principais endocrinopatias em pequenos animais

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17/05/2015 1 PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SISTEMA ENDÓCRINO Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências da Saúde Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais OBJETIVOS DA AULA: -REVISAR A FISIOLOGIA DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS -PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SISTEMA ENDÓCRINO: -Hipotireoidismo -Hipertireoidismo -Hiperadrenocorticismo – Síndrome de Cushing -Diabetes mellitus TIREÓIDE TIREÓIDE Funções: controle do metabolismo aumento da taxa metabólica basal estimulam o consumo de oxigênio celular promovem a absorção de carboidratos pelo intestino regulam o metabolismo lipídico essenciais para o crescimento e desenvolvimento normais ativam a fase anagênica (crescimento) do ciclo piloso TIREÓIDE - Hormônios secretados por estímulo do TSH Triiodotironina e Tetraiodotironina (tiroxina) 99% de T3 e T4 estão ligados a proteínas plasmáticas: TBG globulina fixadora de tiroxina TPPA pré-albumina fixadora de tiroxina Albumina A calcitonina é secretado pelas células C entre os folículos tiroideanos e não são influenciadas pelo THS. TIREÓIDE - Hormônios secretados por estímulo do TSH Triiodotironina e Tetraiodotironina (tiroxina) 99% estão ligadas as proteínas reservatório sanguíneo 1% livre biologicamente ativa

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Page 1: Principais endocrinopatias em pequenos animais

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PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SISTEMA ENDÓCRINO

Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências da Saúde

Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais OBJETIVOS DA AULA:

-REVISAR A FISIOLOGIA DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

-PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SISTEMA ENDÓCRINO:

-Hipotireoidismo

-Hipertireoidismo

-Hiperadrenocorticismo – Síndrome de Cushing

-Diabetes mellitus

TIREÓIDE TIREÓIDE

Funções:

controle do metabolismo

aumento da taxa metabólica basal

estimulam o consumo de oxigênio celular

promovem a absorção de carboidratos pelo intestino

regulam o metabolismo lipídico

essenciais para o crescimento e desenvolvimento

normais

ativam a fase anagênica (crescimento) do ciclo piloso

TIREÓIDE

- Hormônios secretados por estímulo do TSH

Triiodotironina e Tetraiodotironina (tiroxina)

99% de T3 e T4 estão ligados a proteínas plasmáticas:

TBG – globulina fixadora de tiroxina

TPPA – pré-albumina fixadora de tiroxina

Albumina

A calcitonina é secretado pelas células C – entre os folículos tiroideanos

e não são influenciadas pelo THS.

TIREÓIDE

- Hormônios secretados por estímulo do TSH

Triiodotironina e Tetraiodotironina (tiroxina)

99% estão ligadas as proteínas – reservatório

sanguíneo

1% livre – biologicamente ativa

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TIREÓIDE

- Hormônios secretados por estímulo do TSH

93% Tiroxina e 7% Triiodotironina

T3 biologicamente mais ativa

T4 maior afinidade pelas proteínas

80% da concentração plasmática de T3 são produzidas

pela DESIODAÇÃO da T4 nos tecidos periféricos,

predominantemente fígado e rins.

TIREÓIDE

cada molécula de TIREOGLOBULINA – 40 Aa de

TIROSINA.

Tirosina se combina com o Iodo

1º Tirosina iodetada a monoiodotironina

2º iodetada a diiodotironina

o acoplamento das moléculas vão formando os

hormônios: MIT + DIT = T3

DIT + DIT = T4

proporção T3:T4 = 1:14, nos animais variam de 15:44

Bovinos 1:67

TIREÓIDE

Hipotálamo TRH

Hipófise

TSH

Tireóide

T4

T4 + proteínas T4 Livre

T3

T3 + proteínas T3 Livre

T3 reversa T3

Estímulos: Dopamina

Noradrenalina Histamina Serotonina

Inibição: TSH

T3 e T4

Retroalimentação

negativa

Plasma

Fonte: DUNN, 2001

Hipotireoidismo

É a endocrinopatia mais comum diagnosticada em cães;

Rara em felinos;

Hipotireoidismo primário – oriundo de tireoidite linfocitária

ou atrofia tireoidiana – maior ocorrência;

H. secundário – neoplasia tireoidiana;

H. terciário – disfunção hipotalâmica, deficiência de Iodo e

defeitos no transporte.

