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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA – MG
QUADRO II - A - INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL
EXERCÍCIO 2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
MUNICIPIO DE TUMIRITINGA/MG
QUADRO II - A - INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL
EXERCICIO 2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
EDITORIAL
Prefeitura Municipal Tumiritinga
Juliano Souza Vicente
Prefeito Municipal
Lusmar Bispo
Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural
ELABORAÇÃO
Equipe Técnica
Carlos Humberto C. Junior
Arquiteto Urbanista - CAU-BR nº 107250-1
Joaquim Lister Gonçalves
Advogado / OAB/MG 110.203
Yres Gomes da Silva
Historiadora
Silvana Nunes Camilotti
Tecnóloga Gestão Ambiental
Lister Lucas Rodrigues Gonçalves
e Amanda Aiara Rodrigues
Fotógrafo
Instituto Eixo Cultural
Rua 14, n°163, Ilha dos Araújos – Governador Valadares/MG
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Sumário
1 INTRODUÇÃO
2 Dados do Município
2.1 Dados Gerais
2.2 Dados gerais dos distritos, Córregos e povoados
2.3 Patrimônio Protegido
2.4 Patrimônio Inventariado
2.5 Arquivos
2.6 Bens Naturais
2.7 Patrimônio Imaterial
2.8 Informes Gerais
2.8.1 Informe Histórico do Município de Tumiritinga
2.9 Aspectos Físicos e Naturais
2.10 Referências Arquivistas e Bibliográficas
2.11 Ficha de Informações Gerais
3- Objetivos
4- Critérios de Identificação dos Bens Culturais
4.1 Caracterização das Áreas a Serem Inventariadas
4.2 Definição das Áreas a ser Inventariadas
4.2.1 Área I: Área Urbana do Distrito Sede
4.2.2 Área II: Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
4.2.3 Área III: Área da Zona Rural e Povoados
4.3 Tipologia
5 Documentação Cartográfica
5.1 Mapa Município
5.2 Mapa da Cidade
6 Levantamento Fotográfico
7 Relação dos Bens a Serem Inventariados
7.1 Área I: Área Urbana do Distrito Sede
7.2 Área II: Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
7.3 Área III: Área da Zona Rural e Povoados
8 Cronograma
9 Plano de Ação
9 Equipe Técnica
10 Ata de Aprovação do Plano de Inventário
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
1 - Introdução
O Departamento Municipal do Patrimônio Cultural e Turismo da cidade de
Tumiritinga têm como objetivo geral realizar até o final de 2028 inventários nas áreas
definidas neste momento, do ano de 2016. Consideram-se estas áreas, pelos bens que se
destacam cultural e historicamente. Espera-se no desenrolar deste Plano de Inventário que a
Secretária Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Tumiritinga e a comunidade
possam: preservar o Patrimônio Cultural em suas distintas categorias; proteger bens culturais
identificadores da história da comunidade; levantar e registrar dados acerca de bens relevantes
para o município; envolver a população com todas as possíveis questões culturais e históricas
do Patrimônio Público; complementar política de Educação Patrimonial no Município;
diagnosticar e divulgar o potencial turístico e Cultural de Tumiritinga; servir de fonte de apoio
e de consulta para o planejamento administrativo na cidade.
Com o objetivo de apresentar ao IEPHA/MG, o plano de Inventário do Município de
Tumiritinga, de acordo com as determinações do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural -
CONEP- Deliberação Normativa nº 02/2012, conforme Lei Estadual n° 13.803/2000 foi
elaborado em conjunto com os funcionários da Secretária Municipal de Cultura, Turismo,
Esporte e Lazer, em especial, do Departamento de Patrimônio Cultural, através da consultoria
técnica do arquiteto Carlos Humberto C. Junior, da historiadora Yres Gomes da Silva e do
advogado Joaquim Lister Gonçalves, através do Instituto Eixo Cultural. O conhecimento dos
acervos existentes na região foi consolidado a partir de reuniões dos técnicos com os
membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Tumiritinga, que indicaram, com
base em cartas topográficas, as localidades com potencial para inventariamento.
Pesquisas documentais foram realizadas nos Arquivos da Prefeitura Municipal e no
Arquivo Público Mineiro; além de levantamento bibliográfico. As pesquisas foram
complementadas por entrevistas com moradores locais e levantamentos documentais, de
campo, fotográfico e de bases cartográficas. Os trabalhos de campo e as pesquisas
documentais ocorreram no meses de março, abril e maio de 2015. A etapa de elaboração dos
dados em laboratório ocorreu entre os meses de março a novembro de 2015.
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Os trabalhos de campo tiveram a participação ativa de membros do Conselho
Municipal do Patrimônio Cultural e da Equipe Técnica da Secretária Municipal de Cultura,
Turismo, Esporte e Lazer, em especial, de Lusmar Bispo, presidente do Conselho Municipal
de Patrimônio Cultural de Tumiritinga.
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2 - Dados do Município
2.1 – Dados gerais:
Município: Tumiritinga
Emancipação: 19/03/1949
Fundação: 1908
População: 6.293 (IBGE 2010)
Área Total: 497 km²
CEP: 35125-000
Mesorregião: Vale do Rio Doce
Altitude máxima: Serra Queiroguinha
Local: 560m
Altitude Mínima: Foz do Rio Caratinga
Local: 187m
Área do Município: 500,073km²
População: 6.293 hab
Homens: 3198
Mulheres: 3095
Dens. Demográfica: 12,58 hab./km²
População Urbana: 4.407
População Rural: 2.225
Distrito sede: Tumiritinga Distritos: São Geraldo de Tumiritinga
Principal atividade econômica: indústria de tijolos cerâmicos e bovinocultura de gado
leiteiro e corte.
