada nas Propriedades de Reprodução.

Para isso clique sobre o ícone do alto-falante na barra de ferramentas e desmarque a entrada

correspondente. Desmarcar a entrada permite habilitá-la.

CONSTRUINDO O CABO A construção do cabo é muito simples. Se você tem conhecimentos de eletrônica, faça um cabo de

áudio compatível com a saída do rádio e a entrada do canal esquerdo do jack line-in da

SoundBlaster.

Se você não têm tantos conhecimentos técnicos, pode pedir para algum conhecido fazê-lo seguindo

o desenho fornecido no final deste Manual.

Se mesmo assim, você ainda quiser adquirir este cabo já pronto, acesse o nosso site e consulte o

nosso preço.

Após conectar o cabo entre a saída do rádio e a entrada line-in , vamos fazer uma checagem e um

pré-ajuste nos itens de hardware. Para fazermos isso clique 2 vezes sobre o ícone do alto-falante

localizado na Barra de Ferramentas. Escolha Opções > Propriedades. Clique sobre a caixa

gravação, e confirme em OK.

Figura 2

Nível de Gravação

Abra as propriedades de gravação e clique na

entrada de áudio que vai receber o sinal

proveniente do receptor.

Desmarque todas as outras caixas.

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Para confirmarmos que o canal esquerdo estará de fato recebendo o sinal do receptor, vamos

instalar mais um programa que foi fornecido junto com este manual: o programa satlevel. Para

instalá-lo, execute o programa satlevelsetup.exe

Ao concluir a instalação, clique sobre seu ícone.

Figura 3

O programa satlevel permite checar se o sinal de áudio do receptor

está alimentando adequadamente a placa de som.

Para ajustar o nível de áudio, sintonize o receptor fora de qualquer

estação e abra totalmente o squelch para ouvir o chiado.

Posicione o controle de volume do receptor na metade e ajuste o

nível de gravação de modo que o sinal na barra esquerda não

ultrapasse a marca “NOAA”.

Importante: Esse ajuste também vale se você estiver trabalhando em

SSB. Apenas cheque se o sinal está “entrando” na placa de som.

Uma vez confirmado que o canal esquerdo está recebendo o sinal do rádio, vamos iniciar a

aquisição de uma imagem.

Capturando Imagens de Satélites

Antes que possamos decodificar a imagem que o satélite está enviando no momento em que está no

“range” da nossa estação, é necessário que saibamos em qual horário ele poderá ser captado. Caso

não saiba o horário da passagem sobre a sua região leia com atenção a seção Rastreando os

Satélites – Procedimentos Iniciais.

Importante: Escolha sempre as passagens que ocorrem algumas horas antes ou após o nascer ou

pôr-do-sol. Elas produzem imagens muito boas, com bastante detalhes das nuvens e do continente.

A partir do momento que você estiver recebendo com intensidade suficiente os sinais APT do

satélite, (estamos supondo que você está recebendo um dos satélites NOAA) abra o programa

wxsat, clicando sobre o ícone do satélite.

Clique sobre a opção Parameters e escolha a opção 0 NOAA.

Clique agora sobre a opção Recording, escolhendo Picture & Wave File.

Será aberta uma caixa de diálogo pedindo para você dar um nome ao arquivo de áudio a ser

gravado. O programa sugere o nome temp.wav. Confirme este nome. Com o tempo você vai ver

que temp.wav é de fato muito prático !

Pressione a tecla F12 para iniciar a captura.

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Se tudo estiver correto, ou seja, o sinal de áudio estiver entrando na soundblaster e o sinal do

satélite estiver com boa intensidade, você deverá estar recebendo, linha após linha, uma imagem

semelhante à mostrada abaixo:

Figura 4 – Recebendo uma

imagem

A imagem ao lado mostra os

instantes iniciais de captura e pré-

visualização dos sinais emitidos

pelo satélite NOAA-17 na manhã do

dia 22 de novembro de 2002.

Ajuste o controle de volume do seu rádio ou o nível de gravação de modo que o contraste da

imagem recebida fique próximo à da figura acima. Oberve que a imagem está dividida em duas

bandas: a mais clara é o canal infravermelho enquanto a mais escura e com maior contraste é a

imagem visível, ou quase-infravermelho.

