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Jornal DE LEIRIA Semanário Regional Director de Mérito José Ribeiro Vieira Director João Nazário Ano XXXII Edição 1704 Quinta-feira, 9 de Março de 2017 1,00 www.jornaldeleiria.pt PUBLICIDADE PUBLICIDADE Gestora de infantário de Leiria suspeita de desviar 120 mil euros Superninho Elsa Leitão, presidente da Supercoop, que gere um infatário nos Parceiros, é acusada pelos funcionários de utilizar dinheiro da instituição em bens pessoais Última Há solução e há dinheiro, parece faltar vontade para acabar com a poluição das pecuárias Ainda não há obra nem sequer ad- judicação, mas a Estação de Trata- mento de Efluentes Suinícolas (ETES) já custou mais de dois milhões de eu- ros, gastos em estudos, terrenos e con- sultoria técnica e adaptações na ETAR Norte. Os dados são avançados pelo próprio presidente da Recilis, David Neves, que recorda uma auditoria à empresa feita pela Inspecção-Geral de Finanças, segundo a qual “houve uma correcta gestão” do dinheiro público. Entretanto, o problema que se arrasta há décadas continua por re- solver. Págs. 4/7 Director da Escola Superior de Educação Rui Matos defende que o papel da escola tem de deixar de ser o ensino Desporto Quando os pais dos jovens atletas são os novos hooligans Pág. 30/31 Sociedade Idosos da Misericórdia de Leiria ganham novos “netos” Pág. 12 RICARDO GRAÇA Durante as jornadas pedagógicas organizadas pelo CCMI, o director da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais colocou em causa o actual sistema de ensino que, se- gundo referiu, promove a con- vergência e a repetição. Rui Matos defendeu ainda que nos ensinos básico e secundário “não devia haver classificações” e que o acesso ao ensino superior não de- veria estar dependente das notas mas sim da vocação dos estu- dantes. Pag. 15

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JornalDE LEIRIA

Semanário RegionalDirector de Mérito José Ribeiro VieiraDirector João NazárioAno XXXIIEdição 1704Quinta-feira, 9 de Março de 2017€ 1,00

www.jornaldeleiria.pt

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Gestora deinfantário deLeiria suspeitade desviar 120 mil eurosSuperninho Elsa Leitão, presidenteda Supercoop, que gere um infatárionos Parceiros, é acusada pelosfuncionários de utilizar dinheiro dainstituição em bens pessoais Última

Há solução e há dinheiro, parecefaltar vontade para acabar com a poluição das pecuárias� Ainda não há obra nem sequer ad-judicação, mas a Estação de Trata-mento de Efluentes Suinícolas (ETES)já custou mais de dois milhões de eu-ros, gastos em estudos, terrenos e con-

sultoria técnica e adaptações na ETARNorte. Os dados são avançados pelopróprio presidente da Recilis, DavidNeves, que recorda uma auditoria àempresa feita pela Inspecção-Geral de

Finanças, segundo a qual “houveuma correcta gestão” do dinheiropúblico. Entretanto, o problema quese arrasta há décadas continua por re-solver. Págs. 4/7

Director da Escola Superior de Educação

Rui Matos defende que o papel da escola tem de deixar de ser o ensino

DesportoQuando os paisdos jovens atletassão os novoshooligans Pág. 30/31

SociedadeIdosos daMisericórdia deLeiria ganhamnovos “netos” Pág. 12

RICARDO GRAÇA

�Durante as jornadas pedagógicasorganizadas pelo CCMI, o directorda Escola Superior de Educação eCiências Sociais colocou em causao actual sistema de ensino que, se-gundo referiu, promove a con-vergência e a repetição.Rui Matos defendeu ainda que nosensinos básico e secundário “nãodevia haver classificações” e que oacesso ao ensino superior não de-veria estar dependente das notasmas sim da vocação dos estu-dantes. Pag. 15

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2 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Radar

Imagem Viagem Tiago Baptista

Milagre só o de Fátima. Reduçãodo défice saiu do pêlo dosportuguesesMarcelo Rebelo de Sousa, Presidenteda República, Diário de Notícias

Houve um momento em quedecidi que o Mamede[Fernando] não era meu amigo eacabou aliCarlos Lopes, campeão olímpico,Tribuna Expresso

Olho clínicoCarlos PoçoA Misericórdia de Leiria,liderada por Carlos Poço,

convidou o Jardim-Escola Joãode Deus para parceiros numprojecto que, nos próximosquatro anos, irá juntar utentes dolar da instituição e criançasdaquele estabelecimento deensino. O objectivo é “fortificar”os laços intergeracionais epromover a troca de saberesentre mais e menos novos.

Hugo Menino AguiarEste pode ser um anomemorável para o

programa linguístico e culturalSpeak, liderado por Hugo MeninoAguiar. Depois de captarinvestimentos na ordem do meiomilhão de euros que vão permitirexpandir o conceito na Europa, acomeçar por Itália, onde játrabalha, o Speak acaba de serescolhido pelo Governo paraajudar os migrantes e refugiadosa aprender português e aintegrarem-se no País.

Adalberto CamposFernandes

O ministro da Saúde,Adalberto Campos Fernandes,envolveu-se pessoalmente nacontratação de cinco médicospara o Centro de Saúde daMarinha Grande. Apesar de tercontribuído para colmatar umproblema que se agravou no mêspassado, a falta de médicos aindanão está resolvida e continuam afaltar clínicos neste concelho.

Impressões

MargaridaVarela

Primeiro levaram os negros…Primeiro levaram os negros…

(Bertold Brecht)

Nos últimos dias fomos confrontados comdeclarações públicas que demonstram que amisoginia, o racismo e a homofobiaconstituem realidades ainda presentes no

mundo em que vivemos. O eurodeputado polaco deextrema-direita, Janusz Korwin-Mikke, afirmou, numdebate ocorrido no Parlamento europeu sobre adesigualdade salarial entre homens e mulheres, que“as mulheres devem ganhar menos do que os homensporque são mais fracas, mais pequenas e menosinteligentes”. Este indivíduo já anteriormente haviadeclarado que o direito de voto devia ser negado àsmulheres por estas terem menos conhecimento depolítica do que os homens e havia tambémquestionado a legitimidade das denúncias porviolação! Mas não são apenas as mulheres o alvo desteseu discurso abjeto. Já em 2012, o Parlamento o haviasancionado por este ter proferido comentáriosofensivos sobre os negros e em 2016 por ter comparadoa chegada dos imigrantes à Europa a um “despejo deexcrementos”… Korwin-Mikke é também um adeptoda pena de morte… É assustador que um homem quedefende publicamente estas “ideias” tenha sido eleitopelo povo polaco como eurodeputado. Em Portugal, ofadista João Braga, reportando-se ao facto de ter sidoatribuído o Óscar de melhor filme a “Moonlight”,escreveu na sua página do facebook que “…agora bastaser-se preto ou gay para ganhar óscares”.Posteriormente, reagindo às críticas que estecomentário provocou, o mesmo João Braga escreveu“Chiça, que os herdeiros de Estaline são mesmoavessos à liberdade de expressão”. A postura destes“personagens” é profundamente repugnante,dispensando-nos quaisquer outros comentários. Étambém óbvio que a aberração destes dislates nãopode ser legitimada em nome de uma qualquerliberdade de expressão. Não são meras opiniões. São

puras manifestações de ódio contra as mulheres, osnegros, os homossexuais e os imigrantes. São formasintoleráveis de discriminação. E não representam sequermeros casos isolados uma vez que atualmente pululamem crescendo e por todo o lado movimentos e discursosracistas e xenófobos. Basta lembrar Marine Le Pen e a suaposição na grelha de partida às presidenciais em França! Épois um imperativo ético e político lutar contra todas asmanifestações de ódio e discriminação, mesmo quandonão somos por elas diretamente atingidos! É a únicaforma de evitar que o mundo onde vivemos caia nabarbárie mais violenta. É que o alheamento é tambémuma forma de assentimento e colaboração! Parece-meassim adequado que, neste contexto, se transcreva umpoema de Bertold Brecht – aliás muito divulgado nasredes sociais - que já então alertava para o perigo deindiferença:“Primeiro levaram os negrosMas não me importei com issoEu não era negro

Em seguida levaram alguns operáriosMas não me importei com issoEu também não era operário

Depois prenderam os miseráveisMas não me importei com issoPorque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregadosMas como tenho meu empregoTambém não me importei

Agora estão-me levandoMas já é tarde.Como eu não me importei com ninguémNinguém se importa comigo”.

AdvogadaTexto escrito de acordo com a nova ortografia

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 3

Dois juízes valem no mercado omesmo que um gravadorOrlando Afonso, juiz-conselheirojubilado do Supremo Tribunal deJustiça, Visão

Sou um bocado canibalJúlio Pomar, artista, E

Portugal é um país óptimo para crianças e paravelhosXavier Rodríguez-Martín, antigo presidente da Oni,Observador

Sinto-me o palhaço que toda agente quer ver e ninguém ajudaFábio Paim, jogador de futebol,Sábado

Fórumdasemana Editorial

Ainiciativa IPL Indústria, que em apenas trêsanos conseguiu triplicar o número de bolsasde estudo suportadas por empresas, é,inquestionavelmente, um projecto bem

desenhado e que trará mais valias para todas aspartes envolvidas.Por um lado, é mais um passo na aproximaçãoentre a academia e o tecido empresarial,fortalecendo uma relação determinante para odesenvolvimento da economia e do ensinosuperior desta região, por outro, incentiva osalunos a trabalharem para alcançarem bomdesempenho, apoiando financeiramente osmelhores. Há ainda a realçar o aumentar deatractividade de cursos, principalmente dasengenharias, que têm tido pouca procura face ànecessidade que a indústria tem de recursoshumanos qualificados nessa área.Para lá das mais-valias referidas, esta iniciativa étambém importante por poder servir de exemplonum País onde o mecenato é uma prática poucocomum, para não dizer rara, ao contrário do queacontece nos países anglo-saxónicos, onde boaparte da investigação, dos projectos culturais e daactividade das universidades é financiada pelosector privado.No fundo, além de ser uma afirmação deresponsabilidade social, fazendo retornar parte dosganhos à comunidade que os ajudou a alcançar, étambém uma forma de contribuir para umasociedade mais desenvolvida e evoluída que, emgeral, é o suporte das economias mais fortes.

Outro projecto interessante de que o Jornalde Leiria dá conta nesta edição é o Conta-me como era, aprende como é, promovidopela Misericórdia de Leiria e pelo Jardim-

Escola João de Deus, que junta crianças e idososnum programa intergeracional. Mais uma iniciativa que merece ser replicada, pois,como no caso do IPL Indústria, todos osintervenientes ficam a ganhar. As crianças têm aoportunidade de desenvolver os seus valorescívicos e humanos, ao mesmo tempo que poderãoaprender com quem, fruto de um longo percursode vida, tem muito que contar. Os mais idososrecebem o carinho e a atenção de que tantonecessitam, desfrutando de momentos de convívioque lhes trarão motivação e alegria.Numa época em que tanto se fala do isolamento edo abandono dos mais idosos, vistos por muitoscomo um peso, este projecto aparece a relembrarque todos têm direito a viver dignamente até aoúltimo dia de vida, recuperando, até, a memóriados tempos em que os mais velhos eram as pessoasmais importantes e sábias das comunidades.

Infelizmente, há pessoas que não têm aoportunidade de saber como é a velhice, sendochamadas para qualquer outro lugar fora desteMundo em idades precoces, na flor da vida.

Foi nesta falta de lógica em que vivemos que foiapanhada a drª. Ana Almeida, secretária-geral daACILIS – Associação Industrial e Comercial deLeiria, Batalha e Porto de Mós, uma perda grandepara o comércio destes concelhos, mas umatristeza enorme para todos quantos a conheciam ea admiravam pela sua tenacidade, integridade,simpatia e carácter. Era tão fácil ser amigo delacomo agora é difícil ter conhecimento da suapartida.O Jornal de Leiria envia à sua família, à famíliaACILIS e a todos os seus amigos um abraço desolidariedade neste momento de profunda tristeza.

João Nazário

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal(BdP), tem estado debaixo de fogo desde areportagem da SIC "Assalto ao Castelo", sobre aqueda, nacionalização do Banco Espírito Santo(BES) e as “relações perigosas” entre aqueleresponsável e Ricardo Salgado, antigopresidente da instituição bancária. O PCP e oBloco de Esquerda defendem a demissão dogovernador do BdP, mas António Costa recusaessa hipótese. Carlos César, líder parlamentarsocialista, admitiu que os novos dados queindiciam uma acção tardia de Carlos Costa no

Quecomentárioslhe mereceeste assunto?

caso BES constituem "objecto de reflexão",confirmando "falhas significativas" da função desupervisão daquele órgão. "Só se cumprir o meumandato salvaguardo a independência do Bancode Portugal", afirmou Carlos Costa em entrevistaao jornal Público, de ontem, quarta-feira.Quando questionado acerca de uma possível“demissão pelo Governo”, disse que as relaçõesque tem com o órgão executivo, "do ponto devista institucional", não lhe permitem "imaginaruma situação dessas".

Existe a protecção do estatuto de independênciaque o BCE atribui ao cargo exercido por CarlosCosta. E a verificação prática levada a cabo pelosupervisor europeu tem de confirmar as suspeitaslevantadas pela reportagem. Evitar a situação deconflito entre Portugal e as instituições europeias éa melhor opção. No entanto, se o regulador nãoagiu com a celeridade pedida e não esteve atentoao sistema financeiro, devem o FMI e BCE, emconjunto com o Governo, investigá-lo e apurarresponsabilidades.

Condições tem de ter. Só seCarlos Costa se demitir é quesairá do Banco de Portugal, umavez que esta instituição é, cadavez mais, o “banco da Europa”em Portugal. Há regras básicasque vão além de um simplesmandato com o governoportuguês. António Costa tem deperceber que terá de haver umaconvivência com Carlos Costa,tal como a que existe com oPresidente da República.

José AdelinoMaltez,politólogo eprofessor deCiência Política

O governador está numa posiçãomuito difícil. Não se podem atribuiras culpas todas à auditora, mas temalgumas. O Banco de Portugal égerido por Carlos Costa, que ficou,de facto, com uma posição muitofrágil. Mas não basta mudar ogovernador, é preciso reestruturar ainstituição, caso contrário as coisasnão mudarão.António

Lucas, ex-presidenteda Câmara daBatalha

AndréNogueira,advogado

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa,foi reconduzido pelo anterior governo PSD/CDS,por insistência do então primeiro ministro PassosCoelho. O Partido Socialista opôs-se. As sucessivasfalhas significativas no sistema financeiro são hojeevidentes. Carlos Costa, ao não agir de forma célerepara travar os desmandos das instituiçõesbancárias, colocou em causa o interesse público eperdeu a confiança do portugueses. A credibilidadeda supervisão bancária ficou fragilizada. Ora, sendoo cargo de governador exercido em regime deinamovibilidade deve Carlos Costa tirar as ilaçõesdevidas e as responsabilidades da sua acção.

Odete João,deputada do PS

O governador, sabendo o que sei, poderia teractuado mais cedo no caso BES. Mas, na altura,será que teria condições para colocar em causa aliderança do BES? O relatório do BPI a denunciarum concorrente não deve ser a base de um juízo deactuação com o concorrente. Não gosto de versubstituições a meio de mandatos, como não gostode ver substituições nas administrações dosbancos, a menos que exista algo muito grave.

João Duque,economista

Projectos e tristezaO governador do Banco de Portugal tem condições para continuar o mandato?

Face aos dados que têm vindo apúblico, não existe qualquerdúvida de que se tivesse bomsenso o governador do Banco dePortugal ter-se-ia demitido. Elepróprio já percebeu que os errosque cometeu enquanto líder dainstituição supervisoraprejudicaram a imagem do BdP edo próprio País. Vitorino

Vieira Pereira,advogado

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4 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Abertura

Foi nos anos 70 e na década seguintedo século XX que as suiniculturascomeçaram a surgir em força ao longoda bacia hidrográfica do Lis

Década de 70

1994

20002003

2003

Inauguradas as ETAR da Bidoeira eRaposeira, que iriam tratar osefluentes suinícolas da região.Custaram cerca de 2,5 milhões deeuros, mas seriam desactivadas trêsanos depois.

Assinado um protocolo decooperação entre os Ministérios doAmbiente e da Agricultura,associações de suinicultores e demunicípios e Simlis que previa uminvestimento de 35 milhões

Criação da empresa Recilis, detidapor suinicultores e/ou outrasempresas da fileira e com participaçãosimbólica da Associação deMunicípios da Alta Estremadura.Neste ano, nasce também a Comissãode Ambiente e Defesa da Ribeira dosMilagres

A Praia da Vieira, na Marinha Grande,é interdita a banhos durante algunsdias na sequência de uma fortedescarga suinícola num afluente doLis

ETES já custou maisde dois milhões… E ainda não há obraLeiria A obra ainda não começou nem sequeradjudicada, mas a Estação de Tratamentos EfluentesSuinícolas (ETES) já custou mais de dois milhões deeuros, gastos em estudos e terrenos. Cerca de 1,3 milhõesde euros são dinheiro público

Maria Anabela [email protected]

� Ainda não há adjudicação e, muitomenos, obra feita, mas a Estação deTratamento dos Efluentes Suinícolas(ETES) do Lis, a construir em Amor, jácustou mais de dois milhões de euros.Os números são assumidos e expli-cados por David Neves, presidente daRecilis, empresa que detém 100% daValoragudo, a entidade promotorada ETES.

Em entrevista ao JORNAL DE LEI-RIA (ver páginas 6 e 7) o dirigente as-segura que, até ao momento, a Reci-lis recebeu 1,3 milhões de euros de di-nheiro público e revela que o proces-so da ETES já ultrapassou os doismilhões de euros: “739 mil eurospara terrenos, 300 mil para estudos e420 mil para assistência técnica”dada pela antiga Simlis.

A essas verbas, junta-se uma par-cela superior a meio milhão de eurosinvestida na ETAR Norte para que a es-trutura, construída para esgotos do-mésticos, pudesse também receberefluentes suinícolas, quer enquanto aETES não entrasse em funciona-mento quer depois, para servir asexplorações agro-pecuárias daquelazona. Só que, apesar de ter capacida-de para tratar diariamente até 280 me-

tros cúbicos de efluente, a médiadiária anda muito longe desse limite,sendo que, ano passado, rondou os80 metros cúbicos e, segundo dadosa que o JORNAL DE LEIRIA teveacesso, houve muitos dias sem qual-quer descarga.

Há ainda a somar 2,5 milhões deeuros investidos em duas ETAR – Bi-doeira e Raposeira – inauguradas em1994 e que nunca funcionaram empleno. Isto porque as soluções técni-cas adoptadas, com recurso a tecno-logias obsoletas e que implicavamcustos de exploração astronómicos,acabaram por levar à sua desactiva-ção.

“Gastou-se muito dinheiro e não hásolução. É preciso saber para onde foio dinheiro. Estamos a falar de mi-lhões”, acusa o presidente da Câma-ra da Batalha, Paulo Batista Santos,que defende o apuramento de res-ponsabilidades, quer através das“instâncias judiciais” quer de umaeventual comissão parlamentar.

Em entrevista ao JORNAL DE LEI-RIA, o presidente da Recilis recordaque a Inspecção-Geral de Finanças jáfez uma auditoria à empresa e con-cluiu que “houve uma correcta ges-tão do dinheiro público”.

Prorrogação é “manobra dilatória”O líder do município da Batalha estáentre os autarcas e ambientalista daregião que reagiram sem surpresa amais um adiamento do início daconstrução da ETES, prorrogaçãoesta que surge num momento emque, de acordo com o contrato de fi-nanciamento, a obra já deveria estarem fase de conclusão. A Recilis justi-fica o pedido de prorrogação com anecessidade de “validar” questões re-lacionadas com a “viabilidade” e“sustentabilidade económica” doprojecto, mas o argumento parece nãoconvencer.

Paulo Batista Santos fala em “maisuma manobra dilatória” protagoni-zada por “quem não quer que a obrase faça” e ameaça mesmo recorrer àsinstâncias judiciais para apurar res-ponsabilidades, acusando a Recilis de“não querer verdadeiramente resol-ver o problema”. Para já, e na se-quência da notícia avançada na últi-ma edição do JORNAL DE LEIRIA so-bre a prorrogação do prazo para o iní-cio das obras da ETES, aquele muni-cípio anunciou que irá solicitar umareunião “urgente” da comissão deacompanhamento da ETES do Lis, daqual fazem parte as Câmara da Bata-lha, Leiria e Porto de Mós e repre-

250mil é o actual efectivo suinícolaexistente na área de intervençãoda Recilis (concelhos de Batalha,Leiria e Porto de Mós e parte dePombal), o que representa 16 a17% da produção nacional

2,5 milhões de euros foi quantocustaram as ETAR da Bidoeira eda Raposeira, construídas em1994 para tratar o efluentesuinícola mas que acabaramdesactivadas sem nuncafuncionarem em pleno

O número

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 5

20082008 2014

20152015

Anunciada a escolha de Amor para aconstrução da ETES, o que motivouforte contestação da população local.A ETES chegou a ser apontada para osMilagres e Marrazes

ETAR Norte começa a receberefluentes suinícolas; o projecto inicialprevia que a estrutura pudesse tratar280 metros cúbicos mas isso nuncafoi atingido

Assinado o contrato de financiamentopara a construção da ETES quegarante apoio público no valor denove milhões de euros e que previaque a obra ficasse concluída em 2017

Lançado o concurso públicointernacional para a concepção econstrução da ETES, concluído emMarço do ano passado com a entregade uma única proposta

A Valoragudo, entidade detida a 100%pela Recilis, pediu a prorrogação doprazo para o início da construção daETES, num momento em que a obrajá devia estar em fase de conclusão

RICARDO GRAÇA

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Assunção Cristas mantém optimismo“Nunca estivemos tão perto de uma solução”Em Dezembro de 2014, a entãoministra da Agricultura, AssunçãoCristas, vinha a Leiria para, qualprenda de Natal antecipada pararegião, entregar o contrato definanciamento da construção daEstação de Tratamento deEfluentes Suinícolas (ETES).Garantiam-se, assim, novemilhões de euros a fundo perdidopara uma obra que rondará os 21milhões. “Na anedota, o livro deMatemática diz ao de Português:'não me venhas com histórias queeu já estou cheio de problemas'.Aqui temos um problema. Vamosdeixar-nos de histórias e resolvê-lo”, disse a então ministra,considerando que o contrato definanciamento era um passo“estruturante” para a resolução deum problema que se arrasta hádécadas. Dois anos depois, a agoradeputada eleita por Leiria e líderdo CDS-PP mantém o optimismo.

“Acredito que ainda é possível queo processo chegue a bom porto.Nunca estivemos tão perto disso.Enquanto estive no ministérioconseguimos aprovar umacandidatura a fundoscomunitários para financiar aobra. As questões legais com oconcurso público ficaramultrapassadas e criou-se umacomissão de acompanhamento”,recorda a antiga ministra. Emdeclarações ao JORNAL DELEIRIA, Assunção Cristasconfessa, no entanto, que“qualquer coisa que atrase o fim”do processo, como aprorrogação do prazo para oinício da obra, lhe provoca“desconsolo”. “Lutei muito peloprojecto. Sei da dificuldade queenvolve, mas espero que não depare agora, porque nuncaestivemos tão perto de umasolução”.

sentantes dos Ministérios do Am-biente e da Agricultura, da Águas doCentro Litoral, da BE Water e da Va-loragudo.

“Este adiamento é grave, inexpli-cável e escandaloso. É mais um ex-pediente para adiar a resolução de umproblema grave”, acusa Paulo Batis-ta Santos, que teme que a nova pror-rogação de prazo ponha em causa ofinanciamento comunitário para oprojecto. Se isso acontecer “serãonove milhões de euros que Portugalterá de devolver a Bruxelas porquenão podem ser alocados a outrosprojectos” e, aí sim, a ETES será “in-viável”, adverte o autarca. Essa é, no

entanto, uma hipótese afastada pelopresidente da Recilis, que asseguraque os novos prazos foram “acorda-dos com o PRODER e que há condi-ções para fechar o processo” a tempode impedir a perda do apoio.

“Há sempre mais umadesculpa”Quem não acredita que uma dia aETES será uma realidade é Rui Cres-po, presidente da Comissão de Am-biente e Defesa da Ribeira dos Mila-gres, que sustenta o seu pessimismono historial do processo. “Quantosprotocolos já foram assinados e quan-tas datas para início do funciona-

mento da ETES foram anunciadas?Primeiro era em 2005, depois 2009,2013, 2015… Este novo adiamentonão me surpreende minimamente. Ossuinicultores não querem pagar otratamento. Ponto. É muito mais ba-rato deitar na ribeira ou espalhar noscampos”, afirma o dirigente, queaponta o presidente da Recilis como“o principal responsável” pelo pro-telamento do processo.

Sem querer identificar culpados eadmitindo “não ter motivos para du-vidar da boa fé dos intervenientes”,o presidente da associação ambien-talista Oikos lamenta “mais um atra-so”. Enquanto isso, “há toda uma re-

gião a sofrer”, não só com os custosambientais, mas também ao nívelda “imagem” e da “saúde pública”.“Um dia alguém terá de prestar con-tas. Será que a saúde pública não émais importante do que os dividen-dos económicos?”, questiona MárioOliveira.

Raul Castro, presidente da Câ-mara de Leiria, autarquia que, noano passado apoiou a realizaçãona cidade da Gala Porco d'Ouro,acredita que é possível “estar dosdois lados”. Ou seja, na defesa dosector e do ambiente. Diz aindaacreditar que ainda há condiçõespara que a ETES venha a ser uma

realidade, permitindo “melhorarainda mais a qualidade ambientaldo concelho”. Menos optimista estáJoão Salgueiro, presidente da Câ-mara de Porto de Mós, para quem apresente prorrogação do prazo é“mais uma manobra a para adiar oprocesso”. “Há sempre mais umadesculpa e muitos responsáveis, acomeçar pela associação de suini-cultores. Os autarcas e elementosdos sucessivos governos tambémterão algumas culpas no cartório”,assume João Salgueiro, admitindoque para o concelho “a ETES jávem tarde, face ao encerramento detantas suinicultura”.

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6 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Entrevista

“As suiniculturas nãosão o único agentepoluidor na região”

David Neves O presidente da Recilis diz que é com“grande frustração” que olha para o arrastar do processo da ETES (Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas) e frisa o “empenho” do sector na resolução do problema

Maria Anabela [email protected]

� A Recilis solicitou a prorrogaçãodo prazo para o início das obras daETES, justificando o pedido com anecessidade de avaliar aspectosrelacionadas com a sustentabili-dade do projecto. Por que é que es-sas questões aparecem nesta fase,quando a obra já devia estar emconclusão?Se fosse um projecto simples, hámuito que estaria concluído. Quan-do foi lançado o concurso público,havia a expectativa que apareces-se uma diversidade de soluçõestécnicas e de concorrentes. Váriasempresas levantaram o caderno deencargos, mas só surgiu uma pro-posta. Foi preciso validá-la em to-das as vertentes. Do ponto de vis-ta técnico, não nos oferece grandesdúvidas. Ao nível da sustentabili-dade económica é que há questõesa limar. Podíamos simplesmenteconstatar que não há dinheiro parapagar e rejeitar a proposta. Mas,tendo em conta a sua valia técni-ca, entendemos que há condiçõespara a melhorar. É isso que esta-mos a fazer, tentado encontraruma solução que permita viabilizaro investimento. Sempre defende-mos uma solução com uma tarifaque o sector consiga incorporar nosseus custos. Caso contrário, deixade ser solução.As questões agora levantadas nãoforam acauteladas em sede de ca-derno de encargos e de estudoeconómico-financeira?Foram vistas ao nível dos elemen-tos essenciais do concurso, quetêm a ver com o investimento ecom a tecnologia adoptar para tra-tar o efluente. Há depois a com-ponente relacionada com a explo-ração e manutenção da estrutura.A opção apresentada tem custos deexploração muito elevados. Esta-mos a tentar perceber, por exem-plo, se ao nível dos reagentes, que

representam um custo significati-vo, há no mercado alternativaàqueles que estão na proposta.Queremos também a avaliar se épossível ajustar o processo de con-servação e manutenção da estru-tura ao longo dos 25 anos. Estamospróximos de um ponto de equilí-brio. Acredito que há condiçõespara fechar o processo, com a ad-judicação, até 30 de Abril.O que está em causa é o valor da ta-rifa a pagar pelos suinicultores?É. A solução tecnológica apresen-tada implica um processo de ex-ploração, com recurso a determi-nados consumíveis, que remetepara custos muito acima do valorque o sector tem capacidade parapagar. Estamos a aproximar-nosde um ponto de equilíbrio.Mas outros sectores têm de incor-porar os custos ambientais...Os suinicultores não fazem o pre-ço daquilo que vendem. Não ven-dem pelo valor que querem, maspelo preço que o mercado lhespaga. Noutras zonas do País e, so-bretudo, em Espanha há preocu-pações diferentes das que legiti-mamente existem na região deLeiria. Não podemos perder com-petitividade face ao resto do mer-cado, sob pena de o sector desa-parecer. Se onerarmos os custos deprodução de forma a que o sectornão liberte margem, as empresasque tenham estrutura e capacida-de poderão sair de Leiria. Outrasencerrarão. Essa deslocalizaçãoporia em risco um conjunto depostos de trabalhos e teria impac-tos no tecido sócio-económico.Daí, o envolvimento dos municí-pios no projecto e na busca de so-luções. Há quem acuse os municípios deestarem mais preocupados com aquestão económica do que com aambiental.É uma crítica infundada. Não exis-te ambiente sem economia e vice--versa. A actividade pecuária não é

incompatível com o bom desem-penho ambiental. As suiniculturasnão são o único agente poluidor naregião. Notamos nos autarcas umagrande vontade de, por um lado,resolver o problema ambiental e,por outro, pugnar pela manutençãodo sector. Diz que o sector não é o únicoagente poluidor, mas quando olha-mos para os níveis de poluição dabacia hidrográfica percebe-se quehá uma componente muito fortede contaminação orgânica.Isso é indiscutível. Mas, se olhar-mos com detalhe para a monitori-zação que tem vindo a ser feita pelaassociação ambientalista Oikos,vemos que há uma melhoria das li-nhas de água. Por outro lado, hápontos de monitorização onde nãoexistem suiniculturas mas queapresentam níveis de contamina-ção superiores a outros onde há pe-cuárias. Não estou a ilibar o sectorde responsabilidades. A nossa con-vicção é que, mesmo resolvendo oproblema das suiniculturas, nãovamos ficar com as linhas de águadespoluídas. O sector tem servidopara, ao longo dos anos, ocultar edesviar a atenção de outras situa-ções.Quer concretizar?Não se trata disso. Temos de serpró-activos. A questão do am-biente diz respeito a todos. Ne-nhum sector, a começar pela sui-nicultura, tem o direito de pôr emcausa o futuro das gerações. E oambiente é um eixo fulcral. Os sui-nicultores têm feito um trabalhomuito grande a esse nível. A ques-tão é que se mediatizou muito aproblemática de Leiria, mas há ou-tras bacias com produção suiníco-la com problemas tão ou mais gra-ves do que os da região. Com o arrastar do processo não háo risco de quando, e se for, cons-truída, a ETES já não ser necessá-ria ou já estar desactualizada?A proposta apresentada no con-

curso preconiza tecnologia recen-te. Estes últimos anos não forammuito prósperos ao nível do de-senvolvimento de tecnologia nes-ta área. Por um lado, é mau, porquesignifica que não houve grandeevolução. Por outro, há a vantagemde as tecnologias a adoptar já es-tarem perfeitamente testadas.Quanto ao risco de desapareci-mento do sector, recordo que, des-de que foi lançado, o projecto teveem linha de conta as mudançasque o sector ia sofrendo. Apesar dea ETES ainda não ter sido cons-truída, não significa que tenha-mos estado parados. Quando falá-mos da ribeira Milagres, grandeícone desta questão, percebemosque houve uma evolução conside-rável. Hoje, já temos água limpa epeixes na ribeira dos Milagres. Não haverá tantas descargas deefluentes nas linhas de água comohouve no passado, mas há o espa-lhamento dos efluentes suinícolasnos campos do Lis, às portas da es-tância termal de Monte Real.A valorização agrícola dos efluen-tes pecuários é hoje uma práticacorrente em todo o mundo. Esta-mos a devolver à terra algo que saiu

Mesmoresolvendo oproblema dassuiniculturas, nãovamos ficar comas linhas de águadespoluídas. Osector temservido para, aolongo dos anos,ocultar e desviar aatenção de outrassituações

Em destaque

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 7ENTREVISTA COM O APOIO DE:

RICARDO GRAÇA

� Quanto é que a Recilis já recebeu dedinheiros públicos para o processo daETES? Fala-se em milhões…A Recilis recebeu um subsídio de 1,3milhões de euros. Já houve uma au-ditoria da Inspecção-Geral de Fi-nanças que concluiu que houve umacorrecta gestão do dinheiro público,que veio mediante a entrega de com-provativos, controlado até ao últimocêntimo. Até ao momento, o proces-so da ETES já custou mais de dois mi-lhões de euros.Onde foi gasto esse dinheiro?Em terrenos gastámos 739 mil eurose em estudos cerca de 300 mil euros.A estas verbas acrescem quase 420mil euros para a Simlis no âmbito daassistência técnica dada ao projectoe 551 mil euros relativos à nossa par-ticipação na ETAR Norte. Já vierammilhões de euros para a despoluiçãoda bacia hidrográfica do Lis. Há ten-dência de atribuir esses milhões àssuiniculturas. Não é verdade. Foi di-nheiro bem aplicado nos sistemas desaneamento. Os resultados estão àvista com a melhoria da qualidade dabacia hidrográfica. Mas a verba respeitante à Simlis ain-da não foi liquidada?A dívida está assumida, mas aindanão está liquidada. Será regularizadanos termos definidos em protocolo,sendo que será paga com a explora-ção de todo o processo. Como é que se sente por, passado to-dos estes anos, o problema continuarpor resolver?Cheguei ao processo em 2000 e en-volvi-me não só por ser dirigenteassociativo e por estar ligado ao sec-tor, mas também como cidadão e pelaobrigação de pugnar pelo melhorpara as nossas gerações. A primeirasensação é de grande frustração. Ha-via duas opções: ou desistir ou con-tinuar a acreditar que é possível che-gar a bom porto. Projectos estrutu-rantes como este não podem viver aosabor de um qualquer governo. Nãosão de direita nem de esquerda. De-vem ser inseridos numa estratégia na-cional, que não pode mudar só por-que mudam os actores políticos.Cada vez que muda o governo, co-meçamos tudo de novo.Nestes anos, mudaram os Gover-nos, os secretários de Estado, os go-vernadores civis, que até acabaram,e os autarcas. Só os interlocutoresdos suinicultores se mantêm.Já, por várias vezes, senti vontade dejogar a toalha ao chão. É frustrantepercebemos o trabalho que tem vin-do a ser feito e só vermos eco das des-cargas. Na ribeira dos Milagres pas-sámos de 11 milhões de coliformes fe-cais, registados em 2003 e 2004,para pouco mais de 100 mil. Mas issonão é notícia. Só é notícia quando, es-poradicamente, alguém faz uma as-neira e comete um crime.

da terra. O efluente suinícola érico em fósforo e azoto, nutrientesque, se não entrarem nos campospor esta via, entrarão através dequímicos. No entanto, esta é umasolução que não se pode prolongarad eternum nem ser usada de for-ma descontrolada. Temos feitoanálises e até hoje não encontrá-mos situação complicadas. O pro-blema dos efluentes é que têmmá cor e mau odor. Isto é compli-cado aqui e em qualquer parte domundo. Mas se os agricultores nãofizeram utilização deste fertiliza-dor agrícola, vão fazê-lo com fer-tilizantes minerais. Não se vê nemse cheira, mas do ponto de vistaambiental terá consequências maisgraves. Fala-se muito dos efluen-tes suinícolas no vale do Lis, masignoram-se os montes de lamas,provenientes não sei de onde, queaí são espalhados. A ETAR Norte tem capacidadepara tratar, diariamente, até 280metros cúbicos (m3) de efluentesuinícola mas, no ano passado, amédia rondou os 80 m3. A que sedeve esta baixa utilização?Temos vindo a aumentar a utili-zação da capacidade instalada. Há

duas semanas, pela primeira vez,ultrapassamos os limites previstos.A ETAR Norte tem um problematécnico na recepção do efluente,identificado desde o primeiro dia.Quando o efluente é menos liqui-do, há dificuldade em descarregá--lo. Isso obriga-nos ao seu trans-porte para a unidade da Bidoeira,onde é feita a separação do efluen-te líquido e sólido. Depois, volta acarregar-se e leva-se para a ETARNorte. Por aqui se percebe tambémo empenho que temos no proces-so, porque isto acarreta custosmuito elevados.Se o problema está “identificadodesde o primeiro dia”, por que éque ainda não foi resolvido?Não sabemos porque é que estaquestão não foi prevista aquandoda construção da ETAR. A resolu-ção do problema implica que fa-çamos um investimento de algumamonta em instalações que não sãonossas, mas que está previsto noâmbito do projecto da ETES. Este éum projecto 100% privado, comuma comparticipação pública. Asua gestão tem de ser muito cui-dadosa para não ficarmos com umelefante branco.

Seria mais um a juntar às ETAR daRaposeira e da Bidoeira, que nun-ca funcionaram.E, fora do sector, temos mais ele-fantes brancos. Nos casos referidoso investimento inicial foi desajus-tado e desregrado, mas o sectorteve de assumir as estruturas. Noprocesso da ETES, provavelmente omais fácil é adjudicar e fazer a obra.Depois, andamos durante um tem-po em festa. É a festa da adjudica-ção e as festas de lançamento da pri-meira pedra e da inauguração. Veja-se o exemplo dessas ETAR. Foraminauguradas, com pompa e cir-cunstância, em 1994, mas nuncatrabalharam. Há outro exemplo naregião: uma unidade que se ini-ciou em Caldas da Rainha, onde semeteram uns milhões de euros dedinheiro público, mas que nunca ar-rancou. Serviu para fazer a festa,mas não serviu para tratar os efluen-tes dos suinicultores e o problemada Lagoa de Óbidos mantém-se.Em Leiria já podíamos ter feito oque se fez naquela zona, que seriadesistir da ideia. Mas não desisti-mos. Queremos que o sector conti-nue a ter importância e resolver opassivo ambiental.

