prevenÇÃo da infecÇÃo urinÁria associada ao cuidado de saÚde

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Infecção do tratourinário associada aocuidado de saúdePREVENÇÃO E TRATAMENTO

FatosA segunda infecção mais comum associada ao cuidado de saúde

Responsável por mais de 15% das infecções notificadas

Todas as ITU associadas ao cuidado de saúde são causadas pela instrumentação do trato urinário

Pode levar a complicações como prostatites, orquites, epididimites, cistites, pielonefrites, bacteremia, endocardite e sepse

Aumentam tempo de hospitalização, custos e mortalidade

Mais de 13 mil mortes anuais são causadas por ITU associadas ao cuidado de saúde

CDC 2013

DefiniçõesInfecção presente na admissão: não são consideradas ACS

Associada ao Cuidado de Saúde (ACS): infecção que surge a partir do 3° dia de internação hospitalar, que NÃO ESTAVA PRESENTE na admissão (data do primeiro sintoma ou primeiro teste diagnóstico positivo)

ITU ACS: deve preencher TODOS os 3 critérios seguintes:

◦ Paciente com cateter urinário há MAIS DE DOIS DIAS, e, no DIA DO EVENTO, ou estar presente ou ter sido retirado no dia anterior

◦ Infecção urinária sintomática com PELO MENOS 1 dos sintomas: Febre: > 38°, Dor ou sensibilidade supra púbica, Dor costovertebral, Urgência miccional, Polaciúria, Disúria

◦ Urocultura positiva com não mais que duas espécies de organismos diferentes, com pelo menos uma cepa com > 105 UFC/ML

◦ TODOS OS ELEMENTOS DEVE FECHAR OS CRITÉRIOS TEMPORAIS

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ITU associada a cateterInfecção urinária associada a cateter: VIRTUALMENTE todas as ITU ACS são associadas a cateter

Nos RAROS casos onde não houver sido instalado cateter urinário OU presença de cateter não fecha critérios temporais

◦ Infecção urinária sintomática com PELO MENOS 1 dos sintomas: Febre: > 38°, Dor ou sensibilidade supra púbica, Dor costovertebral, Urgência miccional, Polaciúria, Disúria

◦ Presença de urocultura positiva com não mais que duas espécies de organismos diferentes, com pelo menos uma cepa com > 105 UFC/ML

PrevençãoUso apropriado de cateter urinário◦ Minimizar o uso e tempo de permanência, especialmente nos pacientes com maior risco (mulheres,

idosos, etc.) – IB

◦ Evitar uso de cateter urinário para tratamento da incontinência em pacientes acamados – IB

◦ Usar cateteres em pacientes cirúrgicos apenas se necessário – IA

◦ Cirurgia urológica, tempo prolongado de cirurgia, antecipação de uso de grandes volumes e diuréticos, necessidade de monitorização do débito urinário no transoperatório

◦ Para os pacientes cirúrgicos com indicação de sondagem, retirar em 24 h, a não ser que haja indicações apropriadas de permanência – IB

◦ Considerar outras alternativas para cateterização sempre que possível:

◦ Considerar dispositivos externos se não houver retenção ou obstrução urinária em homens – II

◦ Em pacientes crônicos, considerar cateterização intermitente – II

◦ Sondagem intermitente é preferível á de demora em pacientes com disfunção da bexiga –II

PrevençãoTécnica adequada na inserção:◦ Higienização das mãos ANTES E DEPOIS da inserção ou de qualquer manipulação de sondas – IB

◦ Assegurar que apenas pessoal ADEQUADAMENTE TREINADO realize o procedimento – IB

◦ No cuidado hospitalar AGUDO, inserir sondas com TÉCNICA ASSÉPTICA E EQUIPAMENTO ADEQUADO –IB◦ Luvas estéreis, capotes, esponjas, antisséptico adequado, lubrificante estéril em vasilhame de uso único – IB

◦ Lubrificantes antissépticos não são necessários – II

◦ No cuidado crônico PODE SER USADA TÉCNICA LIMPA – NÃO ESTÉRIL, em pacientes que precisam de sondagem intermitente crônica – IA

◦ Adequada fixação de sondas para prevenir movimento e tração – IB

◦ Na ausência de contraindicação, utilizar o cateter mais delgado que permita uma adequada drenagem possível – III

◦ Na necessidade de sondagem intermitente, definir intervalos fixos para evitar distensão vesical – IB

◦ Considerar o uso de ultrassom portátil para avaliar volume vesical e definir hora de sondagem em crônicos - II

PrevençãoTécnica adequada na manutenção:

◦ Após introdução com técnica asséptica, utilizar SISTEMAS FECHADOS para drenagem – IB◦ Se houver quebra na técnica asséptica, desconexão ou vazamentos, REINSTALAR CATETER E SISTEMA novamente

com técnica adequada – IB. Se disponível, considerar sistemas pré-montados e selados – 2B