Bacia e componentes hidrográficos: Bacia do Rio Doce/Principais rios: Rio Caratinga e
Rio Doce.
Legislação urbana municipal: Lei Orgânica do Município
Número estimado de edificações: Informação não disponível
2.2 - Dados gerais: dados gerais dos distritos, Córregos e povoados:
Distrito sede: Tumiritinga População: 6293 habitantes
Principal atividade econômica: indústria
de tijolos cerâmicos e bovinocultura de
gados leiteiros.
Distrito: São Geraldo de Tumiritinga População: Informação não disponível
Principal atividade econômica:
comércio, prestação de serviços,
bovinocultura de gado leiteiro.
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Distrito Povoado Distância da Sede N.º de
Famílias
São Geraldo de
Tumiritinga
32 km 251 famílias
Divino do Sul 32 km 80 famílias
Alegre 19 km 6 famílias
Assentamento 1º de junho 3 km 65 famílias
Assentamento Cachoeirinha 1 km 37 famílias
Balaio 28 km 9 famílias
Bananal 30 km 8 famílias
Capivara 16 km 20 famílias
Prata 19 km 85 famílias
Itaúna 25 km 40 famílias
Limeirão 3 km 27 famílias
Perdida 16 km 15 famílias
São Tomé do Rio Doce 14,6 km 19 famílias
Volta Graned 35 km 40 famílias
2.3 Patrimônio Protegido:
Nível de Proteção Denominação Localidade Inventário/Ano
Tombamento
Municipal
Conjunto
Paisagístico da
Praia do Jaó
Na margem direita
do Rio Doce, na
porção Nordeste
do município
Sim/2006
2.4 Patrimônio inventariado pelo município:
Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas
Denominação Endereço Ano Área Ano de
atualização
Capela Divino Espírito
Santo
Rua Bias Fortes, 950 2003 1
Capela São João da Barra São João da Barra - Córrego da
Perdida
2003 1
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus
Avenida Amazonas, 780 2003 1
Igreja Matriz Sagrado
Coração de Jesus
Praça Tiradentes, S/N 2003 1
Igreja do Sagrado Coração
de Jesus
Avenida Getúlio Vargas, 1079 2003 1
Igreja Presbiteriana do Praça Leôncio Medeiros, 613 2003 1
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Brasil
Estação Ferroviária de
Tumiritinga
Praça João Luiz Costa 2003 1
Pensão Av. Amazonas, 730 2003 1
Museu Municipal de
Tumiritinga
Avenida Amazonas, 757 2003 1
Residência Avenida Amazonas, 535 2003 1
Residência Avenida Getúlio Vargas, 1145 2003 1
Residência Rua Rio de Janeiro, 223 2003 1
Residência Avenida Amazonas, 520 2003 1
Residência Avenida Getúlio Vargas, 873 2003 1
Sobrado Rua São Salvador, 146 2003 1
Sede da Prefeitura
Municipal de Tumiritinga
Avenida Amazonas, 812 2008 1
Escola Municipal
Professora Alcina Silva de
Miranda
Avenida Amazonas, 890 2008 1
Bar do Promessa Avenida Amazonas, 922, esq. com
Rua Minas Gerais -
2008 1
Associação em Defesa dos
Pequenos em Mutirão de
Tumiritinga
Avenida Getúlio Vargas, S/N
2008 1
Açougue Estrela e
residência de Sílvio Rocha
Avenida Getúlio Vargas, 762 2008 1
Residência do pastor Luiz
Fernando Sotero
Avenida Getúlio Vargas, 726 2008 1
Antigo estabelecimento
comercial e residência de
Marinete Macedo
Avenida Getúlio Vargas, 705
2008 1
Tumiritinga Social Clube Avenida Getúlio Vargas, 681 2008 1
Imóvel de Delvani
Guimarães
Praça Tiradentes, 108 (no lugar da
residência de Élcio Calixto, Avenida
Getúlio Vargas, 651
2008 1
Praça Tiradentes Praça Tiradentes, S/N 2008 1
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Residência de Sebastião
Sabino da Silva
Praça Tiradentes, 65
2008 1
Panificadora, lanchonete,
casa lotérica e guichê de
passagens da Viação
Guarani
Praça Tiradentes, 91a e 91b
2008 1
Posto de saúde de
Tumiritinga
Praça Tiradentes, 91a e 91b 2009 1
Residência de Olânia
Rodrigues Coelho (antigo
bar de Bastião Coelho)
Praça Tiradentes, 114 2009 1
Imóvel sem uso (antigo
armazém, cinema e teatro
da família Pettersen)
Avenida Amazonas, 670 2009 1
Sede do Santa Cruz
Futebol Clube
Avenida Amazonas, 700 2009 1
Coreto e Sorveteria Bom
Gosto
Praça Leôncio Medeiros, S/N 2009 1
Residência de Nely
Caetano Santos
Avenida Getúlio Vargas, 831 2009 1
Imóvel sem uso (antiga
serraria de Geraldo
Moreira)
Avenida Getúlio Vargas, 1175 2009 1
Imóvel sem uso, de Agenor
Vermelho
Rua da Balsa, 1276 2009 1
Conjunto de casas
populares
Rua Conceição Alves da Rocha
2009 1
Residência de Hernandes
da Silva Costa
Rua Maria Inácia, 112 - 2009 1
Mercearia "Souza e
Bernardes”