Natural dos MilagresInfância passadajunto à ribeiraNatural da aldeia do Casal daQuinta, freguesia de Milagres,David Neves cresceu a centenas demetros da ribeira dos Milagres,onde, em menino, brincou, comotantas outras crianças da povoação.Oriundo de uma família comnegócios em torno da suinicultura,diz que se envolveu no processo deprocura de soluções para otratamento dos efluentes tambémpela “obrigação de pugnar pelomelhor para as nossas gerações”.Chegou ao processo em 2000, naqualidade de presidente daAssociação de Suinicultores deLeiria, cargo que ainda mantém,acumulando com a presidência doConselho de Administração daRecilis, empresa criada em 2003para a construção da ETES (Estaçãode Tratamento de EfluentesSuinícolas). Lidera ainda a Ambilis –Recolha e Tratamento de Resíduose é vice-presidente da FederaçãoPortuguesa de Associações deSuinicultores.

Processo da ETES

“A Recilis recebeuum subsídio de 1,3milhões de euros”

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8 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Sociedade

Aldeias do distrito de Leiria querem serMaravilha de PortugalTurismo Está de volta o concurso que elege os destinosmais populares no território português. Na lista já constamo castelo de Óbidos, os mosteiros da Batalha e de Alcobaça,as grutas de Mira de Aire e o arroz de marisco da Praia da Vieira

Cláudio [email protected]

� Quantas Maravilhas de Portugalcabem no distrito de Leiria? Jáexistem cinco, eleitas desde 2007,mas Pia do Urso, Casal de São Si-mão e Ana de Aviz querem juntar-se à lista, onde constam o castelode Óbidos, os mosteiros da Bata-lha e de Alcobaça, as grutas deMira de Aire e o arroz de mariscoda Praia da Vieira. A nova ediçãodo concurso apoiado pelo Gover-no é dedicada às aldeias. E até às23:59 horas de 14 de Março, prazolimite, são esperadas centenas decandidaturas com origem do nor-te ao sul do País.

Pia do Urso, no concelho da Ba-talha, concorre nas categorias al-deias rurais e aldeias monumen-to. Por cada opinião, mais ou me-nos favorável, sobre a iniciativaMaravilhas de Portugal, que tem

natureza privada e comercial, opresidente do Município, PauloBatista Santos, apresenta uma cer-teza: a povoação da freguesia deSão Mamede "tem característicasúnicas" que importa divulgar.

O autarca diz que a Pia do Ursoevidencia "grande capacidade deatracção", em especial no seg-mento "do turismo de natureza".Próxima do Mosteiro da Batalha edo Santuário de Fátima, que rece-bem milhões de visitantes porano, a aldeia oferece um parqueeco-sensorial e um centro de apoiopara BTT, além de infra-estruturasligadas à restauração. Em Abrilestá prevista a abertura do pri-meiro hostel. A candidatura su-blinha a recuperação do edificado,a geomorfologia do local, em quesobressaem as pias calcárias, e aancestralidade do território.

Também no concelho de Fi-gueiró dos Vinhos, o concurso

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 9

Filho alerta para desaparecimento

Suspeito de sequestrar mulher fica em prisão preventiva

� O Tribunal de Instrução Criminal deSantarém decretou, na segunda-fei-ra, a prisão preventiva para o ho-mem de 71 anos suspeito de mantersob sequestro a companheira. O de-tido, engenheiro mecânico, está "for-temente indiciado pela prática decrimes de sequestro, detenção de ar-mas proibidas, homicídio na formatentada, coacção, ameaças e violên-cia doméstica", afirmou a Polícia Ju-diciária de Leiria.

O suspeito foi detido na tarde de do-mingo, em Fátima, suspeitando-seque terá mantido sob sequestro acompanheira, de 56 anos, durante umdia e meio. Em comunicado, a PJ re-fere que "no desenvolvimento deconflito conjugal, a vítima foi privadada liberdade na madrugada do pas-sado sábado, em Leiria, situação que

se prolongou até ao início da tarde dedomingo".

Durante esse período, a PJ adiantaque a mulher foi alegadamente "su-jeita a sucessivas práticas delituosaspor parte do companheiro, em terri-tório nacional e em Espanha".

No domingo, a agência Lusa tinhanoticiado o alegado desaparecimen-to de um casal na noite de sexta parasábado, sendo que a ocorrência pas-sou a ser da responsabilidade da PJ, as-sim que foi dada a notícia da possibi-lidade de sequestro.

O filho do casal tinha lançado no sá-bado um alerta nas redes sociais deque os pais estariam desaparecidos,referindo que estes saíram do LeiriaShopping por volta das 00:30 de sex-ta-feira para sábado e "nunca chega-ram a casa".

Forte ondulação arrancou pedras

APA vai analisarestragos na Praia do Pedrógão� A Câmara de Leiria reuniu com téc-nicos da Agência Portuguesa do Am-biente (APA) com vista a encontrarsoluções para os danos provocadospelo mar na Praia do Pedrógão. A for-te ondulação e agitação marítimaque se fez sentir na semana passadaarrancou algumas pedras de grandedimensão que faziam o suporte doleito da ribeira junto à rotunda deacesso ao Casal Ventoso.

Ao longo da marginal foi visível aareia da praia que foi transportadapara os passeios e estrada até à zonanorte da praia. Durante a reunião decâmara de quinta-feira, o vereadordo PSD Álvaro Madureira questio-nou a autarquia sobre quais as in-tervenções previstas para "minoraros estragos" na Praia do Pedrógão,

"tendo em conta as últimas intem-péries".

Na reunião de hoje, os vereadoresdo PSD votaram ainda contra a con-cessão do Parque de Campismo daPraia do Pedrógão a privados, en-tendendo que deveria ser a câmaraa ter essa responsabilidade.

O vereador do PS, Gonçalo Lopes,explicou que a concessão "resulta daexperiência dos últimos dois anos,que teve uma avaliação positiva".

"Sendo uma infra-estrutura turís-tica tem de estar muito associadaàquilo que são as valências do turis-mo e não é fácil para o município ge-rir uma infra-estrutura destas, tendoem conta as indicações que a admi-nistração pública apresenta na gestãocorrente do espaço", explicou. EC

Técnicas da APA estiveram em Leiria na segunda-feira

Cada candidatura custa 140euros (acrescidos de IVA).Casal de São Simão (1), Pia doUrso (2) e Ana de Aviz (3)correm para chegar às galas definalistas a exibir pela RTP. Adeclaração oficial das setevencedoras acontece a 3 deSetembro de 2017

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"em nada altera" a estratégia mu-nicipal para o Casal de São Simão,que "já é alvo de aposta e vai con-tinuar a ser", esclarece GonçaloBrás, chefe de gabinete do presi-dente da Câmara. A candidaturasurge como veículo para garantir"projecção nacional" a um dos úl-timos segredos do pinhal interiorno distrito de Leiria.

"Era quase uma obrigação danossa parte candidatar" o Casal de

São Simão, afirma Gonçalo Brás.Depois da recuperação das habi-tações originais, por pessoas defora, que transformaram ruínasem casas de férias, seguiu-se ainclusão na Rede das Aldeias deXisto e o investimento público napovoação, um postal típico demontanha. Hoje há um restau-rante muito procurado, uma praiafluvial (as Fragas de São Simão) naRibeira de Alge, uma loja de pro-dutos tradicionais, percursos pe-destres e inúmeros vestígios demoinhos de água utilizados emtempos para a moagem de cereaisna actividade agrícola. O chefe degabinete destaca ainda o maciçogeológico e o coberto vegetal en-volvente, que inclui manchas desobreiro. E considera que "a gran-de dinâmica e vitalidade" do Casalde São Simão pode funcionarcomo "porta de entrada" para co-nhecer outras riquezas de Figuei-

ró dos Vinhos.No concelho, a União de Fre-

guesias de Figueiró dos Vinhos eBairradas candidata também Anade Aviz, aldeia de casario brancona encosta, e praia fluvial, com oobjectivo de "afirmar o mundorural, promovendo as pessoas,seus hábitos e tradições" e "valo-rizar o património histórico e na-tural com ganhos na promoçãoturística", explica a junta lideradapor Luís Filipe Silva.

Cada candidatura custa 140 eu-ros (acrescidos de IVA). O concur-so Maravilhas de Portugal vai ele-ger aldeias nas categorias mar,monumento, rurais, ribeirinhas,remotas, autênticas e áreas pro-tegidas. Logo, há sete galas a exi-bir pela RTP, com os respectivosmomentos de promoção e votaçãopor chamada telefónica. A decla-ração oficial das sete vencedorasacontece a 3 de Setembro de 2017.

TurismoO que fica depois da eleição?E depois da eleição para a lista das 7Maravilhas de Portugal, o que fica?"Mais visitas" e "retorno turístico",descreve o presidente da CâmaraMunicipal de Alcobaça, PauloInácio. O Mosteiro já era bemconhecido dos portugueses, e hámuito está referenciado nosroteiros internacionais, mas aatribuição do estatuto em 2007"teve bastante impacto" e aindahoje "vale a pena em termos demarketing e afirmação doterritório", diz o autarca. Nesse ano, também o Mosteiro daBatalha entrou na lista. O directordo monumento explica que odesfecho "só pontualmente teveresultados evidentes". E no planointernacional o impacto foi nulo."Parece-me uma boa iniciativa,mas, se me perguntar se é muitoconsistente, penso que não", dizJoaquim Ruivo.Em Mira de Aire, a eleição para alista Maravilhas Naturais dePortugal (em 2010) foi "uma mais-valia" responsável por "umacréscimo entre 17 a 20 por cento"do número de visitantes face a anosanteriores, recorda o director doempreendimento, Carlos AlbertoJorge. "Para além de nos trazergrande visibilidade, trouxe-nos aresponsabilidade de querer fazermais e melhor para satisfazer ocliente, que é também cada vezmais exigente". Em 2011, o arroz demarisco da Praia da Vieira foiconsiderado uma das 7 Maravilhasda Gastronomia. “Permitiu maiordivulgação não apenas desta Praiacomo do concelho, ao nívelturístico” e “potenciou osrestaurantes daquela freguesia quesouberam divulgar este produto,elevar a qualidade dos seusserviços e incrementar a suaactividade económica”, afirmaPaulo Vicente, presidente domunicípio da Marinha Grande.

CML

CLÁUDIO GARCIA

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12 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Sociedade

Projecto envolve 42 crianças do Jardim-Escola e 31 idosos do lar da Misericórdia

MARIA ANABELA SILVA

DR

Instituições juntam-se em projecto intergeracional

Alunos do João de Deus 'adoptam'avós da Misericórdia de LeiriaMaria Anabela [email protected]

� Aos 83 anos, Maria Leonor ganhouum novo 'neto'. A residir no Lar deNossa Senhora da Encarnação, daMisericórdia de Leiria, a idosa foi'adoptada' por uma das 42 crianças doJardim-Escola João de Deus, que par-ticipam no projecto Conta-me comoera, aprende como é. Trata-se de umprograma que pretende “fortificar oslaços intergeracionais” e que, nospróximos quatro anos, vai juntar alu-nos daquele estabelecimento de en-sino e utentes do lar.

O protocolo de cooperação entre asduas instituições foi assinado na se-mana passada, numa sessão onde osmais novos presentearam os seusnovos 'avós' com um cartão “carre-gadinho de ternura”. Em troca, rece-beram os primeiros abraços e beijos.“Vai ser muito bom. Iremos distraircom uma actividade diferente e,como somos pessoas muito vividas,eles podem ficar a saber mais algumacoisa. Também vamos aprender comeles. Têm sempre coisas para nos en-sinar”, nota Maria Leonor.

Directora do Jardim-Escola Joãode Deus, Vera Sebastião está convic-ta que o projecto trará “benefícios”,quer aos idosos quer às crianças. A res-ponsável conta que a instituição acei-tou o desafio lançado pela Mmiseri-córdia por o projecto ter subjacente “aeducação para os valores, com basenos afectos”, e por permitir reforçarnas crianças questões como a “cida-

� A Junta da Freguesia de Fátimaordenou o abate de cerca de 300 ca-bras inseridas da Serra de Aire eCandeeiros por problemas de saú-de. Em comunicado, a Junta in-formou que a decisão foi tomada"após se verificar uma diminui-ção da produção de leite e um au-mento repentino de abortos nos ca-prinos em gestação". Através deanálises foi possível confirmar queos animais estavam infectados comArtrite Encefalite Caprina, doença"crónica que debilita os animais,impedindo a sua função zootécni-ca e levando-os ao sofrimento aolongo do seu desenvolvimento".Apesar de não haver "risco para oser humano, havia risco de contá-gio a outros animais".

dania, respeito e civismo”. Segundoexplica, estão previstas deslocações,“pelo menos mensais”, de alunos doJardim-Escola ao lar, onde serão de-senvolvidas actividades “pensadasna perspectiva dos idosos e das crian-ças, que possam ser úteis para ambasas gerações”.

Também Carlos Poço, provedor daMisericórdia, está convicto que o

convívio entre mais e menos novosserá benéfico para ambos, subli-nhando a troca de conhecimentos quese proporcionará. “Os avós têm mui-tas histórias para contar sobre comoera antigamente e os pequeninos irãopoder dizer-lhes como é agora”.

Presentes na assinatura do proto-colo entre as duas instituições, AnaValentim e Anabela Graça, vereado-

ras da Acção Social e da Educaçãoelogiaram a iniciativa. “É um projectode envelhecimento activo, para osutentes da Misericórdia e de cidada-nia para as crianças”, disse Ana Va-lentim. Por seu lado, Anabela Graçadirigiu-se às crianças, sublinhando aoportunidade que terão de aprendercom os mais velhos, “autênticos di-cionários”.

Animais estavam infectadoscom doença crónica

Por questões sanitárias

Junta de Freguesia de Fátimamanda abater cabras infectadas

� Foi apresentado na passada quinta-feira, dia 2, o Espaço de IntegraçãoMulticultural de Óbidos, que irá fun-cionar no edifício junto à Porta da Vila.Em comunicado, a autarquia refereque se pretende que este seja um "lo-cal de encontro, de parcerias e de par-tilha de experiências entre a comu-nidade local e a comunidade de es-trangeiros que vive no concelho deÓbidos", ajudando-os, deste modo, aadaptarem-se ao nosso País.

John Dowling, da associação de vo-luntários estrangeiros, explicou que éimportante “perceber as leis [nacio-nais], os impostos, entre muitas outrascoisas" e, por isso, está a ser feita umarecolha de todas as informações.

"Este é um espaço de sustentabili-dade, onde a utilização dos recursos

da nossa terra é feito de forma corre-ta, mas também é um espaço de co-laboração, valorização de competên-cias, troca de experiências e integra-ção cultural", explicou Joana Rodri-gues, dinamizadora do Espaço de In-tegração Multicultural.

O espaço será dinamizado pela Câ-mara Municipal de Óbidos, com oapoio da recém-criada associação Sil-ver Coast Volunteers (Voluntários daCosta da Prata), uma entidade quejunta os estrangeiros a viver no terri-tório de Óbidos.

A vereadora para o Desenvolvi-mento Comunitário reconhece queÓbidos é um território onde seouve falar muitas línguas sendo,por isso, "um ponto de encontromulticultural”.

Espaço de Integração Multicultural

Óbidos promove união entrecomunidade local estrangeira

Leiria Festival de sopas ajuda grupomissionário

O Grupo Missionário Ondjoyetudinamiza no domingo, dia 12, pelas12:30 horas, um festival de sopasmissionárias no Estádio MunicipalMagalhães Pessoa, em Leiria. Oobjectivo é angariar fundos para aaquisição do novo jipe para aMissão de S. José do Gungo, nadiocese do Sumbe, em Angola. Oprazo para inscrição terminaamanhã, dia 10, e preço por pessoaé de 7,50 euros, sendo gratuito paracrianças até aos seis anos.

Workshop Aprender a gerir o desperdícioalimentar

A Valorlis dinamiza no próximo dia18 de Março, sábado, entre as 14:30e as 19:30 horas, o workshopCozinha sustentável, com aformadora Célia Ferreira. Oobjectivo é aprender técnicas ereceitas para aproveitar as sobras dacozinha e da horta, gerindo, assim,desperdícios, recursos e custos. Oworkshop decorre no auditório daValorlis, em Leiria, e está sujeito ainscrição prévia.

SustentabilidadeDebate sobrepermacultura no CIA

Permacultura: viver de forma ética esustentável no planeta é o tema doevento que vai decorrer no sábado,dia 11, pelas 15 horas, no Centro deInterpretação Ambiental (CIA) deLeiria, com a arquitecta paisagistaEunice Neves. A arquitecta é naturalde Leiria e tem-se dedicado aoestudo e prática da permacultura.Durante 15 meses viveu e estudoudirectamente com pioneiros destaárea e desde que regressou a Portugalque se tem dedicado a escrever osresultados deste estudo quepretende partilhar.

Figueiró Campanha derecolha de brinquedosDá um novo lar ao teu velho brinquedoé o mote para a campanha de recolhade brinquedos que o grupo de jovensvoluntários Gotas de Luz está adinamizar em Figueiró dos Vinhos.Até dia 2 de Maio podem serentregues, em vários pontos da vila,brinquedos novos ou usados, embom estado. A recolha tem como fima realização da Feira do BrinquedoUsado, na qual serão angariadosfundos destinados à compra denovos brinquedos, para seremdistribuídos na época natalícia acrianças desfavorecidas.

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SociedadeJornal de Leiria 9 de Março de 2017 13

Speak quer chegar a 74 países

Governo escolhe projecto de Leiria para ajudar refugiados

� O programa linguístico e culturalSpeak, criado em Leiria pela Asso-ciação Fazer Avançar, foi escolhidopelo Governo para dinamizar aulas deportuguês para estrangeiros, em todoo País. Um reconhecimento "muitoimportante" e uma "validação clara"de que a resposta "é eficiente", con-sidera o coordenador do projecto,Hugo Menino Aguiar.

O ministro adjunto, Eduardo Ca-brita, apresentou publicamenteem Lisboa três novas ferramentasdestinadas à população de mi-grantes e refugiados: o Speak, aversão árabe da Plataforma Portu-guês para Todos e os acordos com19 entidades que vão desenvolvercursos rápidos sob orientação doAlto Comissariado para as Migra-ções (ACM), incluindo a AssociaçãoFazer Avançar. Os destinatáriossão sobretudo cidadãos sírios, eri-treus e iraquianos, que podem be-neficiar de 420 acções de formaçãoem 2017, explicou o ministro.

Como efeito imediato do anún-cio do Governo, e do financia-mento já aprovado, o Speak pre-para-se para contratar um gestorde projecto, com o objectivo de"garantir que as pessoas indicadaspelo ACM têm acesso à aprendi-zagem de português, nem que

Assembleia da comissão de utentes aprovou moção

Marinha Grande promete luta semédicos não chegarem em MarçoElisabete [email protected]

� A Comissão de Utentes em Defe-sa do SAP 24 horas na MarinhaGrande aprovou, na sexta-feira,por unanimidade, uma moção quepromete acções de luta caso oscinco médicos previstos para ocentro de saúde local não forem co-locados até ao final do mês. Du-rante a reunião, que juntou cercade 200 pessoas no auditório do edi-fício da Resinagem, os utentes exi-giram que o funcionamento doSAP seja mantido 24 horas, quehaja uma reposição de médicosno centro de saúde da MarinhaGrande e nas extensões da Vieira eda Moita e que se estude uma for-ma de reabrir a extensão da Garcia.

A moção aprovada exige tam-bém a que todos os utentes te-nham médico de família e que asobras avancem o mais rapida-mente possível, para que entremem funcionamento as três Unida-des de Cuidados de Saúde Perso-nalizados (UCSP). "Se o que é soli-citado não for resolvido até ao finalde Março, entende a populaçãoque deve levar a cabo outras me-didas de luta", afirmou Luís Guer-ra Marques, porta-voz da comissão.

Solidário com a população, atéporque também é utente, o presi-dente da Câmara da Marinha Gran-de, Paulo Vicente, confirmou que háuma "carência de pessoal médico"que "preocupa as pessoas" e expli-cou que a autarquia tem "desen-volvido bastantes esforços no sen-tido de colmatar esta carência".

"Temos contactado directamen-te não só com a AdministraçãoRegional de Saúde [ARS], com

quem tivemos reunião esta sema-na, como com o Ministério da Saú-de. Sabemos do empenhamentopessoal do senhor ministro da Saú-de na resolução deste problema."

A vereadora Cidália Ferreiraacrescentou que foi o próprio mi-nistro que ordenou à ARS a con-tratação directa de médicos: "Cin-co ficaram disponíveis para traba-lhar no Serviço de AtendimentoPermanente (SAP), três deles jáassinaram contrato."

Segundo a autarca, o centro desaúde tem 1.700 utentes sem mé-dico de família. "A abertura deum concurso no próximo mês deJunho para a colocação de maisum médico de família no centro desaúde irá colmatar esta situação",afirmou.

Luís Guerra Marques explicouque a situação de falta de médicosagravou-se no início de Fevereiro"com o colapso dos serviços desaúde". "Havia uma empresa queprestava serviços no SAP e o con-trato não foi renovado até ao finalde Janeiro. Disseram-nos que lan-çaram só o concurso este ano porrestrições orçamentais e o con-curso foi depois impugnado poroutros concorrentes, o que fezatrasar o processo", precisou .

Segundo este porta-voz, a tute-la prometeu a colocação de cincomédicos, mantendo a contrataçãoda empresa. Paulo Vicente expli-cou que o projecto para as obras debeneficiação do centro de saúdeestá a ser ultimado e que a inter-venção terá um investimento de750 mil euros, com comparticipa-ção comunitária, dividindo a au-tarquia e a ARS a parte do custoque não é financiado.

Moção aprovadaUtentes exigemTendo em conta as decisõesassumidas pela ARS do Centro,na reunião com a Comissão deUtentes no passado dia 1 etransmitidas durante aassembleia, os utentes exigemque várias reivindicações sejamcumpridas de forma imediata:- Manutenção do SAP 24 horas,repondo a normalidade do seufuncionamento no mais curtoespaço de tempo;- Garantia de resolução dasituação de ausência demédicos, nas extensões dasfreguesias de Vieira de Leiria eda Moita;- Que se estude a recolocação emfuncionamento da extensão deSaúde na Garcia;- Que todos os utentes sejamdotados do direito efectivo amédico de família;- Que as obras prometidas paraum indispensávelfuncionamento do Centro deSaúde sejam levadas a cabo omais brevemente possível;- Que sejam colocadas afuncionar as três UCSP a curtoprazo;- Que o Centro de Saúde sejadotado do pessoal deenfermagem e da áreaadministrativa, necessário paraum eficaz funcionamento domesmo.

seja com metodologia adaptada",adianta Hugo Menino Aguiar.

Speak chega a ItáliaA comunidade Speak foi criada emLeiria com o objectivo de derrubar abarreira linguística e criar oportuni-dades de encontro entre cidadãoscom diferentes origens. No ano pas-sado envolveu 6.500 pessoas, de 12países, que escolheram Portugal paraviver. Presente também em Coimbra,Lisboa, Cascais, Porto e Braga, acabade captar 500 mil euros de financia-mento para internacionalizar o pro-grama, que se baseia em intercâmbiosde línguas e de culturas, ou seja, au-las e eventos sociais.

Primeira paragem: Turim. "Está aarrancar", descreve Hugo MeninoAguiar. "Em 2017 queremos chegar amais uma cidade italiana e entrar naAlemanha". O objectivo a cinco anosaponta para 74 cidades um pouco portoda a Europa.

Presente durante o Web Summitque decorreu em Lisboa, o Speak éuma startup de empreendedorismosocial que utiliza as novas tecnologaspara suportar a expansão do conceito.Disponibiliza cursos gratuitos e debaixo custo, ambicionando tornar omodelo de negócio rentável através docrescimento do número de utentes.

Cerca de 200 utentes estiveram presentes na reunião de sexta-feira

ELISABETE CRUZ

DR

Fátima Festival de tunas ajuda Cáritas

Sábado, dia 11, pelas 21 horas, irádecorrer um Festival de Tunas noSalão Paroquial de Fátima. É umfestival solidário, organizadopela Paróquia de Fátima e pelaCáritas, cujo objectivo é angariarbens alimentares e de higieneque serão revertidos para aCáritas Paroquial de Fátima. Oacesso ao evento é feito, então,através da oferta de um destesbens. O festival conta com aparticipação da Tufes - TunaFeminina Scalabitana, doIPSantarém, e da Desconcertuna,da Universidade de Coimbra.

Pombal Workshopsobre novas tecnologiasna idade sénior

A Fundação Dr. José LourençoJúnior dinamiza no próximo dia 14de Março, terça-feira, a partir das9:30 horas, o workshop OConsumidor Sénior na Era Digital,no auditório da Junta de Freguesiade Abiul, Pombal. Adriana PintoRodrigues, da Deco, irá falar sobreesta temática, seguindo-se ArturTrindade Mimoso, dos ServiçosPartilhados no Ministério daSaúde, e Isabel Vaz Serra, daFundação Dr. José LourençoJúnior, com o tema OEnvelhecimento Activo e as NovasTecnologias.

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14 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Sociedade

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Alcobaça

Emigrantes nos EUA ajudambombeiros

� Farmingville, nos EUA, fica a maisde 5 mil quilómetros de Alcobaça,mas os cerca de 500 alcobacensesque ali vivem não esquecem o con-celho. Na passada sexta-feira, o pre-sidente da Associação Regional Al-cobacense de Farmingville entre-gou donativos no valor de 6 mil eu-ros às quatro corporações do conce-lho, sendo que cada uma recebeuum cheque no valor de 1.500 euros,numa cerimónia simbólica realizadanos Paços do Concelho com a pre-sença de Venâncio Ramalho, repre-sentante da associação de Farming-ville. O apoio vai ser “investido”em material de protecção indivi-dual e na formação dos elementosdas corporações. Natural do Vimei-ro mas a residir nos Estados Unidoshá quase três décadas, VenâncioRamalho recorda que esta é a quar-ta vez que a associação apoia osbombeiros. “

No âmbito do Centenário das Aparições estão previstas váriasobras em Fátima

RICARDO GRAÇA

Preparação da visita do Papa

Ourém avança com obras de 1,3 milhões em Fátima� A cerca de dois meses da visita doPapa Francisco a Fátima, para pre-sidir à celebração do Centenáriodas Aparições, a Câmara de Ourémaprovou, na semana passada, in-vestimentos na ordem de 1,3, mi-lhões de euros para a requalificaçãode várias ruas e estradas na Cova daIria e envolvente.

Em comunicado, a autarquia fri-sa que esta deliberação acontecenum momento em que o Governoainda não informou o municípiosobre o valor da comparticipaçãoque atribuirá para as intervençõesa fazer no âmbito do Centenáriodas Aparições. Face a isso, a Câ-mara adianta que as obras agoraaprovadas serão executadas “àmedida que o orçamento do mu-nicípio o permita”, estando ac-tualmente em curso a beneficiaçãoda Rua Principal do Moimento e devárias artérias no centro da cida-de e da sinalização horizontal nacidade.

Além das intervenções já a de-

Para a realização destas obras, aCâmara de Ourém tem a promes-sa do Governo de um apoio de ummilhão de euros, uma comparti-cipação que, no entanto, aindanão foi oficializada. “Foi apresen-tado pelo município um plano deintervenção global de cinco mi-lhões de euros, tendo sido já apro-vada verbalmente a alocação deum milhão de euros no imediato,estimando-se que, no final doano, possa ser reavaliada a possi-bilidade de se formalizarem novasintervenções em novo contrato--programa”, refere o comunicadoda autarquia.

O investimento agora aprovadopelo município contou com o votofavorável dos vereadores da Coli-gação PSD-CDS/PP, depois de umaalteração à proposta da Câmara re-lativa ao procedimento a adoptarno ajuste directo, feito com a apre-sentação, em reunião de executi-vo, de uma lista com a indicaçãode cinco entidades a convidar.

correr, o executivo aprovou a au-torização de despesa no valor de 1,3milhões de euros, que, segundo anota informativa da autarquia, “seiniciará nas próximas semana”.Nesse conjunto de obras está a be-

neficiação das Avenidas BeatoNuno e dos Pastorinhos, da Estra-da da Fazarga e das ruas do Colégiode São Miguel, dos Moinhos daFazarga, de São Vicente, de SãoJosé e de São Paulo.

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Estudos gratuitos online para todas as idades

Politécnico de Leiria abre 20cursos com aposta na inclusão

� O Politécnico de Leiria vai abre 20novos cursos MOOC – Massive OpenOnline Courses (cursos online gra-tuitos), que estarão disponíveis nasua plataforma UP2U (http://up2u.ipleiria.pt/). O destaque para o CicloInclusão, área em que o Politécnicode Leiria é modelo de boas-práticase referência mundial, que dispõe decerca de uma dezena de cursos cur-tos na área da inclusão, como Nor-mas de acessibilidade na web, Comointeragir com uma pessoa cega, Co-municação aumentativa, entre ou-tros. A UP2U disponibiliza ainda

cursos no âmbito das estratégiasde aprendizagem activas, e outrosque contribuem para o sucesso aca-démico. Estes cursos pretendemdesmistificar aspectos ligados à de-ficiência e sensibilizar para a inclu-são em diversos contextos da vidadiária. O ciclo é formado por mini-cursos em formato "59 minutos e al-guns segundos", sendo cursos rápi-dos, simples e focados no essencial,onde são abordados conceitos, es-tratégias de interacção e técnicas deacessibilidade que se destinam aqualquer pessoa, de qualquer idade.

Alcobaça Troca de papel velho por plantas

A Câmara Municipal de Alcobaçadinamiza a campanha Qual é o seupapel?, que promove a troca depapel velho por plantas, nos dias 20e 21 de Março, de modo a assinalar oDia Mundial da Árvore. Acampanha, que pretende promoveras boas práticas ambientais, centra-se na Praça João DeusRamos, em frente à câmara, ondeserá instalado o ponto de recolha dopapel. A autarquia apela àpopulação que "prepare e guarde oseu papel velho" de modo acontribuir para esta iniciativa.

Nazaré ServiçosMunicipalizados no mercado

Já abriu o novo balcão dos ServiçosMunicipalizados da Nazaré, numadas lojas requalificadas doMercado Municipal. O pagamentode serviços prestados pelosServiços Municipalizados, bemcomo informações sobre contratos,facturas, actualização de dados,entre outros, são agora realizadosneste balcão, com horário deatendimento ao público das 8:30 às16 horas. A relocalização destebalcão insere-se no plano derequalificação dos edifícioscamarários.

Pombal vence Parlamento dos Jovens distritalA Escola Secundária de Pombal venceu a sessãodistrital do Parlamento dos Jovens, este ano sobre os 40anos de Constituição Portuguesa – A Constituição quetemos e a que queremos ter – O Poder Autárquico, quedesafios? Representaram a escola Rafael Benzinho,Daniel Fernandes e João Barros.

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Sociedade EducaçãoJornal de Leiria 9 de Março de 2017 15

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Projeto80

Incentivar osjovens a "ocupar o seu lugar na História"

Ana Camponê[email protected]

� O Roadshow MOCHE Dá Tudo byProjeto80 é uma iniciativa que pre-tende promover, junto dos jovens,o empreendedorismo, a sustenta-bilidade, a preservação da biodi-versidade e dos recursos naturais,a economia verde e o voluntariado.O projecto tem vindo a ser apre-sentado em várias escolas por todoo País, desafiando os jovens, entreos 13 e os 17 anos, a criar projectosbaseados nestes ideais.

Na terça-feira, dia 7, parou na Es-cola Secundária Francisco Rodri-gues Lobo, em Leiria, e no dia se-guinte na Escola Secundária dePombal. O mote deste projecto é in-centivar os jovens a "ocupar o seulugar na História", explicou InêsAlexandre, durante a apresenta-ção, em Leiria.

O objectivo é que estes jovenscriem projectos que contribuampara o futuro sustentável do País,em grupos de, no máximo, 20 alu-nos, e com o apoio de um professor.Podem submeter mais do que umacandidatura, desde que as temáti-cas sejam diferentes, até dia 31 deMaio, através do site - www.proje-to80.pt.

Posteriormente, serão seleccio-nados seis projectos finalistas e aequipa que sair vencedora será pre-miada com um Intra Rail de trêsdias, que inclui viagens de comboioe estadia em Pousadas da Juventu-de, explicou Inês Alexandre.

O Projeto80 é uma acção con-junta da Agência Portuguesa doAmbiente, Instituto Português doDesporto e Juventude, Quercus,Green Project Awards, Direcção-Geral dos Estabelecimentos Esco-lares, Governo e Direcção-Geral daEducação. Além da MOCHE, temainda o apoio de diversas empre-sas, entre as quais a Luso Fruta, oPonto Verde ou a amb3e, Associa-ção Portuguesa de Gestão de Resí-duos.

Rui Matos, Odete João, Valdemar Duarte e Paulo Lameiro foram alguns dos palestrantes

DR

Director da ESECS, Rui Matos, deixou desafio nas Jornadas pedagógicas do CCMI

Menos testes, notas zero e entradano ensino superior por vocaçãoElisabete [email protected]

� “Cada escola é um laboratório decriatividade e uma fábrica de espe-rança. A escola só precisa de gente queacredite nela e que lhe dê condiçõespara desabrochar, para voar, porquequeremos escolas que são asas e nãoescolas que são gaiolas.” Estas foramas palavras de esperança deixadas porJorge Cotovio, director pedagógico doColégio Conciliar Maria Imaculada,que organizou as jornadas pedagógi-cas subordinadas ao tema Educaçãocom(o) presente e com futuro - Parauma pedagogia da esperança…, noâmbito da comemoração dos seus 75anos.

Um dos palestrantes mais incisivos,Rui Matos, director da Escola Superiorde Educação e Ciências Sociais, doInstituto Politécnico de Leiria, ques-tionou se o ensino está assim tão di-ferente. “Como são os testes? É paraos alunos raciocinarem? Ou para fi-carem iguais uns aos outros? Deve-seensinar para a divergência, mas onosso sistema ensina-nos para a con-vergência, a repetir, e chegamos ao en-sino superior e continuamos assim”,salientou.

Este responsável defendeu que o“papel da escola tem de deixar de sero ensino” e “ir ao encontro do pro-blema do mundo”. Qual é? “As rela-ções entre as pessoas.” Segundo RuiMatos, a escola só tem futuro “sedeixar de parte essa coisa do ensino,dos currículos, da Matemática, doPortuguês... A escola tem de se preo-cupar em formar pessoas de facto”.Por isso, deve apostar no “humanis-mo, na filosofia, no respeito de unspara com os outros” e o “conheci-mento vai acontecer naturalmente”.

Considerando que as “crianças têmmuito potencial” e são os adultosque se encarregam de o “matar ànascença”, Rui Matos considerouque o trabalho de projecto, utilizadono pré-escolar é o “ideal”. “Porquepassamos a trabalhar disciplinas de-pois do pré-escolar? O projecto devia

ser baseado em resolver problemas dodia-a-dia. Devemos esquecer os exa-mes. A pior forma de treinar um miú-do é treiná-lo para o jogo do fim-de-semana. O jogo tem de ser um meroacaso num processo de desenvolvi-mento. Um exame, a existir, tem deser um mero acaso num processo dedesenvolvimento.”

O director da ESECS sublinhou ain-da que “não devia haver classificaçõesno básico, nem no secundário”. “Nãofaz qualquer sentido que para entrarno ensino superior o estudante este-ja dependente do que fez no ensinosecundário. Quantas crianças estão in-felizes nos cursos que escolhem sóporque têm grandes notas? Mas sóquem tem grandes notas é que vaipara medicina, quando nem podever sangue? Isso devia ser vocacionale tem de haver outra forma de entrarno ensino superior”, desafiou.

Rui Matos disse que deve ser dadaliberdade ao ensino superior para es-

colher os seus alunos “de acordo comos soft skills que as empresas tantogostam”. Em jeito de remate, o do-cente afirmou: “acabem com os pro-gramas, dêem felicidade às crianças,resolvam problemas na escola e nãodêem notas. A nota não serve paranada. Há tanta gente que vai para oensino superior com grandes notas edepois não tem sucesso e o contráriotambém sucede.”

Valdemar Duarte, administradorda DRT Moldes, adiantou que a suaempresa preocupa-se em contratarpessoas que “têm objectivos e metasa atingir”, pois só assim haverá ga-rantia de empresa. Um dos conselhosque deixou foi que a escola “tem deanalisar as necessidades reais do mer-cado” para corresponder com os alu-nos.

A deputada Odete João lembrouque, no último século, a organizaçãoda escola manteve-se estática. “A so-ciedade mudou, as expectativas mu-

daram, o conhecimento evoluiu ra-pidamente e nós mantivemos a escolabasicamente com esta organização.Temos de dar significado à aprendi-zagem ao longo da vida, uma vez quea escola não consegue e não pode mo-bilizar todos os conhecimentos paradentro da escola”, salientou.

Para esta responsável, a escola deve“preparar jovens que sejam huma-nistas, que tenham respeito pela di-versidade e pela interculturalidade eque sejam solidários” de modo aconstruir uma “sociedade justa e in-clusiva”. Lembrando que a “infor-mação hoje está disponível no bolsode qualquer aluno”, Odete João refe-riu que “a escola tem de criar o seu tra-balho para dotar os alunos da capa-cidade de pesquisa, de selecção de in-formação e também da memorizaçãoe valorização da informação que re-colhe e da credibilidade dessa mesmainformação, para construírem o seupróprio conhecimento”.

