princípios da administração financeira

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8/12/2019 Princípios Da Administração Financeira http://slidepdf.com/reader/full/principios-da-administracao-financeira 1/78 Princípios de Administração Financeira Marcelo Cerqueira Silva

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Princípios de

AdministraçãoFinanceira

Marcelo Cerqueira Silva

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É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Princípios de Administração

Financeira, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e au-

tônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma

apresentação do conteúdo básico da disciplina.

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ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail .

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a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,

bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-

mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para

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APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5

1 PAPEL E ATIVIDADE DE FINANÇAS ........................................................................................... 71.1 A Importância da Administração Financeira ........................................................................................................81.2 A Relação entre a Administração Financeira e as demais Ciências ...........................................................101.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................131.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................13

2 O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO NAS EMPRESAS .......................... 152.1 Funções do Administrador Financeiro .................................................................................................................152.2 Meta do Administrador Financeiro ........................................................................................................................172.3 Resumo do Capítulo ...................................................................................................................................................182.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................19

3 TIPOS DE EMPRESAS .........................................................................................................................213.1 Modalidades de Organização de Empresas .......................................................................................................213.2 Fusões de Empresas ....................................................................................................................................................233.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................253.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................25

4 NOÇÕES DE RISCO E RETORNO ................................................................................................274.1 Rentabilidade, Liquidez e Risco...............................................................................................................................284.2 Gestão de Riscos ..........................................................................................................................................................294.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................314.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................31

5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .......................................................................................... 335.1 Participantes do SFN ...................................................................................................................................................335.2 Mercados Financeiros .................................................................................................................................................35

5.3 Introdução ao Mercado de Capitais ......................................................................................................................385.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................405.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40

6 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ........................................................................................... 416.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................466.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................47

7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................... 497.1 Índices Financeiros e Econômicos .........................................................................................................................517.2 Resumo do Capítulo ...................................................................................................................................................557.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................55

8 FLUXO DE CAIXA..................................................................................................................................57

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8.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................628.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................63

9 PROJEÇÕES FINANCEIRAS ............................................................................................................659.1 Regime de Competência e de Caixa......................................................................................................................699.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................69

9.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................70

10 ANÁLISE DE INVESTIMENTO .................................................................................................... 7110.1 Operações Financeiras com Juros Simples e Compostos ...........................................................................7110.2 Métodos de Avaliação de Investimentos ..........................................................................................................7510.3 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................7810.4 Atividades Propostas ................................................................................................................................................79

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 81

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................87

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INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a),

O objetivo geral do curso é oferecer-lhe subsídios para um estudo sobre o funcionamento da Ad-

ministração Financeira nas Empresas, analisando os principais participantes do Sistema Financeiro Na-

cional, entre eles, o Banco Central do Brasil (BACEN), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP),

a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e as Bolsas de Valores.

Esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar a definição e a aplicação dos conceitos

fundamentais presentes na administração financeira nacional e internacional. Além disso, apresentamosinformações sobre os principais tipos de riscos.

Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre o seu apren-

dizado, através da fundamentação de conceitos com os mais renomados autores. Dessa forma, analisare-

mos a importância da administração financeira para as empresas, as principais demonstrações financei-

ras e os principais índices financeiros para verificação das condições financeiras das empresas.

Posteriormente, discutiremos o conceito e o valor do dinheiro no tempo; as diferentes formas de

cálculo de juros, simples e compostos; a dinâmica de um fluxo de caixa; e a integração dos conceitos

contábeis e financeiros. Finalizando, buscamos a avaliação do seu aprendizado, propondo a resolução de

alguns exercícios. Será um prazer acompanhá-lo(la) ao longo deste trajeto.

Marcelo Cerqueira Silva

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PAPEL E ATIVIDADE DE FINANÇAS1 

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, discutiremos a importância

da administração financeira para a Economia, as

razões para se estudar administração financeira e

as três principais áreas da administração financei-

ra. Trataremos ainda dos avanços da administra-ção financeira a partir dos anos 1990 e do proces-

so de globalização das empresas. Vamos iniciar a

discussão?

O(A) aluno(a) típico(a) não terá cursado

anteriormente matérias de Finanças e, presumi-

damente, não terá o conhecimento prévio do as-

sunto. Contudo, este material é parte de um pro-

grama introdutório da Administração Financeira,

que se destina a alunos de Finanças e de outrasáreas de formação.

O Dicionário Aurélio define o termo “Finan-

ças” como a “ciência e a profissão do manejo do

dinheiro, particularmente do dinheiro do Estado.”

De forma mais ampla, dizemos que ele trata do

processo, instituições, mercados e instrumentos

envolvidos na transferência de fundos entre pes-

soas, empresas e governos. Praticamente todos

os indivíduos e organizações obtêm receitas oulevantam fundos, gastam ou investem.

Analisando o conceito, parece ser algu-

ma coisa um pouco distante do nosso dia a dia,mas diariamente temos envolvimento com as fi-

nanças. Tomamos decisões financeiras a todo o

momento, na escolha pelo produto mais caro ou

mais barato, na matrícula em um curso, no parce-

lamento de alguma dívida, na negociação salarial,

na escolha de um fundo de aposentadoria mais

adequado e assim por diante. Assim, precisamos

entender de assuntos financeiros e tomar as deci-

sões financeiras corretas.

Figura 1 – Principais relações entre as finanças e

os diversos agentes da sociedade.

Na Figura 1, temos uma demonstração da

interação constante entre os diversos agentes da

sociedade, com os quais as empresas se relacio-

nam. Entre eles, estão as relações com os consu-

midores, que adquirem os produtos ou a realiza-

ção da prestação de serviços; os funcionários, que

trabalham na produção ou na execução da pres-

tação de serviços; os investidores, que acreditam

na prosperidade do negócio para obtenção futura

de lucro; os financiadores, que disponibilizam re-

cursos para a aquisição dos bens de capital; e o

governo, que concede licenças para abertura do

negócio e arrecada impostos com a sua existência.

AtençãoAtenção

Em última análise, as Finanças são a arte e a ciênciade administrar fundos (GITMAN, 1997).

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As Finanças consistem em três áreas inter-

-relacionadas: (1) mercados monetários e de capi-

tais, que trabalham com os mercados de títulos eas instituições financeiras; (2) investimentos, que

focalizam as decisões tomadas, tanto pelos inves-

tidores individuais quanto pelos institucionais, à

medida que escolhem títulos para suas carteiras

de investimento; (3) administração financeira ou

“finanças de empresas”, que envolve decisões

dentro das empresas. As oportunidades de car-

reira dentro de cada uma dessas áreas são muitas

e variadas, porém os administradores financeiros

devem ter o conhecimento das três áreas, caso

queiram ser bem-sucedidos em seu trabalho.

A administração financeira

A administração financeira é a mais ampla

das três áreas e a que contém o maior número de

oportunidades de trabalho. Essa área é importan-

te para os tipos de negócios, inclusive para ban-cos e outras instituições financeiras, assim como

para empresas industriais e comerciais. A área

financeira também é importante para operações

governamentais de escolas, hospitais e até depar-

tamentos de rodovias.

Os administradores financeiros têm tam-

bém a responsabilidade de determinar os termos

de crédito sob os quais os clientes poderão fazer

suas compras, o montante de estoque que a em-presa deve manter, quanto de caixa manter dis-

ponível, se deve ou não comprar outras empresas

(análise de fusões) e a quantidade de lucros que a

empresa deve reinvestir versus a quantidade que

deve ser distribuída na forma de dividendos (GIT-

MAN, 1997).

Suponha, porém, que você não tenha inten-

ção de formar-se em Finanças. O assunto ainda é

importante para você? Com certeza; por duas ra-

zões: (1) você precisa de conhecimento em finan-

ças para tomar muitas decisões pessoais, desde

investir para sua aposentadoria até a decisão de

alugar ou comprar um carro; (2) virtualmente, to-

das as decisões importantes de um negócio têm

implicações financeiras e, por isso, elas, em geral,são tomadas por equipes dos departamentos de

contabilidade, finanças, jurídico, marketing, recur-

sos humanos e produção. Portanto, se você quer

ter sucesso na arena dos negócios, deve ser alta-

mente competente em sua própria área, digamos,

em marketing, mas deve ter também familiarida-

de com as outras disciplinas de Administração,

incluindo Finanças.

Uma vez que há implicações financeiras vir-

tualmente em todas as decisões de negócios, os

executivos não financeiros simplesmente devem

conhecer o suficiente de finanças a fim de traba-

lhar essas implicações em suas próprias análises

especializadas. “Por essa razão, todo estudante

de administração, independentemente de sua

área de especialização, deve preocupar-se com

a administração financeira.” (ROSS; WESTERFIELD,

2000, p. 321).

Quando a Administração Financeira surgiu

como um campo de estudo separado, no início

de 1900, a ênfase era sobre os aspectos legais de

fusões, a formação de novas empresas e os vários

tipos de títulos que as empresas poderiam emi-

tir para levantar capital. Durante a depressão dos

anos 1930, a ênfase voltou-se para concordatas e

reorganização, liquidez das empresas e para a re-

gulamentação dos mercados de títulos.

Durante as décadas de 1940 e 1950, as Fi-nanças continuaram a ser ensinadas como uma

matéria descritiva e institucional, entendida mais

do ponto de vista de alguém de fora do que do

ponto de vista de um gestor. No entanto, um mo-

vimento em direção à análise teórica iniciou-se

no final da década de 1950 e o foco mudou para

decisões administrativas em relação à escolha de

ativos e passivos, com o objetivo de maximizar o

valor da empresa.O enfoque sobre a maximização de valor

tem recebido ênfase cada vez maior durante a

1.1 A Importância da Administração Financeira

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década de 1990, à medida que mais empresas es-

tão implementando planos de remuneração que

ligam bônus dos gestores e empregados à gera-

ção de valor. O ativismo dos acionistas também

cresceu, à medida que “os gestores de carteiras de

fundos de pensão e fundos mútuos estão com-

prando grandes quantidades de ações de em-presas e pressionando-as a tomar medidas que

beneficiem os acionistas.” (GITMAN, 1997, p. 223).

Além do foco na maximização do valor

para o acionista, duas outras tendências têm-se

tornado crescentemente importantes nos anos

recentes: (1) a globalização das empresas; e (2) o

crescente uso de tecnologia da informação. Essas

tendências certamente continuarão nos próxi-

mos anos.

Atualmente, muitas empresas dependem

amplamente de operações em outros países.

Quatro fatores têm levado à crescente globaliza-

ção das empresas:

1. Melhorias nos transportes e comuni-

cações, o que diminuiu os custos da

remessa de mercadorias e tornou o co-

mércio internacional mais viável;2. O aumento do poder político dos con-

sumidores, que desejam produtos de

baixo custo e de alta qualidade, tem

ajudado a reduzir as barreiras comer-

ciais designadas para proteger produ-

tores domésticos que têm altos custos

e são ineficientes;

3.  À medida que a tecnologia avança, o

custo de desenvolvimento de novosprodutos tem aumentado. Esse au-mento de custos tem levado a acor-dos comerciais entre companhias,como a General Motors e a Toyota,e a operações globais para muitasempresas, à medida que elas procu-

ram expandir seus mercados e ratear

o custo do desenvolvimento por um

maior volume de vendas;

4. Em um mundo povoado por empresas

multinacionais capazes de deslocar a

produção para onde os custos forem

mais baixos, uma empresa cujas opera-

ções industriais estejam restritas a um

país não pode competir, a menos que

os custos em seu país de origem sejambem baixos, condição que não existe

necessariamente para muitas empre-

sas norte-americanas.

Como resultado desses quatro fatores, a

sobrevivência requer que a maior parte das in-

dústrias produza e venda globalmente. Portanto,

ao menos um pouco de conhecimento sobre as

condições econômicas globais é necessário parapraticamente todo mundo e não apenas para

aqueles envolvidos com negócios que operam

internacionalmente.

O século 21 verá avanços contínuos nos

computadores e na tecnologia de comunicações

e isso continuará a revolucionar a maneira pela

qual as decisões financeiras são tomadas. As com-

panhias estão ligando suas redes de computado-

res pessoais umas às outras, aos computadorescentrais da companhia, à internet, ao World Wide

Web e aos computadores de seus clientes e forne-

cedores.

Conforme Hoji (2007), os administradores

financeiros são capazes de compartilhar informa-

ções e ter “reuniões” com colegas do outro lado

do mundo por meio de videoconferências. A ha-

bilidade de acessar e analisar informações em

tempo real também significa que a análise quan-titativa está tornando-se mais importante e a “in-

tuitividade” não é mais suficiente para a tomada

de decisões de negócios. Como resultado, a pró-

xima geração de gestores financeiros necessitará

de maior habilidade quantitativa e com computa-

dores do que a que era exigida no passado.

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Quem precisa conhecer finanças? Em uma

só palavra: você. De fato, existem muitas razões

pelas quais você precisa ter conhecimento de fi-nanças, mesmo que não planeje seguir carreira

nessa área. Seja qual for a área na qual você esteja

se especializando – Gestão da Qualidade, Gestão

Ambiental, Logística, Gestão de Pessoas, Gestão

Pública, entre outras –, haverá a necessidade de

possuir tais conhecimentos, para que torne seus

projetos ou decisões viáveis.

Talvez a razão mais importante para conhe-

cer finanças é a de que você terá que tomar deci-

sões financeiras que serão muito importantes em

termos pessoais. Hoje, por exemplo, quando você

for trabalhar, em praticamente qualquer tipo de

empresa, será questionado sobre como prefere

que seu fundo de pensão privado seja investido.

Seu sonho é começar seu próprio negócio? Preci-

sará contar com boa sorte e, caso não tenha co-

nhecimentos básicos de finanças, você acabará

aprendendo pelo caminho mais árduo. Quer sa-

ber qual será o tamanho de seu crédito educativoantes de sua dívida assumir? Talvez não, mas mos-

traremos como calculá-lo de qualquer maneira.

Essas são apenas algumas maneiras pelas

quais as finanças lhe afetarão pessoal e profissio-

nalmente. Queira ou não, você terá que examinar

e entender assuntos financeiros e precisará tomar

decisões financeiras. A partir de agora, explorare-

mos outras áreas que justificam o seu aprendiza-

do em nossa disciplina.Se você estiver interessado em marketing,

precisará conhecer finanças, porque, por exem-plo, profissionais de marketing  constantementetrabalham com orçamentos e precisam entendercomo obter o maior benefício das despesas e dosprogramas de marketing. Analisar custos e benefí-cios de diversos tipos de projetos é um dos aspec-tos mais importantes em finanças, assim como asferramentas que você aprende em finanças sãovitais em pesquisas de mercado, projetos de mer-cado e canais de distribuição, precificação de pro-dutos, apenas para citar algumas poucas áreas.

Os analistas financeiros apoiam-se bastante

nos analistas de mercado e, geralmente, os dois

trabalham juntos para avaliar a lucratividade deprojetos e produtos propostos. As projeções de

vendas são dados essenciais para praticamente

todos os tipos de análise de novos produtos e tais

projeções normalmente são desenvolvidas con-

 juntamente por marketing e finanças.

Além disso, a indústria financeira emprega

profissionais de marketing para auxiliar a venda

de produtos financeiros, tais como contas ban-

cárias, apólices de seguros e fundos mútuos. O

marketing  de serviços financeiros é um dos seg-

mentos de marketing  que vem crescendo mais

rapidamente e profissionais de marketing  espe-

cializados em serviços financeiros são muito bem

recompensados. Para trabalhar nessa área, você,

obviamente, precisa conhecer produtos financei-

ros.

Uma das áreas mais importantes da admi-

nistração é a estratégia. Pensar sobre a estratégia

empresarial sem pensar, ao mesmo tempo, sobre

estratégia financeira é receita excelente para o

desastre. Consequentemente, os estrategistas

precisam ter clara compreensão das implicações

financeiras de seus planos estratégicos.

Em termos gerais, espera-se que todos os

tipos de administradores tenham grande enten-

dimento de como seus negócios afetam a lucra-

tividade e que sejam capazes de aumentar a lu-

cratividade de suas áreas. Isso é precisamente oque o estudo de finanças lhe ensina: quais são as

características das atividades que criam valor?

A Administração Financeira está estreita-

mente ligada à Economia  e Contabilidade. A

Administração Financeira pode ser vista como

uma forma de economia aplicada, que se baseia

amplamente em conceitos econômicos. A Ad-

ministração Financeira também aproveita certos

dados da Contabilidade, outra área da Economiaaplicada. Nesta seção, discutiremos a relação en-

tre a Administração Financeira e a Economia, bem

1.2 A Relação entre a Administração Financeira e as demais Ciências

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como entre a primeira e a Contabilidade. Embora

essas disciplinas estejam relacionadas, há diferen-

ças marcantes entre elas.

A importância da Economia para o desen-

volvimento do ambiente financeiro e da teoria

financeira pode ser melhor descrita em função

de suas duas área mais amplas: Macroeconomia e

Microeconomia. De acordo com Brigham (2001),

a macroeconomia estuda o ambiente global, ins-

titucional e internacional em que a empresa pre-

cisa operar. Estuda ainda a estrutura institucional

do sistema bancário, intermediários financeiros,

o Tesouro Nacional e as políticas econômicas de

que o Governo Federal dispõe para controlar sa-

tisfatoriamente o nível de atividade econômica

dentro da economia.

Deve ficar claro, de acordo com Pinheiro(2007), que a teoria e a política macroeconômi-

cas não conhecem limites geográficos; antes, elasvisam a estabelecer uma estrutura internacional,segundo a qual os recursos fluam livremente en-tre instituições e nações, a atividade econômicaseja estabilizada e o desemprego possa ser con-trolado. Uma vez que a empresa deve operar noâmbito macroeconômico, é importante que oAdministrador Financeiro esteja ciente de suaestrutura institucional. Precisa também estaralerta para as consequências de diferentes níveisde atividade econômica e mudanças na políticaeconômica que afetam seu próprio ambiente dedecisão. Sem compreender o funcionamento doamplo ambiente econômico, o Administrador Fi-nanceiro não pode esperar obter sucesso finan-ceiro para a empresa.

Deve, ainda, perceber as consequências deuma política monetária mais restritiva sobre acapacidade de a empresa obter recursos e gerar

receitas, além de conhecer as várias instituiçõesfinanceiras e saber como estas operam, para po-der avaliar os canais potenciais de investimento efinanciamento.

A Microeconomia trata da determinação de

estratégias operacionais ótimas para empresas

e indivíduos.  As teorias microeconômicas forne-

cem a base para a operação eficiente da empresa

e visam a definir as ações que permitirão à em-

presa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas

relações de oferta e demanda e as estratégias demaximização do lucro são extraídos da teoria Mi-

croeconômica.

Questões relativas à composição de fato-

res produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estra-

tégias e determinação de preço do produto são

todas afetadas por teorias do nível Microeconô-

mico. A mensuração de preferências, através dos

conceitos de utilidade, risco e determinação de

valor, está fundamentada na teoria Microeconô-

mica.

As razões para depreciar ativos tambémderivam desta área da Economia. A aná-lise marginal é o princípio básico quese aplica em Administração Financeira;a predominância desse princípio suge-re que apenas se deve tomar decisões eadotar medidas quando as receitas mar-ginais excederem os custos marginais.

Quando se verificar essa condição, é dese esperar que uma dada decisão ou açãoresulte num aumento nos lucros da em-presa. (GITMAN, 1997).

A importância da análise marginal na to-mada de decisões financeiras se tornará evidentenos capítulos subsequentes. Muitos consideram afunção financeira e a contábil dentro de uma em-presa virtualmente a mesma. Embora haja umarelação íntima entre essas funções, exatamentecomo há um vínculo estreito entre a Administra-ção Financeira e a Economia, a função contábil émais bem visualizada como um insumo necessá-rio à função financeira, isto é, como uma subfun-ção da Administração Financeira. Essa visão estáde acordo com “a organização tradicional dasatividades de uma empresa em três áreas básicas– produção, finanças e mercadologia.” (GITMAN,1997).

Em geral, considera-se que a função con-

tábil deve ser controlada pelo vice-presidente fi-

nanceiro. Contudo, há duas diferenças básicas de

DicionárioDicionário

Economia: é a ciência que estuda a forma como as

sociedades utilizam os recursos escassos para pro-duzir bens com valor e como os distribuem entreos vários indivíduos (SAMUELSON, 1967).

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perspectiva entre a Administração Financeira e a

Contabilidade: uma se refere ao tratamento de

fundos e a outra, à tomada de decisão.