Hipotireoidismo

SINAIS CLÍNICOS:

Muito variados;

Afeta normalmente cães jovens e de meia-idade

LETARGIA

EMBOTAMENTO MENTAL

MÁ TOLERÊNCIA A EXERCÍCIOS

GANHO DE PESO SEM AUMENTO DO CONSUMO ALIMENTAR

INTOLERÊNCIA AO FRIO

HIPOTERMIA

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SINAIS CLÍNICOS:

Lesões dermatológicas:

Pode ocorrer em 40 a 49 % dos casos:

Alopecia não pruriginosa e bilateral simétrica: flancos, tórax, tronco

ventral e pescoço ( associado com a inibição do ciclo piloso)

Pelame remanescente seco e opaco

Pele espessada (mixedematosa) e hiperpigmentada

Mixedema mais evidente na cabeça

Pele – abdome ventral – fria e pegajosa ao toque

Comedões, seborreia e piodermatite recorrente

Raramente – constipação e lipidose corneana

Hipotireoidismo

SINAIS CLÍNICOS:

Também pode ocorrer sinais neurológicos

Disfunção neuromuscular

Paralisia laríngea

Megaesôfago

Doença de neurônio motor

Encefalopatia

Claudicação

Arrastamento dos pés

Prejuízo auditivo e Nistagmo

Hipotireoidismo

ANORMALIDADES REPRODUTIVAS

Hipotireoidismo

ANORMALIDADES CARDIOVASCULARES

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo

Achados Laboratoriais

Hemograma – 28% a 32%

Anemia arregenerativa normocítica normocrômica

Mecanismos:

↓ Produção de EPO

↓ da resposta das células progenitoras a EPO

↓ da estimulação das células progenitoras (tronco)

Hipotireoidismo

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Achados Laboratoriais Bioquímico:

Hiperlipidemia

↑ Colesterol

↑ Triglicerídeos

Hiponatremia

Lactado desidrogenase

AST

ALT

FA

↑ discreto a moderado

associado a miopatia e

lipidose hepática

Hipotireoidismo

Diagnóstico

Dosagem de T4 pela técnica de radioimunoinsaio;

Dosagem de TSH (somente útil em Hipo 1ª)

Hipotireoidismo

Tratamento

Há disponíveis formas sintéticas de T3 e T4;

Levotireoxina sódica (L-tireoxina) tratamento de

escolha;

Dose de reposição inicial – 20-40µg/Kg/dia – em doses

divididas;

Terapia prolongada – mínimo de 3 meses

Hipotireoidismo

Resposta a Terapia

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo Revisando!!!!!!

Fonte: Gayton, 1996

Regulação da secreção tireoideana

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Hipertireoidismo

Ou Tireotoxicose – é um distúrbio multissistêmico que resulta de

concentrações circulantes excessivas de T4 e ou T3.

Constitui a endocrinopatia mais comum nos gatos domésticos, raro

em cães.

Hiperplasia adenomatosa (adenoma) funcional que afeta um ou

ambos os lobos tireoideanos constitui a causa mais comum de

hipertireoidismo felino.

Acomete gatos de meia-idade a idosos (média 13 anos, variando de 6

a 21);

Não existe predisposição racial ou sexual;

Os sinais clinicos se relacionam com a secreção excessiva dos

hormônios tireoideanos;

A gravidade dos sinais são altamente variáveis, sendo influenciados

pela duração da enfermidade, capacidade dos sistemas de lidarem com

as exigências impostas pelo excesso de hormônios, e pela presença

intercorrente no animal idoso.

Hipertireoidismo

medfelina.blogspot.com

Hipertireoidismo

QUEIXA PRINCIPAL polifagia e perda de peso crônico

Fonte: Reece, 2004

Sinais Clínicos

-Hiperatividade;

- Agressividade

- Fezes volumosas e

gordurosas.

- Se ICC Ascite

Achados Laboratoriais:

Hemograma

Policitemia relativa (leve a moderada);

Neutrofilia madura com linfopenia e eosinopenia – refletindo o

estresse;

Porém em alguns casos pode ocorrer – linfocitose e eosinofilia;

Bioquímico

ALT

AST

FA

LDH

Hipertireoidismo

Níveis aumentados

Achados inespecíficos

Se disfunção renal: ↑ Creatinina

↑ Uréia

Hipertireoidismo

DIAGNÓSTICO:

↑ T4 + SINTOMAS + PALPAÇÃO DA GLÂNDULA

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Hipertireoidismo

Tratamento

-Carbimazol – age inibindo os hormônios tireoideanos;

5mg/animal VO 8/8horas – 2 a 3 semanas, após reduzir a

dose para 2 vezes ao dia, para o resto da vida do animal.