DepoimentosO essencial das artes tem a ver com a pessoa e ocidadão. O sentir e a emoção. O nosso cérebro tomadecisões emocionais. As artes não podem ser umaactividade de complemento ou de enriquecimentocurricular nem animação das escolas. As artestrabalham uma das nossas maiores necessidades:estarmos uns com os outros. Temos de encontrarum modelo onde possamos estar juntos,respeitando a nossa individualidade, intimidade eo ser social e familiar, num mundo cada vez maiscomplexo, onde a arte desempenha um papel.

Paulo Lameiro,dir. artísticoda SAMP

Rui Tocha,director-geraldo Centimfe

É preciso ter liberdade e fugir da nova escravaturaprofissional. Vivemos 24 horas as profissões e nãotemos tempo para a família e para acompanhar osfilhos. A esperança da escola hoje tem de enquadrarvalores como a amizade, alegria, cortesia, a esperança,cooperação, dedicação, justiça, liberdade, união,verdade, respeito e responsabilidade. Todos estamosno ciberespaço, onde surgem problemas com asegurança informática e dos cidadãos, com questõesde ética e da responsabilidade. Estas questões exigemadaptabilidade, cooperação e rede, no sentido deconexão das pessoas se ligarem mais umas às outras.

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16 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Sociedade

Entres os cabeças-de-lista já anunciados no distrito há cinco independentes

PSD e PS tomam dianteira na definição dos candidatos às Câmaras

Candidatos já aprovados *

Fonte: Jornal de Leiria; *pelas comissões políticas distritais, nacionais e/ou concelhias.

Fernando Costa

Jorge Abreu Luís FilipeSilva

Carlos Simões Célia Marques

Rui Marto Jorge Vala

Isabel Fonseca Paulo Inácio

Fernando Marques

Paulo Batista SantosLuís Patacho Tinta Ferreira

Walter Chicharro Alberto MadaílBelo

João Marques

Gonçalo Lopes

Márcia Henriques

António Trindade

Ricardo Fernandes José ManuelVieira

Filipe Sales

Aurélio Ferreira

Luís Montez Vítor Rodrigues Humberto Marques

Carlos PintoMachado

Jorge Claro

PS PSD Independente Coligação

Diogo Mateus Narciso Mota

CDS-PP

Pombal

Leiria

Porto de Mós

Batalha

MarinhaGrande

Nazaré

Peniche

Óbidos

Bombarral

Caldas da Rainha

Alcobaça

Castanheirade Pêra

PedrogãoGrande

Alvaiázere

Figueiródos Vinhos

Ansião

Maria Anabela [email protected]

� A cerca de sete meses das eleiçõesautárquicas começa a definir-se omapa dos candidatos às câmaras daregião, onde estão já anunciadoscinco independentes. Entre os prin-cipais partidos, o PSD leva a dian-teira com 15 dos 16 cabeças-de--lista já aprovados pelos órgãosconcelhios e distritais e 14 ratifica-dos pela Comissão Política Nacio-nal, faltando apenas escolher onome para Castanheira de Pera.

Do lado do PS, estão aprovadospelas concelhias dez candidatos,dos quais cinco – Ricardo Fernan-des (Bombarral), Luís Patacho (Cal-das da Rainha), Vítor Rodrigues(Óbidos), Walter Chicharro (Naza-

ré) e Jorge Abreu (Figueiró dos Vi-nhos) – contam já com a ratificaçãoda Comissão Política Distrital. EmLeiria, há muito que as estruturasconcelhias e distritais do PS desa-fiaram Raul Castro a recandidatar--se, estando o anúncio da decisãonas mãos do actual presidente.Sem se referir a casos concretos,António Sales, presidente da fede-ração do PS, diz que a estrutura“respeita os timings dos próprioscandidatos e a autonomia dos ór-gãos concelhios”.

Em relação aos restantes partidoscom eleitos nas autarquias da re-gião – CDS/PP, BE e PCP – ainda nãoforam revelados quaisquer cabeça--de-lista. No entanto, representan-tes das estruturas distritais dessespartidos asseguram que têm tra-

balho feito e que, em alguns casos,já há nomes decididos, que, “a seutempo”, serão anunciados.

As próximas autárquicas impli-carão a saída de, pelo menos, qua-tro presidentes de câmara do dis-trito: Fernando Lopes, João Sal-gueiro e António José Correia, ac-tuais líderes dos municípios de Cas-tanheira de Pera, Porto de Mós e Pe-niche, que não se podem recandi-datar devido à lei da limitação demandatos; e de Rui Rocha, que saipor vontade própria da liderança domunicípio de Ansião. Na MarinhaGrande, o actual presidente, PauloVicente, também já anunciou quenão se recandidatará, mas há aindaquem acredite que haja um volte-face nesta decisão.

A corrida eleitoral marcará ainda

o regresso de alguns antigos presi-dentes câmara. É o caso de Fer-nando Marques e de Fernando Cos-ta, já aprovados como candidatosdo PSD em Ansião e em Leiria.Também João Marques, ex-presi-dente do município de PedrógãoGrande, estará de volta. Apesar deo seu nome ainda não ter sido rati-ficado pela nacional do partido,cuja estratégia para as autárqui-cas aponta para o apoio aos ac-tuais presidentes, não é expectávelque João Marques seja vetado, de-pois de aprovado pela concelhia epela distrital. De regresso está tam-bém Narciso Mota, que entrou emruptura com o actual presidente daCâmara de Pombal e que se desfi-liou do PSD para avançar com umacandidatura como independente.

Isabel Afonso recandidata-se nos Marrazes A actual presidente da União de Freguesias Marrazes eBarosa, Isabel Afonso, irá recandidatar-se ao cargo comoindependente, apoiada pelo PS. Num comunicado daconcelhia socialista de Leiria, Isabel Afonso expressa avontade “dar continuidade a um projectoessencialmente focado nas pessoas e no seu bem-estar”.

PS Ourém Recandidatura nas mãos de credoresApesar do processo deinsolvência pessoal e do pedidode perda de mandato, a concelhiade Ourém do PS convidou oactual presidente a recandidatar--se, alegando que as questõesjudiciais que envolvem PauloFonseca são do “foro pessoal”.No entanto, o socialista incorrena impossibilidade legal de sepoder recandidatar. Só umacordo com os credores lhepermitirá concorrer. Do lado doPSD, Luís Albuquerque seráanunciado este sábado comcabeça-de-lista.

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 17

Vice-presidente da Câmara de Porto de Mós

Albino Januário prepara lista de independentes

Amanhã em Leiria

Ministro da Segurança Socialem fórum do PS

� O Ministro do Trabalho, Solida-riedade e Segurança Social, JoséVieira da Silva, será um dos inter-venientes no debate Leiria Social,que a concelhia do PS promoveesta sexta-feira, a partir das 21horas. O encontro realiza-se no au-ditório da igreja da Quinta do Al-çada, em Marrazes, e pretendediscutir “boas práticas sociais”,sendo aberto à participação dopúblico em geral. Além do minis-tro, o debate contará com inter-

venções de Ana Valentim, verea-dora do Desenvolvimento Socialda Câmara de Leiria, de IsabelAfonso, presidente da Junta daUnião das Freguesias de Marrazese Barosa, e de Miguel Xavier, quelidera a InPulsar – Associação parao Desenvolvimento Comunitário.A sessão insere-se na iniciativaFórum Cidadania Leiria que a con-celhia do PS está a promover noâmbito da preparação para as elei-ções autárquicas.

Maria Anabela [email protected]

� Preterido pela concelhia do PS,que escolheu o vereador Rui Martopara liderar a candidatura à Câmara,o actual vice-presidente do municí-pio de Porto de Mós, AlbinoJanuário, está a preparar a sua en-trada na corrida com uma lista de in-dependentes. A informação é con-firmada pelo próprio ao JORNAL DELEIRIA, revelando que se encontraa “reunir forças” com vista a umacandidatura. Ao que apurámos, jáestará mesmo a convidar pessoaspara a integrar a lista.

“Têm-me chegado muitos apoios emanifestações de solidariedade. Es-tou a ponderar essa hipótese por terconsciência de que contribuí bastan-te para que um certo número de si-tuações fossem obtidas pelo municí-pio ao longo deste 12 anos. Tenho aconvicção de que posso continuar econsolidar esse trabalho”, diz AlbinoJanuário, que cumpre o seu terceiromandato como vice-presidente, elei-to como independente nas listas doPS, depois de mais de 20 anos de mi-litância no PSD.

Sobre os motivos que o levam a

Candidatura de Paulo Batista promete ir além da Lei da Paridade

Mulheres vão ocupar 50% das listas do PSD na BatalhaMaria Anabela [email protected]

� O PSD da Batalha quer que me-tade dos lugares das listas aos vá-rios órgãos autárquicos sejam ocu-pados por mulheres. Será assimnos primeiros dez nomes para a Câ-mara e para a Assembleia Munici-pais e também nas freguesia, coma escolha de mulheres para lideraras candidaturas a duas das quatrojuntas: Golpilheira e Batalha.

“É um objectivo difícil mas que-remos ir além da lei, por entender-mos que as mulheres na políticadão uma sensibilidade diferente euma capacidade e determinaçãoque são decisivas nas concretizaçõesque pretendemos empreender”, afir-mou Paulo Batista Santos, durante aapresentação da sua recandidaturaà Câmara, que terá como lema Ba-talha tem futuro.

Para mandatária foi escolhidaTeresa Morais, deputada e vice--presidente do PSD. Admitindonão saber “muito bem o que issosignifica”, a dirigente explicou queaceitou a função por reconhecer nocandidato “qualidades de traba-lho, de empenho, de seriedade,de carácter e de lealdade que difi-cilmente se encontram concentra-das na mesma pessoa”. Teresa Mo-rais reconheceu ainda que “a cir-cunstância de a candidatura quererir além da Lei da Paridade”, que im-põe 33% de lugares para mulheres,“pesou muito na decisão”. “Queeste exemplo saboroso seja segui-do em muitos concelhos do distri-to e do País, porque isso significa

que o PSD tomou consciência de-que representa e defende melhor asociedade portuguesa quando in-tegra o talento e mérito de ho-mens e mulheres de forma maisequilibrada”, acrescentou.

Durante a sessão, Paulo BatistaSantos anunciou ainda os princi-pais eixos da sua recandidatura,prometendo uma Câmara “comambição”, mas com contas equili-bradas, “para poder manter baixosos impostos e as taxas munici-pais”. Entre as prioridades para onovo mandato está a requalificaçãodos estabelecimentos de ensino,com a abertura do centro escolar deReguengo do Fètal e a requalifica-ção da Escola Básica e Secundáriada Batalha. “Havia um projectode 19 milhões de euros idealizadopela Parque Escolar que não foiexecutado. Vamos fazer uma in-tervenção equivalente por nãomais do que quatro milhões”, dis-se o social-democrata que deixouainda a promessa de reforçar “a so-lidariedade e coesão social”.

Na ocasião foram também revela-dos os nomes dos cabeças-de-lista àsjuntas de freguesia. Na Golpilheira ena Batalha, onde os actuais presi-dentes não podem concorrer devidoà limitação de mandatos, as candi-datas são, respectivamente, CristinaAgostinho e Rosa Abraúl. A primei-ra tem formação na área da gestão,sendo actualmente directora co-mercial de uma empresa; a segundaé empresária. Em São Mamede eReguengo do Fètal, o PSD irá recan-didatar os actuais presidentes, Mar-co Vieira e Horácio Sousa.

Órfão lidera listaLucas deixa Assembleia A renovação das listas do PSD naBatalha far-se-á sentir tambémna Assembleia Municipal, com oactual presidente, AntónioLucas, a deixar as funções. Ocabeça-de-lista a esse órgão seráJúlio Órfão, antigo director domosteiro e ex-vereador daCâmara. Ao JORNAL DE LEIRIA,Cíntia Silva, presidente daconcelhia do PSD, revela que foifeito um convite a AntónioLucas, mas que este o declinou,alegando que, “por razõespessoais, não tinha condiçõespara continuar”. “Confirmo que,por razões óbvias, foi a nossaprimeira escolha, mas declinou oconvite”, refere a dirigentesocial-democrata, que diz nãoter dúvida que o cargo ficará“muito bem entregue” a JúlioÓrfão. “É uma honra tê-lo comocabeça-de-lista. Já estavaafastado da política há algumtempo, mas foi possívelconvencê-lo a estar connosco.Irá acrescentar valor e prestígioà candidatura”, afirmou PauloBatista Santos, que justiçou aausência de Júlio Órfão dasessão de apresentação doscandidatos por “já ter um outrocompromisso” que não podeadiar.

Albino Januário foi preterido pelo PS, que escolheu Rui Marto

ponderar avançar com uma candi-datura, Albino Januário aponta o“gostar demais de Porto de Mós” e ofacto de “ainda” se julgar “com for-ças para continuar a ajudar” o con-celho. “Há dois anos que não aufiroqualquer vencimento da Câmara[optou por receber a reforma]. Nãotenho qualquer outro interesse quenão seja o de trabalhar em prol daminha terra”, acrescenta.

A confirmar-se esta candidatura,Porto de Mós viverá uma situação se-melhante àquela que, em 2005, cul-minou com a eleição de João Salgueiroe com a conquista da Câmara pelos so-cialistas. Depois de vários anos comovereador e vice-presidente da autar-quia, o então social-democrata foiexcluído da lista do PSD, encabeçadapor José Ferreira, e acabou a liderar acandidatura do PS, que já tinha anun-ciado um primeiro cabeça-de-lista, Ví-tor Louro. A jogada revelou-se acer-tada, com os socialistas a conseguiremchegar ao poder num concelho tra-dicionalmente social-democrata. Jor-ge Vala, que na época presidia à con-celhia do PSD e que tinha pedido aJosé Ferreira uma renovação da lista,é agora candidato pelos sociais-de-mocratas.

Paulo Batista Santos ladeado pela mandatária, Teresa Morais, e pelos candidatos às juntas

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ARQUIVO/JL

Carlos Macedo será candidato do PSD em Monte Real O médico Carlos Macedo é o candidato do PSD à Uniãode Freguesias de Monte Real e Carvide. O clínico foifundador e dirigente de várias colectividades epresidiu à Associação Portuguesa de Mesoterapia,tendo também desempenhado funções de secretárioda Sociedade Internacional de Mesoterapia.

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18 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Leitores A direcção do Jornal de Leiria recebe com agradopara publicação a correspondência dos leitores quetratem de questões do interesse público. Reserva-seo direito de seleccionar os trechos mais importantesdas Cartas ao Director devidamente identificadas,publicadas nesta secção.

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Portugal como modelogovernativo e político?

Tou xim?!!! É para mim!Lembram-se daquele anúncio daentão Telecel, em que um pastorestá no meio de nenhures com oseu rebanho e toca o telemóvel?Não se ouve mais nada do que osom insistente do dito. Pois, é assimtambém quando estamos no meiode um evento em que é supostohaver silêncio mas há semprealguém que se esquece de desligaro aparelho, que toca e toca. Háquem se apresse a desligar oucolocar no silêncio, mas outros sãomais demorados e oferecem aospresentes a oportunidade de ouvirvários toques. Não contentes comuma primeira cena destas, há osque não desligam nem coloquemno silêncio e lá se repete abarulheira passado algum tempo.Há ainda quem não tenha vergonhanenhuma e atenda a chamada,falando alto e bom som. Afinal, queinteresse poderá ter a conferência,debate, concerto, ou seja lá o quefor? Enfim, impera a falta derespeito. E depois dizem que osmiúdos é que são mal educados.Com exemplos destes, comopodem não o ser?Joaquim Silva

Vida velha em ano novoSó posso estar feliz com algunsmeios de comunicação socialportugueses dotados dos melhoresanalistas, sociólogos, economistas,porque concluíram num balanço deadesão à União Europeia econcluíram nesta data, 15 anospassados, que afinal os portuguesesneste período viram subir os custosde tudo o que compram na sua vidapessoal e por outro lado sentiram adescida dos seus ordenados. Nadata da reconversão considerar 1euro = 200,482 escudos significavaasneira da grossa. Eu queroaplaudir mas não consigo porquesinto as mãos geladas, devido aobrutal aumento dos componentesda factura da EDP, que após ter sidoentregue de mão beijada àRepública Popular da China emfinais de 2011 pelo governo PAF,ainda entregaram nesse mesmoano dividendos que não tinhamdireito porque o exercício haviaterminado sem a sua intervenção.Logo, esse dinheiro deveria servirpara abater na factura do anoseguinte de cada consumidorportuguês. Duplamente roubadospor um governo a quem oPresidente da Repúblicaportuguesa denunciou na suamensagem do ano novo. Primeiroconvida Coelho para no dia 29Dezembro almoçar e na suamensagem espeta-lhe o cebolãocomo se fazem aos porcos nasnossas aldeias. Bastaram poucaspalavras que destaco para acabarcom o mito com que nos massacrou

durante quatro longos anos. FalouMarcelo aos portugueses ecomeçou por afirmar que demospassos pequenos que sejam paracorrigir injustiças e criámos umclima menos tenso, menosdividido, menos negativo cádentro. Em 2016 Portugalconquistou sob um governo PSuma imagem mais confiável lá fora.Aconteceu uma proximidade emrelação às pessoas, ao cidadãocomum, partilhando os seusanseios, as suas angústias edesilusões. Aconteceu Natal no anonovo. Precisamos de corte nasrendas da energia com muitaurgência. Na nossa factura deDezembro de 2016, hoje recebida,somamos apenas 60,42€ já com IVAincluído e conhecidas por potênciacriada para substituir o aluguer doscontadores, taxas e impostos comas siglas DGEG e IEC, contribuiçãopara o áudio visual (RTP) ebrutalidade do IVA à taxa de 23%.Do ano de 2016 a China vaiarrecadar mais 700 milhões deeuros de dividendos. Concluímosque esta gente conseguiu em

Portugal a árvore das patacas. NaPT foi o que se viu, osadministradores estrela ZeinalBava, que ofuscava qualquer brilho,recebia prémios de todo o lado,incluindo o que lhe foi distribuídopor Cavaco que nunca se enganavae raramente tinha dúvidas. Quantoa Granadeiro, fazia de tesoureiro doBES. Estes valores entregues pelaPT deveriam servir para ressarcir oslesados, roubados daquele banco.Ao menos alguma utilidade para odinheiro desviado a quem tantotrabalhou e confiou em recebê-lomais tarde. Esta sim é a verdadeirabancarrota que assaltou osportugueses. E o que sabemos daJustiça Portuguesa sobre esta gentee afins?Ernesto Silva, Marinha Grande

O que é afelicidade para ti?Sendo o Carnaval uma data festiva,seria de esperar que toda a gente seencontrasse distraída com a sua

própria vida e embrenhada nestaépoca de excessos. Como peixesque nadam contra a corrente,houve um grupo de pessoas quedecidiu vivê-la de outra forma.Reunidos de várias cidades do país,de Norte a Sul, preocuparam-secom a felicidade desta cidade.Tendo como exemplo o Homemque marcou o mundo, foram até àspartes mais excluídas da cidade,ruas comuns, jardins e praçasmovimentadas para servir acomunidade. Juntamente com ascrianças do bairro Cova das Faias,em parceria com a “Impulsar”,realizaram-se atividades educativase recreativas com as crianças eadolescentes do bairro da Cova dasFaias, como a pintura de parte dasinstalações da associação, casacedida pela Câmara Municipal deLeiria, onde semanalmente serealizam atividades realizadas porvoluntários muito especiais, com oobjetivo de apoiar crianças e jovenspara a realização de trabalhosescolares e atividades dedesenvolvimento social. Nesteespaço houve momentos de teatro,

Quem na Europa dos 27 poderia dizer há 20 anos atrásque o pequeno país territorial com 11 milhões dehabitantes poderia em 2016-2017 servir de modelopolítico aos futuros Presidentes da República deFrança? Foi o que aconteceu neste mês de Fevereiro de2017, quando o candidato do Partido Socialista francêsàs eleições presidenciais em Maio de 2017 viajou atéPortugal e dialogou, para aprender com a experiênciado actual primeiro-ministro de Portugal, AntónioCosta.É efectivamente uma primeira vez que, queira-se ounão, enche de orgulho a vasta comunidade portuguesaem França. É uma primeira vez na história. Esteacontecimento, simples nas apresentações, é de factoalgo que ultrapassa as questões partidárias e políticas eque faz subir o orgulho de uma boa parte dosportugueses que aqui trabalham e vivem e que aolongo destes últimos 60 anos se submeteram todos,mas todos, à dita superioridade da força cultural epolítica deste país, que efectivamente tem dado liçõesao mundo inteiro, sem esquecermos o país de Luís de

Camões com os seus 250 milhões que pelo mundointeiro falam a nossa língua. Este acontecimento, mesmo simples, tem umsignificado muito grande, e é necessário dizê-lo: atéque enfim, depois de alguns séculos e na Europa,Portugal e alguns dos seus “novos-políticos”responsáveis, estão a dar um grande exemplo naEuropa dos tais 27 países que a compõem. Há 20 ou 30anos era impossível isto acontecer; um país como aFrança e um dos seus principais candidatos BenoitHamom, deslocar-se ao nosso país e aprender comaquilo que o actual governo, apoiado pelo PartidoComunista e pelo Bloco de Esquerda, tem realizadopara o bem da democracia europeia, e em especial parao povo de Portugal e o da Europa.Os tais “emigras”, uma grande parte dos quaischegaram aqui descalços, sentem no seu coração que,enfim, existem portugueses que servem para qualquercoisa, tanto para Portugal como para França... e para oMundo! Parar é morrer. “Para a frente é que é Lisboa!”José Batista de Matos

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música, jogos, dança – uma partilhaentre duas culturas.Com a mesma associação, na Quintada Alçada, por intermédio dodesporto e da importância dotreinador, valores foram reforçadoscom momentos de lazer e comunhão.Abrangendo todas as faixas etárias, aterceira idade não foi esquecida,realizando assim várias atividades noCentro Social Baptista de Leiria.Através de uma troca de ideias sobrefelicidade, conversas tornaram-seprofundas, estranhos tornaram-seíntimos. Numa sociedadeindividualista onde cada pessoa seesconde por trás de uma máscara,este grupo crê que cada pessoa temum nome, e por trás desse nome háuma história com a qual sepreocupam. Espelhando o Amor queJesus – o Homem – demonstrouprimeiro pelo mundo e que trazalegria a cada um que acredita edecide segui-Lo. “Nós amamosporque Ele nos amou primeiro.” 1João 4:19Assim surge o projeto FelizCidade,instalado na Igreja EvangélicaBaptista de Leiria, ondeoportunamente irão continuar estesprojetos e outros que se irãodesenvolver. Natacha FerreiraTexto escrito de acordo com a novaortografia

Rota das adegas nafreguesia de AtouguiaPelo 14.º ano consecutivo, a Rota dasAdegas da Autoguia voltou a realizar-se, no dia 25 de fevereiro, sob aorientação do presidente da junta defreguesia, Sr. António Pereira. Cercade 80 participantes deslocaram-senum circuito com 20 adegas, comcaraterísticas muito diferenciadas,onde se deliciaram com o vinho e ospetiscos oferecidos pelos donos queos acolheram com grande simpatia.Neste convívio, com caraterísticasbem populares, não faltou a musicatradicional portuguesa através dedois acordeonistas, Luís Fonseca eFernando Reis, e do fado genuínocantado pelo Joaquim Júlio e ElviraRoldão, acompanhados à guitarrapelo Luís Grácio e Cesário Rama.A Rota das Adegas, com algumasadaptações, poderia constituir umaboa maneira de fomentar o turismoem zonas rurais, onde ahospitalidade ainda é uma boacaraterística portuguesa.Mário João Ley Garcia Texto escrito de acordo com a novaortografia

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OpiniãoJornal de Leiria 9 de Março de 2017 19

Prostrado no chão» daria um bom títulopara uma obra de José Saramago. Estetítulo forte surgiu-me a propósito dapublicação do livro de Cavaco. A este

também poderíamos chamar «Todos os Nomes»,uma obra de Saramago que conta a história de José,um escriturário de cartório do registo civil, quepara se distrair do trabalho monótono começa acolecionar recortes de pessoas famosas, depressadescobrindo que afinal os famosos são tão banaiscomo os outros mortais. Eis que José parte numabusca desenfreada para, usando meios nunca antesutilizados, alcançar o seu objetivo. Assim fez Aníbal(Cavaco Silva), qual decrépito elefante de guerra,escavacando de forma inglória o seu inimigo numaverdadeira guerra «púnica» demonstrando umtaticismo perverso que nem o grande generalcartaginês com o mesmo nome alguma vez puseraem prática. Não sei se Sócrates é culpado ou inocente, seiapenas que, no caso dele, era muito fácil terevitado a prisão preventiva como medida de coaçãoe igualmente fácil a sua libertação após o sexto mêsde reclusão. No que diz respeito à arena política, éevidente que Sócrates encontra-se esmagado eprostrado no chão, altura em que Cavaco, se tivesseum pingo de dignidade política, nunca poderia ter«espetado a faca» no seu adversário antes de, aomenos, este ser julgado pelos tribunais. Gostemosou não, Cavaco tem todo o direito de escrever a suaversão dos acontecimentos, evidentemente quesim. Ele e a sua perspetiva constarão, de formaindelével, nos futuros manuais escolares queabordem o pós 25 de Abril. A sua narrativacontribuirá, certamente, para adensar o estudodeste período da nossa história. O estranho é queCavaco venha agora à liça e tenha estado calado

quando tinha a obrigação de falar. A não ser queconsidere que fez o que devia ao instar osportugueses à rebelião, contra um governolegítimo, mandando recados parolos nosmomentos mais solenes da República Portuguesa aque presidia, nomeadamente, apelando ao«sobressalto cívico».Cavaco publica o seu livro, dez meses depois dedeixar as suas funções, com esta ridículajustificação: «mantive até agora, reservada parteimportante da minha ação como Presidente daRepública, convicto de que essa era a melhor formade defender o superior interesse nacional». Estaafirmação além de ridícula é absurda. Era superiorinteresse nacional manter segredo durante osprimeiros dez meses? No décimo primeiro mês jánão havia interesse nacional? O que mudou no paísou na política que corrobore essa afirmaçãoinverosímil e patética?Mais parece um dos argumentos funestos da suapresidência senil do que uma justificação de umprofessor catedrático. Talvez não fossedespropositado dizer a verdade, ou seja, queprecisou de dez meses (razoavelmente rápido,portanto) para escrever, no retiro dourado pagopelos impostos dos portugueses, as quaseseiscentas páginas do seu livro. Numa posturapolítica vergonhosa chama (agora) mentiroso aSócrates. Como diz o povo «é fácil dar pancada emmortos». Sócrates não está morto, que o diga aJudite de Sousa, mas está gravemente «ferido», efoi esse o momento que Cavaco escolheu para, semmisericórdia, lhe espetar a lâmina afiada. Isso dizmuito de alguém que esteve mais de vinte anos nopoder e afirmava que não era político.

Jurista/autor

Écustoso, é chato, e osignificado não me temsido explicadoconvenientemente:

chegamos uma vez mais aoestranho tempo do jejumquaresmal!Sei que muitos companheirosnão apoiam a limitaçãoimposta ao consumo degalináceos, ou carne de porco,durante o período que agoraatravessamos. Ouvi dizer quenoutros territórios abraâmicosonde também se jejua,chegada à noite rompem-se ostonéis e a festa faz-se rija. Estatipologia de jejumcompensatório, distinta danoite para o dia, deveria serconsiderada nas aldeias ecidades ainda controlados pelaigreja de Roma, em Itália. Oregime diurno de penitênciaparece-me suficiente comopunição. Jejuar e orar daquiaté 13 de abril é um sacrifícioque atualmente poucosconseguem suportar,infelizmente.Complicando ainda mais tudoisto, inúmeras vozes têmassinalado os prejuízos queesta ideia do jejum temacarretado à indústria agro--pecuária. A economia daregião ressente-se,naturalmente, com tantareflexão e com tão poucoconsumo. Interessaráporventura rever esteprocesso, pesando os prós e oscontras associados àdesingestão de proteína animal(de produção local). É verdadeque grande parte dos indianos,por exemplo, conseguemjejuar quase em permanência,mas esse modelo alimentar ésuportado por uma proativaindústria das especiarias, quefacilmente mitiga o desejo decomer carne. Será que aestabilidade fisiológica dosnossos concidadãos autorizauma dieta composta porbacalhau, atum e salmão aolongo de mais de um mês?Porventura sim, para osconsumidores mais audazes.Este doloroso caminho foi hámuito traçado por bispos ereis, e quem sou eu paraavaliar o valor atual destessábios regimentos. Não mecusta obedecer, edisciplinadamente calar-me,face aos ensinamentosprofundos que estas tradiçõesseguramente encerram. Aindaassim, noto que parece faltarcatequese que adequadamentejustifique a via sacra que nosarrastará, espero, até à santaPáscoa.

InvestigadorTexto escrito de acordo com anova ortografia

FernandoGonçal-ves

Teoriasrurais FranciscoFreire

Prostrado no chão Jejuar e punir

Por interesse pessoal tenho andado embrenhadana leitura e análise crítica de três textos: odocumento do Ministério da Educação (ME)“Perfil dos alunos à saída da Escolaridade

Obrigatória”, na versão para consulta pública; o artigo“Importância das emoções na aprendizagem: umaabordagem neuro psicopedagógica” de Vítor daFonseca; o romance histórico “Mar Liberal” de Jaimede Oliveira Martins.Do documento do ME registo uma das implicaçõespráticas enunciadas: “A assunção de princípios,valores e competências-chave para o perfil dosalunos à saída da escolaridade obrigatória implicaalterações de práticas pedagógicas e didáticas (…) eobriga a promover de modo sistemático eintencional, na sala de aula e fora dela, atividadesque permitam ao aluno fazer escolhas, confrontarpontos de vista, resolver problemas e tomardecisões com base em valores”. Registo, do artigo de Vítor da Fonseca: “As emoçõesnão podem continuar a ser separadas das cogniçõesnas escolas e nas salas de aula do século XXI, comoo foram no passado. A aprendizagem significativa emotivadora é o resultado da interação entre aemoção e a cognição, ambas estão tão conectadas aum nível neuro funcional tão básico, que se umanão funcionar a outra é afetadaconsideravelmente”. Do romance Mar Liberal refiro o que um homem diza outro homem: “Não te adianta pensar que és um

Améliado Vale

Quando a soma de um com um, com um, não é igual a três

bom profissional ou um bom pai, ou um bompolítico. De nada te vale. O que realmente conta éque aqueles com quem trabalhas ou a quem tededicas te reconheçam como tal”. Ora, qual oporquê destes registos? Porque apesar de proviremde fontes diferentes, da política, da ciência e daliteratura, há neles a mesma intencionalidadeeducativa e formadora. A de nos recordar que é a nós adultos que cabe aresponsabilidade de educar os mais novos e que os“pecados” que lhes atribuímos são nossos e sópõem em evidência a nossa incapacidade paraeducar, que essa nossa incapacidade está ligada àresistência que oferecemos à mudança quando,como adultos, nos achamos prontos em vez deaprendizes e insistimos em não ligar ao que aciência já hoje sabe sobre, neste caso, o cérebro e aaprendizagem, e por último, porque nos tornamoshumanos uns com os outros, recorda-nos aimportância de em humanidade sermos,principalmente, para as crianças e jovens, umafigura de referência. De facto, quando nos pomos a querer aprender oque os outros nos querem ensinar percebemos queo pensamento não pode ser cartesiano. Percebemosque só em matemática a soma de um com um, comum, pode ser igual a três…

ProfessoraTexto escrito de acordo com a nova ortografia

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20 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Economia

Mulheres ocupam menos de umterço dos cargos de liderança

Raquel de Sousa [email protected]

� Apesar dos progressos registadosnos últimos anos, a presença demulheres em posições de lideran-ça nas empresas ainda está muitolonge da paridade, conclui a últimaedição do estudo A presença femi-nina nas empresas em Portugal, daInforma D&B, apresentado no Mi-nistério da Economia ontem, DiaInternacional da Mulher.

Considerando o universo em-presarial no nosso País (empresaspúblicas e privadas), no final de2016 as mulheres ocupavam 28,6%dos cargos de liderança (função deprimeiro gestor), aponta a análiseda Informa D&B. Ou seja, menos deum terço das posições de liderança.Em 2011 eram 22,9%, o que signifi-ca que houve um crescimento de5,2 pontos percentuais. Se consi-derarmos os cargos de gestão (nagerência ou conselho de adminis-tração), as mulheres ocupam já34,2% do total, contra 31,9% em2011, o que traduz um crescimen-to de 2,3 pontos percentuais.

Que motivos explicam que a per-centagem de mulheres em cargosde topo/chefia seja ainda bastanteinferior à de homens a desempe-nhar as mesmas funções? “Creioque é cultural. Não se prende coma formação académica ou capaci-dade que as mulheres detêm paradesempenhar qualquer função”,entende Carla Moreira. Para a CEOda Arfai, empresa de cerâmica deAlcobaça com 80 trabalhadores eum volume de negócios de 2,2 mi-lhões de euros, que exporta 98% dasua produção para praticamentetodo o mundo, as mulheres “têmmenos disponibilidade” para fun-ções de liderança, “pois espera-seque sejam super mães, esposas,donas de casa e profissionais”. “Es-pera-se delas o que não se espera dehomem nenhum e esta questão écultural. Se falarmos com um ci-dadão dinamarquês, esta questãonem sequer se coloca”.

Há quem defenda que as própriasmulheres, muitas vezes, não que-rem desempenhar esses cargos.Carla Moreira concorda que “en-contramos efectivamente mulheresque estão talhadas para a família eprovavelmente não aceitariam car-gos de chefia, mas não acreditoque seja a maioria”. Na maior par-te das situações, considera a em-presária, “é vedado o acesso a car-gos de chefia às mulheres e é mui-

to difícil vingar num mundo dehomens, pois mesmo quando che-gam a cargos de maior relevânciatêm de se esforçar a dobrar paraprovar que são portadoras de ta-lento e valor”.

Segundo Teresa Cardoso de Me-nezes, directora geral da InformaD&B, “existe uma tendência decrescimento dos cargos de gestão eliderança que são ocupados pormulheres”. Embora a situação “ain-da esteja longe da paridade, há in-dícios que podem apontar parauma evolução nesse sentido, comoo facto de as empresas mais jo-vens serem aquelas onde encon-tramos mais líderes femininas”.

De acordo com o estudo, “a ju-ventude das empresas está de fac-to associada a uma presença maisforte de mulheres em cargos de li-derança”. Quanto mais jovem aempresa, maior a percentagem demulheres em cargos de liderança,sendo que quase um terço dasstart-ups em Portugal (31,4%) são li-deradas por mulheres.

Chefia Estão em maioria em muitos sectores, mas quando se fala em cargos de topo o cenário mudade figura. Questões culturais ajudarão a explicar a fraca presença de mulheres à frente das empresas

As mulheres nas empresas em Portugal

Fonte: Informa D&B

Emprego Cargos de gestão

Cargos de liderança

42% 34% 29%

RICARDO GRAÇA

Estudo Informa D&BÉ nas micro empresas que há mais mulheres no topoSe os cargos de liderançaocupados por mulheres são, nocômputo geral, de apenas quase29%, quando o emprego femininopesa 42% do total (ver infografia),na Bolsa não se encontranenhuma empresa cotada comuma mulher à frente. Contudo, apresença feminina em cargos degestão nestas empresas faz-senotar e “mais do que duplicou”entre 2011 – apenas 5,7% - e 2016 –11,9%, aponta o estudo da InformaD&B. “Quanto menor a empresa,mais expressiva é a percentagemde mulheres em cargos de gestãoe liderança. Nas grandesempresas, as mulheres estãorepresentadas apenas em 12,9%dos cargos de gestão e em 8,2%dos cargos de liderança. Pelocontrário, é nas micro empresasque se encontram mais mulheresno topo, ocupando 35% dos cargos

de gestão e 29,3% nos cargos deliderança”, aponta o trabalho. Amaior concentração de mulheresem cargos de gestão e liderançaverifica-se nos sectores dosserviços, alojamento, restauraçãoe retalho, com mais de 30% em

cada um. Pelo contrário, “emsectores como a banca e osseguros a sua participação nestescargos é muito reduzida (7,1% e8,2%, respectivamente), apesar deuma quase paridade ao nível dosempregados”.

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EconomiaJornal de Leiria 9 de Março de 2017 21

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LICIDA

DE

Iniciativa financia primeiro ano de 27 alunos do IPLeiria

Empresas suportam bolsas com esperança de captar novos talentosRaquel de Sousa [email protected]

� Primeiro foram sete, depois 24 eagora 27. Em apenas três anos, o nú-mero de bolsas IPL Indústria, supor-tadas por empresas da região, mais doque triplicou. Este ano, a maioria foiatribuída a alunos de cursos de en-genharia, área em que o tecido em-presarial tem sentido dificuldadesem recrutar.

Quinta-feira passada, na cerimóniade entrega das bolsas aos estudantes,Nuno Mangas lembrou que os cursosde licenciatura na área das engenha-rias “não são dos mais procurados,mas são dos que têm maior empre-gabilidade”. Por isso, esta iniciativa “érelevante para mostrar que a regiãoprecisa de mais engenheiros”, consi-derou o presidente do Instituto Poli-técnico de Leiria (IPLeiria).

Também Jorge Santos referiu as “di-ficuldades de recrutamento” sentidaspelas empresas, “desde os operado-res aos técnicos mais qualificados”.Para o presidente da Nerlei, as bolsasIPL Indústria traduzem o “reconhe-cimento” do tecido empresarial da re-gião face ao trabalho do instituto. Aomesmo tempo, ajudam a reforçar aproximidade entre docentes e em-presas e a captar talentos.