O Contador, cuja função básica é desenvol-

ver e fornecer dados para avaliar o desempenho

da empresa, apurar sua situação financeira e pa-

gar impostos, difere do Administrador Financeiropela maneira como vê os fundos da empresa. O

Contador, usando certos princípios padronizados

e geralmente aceitos, prepara as demonstrações

financeiras com base na premissa de que as re-

ceitas devem ser reconhecidas por ocasião das

vendas e as despesas, quando incorridas. Esse

método contábil é geralmente chamado Regime

de Competência dos exercícios contábeis.

A receita oriunda da venda de mercadoriasa crédito, pela qual não se tenha recebido ainda

o pagamento efetivo de caixa, aparece nas de-

monstrações financeiras da empresa como con-

tas a receber, um ativo temporário. As despesas

são tratadas de modo semelhante, isto é, “certos

passivos são criados para representar bens ou

serviços que foram recebidos, mas ainda devem

ser pagos. Esses itens são normalmente listados

no Balanço como contas a pagar.” (HOJI, 2007).

O Administrador financeiro está, segundo

Brigham (2001), mais preocupado em manter a

solvência da empresa, proporcionando os fluxos

de caixa necessários para honrar as suas obriga-

ções e adquirir e financiar os ativos circulantes e

fixos, necessários para atingir as metas da empre-

sa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de

venda e despesas quando incorridas, reconhece

receitas e despesas somente com respeito às en-

tradas e saídas de caixa.

Uma analogia simples ajudará a esclarecer

as diferenças básicas de perspectiva entre o Con-

tador e o Administrador Financeiro. Se conside-

rássemos o corpo humano uma empresa e cada

pulsação do coração representasse uma nova

venda, o Contador iria ocupar-se de cada uma

dessas pulsações e daria entrada nessas vendas

como receitas.

De acordo com Ross e Westerfield (2000),

o Administrador Financeiro iria verificar se o flu-

xo resultante de sangue através das artérias teria

atingido as células certas, conservando os vários

órgãos do corpo em funcionamento. É possível

que o coração seja forte e, no entanto, pare de

funcionar, devido ao desenvolvimento de obstru-

ções e coágulos no sistema circulatório. Da mes-

ma forma, uma empresa pode conservar os níveis

de vendas crescentes, mas falir por causa de en-tradas insuficientes de caixa para saldar suas obri-

gações no vencimento.

O Administrador Financeiro usa esses da-dos, seja em sua forma bruta, seja depoisde fazer certos ajustes e análises, comoum importante insumo ao processo detomada de decisão financeira. Obvia-mente, isto não quer dizer que os Con-tadores jamais tomem decisões e que osAdministradores Financeiros jamais cole-tem dados; a ênfase básica da Contabili-dade e Administração Financeira é sobreas funções que indicamos. (HOJI, 2000, p.127).

No caso das empresas brasileiras, a primei-

ra constatação que se faz é de que a cultura dos

empresários dificulta a transparência das infor-

mações e o tratamento adequado aos acionistasminoritários (governança corporativa).

A Contabilidade existe desde os primórdios dacivilização. Ela surgiu da preocupação do Homemcom suas posses (animais, peles etc.). A contabi-lidade do Homem primitivo era a contabilidadeempírica, praticada de forma rudimentar, utilizan-do desenhos e gravações em pedras. No passado,os sumérios e os babilônicos, assim como os assí-rios, faziam seus registros em peças de argila, dediferentes formatos, combinado o figurativo como numérico. Na argila, era gravada a figura do ani-mal e a quantidade era de acordo com o formatoda pedra. Em relação ao formato, a forma de discorepresentava a quantidade 100, o quadrado, 20.As peças eram guardadas em uma urna que, pos-teriormente, era lacrada(http://www.exatagestaocontabil.com.br/).

CuriosidadeCuriosidade

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Princípios de Administração Financeira

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Os deveres do executivo financeiro diferem

dos do Contador, pois este se dedica, basicamente, à

coleta e apresentação de dados financeiros. O exe-

cutivo financeiro avalia as demonstrações do Con-

tador, desenvolve dados adicionais e toma decisões

com base em análises subsequentes. O papel do

Contador é prover dados que sejam desenvolvidos

e interpretados com facilidade, sobre operações

passadas, presentes e futuras da empresa.

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos que é necessário possuir conhecimentos em Administração Financeira e

que essa ciência está subdividida em três grandes áreas, acompanhamos a ordem cronológica de desen-

volvimento da Administração financeira até os dias atuais e verificamos a relação entre a Administração

Financeira e outras áreas de conhecimento, tais como Marketing, Contabilidade, Administração e Econo-mia.

Para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Admi-

nistração Financeira contemporânea, faz-se necessário possuir também conhecimentos em Economia.

A Economia possui duas grandes áreas de destaque, que são a Macroeconomia e a Microeconomia. A

Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e institui-

ções privadas, através das quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico”

criado por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação

da firma e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar

não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas vigentes.Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

1.3 Resumo do Capítulo

1.4 Atividades Propostas

1. Cite e explique as três principais áreas das finanças.

2. Explique a relação entre a administração financeira e a economia?

3. Explique a diferença entre o Contador e o Administrador Financeiro.

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Ao administrar sua estrutura financeira, está

elaborando o lado direito do Balanço da empresa.

O Administrador Financeiro deve visar a atingir osobjetivos dos proprietários da empresa. No caso

de sociedades anônimas, os proprietários da em-

presa normalmente não são os administradores.

A função destes não é realizar seus próprios

objetivos (que podem incluir o aumento de seus

ordenados, a obtenção de prestígio ou a manu-

tenção de sua posição). De acordo com Gitman

(1997), antes, é maximizar a satisfação dos pro-

prietários (acionistas). Presumivelmente, se forem

bem-sucedidos nessa tarefa, também atingirão

seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o

objetivo dos proprietários é sempre a maximiza-

ção do lucro; outros creem que é a maximização

da riqueza. A maximização da riqueza é a aborda-

gem preferida, por cinco razões básicas:

1. Retorno realizável do proprietário: o

proprietário de uma ação possivel-

mente espera receber seu retorno sob

a forma de pagamentos periódicos de

dividendos ou através de valorizações

no preço da ação ou ambos. O preço

de mercado de uma ação reflete um

valor de dividendos futuros esperados,

bem como de dividendos correntes; a

riqueza do acionista (proprietário) na

empresa, em qualquer instante, é me-

dida pelo preço de mercado de suasações. Se um acionista numa empre-

sa desejar liquidar sua participação,

irá vender a ação ao preço vigente no

mercado ou bem próximo a este. Uma

vez que o preço de mercado da ação,

e não os lucros, é que reflete a riqueza

do proprietário numa empresa, num

dado momento, a meta do Administra-

dor Financeiro deve ser maximizar essariqueza;

2. Uma perspectiva de longo prazo: a

maximização do lucro é uma aborda-

gem de curto prazo; a maximização da

riqueza considera o longo prazo. Do

exemplo anterior, deve-se depreender

que o maior preço da ação da Compa-

nhia alfa resultou do fato de que suas

decisões de curto prazo relacionadas

com o desenvolvimento de novo pro-

duto, embora baixando os lucros em

curto prazo, produzem maiores retor-

nos futuros. Uma empresa que deseja

maximizar lucros poderia comprar ma-quinaria de baixa qualidade e usar ma-

teriais de baixa qualidade, ao mesmo

tempo que faria um tremendo esforço

de venda para vender seus produtos

por um preço que rendesse um eleva-

do lucro por unidade;

3. Época de ocorrência dos retornos: aabordagem de maximização do lucro

não consegue refletir diferenças naépoca de ocorrência de retornos, aopasso que a maximização da riquezatende a considerar tais diferenças. Oobjetivo de maximização do lucro dámaior importância a um investimentoque ofereça os maiores retornos totais,enquanto a abordagem da maximiza-ção da riqueza considera explicitamen-te a época de ocorrência dos retornos e

seu impacto no preço da ação;4. Análise dos riscos: a maximização do

lucro desconsidera não apenas o fluxo

de caixa, mas também o risco – a pos-

sibilidade de que os resultados reali-

zados possam ser diferentes daqueles

esperados. Uma premissa básica em

Administração financeira é que há um

confronto entre o retorno (fluxo de

caixa) e o risco. De maneira geral, osacionistas têm aversão ao risco, ou seja,

querem evitá-lo;

2.2 Meta do Administrador Financeiro

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5. Distribuição dos retornos: o objetivo demaximização do lucro dá maior impor-tância a um investimento que ofereçaos maiores retornos totais, enquanto aabordagem da maximização da rique-za considera explicitamente a época deocorrência dos retornos e seu impacto

no preço da ação.

O uso do objetivo da maximização do lucro,conforme Brigham (2001), não permite conside-rar que os acionistas possam desejar receber umaparte dos retornos da empresa sob a forma dedividendos periódicos. Na ausência de qualquerpreferência por dividendos, a empresa poderiamaximizar lucros de um período a outro, reinves-

tindo todos os lucros e usando-os para adquirirnovos ativos, que elevarão os lucros futuros.

A estratégia da maximização da riqueza levaem conta o fato de que muitos proprietários apre-ciam receber o dividendo regular, independentedo seu montante. Os Administradores financeirosdevem reconhecer que a política de dividendosda empresa afeta a atratividade de sua ação paratipos particulares de investidores. Porém, segun-

do Hoji (2007), os acionistas certamente preferi-riam um aumento na sua riqueza, em longo pra-zo, do que a geração de um fluxo crescente delucros, sem se preocupar com o valor de mercadode suas ações.

Muitas vezes, os dois objetivos podem serperseguidos simultaneamente, porém não se devenunca permitir que a maximização dos lucros obs-cureça o objetivo mais amplo da maximização dariqueza.

Assista ao filme Wall Street – Poder e Cobiça. O filme aborda uma série de situações presentesno mercado de ações, que ajudará no seu aprendizado. A história se passa em Nova Iorque,em 1985, onde Bud Fox é um jovem e ambicioso corretor que trabalha no mercado de ações.O personagem Gordon Gekko é um inescrupuloso bilionário proprietário de uma corretorade valores, que não mede esforços para obter informações privilegiadas, que lhe propor-cionam vantagem na tomada de decisão sobre a compra e venda de ações. Atores: DarylHannah, Michael Douglas, Charlie Sheen. Ano de lançamento: 1987.

MultimídiaMultimídia

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos as principais funções do administrador financeiro, análise e planejamen-to financeiro, administração da estrutura de ativo da empresa e administração da estrutura financeirada empresa, função que está relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Entendemos aindasobre a importância de saber quais as melhores fontes de financiamento em curto ou longo prazo paraa empresa, num dado momento, e também que muitas dessas decisões são impostas por necessidade,

mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas impli-cações em longo prazo.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

2.3 Resumo do Capítulo

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1. Cite e explique as principais metas do administrador financeiro.

2. Explique a diferença entre maximização do lucro e maximização da riqueza.

3. Explique o seu entendimento sobre retorno realizável ao proprietário e análise dos riscos.

2.4 Atividades Propostas

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, apresentaremos os prin-cipais tipos de empresas, com destaque para afirma individual, as sociedades por cotas e socie-dades anônimas. Observaremos ainda as princi-

pais responsabilidades dos sócios, as vantagens edesvantagens de cada um dos tipos de empresasapresentados. Por fim, entenderemos o conceitode fusão, holding e cisão de empresas. Vamos ini-ciar a discussão?

Van Horne (1993, p. 3) inicia seu trabalho deforma objetiva, quando diz: “O objetivo de umacompanhia deve ser a criação de valor para seusacionistas.” O valor é representado pelo preço demercado da ação ordinária da companhia, o qual,

por outro lado, é uma função das decisões de in-vestimento, financiamento e dividendos da em-presa.

A maioria dos livros sobre finanças temorigem nos Estados Unidos, onde as sociedadesanônimas de capital aberto são extremamenterepresentativas, razão por que o foco de finançastem sido os acionistas. A realidade brasileira é di-ferente, pois a quantidade e o valor patrimonialdas sociedades anônimas não têm a mesma re-

presentatividade e a maior parte das empresasbrasileiras com fins lucrativos constitui-se socie-tariamente como limitada. Nesse caso, a figura éo sócio, dono das cotas.

De qualquer forma, a palavra “acionista”

deve representar, além destes, os sócios e os do-

nos das empresas individuais. Em outras palavras,

o objetivo maior de finanças é criar valor para seus

proprietários, sejam eles quais forem. O objetivo

de uma empresa deve ser a criação de valor para

seus acionistas ou proprietários (PINHEIRO, 2007).As finanças das entidades sem fins lucrati-

vos devem interpretar o objetivo de criação de

valor de forma similar. Assim, a geração ou criação

de um resultado econômico e financeiro positivo,

que permita o desenvolvimento normal de suas

operações e as necessidades gerais de investi-

mentos, de modo a garantir sua continuidade e

cumprir a missão a que se destinam, representa

a mesma coisa que o conceito de criação de va-

lor. Nesse caso, de acordo com Ross e Westerfield

(2000), a criação de valor é para a entidade e não

para os proprietários, uma vez que essas entida-

des não se caracterizam como propriedades de

alguém.

Como a palavra “valor” se presta a muitas

interpretações, convém ressaltar que o conceito

a que se refere o objetivo de finanças é valor eco-

nômico, ou seja, a representação do valor da em-

presa medido em unidades monetárias. Portanto,

criação de valor, em finanças, é um conceito obje-

tivo, mensurável em moeda.

TIPOS DE EMPRESAS3 

3.1 Modalidades de Organização de Empresas

Nos Estados Unidos, as grandes empresas,como, por exemplo, IBM e Exxon, quase sempre

são sociedades por ações, assim como, no Brasil,

temos a Sadia, o Pão de Açúcar, a Votorantin, entreoutras. Examinaremos as três diferentes modali-

dades legais de organização de empresas – firma

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individual, sociedade por cotas e sociedade por

ações –, para que se entenda por que isso aconte-

ce (GITMAN, 1997).

A Firma individual é a empresa que perten-

ce a uma única pessoa. É a maneira mais simples

de se começar uma empresa e é a menos regula-

mentada das modalidades de empresas. Por essarazão, há mais firmas individuais do que qualquer

outra modalidade de empresa e muitos negócios

que, posteriormente, se transformam em grandes

sociedades por ações começam como firmas in-

dividuais.

O proprietário de firma individual tem di-

reito a todo o lucro da empresa. Essa é a notícia

boa. A notícia ruim é que o proprietário tem res-

ponsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa.Isso significa que os credores podem recorrer aos

bens pessoais do proprietário para pagamento de

seus direitos. De maneira análoga, não há distin-

ção entre rendimentos da pessoa física e da pes-

soa jurídica e, portanto, todo o lucro da empresa é

tributado como rendimento de pessoa física.

A vida da firma individual é limitada à vida

do proprietário e, o que é mais importante, o

montante do patrimônio líquido que pode serobtido está limitado à riqueza pessoal do pro-

prietário. Essa limitação geralmente significa que

a empresa é incapaz de explorar novas oportuni-

dades, em vista da insuficiência de capital. É difícil

transferir a propriedade de uma firma individual,

pois isso implica a venda de toda a empresa a

novo dono (PADOVEZE, 2005).

Uma sociedade por cotas é semelhante

a uma firma individual, exceto pelo fato de que

existem dois ou mais donos (sócios). Numa socie-

dade geral, todos os sócios dividem lucros e pre-

 juízos e possuem responsabilidade ilimitada por

todas as dívidas da empresa, não apenas por uma

proporção delas. A maneira pela qual lucros (e

prejuízos) são divididos é descrita no contrato da

sociedade. Esse contrato pode ser um acordo ver-

bal informal, como em “vamos montar um negó-

cio para cortar grama?”, ou um longo documento

formal, por escrito.

Numa sociedade limitada, um ou mais só-

cios gerais serão responsáveis pela gestão da

empresa e terão responsabilidade ilimitada, e

outros não terão participação ativa no negócio. A

responsabilidade de um sócio limitado por dívi-

das da empresa é restrita ao montante que tenha

contribuído para o capital da sociedade. Essa for-

ma de organização é comum em empreendimen-

tos imobiliários, por exemplo.As vantagens e desvantagens da socieda-

de por cotas, de acordo com Brigham e Weston(2000), são basicamente as mesmas de uma firmaindividual. As sociedades com base em contratosrelativamente informais podem ser constituídasfacilmente e a baixo custo. Sócios gerais pos-suem responsabilidade ilimitada nas dívidas daempresa e a sociedade acaba quando um sóciogeral mostra o desejo de vender ou morre. Todo

o lucro é tributado como rendimento da pessoafísica dos sócios e o montante do patrimôniolíquido que pode ser obtido é limitado à riquezaagregada dos sócios.

Brigham e Weston (2000) menciona aindaque a participação de um sócio geral não podeser transferida com facilidade, pois é necessárioque se forme uma nova sociedade. A participaçãode um sócio com responsabilidade limitada podeser vendida sem que a sociedade seja desfeita,

mas encontrar um comprador pode ser difícil.Como um sócio de uma sociedade geral

pode ser responsável por todas as dívidas da em-presa, a existência de um contrato por escrito émuito importante. Se os direitos e as obrigaçõesdos sócios não forem explicitados, frequente-mente ocorrerão desentendimentos futuros.Além disso, se você for um sócio com responsa-bilidade limitada, não se envolverá muito com asdecisões da empresa, a menos que pretenda as-sumir as obrigações de um sócio geral. O motivoé que, se as coisas forem mal, você poderá ser tra-tado como um sócio geral, mesmo que diga que éum sócio com responsabilidade limitada.

Com base na proposta de Padoveze (2005),as principais desvantagens da firma individual e dasociedade de cotas como modalidades de organi-zação de empresas são: (1) responsabilidade ilimi-tada dos proprietários em relação às dívidas da em-

presa; (2) vida limitada da empresa; e (3) dificuldadede transferência de propriedade. Essas três desvan-tagens resumem-se a um único problema crucial: acapacidade de crescimento de tais empresas pode

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ficar seriamente prejudicada pela impossibilidadede levantar recursos para investimento.

A Sociedade por Ações é a modalidade maisimportante (em termos de tamanho) de organi-zação das empresas em geral. A sociedade porações consiste em uma entidade legal separada edistinta de seus proprietários e possui muitos dosdireitos, obrigações e privilégios de uma pessoade verdade. Sociedades por ações podem tomardinheiro emprestado e possuir imóveis, podemprocessar e ser processadas e podem firmar con-tratos. A sociedade por ações pode até mesmoser um sócio geral ou sócio com responsabilida-de limitada em outra sociedade e pode possuirações de outras sociedades por ações.

Não é surpreendente o fato de que come-

çar uma sociedade por ações é muito mais com-plicado do que começar outras modalidades deorganização de empresas. A formação de umasociedade por ações envolve a preparação de umdocumento de incorporação e um estatuto. O do-cumento de incorporação precisa conter diversositens, entre eles, o nome da sociedade, sua dura-ção (que pode ser indeterminada), sua finalidadee o número de ações que podem ser emitidas.Geralmente, essas informações precisam ser for-

necidas ao Estado no qual a empresa será incor-porada. Para a maior parte dos objetivos legais, asociedade por ações é “residente” desse Estado.

O estatuto consiste em regras que descre-vem como a empresa norteia sua existência. Porexemplo, o estatuto descreve como a diretoriaserá eleita. O estatuto pode ser emendado ouampliado de tempos em tempos pelos acionistas.

Em grandes sociedades por ações, os acionis-tas e administradores geralmente são grupos distin-

tos. Os acionistas elegem o conselho de administra-ção, que, por sua vez, seleciona os administradores.

A administração é responsável pela conduta dasatividades, de acordo com os interesses dos acionis-tas. Em princípio, os acionistas controlam a empresa,pois são eles que elegem o conselho de administra-ção.

Como consequência da separação entrepropriedade e administração, a sociedade porações é uma modalidade que traz diversas vanta-gens. A propriedade (representada pelas ações dacompanhia) pode ser prontamente transferida e avida da empresa, portanto, é ilimitada. A socieda-de por ações toma dinheiro emprestado em seupróprio nome. Consequentemente, os acionistasda empresa têm responsabilidade limitada pelasdívidas da empresa. O máximo que podem per-der está limitado a seu investimento.