Avaliação periódica

- Tireoidectomia

- Iodo radiativo

ADRENAIS

Fisiologia da glândula adrenal

HIPOTÁLAMO

HIPÓFISE

ADRENAIS

CRH

ACTH

cortisol

Hormônios Secretados

ADRENAIS

Glicocorticóide CORTISOL

Mineralocorticóide ALDOSTERONA

HORMÔNIOS SEXUAIS

ACTH

Renina

CRH ACTH ZONA FASCICULADA E RETICULAR CORTISOL

-Cortisol livre no sangue se liga a proteínas transportadoras –

globulinas:

- 75% se liga aTranscortina – CBG,

- 15% à Albumina e

- 10% livre – forma ativa do cortisol.

FUNÇÕES

- Proteção da excreção renal e

inativação hepática;

- Solubilidade hídrica ao cortisol;

- Armazenamento do hormônio

- Regular a disponibilidade do

hormônio para tecidos efetores.

Regulação do circuito supra renal

por retroalimentação negativa

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Funções dos Glicocorticóides (Cortisol e Corticosteróides):

-Imunossupressão

-Efeitos Antiinflamatórios

-Desaceleração da cicatrização

-Metabolismo: efeito catabólico (degradação)

-Gorduras – aumento da lipólise

-Carboidratos – aumento da glicogênese e glicemia

-Proteínas – equilíbrio nitrogenado negativo, perda de proteínas e Ca

da matriz óssea.

Cortisol é o principal representante dos glicocorticóides

Promove os seguintes efeitos biológicos:

promove a gliconeogênese hepática através do catabolismo lipídico

e proteico,

favorece secreção de ácido gástrico e fluxo sanguíneo em nível de

mucosa,

potencializa o efeito de catecolaminas (efeito b adrenérgico),

inibe a resposta inflamatória,

estimula o apetite,

inibe a liberação de gonadotrofinas, promove psiquismo normal e

estimula a produção de melanócitos (PETERSON, 1998,

CHASTAIN, 1997).

Funções do Mineralocorticóide (ALDOSTERONA):

Esteróides derivados do colesterol

Seu controle é independente da hipófise

Controlada pela Renina – ativada por hiponatremia, hipercalemia e

baixo volume do líquido extracelular.

-Minerais – aumenta reabsorção de Na

- aumenta a excreção de K e Ca

- diminui a absorção de Ca

HIPERADRENOCORTICISMO “Síndrome de cushing”

O hiperadrenocorticismo está associado com a produção

ou a administração excessiva de glicocorticóides;

Endocrinopatia mais diagnosticada em cães, sendo raro

em gatos;

Pode ser espontâneo ou iatrogênico.

Hiperadrenocorticismo Hipófise-dependente

Ocorre em 80% dos casos em cães e pela maioria dos

gatos com hiperadrenocorticismo de ocorrência natural;

Ocorre uma falha na retroalimentação negativa do cortisol

no ACTH.

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Hiperadrenocorticismo Adrenal-dependente

Ocorre em 15 a 20% dos casos em cães e gatos;

Geralmente causado por tumores adrenais uni ou

bilaterais (benignos ou malignos);

HIPERADRENOCORTICISMO IATROGÊNICO

Resultado da administração excessiva de glicocorticóide.

Cortisol exógeno → Sem sintese de AcTH → Sem sintese

de Cortisol pelas adrenais → atrofia de desuso

Hipoplasia bilateral.

SINAIS CLÍNICOS

Qualquer raça canina pode desenvolver, porém os

Poodles, dachshunds, yorkshire, jack russel parecem

representar maior risco de acometimento (hipófise-

dependente).

Tumores adrenais mais em raças maiores;

Gatos – não registrado nenhuma predisposição racial.

SINAIS CLÍNICOS

Ocorrência: cães de meia-idade a idosos (2 a 16 anos,

variação média de 7 a 9 anos);

Desenvolvimento progressivo lento – meses a anos;

Muitos proprietários consideram como envelhecimento

normal do animal.

SINAIS CLÍNICOS em ordem de frequência decrescente:

Polidipsia e poliúria

Polifagia

Distensão abdominal; hepatomegalia

Definhamento – fraqueza muscular

Letargia, má tolerância a exercícios

Alterações cutâneas

Alopecia

Anestro persistente ou atrofia testicular

Calcinose cutânea

Miotonia

Sinais neurológicos

Fonte: REECE, 2004

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Diagnóstico

Observação de histórico e sinais clínicos.