Avenida Getúlio Vargas, n°1009 2009 1
Bens Móveis e Integrados
Carro de Boi Avenida Amazonas, 812 2010 1
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Tela Avenida Amazonas, 825 2010 1
Imagem do Sagrado
Coração de Jesus
Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Ostensório em latão Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Âmbula em latão Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Conjunto para procissão,
com Cruz Processional e
par de tochas em metal
Praça Tiradentes, S/N
2010 1
Imagem de Santo Antônio
de Pádua
Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Sino da Igreja Matriz
Sagrado coração de Jesus
Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Canastra Travessa São Paulo, 697 2010 1
Bule de ferro Travessa São Paulo, 697 2010 1
Imagem São Sebastião Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Fonte/chafariz Praça Tiradentes, S/N 2010 1
Antiga Quadra de Malha - Avenida Amazonas, S/N 2010 1
Chaminé Rua Rio de Janeiro, 414 2010 1
Patrimônio Imaterial - Ofícios e Modos de Fazer
Produção de Doces e
Chuck
Rua São Paulo, nº 84 2011 1
Artesanato em Madeira de
José Pavuna
Fazenda Califórnia 2011 1
Pintura artesanal em tecido
de Darci
Avenida Amazonas, 865 2012 1
Pintura em óleo sobre tela
de Darci Perez
Avenida Amazonas, 865
2012 1
Esculturas Jorge Aun Av. Amazonas, 711 2012 1
Patrimônio Imaterial - Celebrações
Carnajaó Distrito Sede 2011 1
Semana Santa Distrito Sede 2011 1
Aniversário da Cidade Distrito Sede 2011 1
Festa do Sagrado Coração
de Jesus – Padroeiro
(patrono) do Município
Distrito Sede 2011 1
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Festa de Nossa Senhora
Aparecida
Distrito Sede 2011 1
Festa Junina Distrito Sede 2011 1
Comemorações do Mês de
Maria
Distrito Sede 2011 1
Sete de Setembro Distrito Sede 2011 1
Grupo de Reisado Neca
Guimarães
Distrito Sede 2011 1
Patrimônio Imaterial - Lugares
Baixada do Clube
Parte dos fundos dos terrenos dos
imóveis da Avenida Getúlio
2011 1
Base da Antiga Estação
Ferroviária de Tumiritinga
Avenida Amazonas, S/N
2011 1
Feira Livre Rua 04, nº 40
2012
Patrimônio Imaterial - Personalidades
Maria Marta
Distrito sede
2012
Espiridião Pereira Dias
Travessa São Paulo, s/nº
2012
Antônio Escolástico da
Cruz
Rua G, nº 1.165
2012
Arquivos
Livros de Registros de
Batismo e Casamentos da
Paróquia do Sagrado
Coração de Jesus
Av. Getúlio Vargas (Casa Paroquial)
2012
Galeria dos Prefeitos Avenida Amazonas, nº 864 2012
Arquivo de Fotografias
Antigas de Tumiritinga em
meio digital
Avenida Amazonas, nº 864
2012
2.5 Arquivos
Livros de Registros de Batismo e Casamentos da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus
Galeria dos Prefeitos
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Arquivo de Fotografias Antigas de Tumiritinga em meio digital
2.6 Bens Naturais
Prainha do Jaó
Gruta
Rio Doce
2.7 Patrimônio Imaterial
Carnajaó
Semana Santa
Aniversário da Cidade
Festa do Sagrado Coração de Jesus - Padroeiro (patrono) do Município
Festa de Nossa Senhora Aparecida
Festa Junina
Comemorações do Mês de Maria
Sete de Setembro
Grupo de Reisado Neca Guimarães
2.8 Informações Gerais
2.8.1 Informe Histórico do município
Etimologicamente, o nome do município de Tumiritinga é uma contração da expressão
Itu-mirim-tinga, que em tupi-guarani significa cachoeirinha de águas claras. O primeiro nome
dado à cidade foi Parada da Cachoeirinha. Entretanto, a tradição local não guardou o nome
dado a ela pelos primeiros povoadores da região, provavelmente de meados do século XVIII.
Dessa forma, os registros históricos do município se iniciam já no século XX, a partir da
década de 10.
Entretanto, segundo a historiadora Maria Cecília de Alvarenga, afirma-se que os
índios botocudos, pertencentes a um grupo não-tupi, foram um dos primeiros povos a ocupar
a região da Zona da Mata do Rio Doce. Segundo a Enciclopédia Delta Universal, Botocudo
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designava vários grupos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê o nome atribuído pelos
portugueses, caracterizava os acessórios de formato arredondado usados nos lábios e
aurículas, cujo visual excêntrico causava significativo estranhamento nos colonizadores.