A facilidade relativa de transferência da pro-priedade, a responsabilidade limitada pelas dívi-das da empresa e a vida ilimitada da empresa sãoas razões pelas quais a modalidade de sociedadepor ações é uma alternativa superior às demaisno que se refere a levantar capital. Se a empre-sa necessitar aumentar o capital próprio, poderávender novas ações, atraindo novos investidores.O número de donos pode ser enorme; as maio-res sociedades por ações possuem milhares e, até

mesmo, milhões de acionistas.Essa modalidade possui uma desvantagem

significativa. Como a sociedade por ações é umaentidade legal, precisa recolher impostos. Alémdisso, o dinheiro pago aos acionistas sob a for-ma de dividendos é tributado novamente comorendimento desses acionistas. Isso é dupla tribu-tação, significando que os lucros da empresa sãotributados duplamente: na pessoa jurídica, ao sergerado lucro, e na pessoa física, quando esse lu-

cro é distribuído.

3.2 Fusões de Empresas

Muitas razões têm sido apresentadas pelos

administradores financeiros e teóricos para justi-

ficar o grande nível de atividades de fusão de em-presas. O conceito e os principais motivos por trás

das fusões você acompanha neste capítulo.

Atividades envolvendo expansão ou con-

tração das operações de uma empresa ou, ainda,

mudança em seus ativos ou estrutura financeira(dívida em curto e longo prazo e patrimônio). De

acordo com Hoji (2007), a fusão é a operação pela

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qual se unem duas ou mais sociedades para for-

mar sociedade nova, que lhes sucederá em todos

os direitos e obrigações (Lei das S.A. – Lei nº 6.404,

de 1976, art. 228; Código Civil – Lei nº 10.406, de

2002, art. 1119). Com a fusão, desaparecem todas

as sociedades anteriores, para dar lugar a uma só,

na qual todas elas se fundem, extinguindo-se to-das as pessoas jurídicas existentes e surgindo ou-

tra em seus lugares.

A sociedade que surge assumirá todas as

obrigações ativas e passivas das sociedades fusio-

nadas. Na combinação de duas ou mais empre-

sas, a empresa resultante mantém a identidade

de uma das empresas, geralmente a maior.

Uma holding ou sociedade gestora de par-

ticipações sociais é uma forma de oligopólio, na

qual é criada uma empresa para administrar um

grupo delas (conglomerado) que se uniu com o

intuito de promover o domínio de determinada

oferta de produtos e/ou serviços. Na holding, essa

empresa criada para administrar possui a maioria

das ações ou cotas das empresas componentes

de determinado grupo. Essa forma de adminis-

tração é “muito praticada pelas grandes corpora-

ções. Em outras palavras é monopólio em blinda-

gem.” (HOJI, 2007, p. 234).

Essa forma de sociedade é muito utilizada

por médias e grandes corporações e, normal-mente, visa a melhorar a estrutura de capital da

empresa ou como parte de alguma parceria com

outras empresas.

Um exemplo prático de como uma holding 

pode ser utilizada: a empresa Acme fabrica e ven-

de sapatos no Brasil. Ela acha que pode ganhar

dinheiro se vender tênis também, mas não tem

nenhuma experiência na fabricação de tênis. A

empresa alemã Beta faz ótimos tênis e gostariade vender seus produtos no Brasil, mas não tem

uma rede de varejistas para distribuí-los. Acme e

Beta então fecham uma parceria para distribuir

seus produtos no país. Uma maneira de formali-

zar o acordo seria a criação da AB Importadora e

Distribuidora Ltda. Acme criaria a Acme Holding,

que seria dona de 100% do capital da antiga em-

presa Acme Sapatos e de 51% do capital da AB.

Beta seria dona dos outros 49% do capital da AB(HOJI, 2007).

A cisão é a operação pela qual a sociedade

transfere todo ou somente uma parcela do seu

patrimônio para uma ou mais sociedades, cons-

tituídas para esse fim ou já existentes, extinguin-

do-se a sociedade cindida – se houver versão de

todo o seu patrimônio – ou dividindo-se o seu

capital – se parcial a versão (Lei das S.A. – Lei nº

6.404, de 1976, art. 229, com as alterações da Leinº 9.457, de 1997).

Efetivada a cisão com extinção da empresa

cindida, caberá aos administradores das socieda-

des que tiverem absorvido parcelas do seu patri-

mônio promover o arquivamento e publicação

dos atos da operação (HOJI, 2007).

Na cisão com versão parcial do patrimô-

nio, essa obrigação caberá aos administradores

da companhia cindida e da que absorver parcelado seu patrimônio (Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de

1976, art. 229, § 4º).

 

AtençãoAtenção

A Fusão é resultante da combinação de duas oumais empresas para formar uma sociedade anônimacompletamente nova (PINHEIRO, 2007).

Existem duas modalidades de Holding: (1) a pura,quando no seu objetivo social consta somente aparticipação no capital de outras sociedades; e (2)a mista, quando, além da participação, ela serveà exploração de alguma atividade empresarial(HOJI, 2007).

CuriosidadeCuriosidade

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos que, nos Estados Unidos e no Brasil, as grandes empresas quase sempresão sociedades por ações. Observamos, ainda, que uma Firma individual é a maneira mais simples de se

começar uma empresa; que uma sociedade por cotas é semelhante a uma firma individual, exceto pelo

fato de que existem dois ou mais donos (sócios); que as vantagens e desvantagens da sociedade por

cotas são basicamente as mesmas de uma firma individual; que a participação de um sócio com respon-

sabilidade limitada pode ser vendida sem que a sociedade seja desfeita, mas encontrar um comprador

pode ser difícil; e que a Sociedade por Ações é a modalidade mais importante de organização das em-

presas em geral.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

3.3 Resumo do Capítulo

3.4 Atividades Propostas

1. O que você entende por sociedade por ações?

2. Quais são as vantagens e desvantagens de uma sociedade por cotas?

3. O que você entende por fusão e holding?

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, discutiremos a relação entre

risco, retorno e liquidez. Veremos, ainda, o con-

ceito de risco e os principais tipos de risco, com

destaque para os riscos operacionais, de crédito

e mercado, e apresentaremos a atuação do admi-nistrador na função de minimizador da intensida-

de do risco existente nas empresas. Vamos iniciar

a discussão?

Gitman (1997) afirma que a função admi-

nistrativa que tem como objetivo a adequação

das fontes e das aplicações dos recursos de uma

empresa objetivando o lucro é chamada Gestão

Financeira. A maximização do lucro como medida

de eficiência na gestão financeira da empresa é

baseada na crença de que a busca do maior lucro

que possa ser proporcionado por um ativo con-

duz a uma eficiente alocação dos recursos.

A política de maximização de lucros, de

acordo com Hoji (2007), poderá trazer consequ-ências graves, se a busca de um resultado de cur-

to prazo sacrificar a segurança de retorno do capi-

tal investido, podendo até inviabilizar a empresa

no longo prazo. Por outro lado, cautela excessiva

e segurança em demasia na alocação dos ativos

podem reduzir a rentabilidade, porque ativos

seguros tendem a oferecer menor remuneração,

por não necessitarem compensar o risco.

NOÇÕES DE RISCO E RETORNO4 

As opções existentes para qualquer tipo de

investimento devem ser decompostas nos seus

três fatores fundamentais: rentabilidade, liquidez

e risco. Esse tripé sustenta os investimentos e de-

vem ser sempre avaliados. Em condições normais,

percebe-se que, quanto maior a rentabilidade,

menor a liquidez; quanto maior a liquidez, maioro risco; quanto maior o risco, maior a rentabilida-

de e assim por diante.

 

Investimento

Risco

$

LiquidezR

 

Rentabilidade

Figura 3 – Tripé da análise de risco e retorno.

AtençãoAtenção

Risco é um conceito “multidimensional”, que co-bre quatro grandes grupos: risco de mercado,risco operacional, risco de crédito e risco legal(MARKOWITZ, 1959).

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Entendemos como rentabilidade o aumen-to da capacidade de consumo pelo seu adiamen-to, ou seja, é o grau de rendimento proporciona-do por um investimento.

A Liquidez é a capacidade de consumir omais rápido possível, ou seja, é a capacidade detransformar um investimento em dinheiro. Segu-rança é a certeza de poder consumir no futuro oretorno que se espera daquele investimento, ouseja, é a certeza de retorno do dinheiro aplicado.O aumento da capacidade de consumo, que é arentabilidade, se dá “pela apreciação do capital ao

longo do tempo, ou seja, ao final do horizonte deinvestimento.” (ROSS; WESTERFIELD, 2000, p. 67).

Existem dois momentos distintos no cálculoda rentabilidade. A rentabilidade calculada antesde realizado o investimento é a que o investidorespera que ocorra. A outra é a calculada depoisde realizado o investimento e é a que realmenteaconteceu ou está acontecendo.

A rentabilidade calculada antes também éconhecida como rentabilidade esperada ou re-

torno esperado do investimento. A rentabilidadecalculada depois do vencimento da aplicação ouda realização do ativo é conhecida como rentabi-lidade observada. Se a rentabilidade anterior fos-se sempre igual à posterior, o mundo financeiroseria muito simples, porém, em geral, a esperadaé diferente da observada. Segurança é justamen-te o quão próxima está a rentabilidade posteriorda anterior. De acordo com Padoveze (2005), amelhor forma de entender a segurança é através

da análise do seu contrário, que é o risco.

Atravessar a rua pode ter como resultado

um acidente. Tudo o que fazemos ou dizemospode gerar uma consequência diferente daquelaque imaginamos.

Embora lidemos diariamente com as maisvariadas formas de risco, sua conceitua-ção não é fácil. Isto pode estar relaciona-

do com a dificuldade de estabelecermosa aversão ao risco, pois a atitude frente aorisco é diferente para cada pessoa. Situ-ações de alto risco para um pode ser derisco aceitável para outros. As diferentesperspectivas, geradas por diferentes con-

 juntos de informações, é que estabelece-rão o nível de risco para um evento. (BRI-GHAM, 2001, p. 274).

 

Explica-se, assim, o fato de uma pessoa apli-car suas economias em bolsas de valores, enquan-

to outra prefere a segurança de uma caderneta de

poupança. A variedade de posturas individuais

em relação ao risco é que permite, muitas vezes,

a realização de um grande volume de negócios.

A atuação do Administrador Financeirodeve procurar eliminar sempre a incerteza, ouseja, estimar a probabilidade de ocorrência doevento, saindo do conceito de incerteza e chegan-do ao conceito de risco. Como não há possibilida-de de extinção do risco, cabe ao profissional definanças aprender como administrá-lo. Em toda equalquer atividade em que a empresa atue, exis-te um componente de risco, que será maior oumenor dependendo de duas variáveis: primeiro,

o impacto quantitativo que pode causar sobre osresultados ou receitas da empresa, e, segundo, aprobabilidade estatística de que esse fato ou im-pacto aconteça (PINHEIRO, 2007).

4.1 Rentabilidade, Liquidez e Risco

DicionárioDicionário

Risco: está sempre presente na atividade humana.Quando os médicos realizam cirurgias ou diagnós-ticos, engenheiros projetam novas construções,pessoas iniciam negócios, o risco é um parceiroinevitável.

Saiba maisSaiba mais

Existe uma distinção entre os conceitos de risco

e incerteza, não podendo ser confundidos. Em Fi-nanças, podemos dizer que o Risco existe quandoo tomador da decisão pode embasar-se em proba-bilidade para estimar diferentes resultados e quehá ocorrência da incerteza quando o tomador nãodispõe de dados históricos acerca de um fato, o queexigirá a tomada de decisão apenas pela intuição(GITMAN, 1997).

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Princípios de Administração Financeira

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É tomar providências hoje, para garantir

a sobrevivência do empreendimento no futuro,

caso ocorra um cenário improvável, porém possí-vel. Para saber qual providência deve ser tomada,

é necessário mensurar o risco.

De um modo geral, o risco total de um ativo

é subdividido em uma parcela causada por even-

tos controláveis pela empresa e uma parcela cau-

sada por eventos não controláveis pela empresa,

denominados riscos sistemáticos ou sistêmicos e

riscos próprios (ROSS; WESTERFIELD, 2000).

Os riscos estão divididos em categorias.Sendo assim, temos os chamados riscos sistemá-

ticos, que são provenientes de mudanças no ce-

nário macroeconômico, ou seja, aqueles que os

sistemas econômico, político e social impõem em

geral a todos os ativos e, naturalmente, à sua taxa

de retorno. Nessa categoria, estão aqueles riscos

que nenhum administrador ou investidor pode

controlar ou evitar.

Temos ainda os riscos chamados não siste-máticos, que consistem em riscos intrínsecos ao

ativo e são gerados por fatores que atingem di-

retamente o ativo em estudo ou, no máximo, um

pequeno número de ativos, não atingindo os de-

mais. Esse tipo de risco é evitável, uma vez que a

determinante é a escolha ou não dessa classe de

investimento (HOJI, 2007).

Incertezas sobre condições econômicas

gerais, como Produto Interno Bruto (PIB), taxa de

 juros ou inflação, são exemplos de riscos sistêmi-

cos, pois afetam praticamente todas as empresas

em algum nível. O anúncio da descoberta de um

novo remédio para determinada doença por uma

empresa afetará principalmente aquela empresa

e seus competidores, não envolvendo outras; é,

portanto, um evento não sistêmico.

Temos ainda outras classificações de riscos.

Entre elas, destacam-se os riscos de crédito, que

estão relacionados a possíveis perdas quando um

dos contratantes não honra seus compromissos.

As perdas aqui estão relacionadas aos re-

cursos que não mais serão recebidos ou aos seus

recebimentos fora do prazo ou das condiçõespactuadas. De maneira geral, o mercado tende

a associar tamanho da instituição com sua capa-

cidade de pagamento. Risco de crédito pode ser

dividido em três grupos: o Risco da Falta de Pa-

gamento ou de Inadimplência, decorrente da im-

possibilidade de uma das partes em um contrato

honrar seus compromissos assumidos; o Risco de

Concentração de Crédito, proveniente da possibi-

lidade de perdas em função da não diversificação

do crédito concedido a clientes; e o Risco Sobera-

no ou Risco do País, proveniente da existência de

restrições ao fluxo livre de capitais entre países, as

quais podem ser originárias de golpes militares,

novas políticas econômicas, resultados de novas

eleições etc. ou como no caso das moratórias de

países latino-americanos (HOJI, 2007).

4.2 Gestão de Riscos

Assista ao filme Um Bom

 Ano. Tópicos explorados:mercados de capitais eanálise técnica. A passa-gem inicial do filme retra-ta a associação entre osmovimentos dos agentesno mercado financeiro e ocomportamento dos pre-ços dos ativos financeiros.Aos 11 anos, Max Skinner

é cuidadosamente educado na arte de saborearvinhos por seu tio Henry. Adulto, Max torna-seum bem-sucedido homem de negócios e a tra-ma segue. Ator principal: Russell Crowe. Ano delançamento: 2006.

MultimídiaMultimídia

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Outra modalidade de risco importante para

ser compreendida é a do Risco de mercado. Esse

tipo de risco depende do comportamento do

preço do ativo diante das condições de mercado.

Para entender e medir possíveis perdas devido às

flutuações do mercado, é importante identificar e

quantificar o mais corretamente possível as vola-tilidades e correlações dos fatores que impactam

a dinâmica do preço do ativo.

O risco de mercado pode ser dividido em

quatro grandes áreas: risco do mercado acionário,

decorrente da possibilidade de perdas decorren-

tes de mudanças adversas nos preços de ações ou

em seus derivativos; o risco do mercado de câm-

bio, proveniente da possibilidade de perdas de-

vido a mudanças adversas na taxa de câmbio ou

em seus derivativos; o risco do mercado de juros,

proveniente da possibilidade de perdas, no valor

de mercado de uma carteira, decorrentes de mu-

danças adversas nas taxas de juros ou seus deri-

vativos; e o risco do mercado de commodities, re-

ferente à possibilidade de perdas decorrentes de

mudanças adversas nos preços de commodities e/

ou em seus derivativos (HOJI, 2007).

O risco operacional está relacionado a pos-

síveis perdas como resultado de sistemas e/ou

controles inadequados, falhas de processos in-

ternos, gerenciamento e erros humanos. O risco

operacional pode ser dividido em três grandes

áreas: o Risco Organizacional, que está relaciona-

do com uma organização ineficiente, administra-

ção inconsistente e sem objetivos de longo prazo

bem definidos, fluxo de informações internas e

externas deficiente, responsabilidades mal defi-

nidas e acesso a informações internas por partede concorrentes; o Risco de Operações, que pode

ser relacionado com problemas tecnológicos,

equipamentos (telefonia, elétrico, computacional

etc.), processamento e armazenamento de dados

e fluxo operacional inadequado; e o Risco de Pes-

soal, que pode estar relacionado com falhas hu-

manas, como empregados não qualificados, por

exemplo, ou fraudes, do tipo adulteração de do-

cumentos, vazamento de informações privilegia-das, desvio de valores, entre outros (PADOVEZE,

2005).

Por fim, temos o chamado Risco Legal, quepode estar associado a perdas oriundas de faltada definição técnica legal ou organização jurídi-ca em alguma operação realizada; pode ser comrespeito à ausência de técnica jurídica na elabora-ção de contratos, expondo a organização exces-sivamente a uma contraparte ou levando ao fe-

chamento de contratos sem garantias suficientesde execução; ou pode estar relacionado ainda àinexistência de verificação sobre a legitimidadede contrapartes ou autenticidade de documen-tos apresentados; e o Risco de Imagem, que estárelacionado a perdas decorrentes de causas ima-teriais, gerando a possibilidade de perdas decor-rentes de desgastes com a imagem da instituição junto ao mercado ou autoridades, em razão depublicidade negativa, de ações particulares ile-

gais ou irresponsáveis, que podem ser verdadei-ras ou não (HOJI, 2007).

Existem diversas metodologias de avaliaçãode risco, porém não existe muita uniformidadeno cálculo do risco de instituições financeiras e deempresas. Em comum, as metodologias para es-timação do risco requerem conhecimentos sobrea mecânica dos mercados de interesse, algumasofisticação matemática e sistemas computacio-nais e de informações confiáveis. No caso de ris-co operacional e risco legal, o problema de medirrisco deve ser tratado em uma abordagem casopor caso.

Em outros estudos realizados por Brigham(1997), para o risco de mercado e para o risco decrédito, algumas metodologias já se encontramem uso; podem ser medidos das seguintes for-mas: Risco de Mercado Relativo, que é uma me-dida do “descolamento” dos rendimentos de umacarteira de investimentos em relação a um índiceutilizado como benchmark  (desvio padrão); e Ris-co de Mercado Absoluto, que mede as perdas deuma carteira de investimentos sem qualquer rela-ção a índices de mercado.

São utilizadas outras medidas estatísticasde avaliação do risco, como: Medida de posição(média, mediana, moda); Medida de dispersão(Desvio padrão, variância, amplitude total, disper-são absoluta); probabilidade (Estudo do risco); Re-

gressão Linear Simples, Linear Múltipla, Logísticae Análise Discriminante. As técnicas não linearesmais utilizadas são as Redes Neurais e AlgoritmosGenéticos (GITMAN, 1997).

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos o conceito de risco, retorno e liquidez. Observamos que, de um modogeral, o risco total de um ativo é subdividido em duas parcelas, denominadas riscos sistemáticos ou sis-

têmicos e riscos próprios. Os riscos estão divididos em categorias. Temos ainda outras classificações de

riscos. Entre elas, destacam-se os riscos de crédito, ocasionados pela falta de pagamento; concentração

de crédito, proveniente da possibilidade de perdas em função da não diversificação do crédito concedi-

do a clientes; e o risco país, decorrente da existência de restrições ao fluxo livre de capitais entre países,

que podem ser originárias de golpes militares, novas políticas econômicas, resultados de novas eleições

etc. Por fim, estudamos algumas formas de realizar a gestão de riscos.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

4.3 Resumo do Capítulo

4.4 Atividades Propostas

1. Explique o seu entendimento sobre risco sistemático e não sistemático.

2. Explique o seu entendimento sobre risco operacional.

3. O que você entende por gestão de riscos? Exemplifique.

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, trataremos do processo de

abertura de capital de uma empresa. Vamos ini-

ciar a discussão?

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é for-

mado por instituições que têm como finalidadeintermediar o fluxo de recursos entre poupado-

res, investidores e os tomadores de recursos, em

condições satisfatórias do mercado.

O CMN é o órgão mais importante do SFN. É

um órgão normativo sem funções executivas, res-

ponsável pela fixação de diretrizes das políticas

monetária, creditícia e cambial. É presidido pelo

Ministro da Fazenda (HOJI, 2007).