Hemograma, perfil renal, perfil hepático e urianálise.

Dosagem de ACTH e cortisol.

Radiografia abdominal.

Exame de ultrassonografia.

Tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Achados Laboratoriais

Hematologia:

Linfopenia

Eosinopenia

Neutrofilia

Monocitose

Eritrocitose

Bioquímica:

Aumento:

FA - ALT -

Colesterol

Lipemia

Glicose em jejum

Diminuição

Ureia

Achados Laboratoriais

Urianálise:

Densidade < 1.015

Glicosúria

Infecção do Trato urinário

Testes diagnósticos

Teste de supressão com baixa dose de Dexametasona – é utilizado para

confirmar o HAC.

Dosar cortisol sérico.

Administração de dexametasona (0.015 mg/kg IV ou IM).

O cortisol estará maior que 1 μg/dl, permanecendo assim até oito horas

após a administração de dexametasona nos cães normais.

No HAC hipofisário, 25% dos pacientes costumam diminuir a concentração

do cortisol abaixo do nível normal nas primeiras quatro horas e tornam-se

então maiores que o normal até completar oito horas da administração.

Teste de supressão com alta dose de Dexametasona – é usado para

diferenciar HAC hipofisário de adrenocorticotrófico.

Tratamento

Mitotane → provoca necrose seletiva das zonas fasciculada e reticurlar do

córtex adrenal.

50mg/kg/dia VO junto ao alimento – 7 a 14 dias de tratamento

Observar:

Consumo hídrico deve cair abaixo de 60 mL/Kg/dia

Aumento do número de linfócitos e eosinófilos

Manutenção – Mitotane 50mg/Kg – semana

Avaliação a cada 3 a 6 meses pelo resto da vida do animal.

Tratamento

TRILOSTANE → Bloqueia a produção de glicocorticoides. 1ª escolha Europa.

Menores os efeitos colaterais.

2 a 12mg/kg VO SID

Realizar testes clínicos, bioquímicos e estimulação de ACTH – 10, 30 e 90 dias

CETOCONAZOL Antifúngico que suprime a esteroidogênese. Opção aos dois

tratamentos citados. Altas doses – 5 mg/kg, VO. BID por 7 dias – avaliar a

tolerância e depois passar para 10mg/kg VO BID por 14 dias...avaliar... 15 a

20 mg/kg VO BID, após 14 dias nova avaliação...

Avaliação clínica, Fç hepática, teste de estimulação de ACTH.

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Pâncreas Endócrino 2% - Parênquima Ilhotas de Langerhans

Secretam:

Células β 70% - secretam insulina

Células α 20% - secretam glucagon

Células δ 5% - secretam somatostatina

Células F ou PP 5% - secretam polipeptídeo

pancreático

Ingestão de alimento aumento da glicose circulante Pâncreas libera

Insulina aproveitamento da glicose e transformação em glicogênio pelo

fígado

Animal em Jejum diminuição da glicose circulante Pâncreas libera

Glucagon degradação do glicogênio hepático e liberação de glicose

para o sangue.

Pâncreas Fígado

Estimula para insulina

Inibição para Glucagon

Estimula para Glucagon

Inibição para Insulina

A principal preocupação quando se menciona

obesidade é a diabetes mellitus, enfermidade cuja

incidência vem aumentando muito na clínica de

pequenos animais nas últimas décadas. Trata-se da

doença endócrina de maior incidência na clínica de

pequenos animais, alcançando um percentual de 25%

(PÖPPL; GONZÁLEZ, 2005).

O aumento na incidência desta patologia endócrina pode

estar associado à obesidade e também ao mau uso de

práticas nutricionais. Em gatos, a obesidade é o principal

fator na etiologia da resistência à insulina (NELSON &

COUTO, 1994). Ainda não foi comprovado que a obesidade

em cães possa progredir à diabetes mellitus, embora esteja

claro que ela determine profundas mudanças na

disponibilidade de glicose e secreção de insulina (HOENIG,

2002).

É um distúrbio metabólico dos carboidratos, proteínas e gorduras,

ocasionado por insuficiência relativa ou absoluta na secreção de

insulina e com diversos graus de resistência à insulina.