João Faustino disse que as em-presas estão hoje sujeitas a enor-mes desafios e a “pressões drásti-cas para redução de preços”, a quesó conseguirão responder com re-cursos humanos qualificados. “Te-mos de ajustar métodos, ou fica-mos pelo caminho. Precisamos detirar partido dos equipamentoscom gente nova, com conheci-mento e dedicação, aspecto quenesta indústria [moldes] é muito

importante”, frisou o presidente daCefamol.

Nuno Mangas falou ainda da am-bição de alargar a atribuição de bol-sas a mais cursos de mais escolas doIPLeiria (este ano já houve uma bol-sa para um curso da Escola Superiorde Artes e Design de Caldas da Rai-nha), mostrando a esperança deque mais empresas se juntem à ini-ciativa. “As tecnologias e a gestãosão estruturais para as empresas,mas há outras áreas que também fa-ria sentido apoiar, e estou a lembrar-me do turismo”.

O presidente do IPLeiria lembroutambém que “há muito poucos dou-torados nas empresas” e que “vale a

Este ano lectivoMais seis empresassuportam bolsasEste ano lectivo, mais seisempresas se juntaram àiniciativa, suportando bolsas deestudo: Geocam, Lubrigaz, MDMoldes, Stream Consulting,Socem e GLN. Renovaram o seuapoio as empresas BöllinghausSteel, Bourbon AutomotivePlastics, Incentea, Moldes RP, TJMoldes, Vipex, BPN - Comérciode Peças para Camiões, Caixa deCrédito de Leiria, Geco, EST, LaRedoute, Moldoeste,Planimolde, P.M.M. e Ribermold.Várias delas suportam mais doque uma bolsa, até um máximode três, como é o caso da Soceme da Caixa Agrícola. As bolsassão uma das vertentes doprotocolo celebrado em 2013entre o IPLeiria, a Nerlei e aCefamol.

Dez alunos de engenharia mecânica receberam bolsa

DR

pena” apostar nesta área, defenden-do que os doutoramentos devem es-tar alicerçados nas empresas e desa-fiando os empresários a serem par-ceiros do instituto neste âmbito.

Também Jorge Santos considerou“fundamental” que o IPLeiria “con-siga ministrar doutoramentos”, ga-rantindo que não deixará de lutarnesse sentido, até porque “é reco-nhecido” a nível nacional o méritodo instituto e a sua ligação ao teci-do empresarial.

As bolsas de estudo (que suportama propina do primeiro ano da licen-ciatura) “representam muito mais doque um valor monetário”, são tambémo “reconhecimento das empresas”relativamente à qualidade do ensinoministrado pelo IPLeiria”, disse nacerimónia Miguel Lisboa. O porta-vozdos estudantes premiados adiantouque são uma “motivação” que segu-ramente contribuirá para o sucessoprofissional dos jovens e homena-geou a disponibilidade das empresas.

Cesário Silva, do AgrupamentoMarinha Grande Poente, em repre-sentação das escolas secundárias deonde os alunos são originários, elo-giou a “visão estratégica e a tenaci-dade do IPLeiria na defesa dos inte-resses da região” e o seu envolvi-mento com outros parceiros comvista a uma maior relação entre a aca-demia e o tecido empresarial.

Também Pedro Martinho, directorda Escola Superior de Tecnologia eGestão, considerou que as bolsas são“mais um momento de aproxima-ção” entre academia e empresas edeixou uma mensagem aos alunosdistinguidos: “este reconhecimentofaz de vós embaixadores da mensa-gem de que o esforço e a dedicaçãofazem a diferença”.

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22 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Economia

Evento promovido pela AAPI no dia 17 conta com presença de 23 países

Leiria será centro de negócios e internacionalização por um diaElisabete [email protected]

� No próximo dia 17, as atenções em-presariais vão estar focadas em Leiria,onde se irá realizar o Leiria Centro Ex-portador, um projecto promovidopela AAPI - Associação de Ação paraInternacionalização, que tem já ga-rantida a presença de "cerca de 23 paí-ses representados por 20 câmaras decomércio de quatro continentes",anunciou o presidente da AAPI, NunoMorgado.

O evento, que decorre no Merca-do de Sant'Ana, visa possibilitar a in-ternacionalização e a promoção denegócios a empresas de vários sec-tores da região. Nuno Morgado in-formou que a participação de váriasentidades relacionadas com o pro-cesso de internacionalização irãopermitir, "num só dia e no mesmolocal", fornecer "informações úteis"para a realização de negócios no fu-turo, ao mesmo tempo que se po-

Leiria

Encontroempresarialdebatecrescimento da economia

� O crescimento da economia por-tuguesa é o mote do encontro em-presarial agendado para a próximasegunda-feira, dia 13, na Nerlei,em Leiria. O evento, agendadopara as 18 horas, será estruturadoem torno de uma mesa redondaem que os presidentes da Nerlei(Jorge Santos) e do Fórum de Ad-ministradores de Empresas (LuísFilipe Pereira), em conjunto comos bastonários da Ordem dos Eco-nomistas (Rui Leão Martinho) e daOrdem dos Engenheiros (CarlosMineiro Aires) vão debater o cres-cimento da economia portuguesa.Além disso, a Associação MissãoCrescimento, que tem actual-mente como membros a Associa-ção Projecto Farol, o Fórum de Ad-ministradores de Empresas, a Or-dem dos Economistas e a Ordemdos Engenheiros, irá apresentarum conjunto de propostas de ac-tuação com foco na criação decondições para o crescimento eco-nómico sustentável. Participaçãogratuita, mas com inscrição obri-gatória.

Apresentação internacional da feira decorreu ontem em Monte Real

Trinta e cinco empresas portuguesasmarcam presença na Moulding ExpoRaquel de Sousa [email protected]

� Depois da Alemanha, anfitriã doevento, Portugal é o país com omaior número de empresas na edi-ção de 2017 da Moulding Expo, fei-ra internacional dirigida ao sectordos moldes e ferramentas especiaisque se realizará em Stuttgart de 30de Maio a 2 de Junho.

Portugal é, assim, o segundo paíscom o maior número de exposito-res, disse ao JORNAL DE LEIRIAFlorian Niethammer, director deequipa da Messe Stuttgart, que pro-move a feira, que ontem esteve emMonte Real na apresentação docertame. O que ditou a escolha donosso país para este evento? Alémdaquele motivo, o facto de a Cefa-mol ter apoiado essa possibilidadedesde o início e de as relações entreestas duas entidades serem “muitoboas”. “Sempre pensámos em in-ternacionalizar a feira e considerá-mos que seria bom ir apresentá-la adiferentes lugares onde existe fa-brico de moldes”.

Na apresentação de ontem esti-veram cerca de 100 pessoas de váriospaíses, entre jornalistas, represen-tantes de associados da ISTMA (as-

derão "iniciar negócios" neste dia.Na sexta-feira, o Leiria Centro Ex-

portador tinha já 500 inscrições, umnúmero que está, no entanto, aquémda expectativa dos organizadores."Definimos como objectivo inicial750 entradas durante o dia e olhan-do para as inscrições ainda não tenhoessa certeza, mas também sabemosque algumas pessoas aparecem seminscrição", disse o responsável.

O presidente da AAPI acrescentouque a organização garantiu a pre-sença de “dois procurements do Rei-no Unido e da Polónia”. “Procuramosque as empresas tenham informaçãoútil das câmaras de comércio comodestino dos seus investimentos noestrangeiro e em termos das suas ex-portações. Acreditamos que vai ha-ver um misto de informação às em-presas e a concretização de negóciosfuturos", frisou.

Nuno Morgado revelou ainda queestarão presentes diferentes secto-res "como a agricultura, vinho, in-

dústria, comércio e serviços, e de vá-rios pontos do país". Para este res-ponsável, um dos objectivos destaorganização é “dotar Leiria e osseus empresários de algum relevo -que já têm - e alavancar um poucoa sua componente de exportação,permitindo que os empresários te-nham uma informação disponívelsobre uma quantidade de merca-dos". Estão previstos ainda um con-junto de workshops, que já têm ins-critas "entre 60 a 70 empresas", oque evidencia a "dinâmica que estáa ter".

Gonçalo Lopes, vice-presidenteda Câmara de Leiria, destacou que"a região de Leiria é conhecida pelacapacidade empreendedora e di-namismo económico, em especial oindustrial", referindo que "nesteterritório está representada toda aeconomia do país", com diferentessectores que "aliam a tradição comaquilo que é a vanguarda tecnológi-ca portuguesa".

RAQUEL DE SOUSA SILVA

sociação internacional da indústriade moldes e ferramentas especiais)e patrocinadores da Moulding Expo,onde este ano deverão marcar pre-sença 700 expositores de 30 países.Além de terem ficado a saber maissobre a feira, tiveram ainda oportu-nidade de conhecer alguns dados so-bre a Cefamol e sobre a indústria por-tuguesa de moldes.

Para Manuel Oliveira, secretário-geral da associação sediada na Ma-rinha Grande, a apresentação da

Moulding Expo na nossa região foi“muito importante” e constituiuuma oportunidade de “demonstra-ção das nossas capacidades e com-petências a uma imprensa especia-lizada que vai passar um pouco portoda a Europa a mensagem do que éa indústria portuguesa de moldes”.O responsável considerou ter sidouma “oportunidade única”, lem-brando que “não é normal uma fei-ra alemã, organizada por alemães, serapresentada no nosso País”.

12mil euros a 13 mil euros é o valorapontado por Nuno Morgadopara o custo da organização doLeiria Centro Exportador, que é"financiado por patrocinadores eentidades expostas"

20 câmaras de comércio dediferentes países vão estarpresentes no evento a informaros empresários daspotencialidades de negócios

Os números

Cerca de 100 profissionais de vários países estiveram na apresentação

Leiria

Arquivo patrocinaedição deste anoda Moda Lisboa

Leiria

Laskasas abre loja de venda demobiliário

� A Laskasas abre este sábado emLeiria (Avenida Adelino Amado daCosta) a sua mais recente loja. Amarca nacional de mobiliário, comsede na Rebordosa, considerouque a cidade é “um ponto estraté-gico” onde os seus produtos têmespaço a ocupar. A loja será a pri-meira a apresentar a nova fachadados espaços Laskasas, que “de-monstra a vontade da marca em serenovar e procurar um espírito ain-da mais moderno, mas semprecheio de bom-gosto e sofistica-ção”. A empresa, que não revelouo montante do investimento, acre-dita que Leiria “vai receber a Las-kasas de braços abertos”. Ter maiorpresença no território nacional,“mantendo a qualidade pela qualtem vindo a ser reconhecida”, é oobjectivo da Laskasas, que recen-temente lançou um novo serviço:a Home Recover, que apresentasoluções de remodelação, restau-ro e renovação para imóveis.

� A Arquivo, de Leiria, patrocina aedição deste ano da Moda Lisboa,que decorre entre amanhã e do-mingo no Centro Cultural de Belém,onde vai estar com um stand a pro-mover a marca alemã Loqi e a suacolecção de sacos e outros produtos.“A Loqi é uma marca enérgica e ir-reverente, com uma imagem mo-derna e apelativa, que a Arquivo Dis-tribuição representa desde 2014.Os produtos Loqi diferenciam-sepelo design e cores estimulantes. Sãoobjectos do quotidiano, com umconceito cosmopolita, para quemgosta de arte e dá valor aos porme-nores do nosso dia-a-dia. A ModaLisboa é por isso um território na-tural para a Loqi”, explica a empre-sa de Leiria.

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Economia Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 23

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A ligação entre as empresas e aAcademia (IPLeiria), a presençainternacional, a exportação e aexistência de empresas comprodutos próprios são algumasdas forças do sector das TICE emLeiria. Contudo, são fraquezas areduzida dimensão do sector naregião, o grande enfoque regionale a pouca expressão da inovaçãode produto. Quanto àsoportunidades, há-as, porexemplo, no reforço dosdoutoramentos e do número dealunos em cursos ligados às TICE,na ligação da região à imagem deum novo Portugal Tecnológico ena atracção de empresasnacionais e internacionais para aregião. Este aspecto, contudo,pode igualmente ser umaameaça, devido à pressão sobre

os recursos humanos. “O clusterTICE em Leiria encontra-se numafase inicial, sendo necessária aconstrução de alicerces queviabilizem o seudesenvolvimento. As empresastêm ainda pequena dimensão edeverão colaborar por forma acrescerem no mercado domésticoe internacional”, aponta oestudo.

Estudo sobre o sector apresentado na segunda-feira

TICE na região de Leiria valem 197 milhões de eurosRaquel de Sousa [email protected]

� O sector das TICE (Tecnologias daInformação, Comunicação e Elec-trónica) registou em 2014 (últimoano disponível) um volume de ne-gócios de 16,7 mil milhões de euros anível nacional. A região de Leiria (in-cluindo o Oeste) representou no mes-mo período 197 milhões de euros, se-gundo um estudo de mercado apre-sentado esta segunda-feira na Nerlei.

De acordo com este trabalho, osector perdeu, a nível nacional, ne-gócios de três mil milhões de eurosentre 2010 e 2014, “em parte devidoà evolução do sub-sector das teleco-municações”. Leiria, pelo contrário,“apresenta uma evolução positiva”.Assim, em 2011 o volume de negóciosdas empresas da região foi de 158 mi-lhões de euros, enquanto em 2014 jásomava 197 milhões.

Este montante, contudo, repre-senta apenas 1% do total nacional.

4,9 mil milhões de euros, e que Lei-ria, com um VAB de 67 milhões, re-presenta apenas 1,3%.

José Melo, partner da LeadershipBusiness Consulting, que realizou oestudo, disse que a tendência é queo sector irá continuar a crescer e ainovar, sendo que a região de Leiria“tem de estar preparada para estarealidade”.

A análise detalhada ao sectordas TICE na região de Leiria per-mitiu ainda perceber que 80% dasempresas têm mais de cinco anos,e que a maioria é de micro e pe-quena dimensão. Só três têm maisde 50 colaboradores. “No entanto,25 empresas (59%) tem mais de 51%dos colaboradores com formaçãosuperior”.

“As empresas trabalham maiori-tariamente nas áreas de software esistemas de informação. As soluçõesmais oferecidas são e-commerce &web (49%), mobile & wireless, ERP,Marketing Digital e CRM”.

Forças e fraquezasConstruir alicerces para o desenvolvimento

Embora um pouco mais alta, tambéma representatividade do número deempresas assegurada em Leiria poreste sector é ainda baixa: 6%. Em 2014eram 713 as empresas existentes, nú-mero que compara com as cerca de 12mil a nível nacional. Em Leiria o nú-mero de empresas “cresceu de formacontínua no período 2010-2014”.

Quanto ao emprego, Leiria assegura“apenas 3%” do número total de co-laboradores do sector das TICE. Em2014 eram 2441 pessoas, númeroque compara com as 86158 a nível na-cional. O estudo salienta o “aumen-to significativo” - mais 438 - do nú-mero de colaboradores no Oeste en-tre 2012 e 2013.

Na análise ao sector (trabalho parao qual se consideraram quatro sub-sectores: electrónica e hardware, te-lecomunicações, sistemas de infor-mação e comércio), com base nos da-dos do Instituto Nacional de Estatís-tica, percebeu-se ainda que o ValorAcrescentado Bruto, em 2014, foi de

Publituris Portugal Trade Awards 2017

Hotel de Óbidos e Câmara de Ourém entre os nomeados

� Até amanhã ainda é possível votaronline para apurar os vencedores daedição deste ano dos Publituris Por-tugal Trade Awards. Entre os no-meados estão o Hotel Rio do Prado,de Óbidos, na categoria Melhor GreenHotel, e a Câmara de Ourém, na ca-tegoria Melhor Autarquia, onde con-corre com outras cinco câmaras.Este ano, há mais de 90 nomeados aconcurso, em 14 categorias e dife-rentes, e ainda o Prémio Personali-

dade do Ano. Os nomeados foram es-colhidos pela equipa do Publituris eos vencedores serão eleitos por umamédia ponderada entre os votos dosassinantes da newsletter do Publitu-ris (40%) e dos votos do júri (60%),explica a organização. Os PortugalTrade Awards pretendem distinguira excelência no sector do turismo. Osvencedores serão conhecidos nopróximo dia 15, durante a BTL- Fei-ra Internacional de Turismo.

Espaço foi inaugurado ontem

Decisões e Soluções abresegunda loja em Leiria

� A Decisões e Soluções inaugurouontem a sua segunda loja em Lei-ria, na Avenida Adelino Amaroda Costa, “aproximando-se aindamais das famílias e empresas àsquais presta serviços de aconse-lhamento personalizado e inde-pendente para a compra, venda earrendamento de imóveis, bemcomo ao nível do crédito bancário,seguros, obras de remodelação econstrução de imóveis”. O espaçoabre com seis consultores, mas oobjectivo é recrutar “mais novenas próximas semanas”, informaa marca. “Esta abertura vem pro-

var que Leiria tem mercado paramais do que uma loja da Decisõese Soluções. Mas só da forma comotrabalha: soluções 360º”, diz adirectora de agência, ElisabeteLeal. “A diferença faz a diferença,e nós somos diferentes. A nossamissão é ajudar a encontrar a so-lução ideal nas diversas áreas emque trabalhamos”, acrescenta.Criada em 2003, a empresa assu-me-se como líder de mercado emPortugal ao nível da consultoriaimobiliária e financeira e contacom uma rede de cerca de 100agências.

Rocim conquista três medalhas no Mundu VinisA Herdade do Rocim, do Grupo Movicortes, anunciou aconquista de três medalhas na última edição doconcurso Mundus Vini, na Alemanha. O Herdade doRocim Touriga Nacional 2015 e o Mariana Branco 2016obtiveram medalha de ouro, enquanto o AlicanteBouschet 2015 foi distinguido com prata.

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24 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Economia

Milagre! Disse ela

Tenho saudades de Portugal onde a vida émuito divertida, uma reinação constante aoestilo dos Monthy Pitton. Temos, paracomeçar, os nossos inestimáveis deputados a

quem nunca pagaremos suficientemente oentretenimento que nos proporcionam, diariamente,com muitas comissões de inquérito sobre os maisvariados temas, mas sem nunca chegar a umaconclusão, porque se chegassem, naturalmente, nãotinha graça nenhuma porque não poderiam criarnova comissão de inquérito sobre o mesmíssimotema. Outro divertimento do nosso povo é a discussão sobreos árbitros do futebol e cheguei à conclusão que,afinal, o pessoal gosta é de malhar nos árbitros e está--se borrifando para o futebol em si, um desporto queseria enfadonho sem os julgamentos dos árbitros napraça pública. Já agora e por falar em julgamentos,seria indelicado da minha parte não referir essa outrafonte de entretenimento nacional que é a constituiçãode arguidos por grosso. Sem esse notável trabalho dajustiça, os jornais, a televisão e toda a comunicaçãosocial veriam limitados os assuntos de que falar,pondo em perigo a sua sobrevivência e a dos seus

Opinião

trabalhadores e, por outro lado, as luminárias quecomentam as notícias nas redes sociais não teriamlocal para destilar as suas frustrações de uma vidatriste podendo ter de recorrer ao Serviço Nacional deSaúde e dando, assim, mais um rombo nas contaspúblicas. Por isso, compreendo muito bem quemantenham os arguidos nessa condição por muitos elongos anos, a bem da Nação.Bem, os caracteres escasseiam para continuar estetexto pelo que vou ao mais interessante: a economiaportuguesa tem-se portado muito bem com ocrescimento em caminho razoável, o déficite nomelhor indicador das últimas décadas, o desempregoa baixar, as exportações e o investimento a crescer eoutras coisas estranhas que o Governo e osportugueses têm conseguido no prazo curto de umano. Para os economistas ortodoxos da austeridade epara os políticos que ficaram sem assunto paracriticar o Governo, esta evolução não tem explicação.Mas, afinal, Teodora Cardoso encontrou a razão destaanormalidade: foi um milagre! E ainda o Papa nãoveio a Fátima…

Economista

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Unidade vai fabricar peças plásticas para indústria automóvel

TJ Moldes e Toolpress criamjoint venture em MarrocosRaquel de Sousa [email protected]

� A TJ Moldes, da Marinha Grande, ea Toolpress, de Sintra, criaram umajoint venture em Tânger, Marrocos. Aunidade vai produzir pedais de em-braiagem, travão e acelerador para vá-rios modelos da Dacia Renault. Estáem fase de testes e na semana pas-sada já saíram algumas peças para osbancos de ensaio deste fabricanteautomóvel, com destino às fábricasem Espanha e na Roménia. Está pre-visto para Julho o início da produçãoem série, de cerca de 1500 conjuntosde peças por dia.

João Faustino, administradordo grupo da Marinha Grande, dis-se ao JORNAL DE LEIRIA que estelevou um ano a analisar as vanta-gens e desvantagens da apostaneste projecto, adiantando que aToolpress já tinha uma unidadeem Tânger, que deveria fabricarpeças em chapa para a Dacia, masque “nunca chegou a arrancar”.Entretanto, com a mudança dotipo de peças, de chapa para plás-tico, e com a obrigatoriedade deincorporação de produto made inMarrocos, “a Toolpress, que nãotinha know-how na área do plás-tico, convidou a TJ”.

A empresa da Marinha Grande in-vestiu cerca de dois milhões de eurosnesta joint venture. A unidade emTânger, denominada Toolpress TJ, vaitrabalhar numa primeira fase para aDacia Renault, mas João Faustino

RICARDO GRAÇA

DR

não esconde a ambição de “alargar acapacidade”, para outros tipos depeças e para outros fabricantes. “Sa-bemos por exemplo que Marrocos vaiter entretanto uma nova fábrica daPeugeot-Citröen”.

Investimento de seis milhõesna MarinhaNa Marinha Grande, o Grupo TJ estáa investir em várias áreas, num mon-tante que pode ascender a seis mi-lhões de euros. Um dos projectos é na

unidade de plásticos, onde se aguar-da licença para a construção de umnovo armazém. O outro é na unida-de de aços, que se pretende ampliar,para instalar máquinas tridimensio-nais para medição de peças, melho-rando assim a área técnico-comerciale de apoio ao cliente.

Naquele montante está igual-mente incluída a construção de umanova fábrica, junto às actuais, naEmbra. Trata-se de uma unidade dedesbastes e fabrico de estruturas,

áreas a que o grupo já se dedica, masJoão Faustino acredita que concen-trá-las numa unidade, em vez de aster dispersas por três, permitirá àsoutras empresas focar-se no seucore business e à nova ser mais efi-ciente naquelas áreas.

O empresário diz que a ambição éter a nova unidade a funcionar em2018. Trata-se de uma fábrica que vaiser equipada com “máquinas muitoautónomas”, mas que ainda assimpoderá criar 20 postos de trabalho.

Na Marinha, várias unidades estão a ser alvo de investimento

Leiria Roupa e calçadopara criança naUrsinho Branco

Vai ser inaugurada sábado nocentro comercial Maringá, emLeiria, a loja Ursinho Branco,onde vão estar à venda roupa ecalçado para criança dos zero aosoito anos. No primeiro caso, aloja venderá a marca portuguesaPatachou, que apresenta artigosde “luxo acessível” e que sediferencia “pelo estilo maisclássico e pela qualidade”,explica a proprietária. ElisabeteVieira adianta que o calçado é damarca Tikitri, também nacional etambém ela caracterizada poruma forte aposta na qualidade.“Escolhemos estas marcasporque queremos diferenciar-nos pela qualidade”.

Batalha Câmara eAcilis promovem feirade stocks

A Batalha recebe neste fim-de--semana mais uma edição dafeira de stocks, iniciativapromovida em parceria pelaAcilis e pela Câmara Municipal.Roupa de senhora, homem ecriança, artigos de bebé,acessórios, sapatos, lingerie,retrosaria, papelaria e livraria sãoalguns dos produtos que poderáadquirir com descontos, quepoderão ir até aos 75% dos preçosde tabela. Aderiram à iniciativa15 lojas. O evento funciona entreas 10 e as 20 horas.

Batalha Jardinagem e floricultura emdestaque na Exposalão

A Exposalão, na Batalha, recebeentre amanhã e domingo maisuma edição da Expojardim, feirade plantas, flores, mobiliário eacessórios. Além do espaço deexposição, a programação doevento abrange um leque deactividades paralelas comoworkshops e conferências sobretemas relevantes e actuais dajardinagem e floricultura. Nomesmo período realiza-se aFrutitec – máquinas eequipamentos para a fruticultura– e a Iberopragas, que apresentasoluções de controlo de pragasagrícolas e urbanas.

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Economia EmpregoJornal de Leiria 9 de Março de 2017 25

Empresa de Leiria admite (m/f)

Auxiliar de ProduçãoDescrição da função: - Trabalhos de serralharia; - Maquinação na CNC; - Embalagem do produto; - Gestão de stocks; - Controlo e receção de saídas e entradas de material; - Manutenção e arrumação dos materiais em armazém.

Requisitos: - Conhecimentos de serralharia (obrigatório); - Escolaridade mínima obrigatória; - Disponibilidade imediata.

Resposta a este anúncio: [email protected]

Empresa de Leiria admite (m/f)

Descrição da função: - Preparação, planeamento, gestão e acompanhamento de Obra;- Ler, interpretar e executar peças escritas e desenhadas de projectos e pormenorização;

- Apoio ao departamento comercial e de produção.

Requisitos:- Conhecimento de informática (Office, desenho 3D em Solidworks);- Domínio da ferramenta SOLIDWORKS(obrigatório);- Boa capacidade de interpretação de desenhos.

Resposta a este anúncio: [email protected]

Engenheiro Civil

O Grupo E&T admite para os seus quadros

1 – PROGRAMADOR(preferencialmente com experiência em Cimatron)

2 – DESENHADOR(preferencialmente com experiência em Cimatron)

3 – GESTOR DE QUALIDADE E HIGIENE E SEGURANÇA(com experiência na norma ISO 9001 e ISO TS 16949)

- Experiência comprovada na função de pelo menos 3 anos.

Oferecemos:- Vencimento compatível com a experiência demonstrada

Os interessados deverão enviar o CV para o seguinte endereçoelectrónico: [email protected]

Guarda-se sigilo

Grupo de empresas no ramo da indústria de transformação de plástico, pretende admitir (M/F)

Director de Produçãocom condições atractivas para o reforço da sua presença

internacional, atuando em unidade industrial do grupo

Descrição da Função:

� Elaborar o planeamento e gestão da produção;

� Analisar, rever e definir processos de produção;

� Garantir o cumprimento do nível da qualidade definido;

� Propor medidas de melhoria;

� Colaborar no plano de Manutenção Preventiva e Curativa;

� Garantir o cumprimento das normas de qualidade e segurança;

� Desenvolvimento e gestão diária dos RH afetos à Produção,

nomeadamente na Formação Técnica;

Perfil do Candidato:

� Formação superior em Engenharia e/ou Gestão Industrial;

� Experiência profissional comprovada mínima de 5 anos ligada ao

sector de injecção de plásticos;

� Capacidade de organização, planeamento e autonomia;

� Facilidade na utilização de ferramentas informáticas;

� Dinamismo, proactividade e forte sentido de responsabilidade;

� Autonomia e capacidade de liderança de equipas;

� Resistência ao stress num ambiente multicultural;

� Fluência na língua inglesa (preferencial)

Contacto:Os interessados deverão enviar cv actualizado para o

e-mail: [email protected], com indicação da refª LA-0203.

OFERTA DE EMPREGO (F/M)

Advogada (o) Desempenho de funções a tempo inteiro

Região de PombalResposta ao anúncio através do e-mail: [email protected]

Multinacional de referência no setor de equipamentos de Logística

e Armazenamento admite (m/f)

Reparador/Classificador

de Paletes em MadeiraLocal de trabalho: Leiria

- Entrada imediata- Remuneração base + prémios de produtividade

Para mais informações contactar:

Pedro Balsas ( tel. 244 829 345 ou e-mail: [email protected] )

Empresa sediada na Barosa, pretende recrutar (M/F):

TÉCNICO DE INJEÇÃO

Mínimo 3 anos de experiência

[email protected]. 244 820 600

Empresa de moldes técnicos,procura admitir (M/F):

. Oficial de bancada

Resposta para a morada: Imtec - Indústria de Moldes Técnicos, Lda. Zona Industrial Casal da Areia, Rua G,Lote 24 . 2460 - 392 Cós - ALCOBAÇA

ou por e-mail: [email protected] mais informações,

contacte-nos pelo telefone: 262 540 020

Empresa localizada nos arredores de Leiria, procura

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Descrições da função:- Execução da contabilidade e de todas as obrigações inerentes à função;- Responsável pela faturação, cobranças e controlo de créditos;- Gestão do armazém;- Expediente geral.

Requisitos mínimos:- Técnico/a Oficial de Contas com 3 anos de experiência em funções idênticas.

Oferece-se:- Remuneração compatível com a experiência.

As respostas devem ser enviadas com CV para:Apartado 29132401 – 902 LEIRIA

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26 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Saúde e Bem-estar

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LICIDA

DE

Temos uma equipa com grandeexperiência em inovaçãotecnológica e terapêutica

David Durão director clínico do Centro Clínico de Leiria

� Como surgiu o projecto CentroClínico de Leiria e quais são as suasexpectativas?O Centro Clínico de Leiria abriu comoprojecto pessoal da Drª. Márcia Me-neses, tendo-me sido feito o convitepara ser director clínico. Abriu no dia11 de fevereiro e encontramo-nos emfase de divulgação e implementa-ção. Apesar de Leiria apresentar umaoferta significativa no âmbito da pres-tação de cuidados de saúde, ideali-zamos o Centro Clínico de Leiriacomo sendo um projecto comple-mentar e diferenciador da oferta jáexistente. As nossas expectativas pre-tendem corresponder da melhor for-ma à população que nos procura,podendo dar-lhes bem-estar e saúde.Quais os principais aspectos difer-enciadores da clínica em temos desaúde e bem-estar? Como aspectos diferenciadores doCentro Clínico de Leiria saliento aprestação de cuidados de saúde poruma equipa jovem, dinâmica, muitoexperiente e actualizada no que dizrespeito à inovação tecnológica e te-rapêutica, num ambiente calmo eacolhedor, sendo fácil esquecer que seestá num espaço onde se lida com aproblemática da doença. Outro as-pecto diferenciador do Centro Clíni-co de Leiria é o facto de integrar a redede associados CUF, permitindo ser umcanal prioritário em situações emque se impõe algum tipo de inter-venção mais específica como cirurgiasou exames complementares de diag-nóstico. Por fim, salientava o facto deter como associado o Centro de Me-dicina Laboratorial Germano de Sou-sa. Estes últimos irão permitir me-lhorar a oferta de cuidados de saúdeem Leiria e equipará-la à existente nosgrandes centros, como Lisboa e Por-to.Que especialidades podem as pessoasencontrar no Centro Clínico?Além das especialidades mais pro-curadas, como sendo a dermatologia,cardiologia, ginecologia, cirurgia, reu-matologia, imuno-alergologia, entreoutras, existem áreas que não sendoinovadoras apresentam um potencialde crescimento significativo, das quaisdestacaria: a consulta da dor, quepermite avaliar e seguir doentes comdor crónica oncológica e não oncoló-gica, em contexto de ambulatório, talcomo a consulta de patologia dosono, dirigida a pessoas com distúr-bios do sono, como síndrome de ap-neia obstrutiva do sono. A patologiamamária constitui outra especiali-dade da nossa clínica, para prevenção,doença oncológica e reconstruçãomamária. Por fim, a medicina da re-

produção, que se traduz no estudoetiológico de infertilidade, no controloe na monitorização de ciclos de esti-mulação da ovulação. Todas estasespecialidades estão a cargo de umcorpo clínico com uma formaçãomuito sólida e diferenciada, comgrande experiência em contexto hos-pitalar, onde os médicos estão total-mente focalizados no doente.Falou do Centro de Medicina Labo-ratorial Germano de Sousa. Quais asmais-valias de estar agora associadoao Centro Clínico de Leiria? O objectivo é alargar a oferta no âm-bito da patologia clínica. O Centro deMedicina Laboratorial Germano deSousa, já presente na maioria das ci-dades do País, ainda não estava dis-ponível em Leiria. Trata-se de um la-boratório altamente credenciado quepermite a realização de análises con-vencionadas com diversos sistemasde saúde, nomeadamente o SistemaNacional de Saúde, sendo ainda li-cenciado nas áreas da genética e on-cogenómica, colocando ao dispor dequem nos procura as últimas técnicasdesenvolvidas pela ciência.O Centro de Medicina LaboratorialGermano de Sousa é licenciado nasáreas da genética e oncogenómica, co-locando ao dispor de quem nos pro-cura as últimas técnicas desenvolvi-das pela ciência.

O Centro deMedicina Labora-torial Germano deSousa é licenciadonas áreas dagenética e onco-genómica,colocando aodispor de quemnos procura asúltimas técnicasdesenvolvidaspelaciência

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 27

"Adolescentes não consideram que o som numa discoteca seja demasiado intenso"

Mais de mil milhões de pessoas em risco de perder audição

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siderada incapacitante e 330 mi-lhões sofrem de infecções cróni-cas nos ouvidos.

João Carlos Ribeiro, otorrino-laringologista, afirma ao JORNALDE LEIRIA que são cada vez maisfrequentes casos de surdez, "querdevido ao trauma sonoro, querdevido ao processo degenerativodecorrente da idade".

"Sabemos que apenas 15 mi-nutos num concerto ou a usarauriculares com níveis sonoros de110dB [decibéis] causam lesões ir-

reversíveis no ouvido interno.Causam não só surdez, mas igual-mente acufenos (barulhos anó-malos nos ouvidos), que podemser igualmente incapacitantes."No entanto, adianta o otorrino,"60% dos adolescentes não con-sideram que o som numa disco-teca (100 a 115dB em média) sejademasiado intenso".

A OMS frisa que a perda de ca-pacidade auditiva "tem um enor-me impacto na comunicação,educação, emprego, bem como

nas relações sociais e emocio-nais", mas pode ser prevenida eevitada, nomeadamente atravésde estratégias de saúde pública.

João Carlos Ribeiro consideraque "as medidas devem ser não sóindividuais, como auricularescom sistema de cancelamento deruído, mas também de grupo,como educação para a saúde". "Aeducação em saúde ensinada nasescolas é muito importante e de-veria ser incluída nos programasescolares obrigatórios."

O otorrino acrescenta aindaque o ruído causa outros proble-mas, além da surdez, tais como"dificuldades no sono, altera-ções cardiovasculares, cogniti-vas, comportamentais e de apren-dizagem em crianças e jovensadultos".

"Hoje em dia, quase todos os ti-pos de surdez são potencialmen-te tratáveis com recurso a ampli-ficadores externos ou implantá-veis debaixo da pele", explica ootorrino.

Conversas com Barriguinhas Decorre hoje, dia 9, no salão paroquial do Juncal,Porto de Mós, pelas 18 horas, uma iniciativa departilha de conhecimento que ajudam os pais nagravidez, abordando temas como a criopreservaçãodas células estaminais, a higiene nasal do bebé e aboa forma forma na gravidez.

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ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA

Jornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Convoco a Assembleia Geral Ordinária do Orfeãode Leiria Conservatório de Artes, Associação, de acor-do com os Artigos 8° e 10° dos Estatutos, para o pró-ximo dia 27 de março de 2017, pelas 20h30, a ter lugarno Auditório do Edifício/Escola da coletividade, sitona Av. 25 de Abril, em Leiria, com a seguinte Ordem deTrabalhos:

1. Relatório de atividades de 2016: Discussão para aprovação

2. Relatório de contas de 2016: Discussão para aprovação

3. Plano de atividades e orçamento para 2017: Discussão para aprovação

4. Outros assuntos de interesse

De acordo com o Artigo 175 do Código Civil e Arti-go 10°, parágrafo 1° dos Estatutos, a Assembleia Geralconsidera-se legalmente constituída logo que estejampresentes um terço dos sócios, em pleno gozo dos seusdireitos e deveres, ou não estando presentes, decorri-dos 30 minutos depois da hora marcada, com qual-quer número de associados.

Leiria, 23 de fevereiro de 2017 O Presidente da Assembleia Geral (Dr. Victor Manuel Pereira Faria)

CONVOCATÓRIAJornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Nos termos da alínea b) do ponto 2 do artº 28º dos esta-tutos, convoco uma reunião ordinária da AssembleiaGeral, a realizar na sede da instituição no dia 27 de mar-ço de 2017, pelas 20.30 horas, com a seguinte ordemde trabalhos:

1. Discussão e votação do Relatório de Atividades e Contas da Gerência relativo ao ano de 2016;

2. Parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório de Contas;

3. Outros assuntos.

De acordo com os estatutos, a Assembleia reunirá àhora marcada se estiverem presentes mais de metadedos associados com direito a voto ou meia hora depoiscom qualquer número de presentes.

O Presidente da Mesa da Assembleia(Carlos Manuel Magalhães de Carvalho)

UNIÃO DESPORTIVA DE I.EIRIA

CONVOCATÓRIA Jornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Nos termos do disposto no Art.º 59.º, N.º 4, dos Esta-tutos da União Desportiva de Leiria, convocam-se osAssociados do Clube para a realização de uma Assem-bleia Geral Extraordinária, a realizar no próximo dia24 de março de 2017, às 21 horas, na Sede do Clube,sita no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa emLeiria, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1.º - Análise, discussão e Deliberação da Proposta deDestituição da Direção;

2.º - Nomeação de uma Comissão Administrativa paraassegurar o normal funcionamento do clube até reali-zação de novo ato eleitoral.

Leiria, 02 de março de 2017

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral (António Pereira Fernandes)

ASSEMBLEIA GERALCONVOCATÓRIA

Jornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Nos termos do art° 34° dos Estatutos, convoco os sóciosda ADESBA —Associação de Desenvolvimento e Bem-estarSocial da Freguesia da Barreira, para se reunirem emAssembleia-geral Ordinária, a realizar na sede da Associa-ção, instalações da residencial de idosos, ADESBASénior,rua Santíssimo Salvador, n°1130, no próximo dia 26 de mar-ço de 2017, pelas 11.00 horas, com a seguinte ordem de tra-balhos: Ponto um- Apresentação, discussão e votação do Relató-rio e Contas da Gerência do ano de 2016; Ponto dois- Alteração dos Estatutos: Art.º 34.°, n.° 2 e Art.º48.º alínea b), de acordo com Ofício da Segurança Social,datado de 14 de fevereiro de 2017. Ponto três- Análise, discussão e atualização do valor anualdas quotas, a vigorar a partir do ano de 2017. Ponto quatro - Assuntos diversos de interesse geral.