Habitavam regiões do interior e litoral, especialmente os atuais estados de Minas Gerais e
Espírito Santo e subdividiam-se em diversas ramificações e grupos. Embora cada grupo
tivesse dialetos próprios, falavam a mesma língua, estabelecendo laços de continuidade
Cultural e simbólicas. Eram guerreiros e costumavam agir com reiterada violência à invasão
de seus territórios, atacavam constantemente seus adversários, caravanas de viajantes, e
fazendas de cesteiros, incendiando pontos de paradas e caminhos. A resistência dos índios na
ocupação de suas terras retardou o povoamento da região até o final do século XIX. Segundo
fontes, os grupos do Rio Doce só foram pacificados em 1911 e recolhidos a postos nos
Espírito Santo e em Minas Gerais.
O contato dos luso-brasileiros e botocudos foi marcado pela violência e muitas mortes.
Depois de várias tentativas de redução e imposição cultural, foi declarada a “Guerra Justa”
através da Carta Régia, com o objetivo de desocupar as margens do Rio Doce da presença
indígena. Desta forma, buscava-se garantir a segurança da navegação fluvial que se pretendia
implementar e a liberação do território extrativista e mercantis. Em 13 de maio de 1808, no
mesmo ano da instalação de Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, o príncipe Dom João
declarou a Guerra Ofensiva aos Botocudos, como se lê no trecho abaixo retirado da referida
Carta:
“Sendo-me presente as graves queixas que a Capitania de Minas Gerais tem subido á
minha real presença, sobre as invasões que diariamente estão praticando os índios Botocudos,
antropófagos, em diversas e muito distantes partes da mesma Capitania, particularmente sobre
as margens do Rio Doce e rios que no mesmo deságuam e onde não só devastam todas as
fazendas naquelas vizinhanças e tem até forçado muitos proprietários a abandoná-las com
grave prejuízo seu e da minha Real Coroa, mas passam a praticar as mais horríveis atrozes e
cenas das mais bárbaras antropofagia, ora assassinando os Portugueses e os índios mansos por
meios de feridas, de que sorvem depois o sangue, ora dilacerando os corpos e comendo os
seus tristes restos; tendo-se verificado na minha real presença a inutilidade de todos os meios
humanos, pelos quais tenho mandado que se tente a sua civilizações e o reduzi-los a aldear-se
e a gozarem dos bens permanentes de uma sociedade pacifica e doce, debaixo das justas e
humanas leis que regem os meus povos; e até havendo-se demonstrado, quão pouco útil era o
sistema de guerra defensivo que contra eles tenho mandado seguir, visto que os pontos de
defesa em uma tão grande e extensa linha não podiam bastar a cobrir o pais: sou servido por
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estes e outros justos motivos que ora fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles
tinham mandado praticar, ordenar-vos, em primeiro lugar: que desde o momento, em que
receberdes esta minha Carta Régia deveis considerar como principiada contra estes índios
antropófagos uma guerra ofensiva que continuareis sempre em todos os anos nas estações
secas e que não terá fim, senão quando tiverdes a felicidade de vos senhorear de suas
habitações e de os capacitar da superioridade das minhas reais armas de maneira tal que
movidos do justo terror das mesmas, peçam a paz e sujeitando-se ao doce jugo das leis e
prometendo viver em sociedade, possam vir a ser vassalos úteis, como já o são as imensas
variedades de índios que nestes meus vastos Estados do Brasil se acham aldeados e gozam de
felicidade que é consequência necessária do estado social”... (grifos nossos)
O trecho acima demonstra com clareza a postura da coroa portuguesa nem relação aos
Botocudos, que resistiam bravamente à ocupação de suas terras em defesa de seus territórios,
tribos e identidade. Da mesma forma, demonstra a completa ausência de alteridade, impondo
à população indígena padrões civilizatórios europeus. Consideravam a política indigenista da
coroa como gesto humanitário, quando os índios “mansos” eram apresados e reduzidos a
aldeamentos militares a fim de servirem de soldados em combates de interesses reais. Quando
não conseguiam, praticavam o sertanismo de extermínio, expedições armadas destinadas a
aniquilar fisicamente os núcleos indígenas. Seja física ou simbólica, a população indígena
brasileira, aqui com ênfase nos índios Botocudos, sofreu profundos processos violência desde
o início da colonização.
A carta ainda evidencia o interesse especifico da coroa portuguesa na navegação do
Rio Doce, para município de Tumiritinga, assim como para vários outros essa característica
do meio físico local foi imprescindível para a posterior instauração da ferrovia na região, que
nos anos inaugurais da política ferroviária brasileira, buscava a integração territorial a partir
da associação entre estradas de ferro e navegação dos rios.
Entretanto, apenas a partir do início do século XX a ocupação do território do vale do
Rio Doce foi acelerada, com a constituição da Estrada de Ferro Vitória-Minas – EFVM,
através do decreto 4 337, de 1º de fevereiro de 1902. Inicialmente traçada passando por
Diamantina e Peçanha, a referida ferrovia teve seu curso desviado para atingir as reservas de
ferro descobertas em Itabira, então controladas por capital inglês.
Segundo Petrônio Souza,“A idealização da Estrada de Ferro Vitória-Minas começou
há pelo menos um século antes do início de sua construção, quando em 1808 o Intendente
Câmara Bittencourt idealizava uma ferrovia que ligaria Minas ao litoral brasileiro, para a
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exportação de sua produção mineral para toda a Europa. Neste ano, o intendente
implementava uma siderúrgica no distrito de Morro do Gaspar Soares, hoje Morro Pilar.