Instituições financeiras e mercados são im-

portantes elementos do ambiente operacional de

uma empresa. Por que o administrador financeiro

deve interagir com instituições financeiras, forne-

cedores e clientes? Como você pensa em fazê-lo?

Antes de prosseguir a leitura, reflita alguns instan-

tes sobre essas questões.

Empresas que necessitam de fundos de

fontes externas podem obtê-los através de duasformas principais. Uma é através de instituições

financeiras que captam poupanças e as transfe-

rem para aqueles que precisam de fundos. Outra

é através de mercados financeiros organizados,

em que fornecedores e tomadores de vários tipos

de fundos podem realizar transações.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL5 

AtençãoAtenção

O Mercado Financeiro é regulamentado e fiscali-zado principalmente pelo Banco Central do Brasil(BCB ou BACEN) e pela Comissão de Valores Mo-

biliários (CVM), que estão subordinados ao Con-selho Monetário Nacional (CMN) (BRITO, 2005).

Saiba maisSaiba mais

O principal papel da autoridade monetária é o deregular e fiscalizar o mercado. As características dasprincipais autoridades monetárias são comentadasa seguir (HOJI, 2007).

O BACEN é o órgão executivo central do

SFN, responsável pela fiscalização e cumprimen-

to das disposições que regulam o funcionamento

do SFN, de acordo com as normas expedidas pelo

CMN. A missão institucional é a de zelar pela es-

tabilidade do poder de compra da moeda e pelasolidez do sistema financeiro (BRITO, 2005).

De acordo com Pinheiro (2007), as principais

atribuições do BACEN são: emitir normas; autori-

zar o funcionamento das instituições financeiras;

fiscalizar e fazer intervenções; receber depósitos

compulsórios e voluntários; fazer operações de re-

desconto; emitir, comprar e vender títulos públicosfederais; emitir papel-moeda; controlar e sanear o

meio circulante; administrar a dívida pública inter-

na e externa; e gerir as reservas internacionais.

5.1 Participantes do SFN

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A CVM é o órgão normativo responsável

pelo desenvolvimento, disciplina e fiscalização

do mercado de ações e debêntures. A principal

atribuição da CVM é a fiscalização da emissão e

negociação de títulos emitidos pelas sociedades

anônimas de capital aberto, para que as bolsas de

valores funcionem adequadamente.A seguir, são apresentadas, conforme Brito

(2005), as principais instituições que atuam tam-

bém como agentes auxiliares de normatização e

fiscalização do SFN.

O Banco do Brasil (BB) é um banco múltiplo,

que opera também como agente financeiro do

Governo Federal, principalmente, na execução da

política oficial de crédito rural. É responsável pela

gestão da câmara de compensação de cheques eoutros papéis.

O Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) é uma instituição re-

sponsável pela política de investimentos de longo

prazo do Governo Federal e principal instituição

financeira de fomento do país, através de fundos

e programas especiais de fomento direcionados

à compra de máquinas e equipamentos e expor-

tação.A Caixa Econômica Federal (CEF) atua tam-

bém como banco múltiplo, mas é uma instituição

financeira pública com função social; é a principal

agente do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

A CEF é detentora dos direitos de administração

dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS) e das loterias federais.

A Superintendência de Seguros Privados

(SUSEP) é o órgão responsável pelo controle efiscalização dos mercados de seguro, previdência

privada aberta, capitalização e resseguro. Autar-

quia vinculada ao Ministério da Fazenda.

A Secretaria de Previdência Complementar

é um órgão do Ministério da Previdência Social e

tem as atribuições de supervisionar, coordenar,

orientar e controlar as atividades relacionadas

com a previdência complementar fechada e a fis-

calização das atividades das entidades fechadas

de previdência privada, quanto ao cumprimento

da legislação e normas em vigor, e aplicar as pe-

nalidades cabíveis.

A seguir, são apresentadas algumas institui-

ções financeiras e suas principais características.

Os Bancos Comerciais, por suas múltiplas

funções, constituem a base do sistema monetá-

rio. São intermediários financeiros que têm o ob-

 jetivo de conseguir os recursos necessários para

financiar, em curto e médio prazo, o comércio, aindústria, as empresas prestadoras de serviços e

as pessoas físicas. As principais fontes de recursos

dos bancos comerciais são os depósitos à vista e

a prazo fixo. Repassam recursos oficiais e exter-

nos, prestam serviços de natureza financeira (co-

brança de títulos, recebimento de tributos etc.)

e fazem operações de câmbio. Por meio de cré-

dito seletivo, repassam os recursos aos tomado-

res, fazendo descontos de títulos e operações de

abertura de crédito simples ou em conta-corrente

(BRITO, 2005).

As caixas econômicas integram o SistemaBrasileiro de Poupança e Empréstimo e o SFH.São as instituições com objetivos sociais que con-cedem empréstimos e financiamentos a progra-mas e projetos nas áreas da habitação, assistên-cia social, saúde, educação, trabalho, transportesurbanos e esporte. Equiparam-se aos Bancos co-

merciais em alguns aspectos, pois podem captardepósitos à vista e a prazo e realizar operaçõesativas. Têm a competência de vender bilhetes deloterias.

Entre os Bancos de Desenvolvimento, o BN-

DES destaca-se como principal agente do Gover-

no Federal para financiamentos de médio e longo

prazo. As instituições de fomento regionais são: o

Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Ama-

zônia.A principal função dos Bancos de Investi-mento é intermediar recursos de médio e longoprazo para financiamento de capital fixo ou degiro das empresas. Esses bancos não podem cap-tar por meio de depósitos à vista. Captam recursospor meio da emissão de Certificados de DepósitoBancário (CDBs) e Recibos de Depósito Bancário(RDBs), repasses de origem interna ou externa oupela venda de cotas de fundos de investimento.

São Instituições especializadas em underwriting (subscrição pública de ações) e estruturação definanciamentos de projeto.

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Princípios de Administração Financeira

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As Sociedades de Arrendamento Mercantil

são mais conhecidas como empresas de leasing.

Essas empresas captam recursos por meio de

emissão de debêntures e empréstimos de mé-

dio e longo prazo e financiam a compra de bens,

como máquinas, equipamentos e veículos.

Os Bancos Múltiplos foram criados por meioda Resolução nº 1.524/88 do BACEN, com a fina-

lidade de racionalizar a administração das insti-

tuições financeiras. Várias instituições financeiras

do mesmo grupo econômico constituem uma

única instituição financeira, com personalidade

 jurídica própria e a consequente redução de cus-

tos operacionais. Um Banco Múltiplo pode ter as

seguintes carteiras: Comercial, de Investimento,

de Crédito Imobiliário, de Desenvolvimento e de

Arrendamento Mercantil (BRITO, 2005).

As Bolsas de Valores, de mercadorias e de

futuros são instituições civis sem fins lucrativos,

constituídas pelas corretoras de valores para for-

necer a infraestrutura do mercado de ações, mer-

cadorias e futuros. A principal função das bolsas é

manter o local adequado para as negociações de

compra e venda de ações, mercadorias e índices.

Esse local chama-se pregão. As operações feitas

fora das bolsas são chamadas operações de bal-

cão.

Existem outras instituições que, apesar de

não serem consideradas instituições financeiras,

exercem papel importante no mercado financei-

ro. Podemos citar algumas delas.As empresas de Factoring (fomento comer-

cial) não são consideradas instituições financeiras

e, portanto, não estão sujeitas às normas do BA-

CEN. Financiam as atividades industriais e comer-

ciais por meio de compra de direitos creditórios

(duplicatas).

As empresas administradoras de cartões

de crédito são empresas que prestam serviços de

intermediação entre o consumidor e o varejista.O consumidor titular do cartão de crédito paga

anuidade à administradora e o lojista paga comis-

são sobre os valores vendidos por meio do cartão

de crédito. Na prática, a administradora financia

a compra do consumidor e o lojista recebe num

prazo médio semelhante ao que o consumidor

quita os débitos.

A palavra “mercado” remonta a períodos an-

teriores à existência da moeda e o seu significado

original designa o local onde as pessoas se encon-

tram para comprar, vender ou trocar mercadorias.

Com o passar do tempo, o termo “mercado” foi

evoluindo para um conceito de conjunto de ele-

mentos envolvidos no comércio de determinado

produto: produtores, consumidores, intermediá-

rios, regulamentos, preços etc. Hoje, quando fa-

lamos no mercado do pêssego, estamos nos re-

ferindo ao conjunto de pessoas que produzem,

apreciam (consumidores finais), aos atravessado-

res, aos doceiros, aos preços praticados etc.

Brito (2005) afirma que o Mercado Financeiro

também tem o seu produto. Ele é o uso do dinheirono tempo, que significa a transferência temporá-

ria, entre agentes econômicos, da capacidade de

consumo, ou seja, do poder de compra que a pos-

se do dinheiro proporciona. O Mercado Financeiro,

portanto, é o conjunto de mecanismos voltados

para a transferência de recursos entre os agentes

econômicos.

Seu papel essencial é viabilizar e operacio-

nalizar os fluxos de financiamentos na economia.

Como qualquer mercado, o Financeiro também

tem suas figuras básicas, que são os compradores

(tomadores de empréstimos), vendedores (pou-

padores) e os intermediários (instituições finan-

ceiras).

Ao pouparem, as pessoas deixam de utilizar a

capacidade de consumo do dinheiro no momento,

acreditando que essa atual capacidade de consu-

mo trará maiores benefícios no futuro, seja frente

a algum imprevisto, para economizar dinheiro e

5.2 Mercados Financeiros

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comprar algo de maior valor, ou simplesmente para

sustentar a família na aposentadoria. Quando os

poupadores optam por “vender” suas mercadorias,

se transformam em investidores. No sentido eco-

nômico, investir significa a aplicação de capital para

produzir bens e serviços; num sentido mais amplo,

significa direcionar recursos para a obtenção de ju-ros ou lucros.

Os “poupadores”, portanto, são os agentes

econômicos superavitários dispostos a transfor-

mar suas disponibilidades monetárias em ativos

financeiros, através da oferta de recursos, sujei-

tando-se aos riscos de mercado, com a finalidade

de obter retornos reais positivos. São os criadores

de fundos para o financiamento do crescimento

econômico.

Os “tomadores”, aqueles que adquirem o

produto comercializado no Mercado Financeiro,

são os industriais, comerciantes, pessoas físicas

etc. que, necessitando de dinheiro para utilizar

o seu poder de compra, dispõem-se a pagar por

essa utilização. São os agentes econômicos defici-

tários, que demandam recursos e estão dispostos

a financiar seu déficit a custo de mercado.

Cabe aos “intermediários financeiros” efetu-ar a ponte entre os dois segmentos. Ao concen-

trar os recursos dos agentes superavitários, os

intermediários financeiros viabilizam a ampliação

das escalas de produção, financiando investimen-

tos de maior vulto.

Quando o mercado financeiro é eficiente,

a produção e o consumo de mercadorias são es-

timulados e as empresas têm acesso a recursos

mais baratos, podendo investir mais na produçãoe, consequentemente, gerar mais lucros, que se-

rão reinvestidos, dando continuidade a um círcu-

lo virtuoso que ocasiona a geração de mais rique-

za, maior oferta de empregos e melhores salários.

As pessoas têm acesso a financiamentos que pos-

sibilitam a aquisição de mais bens, aumentando

o consumo.

Quando a sociedade não consegue gerar

um excedente de produção ou este não é rein-vestido, obstruindo a transformação da poupan-

ça em investimentos, segundo Brito (2005), a ge-

ração de bens e serviços é reduzida e o bem-estar

material das pessoas diminui.

A circulação do dinheiro tem a capacidade

de aumentar ou diminuir a produção de bens e

serviços, aumentando ou diminuindo o bem-es-

tar material das pessoas; por esse motivo, o mer-

cado financeiro recebe uma atenção especial dogoverno, que, através da atuação das autoridades

financeiras, interfere na economia.

Quadro 1 – Segmentação do mercado financeiro.

Mercado Prazos Objetivos

Monetário Curto/curtíssimoControle de liquidez da economia Supri-

mento de capital monetário

Crédito Curto/médioFinanciamento do consumo

Capital de giro das empresas

Capitais Curto/médio/ indeterminadoFinanciamento de capital fixo Financia-

mentos especiais

Derivativos Curto/médioHedge

Especulação

Cambial  À vista/curtoConversão de moeda

Comércio internacional

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Princípios de Administração Financeira

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O Quadro 1 demonstra a divisão do merca-do Financeiro nacional, sendo este subdivididoem 5 segmentos. Um sistema financeiro eficienteé aquele que tem capacidade de viabilizar a reali-zação de financiamentos de curto, médio e longoprazo, sob condições de minimização de risco eatendendo aos desejos e necessidades dos agen-

tes superavitários, que determinam a oferta derecursos, e dos agentes deficitários, que materia-lizam a demanda por recursos.

Os meios de pagamentos são a força mo-triz do mercado financeiro. Um dos aspectos im-portantes da moeda é que, sendo um ativo, umaforma de aplicação dos recursos dos indivíduos, éum bem que possui o seu próprio mercado, ofer-ta, demanda e preço. Seu uso generalizado gerouconsenso a respeito das funções que a moedadeve exercer: como intermediária de trocas, uni-dade de conta ou medida de valor e como reservade valor.

A função de intermediária de trocas per-mite a superação da economia de escambo e apassagem para a economia monetária. Essa ca-racterística dá à moeda a condição de funcionarcomo intermediária prática para as transaçõeseconômicas, facilitando a aquisição de bens entre

os agentes (PINHEIRO, 2007).A terceira função exercida pela moeda é a

que decorre da particularidade de servir comoreserva de valor, desde o momento em que é re-cebida até o instante em que é gasta por seu de-tentor. O indivíduo recebe a moeda por uma tran-sação e não precisa gastá-la, pode guardá-la parauso posterior; isso significa que ela serve comoreserva de valor.

A teoria tradicional considera meios de pa-

gamento na economia o papel-moeda em poderdo público e os depósitos à vista nos bancos co-merciais, aquele dinheiro que os depositantessacam a qualquer momento. A soma nos dá oconceito de M1 (M1 = papel-moeda em poder dopúblico + depósitos à vista). Hoje, denominamosMeios de Pagamento Restritos.

O BACEN reformulou conceitual e metodolo-gicamente os Meios de Pagamento Ampliados ofi-ciais do Brasil, tendo por base o Padrão Especial deDisseminação de Dados (PEDD) e as tendências in-ternacionais na área. A metodologia foi implantadaa partir do levantamento dos saldos nacionais de

 julho de 2001. Os novos conceitos de meios de pa-gamentos ampliados representam mudança de cri-tério de ordenamento de seus componentes, quedeixaram de seguir o grau de liquidez, passando adefinir os agregados por seus sistemas emissores(BRITO, 2005).

Nesse sentido, o M1 é gerado pelas institui-ções emissoras de haveres estritamente monetá-rios e o M2 corresponde ao M1 e às demais emis-sões de alta liquidez realizadas primariamente nomercado interno por instituições depositárias (asque realizam a multiplicação do crédito). O M3,por sua vez, é composto pelo M2 e captações in-ternas por intermédio dos fundos de renda fixa edas carteiras de títulos registrados no Sistema Es-pecial de Liquidação e Custódia (SELIC). O M4 en-globa o M3 e os títulos públicos de alta liquidez.

Conceitos Atuais de Meios de Pagamento:

  Meios de pagamento restritos:

 • M1 = papel-moeda em poder dopúblico + depósitos à vista;

  Meios de pagamento ampliados:

 • M2 = M1 + depósitos especiais re-munerados + depósitos de pou-pança + títulos emitidos por insti-tuições depositárias;

 • M3 = M2 + cotas de fundos de ren-da fixa + operações compromissa-das registradas no SELIC

  Poupança Financeira:

 • M4 = M3 + títulos públicos de altaliquidez.

Da mesma maneira que o credor da dívida

contratual, o credor da dívida securitizada podeter o seu dinheiro de volta de duas maneiras: ven-dendo a obrigação a outro investidor ou esperan-do o resgate pelo devedor, mas, como o título decrédito representa uma dívida líquida e certa comcirculação desvinculada do negócio que o origi-nou, é muito mais fácil vender esse tipo de obri-gação do que a anterior. Nos dois tipos, é possível,só que, no de dívida contratual, quase não acon-tece, pois é muito complicado e incerto. No de dí-

vida securitizada, basta a negociação do título decrédito. É muito mais simples e fácil de precificar.

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A função primordial dos mercados financei-

ros é aproximar os dois agentes econômicos nor-

malmente separados no mercado, o superavitárioe o deficitário. Ao permitir que recursos sejam

transferidos de pessoas que não têm oportuni-

dades produtivas para investir para aquelas que

as têm, esses mercados possibilitam um aprovei-

tamento das oportunidades em toda a economia

(PINHEIRO, 2007).

O mercado de capitais e, especificamente, o

mercado acionário permitem a diluição do risco

de novos investimentos, chamados underwri-

ting ,  e promovem uma democratização e socia-

lização do capital. Permitem também a pulveriza-

ção da participação na propriedade das empresas

para os pequenos poupadores, seja diretamente,

seja através de fundos mútuos ou, de maneira

crescente nas economias mais modernas, através

de fundos de previdência.

Além dos efeitos macroeconômicos na alo-

cação de recursos, o mercado de capitais propor-

ciona um aumento da eficiência microeconômica

nas empresas.

Quando uma empresa assume compromis-sos de longo prazo com terceiros, seja na forma

de emissão de títulos de dívidas ou da abertura

de capital, ela passa a partilhar seus riscos com

um grande número de investidores. Necessaria-

mente, ela se obriga a fornecer informações mais

detalhadas sobre seu desempenho ao mercado.

Os investidores passam a acompanhar os

resultados, buscando identificar falhas, premiar

acertos e, não raramente, oferecer ideias para me-lhorar o desempenho da empresa (HOJI, 2007).

A gestão da empresa será premiada ou re-

provada em função dos bons ou maus resulta-

dos. A empresa obriga-se a procurar alternativasque proporcionem os melhores retornos para os

detentores de seu capital. Se isso não ocorre, o

capital irá buscar outras alternativas, em outras

empresas, com melhor retorno. O objetivo passa

a ser o melhor resultado econômico e não interes-

ses específicos de seus donos, de facções políticas

ou de grupos específicos.

Quanto maior a participação de empresas

de capital aberto na economia e quanto mais

desenvolvido o mercado de capitais, maior será

a quantidade de empresas buscando a maior efi-

ciência possível para seu capital. Já as empresas

ineficientes serão punidas, perdendo investidores

e capital. Mesmo as empresas que não participem

do mercado de capitais serão obrigadas a melho-

rar sua eficiência pelo efeito da concorrência das

demais.

Quanto mais desenvolvida é uma econo-

mia, mais ativo é o seu mercado de capitais, o que

se traduz em mais oportunidades para as pesso-

as, empresas e instituições aplicarem suas pou-

panças.

Ao abrir seu capital, uma empresa busca

uma fonte de captação de recursos financeiros

permanente. A plena abertura de capital aconte-

ce quando a empresa lança suas ações ao público,

ou seja, emite ações e as negocia nas bolsas de

valores. O adquirente da ação passa a ser tambémsócio da empresa, um acionista (PINHEIRO, 2007).

O Mercado de Ações é o segmento do Mer-

cado de Capitais no qual ocorre a compra e venda

de participações no capital das sociedades anô-

nimas. Sua função básica é proporcionar liquidez

aos títulos emitidos por companhias abertas e

pode ser dividido nos seguintes tipos: Mercado

primário, no qual ocorre a primeira colocação pú-

blica dos títulos de uma sociedade anônima. Umavez ocorrendo o lançamento inicial ao mercado,

as ações passam a ser negociadas no Mercado

5.3 Introdução ao Mercado de Capitais

DicionárioDicionárioUnderwriting: compreende o lançamento de no-vas ações no mercado, com aporte de recursos àcompanhia (PINHEIRO, 2007).

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Princípios de Administração Financeira

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Secundário, sendo este, então, o local onde são

negociadas as ações das sociedades anônimas de

capital aberto que foram adquiridas pelo público

no mercado primário.

Apesar da semelhança com o mercado pri-

mário, os recursos captados vão para o acionista

vendedor (e não para a companhia), determi-nando, portanto, uma distribuição no Mercado

Secundário. Compreende mercados de bolsas de

valores, de balcão e de balcão organizados.