Se à hora marcada não estiverem presentes mais demetade dos associados com direito a voto, a Assembleia-geral funcionará às 11. 30 Horas com qualquer número desócios. A sua presença é fundamental para a consolidaçãoda nossa Instituição.

Barreira, 07 de março de 2017 A Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Maria Elisa Carreira da Silva

Aero Clube de Leiria

INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE

PÚBLICACENTRO ASSOCIATIVO

MUNICIPALMERCADO MARINGÁ

ConvocatóriaJornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Ao abrigo do Artigo 25º dos Esta-tutos, Convoco a Assembleia Geralpara o dia 17 de Março de 2017, sex-ta-feira, às 20h30, na sede do AeroClube de Leiria, com a seguinteordem de trabalhos:

1 - Discussão e aprovação das con-tas de 2016;

2 - Apresentação do plano de ati-vidades para 2017;

3 - Outros assuntos.

Se à hora marcada não estiverempresentes sócios em número míni-mo estipulado por lei, a Assem-bleia funcionará uma hora depoiscom o número de sócios presen-tes.

Leiria, 09 de Março de 2017

O Presidente da Assembleia GeralJosé Manuel dos Reis Dias

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(Ao lado da Clínica Dr. Pedro Choy)2415-778 Leiria

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Estudo da Deco analisou Imposto Municipal sobre Imóveis

Portugueses pagaram 92,2 milhões de IMI a mais nos últimos três anos � Os portugueses pagaram nos últi-mos três anos 92,2 milhões de eurosde Imposto Municipal Sobre Imó-veis (IMI) a mais, de acordo com as800 mil simulações feitas no simula-dor criado pela Deco.

Segundo a associação de defesa doconsumidor, citada pela Lusa, nassimulações feitas na página online ve-rificou-se que 92,2 milhões de eurosde IMI estavam a ser cobrados inde-vidamente.

A Deco recorda que “nem sempreo valor que é cobrado é justo” porque“o imposto é calculado em função dovalor patrimonial tributário dos imó-veis, que pode estar desactualiza-do”.

Um dos indicadores que contri-buem para esse valor é a idade do imó-vel, o denominado coeficiente de ve-tustez. “Como os imóveis envelhecemtodos os anos, o coeficiente deveria

baixar, assim diminuindo o valor doimposto a pagar”, explica a associa-ção.

Por outro lado, o valor de constru-ção foi alvo de actualização em 2010,tendo sido fixado em 603 euros peloGoverno.

“Mas quem não viu o seu imóvelavaliado desde então, é natural que te-nha este indicador ainda inflaciona-

do”, alerta a defesa do consumidor,que aconselha os portugueses a usa-rem o simulador online para verificarse o montante que estão a pagar é jus-to.

Outros dos indicadores que po-dem fazer variar o valor do IMI a pa-gar são os coeficientes de localização,revistos no ano passado em todo opaís. A Deco entende que estes indi-cadores deveriam ser actualizadosautomaticamente pelo Estado. “Masas Finanças só o fazem quando ocontribuinte o solicita formalmente eeste só o pode fazer de três em trêsanos. O resultado é uma cobrança ex-cessiva, ano após ano, que não écompreensível, nem aceitável”, con-sidera a associação.

A Deco calcula que existam emPortugal mais de quatro milhões deimóveis que podem estar a pagar IMIa mais e diz que, das simulações rea-

lizadas em www.paguemenosimi.ptem que os valores se encontravam de-sactualizados, foi apurada uma pou-pança média de 254 euros.

“Razão mais do que suficiente parasimular, imprimir o modelo 1 do IMIe entregá-lo nas Finanças, solicitan-do a actualização do valor do imóvel.O pedido é gratuito, mas a actualiza-ção só tem efeitos no ano seguinte”,explica a associação.

A Deco diz que vai novamentepressionar o Ministério das Finançase a Assembleia da República paraque se reveja esta situação, bem comoa Associação Nacional de Municí-pios Portugueses, caso se confirme amudança proposta na Lei Quadro detransferências de competências emmatéria de avaliação e reavaliação deimóveis para os órgãos municipais,“para que seja garantida igualdade ejustiça fiscal”.

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 29

Ficha Técnica

Nome | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Morada | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | CP | | | | | - | | | | Localidade | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | País | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Telefone | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Profissão | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Habilitações Literárias | | | | | | | | | | | | | | N.º Elementos agregado familiar | | | NIF | | | | | | | | | | Data de nascimento | | | - | | | - | | | | |E-mail: | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |

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JORLIS, LDA.GerênciaMaria Alexandra Vieira, João NazárioDirecção EditorialMaria Alexandra Vieira, Arnaldo SapinhoOrlando CardosoDirectorJoão Nazário ([email protected])Redacção([email protected])Raquel de Sousa Silva (coordenação)([email protected])Claúdio Garcia, Daniela Franco Sousa,Elisabete Cruz, Jacinto Silva Duro, MariaAnabela Silva, Miguel SampaioCopydeskOrlando [email protected] permanentesBruno Gaspar, Joaquim Paulo, JoãoNeves, José Luís Jorge, Lurdes Trindade, Paula Lagoa, Paula Sofia Luz, Sara VieiraDirecção GráficaGabinete Técnico JorlisPaginação e ProduçãoIsil da Trindade (coordenação)([email protected])Rita Carlos ([email protected]) Serviços Administrativos/AssinantesCília Ribeiro ([email protected]) ([email protected]) TesourariaPatrícia Carvalho ([email protected]) Serviços ComerciaisLúcia Alves ([email protected]), Rui Pereira ([email protected]) eSandra Nicolau ([email protected])Área de ProjectosSandra Nicolau ([email protected])Propriedade/EditorJorlis - Edições e Publicações, Lda.Capital Social: €600.000NIF 502010401MOVICORTES - Serviços e Gestão - 90%José Ribeiro Vieira (Herdeiros) - 10%MoradaParque Movicortes 2404-006 Azoia - Leiria Email [email protected]: 244 800 400 Redacção: 244 800 405Fax: 244 800 401 Impressão GrafedisportDistribuição VASPDia de publicação: Quinta-feiraPreço avulso: 1€Assinatura anual: 35€ (Portugal) 65€ (Europa) 93€ (outros países do mundo)Tiragem média por ediçãoMês de Fevereiro: 15 000 exemplaresN.º de registo: 109980Depósito legal n.º 5628/84

O Jornal de Leiria está aberto à partici-pação de todos os cidadãos de acordocom o ponto 5 do Estatuto Editorialdisponível emhttps://www.jornaldeleiria.pt/empresa

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Horizontais: 1.- Espécie de flauta antiga. Corresponder-se por meio de cartas. 2.- Inter-romper quem fala, citar. Nojo. 3.- Letra grega. Letra grega. Qualquer quadrúpede cuja carneserve para alimento do homem.Antigo (abr.). 4.- Que está à vista. Inflamação da aorta. 5.-Espaço de doze meses ou de 365 ou 366 dias. Símb. químico do escândio. Parte interna eendurecida do pericarpo (no fruto) que encerra a semente. 6.- Catedral. Exagerar. Freg. doconcelho de Macedo de Cavaleiros. 7.- Tornar ou tornar-se túrgido. Apelido de heroínafrancesa. 8.- Medida indiana de Comprimento. Homem do povo. Símb. químico do frân-cio. 9.- Pessoa que dá notícias ou escreve notícias nos jornais. Símb. químico do cloro. 10.-Revolver, mexer, misturar (dois líquidos). Um tanto mouco. 11.- Símb. químico do lan-tânio.Vivo. Símb. químico do aténio.Avançar.

VERTICAIS: 1.- Que pertence a uma dimensão ou medida. 2.-Variedade de ágata fina. Pre-fixo de posição. Medida de quatro palmos (ant.). 3.- Centúrio (s. q.). Deus dos rebanhos(Mit.). Papá. 4.- Navegação aérea. 5.- Furioso. Colar de contas ou de pérolas. 6.- Símb.químico do neptúnio. Prata (s. q.). Cólera. 7.- Atmosfera. 8.- Nome de letra. Lancetar. 9.-Abertura na roupa onde prende um botão. Freio. 10.- Símb. químico do árgon. Ocráceo.11.- Pedra de altar. Rio de Portugal. 12.- Ritual que se observa no culto dos deuses índios.Rosto. 13.- Perder a cor e o vigor por falta de luz. 14.- Símb. químico do actínio. Czar e tzar.401 (rom.). 15.- Rosado. Sensação experimentada na proximidade de um corpo quente.

Solução do problema anterior: HORIZONTAIS: 1 – SOTACAPITAO. ABO. 2 – ORATORIO. ARAMAR. 3 – B. ERRE. DC.CAIDO. 4 – ESLOVACO. CALMA. 5 – RE. PA. A. DAR. AMA. 6 – ARTE. CLV. B. ADEM. 7 –N. ALCOVITEIRO. E 8 – IM. ARRABALDE. AM. 9 – ZOECIO. ORA. SOL. 10 – AL. ANA-GRAMATICO. 11 – REVOAR. ARENA. AC.VERTICAIS: 1 – SOBERANIZAR. 2 – OR. SER. MOLE. 3 – TAEL. TA. E. V. 4 – ATROPELA-CAO. 5 – CORVA. CRINA. 6 – AREA. COROAR. 7 – PI. CALVA. G. 8 – IODO. VIBORA. 9 – T.C. D. TARAR. 10 – AA. CABELAME. 11 – ORCAR. ID. NA. 12 – AAL. ARESTA. 13 – AMI-MADO. OI. 14 – BADAME. ALCA. 15 – ORO. AMEM. OC.CARTÓRIO NOTARIAL DE MANUEL FONTOURA CARNEIRO

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PORTO DE MÓS Jornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Certifico para fins de publicação, que por escritura de justificação celebrada neste Cartório Notarial, no dia umde março de dois mil e dezassete, exarada a folhas quarenta e quatro a folhas quarenta e seis verso do Livro de Notaspara "Escrituras Diversas" Trezentos e Quarenta e Oito — A:

ENG.° UZIEL FERREIRA BAPTISTA DE CARVALHO, casado, natural da freguesia de Monte Redondo, concelho deLeiria, lá residente, na qualidade de gerente da sociedade comercial por quotas com a firma:

"UZIEL CARVALHO, LDA", com o número único de matrícula e de identificação fiscal 501 548 688, com sede emRua Travessa da Fonte, 8, Aroeira, união de freguesias de Monte Redondo e Carreira, concelho Leiria, declarou;

Que, com exclusão de outrem, a sociedade sua representada é dona e legítima possuidora dos seguintes bens: UM: prédio rústico sito em Lezíria, freguesia de Coimbrão, concelho de Leiria, composto de terra de cultura, com

a área de dois mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar do norte com João Pereira Vitorino e outro, do sulcom Maria Pedrosa Crespo, do nascente com Adelino Pereira da Luz e do poente com coletor de regadio, descrito naSegunda Conservatória de Registo Predial de Leiria na ficha quatro mil e oitenta e oito, inscrito na matriz sob o arti-go 6.078, com o valor patrimonial IMT correspondente de € 573,40, a que atribui igual valor.

Que metade indivisa deste bem se encontra registada a favor da sua representada, pela inscrição corresponden-te à apresentação dezanove de 07/04/2008;

DOIS: prédio rústico sito em Lezíria, freguesia de Coimbrão, concelho de Leiria, composto de terra de cultura,com a área de mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar do norte com Manuel Rodrigues, do sul com ManuelPedrosa Gaspar, do nascente com Casa Leal e do poente com João Pereira Vitorino, descrito na Segunda Conserva-tória de Registo Predial de Leiria na ficha quatro mil e oitenta e nove, inscrito na matriz sob o artigo 6.100, com ovalor patrimonial IMT correspondente de € 335,11, a que atribui igual valor.

Que metade indivisa deste bem se encontra registada a favor da sua representada, pela inscrição corresponden-te à apresentação dezanove de 07/04/2008;

TRÊS: Prédio rústico sito em Caniceira, freguesia de Coimbrão, concelho de Leiria, composto de terra de cultu-ra, com a área de mil e setecentos metros quadrados, a confrontar do norte com Vala da Caniceira, do sul com CasaLeal, do nascente com Agostinho Duarte Gervásio e do poente com Domingos Pedrosa Frias e outros, não descritona Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz sob o artigo 5.930, com o valor patrimonialIMT de € 899,67.

QUATRO: Prédio rústico sito em Lezíria, freguesia de Coimbrão, concelho de Leiria, composto de terra de cultu-ra atravessada pela vala, com a área de mil e trinta e nove metros quadrados, a confrontar do norte com João de Oli-veira Duque, do sul com Joaquim Duarte das Neves, do nascente com João Pedrosa Frias e do poente com Canal deregadio, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz sob o artigo 6.115,com o valor patrimonial IMT de € 727,70.

CINCO: Prédio rústico sito em Salgada, união de freguesias de Monte Redondo e Carreira, concelho de Leiria,composto de terra de semeadura, com a área de quinhentos metros quadrados, a confrontar do norte com José dosReis Belo, do sul com Manuel Francisco Campante, H.os, do nascente com Joaquim Alves, Hos e do poente com LuísAlves, Hos, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz sob o artigo 20.287,por proveniência do artigo 20.956 da freguesia de Monte Redondo (extinta) com o valor patrimonial IMT de € 290,90.

Que a sua representada adquiriu a restante metade indivisa dos bens relacionados nas verbas UMA e DUAS porcompra verbal de José Jordão Crespo Batalha e cônjuge Maria da Luz, residentes que foram em Monte Real, Leiria,compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos e noventa e seis.

Que o prédio relacionado sob a verba TRÊS, veio à posse da sua representada por compra verbal a Joaquim Perei-ra Castanho e cônjuge Maria dos Anjos da Ascensão Giró, residentes que foram em Sismaria, Monte Redondo, Leiria,compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos e noventa e seis. Que o prédio relacionado sob a verba QUA-TRO, veio à posse da sua representada por compra verbal a Joaquina Teresa da Fonseca e cônjuge José Pereira Matias,residentes que foram em Sismaria, Monte Redondo, Leiria, compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos enoventa e cinco. Que o prédio relacionado sob a verba CINCO, veio à posse da sua representada por compra verbal aManuel Alves e cônjuge Joaquina Vitória Rolo, residentes que foram em Sismaria, Monte Redondo, Leiria, compraessa que teve lugar no ano de mil novecentos e noventa e cinco.

Que, não obstante a sua representada não ter título formal de aquisição das referidas metades indivisas das ver-bas UMA e DUAS e dos restantes prédios relacionados nas verbas TRÊS, QUATRO e CINCO, por força daquelas com-pras verbais, foi ela que sempre os possuiu, desde aquela data até hoje, logo há mais de vinte anos, em nome pró-prio, defendeu a sua posse, pagou os respetivos impostos, gozou todas as utilidades por eles proporcionadas, ama-nhou-os, colheu os seus frutos, sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecida como suadona por toda a gente, posse essa de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacífica, porque sem violência, contínuae pública, por ser exercida sem interrupção e de modo a ser conhecida por todos os interessados.

Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que o primeiro outorgante, em nome da sociedade justifi-cante, invoca como causa de aquisição dos referidos prédios e direitos por não poder comprovar a sua aquisição pelosmeios extrajudiciais normais.

A colaboradora, (Sandra Marisa Guerra da Silva Oliveira)

Emitida Fatura/Recibo n.° 02/389/001/2017

Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística

AVISO N.º 22/17/SODPGU

Alteração à licença de loteamento. Abertura de procedimento de notificação para pronúncia dos proprietários dos lotes. Processode loteamento n.º 8/77.

Ricardo Miguel Faustino Santos, Vereador da Câmara Municipal de Leiria, no uso da competência que lhe é conferida pelo Editaln.º 66/2016, e ao abrigo do disposto no artigo 27.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, conjugado com o artigo 17.º doRegulamento de Operações Urbanísticas do Município de Leiria e a alínea d) do n.º 1 do artigo 112.º do Código do Procedimento Admi-nistrativo, torna público que se submete a pronúncia dos proprietários dos lotes constantes do alvará de loteamento n.º 290/79, emi-tido em 1979/07/21, e seus aditamentos, o pedido de alteração à licença de loteamento, cuja apreciação decorre na Câmara Munici-pal em sede do processo n.º 8/77.

O pedido de alteração é apresentado por José de Castro Rodrigues e incide sobre as frações «A» e «B» do Lote 9, descrito na Con-servatória do Registo Predial de Leiria sob o n.º 737/19910514 e inscrito na matriz urbana sob o n.º 8494, da extinta freguesia de Lei-ria, atual União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, lote este resultante da operação de loteamento do prédio sito emQuinta dos Capuchos – Rua Miguel Franco, na referida união das freguesias.

As alterações consistem na mudança de uso das referidas frações de comércio, para comércio e ou serviços.O período de pronúncia decorre pelo prazo de dez dias úteis, contados a partir do primeiro dia útil seguinte à data da última publi-

cação em jornal e no site do Município de Leiria, podendo no decorrer deste período os interessados vir a pronunciar-se por escritosobre a alteração à operação de loteamento pretendida, mediante requerimento dirigido ao Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Muni-cipal de Leiria.

Para eventual consulta, informa-se que o respetivo processo se encontra patente no Balcão de Atendimento da Câmara Munici-pal, com entrada a partir da Rua Dr. João Soares, todos os dias úteis entre as 09:00 horas e as 16:30 horas.

Durante este período, os interessados poderão consultar o projeto da alteração à operação de loteamento, no Balcão Único deAtendimento da Câmara Municipal de Leiria, podendo apresentar as suas reclamações, observações e sugestões em exposição diri-gida ao ao Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Leiria.

Leiria, 20 de fevereiro de 2017.O Vereador

(Por subdelegação – Edital n.º 66/2016)

Jornal de Leiria - Edição n.º 1704- 09.03.2017

• Largo da República, 2414-006 Leiria • N.I.P.C.: 505 181 266 •• Telef.: 244 839 500 • N.º Verde: 800 202 791 • Sítio: www.cm-leiria.pt • email: [email protected]

CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL Jornal de Leiria - Edição n.º 1704 - 09.03.2017

Usando da competência do número 2 do Artigo 18° e nos termos do Artigo 20° dos Estatutos, convoco os asso-ciados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, C.R.L., com sede em Leiria, no Largo Cândido dos Reis n°19 a25, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Leiria sob o número único de matrícula e identificação fis-cal 500 978 921, para participar na Assembleia Geral a realizar no dia 30 de março do ano em curso (Quinta-Feira),pelas 16,30 horas, na sede da Caixa, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto um — Apreciação e deliberação sobre os documentos de prestação de contas relativos ao exercício findo em31 de dezembro de 2016; Ponto dois — Apreciação e deliberação sobre a proposta de aplicação de resultados; Ponto três — Apreciação e deliberação sobre a proposta de distribuição de excedentes pelos associados; Ponto quatro — Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das politicas de remu-neração; Ponto cinco — Apreciação geral sobre a administração e fiscalização da CCAML;

Se à hora marcada para a reunião não se verificar número de presenças suficiente para a Assembleia funcionar, estareunirá, com qualquer número de associados presentes, uma hora depois, nos termos do N°2 do Artigo 21º dos Esta-tutos.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, 2 de março de 2017

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral(Guilherme Alves da Silva)

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30 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

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LICIDA

DE

Desporto

Desculpem, o meu pai nãosabe o que faz(parte II)Comportamento Este sábado, o paide um futebolista infantil doMarinhense entrou em campo eagrediu o árbitro da partida. É mais umahistória inédita no distrito a envolveraqueles que são cada vez maisconhecidos como os novos hooligans

Miguel [email protected]

� Em Abril do ano passado, o JORNALDE LEIRIA publicou um artigo em quedava conta do comportamento dospais nos recintos de jogo de quatromodalidades distintas. Agressões en-tre familiares de atletas, insultos a ár-bitros, desrespeito pelas decisões dostreinadores, críticas aos colegas deequipas do filho, a panóplia de com-portamentos desviantes, praticadospor aqueles que deviam ser os prin-cipais educadores das crianças, temvindo a crescer.

O caso do último fim-de-semana,na Marinha Grande, no jogo entre asequipas de sub-13 do Marinhense e doMaceirinha, jamais tinha sido vistonos jogos disputados sob a égide daAssociação de Futebol de Leiria. No fi-nal da partida, o pai de um jovem jo-gador da equipa da casa agrediu o ár-bitro de 20 anos. Curiosamente, aequipa do filho até venceu por 2-1…

Coincidência das coincidências, aassistir ao jogo da filha estava Lucia-no Gonçalves, presidente da Asso-ciação Portuguesa de Árbitros de Fu-tebol (APAF). “Notei desde o início umgrande desequilíbrio. Provocava pais,garotos e árbitros, mas como não o co-nhecia deixei-me estar no meu can-to. No final da partida, saltou a veda-ção, foi direito ao árbitro principal,agarrou-o pelos colarinhos e apertou-lhe o pescoço. Acabaram por ser paisde outras crianças e eu próprio a se-pará-los”, descreveu.

Depois, “foi para junto da entradados balneários e fez uma espera ao ár-bitro. Mais uma vez, valeu a inter-venção de outros pais para impedirmais agressões”, revelou ainda o res-ponsável dos árbitros portugueses. O

homem acabou por ser identificadopela PSP. O juiz apresentou queixa eirá contar com todo o apoio jurídico daAPAF para levar o caso “até às últimasconsequências”.

Esta semana, um tribunal de Oeirascondenou pela primeira vez um fu-tebolista a prisão efectiva, de setemeses, por agressão a um árbitro e Lu-ciano Gonçalves espera que a sançãotenha um efeito dissuasor. No anopassado, já tinha havido uma conde-nação de três adeptos que agrediramum árbitro no Porto, num jogo doscampeonatos amadores.

Um caso como o que se passou naMarinha Grande é virgem no distritode Leiria, mas tem ocorrido de formaregular no País. “Dos 32 casos deagressão a árbitros que aconteceramem Portugal esta temporada, 12 sãoem jogos de miúdos, sempre destaforma, em que os pais se viram con-tra os árbitros”, nota Luciano Gon-çalves.

Sem surpresasPara Ricardo Cardoso, autor do livroQuando o desporto não educa, o epi-sódio nada tem de surpreendente.“Este fenómeno não é de hoje. Hámais de duas décadas que acontece,mas é um facto que é cada vez maisfrequente”, nota o psicólogo. “Estas si-tuações são potenciadas pelo facto deas pessoas terem cada vez mais pro-blemas, andarem cada vez mais an-siosas e, depois, encontram nos cam-pos um local para despejarem a raiva.”

E isso só se resolve com o “regres-so do policiamento”, entende Ricar-do Cardoso, algo que a Associação deFutebol de Leiria tem tentado evitarporque aumenta exponencialmenteos custos de participação nas com-petições. Por isso, durante a corrente

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 31

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época a estrutura que gere o futebole o futsal no distrito já formou 800 in-divíduos de todos os clubes filiados,tendo como objectivo exerceremfunções de segurança. E fará algumsentido estarem forças policiais pre-sentes em jogos de crianças?

Para a APAF, sim. De tal formaque está a tentar junto do Governoque o policiamento volte a ser obri-gatório em todos os jogos. “Acredi-tamos que esta situação vai ser re-vertida. Basta que haja boa vontadepolítica. Mas, acima de tudo, deseja-mos que haja uma mudança de men-talidade dos espectadores”, salientaLuciano Gonçalves.

“É essencial, porque é preciso umafigura que imprima respeito. Os sereshumanos são cada vez mais selva-gens e estas questões vão continuara aumentar. Antes era entre pais,nas bancadas, mas agora está a entrarpara dentro de campo”, explica Ri-cardo Cardoso. O infractor “deve serpunido socialmente”, mas não só. “OMarinhense também deverá proibira sua entrada no recinto do jogo.” Semter culpa, o filho já foi castigado porter de presenciar os actos de um“pai com aquela educação”.

De qualquer maneira, salienta opsicólogo, a forma como encara o ges-to irreflectido em tudo dependerá dotipo de educação que possa ter. “Podeter sentido vergonha e ficado desi-ludido com a atitude do progenitor,ou então o pai é um herói e aquelecomportamento é uma referência,um modelo, e que aquele disparatefoi um acto de justiça. Já nada me sur-preende. Os valores estão pela horada morte e os pais poucas bases in-cutem.”

DesilusãoManuel Nunes, presidente da Asso-ciação de Futebol de Leiria está in-conformado com mais esta mani-festação de violência, ainda paramais numa prova em que o ladocompetitivo não tem qualquer ex-pressão. “São jogos de formação, emque o que se quer é que as crianças ga-nhem ferramentas para se preparempara a vida, com um componente for-te de respeito pelos familiares, peloadversários, pelos dirigentes, pelopúblico e... pelos árbitros.”

“É um bom treino, muito supor-tado por dinheiros públicos que temcomo objectivo criar melhores cida-dãos. Existe uma pessoa que mandae há que respeitar, mesmo quandonão se concorda com ela. O objecti-vo é promover o desporto e o exer-cício, não é para ser campeão ou verse a minha equipa é melhor do que atua”, reforça o líder associativo.

O problema é que muitos pais nãoconseguem entender isso. “Não po-dem querer que os filhos sejam cra-ques. A percentagem que chega aotopo da pirâmide é ínfima. Se o miú-do é bom, só tem de o acompanhar,apoiar e fazer com que seja o maiscorrecto possível. O que se passou ul-trapassa os limites. É uma intromis-são grosseira. É muito incómodopara os dirigentes e para o treinador,que está lá para tentar ajudar a pre-parar o miúdo para a vida adulta”,conclui Manuel Nunes.

O policiamento éessencial, porque é preciso uma figura que imprimarespeito. Os sereshumanos são cadavez mais selvagens e estas questões vão continuar aaumentarRicardo Cardoso,psicólogo

Iniciativa promove o fair play

O cartão branco justifica-se?� Associando-se à iniciativa doPlano Nacional de Ética no Des-porto (PNED) e da Confederaçãodas Associações de Juízes e Árbi-tros de Portugal, a Associação deFutebol de Leiria (AFL) imple-mentou no decorrer da temporadapassada, e juntamente com as as-sociações de Setúbal e de Lisboa, eas federações de andebol, basque-tebol, patinagem, râguebi e volei-bol, o Cartão Branco,

Esta iniciativa, centrada no fairplay de atletas e treinadores, diri-ge-se também às instituições e aosadultos que gravitam directa ou in-directamente neste processo, comoos pais… É mostrado pelos juízes aatletas, dirigentes, e demais agen-tes desportivos, bem como, aosespectadores sempre que tenhamuma conduta ética.

Pelo menos é suposto ser assim.Exceptuando as provas seniores,em todas as competições da AFL,seja futebol ou futsal, pode sermostrado o cartão branco. No en-tanto, apesar de já terem decorridomilhares de jogos, a cartolina in-color foi mostrada em apenas qua-tro ocasiões.

A primeira das quais em De-zembro, num jogo frente ao GRAP,em que um futebolista infantil doLeiria e Marrazes se dirigiu ao ár-bitro admitindo ter cometido falta.Depois, já em Janeiro, na mesma

competição, o delegado do Mari-nhense também viu o cartão bran-co, por ter apoiado e incentivado osjogadores adversários, do PenicheB, durante toda a partida.

No mesmo mês, um jogador ini-ciado de futsal do Dino Clube de-volveu a bola ao adversário (San-tiago da Guarda) após um lapso doárbitro. Finalmente, em Fevereiro,as equipas benjamins de futsal doCatarinense e das Ribeiras do Sirol,bem como o público presente, fo-ram premiados devido a uma gran-de demonstração de fair play du-rante a partida.

“Acho muito pouco”, admitiuManuel Nunes. “O problema é queos dirigentes acham que essas pes-soas devem ser premiadas, masos árbitros dizem que esses indi-víduos, aos serem correctos, nãofazem mais do que a sua obrigação.E porquê premiar o que deveria sernatural?”

Luciano Gonçalves, líder daAPAF e embaixador da PNED, con-corda que o número é baixo, aocontrário do que se passa noutrasassociações e federações. “É im-portante que todos os agentes – etambém os árbitros – tenham cons-ciência da importância do cartãobranco. Faço palestras a nível na-cional, mas em Leiria, que é o meudistrito, ainda não ocorreu nenhu-ma.”

Bicampeão João Paulo joga no MarinhenseUm golo, decisivo para a vitória (3-2), marcou a estreiade João Paulo Andrade com a camisola do Marinhense,da principal competição distrital de Leiria. O futebolistade Porto de Mós, de 35 anos, foi bicampeão nacionalpelo FC Porto, tendo ainda passado pelo Sporting e pelaUnião de Leiria. Na última temporada jogou no Chipre.

RICARDO GRAÇA

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32 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Desporto

nhense, Vieirense-AtouguienseAndebol2.ª Divisão – zona CentroResultadosACD Monte-São Bernardo 29-30Albicastrense-Sanjoanense 28-33Benavente-AC Sismaria 17-25Estarreja AC-Beira Mar 31-28Marienses-Juve Lis 23-23

ClassificaçãoP J V E D G

Sanjoanense 49 17 15 2 0 540-423São Bernardo 45 17 13 2 2 481-404Albicastrense 44 17 13 1 3 518-468Estarreja AC 31 17 6 2 9 454-471Marienses 31 17 6 2 9 470-486AC Sismaria 30 17 6 1 10 425-432Benavente 30 17 6 1 10 417-484Juve Lis 28 17 4 3 10 391-418ACD Monte 27 17 5 0 12 443-482Beira Mar 25 17 4 0 13 423-494

Próxima jornada 11 de MarçoAC Sismaria-ACD Monte, Beira Mar-Benavente, JuveLis-Estarreja AC, Sanjoanense-Marienses, São Ber-nardo-Albicastrense

1.ª Divisão femininaResultadosMadeira SAD-Juventude Mar 29-16Maiastars-Académico Porto 30-23Passos Manuel-Alavarium 19-37Santa Joana-Colégio Gaia 26-45SIR 1.º Maio/CJB-Juve Lis 22-19Sports Madeira-CA Leça 33-27Madeira SAD-CA Leça 39-18Sports Madeira-Juventude Mar 31-14

ClassificaçãoP J V E D G

Madeira SAD 58 20 18 2 0 608-372Alavarium 49 20 14 1 5 526-418Colégio Gaia 48 19 14 1 4 564-421SIR 1.º Maio/CJB 44 20 12 0 8 479-435Maiastars 44 20 11 2 7 510-477Sports Madeira 43 20 11 1 8 508-499CA Leça 36 19 7 3 9 466-494Juve Lis 36 19 8 1 10 402-432Santa Joana 29 20 4 1 15 419-530Passos Manuel 27 17 3 4 10 343-440Académico Porto 26 19 3 1 15 375-526Juventude Mar 24 19 2 1 16 338-494

Próxima jornada 12 de MarçoJuve Lis-Passos Manuel

Futebol

Campeonato de Portugal – fase de subida –- zona SulResultados CD Fátima-Sporting Farense 0-2Louletano-Real SC 2-2Operário Lagoa-Praiense 0-0Torreense-Sacavenense 2-0

Classificação P J V E D G

Torreense 8 4 2 2 0 3-0Sporting Farense 7 4 2 1 1 5-3CD Fátima 7 4 2 1 1 3-2Praiense 7 4 2 1 1 3-4Sacavenense 5 4 1 2 1 4-3Operário Lagoa 3 4 0 3 1 2-4Louletano 2 4 0 2 2 3-5Real SC 2 4 0 2 2 3-5

Próxima jornada 12 de MarçoLouletano-Operário Lagoa, Praiense-Torreense, RealSC-Sporting Farense, Sacavenense-CD Fátima

Campeonato de Portugal – manutenção – série EResultados Angrense-Sertanense 0-1Benfica C. Branco-SC Lusitânia 1-1Gafetense-Ginásio Alcobaça 2-1União Leiria-Sporting Ideal 2-1

Classificação P J V E D G

União Leiria 19 4 3 1 0 6-3Sporting Ideal 15 4 2 1 1 5-3Benfica C. Branco 14 4 1 3 0 11-5Sertanense 13 4 1 2 1 3-3SC Lusitânia 9 4 0 4 0 2-2Gafetense 9 4 1 1 2 4-5Angrense 8 4 2 0 2 4-4Ginásio Alcobaça 2 4 0 0 4 2-12

Próxima jornada 12 de MarçoSC Lusitânia-Angrense, Sertanense-Gafetense, Spor-ting Ideal-Ginásio Alcobaça, União Leiria-Benfica C.Branco

Divisão de Honra – AF LeiriaResultadosAC Marinhense-Atouguiense 3-2Beneditense-ACR Maceirinha 0-0Caçadores Ansião-GRAP 2-0GD Peniche-Moita Boi 4-0Guiense-Nazarenos 3-0Leiria e Marrazes-GD Pelariga 3-1Sporting Pombal-Portomosense 3-1Vieirense-AE Óbidos 3-0

ClassificaçãoP J V E D G

Caçadores Ansião 40 19 13 1 5 46-16Sporting Pombal 39 19 12 3 4 37-23GD Peniche 38 19 11 5 3 42-19AC Marinhense 36 19 11 3 5 32-18Beneditense 34 19 9 7 3 25-14GRAP 33 19 10 3 6 31-19ACR Maceirinha 33 19 9 6 4 20-17Leiria e Marrazes 33 19 10 3 6 32-27Guiense 30 19 8 6 5 28-17Moita Boi 28 19 8 4 7 29-27GD Pelariga 25 19 8 1 10 28-31Vieirense 18 19 5 3 11 11-28AE Óbidos 14 19 3 5 11 24-36Atouguiense 13 19 3 4 12 20-38Portomosense 12 19 3 3 13 14-38Nazarenos 1 19 0 1 18 9-60

Próxima jornada 12 de MarçoACR Maceirinha-AC Marinhense, AE Óbidos-GRAP,Moita Boi-Vieirense, Atouguiense-Guiense, Benedi-tense-Caçadores Ansião, GD Pelariga-GD Peniche, Na-zarenos-Sporting Pombal, Portomosense-Leiria eMarrazes

nhense, Vieirense-AtouguienseHóquei em patins1.ª DivisãoResultadosAD Valongo-Óquei Barcelos 6-8Benfica-Juventude Viana 7-7Oliveirense-HC Turquel 5-2CD Paço Arcos-Candelária SC 6-4Sanjoanense-Valença HC 4-5Sporting-Riba d'Ave HC 11-3FC Porto-Sporting Tomar 11-2

ClassificaçãoP J V E D G

Oliveirense 45 17 15 0 2 77-46Benfica 44 17 14 2 1 137-60FC Porto 43 17 14 1 2 113-43Sporting 38 17 12 2 3 87-47Óquei Barcelos 32 17 10 2 5 81-65Juventude Viana 23 17 7 2 8 64-61Sporting Tomar 20 17 6 2 9 64-76AD Valongo 17 16 5 2 9 57-72CD Paço Arcos 16 17 5 1 11 45-75Valença HC 15 17 4 3 10 48-78HC Turquel 14 17 4 2 11 55-82Riba d'Ave HC 13 16 4 1 11 51-98Candelária SC 11 17 3 2 12 41-72Sanjoanense 11 17 3 2 12 41-86

Próxima jornada 25 de MarçoCandelária SC-Sanjoanense, HC Turquel-Benfica, Ju-ventude Viana-AD Valongo, Óquei Barcelos-Ribad'Ave HC, Sporting Tomar-Oliveirense, Valença HC-FC Porto

2.ª Divisão – zona SulResultadosAD Oeiras-Alenquer e Benfica 9-3Biblioteca IR-SC Marinhense 2-8Campo Ourique-Juventude Salesiana 4-10Física T. Vedras-HC Sintra 3-4HCP Grândola-Parede FC 4-4Os Tigres-Benfica B 9-4HC Vasco Gama-Marítimo SC 2-4

ClassificaçãoP J V E D G

Física T. Vedras 37 17 12 1 4 71-47AD Oeiras 37 17 12 1 4 85-58Benfica B 34 17 11 1 5 70-54HCP Grândola 33 17 10 3 4 64-48Marítimo SC 32 17 10 2 5 71-60Juv. Salesiana 31 17 10 1 6 74-64Parede FC 31 17 9 4 4 67-52SC Marinhense 30 17 9 3 5 105-74Os Tigres 20 17 6 2 9 52-64HC Sintra 15 17 4 3 10 38-52Alenquer e Benf. 14 17 4 2 11 55-77Campo Ourique 11 17 3 2 12 44-71Biblioteca IR 10 17 3 1 13 63-101HC Vasco Gama 8 17 2 2 13 54-91

Próxima jornada 11 de MarçoAlenquer e Benfica-Campo Ourique, HC Sintra-ADOeiras, HCP Grândola-Os Tigres, Juventude Sale-siana-Biblioteca IR, Marítimo SC-Física T. Vedras, Pa-rede FC-HC Vasco Gama, SC Marinhense-Benfica B

UVP/FPC

Futsal Leoas dePombal conquistamcampeonato distrital

A vitória do passado sábado, noreduto da Casa do Benfica deLeiria (1-3), valeu o título distritalde futsal feminino ao Núcleo doSporting Clube de Portugal dePombal, ainda que falte umajornada para terminar acompetição. Posteriormente, aequipa de Pombal irá tentargarantir o acesso ao CampeonatoNacional Feminino na temporada2017/18, onde estão doisemblemas do distrito de Leiria:Golpilheira e Louriçal..