Naquela época, a siderúrgica fornecia produtos de ferro para as minerações de ouro e
diamante nas Minas Gerais. O intendente câmara, sabendo da farta riqueza mineral desta
terra, pensou ainda em tornar navegável o Rio santo Antônio, para dar suporte ao transporte
dos produtos siderúrgicos e até do próprio minério. Em 1831, todo o ideal do intendente se via
por terra. Chegou à falência e todos os seus bens foram levados à praça.
Mas seu sonho de ligar o sertão mineiro ao mar iria tomar novo fôlego no final
daquele século, quando o governo imperial, com o intuito de incentivar a construção de
estradas de ferro Brasil, baixou vários decretos concedendo privilégios para a construção, uso
e exploração de novas ferrovias.
Em 1902, com o Brasil República, foi expedido no dia 1º de fevereiro daquele ano o
decreto determinando a construção da Estrada de Ferro Vitória Diamantina, tendo seu traçado
inicial 750 km de extensão. A estrada inicial sairia de Diamantina descendo o Rio Santo
Antônio passaria por Peçanha e seguiria o Rio Doce até desaguar no mar do Espírito Santo.
Era o mesmo traçado pensado pelo intendente câmara.
Com a liberação da concessão, foi criada companhia Estrada de Ferro Vitória Minas,
tendo como presidente o engenheiro João Teixeira Soares, e como um dos diretores o
engenheiro Dr. Pedro Nolasco da Cunha. O objetivo principal desta nova companhia era
construir uma estrada para ligar o nordeste e leste mineiro ao litoral capixaba, sendo
construída do litoral para o interior.
Em 1908, a estrada de ferro já alcançava 313 km de extensão, estando com as pontas
de seus trilhos na estação de Cachoeirinha com o Nome de Estação de São Tome do Rio
Doce, hoje, Estação Tumiritinga. Neste ano, foram transportados 37.493 passageiros e 15.399
toneladas de mercadorias.
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Foto 01 - foto antiga da Estação de São Tome do Rio Doce, acervo da Prefeitura, Autor
desconhecido, Data: desconhecida
Foto 02 - foto da atual Estação Ferroviaria, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido, Data:
desconhecida
Com o avanço dos trilhos da Vitória a Minas, foram aparecendo pequenas povoações
nas estações como, Itapiruna, Baixo Guandu, Aimorés e Itueta. O arraial de Santo Antônio da
Figueira, antigo quartel de D. Manuel, hoje cidade de Governador Valadares, contava em
1909 com 200 habitantes apenas. No trecho de 170 Km, entre Figueira e Antônio Dias,
somente a estação de Coronel Fabriciano – entre 12 inauguradas – teve um pequeno
desenvolvimento.
Tumiritinga é um dos municípios que fazem parte dessa história. Localizada na bacia
do Rio Doce, às suas margens, o município é atualmente constituído de dois distritos: a sede e
o de São Geraldo de Tumiritinga, ambos criados em 1953, pela Lei nº 1.039 de 12 de
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Dezembro. O vale do Rio Doce, onde também se encontra o Vale do Aço, pela sua riqueza
mineral se tornou uma região de grande importância para o desenvolvimento do Estado de
Minas Gerais e para o Brasil. A região, que foi desbravada por Guido Marliére no século XIX,
até então pertencia às chamadas áreas proibidas, verdadeiro cinturão verde e inóspito que
protegia as minas de ouro e diamante. Em Minas Gerais, Guido Marliére foi chamado de
diretor dos índios e seu trabalho no Rio Doce junto aos Botocudos, tornou-se o célebre, sendo
que o município de Marliéria ganhou este nome em sua homenagem.
Com certeza as matas verdes propiciando fartura de alimento e caça, bem como a
proximidade e a beleza natural das águas do Rio Doce atraía para lá seus primeiros habitantes,
cuja origem, tribo e raça ainda estão sendo estudada, através de achados arqueológicos
recentes. Sabe-se também que os índios Botocudos foram habitantes primitivos da região,
apesar de não terem sido os primeiros.
De acordo com os registros históricos, muitos anos após colonização inicial da região,
por volta de 1910, a área da sede ainda era pasto da fazenda de um grande proprietário
conhecido por Coronel Xandoca. Em 1911, o local ganhou uma parada da estrada de ferro
Vitória-Minas e trabalhadores da ferrovia em construção fixaram-se em torno ao núcleo, que
recebeu o nome de Parada da Cachoeirinha, pela existência de pedras e de pequenas quedas
do Rio Doce nas proximidades, onde hoje se encontra a Praia do Jaó. Dali e de toda região,
retiravam madeiras para fabricação dos dormentes. A partir daí, a extração de madeira se
estendeu por décadas. Os exploradores, que achavam que os recursos naturais eram
ilimitados, pensavam assim como Guido Marliére, que se referia sempre às riquezas
inesgotáveis das Matas do Rio Doce. Esta extração desmedida de madeira e derrubada quase
total da vegetação nativa da Floresta Estacional Tropical ou Mata Atlântica é o fator principal
responsável pelo atual estado de degradação do solo na região de Tumiritinga ainda nos dias
de hoje.
Naquela época início do século XX, os agregados do antigo proprietário e famílias
procedentes de Queiroga (atual Itanhomi), localizada a 50 Km, começaram a procurar a região
conhecida já como Cachoeirinha para suas compras, pois lá se estabelecera um comerciante
de gêneros e tecidos grosseiros. Em 1922 a região contava com três estabelecimentos
comerciais, uma escola e aproximadamente 65 famílias residentes.