◦ Manter o fluxo urinário desobstruído – IB: ◦ MANTER O CATETER SEM DOBRAS,

◦ MANTER O COLETOR ABAIXO DO NÍVEL DA BEXIGA, NÃO DEIXAR A BOLSA COLETORA NO CHÃO,

◦ ESVAZIAR O COLETOR REGULARMENTE USANDO VASILHAME INDIVIDUAL,

◦ EVITAR DERRAMAMENTO E EVITAR O CONTATO DO DRENO COM O VASILHAME

◦ Usar precauções padrão – EPI’s, na manipulação de cateter e sistema coletor – IB

◦ O uso de sistemas complexos – filtros antibacterianos por exemplo, não são necessários – II

PrevençãoTécnica adequada na manutenção:◦ NÃO TROCAR CATETERES E SISTEMAS DE DRENAGEM DE ROTINA, trocar apenas na presença de sinais

de infecção – II. OPTAR POR RETIRAR CATETERES SEMPRE QUE POSSÍVEL!

◦ NÃO USAR ANTIBIOTICOPROFILAXIA DE ROTINA, a não ser em casos de indicação clínica – IB◦ Não há certeza sobre uso de antissépticos urinários - IB

◦ NÃO LIMPAR A REGIÃO PERIURETRAL COM ANTISSÉPTICOS, EM PACIENTES EM USO DE CATETERES. Fazer apenas o asseio habitual – IB

◦ NÃO USAR IRRIGAÇAO VESICAL, a não ser quando há alto risco de obstrução – hematúria pós cirurgia prostática – 2C. SE ESTE FOR O CASO, USAR SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO FECHADOS

◦ NÃO USAR IRRIGAÇÃO VEISCAL COM ANTIBIÓTICOS – II

◦ NÃO FAZER INSTILAÇÃO DE ANTISSÉPTICOS OU ANTIBIÓTICOS EM BOLSAS COLETORAS – II

◦ NÃO CLAMPEAR CATETERES ANTES DA REMOÇÃO – II

PrevençãoMaterial do cateter◦ APENAS SE NÃO HOUVER REDUÇÃO DE ITU ACS APÓS ADEQUADO PROGRAMA DE TREINAMENTO, considerar

o uso de cateteres impregnados com antibióticos – IB

◦ Cateteres hidrofílicos podem ser preferíveis aos cateteres padrão para pacientes que demandam sondagem intermitente – II

◦ Cateteres de silicone são preferíveis aos de látex em pacientes em uso de longo prazo, por reduzirem o risco de incrustação – II

Manejo da obstrução◦ Se a obstrução ocorrer e é provável que o material esteja contribuindo, trocar o cateter – IB

◦ O uso de soluções acidificantes, inibidores da urease, uso de ultrassom para avaliação de obstrução de repetição e o uso de antissépticos para prevenir obstrução ainda não tem evidências significativas

Coleta de amostras◦ Para coleta de pequeno volume, coletar diretamente da porta do cateter, sem agulha, com técnica asséptica

habitual. Para outros exames de maior volume, retirar da bolsa coletora de forma asséptica - IB

Tratamento◦ Retirar dispositivos sempre que possível

◦ Trocar dispositivos se necessário manter sondagem

◦ Coletar amostras de urocultura preferencialmente antes da primeira dose de antibiótico

◦ No entanto não retardar a primeira dose de antibiótico se a coleta tiver demora

◦ Ter conhecimento da flora nosocomial – relatórios CCIH

◦ Iniciar antibioticoterapia empírica de largo espectro dirigida pela informação microbiológica disponível

◦ Lembrar dos critérios de sepse, caso haja sepse empreender protocolo específico

◦ Descalonar antibióticos se possível assim que resultados de culturas disponíveis

◦ Esquemas habituais devem contemplar cobertura para gram negativos

◦ Ciprofloxacina: excessivamente utilizado, evitar na medida do possível

◦ Piperacilina/tazobctan ou ampicilina/sulbactam habitualmente dão boa cobertura

◦ Meropenem: cobertura ampla para patógenos nosocomiais e boa penetração

Referências◦ CDC, Identifying Healthcare-associated Infections (HAI) for NHSN Surveillance, January 2015

(Modified April 2015)

◦ CDC, Urinary Tract Infection (Catheter-Associated Urinary Tract Infection [CAUTI] and Non-Catheter-Associated Urinary Tract Infection [UTI]) and Other Urinary System Infection [USI]) Events, January 2015 (Modified April 2015)

◦ CDC, GUIDELINE FOR PREVENTION OF CATHETERASSOCIATED URINARY TRACT INFECTIONS 2009, Carolyn V. Gould, MD, MSCR; Craig A. Umscheid, MD, MSCE; Rajender K. Agarwal, MD, MPH; Gretchen Kuntz, MSW, MSLIS; David A. Pegues, MD and the Healthcare Infection Control PracticesAdvisory Committee (HICPAC)

Muito obrigado!