Atletismo Pombal querreceber Europeu deveteranos em 2020

Após ter perdido para a capitalespanhola a realização do Campeo-nato da Europa de Veteranos depista coberta do próximo ano, oMunicípio de Pombal manifestouestar interessado em acolher acompetição em 2020. “Sabíamosque seria difícil concorrer comMadrid. Mas não nos vamos resignare vamos desde já manifestar o nossointeresse em recebermos ocampeonato em 2020”, afirmou opresidente da autarquia, Diogo Mateus.

Futebol Selecção sub-17 joga naMarinha e na Nazaré

A ronda de elite de acesso aoCampeonato da Europa de sub--17, em futebol masculino, vaidecorrer na região. Começa estasexta-feira, na Nazaré, com aselecção portuguesa, campeãeuropeia em título, a defrontar aGrécia. No domingo, na MarinhaGrande, Portugal encontra aPolónia e na quarta-feira,novamente na Nazaré, oadversário é a Espanha. Todos osdesafios estão agendados para as16 horas, com entrada gratuita.

Depois das pistas de cross country segue-se uma de ciclocrosse

Internacional XCO Marrazes realiza-se este domingo

Novas valências surgem na Mata

Miguel [email protected]

� Este domingo, as bicicletas reen-tram a toda a velocidade na Matados Marrazes. Não que ao longo doano as quatro pistas de crosscountry olímpico (XCO) não sejamusadas e abusadas, mas o grandedia do ano está prestes a chegar,com a realização da quarta ediçãodo Internacional XCO Marrazes.No ano passado, o espanhol CarlosColoma que viria a conquistar amedalha de bronze nos Jogos Olím-picos do Rio de Janeiro, marcoupresença. Desta vez, o atleta olím-pico David Rosa é o cabeça-de-cartaz, numa prova que voltará acontar com forte contingente es-trangeiro.

Este é mais um episódio numprocesso de evolução continua daprimeira pista permanente da mo-dalidade existente em Portugal.“No ano passado a pista estava

muita fresca e é normal que tenhasofrido alguns melhoramentos”,explica Alexandre Domingues, odirector da prova a cargo do SportClube Leiria e Marrazes. “Ao longodo ano fomos fazendo a manu-tenção e o aperfeiçoamento da in-fra-estrutura. Por isso, a pista estámais madura e divertida. Desen-volvemos o rockgarden e criámosacessos e sinalética para o públicochegar às zonas de espectáculo.”

Os tempos são, naturalmente, decrescimento, mas o projecto estálonge de estar concluído. “Aindanão será a tempo desta prova, masem Maio já deverão estar prontosdois edifícios de apoio, como umaverdadeira infra-estrutura de qua-lidade.” Construídos em sistemasmodulares sob a responsabilidadeda União das Freguesias de Mar-razes e Barosa, o primeiro servirápara a direcção de prova, crono-metragem, secretariado e arma-zém, enquanto o segundo, inde-

pendente, servirá como balneárioe zona de lavagem de bicicletas, es-tando diariamente em funciona-mento.

Mas há mais: em Janeiro do pró-ximo ano, a Mata irá receber umaprova da Taça de Portugal de ci-clocrosse, que vai levar à constru-ção de uma quinta pista, desta fei-ta obedecendo à natureza destadisciplina de Inverno. E outrosprojectos – vários – estão na calhapara os próximos tempos. No en-tanto, a melhor notícia relativa àpista de cross country da Mata dosMarrazes vai muito além do ci-clismo. É o que o espaço é, cada vezmais, multidisciplinar. “Clubes deatletismo e de trail aproveitam ascaracterísticas da pista, as pessoasfazem as caminhadas na naturezae, claro, os ciclistas de BTT, até daselecção nacional, utilizam o es-paço para treinar. “Quase que ne-cessitamos de semáforos”, brincaAlexandre Domingues.

Marco Carvalho conquista bronze na IrlandaA participação de Marco Carvalho no Irish Open,competição internacional de kickboxing,dificilmente podia ter corrido melhor. O kickboxerde Leiria obteve a terceira posição em semi-contacte foi quinto em light-contact.

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DesportoJornal de Leiria 9 de Março de 2017 33

Atletismo RúbenAntunes qualificadopara o Europeu

Este sábado, no decorrer dasJornadas de Lançamentos daJuventude Vidigalense, o atletajúnior Rúben Antunes alcançou umamarca dos diabos. Ao lançar omartelo a 66,66 metros, o pupilo dePaulo Reis superou a marca dequalificação (66 metros) para oCampeonato da Europa de juniores,competição marcada para a cidadeitaliana de Grosseto, em Julhopróximo. Suzana Cruz, da MarinhaGrande, está apurada no triplo salto.

Karate Mestre TatsuyaNaka orientou estágioem Leiria

Tatsuya Naka, considerado um dosmelhores mestres mundiais dekarate, esteve em Leiria naspassadas segunda e terça-feira paraparticipar num estágio organizadopelo Clube de Karate de Leiria. Apassagem de Naka pela cidadeinsere-se num contexto deproximidade entre aquele emblemae o Japão, onde José Jordão,instrutor principal, se desloca aestágios regulares que se efectuamduas vezes por ano.

Judo Eric Dominguesvence título nacionalde veteranos

O Campeonato Nacional deVeteranos realizou-se no passadodomingo, em Coimbra, com EricDomingues em particulardestaque, tendo arrebatado otítulo nacional na categoria depeso de -73 kg. O atleta do JudoClube da Marinha Grande, de 35anos, tem no palmarés aconquista da medalha de bronzeno Campeonato do Mundo deVeteranos na categoria de pesode -66 kg, competição quedecorreu em 2016, em Miami.

BTT David Rosaregressa do Brasil com terceiro lugar

O ciclista olímpico David Rosaclassificou-se na terceira posição daCopa Internacional Levorin deMountain Bike. Nesta competiçãode três dias, disputada até domingoem Araxá, Brasil, e pontuável parao ranking mundial de cross countryolímpico, o vencedor foi obrasileiro Henrique Avancini, queconcluiu a prova com menos umminuto e 18 segundos do que oatleta de Fátima que representa amarca chinesa Tropix.

Desportivo deFátima foi omelhor ataqueda primeirafase da 2.ªDivisão.Curiosamente,Kiko, do CasalVelho, foi omelhormarcador dacompetição

DR

REGIÃO DE CISTER

Dois clubes da área de Leiria querem juntar-se à Burinhosa entre a elite do futsal

Fátima e Casal Velho: dois mundosopostos com um sonho semelhanteMiguel [email protected]

� O futsal tem forte implantação naregião de Leiria. Num passado nãomuito distante, o Instituto D. João V,do Louriçal, foi uma potência damodalidade, chegando inclusive aconquistar uma Taça de Portugal euma Supertaça. Em 2010/11, e apóschegar às meias-finais da 1.ª Divisão,o projecto que lançou Nuno Dias, oactual treinador do Sporting, extin-guiu-se.

O interregno não durou mais doque três temporadas. Em 2013/14, anoem que na Golpilheira se conquistouo título nacional feminino, uma ou-tra aldeia, da freguesia de Pataias,atingiu o mais alto patamar do futsalmasculino português. Na Burinhosa,o empresário Coutinho Duarte é a tra-ve mestra de um projecto que mobi-lizou a aldeia, apresenta resultados aonível da formação e está pela tercei-ra temporada consecutiva na Liga.

Na temporada passada foi terceiroclassificado na época regular e che-gou às meias-finais, caindo apenasaos pés do Benfica. Este ano, as coi-sas estão a correr pior, ocupa o nonolugar, mas está dentro da luta por umlugar no playoff.

Tudo isto para dizer que a moda-lidade tem, efectivamente, perga-minhos na região e que a represen-tação ao mais alto nível pode muitobem aumentar já na próxima tem-porada. É que duas das seis equipasque lutam pela vaga a Sul de acessoà Liga na próxima temporada são des-tas paragens. Uma delas, como nocaso da Burinhosa, é de uma pe-quena aldeia do concelho de Alco-baça que pouco mais tem do que umacentena de habitantes.

O futsal chegou ao Casal Velho, fre-guesia de Alfeizerão, há uma dúzia deanos. Organização e método tem ca-tapultado o projecto para resulta-dos de relevo, sobretudo na forma-ção, que agora são transpostos parao panorama sénior. O clube tem maisatletas do que a aldeia habitantes,pelo que a recolha é feita nas fregue-sias adjacentes, num raio aproxima-do de 10 quilómetros.

“Faz-se a recolha dos miúdos nasescolas para os treinos”, explica Ar-tur Morais, coordenador da modali-dade e treinador da equipa sénior. Sóessa estratégia permitiu que a mo-dalidade vingasse no Casal Velho. “Oclube foi crescendo e fomos for-mando para mais tarde tirar partido.Metade do plantel é composto por jo-gadores formados no Casal Velho. Al-guns deles desde o primeiro dia”, dizo responsável.

Semelhanças com o projecto daBurinhosa, além de ser numa pe-

quena aldeia do concelho de Alco-baça, poucas existem. Aqui, não háum mecenas. O presidente João Ca-macho idealizou uma forma de su-portar os custos, abrindo uma pa-daria no pavilhão, cujo artigo demaior sucesso é… o pão com chou-riço.

Apesar do objectivo inicial ser“estabilizar o clube na 2.ª Divisão”,o primeiro lugar na série D valeu oapuramento para a fase decisiva.“Houve uma grande reformulaçãodo plantel e não sabíamos muitobem o que ia acontecer em compe-tição, porque houve clubes comapostas muito fortes. Fomos suces-sivamente superando as metas aque nos propusemos. Agora? Po-demos sonhar, mas vamos é traba-lhar. Iremos disputar cada jogo comose fosse uma final, mas a subida dedivisão não é um objectivo claro. Seconseguirmos óptimo, se não con-seguirmos temos de trabalhar mais.”

A estreia, este sábado, é em Angra doHeroísmo, frente aos Matraquilhos.

FátimaCuriosamente, os principais projectosde futsal na região têm aparecidoem pequenas localidades, com a ex-cepção que agora se segue. Os tempossão de entusiasmo na cidade de Fáti-ma, com as equipas de futebol e defutsal a disputarem a promoção nassuas competições. Mas falemos defutsal: o segundo classificado da sé-rie D, e que por isso também irá lutarpela subida à Liga de futsal, é lidera-da por Rogério Serrador, curiosa-mente um dos responsáveis pelo de-senvolvimento do projecto do CasalVelho.

Desde o início da temporada que oobjectivo era chegar a este patamar.Agora, é dar o melhor a cada jogo. “Háum dado importante: existem dife-renças de valor entre as equipas, maspartem em pé de igualdade. Todos os

clubes podem ambicionar a subida dedivisão e o Fátima não foge à regra,tendo consciência que nada há a per-der, só a ganhar. Só há um lugar quedá acesso à Liga e, enquanto tivermospossibilidades, vamos lutar por ele”,salienta Rogério Serrador. O técnicoalerta, contudo, para o facto de haverequipas com maior experiência nes-te tipo de decisões. “O Fátima foi omelhor ataque da 2.ª Divisão. É umaequipa que joga de forma positiva e te-mos orgulho nisso. Tenta dar espec-táculo e não gosta de jogar na expec-tativa. E é por aí que reside a nossamaior dúvida, porque os adversá-rios podem não nos deixar jogarcomo fizemos na primeira fase.”

No entanto, Rogério Serrador acre-dita que os resultados podem serpositivos. “Tudo se passa dentro daquadra. Prognósticos? Só no final daprova.” A estreia na fase das decisõesestá marcada para este sábado, coma recepção ao Fabril, do Barreiro.

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ViverMUSEU DE LEIRIA

Nós, os“modernistas”de Leiria

Jacinto Silva [email protected]

� Nós é o nome de uma exposição, mas também é tí-tulo de um quadro de Lino António, datado de 1929,onde o artista se representa com os três dos seus me-lhores amigos de Leiria: o futuro arquitecto AntónioVarela, o seu professor Narciso Costa, e o artista LuísFernandes, representados sobre um fundo paisagís-tico onde se identifica facilmente a Sé e o Castelo deLeiria. Em Nós, falta Cortez Pinto, que fazia parte damesma tertúlia e que António retratou noutro quadro.

Reconhecidos nacional e internacionalmente equase desconhecidos em Leiria, os quatro farão par-te de uma mostra que estará patente no m|i|mo – Mu-seu da Imagem em Movimento, no âmbito de uma ex-posição que se apodera do nome ao quadro e cujainauguração está prevista para o dia 20 de Maio.

Narciso Costa, o mestre, como era conhecido, eracinzelador e desenhador, tendo sido influenciado pe-las vivências do seu tempo de estudante na Suíça epelas temporadas passadas em Paris, cidade onde seterá cruzado com gigantes como Hemingway, Picassoou Dali e Hélène de Beauvoir (artista plástica e irmãmais nova da filósofa Simone de Beauvoir). Esta pin-tora descreve por várias vezes o trabalho de Costa,pelo qual tinha grande predilecção.

Lino António, era o pintor. Bem parecido e capaz dedespertar paixões em todas as moças casadoiras da ci-dade, ganhava a existência a dar vida às personagensque fazia saltar da tela, carregadas de vida própria, so-prada no seu figurativo barro pelo artista plástico. Sãoseus vários dos painéis que representam o parla-mentarismo na Assembleia da República. Pelo País, po-demos encontrar inúmeros quadros seus a orna-mentar os edifícios das câmaras municipais.

O mais discreto do quarteto era António Varela, umjovem que haveria de ser arquitecto e um dos im-

pulsionadores iniciais da "escola do Porto". Por fim,havia Luís Fernandes, professor e escultor, autor devários monumentos aos mártires da Grande Guerra.

Nós, o quadro que retratou António, Costa, Fer-nandes e Varela para a posteridade, faz parte do es-pólio do Museu de Leiria e, para perceber como eraLeiria nos anos 30 e 40 do século passado, devemossocorrer-nos de uma testemunha daquele tempo.José Luís Tinoco vivia, paredes meias, com a Praça.Era ali o centro nevrálgico daquela Leiria. Embora pe-quena, era um local com um ambiente cultural in-teressante, que mais se poderia descrever como“uma tertúlia”.

Entrevistado em 2013 pelo JORNAL DE LEIRIA, Ti-noco recorda a cidade do Lis como um sítio onde “es-tavam sempre a acontecer coisas”. “Os amigos vinhame não se faziam anunciar. Tocavam à campainha e su-biam. Conversava-se... E quando não se conversava,fazia-se música. Havia um que aparecia com o violi-no, depois outro com o violoncelo, a seguir o Luís Fer-nandes com uma maqueta de uma peça de Natal... Euali, pequenino, assistia e era um fascínio”, recorda.

Tinoco lembra-se que Fernandes tinha uma pre-dilecção especial por si e que o deixa ir para o seu ate-lier. “Naquela ladeirazinha, quando se vai para a Es-cola Comercial. Aquilo era um templo. Ele abria a por-ta, eu tirava os sapatos e só faltava ajoelhar-me.”

Já Narciso Costa era um artista que gostava de le-var o seu tempo no acto criativo. Com ele, não havialugar para pressas. Tudo seguia um ritmo pré-de-terminado… ou que ele determinava à medida quea inspiração o iluminava. “Era um calão! Pintava umpedacinho do bigode do Eça de Queirós na tela e de-pois punha um pano por cima e deixava estar o qua-dro quieto imenso tempo. A noção de ritmo e tem-po era totalmente diferente”, conta Tinoco, ele pró-prio arquitecto, artista plástico, compositor, músico,escultor e epítome do “homem renascentista”.

Exposição Uma das grandes apostaspara o ano cultural em Leiria será amostra Nós que irá dar a conhecer aLeiria quatro dos maiores artistas queo século XX deu à cidade do Lis.Embora sejam desconhecidos degrande parte da população

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ARQUIVO M|I|MO ARQUIVO M|I|MO ARQUIVO M|I|MO

ARQUIVO DISTRITAL DE LEIRIA

Lino António

Lino António da Conceição (em cima), nasceu em Leiria,a 26 de Novembro de 1898 e faleceu em Lisboa a 23 de Ou-tubro de 1974. Pintor português modernista, o seu traba-lho inclui obras incluídas em espaços públicos, desenhospara livros escolares, uma das versões do logótipo da Uni-versidade de Lisboa e a imagem dos vitrais da Casa do Dou-ro, usada no selo fiscal das garrafas de vinho português.Estudou Belas Artes no Porto, onde foi discípulo de JoãoMarques de Oliveira.

Em 1925, os seus trabalhos apareceram ao lado dosde Almada Negreiros, Mario Eloy, Sara Afonso, Fran-cisco Smith no I Salão de Outono. Em 1938 participouna XXI Biennale di Venezia e ilustrou o friso para a salado Presidente da Assembleia Nacional (Parlamento).Em 1940, participou na Exposição do Mundo Portuguêse tornou-se professor na Escola de Artes DecorativasAntónio Arroio, em Lisboa, da qual foi director durantedécadas (onde existe hoje uma galeria com o seunome). Ali, foi mestre de Daciano Costa, ManuelCargaleiro, Querubim Lapa e António Garcia. Em1951, expôs na I Bienal de São Paulo ao lado de Picas-so e Magritte ou Giacometti. Diz-se que, ao ouvir di-zer que o Estado tinha a intenção de o agraciar comuma comenda, terá respondido: "comenda? O que euqueria era uma encomenda!" Morreu em 1974, vítimade AVC, enquanto trabalhava na pintura Mercado.

António Varela,

António Varela é um daqueles nomes cuja anonimato nãolhe tira um grama de importância na arte de projectar eimaginar cidades e conjuntos edificados. Varela foi um dosarquitectos do primeiro modernismo português. Nasceuem Leiria em 1903 e exalaria o seu último sopro em 1962.Foi amigo e próximo colaborador de nomes conhecidoscomo Jorge Segurado ou José de Almada Negreiros. Im-pulsionador inicial da "escola de arquitectura do Porto",entre a lista dos seus projectos mais notáveis, contam--se a Fábrica de Matosinhos da Algarve Exportador Lda.e a fábrica da Afurada, que foram, inclusivamente, alvo dolivro António Varela – Arquitecto - O Legado do Invisível, es-

crito por Hugo Nazareth Fernandes, que resultou demais de dez anos de investigação sobre a vida e a obra doarquitecto de Leiria e que foi alvo da tese Contributos parauma hermenêutica da Tradição no Modernismo Português– António Varela o Legado do Invisível – Composição, tra-çado e simbólica de um arquitecto à sombra de gigantes(1930-1940),apresentada na Universidade Lusófona. O au-tor conseguiu identificar “efeitos de articulação entre tra-dição e modernidade” na obra de Varela (em cima), ondea geometria pertence à “ordem do sagrado e o patrimó-nio geométrico permanece invisível à primeira vista”.

Narciso Costa,

Uma das mais conhecidas varandas da zona históriade Leiria pertencia à casa cor de salmão – ou será cor-de-rosa desmaiado? - de Narciso Costa. Era ali que opintor ensinava o grupo de jovens que o rodeavame onde viveu de 1914 até 1969. Naquele segundo an-dar do edifício, na encruzilhada entre as ruas de San-to António e Dom Afonso Henriques, Narciso deci-diu instalar o seu lar. Numa casa com pormenoresArte Nova, havia móveis, louças e porcelanas da fa-mília, uma colecção de santos, esculturas e quadros.Se alguém franqueasse aquela porta, quando o pin-tor ali morava, havia ainda o cheiRo a óleos e ao pas-tel com que ia aparelhando as suas obras. Foi ali queLino António aprendeu a encher e a esvaziar os pin-céis na tela alva que o amigo e professor colocava àsua disposição. Narciso Casimiro Costa, nasceu emBraga, no dia 15 de Fevereiro de 1890, e faleceu emLeiria em 1 de Abril de 1969.

Frequentou a Escola Comercial e Industrial de Bra-ga, onde se distinguiu na disciplina de Desenho e se-guiu como bolseiro para a Ecole des Arts et Métiers(Section des Arts Industriels) na Suíça. Concluído ocurso em 1912, e com vários prémios de Cinzelagem,de Desenho de Figura, Modelação de Figura e um se-gundo prémio em Arquitectura, procurou novo poi-so por terras lusas. Achou-o, no final de 1914, em Lei-ria onde seria professor de desenho geral da Escola In-dustrial Domingos Sequeira. Dois anos depois subs-tituiria o arquitecto Ernst Korrodi, nas funções de di-rector do estabelecimento de ensino. Esteve 42 anosem funções, acumulando, por volta de 1920, o cargo

de professor de Desenho e Francês no Liceu Francis-co Rodrigues Lobo, na mesma cidade.

Retratado na fotografia em cima, conviveu comgrandes intelectuais da época, de Almada Negreiros aMiguel Torga e Afonso Lopes Vieira.

Luís Fernandes,

Luís Fernandes é conhecido por ser um dos autores do Mo-numento aos Mortos da I Grande Guerra, que, primeiro,foi colocado no centro da Praça Goa, Damão e Diu e quedepois foi transferida para o meio da rotunda do Largo deInfantaria 7. Fernandes foi o escultor e Augusto Romão oarquitecto. Nasceu em Vila Nova de Ourém, em 1895 e ha-veria de falecer afogado, quando o pequeno barco ondeseguia para as Berlengas se voltou, em 1954.

Estudou Belas Artes em Lisboa e depois transferiu-se para o mesmo curso, no Porto. Em Coimbra, assi-nou também um monumento aos mortos com o ami-go António Varela. Em Leiria, viveu na praça RodriguesLobo, onde conheceria a futura mulher, sua vizinha.Depois, mudou--se para o edifício Marques da Cruz,na intersecção e entre a Rua Mousinho de Albuquer-que e a de São Francisco.

Ocupou o cargo de professor de Desenho na Escola Co-mercial e Industrial de Leiria, chegando a ser seu subdi-rector. No fim da vida, foi promovido a inspector do En-sino Técnico. São de sua autoria o busto de Francisco Ro-drigues Lobo, que se encontra à entrada da escola se-cundária com o mesmo nome, em Leiria (na fotografia emcima, trabalha num destes bustos), bem como um outrode Correia Mateus, no Salão Nobre dos Paços do Conce-lho de Leiria. Aliás, o alto relevo que ali pode ser admira-do também é de sua autoria.

Na Marinha Grande, assinou o busto de Guilherme Ste-phens. Foi pai de Güy Manuel e de Sérgio Luiz, dois dosmaiores nomes nacionais da Banda Desenhada nacional,autores de, entre outras personagens, O Boneco Rebelde.Há quem diga que o amor pela cidade e pelo Lis, que am-bos tão profusamente ilustraram nas suas obras resultou dolegado e do amor que o pai lhes transmitiu por Leiria e pelafortaleza que, lá de cima, observa o velho casario, desde afundação da nacionalidade. O antigo castelo medieval pa-recia-lhes saído de um conto de fadas ou mesmo de um doslivros de Harold Foster, o Príncipe Valente.

Ao lado oquadro Nós,estãoretratados daesquerda paraa direita:Narciso Costa,AntónioVarela, LuísFernandes eLino António,o autor dapintura

Numa Leiriaprofunda-mente rural,onde o centroera a PraçaFranciscoRodriguesLobo e cujosarrabaldescomeçavamno local,ocupadopelosvinhedosonde viria aser construídoo Teatro JoséLúcio da Silva,seguindo,depois, até àVilla Portelajápraticamentefora da“cidade”, estequartetorebelou-secontra amodorra queEça tantocriticaradécadas antes

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36 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Viver

Bruno Lopes, com [email protected]

� O Festival de Teatro de Pombal está de volta para maisuma edição. Desta vez, o evento será marcado por “es-pectáculos que misturam várias linguagens teatrais”, re-fere o presidente da associação Teatro Amador de Pom-bal (TAP), Humberto Pinto.

Durante duas semanas, de 18 de Março a 2 de Abril, asfreguesias da Guia, Carnide, Vermoil, Albergaria dosDoze e Pombal vão abrir as suas portas e sensibilidade ar-tística, à torrente de improvisos, novo circo, humor ges-tual, marionetas, música e estreias nacionais que chega-rão ao concelho em nove espectáculos pela mão de seisgrupos nacionais e internacionais.

Se procuramos a ponta da teia da epónima Aracné quenos leva à primeira edição deste festival, somos convidadosa entrar numa máquina do tempo que nos leva no sécu-lo passado. Mais precisamente a 1995, onde pelos braçosdo TAP nasceu este festival cénico.

Actualmente, organizado pela associação de TeatroAmador de Pombal em conjunto com o Município de Pom-bal, o festival tornou-se um marco importante para o co-lectivo de actores da cidade pombalina.

O Festival de Teatro permitirá mostrar à cidade o quese faz em Portugal e na Europa, ao ser destinado a dife-rentes tipos de público e levando espectáculos onde é rarae difícil a sua realização, como explicou Humberto Pinto,também ele actor.

O teatro e o dinamismo culturalAssim como entoavam os Pólo Norte, sobre “deixar o mun-do girar para o lado que quer”, também o devemos fazercom o teatro, que absorve cada vez mais técnicas e ferra-mentas de outras artes que o orbitam.

Quase todos os espectáculos presentes no festival in-corporam circo - clown, malabarismo, trapézio, entreoutras manifestações artísticas circenses -, pintura e mú-sica, permitindo levar ao apogeu tanto a representaçãocomo a plateia. Pelo menos, é o que espera a organização,dirigida pelo TAP.

Ao trazer novos estilos de teatro ao festival, “abrimosnovas portas (cativamos novos públicos) e mostramos ou-tras formas de fazer teatro ao público que já é fiel ao Fes-

Durante duassemanas, de 18de Março a 2 deAbril, asfreguesias daGuia, Carnide,Vermoil,Albergaria dosDoze e Pombalvão abrir assuas portas esensibilidadeartística, àtorrente deimprovisos,novo circo,humor gestual,marionetas,música eestreiasnacionais quechegarão aoconcelho emnoveespectáculospela mão deseis gruposnacionais einternacionais

tival de Teatro de Pombal”, remata o presidente do TAP.A música ao vivo estará presente em três dos quatro es-

pectáculos que acontecem no Cine-teatro de Pombal. Umdeles é a peça Improfado. Esta obra musical, dirigida pelogrupo Os Improváveis, marca o arranque do evento. O es-pectáculo começa pela selecção e eleição de um fado porparte do público e, de seguida, são largadas as notas de par-tida.

Esta peça 100% improvisada, tem a particularida-de de ser estruturada em comunhão harmoniosa en-tre o público – é o que pretendem Os Improváveis paraa eleição do rumo e conteúdo da narrativa -, actores,músicos e até um pintor ilustram a acção. A conjuga-ção de naturezas provenientes de diferentes camposartísticos, atribuem ao espectáculo uma atmosfera en-volvente e, poeticamente, todos os elementos dapeça, internos e externos, bailam no mesmo com-passo, como se tudo tivesse já sido encenado.

Se é daquelas pessoas que faz fé no ditado popular quevaticina que, de Espanha, nem bom vento nem bom ca-samento, esqueça então a sugestão seguinte. Do nosso vi-zinho ibérico chegam-nos as peças Rudo e Sin Remite, deManolo Alcántara e Quique Mendez, respectivamente. Osespectáculos misturam várias linguagens teatrais, comoo improviso, gesto, construções ou manipulação de ma-rionetas.

Rudo, trata a história de um homem que toda a vidasentiu sobre os seus ombros o peso, a hostilidade e adureza do mundo. Num cenário em mutação, caixasde madeira edificam altas, mas frágeis construções so-bre as quais o artista se equilibra e dá vida às mario-netas. Os harmoniosos violino e violoncelo, queacompanham os seus movimentos, distam do am-biente pesado e extrapolado pela peça. As notas queemitem tecem uma rede invisível de energias e sen-sações que evitam a queda do protagonista no seu de-lírio.

Quique Mendez, em Sin Remite, veste uma perso-nagem muda. As palavras são postas de lado e dão lu-gar aos gestos, expressões e hipérboles, fazendo-se va-ler dos diferentes sentidos no processo de criação designificado. Actor, objectos e público comunicamnuma esfera de tensão criada por Jean Philippe Ki-kolas, “alter-algo” de Quique.

Em cena Teatro Amador de Pombal organiza evento desde 1995

Pombal propõe festival de teatrodiversificado, inclusivo e internacional

SeattleTrês actores do TAP vencemprémios nos E.U.A.Humberto Pinto, presidente da Direcção do TAP,integrou, enquanto actor da curta Os cães dabarragem, o comité que se deslocou a Seattle, EstadosUnidos, entre 1 e 4 de Março, para a entrega anual deprémios do festival 48 Hours Film Project,Filmapalooza 2017. O trabalho que venceu o prémio48 HFP Castelo Branco, contou ainda, comoprotagonistas, com outros dois elementos do TAP;Joana Mendes e Gabriel Bonifácio. A películaarrecadou também os prémios para MelhorInterpretação, Argumento, Guarda-roupa, Uso daLinha de Diálogo e Melhor Uso de Personagem.

Cirque du Soleil no festivalLulaby, palhaço assumido, de cara branca, fronte carecae alguns, poucos cabelos verdes, plantados aleatoriamenteno crânio, rouba, momentaneamente, durante os espec-táculos, o corpo a Rui Paixão.

O único “clown português” seleccionado para fazer par-te da companhia canadiana Cirque du Soleil, utiliza o cor-po em metamorfose do palhaço do século XXI. Dentro dasua mala, traz música ao vivo e uma actuação dinâmicaem constante contacto com a plateia. À força do impro-viso traça um enredo de peripécias que o opõe, enquan-to farsante transgressor, ao público.

A companhia Marionetas da Feira vai levar os projectosZé do Telhado e Castelo Assombrado às freguesias do con-celho. Os espectáculos contam com marionetas vestidasa rigor que se movem por cenários criados a preceito, pelaengenhosa mão de Rui Santos.

Como mandam as regras da boa etiqueta, o anfitrião éo último a sair e apaga a luz. O Teatro Amador de Pombal“arruma a casa”. No último dia do festival, encena a suapeça Romeu e Julieta,que promete deixar no palato do pú-blico um gostinho de saudade e expectativa, para a edi-ção do próximo ano. Esta produção do TAP é a peça maisstandard desta edição, sendo, toda ela, uma adaptação mi-nimalista da conhecida obra de Shakespeare.

FOTOS: DR

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38 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Curtas

� As bailarinas Laura Viola, Francisca Louro eMafalda Ribeiro, da Academia de Dança Annarella,de Leiria, apuraram-se, entre 25 e 28 de Fevereirono CAE, da Figueira da Foz, para a final no DanceWorld Cup que decorre de 23 de Junho a 1 deJulho, na Alemanha. Foram apurados os trêsprimeiros lugares em cada categoria e Laura Violaconsegui apurar-se em todas as nove ondeconcorreu. Francisca Louro e Mafalda Ribeiro,obtiveram, ex aqueo, o terceiro lugar, na categoriade solista. Francisca conseguiu ainda o segundolugar como solista de acro-dance. As jovensalcançaram igualmente o apuramento para a finalde grupos clássicos, contemporâneos, ballet fusãoe dança tradicional. A Academia de Leiriaconseguiu ainda boas classificações noutrascategorias.

Bailado Annarella vai ao DanceWorld Cup'17

Álbum Drifter dos First Breath AfterComa nos 25 melhores da Europa

� A ecO – Associação Cultural de Leiria vai realizarmais um hádoc - ciclo de cinema documental, entreMarço e Junho de 2017. Ao todo, serão sete filmesque compõem a sexta temporada deste ciclodocumental. O hádoc 2017 será a primeira edição acontar com uma secção competitiva oficial, alémda habitual eleição da escolha do público. Oprimeiro filme passa no dia 14, às 21:30 horas, noTeatro Miguel Franco, em Leiria, e será GimmeDanger, de Jim Jarmusch. Nessa ocasião, seráapresentado o programa completo do sexto hádoc.Esta película de Jim Jarmusch data de 2016 emostra como a banda The Stooges marcou opanorama musical mundial. Ainda com Iggy Popcomo vocalista, lançaram as bases do punk e rockalternativo.

Neste mês de Maio, a Nazaré pretende levar a vidacultural ao extremo com uma série de actividadese reunidas sob o tema Nazaré - Marés de Maio.Com esta série de eventos, a vila piscatóriapretende a “criação de novos públicos edesenvolvimento de capacidade crítica, facultarnovos ângulos de visão, promover a participação ecidadania”, através da promoção cultural, artísticae identitária do território do concelho, usando oelemento unificador do mar. A iniciativa é doGrupo de Trabalho Eventos, do Forum dos Amigosda Nazaré, constituído pelo município, Casa doAdro-Associação Cultural, Externato Dom FuasRoupinho, Liga dos Amigos da Nazaré, Museu Dr.Joaquim Manso-Museu da Nazaré, Mútua dosPescadores, Rui Gerardo, Acisn-AssociaçãoComercial, Industrial e de Serviços da Nazaré eConfraria de Nossa Senhora de Nazaré. Entreoutras iniciativas o Marés de Maio promove oprémio de artes plásticas Pesc’Arte que prevê acriação de uma galeria de arte pública. Nas ediçõesseguintes, o prémio poderá estender-se à Pintura,a LandArte, a VideoArte, a BodyArte, a ArteUrbanaou fotografia.

hádoc 2017 Ciclo de cinemadocumental está de volta

� Utopia é o título da exposição individual que oartista plástico de Leiria Nuno Sousa Vieirainaugurou ontem, dia 8, no Consulado dePortugal, em Sevilha, Espanha. O artistainaugurou ainda Sin Piedras No Hay Arco, outramostra a solo, desta vez na Galeria Espacio Olvera,também em Sevilha. Nuno Sousa Vieira irá aindaestrear a exposição As Medidas do Seu Espaço e osAcontecimentos do Passado, no dia 10, no Colégiodas Artes, na Universidade de Coimbra. Em 2016,celebraram-se 500 anos desde que o inglêsThomas More publicou Utopia, um livro sobre apossibilidade de bondade no Homem. “Gosto deacreditar que este é um lugar de desejo e que,negando a contradição do próprio título, ele existeporque falamos dele e lhe projectamos umafisicalidade”, refere o autor.

Utopia Nuno Sousa Vieira inauguramostras em Espanha e Coimbra

Nazaré - Marés de Maio promovearte na vila

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RICARDO GRAÇA

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� Drifter, dos First Breath After Coma, editado em2016, foi o único CD nacional seleccionado pelaImpala para concorrer no Best Independent Album ofthe Year. Da produtora Omnichord Records, deLeiria, o trabalho junta-se ao de grupos comoRadiohead ou Blood Orange. Roberto Caetano,vocalista, explica que foi com surpresa que abanda recebeu a notícia, na terça-feira. “Ficámossem palavras ao ver-nos, lado a lado, com osRadiohead”, disse e adiantou que o primeiro CDda banda, The Misadventures Of Anthony Knivet,serviu para abrir portas em Portugal, mas que foi onovo Drifter, lançado em 2016, a permitir ao grupo osalto internacional. Em Maio, os FBAC tocam noReino Unido e regressam, de seguida, para tocar noPrimavera Sound, no Porto, em Junho.

RICARDO GRAÇA

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AlmanaqueDR

� Uma vez vi um homem morto numamanhã fria mas soalheira. O corpo jazianu, de lado, em posição fetal,desventrado. Fedia. Céus, como fedia!Mais que a imagem lúgubre dasentranhas que lhe irrompiam nobaixo-ventre e das fezesensanguentadas que, em abundância,lhe escapavam por entre as nádegas,foi o cheiro agudo pérfido que a minhamemória mais reteve. Eu, claro, nuncatinha visto um homem morto atéentão. Nem tão pouco um homem nu!E assim, de repente, zás, de uma sóvez, um homem morto e nu. E umcheiro mais forte e mais repugnante doque todos os maus cheiros que algumavez cheirara na vida! Foi também aprimeira vez que vi um pénis deadulto, muito maior que o meu e compêlos à volta. Eu, ainda meninoimberbe, de pele virginalmente maciae a salvo de qualquer penugem, fixeiali a minha atenção. Imagine-se só oquão complexas possam ter sido assensações de uma criança de tenraidade ao deparar-se, pela primeira vez,com um homem morto, nu, com pêlosà volta do pénis, e envolto numescabroso cheirete que nem um jorrode fecal vomitado se consegue, sequer,aproximar! Ainda num estado letárgicopróprio do choque que tão violentoquadro provocara, reparei tambémnum bonito desenho que lhe unia osombros de uma extremidade à outra.Na minha ingenuidade genuinamenteinfantil pensei que aquela obra de artetinha sido feita com canetas de filtro,não descortinando que, para além deestar perante o primeiro homemmorto que vi, o primeiro homem nuque vi, o primeiro pénis com pêlos àvolta que vi, estava, também, acontemplar a primeira tatuagem quevi. Depois... Bom, depois caí em mim.Entrei, finalmente, em pânico! Desateia correr a toda a velocidade. Nuncaatravessara tão rápido aquele pinhalque separava a escola primária daminha casa. Quando lá chegueibalbuciei uma série de palavrasindecifráveis ao meu pai querepetidamente me pedia para respirar.Ao que parece eu não estava aconseguir fazê-lo e a minha mãe,quando ainda hoje, amiúde, recordaesta história, diz que pensava que eu iamorrer de tão roxo que estava! Vencidoo sufoco que me mataria se não fosse omeu pai a dar-me um bom par deestalos, e depois de sanado o soluçardo choro que se seguiu, consegui,finalmente, reportar-lhes o que vira.Sei que os meus pais fizeram asdiligências necessárias para alertar asautoridades do sucedido, mas eununca soube o que aconteceu àquelehomem para ficar morto! E queestando morto estava nu! E queestando nu lhe vi o pénis... Que tinhapêlos à volta. Ainda hoje, sempre quepor lá passo, lhe sinto o cheiropestilento. Não sei se ficou entranhadono ar daquele local onde jazeu, se namemória que em mim teima emmantê-lo vivo...