Na foto acima, o satélite que estávamos recebendo era o NOAA-17 no período da manhã. Satélites

que são recebidos neste período cruzam o equador no sentido norte-sul, enquanto os satélites

recebidos no período da tarde o fazem no sentido inverso, ou seja, sul-norte.

Observe que a imagem estava sendo processada em sentido sul-norte (de baixo para cima) , apesar

de o satélite estar se deslocando em sentido norte-sul.

Isso acontece porque usamos o parâmetro 0 NOAA, que está configurado para varrer a tela de baixo

para cima. Como veremos em breve, você pode alterar este modo, mas no momento não faz

diferença.

Após alguns minutos de aquisição de sinal, você deverá ter uma tela parecida com a da figura

abaixo, com boa parte da área do wxsat preenchida com a imagem adquirida.

Figura 5 – Terminando a aquisição

de sinal

Para terminar a captura, pressione a tecla F9 ou clique sobre a opção Recording, escolhendo Stop.

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A imagem que você acabou de receber mostra as duas bandas do espectro, lado a lado. Para que

possamos ver a imagem visível com resolução total, precisamos processá-la novamente, mas com

outro parâmetro diferente de 0 NOAA escolhido anteriormente.

Se você, assim como nós, também capturou a imagem do NOAA-17 no período da manhã, clique

sobre a opção Parameters e escolha a opção 6 N17-Manhã.

Caso tenha recebido o satélite NOAA-12 no período da tarde, utilize o parâmetro 1 NOAA-12

Tarde. Se o satélite escolhido foi o NOAA-15 de manhã, utilize 7 N15-Manhã.

A imagem será reprocessada com outros parâmetros de brilho, contraste e resolução, ignorando a

imagem em infravermelho e corrigindo o sentido de deslocamento para Norte-Sul.

Veja a figura abaixo:

Figura 6

Reprocessamento

Após ser reprocessada

com o parâmetro 6 N17-

Manhã, podemos ver

muitos detalhes nesta

imagem.

O Rio Paraná é

claramente visível na

região entre os estados de

São Paulo e Mato Grosso

do Sul. Também a Lagoa

dos Patos, no RS, pode

ser vista sob nuvens altas,

enquanto abaixo à

esquerda vemos o Mar

Tiquita, em território Argentino.

Salvando e Renomeando as Imagens

Se esta imagem lhe parecer boa, basta salvá-la usando a opção BITMAP, seguido de SAVE AS.

Novamente uma caixa de diálogo se abrirá, permitindo que você escolha o nome para a imagem.

É uma boa prática dar um nome que identifique facilmente a imagem. Infelizmente o programa

wxsat não permite que os nomes tenham mais de 8 caracteres.

Dê então um nome simples, por exemplo NOAA.BMP, renomeando-a em seguida com a ajuda do

Explorer do Windows.

Utilize por exemplo, a seguinte nomenclatura para renomear a imagem:

n17-28set2002-1150.bmp. Onde n17 é o nome do satélite, seguido da data e hora de captura. Desta

forma fica muito mais fácil localizar “aquela” maravilhosa imagem !

Recebendo Radiofotos e Cartas Meteorológicas

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Para decodificarmos os sinais transmitidos pelas estações em SSB é necessário que saibamos em

qual freqüência e horário se dará a transmissão. Uma vez conhecido este horário, podemos disparar

o programa wxtsat.

A partir do momento que você estiver recebendo com intensidade suficiente os sinais SSB da

estação, abra programa wxsat, clicando sobre o ícone do satélite.

Clique sobre a opção Parameters e escolha a opção 9 FM 120.

Clique agora sobre a opção Recording, escolhendo Picture & Wave File.

Será aberta uma caixa de diálogo pedindo a você dar um nome ao arquivo de áudio a ser gravado. O

programa sugere o nome temp.wav. Confirme este nome. Com o tempo você vai ver que temp.wav

é de fato muito prático !

Pressione a tecla F12 para iniciar a captura.