As Bolsas de valores são associações civis

sem fins lucrativos. Seu patrimônio é representa-

do por títulos que pertencem às sociedades cor-

retoras membros. Possuem autonomia financeira,

patrimonial e administrativa, atuam como auxilia-

res da CVM na fiscalização do mercado, em espe-cial de seus membros, as Sociedades Corretoras, e

estão sujeitas à supervisão dessa Comissão. Bolsa

de Valores é o local onde se compram e se ven-

dem as ações das companhias (PINHEIRO, 2007).

São os mais importantes centros de nego-

ciação das ações, devido ao expressivo volume

e maior transparência das operações. Seus obje-

tivos e atividades, entre outros, são: manter local

adequado à realização, entre corretores, de tran-sações de compra e venda de títulos e valores

mobiliários, em mercado livre, organizado e fisca-

lizado pelos próprios membros, pela autoridade

monetária e pela CVM; estabelecer sistema de ne-

gociação que propicie e assegure a continuidade

das cotações e a plena liquidez do mercado; dar

ampla e rápida divulgação às operações efetua-

das em seu pregão; e assegurar aos investidores

completa garantia pelos títulos e valores negocia-

dos.

As Corretoras de Valores são instituiçõesfinanceiras membros das bolsas de va-lores, credenciadas pelo Banco Central,pela CVM e pelas próprias bolsas, e es-tão habilitadas, entre outras atividadesnos mercados financeiro e de capitais, anegociar valores mobiliários com exclusi-vidade no pregão físico (viva-voz) ou ele-

trônico das bolsas. Corretora de Valores éa instituição que compra e vende ações,os investidores são os clientes das Corre-toras. (PINHEIRO, 2007, p. 52).

As principais formas de negociações de

ações são através das Corretoras de Valores e Ele-

trônica, via computador, conhecida como Home

Broker , que é um canal de relacionamento entre

investidores, corretoras e o sistema de pregão ele-

trônico da Bovespa. Nesse sistema, qualquer pes-

soa pode acompanhar a cotação do papel e fazera oferta de compra ou venda, fechando, assim, o

negócio sem a necessidade de um operador; o

investidor é o próprio operador. Todas as ações

listadas na Bovespa são negociadas pelo sistema

eletrônico e a tendência é de que, no mercado, só

fique essa modalidade de pregão.

O pregão eletrônico funciona em sessão

contínua, das 10h às 17h, para todas as empresas

listadas nos mercados à  vista. Das 9h45 às 10h,

acontece o leilão de pré-abertura, quando é dada

a entrada das ofertas para formação do preço te-

órico de abertura. Das 16h55 às 17h, o sistema

eletrônico realiza o chamado Call  de Fechamento

para todas as empresas negociadas no mercado

à vista, no pregão viva-voz e também para os pa-

péis que fazem parte da carteira teórica do Ibo-

vespa (PINHEIRO, 2007).

Existe ainda o sistema denominado  After

market , que acontece diariamente após o fecha-

mento do mercado. No after market ,  só podemser feitas operações no mercado à vista.

Outra modalidade de operação em bolsa

recebe o nome Day Trade. Fazer um day trade sig-

nifica comprar e vender as ações no mesmo dia.

Por exemplo, você compra certa quantidade de

ações por um preço, acompanha a variação do

preço ao longo do dia e, dependendo da valori-

zação da ação, você decide vendê-la no mesmodia. Portanto, você lucra a diferença do preço de

compra para o preço de venda multiplicado pela

quantidade das ações, descontando as taxas da

operação.

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, trataremos da composição

e aplicação das principais demonstrações finan-

ceiras utilizadas pelas empresas. Vamos conhecer

ainda os principais índices financeiros e econômi-

cos utilizados no processo de avaliação de umaempresa. Entre eles, destacamos os índices de

endividamento, rentabilidade e liquidez. Vamos

iniciar a discussão?

De acordo com a Lei nº 6.404, de 15/12/1976,

conhecida também como Lei das Sociedades

Ações, é obrigatória a publicação pelas compa-

nhias, ao final de cada exercício social com dura-

ção de 1 ano, das seguintes demonstrações finan-

ceiras:

a) Balanço Patrimonial;

b) Demonstração do Resultado do Exercí-

cio;

c) Demonstração de lucros ou prejuízos

acumulados ou demonstrações das

mutações do patrimônio líquido;

d) Demonstrações das origens e aplica-

ções dos recursos.

Conforme Hoji (2007), o Balanço Patrimo-

nial  demonstra a situação estática da empresa

em determinado momento. Cada empresa pode

determinar a data de encerramento do balanço

conforme as suas conveniências, mas a maioria

das empresas brasileiras encerra o balanço em 31

de dezembro de cada ano, coincidindo com o en-cerramento do ano civil.

No Balanço Patrimonial, as contas represen-

tativas do ativo e do passivo devem ser agrupadas

de modo a facilitar o conhecimento e a análise da

situação financeira da companhia e apresentadas

em ordem decrescente de grau de liquidez para o

ativo e de exigibilidade para o passivo.

Resumidamente, o Ativo representa os re-

cursos aplicados em bens e direitos e o Passivo

e o Patrimônio Líquido representam as fontes de

recursos fornecidos por terceiros e acionistas, res-

pectivamente.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS6 

AtençãoAtenção

É de extrema importância para o contador e oadministrador entender as demonstrações finan-ceiras, para que possam administrar um negócio esaber como ele opera. As demonstrações financei-ras possibilitam uma visão da situação econômicae financeira da empresa, constituindo um pontode partida para análises econômicas e financeiras,

bem como apoio para a realização do planeja-mento estratégico e operacional (GITMAN, 1997).

DicionárioDicionário

Balanço patrimonial: tem a principal função defazer a provisão de um quadro preciso da situa-ção financeira de uma empresa, que geralmenteé feito no período de um ano. Deve ser feito demaneira precisa e rigorosa; o balanço patrimonialé essencial para qualquer empresa, por isso deveser eficiente (http://www.cpcon.eng.br).

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 Tabela 1 – Balanço patrimonial.

  ATIVOSaldos em 31-12-X8

Saldos em 31-12-X7

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Saldos em31-12-X8

Saldos em31-12-X7

ATIVO CIRCULANTE 1.301.111 1.106.743 PASSIVO CIRCULANTE 757.141 474.351

 Caixas e Bancos 45.685 35.883 Empréstimos e financiamentos 198.948 10.850

Aplicações de liquidez imediata 128.942 190.925 Fornecedores 232.338 189.110

Títulos e Valores mobiliários 144.190 104.009 Salários e encargos sociais 86.018 68.112

Duplicatas a Receber 419.128 381.006 Obrigações Fiscais 151.535 54.055

(-) Duplicatas descontadas (115.751) (57.157) Adiantamentos de clientes 10.684 15.098

Saques de exportação 30.000 0 Dividendos propostos 25.454 0

(-) Saques descontados (10.000) 0 Provisão p/ férias e 13º salário 33.506 18.911

(-) Provisão p/ devedores duvi-dosos

  (9.201) (5.641) Outras contas a pagar 18.658 28.215

Impostos a recuperar 0 15.006

Estoques 620.412 408.171 PASSIVO EXIGÍ VEL EM LONGOPRAZO

  416.135 526.882

Outras contas a receber 24.890 25.877 Financiamentos bancários 416.135 526.882

Prêmios de seguros a apropriar 6.932 4.649 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FU-TUROS

  5.926 7.524

Encargos financeiros a apropriar 15.884 4.015 Receitas de exercícios futuros 9.876 9.874

ATIVO RLP   289.128 254.022 (-) Custos e despesas (3.950) (2.350)

Depósitos judiciais 254.294 189.825 PATRIMÔNIO LÍ QUIDO 1.353.942 1.232.293

Empresas coligadas e controladas 34.834 64.197 Capital social 1.057.353 833.749

ATIVO PERMANENTE   942.905 880.285 Reservas de capital 70.196 251.713

Investimentos 157.852 198.629 Reservas de reavaliação do ativo 28.490 56.980

Imobilizado 736.818 659.115 Reservas de lucros 141.266 135.845

Diferido 48.235 22.541 Lucros (prejuízos) acumulados 56.637 (45.994)

TOTAL DO ATIVO 2.533.144 2.241.050 TOTAL DO PASSIVO E PL 2.533.144 2.241.050

A Demonstração de Resultado do Exercício

é uma demonstração financeira que apresenta o

fluxo de receitas e despesas, que resulta em au-

mento ou redução do patrimônio líquido entre

duas datas. Ela deve ser apresentada de forma de-

dutiva, isto é, inicia-se com a Receita Operacional

Bruta e dela deduzem-se custos e despesas, para

apurar o lucro líquido, conforme o modelo apre-

sentado na Tabela 2.

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Tabela 2 – Demonstração do resultado do exercício.Exercício encerrado em31-12-X8

Exercício encerrado em31-12-X7

RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS

Vendas de produtos 2.116.938 1.824.264

Prestação de serviços 112.088 95.453

SOMA 2.229.025 1.919.717

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTADevoluções e abatimentos (42.339) (27.364)

Impostos incidentes sobre vendas (469.113) (460.627)

Impostos incidentes sobre serviços (5.604) (4.773)

(=) RECEITA LÍQUIDA 1.711.970 1.426.953

(-) CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS

Custo dos produtos vendidos (815.868) (737.185)

Custos dos serviços prestados (39.926) (32.721)

(=) LUCRO BRUTO 856.176 657.047

(-) DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas com vendas (430.259) (395.237)Despesas gerais e administrativas (124.980) (114.581)

Despesas financeiras líquidas (148.648) (8.954)

Outras receitas e despesas operacionais 25.096 1.988

(=) LUCRO OPERACIONAL 177.385 140.263

RESULTADOS N ÃO OPERACIONAIS 2.822 0

(=) LUCROS ANTES DO IR E CONTRIBUIÇ ÃO SOCIAL 180.207 140.263

(-) PROVIS ÃO P/ IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (59.468) (28.866)

(=) LUCRO APÓS IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 120.739 111.397

(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

  Empregados (4.856) (5.570)

  Administradores (10.867) (11.140)

(=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 105.016 94.687

LUCRO POR AÇÃO (EM $) 95,47 94,69

A Demonstração das Mutações do Patri-

mônio Líquido (DMPL) evidencia os fluxos que

impactaram os saldos das contas do Patrimônio

Líquido. Para fins de publicação, por ser mais

abrangente, a DMPL substitui a Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), esta

sim obrigatória, de acordo com a legislação (HOJI,

2007).

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Tabela 3 – Demonstração das mutações do patrimônio líquido.Reservasde Lucro

Movimentações CapitalSocial

Reserva deCapital

Reservarealização

Legal Estatutária Para contin-gência

Lucrosrealizar

Lucros ouacumulado

Total

Saldo em 31-12-X7 833.749 251.713 56.980 56.455 30.982 16.005 32.403 (45.994) 1.232.293

Ajustes de exercícios 0

Aumento de capital:

Subscrição pública 42.087 42.087

Com reservas 181.517 (181.517) 0

Reversões de reservas (28.490) (15.663) 44.153 0

Lucro líquido do exer-cício

105.016 105.016

Proposta de destina-ção do lucro líquido:

Reserva legal 5.251 (5.251) 0

Reservas para contin-gências

5.465 (5.465) 0

Lucros a realizar 10.368 (10.368) 0

Dividendos (25.454) (25.454)

Saldos em 31-12-X8 1.057.353 70.196 28.490 61.706 30.982 21.470 27.108 56.637 1.353.942

A Demonstração das Origens e Aplicações

dos Recursos (DOAR) identifica os fluxos finan-

ceiros que aumentaram ou reduziram o Capital

Circulante Líquido (CCL), de um exercício a outro,

evidenciando a origem dos recursos e onde eles

foram aplicados (HOJI, 2007).

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Tabela 5 – Capital circulante líquido.

31-12-19X8 31-12-19X7 Variação

Ativo circulante 1.301.111 1.106.743 194.368

Passivo circulante 757.141 474.351 282.790

CCL 543.970 632.392 (88.422)

Portanto, a DOAR demonstra como ocorreuessa variação no CCL.

Temos ainda outros documentos comple-mentares aos demonstrativos financeiros apre-sentados pelas empresas. São eles: o Relatório daAdministração, as Notas Explicativas e o Parecerda Auditoria Independente.

Conforme Hoji (2007), as notas explicati-vas devem complementar as demonstrações fi-

nanceiras, juntamente aos quadros analíticos ououtras demonstrações financeiras e contábeisnecessárias para esclarecimento da situação pa-trimonial e dos resultados do exercício. De acordocom a Lei nº 6.404/76, pelo menos as seguintesnotas explicativas devem ser publicadas:

  Os principais critérios de avaliação doselementos patrimoniais e práticas con-tábeis adotados;

  Os investimentos relevantes em outrasempresas;

  Os ônus reais sobre ativos, as garantiasprestadas a terceiros e outras responsa-bilidades eventuais ou contingentes;

  Os detalhamentos das dívidas de longoprazo e do capital social;

  As opções de compra de ações outor-gadas e exercidas no exercício;

  Os ajustes dos exercícios anteriores;

  Os eventos subsequentes relevantesocorridos após a data de encerramentodo balanço.

A publicação do Parecer da Auditoria Inde-pendente, em conjunto com as demonstrações fi-nanceiras, é obrigatória para diversos tipos de em-presas, tais como companhias de capital aberto,seguradoras, instituições financeiras etc. Grandeparte das companhias de capital fechado, mesmoque não seja obrigada por lei, publica esse pare-cer, para reforçar a fidedignidade das informaçõesdivulgadas pela empresa (PADOVEZE, 2005).

O relatório da Administração evidencia osnegócios sociais e os principais fatos administra-

tivos ocorridos no exercício, os investimentos emoutras sociedades, os investimentos em pesquisae desenvolvimento, a política de distribuição dedividendos, a política de recursos humanos, a po-lítica da qualidade, a política de relacionamentocom os fornecedores e clientes, análise do setoretc.

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos os principais demonstrativos financeiros. Entre eles, destacamos: o Ba-

lanço Patrimonial, que demonstra a situação estática da empresa em determinado momento; a Demons-

tração de Resultado do Exercício, que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento

ou redução do patrimônio líquido entre duas datas; e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Lí-quido (DMPL), que evidencia os fluxos que impactaram os saldos das contas do Patrimônio Líquido.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

6.1 Resumo do Capítulo

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1. Qual é a importância do Balanço Patrimonial para as empresas?

2. Cite as principais informações que devem constar nas notas explicativas.

3. Explique o seu entendimento sobre capital circulante líquido.

6.2 Atividades Propostas

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Tabela 6 – Análise vertical e horizontal.BALANÇO ENCERRA-DO EM

31-12-X6 31-12-X7 31-12-X8

ATIVO Valores AV (%) AH Valores AV (%) AH Valores AV (%) AH

ATIVO CIRCULANTE 978.263 47,3% 100 1.163.900 50,6% 119,0 1.462.862 53,7% 145,9

OPERACIONAL 505.882 24,4% 100 803.191 34,9% 158,8 1.067.271 40,1% 211,0

Duplicatas a receber 161.183 7,8% 100 381.006 16,6% 236,4 419.128 15,8% 260,0

Saques de exportação 15.325 0,7% 100 0 0,0% 0,0 30.000 1,1% 195,8

(-) Provisão p/ devedo-res duvidosos

(4.377) -0,2% 100 (5.641) -0,2% 128,9 (9.201) -0,3% 210,2

Impostos a recuperar 0 0,0% 100 15.006 0,7% #DIV/0! 0 0,0% #DIV/0

Estoques 326.892 15,8% 100 408.171 17,8% 124,9 620.412 23,3% 189,8

Prêmio de seguros aapropriar

6.859 0,3% 100 4.649 0,2% 67,8 6.932 0,3% 101,1

N ÃO OPERACIONAL 472.381 22,8% 100 360.709 15,7% 76,4 359.591 13,5% 76,1

Caixa e Bancos 25.883 1,3% 100 35.883 1,6% 138,6 45.685 1,7% 176,5

Aplicações de liquidezimediata

280.928 13,6% 100 190.925 8,3% 68,0 128.942 4,8% 45,9

Títulos e valores mo-biliários

150.659 7,3% 100 104.009 4,5% 69,0 144.190 5,4% 95,7

Outras contas a re-ceber

12.005 0,6% 100 25.877 1,1% 215.6 24.890 0,9% 207,3

Encargos financeiros aapropriar

2.906 0,1% 100 4.015 0,2% 138,2 15.884 0,6% 546,6

ATIVO REALIZÁVELEM LONGO PRAZO

243.131 11,8% 100 254.022 11,1% 104,5 289.128 10,9% 118,9

Depósitos judiciais 25.980 1,3% 100 189.825 8,3% 730,7 254.294 9,6% 978,8

Empresas coligadas econtroladas

217.151 10,5% 100 64.197 2,8% 29,6 34.834 1,3% 16,0

ATIVO PERMANENTE 847.671 41,0% 100 880.285 38,3% 103,8 942.905 35,5% 111,2

Investimentos 91.767 4,4% 100 198.629 8,3% 216,4 157.852 5,9% 172,0

Imobilizado 666.342 32,2% 100 659.115 28,7% 98,9 736.818 27,7% 110,6

Diferido 89.562 4,3% 100 22.541 1,0% 25,2 48.235 1,8% 53,9

TOTAL DO ATIVO 2.069.065 100,0% 100 2.298.207 100,0% 111,1 2.658.895 100,0% 128,5

Na Tabela 6, pode-se verificar que houvemelhora do Lucro bruto em 19X7 (46,0%) e 19X8

(50,0%), em relação a 19X6. Outras constatações

podem ser extraídas, mas a utilidade aumenta

sensivelmente se a análise vertical for utilizada

conjuntamente com a análise horizontal (HOJI,

2007).

A análise horizontal tem a finalidade de evi-

denciar a evolução dos itens das demonstrações

contábeis, por períodos. Calculam-se os núme-ros índices, estabelecendo o exercício mais anti-

go como índice base 100. Podem ser calculados,

também, aumentos anuais. Os números índicesdos exercícios encerrados em 31-12-X7 e em 31-

12-X8 foram calculados em relação a dados do

exercício encerrado em 31-12-X6.

Tomando-se como exemplo o saldo do AtivoCirculante, em 31-12-X7, o aumento da participa-ção desse grupo no total do Ativo foi relativamen-te pequeno (de 47,3 para 50,6%), mas houve umcrescimento de 19,0% em valores absolutos. Aná-lises semelhantes podem ser feitas com outrosvalores, descendo para níveis mais detalhados, sefor o caso. No caso de Lucro bruto, os “pequenosaumentos” anuais de participação relativa desse

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item (4,9, em 19X7, e 4,0%, em 19X8) significaram“aumentos excelentes” em 19X7 (61,1%) e 19X8(109,9%), ambos em relação ao exercício base de19X6.

As técnicas utilizadas em análise horizontal

apresentam algumas limitações:

a) Quando o valor do item corresponden-

te no exercício base é nulo, o número

índice não pode ser calculado pela for-

ma proposta, pois os números não são

divisíveis por zero. Nesses casos, podem

ser analisadas variações em valores ab-

solutos;

b) Quando o exercício base apresenta um

número negativo e, no exercício seguin-

te, o número fica positivo (e vice-versa),

matematicamente, é calculável, mas oresultado deve ser tratado com bastan-

te cuidado, para não ocorrerem inter-

pretações equivocadas da evolução.

De acordo com Hoji (2007), a técnica de aná-

lise por meio de índices consiste em relacionar

contas e grupos de contas para extrair conclusões

sobre tendências e situação econômico-financeira

da empresa. Os índices e quocientes mais utiliza-

dos pelos analistas de balanços são apresentados

a seguir. O analista pode trabalhar com índices ou

percentual:

Por exemplo:

0,42 equivale a 42%, pois 0,42 x 100 = 42%.

Geralmente, as fórmulas apresentadas em

livros de análise de balanços utilizam o prazo mé-

dio simples, baseado no ano comercial de 360

dias (ou mês comercial de 30 dias), mas utilizare-

mos o prazo de 365 dias, para se referir ao períodode um ano (PADOVEZE, 2005).

Os índices de estrutura de capital são bas-

tante úteis em análise da estrutura de capital. Os

índices são calculados relacionando as fontes de

capitais entre si e com o Ativo Permanente. Indi-

cam o grau de dependência da empresa com re-

lação a capital de terceiros e o nível de imobiliza-

ção do capital.