No ano de 1930, todo o vale do Rio Doce, do nível do mar até a altitude de 300m,
estava praticamente povoado e coberto de densa mata virgem. A selva, além da mata era
infestadas de insetos, transmissores das mais variadas endemias, predominado a malária, sob
diversas formas, febre amarela silvestre, leishmaniose, fambroesia, tifo, etc. Muitos que
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tentavam penetrar na floresta pagavam com a vida a ousadia, deixando como reminiscências
as ruínas de suas toscas moradias.
De 1930 a 1940 houve grandes transformações no Vale, cujas causas foram,
principalmente o encontro das linhas férreas da Vitória a minas às da Central do Brasil, em
Nova Era, que ligou o vale a capital e o centro de Minas por ferrovia e a abertura da estrada
Rio Bahia, que atravessou o vale possibilitando a sua comunicação com o norte e sul do país.
A exportação do minério de ferro para o exterior só foi iniciada em 1940, com a
formação da CIA. Brasileira de mineração e siderúrgica que encampou a estrada de ferro
Vitória à Minas. O primeiro carregamento de minério de ferro foi realizado em nove de julho
de 1940 com destino à Inglaterra.
As necessidades mundiais de mica adquirida a alto preço forçaram a abertura de várias
minas dessa matéria prima em todas as regiões. A segunda guerra mundial muito contribuiu
para incentivar essa exploração, pois que havia exigência de grandes quantidades de mica e
minério de ferro.
Com a assinatura do acordo de Washington, celebrado em março de 1942, a estrada de
ferro Vitória a Minas passou para o governo federal bem como as jazidas de ferro de
propriedade dos Britânicos, sendo constituída a CIA Vale do Rio Doce, com o fim de
reaparelhar a estrada de ferro, preparar a mineração a exportação do minério de ferro em larga
escala. Além disso, foi criado o SESP para cooperar no saneamento do vale.
Todas estas medidas seriam ineficazes, não fora a descoberta dos produtos químicos
DDT e Aralém. O DDT para pulverização com depósitos residuais, eliminando todos os
insetos e o Aralém curando com maior facilidade nos casos de impaludismo, além de ser de
fácil aplicação.
À proporção que a malária desaparecia do Vale, verificava-se grande invasão de
forasteiros vindos de todas as partes do país.
A partir de então ao longo da ferrovia se desenvolveram e consolidaram várias cidades
como: Conselheiro Pena, Governador Valadares, Resplendor, Galileia, Tarumirim,
Tumiritinga e Coronel Fabriciano. A população do Vale passava de 1.673,974 para 2.055,705
habitantes.
No ano de 1934, o povoado de Cachoeirinha, como era conhecida o atual município de
Tumiritinga, passa a pertencer o município de Itanhomim e quatro anos mais tarde é elevado à
categoria de distrito, subordinado ao município de Tarumirim, em virtude do decreto Lei nº
148, de 17 de dezembro de 1938 (que inclusive retornou Itanhomim a categoria de distrito). O
decreto Lei nº 1058, de 31 de dezembro de 1943, modificou a denominação de Cachoeirinha
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para Tumiritinga. Cinco anos depois, a Lei nº 336 de 27 de dezembro de 1948, elevou
Tumiritinga à categoria de cidade, criando o município.
Entretanto o povoamento deu-se por homens de pouca cultural, ávidos por retirar do
Vale riquezas naturais acumuladas pela natureza e por ela resguardadas até aquela época. O
plantio de cereais na área recém desmatada, com o solo coberto de húmus natural é feito sem
muito esforço bastando lanças a semente ao solo. Não são necessários tratos culturais ou
capinas, limitando o trabalho ao plantio e a farta colheita. A produção dependia apenas de
chuvas regulares nas épocas necessárias. Os novos habitantes dedicavam-se, a derrubada de
mata e a queima desordenada, para o plantio, abrindo assim, clareiras em plena floresta
virgem.
Ao longo de ferrovia instalaram-se inúmeras serrarias que também se dedicavam a
exploração da floresta, dela extraindo somente as madeiras mais valiosas com jacarandá, ipê-
peroba e jequitibá-rosa. A queda das árvores motivava também a derrubada de outras árvores
ao redor das árvores selecionadas, retiravam o tronco e deixavam os galhos no local,
formando assim um rastilho para facilitar incêndios e furtos. O preparo de árvores para o
plantio e a queima desordenada, foram também destruindo a floresta virgem.
Nas clareiras abertas pelas culturas era semeado o capim colonião que se propagava
com grande rapidez nas áreas semi devastadas pelos incêndios anteriores. Esse capim em terra
virgem medra com grande vigor e atinge a altura de até 3m. Enquanto novo é bom alimento
para o gado, permitindo em um alqueire manter dez cabeças de gado, número dez vezes maior
que o normalmente admitido para a mesma área no cerrado ou de capim gordura.
Essa facilidade provocou a cobiça dos pecuaristas que, assim concorreram para a
devastação das matas na seguinte: extração das madeiras de lei, plantio nas áreas derrubadas e
semeadura do colonião ou invasão deste nas áreas recém incendiadas cobrindo grande
extensões.
Assim, em pouco mais decênio, verificou-se a devastação completa de uma área de
mais de 20000km² de florestas virgens do Rio Doce.