Se tudo estiver correto, ou seja, o sinal de áudio estiver entrando na soundblaster e o sinal da

estação estiver com boa intensidade, você deverá estar recebendo, linha após linha, uma imagem

semelhante à mostrada abaixo:

Figura 7 – Recebendo uma

imagem SSB

A imagem ao lado mostra os

instantes iniciais de captura de uma

carta meteorológica Weather Fax

transmitida pela estação PWZ-33 da

Marinha do Brasil na freqüência de

16978 kHz.

Ajuste a sintonia do seu rádio de modo que o contraste da imagem recebida fique próximo à da

figura acima.

Após alguns minutos de aquisição de sinal, você deverá ter uma tela parecida com a da figura

abaixo, com boa parte da área do wxsat preenchida com a imagem adquirida.

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Figura 8 – Terminando a aquisição

de sinal

Após receber alguns minutos da carta

meteorológica, já podemos observar

as linhas isobáricas, coordenadas

geográficas, e algumas informações

relativas à carta, neste caso o tipo de

carta, data, etc.

Para terminar a captura, pressione a tecla F9 ou clique sobre a opção Recording, escolhendo Stop.

A imagem que mostramos na figura acima é de uma carta meteorológica, onde as cores

predominantes são o branco e o preto, por isso o nome Weather Fax. Caso você esteja recebendo

uma radiofoto, todos os tons de cinza desta imagem deverão ser visíveis. Ao contrário das imagens

dos satélites NOAA, onde o contraste é controlado através do volume do receptor, nas imagens

recebidas em SSB o contraste é controlado através da sintonia fina da estação.

Salvando e Renomeando as Imagens

Se esta imagem lhe parecer boa, basta salvá-la usando a opção BITMAP, seguido de SAVE AS.

Novamente uma caixa de diálogo se abrirá, permitindo que você escolha o nome para a imagem.

É uma boa prática dar um nome que identifique facilmente a imagem. Infelizmente o programa

wxsat não permite que os nomes tenham mais de 8 caracteres.

Dê então um nome simples, por exemplo CARTA.BMP, renomeando-a em seguida com a ajuda do

Explorer do Windows.

Utilize por exemplo, a seguinte nomenclatura para renomear a imagem:

pressao-28set2002-1150-16978.bmp. Onde pressão é o tipo da imagem (carta de pressão

barométrica) , seguido da data e hora de captura e também da freqüência de recepção. Desta forma

vai ficar bem mais fácil saber de onde é e o que contém a “maravilhosa” imagem !

Alterando os Parâmetros de Decodificação

Diversas variáveis podem influenciar na qualidade da imagem capturada. Entre elas podemos

destacar o volume do receptor ou nível de gravação, hora ou período da passagem do satélite,

inclinação do sol no momento da captura, largura do canal de FI, sensibilidade do rádio, etc.

Para tentar minimizar alguns destes efeitos, o programa wxsat conta com ajustes muito importantes,

chamados Parâmetros de Decodificação.

Para acessar este painel, clique sobre PARAMETERS seguido de DECODING. Você também

pode acessá-la mais rapidamente usando a tecla “d” minúscula.

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Figura 10 – Parâmetros da Imagem

Diversos ajustes podem ser feitos

acessando-se o painel decoding

parameters.

Tecla de Atalho

Este painel pode ser acessado

rapidamente pressionando a tecla “d”

minúscula.

O programa wxsat é na verdade um circuito demodulador virtual, ou seja, é um software que

desempenha a função de um circuito eletrônico. Na realidade ele emula um circuito muito parecido

à interface proposta em nosso Manual Completo.

Vamos observar alguns dos ajustes mais importantes, mas para isso precisamos carregar uma

imagem.

Carregando e processando uma Imagem

Para ver como estes módulos funcionam, vamos utilizar a imagem teste.wav fornecida junto com

este programa. Para carregá-la, clique sobre a opção FILE escolhendo em seguida WAVE INPUT

FILE. Confirme, pressionando OK.

Abra novamente a caixa de parâmetros (teclando “d”) e escolha NOAA. Confirme.

Processe a imagem que foi carregada clicando em FILE e START PROCESSING ou se preferir,

tecle “q”. Você verá então a imagem teste.