Quanto menor o índice, melhor.

Participação de Capitais de Terceiros sobre os

recursos totais (PCT)

Este índice, calculado com os dados de

19X8, relaciona os capitais de terceiros ou Exigível

total (Passivo circulante + Exigível em longo pra-

zo) com os recursos totais obtidos para financia-

mento do Ativo. O índice 0,49 significa que, paracada $1,00 de recursos totais, o capital de tercei-

ros participa com $0,49. Em outras palavras, o ca-

pital de terceiros financia 49% do Ativo.

 

Exigível Total Exigível Total + Patrimônio Líquido

PCT =

7.1 Índices Financeiros e Econômicos

Saiba maisSaiba mais

Podem-se classificar os índices da empresa comoótimos, bons, satisfatórios ou deficientes, ao com-pará-los com os índices de outras empresas do mes-mo ramo e porte ou com os índices do setor, publi-cados pelas revistas especializadas (HOJI, 2007).

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Composição do Endividamento (CE)

O índice CE indica quanto da dívida total

vence no curto prazo. De acordo com o índice,

68% da dívida da empresa vence no curto prazo.

 Passivo CirculanteExigível TotalCE =

Imobilização do Capital Próprio (ICP)

Este índice indica a parcela dos recursos

próprios investida no Ativo Permanente. O índice

calculado indica que 69% dos recursos próprios

estão investidos no Ativo Permanente e, portanto,os restantes 31% dos recursos próprios estão sen-

do investidos em ativos realizáveis (HOJI, 2007).

 Ativo Permanente

Patrimônio LíquidoICP =

Imobilização dos Recursos Não Correntes(IRNC)

Este índice informa quanto dos recursos

permanentes e de longo prazo está investido no

Ativo Permanente. O cálculo indica que 53% dos

recursos permanentes e de longo prazo estão

“imobilizados” e, portanto, 47% desses recursos

estão sendo utilizados por ativos realizáveis.

Ativo Permanente

Patrimônio Líquido + Exigível em Longo PrazoIRNC =

Os índices de liquidez mostram a situação

financeira da empresa. Como os valores se refe-

rem a vencimentos de diferentes datas, um valor

com vencimento no primeiro dia de um ano pode

estar sendo comparado em igualdade de condi-

ções com outro valor que vence no último dia do

mesmo ano. Os valores traduzidos a valores pre-sentes minimizam esse tipo de problema (HOJI,

2007).

Quanto maior o índice, melhor.

  Um aspecto importante que deve ser con-

siderado é que a empresa precisa “repor” os ativos

circulantes que converte em dinheiro, para não

interromper sua atividade operacional. Nessas

condições, os ativos circulantes passam a ter ca-

racterísticas permanentes. Portanto, os índices de

liquidez são válidos para as hipóteses em que a

empresa é “liquidada”.

Liquidez Geral (LG)

Este índice indica a capacidade de paga-

mento de dívida no longo prazo. O índice 1,32que a empresa apresenta significa que ela possui

bens e direitos suficientes para liquidar os com-

promissos financeiros no longo prazo, pois, para

cada $1,00 de dívida, possui $1,32 de bens e di-

reitos. Mas, se a empresa apresentar problema fi-

nanceiro no curto prazo, o índice “bom” do longo

prazo será válido. O principal problema deste ín-

dice é que os diversos valores correntes de dife-

rentes datas se misturam.

Ativo Circulante + Realizável em Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível em Longo Prazo LG =

Liquidez Corrente (LC)

Na maioria dos casos, este índice é conside-

rado o melhor indicador da capacidade de paga-

mento da empresa. O resultado do cálculo indica

que a empresa tem $1,62 de ativos conversíveis

em dinheiro no curto prazo para liquidar cada

$1,00  de dívida de curto prazo. Mas este índice

também é resultante de diversos valores corren-

tes de diferentes datas.

Ativo Circulante

Passivo CirculanteLC =

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Liquidez Seca (LS)

Pode-se verificar que, com exceção dos Es-

toques e Despesas do exercício seguinte, todos os

outros itens do Ativo Circulante, como Aplicações

de liquidez imediata, Títulos e valores mobiliários,

Outras contas a receber, Duplicatas a receber, Sa-ques de exportação e Impostos a recuperar, po-

dem ser convertidos em dinheiro com relativa

facilidade antes do prazo normal de realização,

se for necessário. Nesses casos, podem existir de-

ságios, o que reduz o valor desses ativos (HOJI,

2007).

Levando em conta que, para continuar ope-

rando, a empresa precisa ter pelo menos os esto-

ques e estes são mais difíceis de serem transfor-mados em dinheiro imediatamente, ela consegue

obter recursos para liquidar 89% das dívidas de

curto prazo.

Ativo Circulante - Estoques

Passivo CirculanteLS =

Liquidez Imediata (LI)

Este índice indica quanto a empresa pos-

sui de recursos imediatamente disponíveis para

liquidar compromissos de curto prazo. As dispo-

nibilidades são recursos imediatamente dispo-

níveis, mas as obrigações de curto prazo podem

estar compostas por dívidas que vencem em 15,

30 ou até 365 dias.

A empresa possui $0,20 de Disponibilida-

des para cada $1,00 de Passivo Circulante. O ana-

lista interno pode obter dados mais detalhados e

utilizar este índice com base em relatórios de dí-

vidas separadas por vencimentos. Deve-se avaliar

a composição dos Títulos e valores mobiliários,

pois, em alguns casos, são praticamente disponí-

veis.

Disponível

Passivo CirculanteLI =

Índices de Rotação

Os índices de rotação (giros) são calculados

relacionando os elementos patrimoniais com os

itens da demonstração de resultados e eviden-

ciam o prazo de renovação dos elementos patri-

moniais dentro de determinado período. A análi-se do giro dos ativos fornece informações sobre

aspectos de gestão da empresa, tais como as po-

líticas de estocagem, financiamento de compras

e financiamento de clientes (HOJI, 2007).

O analista interno pode obter saldos mé-

dios calculados com base em dados diários ou

mensais, o que gera análise de melhor qualidade.

O analista externo, se não tiver acesso a saldos

intermediários, pode calcular o saldo médio doselementos patrimoniais somando o saldo atual

com o saldo anterior e dividindo a soma por dois.

O analista deve estar ciente das possíveis distor-

ções que essa forma de cálculo pode causar.

Giro dos Estoques (GE) e Prazo Médio de Esto-

cagem (PME)

A empresa apresenta o GE de 1,59 vezes ePME de 230 dias, em 19X8. O PME pode ser calcu-

lado dividindo o número de dias do período (ano,

em nosso exemplo) pelo giro ocorrido nesse perí-

odo. Assim, o PME = 365 dias ÷ 1,59 = 230 dias, o

que significa que os estoques completam o giro a

cada 230 dias (desde a compra até a venda).

As empresas procuram aumentar o giro dos

estoques, pois, quanto mais rápido venderem o

produto, mais o lucro aumentará. Esse raciocínioé válido desde que a margem de contribuição

seja positiva e o aumento do giro não implique

“custos extras” em volume superior ao ganho ob-

tido pelo aumento do giro.

ESTOQUES

CPVPME = X 360

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Rentabilidade do Capital Próprio (RCP)

 

Este índice informa quanto rende o capi-

tal aplicado na empresa pelos proprietários. Em

19X8, a empresa gerou lucro líquido de $105.016,

ou seja, 8% sobre o capital médio investido pelos

acionistas ou sócios.

Lucro Líquido

SD Médio do Patrimônio LíquidoRCP =

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos os índices de liquidez nos quais, quando os valores se referem a venci-

mentos de diferentes datas, um valor com vencimento no primeiro dia de um ano pode estar sendo com-parado em igualdade de condições com outro valor que vence no último dia do mesmo ano. Os valores

traduzidos a valores presentes minimizam esse tipo de problema.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

7.2 Resumo do Capítulo

7.3 Atividades Propostas

1. O que representam os índices de liquidez?

2. O que representam os índices de rentabilidade?

3. O que representam os índices de rotação?

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordaremos como umaempresa deve tomar a decisão de investir. Vere-mos ainda que os investimentos das empresasnormalmente são em ativos fixos e capital de giro

e que toda decisão de investimento é acompa-nhada da decisão de financiamento, pois, para in-vestir, é necessária a obtenção de fundos. Vamosverificar ainda que o fluxo de investimentos com-preende os gastos que a empresa faz para a aqui-sição de seus ativos fixos, correspondendo, então,às saídas de caixa. Vamos iniciar a discussão?

De acordo com Gitman (1997), consideran-do a empresa em continuidade, dentro de umavisão de longo prazo, todos os lucros devem se

transformar em caixa. Contudo, no mundo real, omomento da geração de lucro não coincide como momento da geração de caixa. Só há coincidên-cia desses momentos quando todas as operaçõessão realizadas à vista, o que é improvável em umaempresa em condições normais de operação. Deum modo geral, a geração de caixa é um eventoque acontece em um momento posterior à gera-ção do lucro.

Uma empresa começa com a decisão de

investir. Os investimentos são em ativos fixos ecapital de giro. Os ativos fixos recebem essa de-nominação porque são elementos patrimoniaisque a empresa adquire com a intenção de nãorevender. São representados classicamente pelosativos imobilizados (terrenos, prédios, máquinas,equipamentos, móveis e veículos). O capital degiro é representado pela “necessidade da empre-sa ter estoques à mão para produção e vendas, etambém pela necessidade de a empresa dar um

prazo para o recebimento das vendas. O capitalde giro representa a operação da empresa.” (HOJI,2007, p. 208).

Toda decisão de investimento é acompa-

nhada da decisão de financiamento, pois, para

investir, é necessária a obtenção de fundos. Esses

fundos podem vir tanto dos proprietários do ne-

gócio, que tomaram a iniciativa de investir, quan-

to de terceiros, via financiamentos ou emprésti-

mos bancários. O fluxo de caixa pode, então, sersegmentado em três grandes áreas:

1. Fluxo de investimentos: compreen-

de os gastos que a empresa faz para a

aquisição de seus ativos fixos, corres-

pondendo, então, às saídas de caixa;

e o valor recebido pelas desimobiliza-

ções, ou seja, o valor obtido pela venda

de ativos fixos (imóveis, equipamentos

etc.) que não são mais necessários para

as operações ou que serão repostos,

correspondendo às entradas de caixa;

2. Fluxo de financiamentos: compreen-

de a entrada de dinheiro na empresa

a título de entrada de capital, mais os

seus incrementos. De acordo com Hoji

(2007, p. 193),

essas entradas são denominadas de capitalpróprio, pois a fonte desses recursos são osdonos da empresa (sócios, adquirindo co-tas da empresa, ou acionistas adquirindo

FLUXO DE CAIXA8 

AtençãoAtenção

O fluxo de caixa é um instrumento que relacionaos ingressos e saídas (desembolsos) de recursosmonetários no âmbito de uma empresa em deter-minado intervalo de tempo (ASSAF NETO, 1997).

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ações). Essa é na realidade, em termos con-ceituais, a primeira entrada de caixa da em-presa, pois é o evento que faz dar origem.A característica básica dessa entrada decaixa é que fundamentalmente esse valornão será devolvido aos donos até o encerra-mento das atividades da empresa.

Também compreende a entrada de

dinheiro de terceiros, por meio da ob-

tenção de empréstimos e financiamen-

tos na rede bancária ou nos mercados

financeiros, fontes de recursos que

são denominadas fontes de capital de

terceiros; a saída de caixa para o pa-

gamento de encargos financeiros do

capital de terceiros, normalmente de-nominados despesas financeiras (juros,

comissões, spread , variações cambiais

ou monetárias); a saída de caixa para o

pagamento de principal dos emprés-

timos e financiamentos obtidos, nos

respectivos vencimentos contratados,

denominado amortização da dívida; e

a saída de caixa para a distribuição de

lucros aos sócios ou acionistas, devolu-

ção do capital social aos sócios ou acio-

nistas (HOJI, 2007);

3. Fluxo operacional: é o caminho para a

obtenção do lucro desejado pela em-

presa. É, portanto, o mais importante,devendo ser analisado de acordo com

suas funções básicas. O fluxo de ope-

rações tem uma lógica básica, que é

o processo de comprar, produzir, ven-

der e receber, retornando em seguida

ao mesmo processo, o que dá a ideia

de um movimento circular, repetitivo,

contínuo, de forma a gerar lucros inin-

terruptamente.

O Fluxo de caixa pode ser entendido ainda

como um esquema que representa as entradas e

saídas de caixa ao longo do tempo. Deve existir

pelo menos uma saída e pelo menos uma entrada.

 

Figura 4 – Fontes de recursos financeiros.

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Em uma operação financeira, ocorrem en-

tradas e saídas de dinheiro. Um empréstimo im-

plica receber o dinheiro (entrada de caixa) em

uma data e devolvê-lo posteriormente, acrescido

de juros (saída de caixa); uma aplicação financei-

ra implica desembolsar um valor (saída de caixa),

para recebê-lo (entrada de caixa) após algumtempo, acrescido de juros. Essas operações po-

dem ser representadas pelo fluxo de caixa.

Exemplo: um investidor fez um investimento

no valor de $15.000 no instante zero e teve os se-

guintes retornos: $5.000 no mês 2, $6.000 no mês

3, $8.000 no mês 6. Porém ele teve que desembol-

sar mais $1.000 no mês 3 e $2.150 no mês 5.

O fluxo de caixa que representa o enuncia-

do pode ser apresentado de forma analítica ougráfica:

(1) colunas separadas (2) coluna única

Meses Entradas Saídas Entradas/Saídas

0 11.000 - 11.000

1

2 4.000 + 4.000

3 5.000 1.000 + 4.0004

5 2.144 - 2.144

6 6.000 + 6.000

Para convenção, a flecha no sentido para

baixo representa uma saída de caixa e, no senti-

do para cima, representa uma entrada de caixa.

O fluxo de caixa apresentado é conhecido como

fluxo de caixa não convencional, pois existem vá-

rias entradas e várias saídas de caixa (HOJI, 2007).

Um fluxo de caixa convencional é formado

por uma única entrada e várias saídas ou uma sa-

ída e várias entradas.

O Método do Fluxo de Caixa Direto é a for-

ma de apresentação formal, que resgata exata-

mente os valores movimentados no controle docaixa (das disponibilidades). Esse método pode

ser elaborado de duas maneiras:

Representação Gráfica (Diagrama de Fluxo de Caixa)

  Pelo somatório de todos os eventos fi-

nanceiros ocorridos na movimentação

de caixa, dentro de um padrão de clas-

sificação dos desembolsos e entradas

adotados pela empresa;

 

Pela movimentação das contas do ba-lanço patrimonial e da demonstração

de resultados de seus elementos que se

inter-relacionam.

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A primeira alternativa é mais trabalhosa,

pois implica obter cada entrada e cada saída de

caixa, para o processo de resumo e classificação.

A outra alternativa é mais simples e parte dos sal-

dos finais e iniciais dos elementos patrimoniais de

cada período, em que os dados já estão resumi-

dos. Essa segunda alternativa, contudo, só é pos-sível se o sistema de informações estiver adequa-

damente estruturado.

O Método do Fluxo de Caixa Indireto, se-

gundo Hoji (2007), não se preocupa em obter as

informações de entradas e desembolsos no perí-

odo, mas sim a movimentação de fundos que dão

origem ao saldo final de caixa. Assemelha-se bas-

tante com a DOAR.

Tabela 7 – Demonstração do resultado do período.

Receita Operacional Bruta 33.800

(-) Impostos sobre Vendas (6.760)

Receita Operacional Líquida 27.040

(-) Custos das Mercadorias Vendidas (16.224)

Lucro Bruto 10.816

Despesas Operacionais: Adm. e Com.

Salários e encargos sociais (4.500)

Despesas gerais (2.900)

Depreciações (1.050)

Lucro Operacional 2.366

Receitas Financeiras 30

Despesas Financeiras (600)

Equivalência Patrimonial 320

Lucro antes dos impostos 2.116

Imposto sobre o lucro (741)Lucro líquido 1.375

Tabela 8 – Balanço patrimonial (inicial e final).Ativo Inicial $ Final $ Passivo Inicial $ Final $

CIRCULANTE P. CIRCULANTE

Caixa/Bancos/Apl. Financeiras 1.440 230 Dupls. a pagar – fornece-dores

1.070 930

Dupls. Receber – clientes 3.550 2.950 Salários a pagar 190 580

Estoque de mercadorias 2.100 3.845 Contas a pagar 80 120Soma 7.090 7.025 Impostos s/ mercadorias 590 440

Soma 1.930 2.070

REALIZÁVEL LONGO PRAZO EXIGÍVEL LONGO PRAZO

Depósitos Judiciais 100 120 Financiamentos 5.600 5.180

PERMANENTE PAT. LÍQUIDO

Investimentos em controladas 2.500 2.820 Capital social 7.000 7.800

Imobilizado bruto 9.000 10.500 Reservas 590 590

(-) Depreciações acumuladas (3.400) (4.450) Lucros acumulados 170 375

Soma 8.100 8.870 Soma 7.760 8.765

ATIVO TOTAL 15.290 16.015 PASSIVO TOTAL 15.290 16.015

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No método indireto, não são efetivadas fi-

nanceiramente depreciações (equivalência patri-

monial). Depois, identificam-se as variações ocor-

ridas no capital de giro e, em seguida, as variações

financeiras de financiamentos e investimentos,

conforme demonstrado na Tabela 9.

Tabela 9 – Fluxo de caixa – Método indireto.

DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS $Lucro Líquido do período 1.375

(+/-) Receitas e Despesas não efetivadas financeiramente

Depreciações 1.050

(-) Equivalência patrimonial (320)

= Lucro gerado pelas operações 2.105

(+/-) Ajustes por mudança no Capital de giro

(+) Diminuição de duplicatas a receber 600

(-) Aumento dos estoques (1.745)

(-) Diminuição de duplicatas a pagar (140)

(+) Aumento de salários a pagar 390

(+) Aumento de contas a pagar 40

(-) Diminuição de impostos a recolher (150)

Saldo 1.100

DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

Redução dos financiamentos de longo prazo (420)

Variação dos financiamentos de curto prazo 0

Aumento de capital em dinheiro 800

Distribuição de lucros e dividendos (1.170)

Saldo 790DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

Aquisição de imobilizados 1.500

Investimentos e diferido 0

Realizável em longo prazo 20

Saldo (1.520)

SALDO TOTAL (1.210)

(+) Saldo inicial de caixa 1.440

= Saldo final de caixa 230

Tomemos como exemplo a variação de du-

plicatas a receber. Nesse fluxo, é uma redução,

mas poderia ser um aumento, assim com as de-

mais contas. As principais características desse

método são: toda movimentação é feita tendo

como foco os saldos iniciais e finais de caixa; evi-

dencia claramente a inter-relação existente entre

a demonstração do resultado, o balanço patrimo-nial e o fluxo de caixa; não mensura, contudo, o

fluxo financeiro efetivo das receitas e gastos, uma

vez que já parte do lucro líquido; pessoas não fa-

miliarizadas com o modelo têm dificuldade de

entender a movimentação financeira apenas pe-

las variações das contas de capital de giro; as va-

riações do capital de giro, pelas suas naturais os-

cilações, trazem dificuldades para a extrapolação

de seus dados para os períodos futuros.

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Tabela 10 – Fluxo de caixa – Método direto.

OPERACIONAL $

Recebimentos das vendas 34.400

(-) Pagamentos fornecedores 21.309

Salários e encargos 4.110

Despesas gerais 2.860

Impostos sobre vendas 3.710

Impostos sobre o lucro 741

Soma 32.730

SALDO OPERACIONAL DE INVESTIMENTOS 1.670

Aquisição de imobilizados 1.500

Investimentos e Diferido 0

Realizável em Longo Prazo 20

SALDO DE INVESTIMENTOS DE FINANCIAMENTOS 1.520

Aumento de Capital 800

Novos Empréstimos 1.000

(-) Amortizações e Juros (2.020)Lucros Distribuídos (1.170)

SALDO DE FINANCIAMENTOS (1.390)

SALDO TOTAL (1.240)

+ Receitas Financeiras 30

+ Saldo Inicial de Caixa 1.440

= Saldo Final de Caixa 230

O método direto tem como premissa básica

reproduzir fielmente a movimentação financeira re-fletida nos resultados e no balanço patrimonial. Nes-se sentido, é mais facilmente assimilável por qual-

quer usuário, mesmo que não seja especialista em

finanças. Além disso, suas movimentações refletemos eventos econômicos normais da empresa, permi-tindo um processo mais adequado para a extrapola-ção dos dados em períodos futuros (HOJI, 2007).