Em Tumiritinga não foi diferente. Na época de sua emancipação a extração de madeira
era a principal atividade econômica. Com a escassez das matas e a consequente diminuição da
exploração madeireira e agropecuária foi tornando-se a principal atividade econômica do
município, onde se destacam a criação de bovinos, produção de laranja e cana de açúcar,
segundo dados do IBGE. As pastagens tomaram o antigo lugar da mata atlântica e o plantio
manejo inadequado destas tem hoje, como resultado, um adiantado processo de erosão do
solo, carregamento de terra e assoreamento do leito do Rio Doce na região no lugar da
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riquezas de espécies vegetais da região ainda virgem, tomou conta a aroeirinha, espécie
invasora que colonizou as áreas degradadas e agora impossibilita o crescimento de outras e
até mesmo da pastagem.
Na década de 1950, Governador Valadares, cidade a qual Tumiritinga foi e continua
sendo fortemente vinculada era considerada a cidade das serrarias configurando-se como
centro das famosas matas do Rio Doce, cujas espécies vegetais alimentaram durante dezenas
de anos uma próspera indústria extrativista.
Tal período da história do município de Tumiritinga é retratado em um livro de
memórias de um antigo morador da cidade:
“O distrito de Tumiritinga vive uma onda de progresso, devido a sua localização. O
lugar se consolida com o pólo de escoamento de madeira em tora ou serrada, e cereais de
várias regiões vizinhas, principalmente do norte, onde a produção agrícola é excepcional. É
também um lugar de chegada de mercadoria da capital do estado e do exterior, que entram
pelo porto de Vitória no Espírito Santo. A estrada de ferro Vitória a Minas, que no começo da
década de 40 passou de mão de Ingleses para o governo brasileiro, integrando-se a
Companhia Vale do Rio Doce, é o caminho que torna possível este comercio.
Foto 03 - foto antiga da época da fartura de madeiras, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,
Data: desconhecida
Como recurso natural para a fabricação de cerâmica, Tumiritinga possui uma reserva
de argila que a torna maior malha da região, segundo o senhor Elias, nascido na cidade de
Galiléia e morador da cidade de Tumiritinga a dez anos. Senhor Elias é secretário da junta
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militar do município de Tumiritinga. As empresas que exploram argila na região produzem
tijolos são a Cerâmica Santa Cruz, Cerâmica do Espanhol, Cerâmica do Cota.
Embora a mata atlântica da região esteja em seu final, Manoel decide montar uma
serraria. Para tal constrói um imenso galpão de madeira, aberto dos lados e nele assenta dois
engenheiros e dois conjuntos de serras circulares, movido por motor próprio. Nela produz
pranchões, tabuas, caibros e ripas. “Ele passa a ganhar um bom dinheiro nessa atividade que
ao lado do café que, após o termino da segunda guerra mundial, sofreu grandes aumentos nos
preços internacionais.”
Segundo senhor Elias Ferreira do Carmo e a senhora Júlia da Motta Salles, moradores
da cidade entrevistados, a cidade de Tumiritinga atingiu seu apogeu nessa época ( na década
de 1950) e a partir daí sua população começou a declinar junto com o fim da atividade de
extração de madeira, tendo perdido mais de 2000 mil habitantes desde então. De acordo com
o relato da senhora Júlia há aproximadamente 11 anos atrás, o municipio de Tumiritinga
possuía uma frota de apenas 10 carros. Segundo ela, a população hoje vive do trabalho nas
fábricas de cerâmicas, nas fazendas da região e nos órgãos públicos. Atualmente agricultores
e pecuaristas são orientados por técnicos especializados da EMATER, que possui um
escritório na região que oferece cursos de capacitação nas diversas práticas e que,
preocupados em promover a sustentabilidade dos recursos naturais, incentivam técnicas de
rotação cultura, controle de pragas e doenças, cuidados no plantio, prestando orientações
quanto a doenças causadas por animais silvestres, como evitá-las e como contribuir para o
controle dos vetores.
Uma das principais datas comemorativas da cidade é o dia 19 de março onde se realiza
a festa de aniversário da cidade. Tal evento comemora a emancipação política do município e
a realização da primeira reunião da Câmara Municipal, no dia 19 de março de 1949.
A vocação Turística de Tumiritinga é considerável e o município faz parte do roteiro
turístico histórico do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço. Na estação ferroviária de
Tumiritinga pode-se tomar o trem Vitória Minas para o Espírito Santo ou para a capital
mineira. De Tumiritinga a Belo Horizonte, o trem passa por outras estações, algumas delas
são: Frederico Shellow, Intendente Câmara, Mário Carvalio, Antonio Dias, Dois Irmãos,
Desembargador Drumond, Rio Piracicaba, João Molevade. Neste roteiro pode-se observar o
Rio Doce, as matas e montanhas pastagens e ao longo da estrada os vagões transportando
minério de ferro.
A atual praia do Jaó, situada às margens do Rio Doce e o local onde a cachoeirinha de
águas limpas que deu o nome a cidade, pode ser vista. É um dos maiores atrativos naturais da
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região e a opção de lazer e turismo, tanto para moradores da região quanto para os visitantes
da região, que costumam frequentar o lugar.