O painel Decoding Parameters está dividido em 6 módulos e todos os ajustes efetuados interagem

entre si, modificando a forma e qualidade da imagem recebida. Os 6 módulos que compõe o painel

são:

Presets

Basic Parameters

Clock

Horizontal Sync

Source

Picture

Presets

Os presets são os botões que armazenam um set de parâmetros. Clique sobre eles e verá que os

diversos valores dentro dos módulos também mudam. Os presets permitem que armazenemos os

valores que achamos mais convenientes e que proporcionam melhores resultados.

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Basic Parameters

Como o próprio nome indica, permitem ajustar os parâmetros básicos do circuito eletrônico virtual.

Possui uma caixa de rolagem onde o operador pode escolher qual circuito eletrônico vai usar.

Mantenha em AM + PLL + Coh.Det para recepção dos satélites NOAA e em FM para recepção de

cartas e radiofotos em SSB.

A caixa Basic Amp permite ajustar o nível do sinal de entrada do circuito virtual.

Com a imagem teste na tela, abra novamente a caixa de parâmetros (teclando “d”). Altere o valor da

caixa BasicAmp para 3.0. confirme e tecle “q”. A imagem ficará bem mais clara.

Como você pode perceber, alterando-se o valor desta caixa, muda-se o brilho da imagem, dando

maior ou menor “ganho” ao sinal recebido.

Horizontal Sync

Esta caixa permite especificar qual o método que o programa vai usar para sincronizar

automaticamente a imagem no vídeo. Ao contrário do antigo svfax , que necessitava que o

sincronismo fosse feito manualmente, o wxsat reconhece as bordas e as marcas características do

sinal enviado.

Temos aí vários métodos permitidos, mas os mais apropriados são:

B/W Picture para cartas meteorológicas ou radiofotos recebidas em SSB

W/B Picture Inverte os tons da imagem acima caso a tenha recebido em USB

W/B Imediate para imagens NOAA visíveis

B/W Imediate para imagens NOAA infravermelho

Pratique um pouco e verá as diferenças, algumas óbvias e outras sutis.

Source

Mantenha desabilitada a caixa DualCh.

A caixa start 1 indica em que ponto da linha vai iniciar a decodificação enquanto a caixa Length 1

indica o comprimento da linha que deverá ser processado.

Na opção NOAA podemos ver 2 bandas na tela. Os valores para essa opção são:

Start 1=0.0 e Length 1=1.0

Isso quer dizer mais ou menos o seguinte: processe cada linha da imagem iniciando na posição 0.0

com um comprimento total de 1.0 linha. Ou seja, processe a linha toda.

Veja a opção N12-Tarde: Start 1=0.0 e Length 1=0.5

Significa que o processamento começa na posição 0.0 mas somente 0.5 (metade) da linha será

processada. Isso faz com que o programa processe somente a banda visível.

Para processar a imagem em infravermelho, bastaria iniciar na segunda metade da linha (start

1=0.5) com comprimento de meia linha (Length 1=0.5)

A caixa DualCh somente deve ser habilitada caso seu rádio seja de primeira qualidade, especial

para satélites. Com esta caixa habilitada, o programa usa a variação dos 2 canais para criar

automaticamente uma imagem colorizada artificialmente. Veja a opção NOAA 4+4. Esta opção

utiliza 4 bits da imagem visível para controlar o brilho da imagem e mais 4 bits da imagem

infravermelho para “inventar” uma cor.

Essa opção só funciona quando os satélites transmitem a primeira banda no canal 1 (visível) e a

segunda banda no canal 2 (quase-infravermelho). Isso raramente ocorre.

O padrão de transmissão atual é banda 1 canal 2 (quase-infravermelho) e banda 2 canal 3

(infravermelho).

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Para saber em qual canal o satélite NOAA está transmitindo, acesse o seguinte endereço:

http://www.osdpd.noaa.gov/COB/poltbus.asc

Picture

Este painel permite que o ganho do circuito virtual possa ser controlado.

Na prática, a caixa Offset 1 junto da caixa Ampl 1 agem sobre o contraste da imagem. Experimente

mudar ligeiramente o valor de Ampl 1. Perceba que pequenos incrementos mudam bastante o

contraste da imagem. A caixa Offset estabelece a partir de que ponto isso acontece.

Vale bastante a pena jogar com estes valores. Podem deixar sua imagem péssima ou maravilhosa !