Presidente da Fade In

Um homem morto

Mesa deCabeceiraCarlosMatos

� Se estivesse ligada ao mundo da arte, o que seria?Seria bailarina. Pratiquei durante algum tempo naminha adolescência e é algo que ainda mexe comigo,quando assisto a um espectáculo. A comunicaçãoatravés do corpo é algo fabuloso e que toda a genteentende.O projecto que mais gozo lhe deu fazerCada projecto que me proponho abraçar é um filho nocolo. E os muitos que já concretizei, todos eles, grandesou pequenos deram me sempre um gozo incrível aorealizar. Não consigo estar quieta e acomodada na vida,por isso, tenho de estar sempre com projectos novos ediferentes. Mas o maior e mais desafiante projecto daminha vida são os meus filhos. Serão sempre umprojecto inacabado. Ser mãe é construir uma obra dearte em constante modificação... O espectáculo, concerto ou exposição que mais lheficou na memóriaA exposição que mais me ficará na memória será aprimeira do meu marido, Rui Martins. Por terincentivado e ajudado a criar e a concretizar. Gostei,especialmente, de um concerto no Teatro José Lúcio daSilva, dos Moonspell. Uma das nossas bandas maisinternacionais de gothic metal, um concerto emacústico muito bem conseguido. Eles deixaram aorubro todos os presentes nesse espectáculo.O livro da sua vidaTenho muitos livros na minha vida. Vivo rodeada delivros. Mas talvez Uma viagem espiritual, de Billy Mills eNicholas SparksUm filme inesquecívelInto the wild, realizado por Sean PennSe tivesse de escolher uma banda sonora para si, qualseria?Seria Josh Groban: You rise me up.Um artista que gostaria de ter visto no teatro JoséLúcio da SilvaFreddy Mercury, uma das maiores vozes de sempre. Uma viagem inevitávelCanaima, Amazónia, na Venezuela. Das belezasnaturais mais grandiosas que alguma vez tive contacto.Indescritível a sensação de estar no meio da savana, ouno sopé de uma cascata brutal. O salto del Angel umadas maiores maravilhas do mundo.Um vício que não gostava de terNão tenho vícios ou se tenho não os considero como

Isabel Azinheiro, empresária, kinesiologista

“Ser mãe é construir uma obra de arte”tal. Não gosto de me sentir dependente de nada nem deninguém. Um luxoO maior luxo são a saúde, a família e os amigos. Semestas três coisas não é possível usufruir de qualqueroutro...Uma personalidade que admiraNeste momento e neste tempo, posso dizer oPapa Francisco. Pela sua humildade,bondade e pela coragem de instituir novasmentalidades numa Igreja retrograda echeia de vícios. Um homem necessáriopara doutrinar a maior e uma das maisantigas instituições do mundo. Numaépoca de liderança este homem simplesdespe-se de luxos, dispensa o exército ebeija os desfavorecidos.Um actor que gostaria de levar a jantarGosto de um bom jantar, um bom vinho e umaboa companhia. Para mim uma boa companhia, nãotem idade, nem forma física, está a cima disso tudo. Porisso escolheria o Ruy de Carvalho, pela sua sabedoria,pela inspiração, pela sua lucidez nos seus 90 anos e portudo o que ele é como pessoa. Tenho a certeza queseria uma noite que me ficaria na memória parasempre.Um restaurante da regiãoO melhor será sempre a minha casa com dois dosmelhores cozinheiros: pai e filho. Mas tenho um gostoespecial por comida italiana, por isso elegi a PizzariaManjerona.Um prato de eleiçãoEspetada de tamboril com gambas e açordaUm refúgioTenho vários, mas são refúgios e por isso segredo. Massinto-me muito bem na montanha e no mar. E somosuns privilegiados, na nossa região temos tudo isso. AFórnea, em Alcaria, ou as escarpas da nossa costa dãoum excelente refúgio para quem precisa meditar, parare ouvir apenas o vento.Um sonho para LeiriaGostaria que, um dia, fosse uma cidade cosmopolita,com as ruas cheias de movimento e comércio, comopções de escolha em termos comerciais. A cidade estáa ficar abandonada, com lojas sem gente e gente semlojas. Há que trazer o comércio para o seu centro.

Ruy de Carvalho

Into the Wild

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Vice Portugal

Esta página resulta de uma parceria com a VICE Portugal em que semanalmente será publicado, na íntegra, um texto escolhido pela redacção do JORNAL DE LEIRIA.A VICE Portugal faz parte do grupo internacional VICE Media, que se dedica ao jornalismo de investigação e às reportagens audiovisuais sobre notícias do mundo, viagens, arte, drogas, política, desporto, moda e sexo

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Um dia sem mulheres", o movimentoque quer paralisar o Mundo

O antecedenteque deuorigem ao DiaInternacionalda Mulherocorreu a 8 deMarço de1908, quandocerca de 15 miltrabalhadorasde umafábrica têxtilde NovaIorque saíramà rua paraexigirmelhorescondições detrabalho edireitoslaborais

por Olivia Becker

� Greve ao trabalho para exigir equidade salarial e di-reitos laborais. A proposta tem âmbito global e quer de-monstrar o impacto das mulheres na economia.

Mesmo depois de a #WomensMarch se ter convertidona maior manifestação de massas na história dos Es-tados Unidos e de se ter espalhado por muitos paísespor todo o planeta, não ficou claro se teríamos assis-tido ao nascimento de um novo e gigantesco movi-mento, ou se teria apenas sido um evento isolado, mo-tivado pelo nojo ante a eleição de Donald Trump comopresidente dos E.U.A.

Para este 8 de Março, Dia Internacional da Mulher,no entanto, o movimento volta à carga e de novo comum desafio de âmbito internacional, convocandouma greve global, baptizada A Day Without A Woman.O objectivo? Causar um duro golpe na economiamundial.

Em Lisboa a concentração aconteceu no Rossio, apartir das 17:30 horas, num acto simbólico de solida-riedade com o protesto internacional, sob o mote NãoMe Calo.

Os organizadores pediram a mulheres de todo oMundo que, hoje, não se apresentem nos seus locaisde trabalho, mesmo que não recebam o dia e que gas-

tem dinheiro unicamente em negócios de mulheres,ou de minorias e se abstenham de o fazer noutro con-texto.

Uma das principais metas que pretendem atingir é,pois, demonstrar o poder económico das mulheres emconjunto.

"Todavia, nem todas as mulheres do planeta se po-dem dar ao luxo de faltar ao trabalho, ou de não gas-tar dinheiro neste 8 de Março".

Nos Estados Unidos, os responsáveis não tinham, aoinício, a intenção de levarem a cabo uma greve de 24horas, mas os responsáveis de países europeus terãoproposto a ideia como forma de exigirem equidade sa-larial e liberdade de tomar decisões.

E os exemplos de que as coisas podem mesmo mu-dar através do protesto são várias. Em Outubro de 2016,milhares de mulheres protestaram participaram numagreve na Polónia, em protesto contra uma lei anti-abor-to e os legisladores recuaram nas suas intenções. NaIslândia, recentemente, as mulheres abandonaram osseus postos de trabalho para demonstrarem a sua in-dignação perante a diferença salarial em relação aoshomens.

Margarita Grigorian, por exemplo, organizou uma pe-quena manifestação na Rússia aquando do #Wo-mensMarch, mas, conforme assinala à VICE News, não

poderá fazer nada esta quarta-feira e não conhece nin-guém que o possa fazer. "Não acredito que haja alguémque trabalhe numa empresa russa e que se atreva a fal-tar, ou a sair mais cedo para apoiar uma ideia comoesta", escreveu na sua conta de Facebook". E acrescenta:"O risco de perder o emprego é muito alto".

Tabitha St. Bernard, da organização norte-americana,diz ter perfeita noção do desafio que este protesto re-presenta a nível mundial, pelo que encoraja as pessoas"a serem criativas para demonstrarem a sua solida-riedade", o que pode passar, salienta, por organizarempequenas conversas sobre equidade salarial nos locaisde trabalho, por exemplo.

"Há aspectos neste movimento que não podem sermedidos. A greve serve para lembrar às pessoas quenão se trata de uma simples carreira, ou de uma ma-ratona, é, sim, um compromisso", sublinha Bernard.

Recorde-se que o antecedente que deu origem ao DiaInternacional da Mulher ocorreu a 8 de Março de 1908,quando cerca de 15 mil trabalhadoras de uma fábricatêxtil de Nova Iorque saíram à rua para exigir melho-res condições de trabalho e direitos laborais. Peranteo êxito da iniciativa, as mulheres organizaram uma gre-ve que durou três meses. Este artigo foi originalmente publicado na nossa platafor-ma VICE News.

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Entrevista

Cláudio [email protected]

� O João do Vale regressou recentemente a Leiria. Oque tem andado a fazer?João do Vale (JV) - Leio e pinto, é o que faço mais.Fez um doutoramento.JV - Fiz, em pintura. Não doutorei a minha arte, dou-torei a minha teoria, que tem muitas influências de fi-losofia e poesia modernista. A teoria não vem antesda pintura, ou seja, a pintura também ajuda a cons-truir a teoria. Não há coisas que estejam antes ou de-pois.E há uma editora, a Fogo do Céu.JV - Sim, já tem um ano. Gostaria sobretudo de pu-blicar pessoas que se interessem pela pintura, porquehá uma grande falta de comunicação e de assunto emtorno da pintura. A arte modificou-se, as pessoas fa-zem um pouco aquilo que lhes vem à cabeça.JV - Alimentar o discurso sobre a pintura é importanteporquê?JV - A preocupação não é explicar a pintura, é de-senvolver a riqueza que a pintura tem por trás dela.Não é só olhar para os quadros e dizer é muito boni-to, é desenvolver temática, construção sobre a pintura.Solidez.Que foi o que o Pedro Miguel fez nestes quatro con-tos?JV - Sim.

Pedro Miguel (PM) - O João estava a dizer uma coisainteressante. Há aqui uma armadilha. As pessoasnegam o conhecimento, mas depois querem ficar como proveito, só para dizer que o têm.Nestes contos reflecte sobre o trabalho do João doVale ou os quadros funcionam só como ponto de par-tida?PM - Reflecti sobretudo sobre o percurso do João, sefosse outra pessoa a convidar-me tinha escrito de ou-tra maneira. Há ali muita melancolia, ele gosta mui-to de Baudelaire, e quase que involuntariamente omeu tom foi também muito melancólico, coisa que euaté já não sou; se calhar há 20 anos, quando éramosadolescentes, e amigos, era mais. É um tom assumi-damente virado para a ficção.Isto quase dá para perguntar se uma pintura vale maisdo que mil palavras. Ou nem sempre?PM - São coisas diferentes, agora, podem comple-mentar-se. E foi o que tentámos fazer nesta parceria. Sente que há uma continuidade, vê ali a sua pintura?JV - Também, mas não me interessa que o texto estejaabsolutamente colado ao quadro, queria que houvesserealmente uma certa diferença, o que veio a aconte-cer. Isto é muito importante para aquilo que quero edi-tar: que as pessoas sejam sinceras naquilo que dizem,mesmo não tendo a preocupação de escrever uma obraliterária de vulto. Que seja uma forma empenhada dedizer as coisas, de dizer aquilo que se pensa. É preci-so dar voz às pessoas porque está difícil singrar, está

difícil ter aceitação por parte do público. As pessoas resistem à novidade?JV - Resistem à novidade e há um medo do conheci-mento, as pessoas têm medo de conhecer, não sei por-quê. Mas todos os artistas se queixam que há poucagente nas exposições, as pessoas estão a ir cada vezmenos atrás de coisas como a arte. Talvez a crise nãoseja só económica e também comece a passar por umacerta crise de valores. Em que é que o trabalho do João do Vale mais o in-fluenciou?PM - Tentei fazer um corte com o meu primeiro livro,que era uma coisa mais descontraída. Adoptei um tommuito mais sério, e isso foi determinante, sendo a pes-soa que o João é.As personagens dos quatro contos têm algo em co-mum?JV - Aí é que está o segredo. É uma escrita aberta, emcontínuo, fluente, dá para estabelecer correspon-dências e se formos criativos há uma leitura transversalao livro todo.Com que é que os personagens se confrontam?PM - A melancolia pura e dura, a tristeza. É um livropesado, é um livro duro.Despojado de esperança?PM – Termina em esperança. A melancolia e a espe-rança podem conviver, mas não ao mesmo tempo. Te-mos de tomar opções. E esse sim [com que termina olivro] significa salvar uma vida.

RICARDO GRAÇA

João do Vale e Pedro Miguel, autores de Quatro Pinturas

"A melancolia e a esperança podemconviver, mas temos de tomar opções"

Edição esgotada num par de horasUma pintura valemais do que milpalavras?

Conheceram-se durante aadolescência, na Leiria dos anos80 e 90. Reencontram-se agora, ameio caminho, com a chancelaFogo do Céu, a editora que Joãodo Vale fundou e dirige. QuatroPinturas, livro apresentadosábado, dia 4, na ArquivoLivraria, reúne quatro contos dePedro Miguel que têm comoponto de partida outros tantosquadros da autoria de João doVale. Os 50 exemplares deprodução artesanal esgotaramno próprio dia do lançamento.Doutorado em Pintura pelasBelas Artes do Porto, João doVale expôs no Porto, emAbrantes (com o surrealistaEurico Gonçalves) e em Londres.E está a preparar uma mostra emBerlim. Este é um regresso dePedro Miguel à publicação,depois da compilação É Sexta-Feira, Foge Comigo, de 2011.

Todos osartistas sequeixam quehá poucagente nasexposições(...). Talvez acrise não sejasó económicae tambémcomece apassar poruma certacrise devalores

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Murmúrios do Mundo

Rui Daniel [email protected]

� Com uma área um pouco maior que a de Portugal, o Ban-gladesh é um dos países mais populosos do mundo, comcerca de 160 milhões de habitantes. Infelizmente, tambémé um dos países mais pobres do mundo. Sem sombra dedúvida que o Bangladesh não é dos países mais bonitosque podemos encontrar, mas nele habitam os sorrisos maispuros e ingénuos. Uma certa dádiva concebida pelos deu-ses, onde todo o caos da capital Daca é simplesmente ig-norado pela tremenda simpatia e ociosidade dos seus na-tivos. Obter o visto no aeroporto foi relativamente fácil.O primeiro impacto depois de pisar solo não foi de modoalgum uma surpresa. Sabia exatamente o que me espe-rava. Contudo não estava preparado para tal pobreza. Logono aeroporto, deparei-me com uma funcionária que var-ria o chão descalça. Com uma pousada reservada, per-guntei a um taxista se conhecia o meu aposento. Como éóbvio, todos querem ganhar dinheiro e a resposta é sem-pre afirmativa. Uma confiança cega que por vezes até euadmiro. Corrigindo conscientemente a minha penúltimafrase: como é óbvio, o taxista não sabia onde ficava a pou-sada. Depois de serpentear durante meia hora um frené-tico caos, que mais parecia um jogo de xadrez kafkiano,onde as torres andam na diagonal ou os bispos com mo-vimentos similares aos peões, estávamos no centro da ci-dade. A posição da tão procurada pousada era um enig-ma. O rapaz bem perguntava aos nativos onde ficava, masninguém conhecia. Creio ter sido das poucas vezes que nãolevei a mal esta desorientação por parte de um taxista.

O Bangladesh não é um país turístico e a verdade é queas ruas apinhadas de gente e de velocípedes não facilita-vam em nada a locomoção. O que me valeu foi ter o nú-mero de telefone da pousada no meu livro. Aposento en-contrado, era hora de me abrir a um mundo pelo qual eujá ansiava há muito tempo, o Bangladesh.

A primeira palavra que me ocorre para uma descriçãominuciosa e precisa das ruas da capital é caos. Entre ruaspejadas de gente e os imensos rickshaws, todo o cuidadoera precioso para atravessar uma simples estrada. O ca-lor que se fazia sentir era insuportável. Quando parava parafumar um cigarro, era imediatamente rodeado por umadezena de pessoas, que ficavam pasmadas a olhar paramim. Umas sorriam, outras tiravam fotografias e algumasfitavam-me como se eu fosse algum extraterrestre.

Nunca na minha vida tinha presenciado tal curiosida-de por parte dos autóctones. Uma situação que me dei-xava bastante amargurado era quando parava para comeralgo. Alguns nativos pareciam ougados a olhar para a co-mida e havia mesmo quem se babasse. Por isso mesmo,decidia sempre oferecer a minha comida, a qual eles acei-tavam sem qualquer problema.

Sentia-me triste por perceber que muita gente passavafome, mas ao mesmo tempo feliz por ver a alegria com queeles devoravam toda a comida.

Um dos meus primeiros objetivos era chegar ao rio Bu-giganga. Pedia informações na rua, mas ninguém falavainglês. Contudo, as respostas negativas agradavam-meimenso, porque havia sempre um sorriso.

Passado algum tempo, finalmente encontrei alguém quedominava o inglês na perfeição. De imediato, o jovem indi-cou-me um autocarro. Entrou comigo no tal autocarro e quan-do chegámos ao destino não me deixou pagar o bilhete. En-tre as ruas loucas apinhadas de vendedores, toda a gente mequeria conhecer. Alguns pediam-me o meu nome no face-book e outros simplesmente me seguiam ao longo do ca-minho. Verdade seja dita, não se via um único turista.

Já nas margens do rio, decidi dar um passeio de barcoe o rapaz acompanhou-me. Na hora de pagar o bilhete, orapaz teve novamente a mesma atitude, não me deixan-do pagar. Insisti, por não me sentir confortável com estasituação, mas ele apenas me queria agradar. Na hora dadespedida, tirou algumas fotografias comigo e despediu-se com um enorme sorriso.

De seguida, decidi visitar o forte de Lalbagh, situado nasmargens do mesmo rio. Este forte, construído no século

FOTOS: DR

Bangladesh no coração

Entre as ruasloucasapinhadas devendedores,toda a genteme queriaconhecer

XVII, está rodeado por um belíssimo jardim. À entrada, de-parei-me com uma equipa da televisão do Bangla-desh. Cumprimentaram-me e mal disse que era portu-guês referiram o nome do Cristiano Ronaldo. Continuei omeu passeio e após um bom pedaço decidi sentar-menuma sombra e fumar um cigarro. Pouco tempo depois,um rapaz da equipa televisiva veio ter comigo e pergun-tou se haveria algum problema em me filmar. Esbocei umsorriso e, apesar de não me opor, questionei a razão. A res-posta foi bastante simples e engraçada. Estavam a fazerum documentário sobre locais históricos na capital e comoeu era o único turista, queriam filmar-me. E assim foi.

Após este episódio invulgar, o rapaz nunca mais me lar-gou. Mostrou-me o jardim em redor do forte e falou umpouco sobre a história do seu país. Numa pequena loja,comprou uns postais do Bangladesh e ofereceu-mos. À

medida que alguns jovens passavam pelo jardim e se aper-cebiam da minha presença, a curiosidade ganhava umaproporção desmedida, mas ao mesmo tempo engraça-da. Bastou um deles pedir uma fotografia comigo, que aospoucos começou a formar-se uma fila enorme. Sozinhosou com as respetivas namoradas, assim foi durante algumtempo. Contudo, este cenário não me incomodava nada.Antes pelo contrário. Sentia uma alegria tremenda por per-ceber que uma simples foto transformava aqueles rostosnuma felicidade contagiante e genuína e aos poucos a pa-lavra Bangladesh ganhava vida no meu coração. Sorrisosque jamais se apagarão da minha memória por serem au-tênticas relíquias e onde a venustidade do país está numsimples rosto, num simples olhar e num simples sorriso.

Amo o Bangladesh e até um dia…Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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Obrigatório

Autora vencedora do Prémio Nobel de Literatura «Pelasua escrita polifónica, um monumento ao sofrimento eà coragem na nossa época.» De 1979 a 1989, o exércitosoviético combateu o Afeganistão, uma guerra quegerou cerca de quinze mil mortos e mais dequatrocentos e cinquenta mil feridos e doentes,atingindo profundamente toda uma geração. "Rapazesde Zinco" oferece um testemunho sentido e afetuosodos soldados, enfermeiras, mães, filhos e filhas queviveram a guerra e os seus efeitos devastadores. Nestaspáginas revela-se uma história de brutalidade e mentiramarcada simbolicamente pelos caixões de zinco usadospara transportar os mortos para casa, perante umaUnião Soviética que negava o horror da guerra.

Rapazes de ZincoSvetlana AlexievichElsinore

Neste livro, George Steiner avalia a Europa de váriosângulos. “A Europa”, escreve, “é o lugar onde o jardimde Goethe quase faz fronteira com Buchenwald, ondese encontra a casa de Corneille, na mesma praça ondeJoan de Arc foi horrivelmente assassinada.” É, poroutras palavras, um continente rico em contradições,cheio de tensões culturais, sociais, políticas,económicas e religiosas que o têm separado, mesmonas alturas em procura unificar-se. Mas o que esperaum continente cujas fronteiras se alargam e o podereconómico cresce à medida que a sua identidadecultural retrocede? Um continente em que, naspalavras do autor: “os jovens ingleses preferem colocarDavid Beckham antes de Shakespeare ou Darwin”.

A Ideia de EuropaGeorge SteinerRelógio d´Água

Leiturasdasemana

� Sexta-feira, dia 10, às 21:30 horas, o Teatro MiguelFranco, em Leiria, recebe mais uma vez o festival ClapYour Hands Say F3st!, com mais dois nomes de peso,Nice Weather for Ducks (NWFD na fotografia) eAeon Pulse. O primeiro é um grupo de amigosque se juntou para fazer música e que acaboupor ser a pedra de toque que deu origem àeditora Omnichord Records e ao movimento danova música de Leiria. O mais recente álbumLove is you and me under the night sky, foiapresentado em 2016. Num registo de rock comvárias vertentes, os Aeon Pulse, também de Leiria,prometem fazer a sala saltar ao ritmo da bateria, dobaixo, do piano, da guitarra e da voz poderosa queconduz os vários temas que o quarteto irá apresentaresta sexta-feira.

� À conversa com... regressa hoje, dia 9, pelas 18:30horas, à Arquivo Livraria, em Leiria, com o escritor ePrémio Leya, Nuno Camarneiro. O autor vai encontrar--se com o público para falar da colectânea Uma dor tãoDesigual, que reúne contos do próprio escritor, deAfonso Cruz, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares,Joel Neto, Maria Teresa Horta, Patrícia Reis e RichardZimler. Uma edição apoiada pela Ordem dos PsicólogosPortugueses, este, como refere o especialista BejaSantos, é “um livro de contos onde temos muito aaprender em todos os domínios da saúde psicológicacarregados de preconceitos, de estigmas, de quartosescuros. Um livro que nos pode ajudar a encontrarsaídas, porque também somos portadores, doa a quemdoer, de histórias de perda, solidão, fraqueza e delírio,mas também de esperança e humanidade.” Esta é umaobra carregada de sentimento e desafios nem semprefáceis de ultrapassar.

Festival Clap Your Hands Say F3st! com NWFD e Aeon Pulse

� Rita Redshoes marca presença no espectáculocomemorativo da elevação da Marinha Grande acidade, que acontece dia 11 na Casa da Cultura - -Teatro Stephens, na Marinha Grande, pelas 21:30horas. À voz e piano, será acompanhada por NunoLucas, no baixo, Rui Freire, na bateria, Maria daRocha e Denys Stetsenko, no violino, Bruno Silva, naviola, e Valter Freitas, no violoncelo. A cantorainiciou o seu percurso como baterista num grupo deescola e passou por projectos musicais comointérprete, como os Atomic Bees, Photographs, RebelRed Dog, David Fonseca, The Legendary Tigerman eNoiserv. Recentemente tocou no Joe’s Pub, em NovaIorque e apresentou também em Nova Iorque, noMoMA, a banda sonora do documentário Portuguesesno Soho, de Ana Miranda.

Marinha Grande Rita Redshoes na celebração da elevação a cidade

NunoCamarneiroconversa sobreUma dor tãoDesigual

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

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44 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Cine

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Agenda

Even

tos

Teat

ro

Espectáculo Voz da Razão, pelohumorista Luís Franco Bastos,dia 9 e 10 de Março, 21:30 horasno Teatro José Lúcio da Silva,em Leiria

Decorre até sábado, 11 deMarço, na Sala Estúdio doTeatro da Rainha, sempre pelas21:30 horas, Europa 39, a maisrecente criação do Teatro daRainha, de Caldas da Rainha,escrito sobre vários textos deBertolt Brecht, escritos nodealbar da Segunda GuerraMundial

Sábado, 11 de Março, às 21:30horas, a Escola da Noite e oCentro Dramático de Évoraapresentam no Centro Culturale de Congressos das Caldas daRainha o projecto Embarcaçãodo Inferno. Estão previstos, de 7a 11 de Março, espectáculospara escolas, uma oficina paraprofessores e uma conferênciasobre Gil Vicente. Maisinformação em www.ccc.com.pt.

A comédia teatral Tempestadenum copo de água, sobe aopalco do Teatro José Lúcio daSilva, em Leiria, dia 11 deMarço, pelas 21:30 horas e dia12 às 16 horas

Domingo, 12 de Março, pelas17:30 horas, a convite daAssociação Lírios do Nabão, oGrupo de Teatro Apollo estreiaa peça As Velhas, na AssociaçãoCultural e Recreativa Vale doNabão, em São Jorge,Freixianda (Ourém). Entradalivre

De 11 a 31 de Março, na galeria daBiblioteca Municipal AfonsoLopes Vieira, em Leiria, estarápatente a exposiçãoMoçambique... Leiria do PintorRoberto Chichorro. Ainauguração, dia 11, aconteceráàs 17 horas, entrada livre

A Arquivo Livraria, em Leiria,mostra a exposição de gravura eaguarelas Seremos sempresombra, da ilustradora Lisa Teles

No Mercado de Sant'Ana, emLeiria, dia 11 e 12 de Março,decorrerá a V Edição doLeiriartes. Iniciativa promovidapela Friendly Talents é umamostra anual de artes; pintura,escultura, artesanato, cerâmica,fotografia e literatura. A entradalivre e decorre dia 11 entre as14:30 e as 22 horas e no dia 12entre as 10 e as 20 horas

O Núcleo de ArteContemporânea do Museu doVidro, no Edifício da Resinagem,na Marinha Grande, recebe aexposição temporária Jóias deLuz, da autoria da joalheiraSandrine Vieira, até 19 de Março,podendo ser visitada de terça asexta-feira

Treze gatos, exposição da artistaPaula Rito, na Galeria Quattro,em Leiria. Patente até ao dia 31de Março

Os artistas Pedro Gil, JoãoSobreira, Thierry Ferreira eHorácio participam na exposiçãocolectiva de pintura, escultura einstalação Conversas Amenas,que está patente até 12 de Marçono museu m|i|mo, em Leiria

O Museu Joaquim Correia, naMarinha Grande, tem patente aexposição O Concelho emImagens, que retrata esteterritório na primeira metade doséculo XX

Bordalo Pinheiro, 170 anos depoispor alunos de Belas Artes, exposiçãono Núcleo de Arte Contemporâneado Museu do Vidro, na MarinhaGrande, até 23 de Abril

A exposição O Grupo do Leão. Aarte moderna de Silva Porto,Columbano, Malhoa, Pinto, MariaAugusta Bordalo Pinheiro e deoutros Leões e Leoas, patente noMuseu e Centro de Artes deFigueiró dos Vinhos, foi prorrogadaaté ao dia 14 de Maio de 2017

Art

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A exposição O Sítio dos Falcões, dofotógrafo Eduardo Barrento, estápatente até hoje, dia 9 de Março noCentro de Interpretação Ambientalde Leiria

Até 22 de Abril está patente na Fnacdo LeiriaShopping a exposiçãoMartine/Anita - Há 50 anos aencantar Portugal, que retrata 50anos de memórias de uma colecçãointemporal que passa de mão-em-mão há várias gerações

O átrio da Casa da Cultura - TeatroStephens, na Marinha Grande, tempatente a exposição 100 Anos daInspecção do Trabalho em Portugalaté 17 de Março, organizada pelaAutoridade para as Condições doTrabalho

A exposição Fátima. Olhares...,patente no Centro de Estudos deFátima, é um trabalho resultante daparceria da Liga dos Amigos doConsolata Museu e a UniversidadeSénior de Fátima. Pode ser visitadadas 10 às 17 horas, até ao dia 16 deAbril. Encerra às segundas-feiras

A exposição Esculpir o Aço,patente no Edifício da Resinagem,na Marinha Grande, reúneespólio do futuro Museu daIndústria de Moldes, e encontra--se aberta ao público, de segundaa sexta-feira, entre as 10 e as 13horas e entre as 14 e as 18 horas.Entrada é gratuita

A presença de momentos emespaços permanentes, é umaexposição que estará patente noCentro Cultural e de Congressos,Café-concerto, das Caldas daRainha, de 11 de Março a 1 de Abril

Decorre de 11 de Março a 2 de Abril,no Centro Cultural e deCongressos, das Caldas da Rainha,a exposição de Paulo Serra,Paisagens e o Mar sempre presente

A exposição de fotografia Reload aBatalha, de Luís Azevedo, estápatente, em Pombal, na galeria doTeatro-cine, até 27 de Maio

Está patente, no museu Municipalde Alvaiázere, a exposiçãobibliográfica e documental docoleccionador Élio Marques,Autores do Norte do Distrito deLeiria

RobertoChichoro pelaprimeira vezna Bibliotecade Leiria

Sábado, 11 de Março, no JardimLuís de Camões, em Leiria,decorrerá a Feira das Velhariasentre as 8 e as 17 horas

A Casa Museu João Soares, nafreguesia de Cortes (Leiria),recebe o evento SerõesLiterários, a acontecer sábado,dia 11, pelas 21:30 horas. Paramais informação: 244 891 219

Trilho da Fórnea, percursorealizado no Parque Natural dasSerras de Aire e Candeeiros, emPorto de Mós, sábado, dia 11,entre as 10 e as 15:30 horas

Livr

os

Conferência Há um mundo aliao lado, hoje, quinta-feira, dia9, na Biblioteca MunicipalAfonso Lopes Vieira, em Leiria,às 18 horas. Contará com apresença da Associação GapYear, com o mote Gap Year, oque é isso?, e com Rui DanielSilva

Tunas Solidárias é um festivalde Tunas Académicas queacontece sábado, 11 de Março,pelas 21 horas, no SalãoParoquial de Fátima, em favorda Cáritas. A entrada é livre emtroca de bens alimentares e dehigiene

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Jornal de Leiria 2 de Março de 2017 45

Cria

nças

Concerto para bebés,intitulado A encantadora desons, com Surma – DéboraUmbelino. Domingo dia 12, às10:30 e 11:45 horas, no TeatroMiguel Franco, em Leiria

Sábado, 11 de Março, das 15 às17:30 horas, na ArquivoLivraria, em Leiria, oficinaUivo – Eu Sou um Artista. Paracrianças dos 5 aos 12 anos.Inscrições pelo número 244100 361. Inscrições limitadas.No mesmo local, a partir das17:30 horas, há históriainfantil Os três porquinhos,com animação de LilianaGonçalves. A obra escolhidafoi ilustrada por Marco Somàe adaptada por XoséBallesteros

O projecto Palmo e Meio levaà Biblioteca Municipal AfonsoLopes Vieira, em Leiria,sábado, 11 de Março, pelas16:30 horas, o livro de contosinfantis, Grisela, de Anke deVries y Willemien Min. Aseguir, no mesmo dia, haveráanimação infantil com a obraAs Preocupações de Billy, deAnthony Browne. Entradalivre, mas requer marcaçãopelo contacto 244 839 666

Mús

ica Rita Redshoes marca presença no

espectáculo comemorativo daelevação da Marinha Grande acidade, que acontece dia 11 na Casada Cultura Teatro Stephens

Clap Your Hands Say F3st!!regressa sexta-feira, dia 10, às21:30 horas ao Teatro MiguelFranco, em Leiria. Com as bandasde Leiria Aeon Pulse e NiceWeather For Ducks

Sábado, dia 11, às 21 horas,espectáculo litúrgico, de Rão Kyao,Sopro de Vida, na Igreja do Mosteiroda Batalha. Entrada livre

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PUBLICIDADE

RICARDO GRAÇA

O vencedor do Globo de Ouro edo Óscar para melhor filme,Moonlight, do director BarryJenkins, que deu também aMahershala Ali, de 43 anos, oÓscar de Melhor ActorSecundário, estará em exibiçãonas salas do Cinema City Leiria.A película de 2016 retrata a vidade Chiron, homossexual,descendente de uma famílianegra de baixos recursos, quetenta resistir aos maus-tratos damãe e às perseguições dascrianças do bairro pobre ondenasceu. Perante as dificuldadesque lhe vão surgindo ao longodo seu percurso, o amor e asaprendizagens, de um traficantede droga, mais velho econdenado, ajudam-no aescapar de um destino decriminalidade que parecia sercerto

LEIRIACineplace - LeiriashoppingTel. 244 826 516De quinta a quarta-feiraSala 1 . Kong: A Ilha da Caveira2D . 14:10, 16:40, 21:40 e 00:10*horas; Kong: A Ilha da Caveira3D . 19:10 horas;Sala 2 . Logan - The Wolverine2D . 13:00**, 15:50, 18:40, 21:30e 00:20* horas;Sala 3 . Lego Batman: O Filme

2D (VP) . 14:30 e 17:00 horas; AGrande Muralha 2D . 21:50 e00:15* horas;A Grande Muralha3D . 19:30horas;Sala 4 . Antes de Vos Deixar 2D .12:50**, 15:10, 17:20, 19:30,21:40 e 00:05* horas; Sala 5 . Ozzy 2D (VP) . 16:50horas; Ouro 2D . 18:50 e23:50*horas; O Espaço Que NosUne 2D . 14:20 e 21:20 horas; Sala 6 . Rock Dog - Um SonhoAltamente! 2D (VP) . 12:40**,14:30 e 16:20 horas; La La Land:Melodia de Amor 2D . 18:30,21:10 e 23:55* horas;Sala 7 . John Wick 2 2D . 16:30horas; As Cinquenta SombrasMais Negras 2D . 14:00, 19:00,21:30 e 00:00* horas; . *Sessão válida Sexta e Sábado

** Sessão válida Sábado e Domingo

Cinema City LeiriaTel. 244 845 071De quinta a quarta-feiraSala 1 . Logan . 13:00*, 15:50,18:40, 21:30 e 00:20*** horas; Sala 2-K . Cantar! Vp . 11:20*horas; Sala 2-K . Lego: Batman - O FilmeVp . 13:40* e 15:55* horas; Sala VIP 4 . Lego: Batman - OFilme Vp . 11:25* horas; Sala 2-K . A Grande Muralha .15:55** e 21:55 horas; Sala 2-K .John Wick 2 . 18:30 e 00:10***horas; Sala 3 . Rock Dog - Um SonhoAltamente! Vp . 11:30*, 13:30*,15:30 e 17:30 horas; Sala 3 . Moonlight . 19:30 e 21:50horas; Sala 3 . Rings . 00:15*** horas; Sala VIP 4 . Kong: A Ilha DaCaveira . 13:40*, 16:15, 18:50,21:40 e 00:10*** horas; Sala 5-L . Um Reino Unido . 13:10*,15:20, 17:30, 22:00 e 00:15***horas; Sala 5-L . T2: Trainspotting . 19:40horas;Sala 6-S . São Jorge . 13:25*, 15:55,18:55, 21:45 e 00:20*** horas; Sala 7 . Ozzy Vp . 11:40* e 16:10*horas; Sala 7 . Ouro . 13:45*, 16:10** e19:00 horas; Sala 7 . As Cinquenta SombrasMais Negras . 21:35 e00:05*** horas; * Só Exibe Sábado e Domingo

** Não Exibe Sábado e Domingo

PEDRÓGÃO GRANDECasa Municipal da CulturaTel: 236 486 257Sexta-feira e sábado às 21:30horasLego Batman - O Filme

Hoje, dia 9, pelas 18:30 horas,acontece mais um À conversacom... na Arquivo Livraria, emLeiria, com o escritor e PrémioLeya, Nuno Camarneiro, parafalar da obra Uma dor tãoDesigual, que reúne contos dopróprio autor, de Afonso Cruz,Dulce Maria Cardoso, GonçaloM. Tavares, Joel Neto, MariaTeresa Horta, Patrícia Reis eRichard Zimler

Domingo, 12 de Março,na Arquivo Livraria,

em Leiria, às 15horas, decorre avisita dançada ea oficinaexperimental,Oficina de Artepara os

Pequenitos, coma bailarina e

professora de dançaInesa Markava, a partir

da exposição Seremossempre sombra, de Lisa Teles. Oevento requer inscrição préviapelo contacto 244 100 361

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46 Jornal de Leiria 9 de Março de 2017

Gente lustre

EstóriasdanossaHistória

� O nazareno Rui Caria estánomeado, pelo segundo anoconsecutivo, para FotógrafoEuropeu do Ano, nacategoria de reportagem. Oconcurso é dinamizado pelaFederação Europeia deFotógrafos (FEP) e osresultados finais serãoconhecidos a 2 de Abril,durante a FEP Photo Days2017, na Catânia, em Itália.

Nazaré Rui Caria nomeado para prémio europeu

� A aluna do Conservatório deMúsica David de Sousa, Inês Garcia,alcançou o 4.º lugar no VIIIInternational Competition of SongExecutors, que decorreu até 6 deMarço em São Petersburso, Rússia.A aluna reside em Seia mas desloca-se semanalmente ao Conservatóriode Música David de Sousa, naFigueira da Foz ou em Pombal,onde frequenta as aulas de CursoLivre de Canto.

Pombal Inês Garcia representa Portugal na Rússia

� Luís Miguel de Sousa Ferreira,natural de Tomar, é director eprogramador dos Centros Culturaisde Ílhavo e Gafanha da Nazaré, emAveiro, e também Assessor Culturaldo Presidente da Câmara de Ílhavo.Luís Ferreira, licenciado em DesignIndustrial pela Escola Superior deArtes e Design das Caldas daRainha, do IPLeiria, foi directorartístico do festival Bons Sons, emCem Soldos, Tomar.