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos que o fluxo operacional é o caminho para a obtenção do lucro desejadopela empresa. O fluxo de operações tem uma lógica básica, que é o processo de comprar, produzir, ven-der e receber, retornando em seguida ao mesmo processo, o que dá a ideia de um movimento circular,repetitivo, contínuo. Observamos ainda que o fluxo de caixa pode ser entendido como um esquema querepresenta as entradas e saídas de caixa ao longo do tempo, devendo existir pelo menos uma saída epelo menos uma entrada.

Existem dois métodos de elaboração de fluxo de caixa. O Método do Fluxo de Caixa Direto é aforma de apresentação formal, que resgata exatamente os valores movimentados no controle do caixa

(das disponibilidades). O Método do Fluxo de Caixa Indireto não se preocupa em obter as informaçõesde entradas e desembolsos no período, mas sim a movimentação de fundos que dão origem ao saldofinal de caixa.

Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

8.1 Resumo do Capítulo

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1. O que você entende por fluxo de caixa?

2. Explique o funcionamento do fluxo de caixa direto.

3. Explique o funcionamento do fluxo de caixa indireto.

8.2 Atividades Propostas

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, trataremos sobre os diferen-

tes ciclos existentes. Em destaque, teremos o ciclo

operacional, o ciclo financeiro e o ciclo econômi-

co. Veremos ainda a diferença entre o regime de

competência e o regime de caixa. Vamos iniciar adiscussão?

Segundo Hoji (2007), o ciclo operacional de

uma empresa industrial inicia-se com a compra

de matéria-prima e encerra-se com o recebimen-

to da venda. Durante esse período, ocorrem vá-

rios outros eventos que caracterizam o ciclo eco-

nômico e o ciclo financeiro, conforme a Figura 5.

O ciclo operacional é a soma do prazo de rotação

dos estoques e do prazo de recebimento da ven-da.

O Ciclo Econômico inicia-se com a comprade matéria-prima e encerra-se com a venda do

produto fabricado. Caso ocorram desembolsos

ou gastos antes da compra da matéria-prima, é

nesse momento que se inicia o ciclo econômi-

co. Da mesma forma, caso a empresa incorra em

custos e despesas relacionados com as operações

após o recebimento da venda, o ciclo econômico

se encerra após a ocorrência desses eventos.

O Ciclo Financeiro tem início com o primeirodesembolso e termina, geralmente, com o recebi-

mento da venda. Caso haja pagamento de custos

ou despesas após o recebimento da venda, é nes-

se momento que se encerra o ciclo financeiro.

Se ocorrem gastos ou pagamentos de ou-

tros custos e despesas (ou adiantamento para

compras) antes da compra de matéria-prima, é

num desses momentos que se inicia o ciclo ope-

racional.

PRE = PF + FEPA

CE = PRE

CO = PRE + PRV

CO = do início do CE até o final do CF

CF = do primeiro desembolso até o final do PRV

A rentabilidade é a medida do resultado

econômico (lucro ou prejuízo) gerado por capital

investido.

PROJEÇÕES FINANCEIRAS9 

AtençãoAtenção

A elaboração do Ciclo Operacional auxilia o Ad-ministrador Financeiro a gerenciar de formamais confiável as entradas e recursos financeiros(http://www.sebrae.com.br).

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e) A eventual insuficiência de caixa é co-

berta com empréstimo bancário, até

esse valor;

f ) Os juros são calculados com taxa de 4%

ao mês sobre o valor dos empréstimos

e dos juros a pagar, são apropriados

mensalmente e pagos ao final do ciclo

operacional.

Tabela 11 – Balanço patrimonial da Companhia ABC.

Mês 0 1 2 3 4

ATIVO

Caixa e Bancos 0 0 (b) 0 0 (a”, d”) 252 (c”, d”)

Contas a Receber 0 0 1.600 ( c) 1.600 0 (c”)

Estoques 1000 (a) 1.200 (b) 0 0 0

Total 1000 1.200 1.600 1.600 252

PASSIVO

Fornecedores 1000 (a”) 1.000 1.000 0 (a”) 0

Empréstimos 0 200 (e 1) 200 1.280 (e 2) 0 (e”)

Juros a pagar 0 0 8 (f 1) 16 (f 2) 0 (f”)

Contas a pagar 0 0 80 (d) 0 (d”)

Patrimônio Líquido 0 0 312 304 252

Total 1.000 1.200 1.600 1.600 252

Resumo dos fatos Econômicos e Financeiros:

  a = $1.000 = a”;

  b = $200;

  c = $1.600 = c”;

  d = $80 = d”;

  e 1 + e 2 + = $200 + $1.080 = $ 1.280 = e”;

  f 1 + + f 2 + f 3 = $ 8 + $ 8 + $ 52 = $ 68 = f”.

Tabela 12 – Demonstração de resultado da Companhia ABC.

Mês 0 1 2 3 4

Vendas 1.600 (c)

Custo do Prod. Vendido

Matéria-prima (1.000) (a)Outros Custos (200) (b)

Despesa de comissão (80) (c)

Lucro antes dos juros 0 0 320 0 0

Juros 8 (f 1)

Lucro (prejuízo) do mês 0 0 312 (8) (52)

Lucro ou Prejuízo 0 0 312 304 252

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Tabela 13 – Demonstração do fluxo de caixa da Companhia ABC.

Mês 0 1 2 3 4

Recebimentos 1.600 (c”)

Pagamentos

Matérias-primas

Outros custos (200) (b) (1.000) (a”)

Comissão (80) (d”)Superávit (déficit) dasoperações

0 (200) 0 (1.080) 1.600

Juros (68) (f”)

Superávit (déficit) apósos juros

0 (200) 0 (1.080) 1.532

Empréstimos 200 (e 1) 1.080 (e 2) (1.280) (e”)

Saldo final 0 0 0 0 252

Superávit (déficit) to-tal acumulado

0 (200) (200) (1.280) 252

Comparando a Demonstração do Resultado

(DR) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

da Companhia ABC, mês a mês, percebem-se cla-

ramente as diferenças entre as duas demonstra-

ções. No momento inicial (mês 0), os resultados

das duas demonstrações “coincidem”, pois não

ocorreram eventos financeiros nem vendas. Con-

tudo, como foi feita compra a prazo no valor de

$1.000 (a), esse valor está contabilizado como Es-

toque, tendo como contrapartida a conta de For-

necedores.

No mês 1, a DR da Companhia ABC apresen-

ta o resultado nulo, pois ainda não ocorreu recei-

ta (venda), enquanto já ocorreu desembolso de

$200 (b), conforme a DFC. Como não existia saldo

anterior de caixa, a empresa tomou um emprésti-

mo nesse valor (e1).

No mês 2, não ocorreu nenhum evento fi-

nanceiro, mas ocorreu venda (c) e, portanto, os

custos mantidos no ativo circulante são baixados

(a, b) e as despesas de comissão (d) são apropria-

das, gerando um lucro antes dos juros de $320 e

um lucro após os juros de $312, em consequência

da apropriação de juros (f1) sobre o saldo dos em-

préstimos existentes no mês anterior.

No mês 3, de acordo com a DR, são apro-

priados os juros no valor de $8 (f2), calculados so-

bre os Empréstimos e Juros a pagar, no valor total

de $208. De acordo com a DFC, houve desembol-

so no valor total de $1.080 (a”, d”), o que obrigou

a empresa a tomar mais um empréstimo no va-

lor correspondente ao do déficit de caixa (e2) do

mês, aumentando o saldo de Empréstimos para

$1.280.

No mês 4, de acordo com a DR, foram apro-priados juros no valor de $52 (f3), calculados so-bre os Empréstimos e Juros a pagar, no valor totalde $1.296. De acordo com a DFC, houve recebi-mento das vendas no valor de $1.600 (c”) e foramamortizados os empréstimos, no valor total de$1.280 (e”), e pagos os juros acumulados, no valorde $68 (f”).

No exemplo desenvolvido, ao final do ciclooperacional, no mês 4, foi apurado lucro líquido

acumulado de $252 e superávit de caixa acumu-lado no mesmo valor. Portanto, podemos verificarque o regime de competência e o regime de cai-xa produzem o mesmo resultado ao final do ciclooperacional.

Caso não fosse possível amortizar integral-mente os empréstimos no final do ciclo operacio-nal, significaria que as operações da empresa nãoestariam gerando caixa em nível suficiente, o queimplicaria descapitalização ao longo do tempo,

pois a empresa precisaria captar mais emprésti-mos e pagar mais juros a cada ciclo operacional (PADOVEZE, 2007).

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A DFC nada mais é do que a demonstra-ção da Conta Caixa. O Regime de Caixa mostraqual o volume de recursos financeiros necessáriopara financiar as operações da empresa, porém

somente será conhecido esse valor no final do ci-clo financeiro (que coincide com o final do ciclooperacional) (GITMAN, 1997).

O Regime de Competência mostra comantecedência o provável resultado financeiro daoperação. No mês 2, com base na DR, já podemosconhecer o superávit de caixa operacional antesdos juros, no valor de $320, que será gerado nofinal do ciclo operacional. Alguns críticos do regi-me de competência dizem que de nada adiantaconhecer o lucro, se não tiver certeza de que asvendas serão recebidas, pois as empresas que-bram por falta de caixa, visto que não se podempagar compromissos financeiros com o lucro. Écerto, porém, que um contador consciente, pormeio das técnicas estatísticas e obedecendo aosprincípios contábeis, irá provisionar o valor doprovável “não recebimento” das vendas, de formaque a Contabilidade reflita, por antecipação, aprovável situação financeira de uma data futura

(HOJI, 2007).

O Regime de Competência, por anteci-par em determinada data o que prova-velmente acontecerá em datas futuras,fornece importantes subsídios para ad-ministração financeira. Para um analistaexterno, os dados fornecidos pela DR po-dem não ser conclusivos, mas o adminis-trador financeiro pode ter acesso a deta-lhes dos dados e informações fornecidos

pelos relatórios financeiros. (HOJI, 2007,p. 163).

Cabe a ele utilizar as duas demonstraçõesfinanceiras (a DR e a DFC) para planejar adequa-damente o volume de recursos necessário parafinanciar as atividades da empresa.

9.1 Regime de Competência e de Caixa

9.2 Resumo do Capítulo

Saiba maisSaiba mais

O regime de competência é um princípio contá-bil, que deve ser, na prática, estendido a qualqueralteração patrimonial, independentemente de suanatureza e origem (http://www.portaldecontabili-dade.com.br).

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos que o ciclo econômico inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-

-se com a venda do produto fabricado e que o ciclo financeiro tem início com o primeiro desembolso e termi-

na, geralmente, com o recebimento da venda. Observamos ainda que o regime de competência e o regime

de caixa tratam dos mesmos valores, diferenciando-se somente no aspecto temporal. A análise dos ciclos

operacional, econômico e financeiro fornece importantes subsídios para tomadas de decisões financeiras.

Espero que tenha compreendido. Vamos avaliar a aprendizagem.

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1. Explique o seu entendimento sobre os ciclos operacional, financeiro e econômico.

2. Explique o seu entendimento sobre regime de caixa.

3. Explique o seu entendimento sobre regime de competência.

9.3 Atividades Propostas

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Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, trataremos a respeito dos juros e suas modalidades de cobrança: Juros Sim-ples e Compostos. Veremos, ainda, as principaisferramentas de análise de investimentos utiliza-das pela administração financeira (Payback , ValorPresente Líquido – VPL e a Taxa Interna de Retor-no – TIR). Vamos iniciar a discussão?

O surgimento da moeda como padrão detroca de mercadorias e serviços provocou, comoconsequência imediata, o surgimento do jurocomo remuneração pelo uso em empréstimodessa mercadoria e a possibilidade de inflaçãopela alta generalizada e contínua dos preços me-didos em moeda (HOJI, 2007).

O fundamento para a existência do juro é,de acordo com Gitman (1997), a possibilidadede alguma pessoa antecipar ou não o consumode bens e serviços. Esse deslocamento de tempopode ser considerado um serviço, razão por queo pagamento de juros também é denominadopagamento do serviço da dívida, ou seja, a dívi-da presta um serviço a quem toma emprestado.Como todo serviço tem um preço, o juro é o preçopelo uso da moeda de outrem.

Outra visão similar é a de que o juro é uma

compensação pela espera, ou seja, uma compen-sação pelo fato de o dono do capital deixar dedispor desse dinheiro. Outra explicação é que o juro é um prêmio pela renúncia temporária da li-quidez de seu proprietário, provavelmente umacobrança para fazer face à escassez dessa merca-doria em determinados momentos e mercados

(SANDRONI, 2001).Isso posto, fica claro que o valor do dinheiro

no tempo decorre do seu custo (para quem paga)e da renda (para quem recebe).

Assim, o dinheiro (uma unidade monetária)

vale hoje mais do que uma unidade monetária

disponível no futuro, uma vez que o dinheiro dis-

ponível agora pode ser investido e começar a ren-

der juros imediatamente. Além disso, o dinheiro

disponível hoje está seguro. O dinheiro empresta-

do, com o cedente abdicando da liquidez, incor-

pora o risco de ele não ser devolvido. Portanto,

dinheiro hoje vale mais do que um dinheiro comrisco no futuro.

ANÁLISE DE INVESTIMENTO10 

AtençãoAtenção

A taxa de juros é o elemento que liga e ajusta asdecisões intertemporais de consumo (SANDRONI,2001).

Em países com economia estável, é comum

a utilização de juros simples em operações com

prazo de seis meses ou um ano, pois a inflação,além de ser relativamente baixa, é relativamen-

te previsível e as regras do mercado financeiro

não são abruptamente alteradas. O mesmo não

ocorre em países com alto nível de inflação, pois

qualquer desvio na taxa de juros esperada podeproduzir diferenças significativas sobre o resulta-

do final da operação (BRIGHAM, 1997).

10.1 Operações Financeiras com Juros Simples e Compostos

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No Brasil, os juros simples são comumenteutilizados em operações financeiras de curtíssi-mo e curto prazos (de um dia a um mês), descon-tos de duplicatas e títulos, e cobranças de jurosde mora. As operações financeiras indexadas emdólar são também calculadas com taxa de jurossimples.

Quando o juro é calculado sobre o capitalinicial, proporcionalmente ao número de capita-lização, o regime de capitalização é o dos JurosSimples.

As taxas de juros são expressas em unidadede tempo, mas os juros não são pagos, necessa-riamente, ao final de cada período em que é ex-pressa a taxa de juro. Por exemplo, os juros de umempréstimo feito pelo prazo de seis meses, à taxa

de 2% a.m., podem ser pagos mensalmente, tri-mestralmente ou com qualquer outra periodici-dade, dependendo de como foi contratado.

A taxa de juros simples é conhecida tam-bém como taxa linear. A equação básica dos jurossimples é:

J = C . i . n

Em que:

  J = juros;

C = capital inicial (ou principal);

  i = taxa de juros;

n = número de capitalização durante oprazo da operação financeira.

Exemplo: Calcule o juro produzido por umcapital de $100.000, aplicado durante seis meses,à taxa de juros simples de 2% a.m.

J = $100.000 x 0,02 x 6J = $12.000

 

A soma do Capital e dos Juros chama-seMontante (M), que é calculado mediante a se-

guinte equação:

M = C + J

Essa equação pode ser deduzida para a se-

guinte expressão matemática:

M = C (1 + i . n)

 

Exemplo: Calcule o Montante de um capital

de $100.000, aplicado durante seis meses, à taxade juros simples de 2% a.m.

M = $100.000 x (1 + 0,02 x 6)

M = $112.000

As taxas proporcionais são típicas do siste-

ma de capitalização linear (juros simples). As ta-

xas são proporcionais se duas ou mais taxas de juros expressas em unidades de tempo diferentes

produzem uma mesma taxa, quando calculadas

para um mesmo período.

Pode-se afirmar que a taxa de 1% a.m. é

proporcional às taxas de 3% a.t., 6% a.s. e 12% a.a.,

pois quando calculadas para os prazos de três, seis

ou doze meses, todas produzem a mesma taxa.

No regime de juros compostos, os juros

produzidos em um período de capitalização enão pagos são integrados ao capital constituído

no início do período seguinte, para produzir no-

vos juros, ou seja, incidem os juros sobre o capital

inicial e sobre os próprios juros (ROSS; WESTER-

FIELD, 2000).

Esse raciocínio parte da premissa de que

a taxa de juros é expressa na unidade de tempo

correspondente ao período de capitalização, ao

final do qual os juros são pagos. Por exemplo, sea taxa de juros é expressa em período mensal, os

 juros são pagos mensalmente; se é expressa em

período anual, os juros são pagos anualmente e

assim por diante. Caso os juros não sejam pagos,

eles são incorporados ao capital existente no iní-

cio do novo período de capitalização.

No regime de juros compostos, é indiferen-

te que os juros sejam pagos a cada período de ca-

pitalização ou no final do prazo da operação ou,

ainda, que ocorram resgates intermediários.

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A equação básica dos juros compostos é:

J = C [(1 + i)ⁿ - 1]

 

Sabendo que M = C + J, a fórmula do Mon-

tante deduzida da fórmula básica dos juros com-

postos é:

M = C (1 + i)ⁿ

Exemplo: Calcule o montante de um capi-

tal de $100.000,00, aplicado durante seis meses, à

taxa de juros compostos de 2% a.m.

M = $100.000 x (1 + 0,02)6 = $112.616,24

Podem-se deduzir outras equações a partir

das equações dadas:

Capital (C) = ___M_____

  (1 + i)ⁿ

 

Período (n) = _log (M / C)__

log (1 +i)

taxa (i) = [(M / C)¹/ⁿ] – 1 

Observa-se que a taxa acumulada nos dois

regimes de capitalização é idêntica ao final de um

ano, quando a taxa é expressa em período anual,

mas, até completar um ano, o regime de capitali-

zação simples apresenta, mensalmente, taxa acu-

mulada maior, invertendo a situação após um ano

(HOJI, 2007).

Quando a taxa é dada em período mensal,

ocorre o inverso, ou seja, o regime de capitaliza-

ção composto apresenta sempre a taxa acumulada

maior, com exceção do primeiro mês. Ao final de

um ano, no regime de capitalização composto, a

taxa acumulada coincide com as taxas acumuladas

do primeiro caso, enquanto a taxa acumulada pelo

regime de capitalização simples não atinge 80%.

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Tabela 14 – Capitalização simples e capitalização composta.Mês Taxa de juros: 80% a.a. Taxa de juros: 5,0202% a.m.

Simples Composta Simples Composta

0 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

1 6,67% 5,02% 5,02% 5,02%

2 13,33% 10,29% 10,04% 10,29%

3 20,00% 15,83% 15,06% 15,83%

4 26,67% 21,64% 20,08% 21,64%5 33,33% 27,75% 25,10% 27,75%

6 40,00% 34,16% 30,12% 34,16%

7 46,67% 40,90% 35,14% 40,90%

8 53,33% 47,97% 40,16% 47,97%

9 60,00% 55,40% 45,18% 55,40%

10 66,67% 63,20% 50,20% 63,20%

11 73,33% 71,40% 55,22% 71,40%

12 80,00% 80,00% 60,24% 80,00%

13 86,67% 89,04% 65,26% 89,04%

14 93,33% 98,53% 70,28% 98,53%

15 100,00% 108,49% 75,30 108,49%

16 106,67% 118,96% 80,32% 118,96%

17 113,33% 129,95% 85,34% 129,95%

18 120,00% 141,50% 90,36% 141,50%

 

Gráfico 1 – Comportamento dos juros.

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

140,00%

160,00%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Tempo (meses)

   T  a  x  a  a  c  u  m  u   l  a   d  a   d  o  p  e  r   í  o   d  o   (   %   )

Capitalização simples com taxa anual

Capitalização composta com taxa anual

Capitalização sim ples com taxa mensal equivalente

Capitalização composta com taxa mensal equivalente

As calculadoras financeiras estão programa-

das para fornecer as respostas procuradas, com a

inserção de pelo menos três variáveis. As calcula-

doras financeiras utilizam o conceito de fluxo decaixa e, portanto, se o valor presente for um valor

positivo, o valor futuro (ou prestações em valor

uniforme) será, necessariamente, um valor nega-

tivo (e vice-versa). As funções básicas de uma cal-

culadora financeira são:

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VP ou PV = Valor Presente (capital);

VF ou FV = Valor Futuro (montante);

n = número de capitalização da taxa i;

i = taxa de juros;PMT = Prestações em Valor uniforme.