A caixa Brightness permite que as áreas escuras da imagem possam revelar mais detalhes. Esta

caixa age muito mais sobre as áreas escuras do que sobre as áreas claras.

Y Compr

Esta caixa permite controlar o tamanho total da imagem. Funciona da mesma forma que o painel

Source. O valor 1.0 significa uma linha inteira.

O segundo valor é o tamanho real da imagem em Pixels. Mantenha em 1040 pixels. Alguns

programas de rastreio, entre eles o conhecido wxtrack permite gerar o foot print da passagem do

satélite no diretório de trabalho. Geralmente esta imagem se chama result.jpg e possui 1040 pixels

de largura. Se você quiser sobrepor uma grade com a fronteira dos países ou dos estados sobre sua

imagem, não deixe de baixar o programa wxtrack. O endereço do site do wxtrack é

http://www.david-taylor.pwp.blueyonder.co.uk/software/wxtrack.htm

Além de gerar o footprint, o wxtrack é um excelente rastreador de satélites.

Logo abaixo temos uma caixa que informa ao programa de que lado da tela deve iniciar-se a

varredura, se de cima para baixo ou ao contrário.

Radiofotos e cartas meteorológicas devem começar de cima para baixo, ou seja N-S (Norte-Sul)

Para satélites vindos do norte, coloque em N-S. Para satélites vindos do Sul, coloque em S-N.

Salvando os parâmetros

Durante suas experiências você vai querer salvar os presets para posterior uso.

Para fazer isso basta clicar a opção File dentro do Painel de Parâmetros (Decoding Parameters).

Você já sabe: para acessar este painel basta teclar “d” minúsculo !

Outros comandos

Todos os outros comandos e menus do programa wxsat são para usuários bem mais avançados e sua

explicação seria bastante enfadonha, pois trata basicamente da parte eletrônica do programa.

Acreditamos que se você realmente avançar seus conhecimentos, você os experimentará e

progredirá em seu aprendizado.

Considerações Finais

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Se você seguir corretamente os passos acima e ler atentamente o Manual Completo, principalmente

o capítulo Recebendo Satélites Meteorológicos, acreditamos que não terá dificuldades em receber

as imagens dos satélites ou as cartas meteorológicas.

Pratique com o programa ! Não tenha medo de experimentar nos ajustes. Algumas vezes suas

imagens serão muito ruins, outras vezes serão esplêndidas.

Se tiver condições financeiras, adquira uma antena do tipo Quadrifilar Helix e um bom pré-

amplificador de baixo ruído. Isso vai melhor muito a intensidade dos sinais recebidos. Estes

equipamentos não são fáceis de serem comprados industrializados, já que não são fabricados em

série devido à baixa procura.

Caso queira se aprofundar nos parâmetros e funcionamento interno do programa wxsat, acesse as

páginas de ajuda na opção Help, do menu principal.

Se você gosta de eletrônica, vai encontrar ali muitas informações técnicas que o ajudarão a

compreender melhor este maravilhoso programa.

Bibliografia Recomendada

The Weather Satellite Handbook – Dr. Ralph E. Taggart – WB8DQT – The American Radio Relay

League Inc – ARRL – 1990

The Satellite Experimenter’s Handbook – Dr. Martins Davidoff – K2UBC – The American Radio

Relay League Inc – ARRL – 1990

The ARRL Handbook for Radio Amateurs – The American Radio Relay League Inc – ARRL –

1992

ICS-FAX II – Weather fac-símile, Navtex, RTTY and FEC System for IBM-PC Compatible

Computers – ICS Eletronics Ltd

Status dos satellites NOAA

http://www.oso.noaa.gov/poesstatus/

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Cabo para ligação entre a placa SoundBlaster e a saída do rádio

Este tutorial deve ser utilizado em conjunto com o Manual Completo de Satélite e Radiofotos de propriedade de Rogério

de Souza Leite e Starsat Imagens Espaciais.

É proibida a cópia ou reprodução total ou parcial desta obra.

Todos os direitos reservados para Rogério de Souza Leite

As marcas wxtrack, wxsat, jvfax, svfax e wxtrack são de propriedade de seus autores.

Última Atualização: dezembro de 2014