Caldas Luís Ferreira é director do CentroCultural de Ílhavo

� O realizador Pedro RamalhoMarques, natural de Vieira deLeiria, foi premiado com umaMenção Especial do júri do Frames- Portuguese Film Fest, festivalrealizado na Suécia, pelodocumentário Metade Vai. Esta foia quarta edição deste festival quemostrou "o melhor do cinemacontemporâneo português" nascidades suecas de Estocolmo,Gotemburgo e Västerås.

Leiria Pedro RamalhoMarques recebe Menção Especial

� Teresa Martins, de Alcobaça,integra o Serviço de Pediatria doIPO de Lisboa, que venceu oprimeiro prémio Fundação RuiOsório de Castro/FundaçãoMillennium BCP, de 15 mil euros,com um projecto que visareduzir os tempos deinternamento das crianças quefazem neutropenia febril,consequência dos tratamentosde quimioterapia.

Alcobaça TeresaMartins distinguida em pediatria

� O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria é o livromais notável da bibliografia de Leiria. Dele conhecemostrês edições. Uma datada de 1868, uma segunda de 1898,mas cujo título foi ligeiramente alterado para O Couzeiroou Memórias do Bispado de Leiria, onde foram incluídosdiversos suplementos que atingem mais de uma centenade páginas; e uma terceira edição que é a reimpressão daprimeira, publicada, primeiro, em fascículos no jornal OMensageiro, de 25 de maio de 1978 a 25 de setembro de1980, e, depois, em livro encadernado, sem data. Em2011, a editora Textiverso apresentou uma edição, que éuma cópia da segunda, a mais completa.O manuscrito original, do século XVII, não existe hámuito, pelo que estas edições basearam-se em cópiasmanuscritas (ou em cópias de cópias) do manuscrito doséculo XVII já desaparecido. E sabemos bem que atranscrição manual de documentos, que foramtranscritos de outros, leva a uma acumulação de erros. No Arquivo Distrital de Leiria existe um manuscrito,com o nome de Coiseiro ou Registo do Bispado de Leiria, eno qual figura a indicação de que se trata de uma cópia,datada de 1857, de uma outra cópia que tinha mandadofazer o padre Manuel Rodrigues de Faria. Existe aindaum outro manuscrito, talvez o mais antigo, muitodeteriorado e profundamente truncado, na BibliotecaMunicipal Afonso Lopes Vieira, em Leiria. Existem, pelomenos, mais duas cópias manuscritas, uma noSeminário de Leiria e uma outra na Biblioteca da CâmaraMunicipal da Marinha Grande. Esta última deve terpertencido ao poeta Afonso Lopes Vieira, e estáautografada pelo engenheiro silvicultor, natural dasCortes (Leiria), José Lopes Vieira (1862 – 1907), que adeve ter mandado fazer.Claro que investigadores têm apresentado propostasreferentes ao autor, ou autores, do manuscrito original,como João Madeira Martins, Luciano Coelho Cristino eMário Rui Simões Rodrigues. Publiquei igualmente, em2010, a minha teoria sobre quem escreveu o manuscritoprimitivo. A teoria, que desenvolvi num texto de umas60 páginas (edição da Textiverso), concluiu que deve ter

Ricardo Charters d’Azevedo

O Couseiro

pois foram usados manuscritos diferentes, eeventualmente um erro produzido por um copista foisendo repetido nas outras cópias manuscritas.Apresentei ainda na minha publicação uma tabela doserros detetados, nomeadamente nas datas onde, porexemplo, foram trocados os “3” com os “5” ou mesmocom os “8”.Por último, como todas as edições se encontramesgotadas, seria conveniente que a Textiverso reeditasseesta obra tão importante para quem “estuda Leiria”.Pode ser que ainda tenhamos a felicidade de ter taltrabalho em 2018, aquando das comemorações doprimeiro centenário da restauração do Bispado em Leiriaque, como se sabe, se deu em 17 de janeiro de 1918, porBento XV, com a Bula Quo vehementius.Texto escrito de acordo com a nova ortografia

tido dois autores diferentes e cada um responsável pelasua parte. Avancei para a primeira parte o nome do Dr.António Couseiro, provedor da Comarca de Leiria entre1628 e 1637 (tendo falecido em 1638), e para a segundaparte, escrita após a Restauração, o Dr. Simão RosaGuerra, deão da Sé de Leiria, no período de 1645 a 1662,data em que faleceu. Este ainda terá feito algunsacrescentos a capítulos da primeira parte.Um outro ponto controverso é do nome que tem sidoatribuído a este documento, pois encontramos“Couseiro” (na primeira e na terceira edições), “Coiseiro”(no manuscrito existente no Arquivo Distrital de Leiria),e “Couzeiro” (na segunda edição). Na minha publicaçãoacima referida, apresentamos igualmente uma teoriasobre a existência destes diferentes nomes. Entre a primeira edição, de 1868, e a segunda edição, de1898, encontramos diferenças importantes, naturais,

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“O Couseiroou Memóriasdo Bispadode Leiria” é olivro maisnotável dabibliografiade Leiria

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 47

História de Vida

Lurdes [email protected]

� Chegou a Leiria apenas com o propósito de abrir um bal-cão da União de Bancos, mas trocaram-lhe as voltas. Almeidae Lopes, que já pertencia ao quadro de honra dos Voluntá-rios de Celorico da Beira e tinha determinado que a vida debombeiro chegara ao fim, não teve outro remédio que nãoaceitar a “intimação” para ingressar nos Voluntários de Lei-ria. Assim que a Inspecção Regional dos Bombeiros do Cen-tro soube da sua presença na região, fez-lhe “marcação ser-rada” e só desistiu quando a resposta foi afirmativa.

Entrou, assim, para os Bombeiros Voluntários de Leiriacomo vice-presidente técnico da corporação e pouco tempo depois como comandante. No dia 1 de Março fez 25anos.

O lugar de comando que ocupou em Leiria não cons-tituiu novidade. Já o tinha desempenhado em Celorico daBeira, durante 12 anos. Também ali entrou para arrumara casa, à semelhança do que teve de fazer em Leiria, ondeencontrou dívidas elevadas, um quartel ilegal, entre ou-tros problemas que se resolveram em poucos anos.

Tudo começou muito cedo na vida de Almeida e Lopes.Basta dizer que aos 58 anos de idade, tem 47 de bombei-ro e 37 de comando. É bombeiro desde os 11 anos. Come-çou nos Voluntários de Penedono, terra onde nasceu. Alifez a instrução primária, transitando para o Liceu de Vi-seu para estudar até ao 7.º ano. Foi nesta escola que co-nheceu a jovem com quem casou aos 20 anos, em São Joãoda Pesqueira (Viseu), e de quem teve dois filhos. Educa-dora de Infância e também bombeira, Maria Beatriz é o seu“porto seguro” e o “suporte fundamental” do seu percursoprofissional e pessoal.

Aos 19 anos foi para Celorico da Beira, distrito da Guar-da, trabalhar como bancário. Não passou muito tempo atéchegar aos bombeiros locais, tendo sido “prematuramentenomeado comandante”. Recorda, com ironia, que nas pri-meiras reuniões com os comandantes do distrito daGuarda, com pouco mais de 20 anos, chegou “a sentir--se neto dos participantes”.

Ali que teve “o privilégio de privar com um grande senhordo mundo dos bombeiros portugueses, um exemplo de en-trega total, que defendia os bombeiros como a sua própriaessência: Manuel Madeira Grilo, ex-presidente da Federa-ção dos Bombeiros do distrito da Guarda, falecido em 2014.”

Entre as figuras que o influenciaram, Almeida e Lopeselege também o avô, para junto do qual fugia quando eracriança. “Ia ter com ele às terras, mas a uma quinta em par-ticular. Sempre me disse que se eu pudesse um dia ficarcom ela, seria um grande gosto.” Esses terrenos, herdadospor três dos seus tios, acabaram por ser adquiridos por Al-meida e Lopes, que assim cumpriu o sonho do avô, “umgrande homem que influenciou a minha postura, princi-palmente no que respeita à vida pública.” Lembra que atéao 25 de Abril de 1974 “foi perseguido e preso, mesmo ten-do sido regedor e assumido funções de presidente da jun-ta, entre outros cargos. Foi intitulado de comunista.Após a revolução, passou a ser chamado de fascista. Por-que nunca se resignou ao que se passava no país e sem-pre esteve ao lado de quem mais precisou dele”.

Hoje, Almeida e Lopes orgulha-se de cuidar das suas ter-ras, percorrendo 220 quilómetros para estar em Penedo-no quatro dias por mês. Lamenta não ter mais tempo paraexercer uma actividade que o apaixona tanto.

A entrega e a defesa dos interesses dos bombeiros emgeral e da sua instituição em particular é uma realidade hojereconhecida pelos seus pares. Entre “as centenas demensagens recebidas no 25º aniversário de comando nosvoluntários de Leiria”, destaca a de Duarte Caldeira, ex--presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros: “Numa al-

tura em que dentro da nossa organização há muita faltade memória, não podia manifestar o meu agrado pelas co-memorações dos 25 anos de um homem que, de uma for-ma inequívoca, irreverente e peremptória, sempre de-fendeu os valores dos bombeiros de Portugal.”

De facto, o comandante dos Voluntários de Leiria foi in-capaz de se manter em silêncio ao longo dos anos, sempreque foram postos em causa os valores dos bombeiros por-tugueses e da sua instituição. A forma como se exprimia,contundente, foi várias vezes confundida com “agressivi-dade”, mas Almeida Lopes esclarece que “essa caracterís-tica não faz parte” do seu modo de ser. A imagem que trans-mite “é a de quem tem responsabilidades, mas sobretudoa de quem quer preservar permanentemente os valores dosbombeiros. O comandante, sem vacilar, tem de estar sem-pre à altura de os defender”. Tal como lhe foi ensinado peloseu primeiro comandante, ainda nos Voluntários de Pe-nedono - “o meu ídolo” - para quem “os bombeiros são pes-soas que devem ser respeitadas no seu todo”.

Mas a vida do comandante não se resume aos bom-beiros. Cristão católico praticante, acompanhou duran-te cinco anos, em parceria com a sua mulher, um grupode jovens da freguesia dos Parceiros, que após a catequesetradicional, quis manter a ligação à igreja. Dinamizaram“actividades relacionadas com o seu desenvolvimento en-quanto homens e mulheres”, um trabalho “muito inte-ressante” que abandonou por falta de tempo. “Os bom-beiros absorvem muito da nossa vida.” Com formação mu-sical, também dinamizou grupos corais para actuar nas

1 - Em plenonamoro, coma mulherMaria Beatriz,nos anos 1980

2- JoséAlmeida eLopes, ao ladodo filho Pedro,e da mulher,Maria Beatriz,do filho Luís,que assumiráo comandoem Maio (em1997)

José Almeida e Lopes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria há 25 anos e bombeiro há 47

Temos de estar à altura de defender os nossos homens sem vacilar

missas da paróquia. O trabalho com os jovens é uma das tarefas que mais va-

loriza. Reconhece que os que procuram o voluntariado nosbombeiros “ficam mais bem preparados ao passarem poresta autêntica escola da vida”. Ali, diz, “têm a particula-ridade de contactar com o que de melhor e mais amargotem a vida do ser humano: o acto de nascer e tudo aqui-lo que faz com que o ser humano perca o seu bem maisprecioso que é a vida”.

Almeida e Lopes aposentou-se da actividade bancáriahá 15 anos, por “desencanto” com o rumo da profissão. Nãoo fez, contudo, sem ter uma alternativa que lhe permitisseo sustento: a formação profissional, que ainda hoje dá.

Agora, está prestes a passar o testemunho do coman-do ao seu filho mais velho, Luís Lopes. O convite partiuda direcção da Associação Humanitária, pelo “trabalho ex-traordinário desenvolvido” nesta e em outras instituiçõesdistritais. “Por ser meu filho, admito que foi prejudicadopor mim muitas vezes ao longo do seu percurso. Fui maisexigente, não lhe dei as mesmas oportunidades. Talvez porisso ele tenha lutado mais e hoje seja um dos melhores poronde quer que passe.”

Almeida e Lopes, que praticou futebol federado até aos 24anos, fez algumas incursões na política, como deputado mu-nicipal em Celorico da Beira ou como membro da Assembleiade Freguesia dos Marrazes. Com a saída do comando, pas-sará ao quadro de honra da organização, e ficará disponívelpara colaborar com o novo comandante. Quer escrever so-bre a evolução dos bombeiros em Portugal.

FOTOS: DR

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Canto livre

Ninjas e Princesas

� A hora da refeição é um desafio. Sejamossinceros, desafio é uma palavra bonita que seusa hoje para descrever o que se passa narealidade, um eufemismo em todo o seuesplendor. A hora da refeição é um caos.Pronto, já disse. A Princesa anda numaescolinha que segue o método Piaget cruzadocom mais uns quantos que não consegui fixaro nome, o que implica que desde muito cedoseja incentivada a comer sozinha. Isso emteoria é muito bonito e acho muito bem, simsenhora, com certeza, mas eu é que sei aquantidade de rolos de papel que se gasta porrefeição, enquanto luto com ela para ser eu aajudar e ela quer fazer tudo sozinha, o queinvariavelmente resulta num babeteinundado de sopa, uma cadeira inutilizada,um pijama cheio de massinhas e bagos dearroz espalhados pelo chão. Num dia bomtemos sopa também no cabelo e uma levesensação de derrota porque parece que todosos nossos esforços foram em vão e ela nãocomeu (quase) nada. O Ninja come muitobem a sopa, mas depois começa a brincarcom o segundo e a arranjar todo o tipo dedesculpas para se virar para a irmã edesestabilizar mais um bocadinho. Primeiro éporque está quente, depois é porque já estáfrio, depois não gosta de qualquer-coisa-que-nesse-dia-se-lembrou e põe de lado,

Das refeiçõesRita Gomes

RICARDO GRAÇA

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normalmente no meu prato. A fruta é mais oumenos consensual, e eu e o pai aproveitamospara tentar comer nessa janela de 10 minutos,à vez, sempre ao som de choros, birras,perguntas tontas com o objectivo de nos fazerrir ou, esta é nova, com a miúda a repetir “áua,áua, áua, áua…” até alguém lhe dar água e elabeber um bocadinho, só para de seguidacomeçar a regar aqueles bagos de arroz queestavam no chão, a ver se crescem. Nãocrescem, só se tornam ainda mais difíceis deapanhar do chão, mais tarde, quando eles jáforam dormir. Ainda há dias uma amiga bem-intencionada me elogiava a magreza quevoltou rapidamente, mesmo depois de ter doisfilhos. Não é ginástica, não é dieta, não énenhum segredo que eu consiga partilharconvosco. É genética e refeições atribuladas. Eum nervoso miudinho que nos acompanhasempre depois de sermos mães: a preocupaçãode que os nossos filhos possam não estar a seralimentados como deve ser. Mesmo queandem nos percentis 90 (nunca percebi muitobem o que era isso, mas parece que é bom) evistam roupa dois tamanhos acima da idadedeles. É uma cena da maternidade. Já asnossas avós sofriam disso, lembram-se? Só queagora a obesidade infantil parece ser umproblema mais recorrente. Noutro dia falamosdisso, agora tenho de ir ali aspirar o chão.

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Jornal de Leiria 9 de Março de 2017 49

Impressão digital

NaturalidadeLeiria

ResidênciaLeiria

FormaçãoCiênciaPolítica eRelaçõesInternacionais

OcupaçãoProfessora

Seractivistasignificanãopoderficarparadaenquan-to omundoparecedesmo-ronar-seà minhavolta

Cláudio [email protected]

� É daquelas pessoas que tem o dom da palavra?Sou boa de conversa. Passo muito tempo a pensar sobreo que leio e, portanto, depois também preciso muito defalar. Quando digo pensar, quero dizer pensar em modoobsessivo, aluado, alucinado. Quando digo falar, digo dis-cutir, questionar, argumentar e, fundamentalmente,gritar. Geralmente quem sofre com isso é o meu pai, masestá tudo bem, porque é dele que eu herdo este não-dom.Quando entra em modo debate joga ao ataque ou à de-fesa?Jogo em todas as frentes e com todas as armas que tenho.Venho de uma família onde desde miúda me lembro deassistir a discussões de Natal épicas entre tios, irmãos eprimos sobre tudo e mais alguma coisa, cada um a falarmais alto do que o outro. Futebol, política e religião eramos temas predilectos e sempre ouvi de tudo. Lá em casadizemos que resolvemos todos os problemas do mundono Natal. Ser activista significa impor aos outros a nossa visão davida?Ser activista significa não poder ficar parada enquantoo mundo parece desmoronar-se à minha volta. Não creioque possa impor essa forma de estar na vida, mas defi-nitivamente que um dos meus principais objectivos en-quanto activista é convencer as pessoas de que é preci-so fazer coisas e tomar atitudes.A missão de construir um planeta melhor é compatívelcom o regime de voluntariado?Se não tivermos uma sociedade civil forte, participativa,informada, exigente, crítica, inteligente, não haveráprofissionais que nos salvem. Ser voluntário é aceitar quetodos temos alguma responsabilidade no estado das coi-sas. É claro que eu não vou salvar o mundo com as mi-nhas reuniões da sábado à tarde da Amnistia em Leiria,

Mariana Violante, representante em Leiria da Aministia Internacional

"Seja uma viagem, num livro ou no mundo real, o que me move é o conhecimento"

mas está ao alcance de todos nós sermos cidadãos par-ticipativos com impacto. Quando está nas aulas de Arte e Cidadania, no primei-ro ciclo, aproveita para doutrinar os alunos?Tento com tudo o que posso que as crianças que ensinosaibam o que é fazer arte e ver arte, ver o outro e com-preendê-lo. Desde respeitarem as regras da sala até a des-cobrirem cheios de espanto que podem exigir os seus di-reitos - inclusivamente o de brincar! - as crianças estãosempre a ser doutrinadas para os Direitos Humanos co-migo!Que comentário mais a surpreendeu até à data? Uma vez estava a fazer origamis para os meus alunos eperguntei a um deles o que é que ele desejava, ao que elerespondeu, muito naturalmente, “olha, quero ter asas!!”.Querer ter tudo, o impossível! Que maravilha! Se lhe dessem o dom por umas horas, a quem aminis-tiava? A todas as pessoas que foram condenadas à morte. Por-que acredito que ninguém tem o direito de tirar a vida aninguém, por mais horrível que uma pessoa possa ser. Trabalha numa livraria também por amor aos livros?Eu trabalho numa livraria só por amor aos livros. Pegando naquela frase famosa, como é que imagina oparaíso?Imagino o paraíso quando ouço a Capicua na música Casano campo. Conduzir uma carrinha pão-de-forma é clichê ou afir-mação?É um doce resquício das minhas fantasias de juventude.Fantasias essas que foram um grande clichê, sim! Queriaser uma surfista hippie em viagem permanente pelo mun-do fora numa pão-de-forma, com um namorado loiro deolhos verdes com uma longboard debaixo do braço.E a carrinha tem pedigree? De onde veio, aonde foi, paraonde vai?Melhor pedigree é impossível. É uma carrinha que está

registada no dia 25 de Abril de 1974. Naturalmente, comuma data de nascimento destas, chamei-a de Liberdade. Está sempre pronta para viajar? Sempre prontinha! Porque preciso de estar constante-mente a absorver coisas. Seja uma viagem, num livro ouno mundo real, o que me move é o conhecimento. E a ex-periência física de viajar é a que melhor satisfaz o dese-jo de conhecer. Saber como é, a que cheira, ao que sabe,quem lá vive… enfim, podia estar a vida toda nisto. O que aprendemos com culturas diferentes e pessoas deoutras latitudes?Eu aprendi que as diferenças entre pessoas estão mui-to mais nas circunstâncias que em qualquer outra coisa.Aprendi que por muito diferentes que sejam as culturas,todos procuramos o mesmo, no essencial. Aprendi queo que se aprende são só novas e interessantes formas dedizer amor, família, amizade, liberdade, felicidade.Regressou do Erasmus mais portuguesa ou mais cida-dã do mundo?Do Erasmus regressei mais do mundo. Queria ir para todolado. Desde então, ainda vivi mais no Kuwait, no Brasile no Reino Unido. Depois disso tudo, continuo a sentir--me do mundo - a nacionalidade é um conceito pouco re-levante para mim. Mas a identidade que tenho dentro demim é cada vez mais dependente de viver no sítio ondenasci e cresci. É verdade que se tornou aspirante a agricultora bioló-gica?Sim, tenho feito uma tentativas de me tornar uma aspi-rante e aprendiz de agricultora. É um misto de dois sen-timentos. Por um lado, descobri um grande desejo e pra-zer em me ligar mais à natureza e à terra. Por outro, detudo o que vi no mundo, o que mais me marcou foi a per-cepção de que a vida que eu tenho é muito cara para mui-ta gente. Ter menos e melhor. Pensar globalmente, agirlocalmente. Este era um tema para outras tantas per-guntas!

FOTOS: RICARDO GRAÇA

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Para fora cá dentro

O Monge que Vendeu oSeu FerrariUm best-sellerincontestável que nosbrinda com liçõessimples e eficazessobre como vivermelhor. Conciliando deuma forma inovadora osaber espiritual doOriente com osprincípios ocidentaisde sucesso e trabalho,este livro dá dicas decomo viver uma vidade coragem, equilíbrioe alegria.

Penedo da Saudade O nome é justo, nasemoções que desperta emquem lá passa. Paraquem viveu Coimbra, oPenedo da Saudade élugar de recordação.Este miradouro,construído em 1849, temuma vista imponentealiada às recordaçõesacadémicas ali deixadas.

The Gift A banda de Alcobaça tem novas sonoridades e umanova digressão. Avoz quente de SóniaTavares conduz-nosa um mundo desonoridades que tãobem caracteriza osThe Gift. A celebraros 23 anos,esperamos quevenham mais 23anos de sucessos eóptimos concertos.

Valinhos e Aljustrel Aqui tão perto, e em pleno Centenário dasAparições de Fátima, porque não conhecer asorigens desta história e seus intervenientes? Umpercurso com cerca de dois quilómetros alianatureza com história. Desde as casas dos videntes,ao museu, aos lugares das aparições, bem como àsimpatia dos habitantes, é um caminho que vale apena percorrer.

Já passaram 30 anos desdeque os Filipes criaram a noiteCláudio [email protected]

� Foi o primeiro bar a instalar-se no Terreiro, em1987. E é o único que continua de portas abertas. Napróxima terça-feira, 14 de Março, celebram-se 30anos dos Filipes, motivo mais do que suficiente parasugerir, neste espaço de jornal dedicado a desco-bertas, um espaço da cidade que todos na cidade co-nhecem. "A noite de Leiria começou aqui", garante Manuel Oli-veira. E é bem capaz de ser verdade. Naquele tem-po, "Leiria era uma aldeia grande". Através dos Fili-pes, "começou a transformar-se numa noite igual àde outras cidades que já estavam mais avançadas,como Aveiro e Braga. Chegavam a vir para aqui clien-tes de Lisboa", recorda o homem que nasceu há 70anos numa aldeia do concelho de Torres Novas e vivehá 52 no centro histórico de Leiria, ali bem perto docastelo. Manuel Oliveira tinha trabalhado no café Montanha

e na esplanada do Jardim Luís de Camões, depois ex-plorou o bar do bingo e o bar da União Desportiva deLeiria, e ainda abriu os Dois Manéis, no bairro das Al-moinhas. Até que resolveu mudar-se para o Terrei-ro, "uma zona morta", à época. Tantas eram as difi-culdades que esteve para "fechar e entregar a cha-ve". Mas a música salvou o negócio. A música debi-tada por uma aparelhagem caseira e algumas cen-tenas de discos em vinil. Que são hoje, à distância,o ponto de viragem na história dos Filipes. A ju-ventude "começou a aparecer" e em menos de nadajá se juntavam multidões a beber, dançar e conver-sar à esquina do Largo Cândidos dos Reis.Primeiro foram os do andebol a fazer a casa. Depoisos estudantes, uma tendência que se manteve ao lon-go de décadas. Mas não é exagero dizer que geraçõesinteiras passaram pelos Filipes, também conhecidocomo abrigo do rock. Uma instituição da noite, denoites loucas, com esse recorde que perdura até hojede 19 barris esvaziados numa única sessão. Fre-quentado por todos os estratos sociais, num ou nou-tro momento, gente que hoje engrossa as fileiras doensino, da arquitectura, da gestão, da advocacia, en-tre muitos outros ofícios. Até políticos. Destes primeiros 30 anos, partilhados com os filhosGilberto Filipe e Filipe Miguel, o fundador ManuelOliveira guarda "as amizades" e a memória de "umaluta muito grande" para manter a imperial a jorrar."Muitas histórias, mas hoje já não tenho cabeça paraas contar", comenta. A ver chegar caras novas e comelas novas tendências. "Aos fins-de-semana me-lhorou muito a quantidade e qualidade dos clientes".E a qualidade do cliente é? "Até pode ser o BugsBunny, mas é saberem portar-se bem, com digni-dade".No Terreiro fecharam os Vicentes (depois Anubis), oEstrebaria, o Panaceia (depois Seca e Meca e Ozono),o Santo Estêvão, o Sebentas, o Arts Club... mas fica-ram os Filipes, sempre. E fica também a promessa: "OTerreiro só morre quando o Manel morrer".

Uau! Vamos doOriente aoOcidente comas sugestões deCátia Filipe,técnica decomunicaçãono Santuário deFátima

FOTOS: RICARDO GRAÇA

Na próximaterça-feira, 14de Março, hácerveja apreçosespeciais e aoportunidadede levar paracasa um copoque celebra os30 anos dosFilipes. Amúsica aovivo está acargo dos HotFrappé

Sexta esábado,respectiva-mente, o trioCarlos Vicentee os N'Asaajudam aprolongar afesta

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Aconteceu

� O apuramento distrital do projecto MegaSprinter, desenvolvido em parceria com aFederação Portuguesa de Atletismo, juntou 1.570crianças e jovens dos 9 aos 18 anos de idade, deambos os sexos, oriundos de 49 escolas eagrupamentos dos concelhos de Leiria, MarinhaGrande, Batalha, Pombal, Porto de Mós, Ansião,Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiródos Vinhos e Alvaiázere. As provas de 40 metros,1.000 metros, salto em comprimento elançamento decorreram na passada terça-feira, 7de Março, no Estádio Municipal Magalhães Pessoa,em Leiria. Os melhores, cerca de meia centena,ficaram apurados para a final nacional, que serealiza em Elvas no final do mês de Março.

� O autor lançou o mote e o públicorespondeu, enchendo o Teatro MiguelFranco, em Leiria. No dia 4 de Março,sábado, decorreu a apresentação do livroMar Liberal, do escritor Jaime de OliveiraMartins. Apresentado por Acácio Sousa eAmélia do Vale, esta é uma narrativa quedecorre logo após as Invasões Francesas,no início do século XIX. O livro convida oleitor a navegar na espuma que banha oscascos das embarcações que lutam pelaconquista do mar, da terra e dos homens.Teodoro e Rufino, personagens em tornodas quais se desenrola a acção, deixampara trás uma Leiria destruída pelas forçasde Bonaparte e partem em busca desonhos de riqueza e bem-estar, nobalançar incerto dos navios da marinhamercante. Mas a vida irá separar os amigosde infância e deixá-los em lados opostosda barricada.

Leiria apurou os melhores jovensno desporto escolar

� Foi com bolo e champanhe, e ao som damúsica da DJ Donna T, que se fez ainauguração da nova loja Skulk em Leiria,sábado passado. Centenas de pessoasmarcaram presença no novo espaço damarca portuguesa de roupa vocacionadapara um público “descontraído”, situadono Largo das Forças Armadas. Amudança prende-se com a necessidadede ter uma loja com mais espaço, porquea marca tem crescido, ao mesmo tempoque se lhe confere maior visibilidade,segundo Nelson Caseiro, detentor dofranchising em Leiria, o primeiro a abrir noPaís, em 2011.

Skulk inaugurou nova loja no largo das Forças Armadas

� Foi reinaugurada, no dia 2 de Março, a loja AKIde Leiria. No evento estiveram presentes AnaMafalda Moreira, directora desta loja, HugoAlmeida, director da região centro do AKI, eJosé Carlos Matias Filipe, presidente da Juntade Freguesia de Parceiros e Azoia. Com uminvestimento de 500 mil euros, a lojaapresenta-se com um novo conceito, novosprodutos e novos serviços. A disposição da lojapassa a ser em circuito e foi criado um espaçopara aulas de bricolage. No que diz respeito aosnovos produtos, a novidade são os animais: estaloja tem, agora, à venda peixes e pássaros, bemcomo produtos alimentares e de cuidados paracães, gatos, peixes e aves.

Loja AKI de Leiria abre com novoconceito

� No passado domingo, dia 5 de Março de 2017, avereadora da cultura da Câmara Municipal deAlvaiázere, Sílvia Lopes, presidiu à cerimónia deinauguração da exposição Autores do Norte doDistrito de Leiria, no Museu Municipal deAlvaiázere. Esta exposição bibliográfica edocumental dá a conhecer os autores quenasceram, residiram, residem ou têm raízes nosconcelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira dePera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.Está patente até 30 de Maio. Estão aqui incluídosnomes como os de Dom Diogo de Sousa,Jerónimo Soares Barbosa, Pascoal de Melo Freire,Políbio Gomes dos Santos e Bissaya-Barreto,entre outros.

Inaugurada exposição sobreautores do Norte do distrito

Jaime de OliveiraMartinsapresentou livroMar Liberal

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Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Parque Movicortes2404-006 Azoia - LeiriaTel. 244 800 400 Fax 244 800 [email protected]

Um país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba

o que está certoAgustina Bessa-Luís

Joaquim Paulo Conceição e Lena SGPS

Operação Marquês constitui mais dois arguidos do Grupo Lena

� O administrador do Grupo Lena,Joaquim Paulo Conceição, e a em-presa Lena SGPS foram constituídosarguidos na Operação Marquês, se-gundo informou a Procuradoria-Ge-ral da República à Lusa. A OperaçãoMarquês, cujo principal arguido é o ex-primeiro-ministro José Sócrates con-ta agora com 25 arguidos – 19 pessoase seis empresas, quatro das quais doGrupo Lena – estando a decisão do Mi-nistério Público de acusar ou arquivaro processo marcada para o dia 17.

Segundo o Público, antes disso já ti-nham sido constituídas arguidas ou-tras empresas do grupo - como aLena - Engenharia e Construções, SAe a SGPS e a Rentlei- Automóveis e Tu-rismo, bem como um dos accionistasdo grupo, Joaquim Barroca.

O mesmo jornal adianta que o pre-sidente daholdingdo grupo Lena já ti-nha sido ouvido pelo menos duas ve-zes neste processo, mas como teste-munha. Em Junho do ano passado, oMinistério Público chegou a notificá-lo para prestar declarações como ar-

Foi apresentada queixa ao Ministério Público e PJ está a investigar

Presidente de infantário suspeitade uso indevido de 120 mil euros Elisabete [email protected]

�Elsa Leitão, presidente do Conselhode Administração (CA) da Supercoop– Cooperativa de Solidariedade Social,que gere a creche e jardim de infânciaSuperninho, em Parceiros, é suspeitade ter utilizado cerca de 120 mil eurosda instituição para compras pessoais.O Ministério Público já recebeu umaqueixa e a Polícia Judiciária está a in-vestigar o caso, tendo já ouvido algu-mas funcionárias.

No domingo, os cooperadores vãovotar o afastamento da mulher e doseu marido, Gil Silva, também mem-bro do CA. Numa convocatória afixa-da na sede lê-se que a Assembleia Ge-ral Extraordinária tem como pontos a“apreciação, discussão e votação deproposta a autorizar a cooperativa ademandar” estas duas pessoas “poractos praticados no exercício das suasfunções que prejudicaram de formagrave a cooperativa”. Será tambémapreciada a “suspensão imediata”dos dois, com “instauração de pro-cesso destinado à eventual destituiçãoda presidente” e do “vogal”, assimcomo a instauração de “procedimen-tos disciplinares”.

Segundo o JORNAL DE LEIRIA apu-rou, Elsa Leitão terá utilizado o di-nheiro da Supercoop para fazer váriascompras, como bijuteria, roupas, sa-patos, lingerie, assim como para pagarférias e para reparações em casa. Sónum centro comercial de Lisboa, a mu-lher terá gastado cerca de 47 mil euros.

Elsa Leitão é suspeita de peculato efalsificação de facturas. De acordocom algumas informações, a presi-

os cooperadores votem pela saída dapresidente”, refere.

Alguns encarregados de educaçãoadmitem mesmo tirar os filhos do in-fantário, caso Elsa Leitão se mantenhaà frente da instituição. “As funcioná-rias estão num ambiente de pressão.Ela tem referido que vai fechar o in-fantário.” Os pais apelam aos coope-radores para estarem presentes naAssembleia Geral e para que “defen-dam a instituição” e que votem peloafastamento da responsável até a in-vestigação estar concluída.

Os encarregados de educaçãoprometem ainda estar à porta no diada Assembleia Geral para tentaremperceber o que se vai passar e tam-bém para demonstrar o apoio “in-condicional” para com todas asfuncionárias.

A Supercoop foi criada por algunsantigos funcionários dos supermer-cados Ulmar. O Conselho de Admi-nistração é constituído por trabalha-dores do infantário e a sustentabili-dade da instituição é garantida pelasmensalidades das crianças e porapoios da Segurança Social e Câmarade Leiria.

A Segurança Social informa que nãose irá pronunciar sobre o assunto, umavez que se trata de uma “situação doforo judicial, em fase de investigação”.“No âmbito das suas competências, oInstituto mantém o acompanhamen-to das respostas sociais desenvolvidaspela instituição”, acrescenta.

Após atender o telefone ao JORNALDE LEIRIA, Elsa Leitão pediu paraser contactada cerca de duas horas de-pois, mas não voltou a atender a cha-mada nem respondeu ao smsenviado.

guido. No entanto, o gestor pediupara ser ouvido apenas como repre-sentante legal de quatro empresas dogrupo (sociedades essas que foramconstituídas arguidas) porque estavaa negociar a reestruturação da dívidabancária do grupo e o facto de surgircomo arguido "prejudicaria irreme-diavelmente" o mesmo. O procuradorRosário Teixeira aceitou o pedido,considerando que tal não prejudica-va a investigação.

“Neste espectáculo mentirosomontado nem é tanto a mentiraque choca, mas o espectáculo quese monta para promover uma men-tira conveniente. As mentiras des-mentem- se e esta injustiça será ra-pidamente corrigida. Quando acon-tecer, o espectáculo montado seráconvenientemente anulado e a re-posição da verdade não será nuncatão projectada quanto a mentira”,escreveu Joaquim Paulo Concei-ção na sua página pessoal do face-book.

Os pais estão do lado das funcionárias e admitem sair caso a presidente se mantenha em funções

RICARDO GRAÇA

dente faria compras em nome da Su-percoop e pagava com o seu cartãopessoal. Depois assinava um chequeda instituição para si para ser ressar-cida dos gastos. As suspeitas indi-ciam que a mulher alteraria algumasfacturas quer no valor quer no própriocabeçalho da entidade emitente, demodo a esconder os bens adquiridosfazendo passá-los por outros. A si-tuação terá sido espoletada pelo novocontabilista.

Os pais estão preocupados, mas ga-rantem confiar plenamente nas edu-cadoras que cuidam dos seus filhos.De acordo com um testemunho, apostura da presidente “não se coa-duna com quem está à frente de uminfantário de crianças”. “É uma pes-soa pouco presente e com uma pos-tura fechada, que não deixa os pais se-rem mais activos. Os pais estão umpouco apreensivos, mas esperam que

176crianças estão na creche e jardimde infância Superninho

30funcionárias trabalham nainstituição, sendo que oito sãoeducadoras de infância

Os númerosFuneral é hoje

Faleceu a secretáriageral da Acilis

� Ana Almeida, 52 anos, secretária--geral da Acilis (Associação Comerciale Industrial de Leiria, Batalha e Por-to de Mós), faleceu ontem de ma-drugada vítima de doença prolon-gada. Estava há cerca de um mês in-ternada nos Hospitais da Universi-dade de Coimbra. O funeral tem lu-gar hoje às 11:30 horas na capela deAldeia Nova, Olival, no concelho deOurém, de onde era natural. Juristade formação, Ana Almeida entroupara a Acilis em 1991 e alguns anos de-pois assumiu o cargo de secretária--geral. A sua morte “é uma grandeperda”, afirma Pedro Neto, vice-pre-sidente da associação. “Era a pessoaque mais conhecia a Acilis e todos osassociados se reviam nela. Era umapoio essencial à direcção”, adiantao vice-presidente.

Leiria

Tiffosi abre noedifício Garage

� A Tiffosi vai abrir uma loja no edi-fício Garage, no centro de Leiria. Istomesmo foi confirmado ao JORNALDE LEIRIA por Pedro Faria, proprie-tário do imóvel, que explica que amarca irá ocupar o espaço deixadovago pela Bershka (que já fechou, de-correndo obras no interior da loja) epela Brinka, que encerrou há ano emeio. No total, o espaço tem 1200metros quadrados, diz o empresário,que acredita que a Tiffosi possa abrirem Abril, já com nova colecção. Con-forme noticiado pelo JORNAL DELEIRIA em Janeiro, o Grupo Inditextencionava fechar as lojas que tinhano centro de Leiria: a Pull & Bear en-cerrou no final desse mês e a Bershkajá em Março. Depois da Zara, e emmenos de um ano, o grupo espanholfechou assim os seus três espaços decomércio de pronto-a-vestir no cen-tro da cidade. Resta a Zara Home, lojadedicada à venda de artigos para acasa que, segundo foi possível apu-rar, não será para fechar. Quanto à Tif-fosi, é uma marca portuguesa, doGrupo VNC, de Vila Nova de Famali-cão, especializada em jeans, que temroupa para criança, homem e se-nhora. Em Leiria já tem duas lojas,uma no centro da cidade (com ofer-ta vocacionada para crianças) e outrana LeiriaShopping. O JORNAL DELEIRIA pediu mais informações àTiffosi, mas até ao fecho desta ediçãonão recebeu resposta.