Alimento digestão Glicose ativa células β pâncreas Insulina

- Promove a captação de glicose pelas células

- Promove a formação de glicogênio

- Captação de Aa

- Síntese de Proteínas

- Captação de ácidos graxos

- Síntese de gorduras

Diabetes Mellitus

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Etiologia • Atinge cães e gatos;

• Tipo I – dependente de insulina (DMID)

• Tipo II – não dependente de insulina (DMNDI)

• Tipo III – redução da tolerância à glicose (RTG)

• Essa classificação não se mostra útil em veterinária; pois quase todos os cães e a maioria dos gatos com DM requerem insulinoterapia, independente da etiologia (DUNN, 2001).

Etiologia do diabetes mellito nos cães e gatos

Degeneração de células insulares primárias:

• Destruição de células insulares (auto-imune?)

• Pancreatite crônica

• Amiloidose

DM secundária:

• OBESIDADE – causando regulação descendente dos receptores insulínicos

• ANTAGONISMO À INSULINA

– Por meio de hormônios contra-regulatórios

• Hiperadrenocorticismo

• Excesso de GH induzido por: progesterona (cães); acromegalia; hipotireoidismo; hipertireoidismo

- Por terapia com drogas: glicocorticóides e progestágenos

Deficiência de insulina diminuição da utilização de glicose – Aa – Ác. Graxos

A não captação de glicose Hiperglicemia

Excede o limiar renal de reabsorção de

glicose

Diurese osmótica com perda de:

Glicose, eletrólitos e água urina

Catabolismo das gorduras acúmulo de

corpos cetônicos: Ác. Acetoacético

Ác. Β Hidroxibutírico

Acetona

CETOACIDOSE DIABÉTICA

CETOACIDOSE DIABÉTICA

Desidratação diurese osmótica

descontrolada

Desidratação + Acidose =

cuidados emergenciais

Sinais Clínicos

Cães de meia-idade (média de 8 anos);

Predisposição genética:

Samoieda, Poodle, Dachshunds;

Afetam mais cadelas inteiras;

Felinos – meia-idade a idosos;

Acomete mais machos

Sinais Clínicos

• Poliúria (aumento do volume urinário )

• Polidipsia (excessiva sensação de sede )

• Polifagia (fome excessiva )

• Perda de peso

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Sinais Clínicos

Fonte: Reece, 2004

Diagnóstico

• 4 sinais clínicos (poliúria, polifagia, polidipsia e perda

de peso)

• Presença de níveis elevados de glicose sanguínea

• Presença de glicose na urina

• Desde o momento em que é diagnosticada a

diabetes mellitus do tipo I, a insulina em aplicação

diária, é utilizada para o controle da enfermidade.

O alto nível de glicose sanguínea na diabetes produz glicose na urina e faz o

paciente urinar frequentemente pelo efeito osmótico nos rins

Diabetes Mellitus

. GLICOSÚRIA

. DENSIDADE VARIÁVEL – 1.015 A 1.045

. CETONÚRIA

. POLIÚRIA

. HIPONATREMIA

. CISTITE BACTERIANA

BIOQUÍMICA:

-Hiperglicemia (jejum)

-Hiperlipidemia

-Enzimas hepáticas (normalmente elevadas)

Tratamento

Dividido em – agudo da cetoacidose diabética

- estabilização do diabético descontrolado

Cetoacidose diabética

- Reposição hídrica e eletrolítica

Cloreto de Na a 0,9% inicialmente, depois alternado com

solução de Ringer lactato. Monitorar a produção urinária.

Tratamento Insulinoterapia

- dose baixa de insulina – 5 Unidades em 500 mL Ringer

velocidade 0,1 U/Kg/h – monitorar a glicose sérica a

cada 2 h.

- Injeção de insulina solúvel –

dividir uma dose de 1 Unidade/Kg e administrar ¼ IV e

¾ IM. Repetir a dose a cada 4 – 6 horas. Monitorar a

glicose sérica a cada 2 horas.

Tratamento Observar a necessidade de administrar:

-Potássio

-Fosfato;

-Bicarbonato

-Antibiótico

-Terapia dietética

-Insulinoterapia

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Causas da resistência à insulina

Obesidade

Hiperadrenocorticismo

Administração de glicocorticóide exógeno

Fase metaestral do ciclo estral

Administração de progestágenos

Hipotireoidismo

Hipertireoidismo

Manutenção de glicemia em níveis próximos do normal,

prevenindo a recidiva dos sinais clínicos e as complicações a

longo prazo;

Um programa alimentar e exercício - minimizar a

hiperglicemia.

Tratamento domiciliar