Quando os valores das prestações não fo-

rem uniformes, deve ser utilizada a função de flu-

xo de caixa. Pode-se definir o VP como o capital

a valor de hoje. Com o passar do tempo, a esse

valor são acrescidos juros, o que resulta em mon-

tante. O montante é um valor produzido no futu-

ro, portanto, pode-se chamá-lo VF.

Exemplo: Rafael faz um investimento jun-

to ao banco no valor de $100.000 por 4 meses, a

uma taxa de juros mensal de 2% a.m. Quanto Ra-

fael resgatará depois de 4 meses?

O orçamento de Capital é um programa de

aplicação de capital de longo prazo, vinculado ao

plano estratégico e, portanto, trata de investimen-

tos permanentes. As decisões relacionadas ao or-

çamento de capital devem ser tomadas somente

após profundo estudo, pois, uma vez iniciado o

processo de dispêndio de capital, sua interrupção

ou reversão não será fácil (HOJI, 2007).

Um investimento envolve grande volume

de recursos em capital humano, intelectual, ma-

terial e financeiro.

A engenharia econômica apresenta a me-

lhor alternativa de investimento entre as várias

existentes, por meio de comparações. Exemplos:

substituição de uma máquina velha por uma

nova, instalação de fábrica nova ou aumento da

capacidade da fábrica atual, gastos com pesqui-

sas e desenvolvimento de produtos ou compra

de tecnologia (HOJI, 2007).

Segundo Gitman (1997), os modelos para

decisão de investimentos e para mensuração do

valor da empresa compreendem fundamental-

mente as mesmas variáveis. Todos consideram o

valor a ser investido, os fluxos futuros de benefí-

cios, a quantidade de tempo em que esses fluxos

futuros ocorrerão e o custo do dinheiro no tempo.

Os principais métodos de avaliação de al-

ternativas econômicas são:

a) Método do Prazo de Retorno: consis-

te na apuração do tempo necessáriopara que a soma dos fluxos de caixa lí-

quidos periódicos seja igual ao valor do

fluxo de caixa líquido do instante inicial.

Este método não considera os fluxos de

caixa gerados durante a vida útil do in-

vestimento após o período de payback;

b) Método da Taxa Interna de Retorno: a taxa de juros que anula o VPL é a Taxa

Interna de Retorno (TIR). Este método

assume implicitamente que os fluxos

de caixa líquidos periódicos são reinves-

tidos à própria TIR calculada para todo

investimento. O investimento será eco-

nomicamente viável se a TIR for maior

do que a taxa de atratividade;

c) Método do valor presente líquido: consiste em determinar o valor no ins-

tante inicial, descontando o fluxo de

caixa líquido de cada período futuro

(fluxo de caixa líquido periódico) gera-

do durante a vida útil do investimento,

10.2 Métodos de Avaliação de Investimentos

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com a taxa mínima de atratividade, e

adicionando o somatório dos valores

descontados ao fluxo de caixa líquido

do instante inicial. O investimento será

economicamente viável se o VPL for po-

sitivo.

Suponha a existência de dois projetos de in-vestimentos, nas seguintes condições: presume-se

que a vida útil dos projetos seja de quatro anos,nos quais os investimentos não gerarão caixa, istoé, terão valor igual a zero. Para facilitar os cálculos,os fluxos de caixa estão divididos em dois grupos:investimento inicial, que ocorre no momento zero,e fluxo de caixas líquido, que compreende os cai-xas líquidos gerados no futuro, conforme o modelo

apresentado no quadro a seguir:

Projetos Investimento Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Soma

  A (100.000) 52.000 15.000 32.000 41.000 140.000

  B (100.000) 35.000 35.000 35.000 35.000 140.000

Fluxo de caixa em Valores Correntes

Fluxos de caixa líquidos descontados

PAYBACK  do Projeto A

Fluxos de caixa líquidos descontados correntes

Se a taxa mínima de atratividade for de 15%

a.a., o projeto A poderá ser implementado, pois a

TIR desse projeto é maior do que a taxa mínima

de atratividade, mas o projeto B não deverá ser

implementado, pois a TIR é menor do que a taxa

mínima de atratividade.

Se a taxa mínima de atratividade for de

15% a.a., os valores correntes do fluxo de caixa

do exemplo anterior seriam descontados a essa

taxa, apresentando os seguintes dados em valor

presente:

Projetos Investimento Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Soma

  A (100.000) 45.217,39 11.342,16 21.040,52 23.441,88 101.041,95

  B (100.000) 30.434,78 26.465,03 23.013,07 20.011,37 99.924,25

Brigham (1997) menciona que se podem

utilizar diversos métodos para avaliar os dois pro-

 jetos de investimento. O critério do payback , apli-

cado ao conceito VPL, indica em quantos períodos(normalmente, anos) haverá retorno do investi-

mento inicial. É uma informação complementar

ao processo decisório, uma vez que não considera

o valor do dinheiro no tempo. É eventualmente

importante quando, além do retorno do investi-

mento, o tempo de recuperação é importante.

Mesmo que os fluxos de caixa estejam desconta-

dos para valor presente, esse método apresenta li-mitações, pois não considera os fluxos de caixa ge-

rados durante o resto de vida útil do investimento

(que poderão ser positivos ou negativos).

Fluxo de Caixa Investimento Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 SomaDo ano (100.000) 45.217,39 11.342,16 21.040,52 23.441,88 101.041,95

acumulado (100.000) (54.782,61) (43.440,45) (20.087,12) 1.041,95 ********

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O modelo de decisão baseado na TIR é uma

variação do critério do VPL. Nesse modelo, em

vez de se buscar o VPL do fluxo futuro, busca-se a

taxa de juros que iguala o total dos fluxos futuros

descontados a essa taxa de juros, com o valor do

investimento inicial. A fórmula é a seguinte:

Em que:

 

I (0) = Investimento inicial no período 0;  FF = Fluxos Futuros dos períodos 1 a n;

  I = Taxa de juros que iguala a equação.

As TIRs dos projetos são:

TIR do projeto A 15,53%

TIR do projeto B 14,96%

Se a taxa mínima de atratividade for 15%

a.a., o projeto A poderá ser implementado, pois

a TIR desse projeto é maior do que a taxa mínima

de atratividade, mas o projeto B não poderá ser

implementado, pois a TIR é menor do que a taxa

mínima de atratividade.

Na calculadora financeira, temos:

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, estudamos que o modelo de decisão baseado na TIR é uma variação do critério doVPL. Nesse modelo, em vez de se buscar o VPL do fluxo futuro, busca-se a taxa de juros que iguala o total

dos fluxos futuros descontados a essa taxa de juros, com o valor do investimento inicial. Estudamos aindaque o critério do payback , aplicado ao conceito de VPL, indica em quantos períodos (normalmente, anos)haverá retorno do investimento inicial.

Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

10.3 Resumo do Capítulo

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1. Explique o seu entendimento sobre operações com juros simples e juros compostos.

2. Explique o seu entendimento sobre os métodos de investimentos TIR e VPL.

3. O que você entende por juros?

10.4 Atividades Propostas

Assista ao filme  A Fraude, com o qual terá a oportunidade de compreender melhor algunsconceitos apresentados sobre o Mercado de Futuros. Nick é um dos muitos empregados am-biciosos do Barings Bank. Ele se casa e vai para Singapura, quando o banco oferece a ele umemprego de corretor da bolsa para montar as opções de operação em mercado futuro. Seuprimeiro ano de negócios é um grande sucesso. Assista ao filme e você descobrirá o que acon-tecerá com Nick. Ator principal: Ewan McGregor. Ano de lançamento: 1998.

MultimídiaMultimídia

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CAPÍTULO 1

1. Finanças consistem em três áreas inter-relacionadas: (1) mercados monetários e de capitais,

que trabalham com os mercados de títulos e as instituições financeiras; (2) investimentos, que

focalizam as decisões tomadas tanto pelos investidores individuais quanto pelos institucionais,

à medida que escolhem títulos para suas carteiras de investimentos; (3) administração finan-

ceira ou “finanças de empresas”, que envolve decisões dentro das empresas. As oportunidadesde carreiras dentro de cada uma dessas áreas são muitas e variadas, porém os administradores

financeiros devem ter o conhecimento das três áreas, caso queiram ser bem-sucedidos em seu

trabalho.

2. A Administração Financeira está estreitamente ligada à Economia e Contabilidade. A Admi-

nistração Financeira pode ser vista como uma forma de economia aplicada, que se baseia am-

plamente em conceitos econômicos. A importância da Economia para o desenvolvimento do

ambiente financeiro e da teoria financeira pode ser melhor descrita em função de suas duas

áreas mais amplas: Macroeconomia e Microeconomia.

3. O Contador, cujas funções básicas são desenvolver e fornecer dados para avaliar o desempenho

da empresa, apurar sua situação financeira e pagar impostos, difere do Administrador Financei-

ro da maneira como vê os fundos da empresa. O Contador, usando certos princípios padroniza-

dos e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que

as receitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas, quando incorridas.

O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, propor-

cionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas obrigações, adquirir e financiar os

ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa. Uma analogia simples

ajudará a esclarecer as diferenças básicas de perspectiva entre o Contador e o Administrador

Financeiro. Se considerássemos o corpo humano uma empresa e cada pulsação do coração

representasse uma nova venda, o Contador iria ocupar-se de cada uma dessas pulsações e

daria entrada nessas vendas como receitas. O Administrador Financeiro iria verificar se o fluxo

resultante de sangue através das artérias teria atingido as células certas, conservando os vários

órgãos do corpo em funcionamento. É possível que o coração seja forte e, no entanto, pare de

funcionar, devido ao desenvolvimento de obstruções e coágulos no sistema circulatório.

RESPOSTAS COMENTADAS DASATIVIDADES PROPOSTAS

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CAPÍTULO 2

1. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa.

O Administrador Financeiro deve visar a atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No

caso de sociedades anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os adminis-

tradores. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o aumento

de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição), mas maximizara satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nessa

tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o objetivo dos proprie-

tários é sempre a maximização do lucro; outros creem que é a maximização da riqueza.

2. A maximização do lucro reúne objetivos de curto prazo; entre eles, destaca-se a obtenção de

lucro no exercício vigente. A maximização da riqueza preocupa-se com a perspectiva da orga-

nização no longo prazo, em elevar a valorização das ações da companhia. É ainda a abordagem

preferida por cinco razões básicas: (1) retorno realizável do proprietário; (2) uma perspectiva

em longo prazo; (3) época de ocorrência dos retornos; (4) análise dos riscos; e (5) distribuiçãodos retornos.

3. Retorno realizável do proprietário: o proprietário de uma ação possivelmente espera receber

seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos ou através de valorizações

no preço da ação, ou ambos.

Análise dos riscos: a maximização do lucro desconsidera não apenas o fluxo de caixa, mas tam-

bém o risco – a possibilidade de que os resultados realizados possam ser diferentes daqueles

esperados. Uma premissa básica em Administração financeira é que há um confronto entre o

retorno (fluxo de caixa) e o risco. De maneira geral, os acionistas tem aversão ao risco, ou seja,querem evitá-lo.

CAPÍTULO 3

1. A Sociedade por Ações é a modalidade mais importante (em termos de tamanho) de organiza-

ção das empresas em geral. A sociedade por ações consiste em uma entidade legal, separada e

distinta de seus proprietários, que possui muitos dos direitos, obrigações e privilégios de uma

pessoa de verdade. Pode tomar dinheiro emprestado e possuir imóveis; pode processar e ser

processada; e pode firmar contratos. A sociedade por ações pode até mesmo ser um sócio geralou sócio com responsabilidade limitada em outra sociedade e pode possuir ações de outras

sociedades por ações.

2. As vantagens e desvantagens da sociedade por cotas são: contratos relativamente informais,

que podem ser constituídos facilmente e a baixo custo; os Sócios gerais possuem responsa-

bilidade ilimitada nas dívidas da empresa; a sociedade acaba quando um sócio geral mostra

o desejo de vender ou morre; todo o lucro é tributado como rendimento da pessoa física dos

sócios; e o montante do patrimônio líquido que pode ser obtido é limitado à riqueza agregada

dos sócios.

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3. Uma operação de Fusão é resultante da combinação de duas ou mais empresas para formar

uma sociedade anônima completamente nova.

CAPÍTULO 4

1. Os chamados riscos sistemáticos são aqueles provenientes de mudanças no cenário macro-

econômico, aqueles que os sistemas econômico, político e social impõem em geral a todosos ativos e, naturalmente, à sua taxa de retorno. Nessa categoria, estão aqueles riscos que ne-

nhum administrador ou investidor pode controlar ou evitar. Temos ainda os riscos chamados

não sistemáticos, que consistem em riscos intrínsecos ao ativo e são gerados por fatores que

atingem diretamente o ativo em estudo ou, no máximo, um pequeno número de ativos, não

atingindo os demais. Esse tipo de risco é evitável, uma vez que a determinante é a escolha ou

não dessa classe de investimento.

2. Está relacionado a possíveis perdas como resultado de sistemas e/ou controles inadequados,

falhas de processos internos, gerenciamento e erros humanos. O risco operacional pode serdividido em três grandes áreas: o Risco Organizacional, que está relacionado com uma organi-

zação ineficiente, administração inconsistente e sem objetivos de longo prazo bem definidos,

fluxo de informações internas e externas deficiente, responsabilidades mal definidas e acesso

a informações internas por parte de concorrentes; o Risco de Operações, que pode ser rela-

cionado com problemas tecnológicos, equipamentos (telefonia, elétrico, computacional etc.),

processamento e armazenamento de dados, e fluxo operacional inadequado; e o Risco de Pes-

soal, que pode estar relacionado com falhas humanas, como empregados não qualificados, por

exemplo, ou fraudes, do tipo adulteração de documentos, vazamento de informações privile-

giadas, desvio de valores, entre outras.

3. É tomar providências hoje, para garantir a sobrevivência do empreendimento no futuro, caso

ocorra um cenário improvável, porém possível. Para saber qual providência deve ser tomada,

é necessário mensurar o risco.

 

CAPÍTULO 5

1. Emitir normas; autorizar o funcionamento das instituições financeiras; fiscalizar e fazer inter-

venções; receber depósitos compulsórios e voluntários; fazer operações de redesconto; emitir,comprar e vender títulos públicos federais; emitir papel-moeda; controlar e sanear o meio cir-

culante; administrar a dívida pública interna e externa; e gerir as reservas internacionais.

2. A principal função dos Bancos de Investimento é intermediar recursos de médio e longo prazo

para financiamento de capital fixo ou de giro das empresas. Esses bancos não podem captar

por meio de depósitos à vista, captando recursos por meio da emissão de CDBs e RDBs, re-

passes de origem interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de investimento. São

Instituições especializadas em underwriting  (subscrição pública de ações) e estruturação de

financiamentos de projeto.

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3. As Corretoras de Valores são instituições financeiras membros das bolsas de valores, credencia-

das pelo BACEN, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas, entre outras atividades

no mercado financeiro e de capitais, a negociar valores mobiliários com exclusividade no pre-

gão físico (viva-voz) ou eletrônico das bolsas. Corretora de Valores é a instituição que compra e

vende ações; os investidores são os clientes das Corretoras.

CAPÍTULO 6

1. O Balanço Patrimonial demonstra a situação estática da empresa em determinado momento.

Cada empresa pode determinar a data de encerramento do balanço conforme as suas conve-

niências, mas a maioria das empresas brasileiras encerra o balanço em 31 de dezembro de cada

ano, coincidindo com o encerramento do ano civil.

2. De acordo com a Lei nº 6.404/76, pelo menos as seguintes notas explicativas devem ser publi-

cadas: os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais e práticas contábeis ado-

tados; os investimentos relevantes em outras empresas; os ônus reais sobre ativos; as garantiasprestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; os detalhamentos

das dívidas de longo prazo e do capital social; as opções de compra de ações outorgadas e

exercidas no exercício; os ajustes dos exercícios anteriores; e os eventos subsequentes relevan-

tes ocorridos após a data de encerramento do balanço.

3. De maneira simplista, o ativo representa bens e direitos, ou seja, a parte que pertence à em-

presa, e o passivo representa as obrigações da empresa, ou seja, as dívidas da empresa. A parte

que pertence efetivamente à empresa é a sobra após pagar as dívidas. Essa parte líquida, de

curto prazo, chama-se CCL ou capital de giro líquido. Tecnicamente, o CCL é a diferença entre oAtivo Circulante e o Passivo Circulante.

CAPÍTULO 7

1. Os índices de liquidez representam a capacidade de a empresa honrar seus compromissos com

a sociedade.

2. Os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos. São indica-

dores muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o insucesso) empresarial. Os índices

de rentabilidade são calculados, geralmente, sobre as Receitas líquidas (alguns índices podem

 já ter sido calculados em análise vertical), mas, em alguns casos, pode ser interessante calcular

sobre as Receitas brutas deduzidas somente das Vendas canceladas e Abatimentos.

3. Os índices de rotação (giros) são calculados relacionando os elementos patrimoniais com os

itens da demonstração de resultados e evidenciam o prazo de renovação dos elementos pa-

trimoniais dentro de determinado período. A análise do giro dos ativos fornece informações

sobre aspectos de gestão da empresa, tais como as políticas de estocagem, financiamento de

compras e financiamento de clientes.

 

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CAPÍTULO 8

1. O fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e as saídas (desembolsos) de re-

cursos monetários no âmbito de uma empresa, em determinado intervalo de tempo.

2. É a forma de apresentação formal, que resgata exatamente os valores movimentados no con-

trole do caixa (das disponibilidades). Esse método pode ser elaborado de duas maneiras: pelosomatório de todos os eventos financeiros ocorridos na movimentação de caixa, dentro de um

padrão de classificação dos desembolsos e entradas adotados pela empresa; e pela movimen-

tação das contas do balanço patrimonial e da demonstração de resultados de seus elementos

que se inter-relacionam.

3. Esse método não se preocupa em obter as informações de entradas e desembolsos no perío-

do, mas sim a movimentação de fundos que dão origem ao saldo final de caixa. Assemelha-se

bastante com a DOAR.

CAPÍTULO 9

1. O ciclo operacional de uma empresa industrial inicia-se com a compra de matéria-prima e en-

cerra-se com o recebimento da venda. O Ciclo Econômico inicia-se com a compra de matéria-

-prima e encerra-se com a venda do produto fabricado. O Ciclo Financeiro tem início com o

primeiro desembolso e termina, geralmente, com o recebimento da venda.

2. Basicamente, pelo regime de caixa, as receitas são reconhecidas no momento do efetivo rece-

bimento e as despesas, no momento do efetivo pagamento. Esse regime mostra qual o volumede recursos financeiros necessário para financiar as operações da empresa, porém somente

será conhecido esse valor no final do ciclo financeiro (que coincide com o final do ciclo opera-

cional).

3. O Regime de Competência mostra com antecedência o provável resultado financeiro da ope-

ração.

CAPÍTULO 10

1. Em países com economia estável, é comum a utilização de juros simples em operações com

prazo de seis meses ou um ano. No Brasil, os juros simples são comumente utilizados em ope-

rações financeiras de curtíssimo e curto prazo (de um dia a um mês), descontos de duplicatas

e títulos, e cobranças de juros de mora. As taxas proporcionais são típicas do sistema de capi-

talização linear (juros simples). No regime de juros compostos, os juros produzidos em um pe-

ríodo de capitalização e não pagos são integrados ao capital constituído no início do período

seguinte, para produzir novos juros, ou seja, incidem os juros sobre o capital inicial e sobre os

próprios juros.

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2. O mercado de opções é uma modalidade operacional em que não se negociam ações objeto,

mas direitos sobre elas. Opções são, assim, direitos de uma parte comprar ou vender a outra,

até determinada data, certa quantidade de ações objeto a um preço preestabelecido. Dessa

forma, no mercado de opções, não ocorre a negociação da ação, mas dos direitos sobre ela.

3. Juro é uma compensação pela espera, ou seja, uma compensação pelo fato de o dono do ca-

pital deixar de dispor desse dinheiro. Outra explicação é que o juro é um prêmio pela renúnciatemporária da liquidez de seu proprietário, provavelmente uma cobrança para fazer face à es-

cassez dessa mercadoria em determinados momentos e mercados.

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REFERÊNCIAS