Para protege seu patrimônio natural a prefeitura de Tumiritinga no mandato do
prefeito Silvio Perez Vidal, assinou a Lei Municipal 795 de 11 de abril de 2002, quando ficou
criado o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural do município de Tumiritinga,
órgão cujo objetivo é o assessoramento ao prefeito em que diz respeito a preservação dos bens
de valor cultural. O Conselho tem representação do poder público, entidades, instituições da
sociedade civil do município e representantes da secretaria de educação.
2.9 Aspectos Físicos e Naturais
A cidade de Tumiritinga possui uma área de 498km², localizando-se nas coordenadas
geográficas de latitude 18º58’38”S e longitude 41º38’51”O. De relevo predominantemente
plano (topografia sobre um total de 100% da área do município: Plano 40%, Ondulado 30%,
Montanhoso 30%). Tumiritinga atinge sua altitude máxima na Serra da Queiroguinha com
560 metros e a mínima na foz do Rio Caratinga com 187 metros.
Inserido na bacia hidrográfica do Rio Doce os principais rios do município são: Rio
Cuieté, Rio Caratinga e o próprio Rio Doce.
Mapa 01 – Mapa do Municipio de Tumiritinga – Fonte: Wikipédia
O clima tumiritinguense é caracterizado, segundo o IBGE,
como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual
de 22,7 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos e com temperaturas elevadas. O
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mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 24,9 °C, sendo a média máxima de
30,2 °C e a mínima de 19,7 °C. E o mês mais frio, julho, de 19,8 °C, sendo 26,2 °C e 13,4 °C
as médias máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.
Maiores acumulados diários de chuva registrados em Tumiritinga por meses
Mês Acumulado Data Mês Acumulado Data
Janeiro 140,0 mm 29/01/2013 Julho 25,9 mm 13/07/1990
Fevereiro 73,6 mm 26/02/1999 Agosto 38,9 mm 26/08/1984
Março 178,7 mm 16/03/1979 Setembro 56,8 mm 30/09/2003
Abril 69,0 mm 16/04/1980 Outubro 88,9 mm 21/10/1984
Maio 71,5 mm 10/05/2010 Novembro 151,2 mm 30/11/1997
Junho 68,4 mm 13/06/2009 Dezembro 142,1 mm 18/12/2013
Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)[17]
A precipitação média anual é de 1 240,8 mm, sendo julho o mês mais seco, quando
ocorrem apenas 12,3 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 225,0 mm. Nos
últimos anos, entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais
frequentes, não raro ultrapassando a marca dos 30 °C, especialmente entre julho e setembro.
Em julho de 2012, por exemplo, a precipitação de chuva em Tumiritinga foi uma das
menores já registradas. Durante a época das secas e em longos veranicos em pleno período
chuvoso também são comuns registros de queimadas em morros e matagais, principalmente
na zona rural da cidade, o que contribui com o desmatamento e com o lançamento de
poluentes na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade do ar.
Segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), desde 1974
o maior acumulado de chuva registrado em 24 horas em Tumiritinga foi de 178,7 mm, no dia
16 de março de 1979. Outros grandes acumulados foram de 152,1 mm, em 30 de novembro de
1997; 142,1 mm, em 18 de dezembro de 2013; e 140,0 mm, em 29 de janeiro de 2013. De
acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Tumiritinga é o 658º
colocado no ranking de ocorrências de descargas elétricas no estado de Minas Gerais, com
uma média anual de 2,179 raios por quilômetro quadrado.
A unidade geomorfológica onde está situado o conjunto é a depressão interplanáltica
do Rio Doce: área de colinas, interflúvios tabulares e vales colmatados, situada ao longo do
Vale do Rio Doce. Originada da dissecação fluvial de superfícies aplainadas. Depressão
erosiva elaborada sobre embasamento granito-gnaissico indiviso com nítida orientação
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estrutural em seu trecho médio e evolução condicionada por movimentos epirogenéticos pós
cretássicos.
O relevo é planície pluvial: terraços e áreas sujeitos a inundação não diferenciada. A
Unidade Litoestratigráfica e Geotecônica é do Proterozóico médio, grupo Rio Doce indiviso.
Tumiritinga: Xistos, gnaisses frequentes intercalações carbonáticas e cálcio silicásticas.
A bacia hidrográfica do Rio Doce merece uma descrição à parte. Apresentando uma
significativa extensão territorial, cerca de 83.400 Km², dos quais 86% pertencem ao Estado de
Minas Gerais e o restante ao estado do Espírito Santo ela abrange, total ou parcialmente, áreas
de 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo e possui uma
população total da ordem de 3,1 milhões de habitantes.
O Rio Doce, com uma extensão de 853 Km, tem como formadores os rios Piranga e
Carmo, cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço,
onde as altitudes atingem cerca de 1.200 m. Seus principais afluentes são: pela margem
esquerda os rios Piracicaba, Santo Antônio e Suaçuí grande, em Minas Gerais, Pancas e São
José, no Espírito Santo; pela margem direita os rios: Casca, Matipó, Caratinga, Cuieté e
Manhuaçu, em Minas Gerais e Guandu, no Espírito Santo.
A bacia hidrográfica do Rio Doce está situada na região Sudeste, entre os paralelos,
18º45’ e 21º15’ de latitude sul e os meridianos 39º55’ e 43º45’ de longitude oeste,
compreendendo uma área de drenagem de cerca de 83.400 Km², doa quais 86% pertencem ao
Estado de Minas Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. Limita-se ao sul com a bacia
hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, a oeste com a bacia do Rio São Francisco e em pequena
extensão, com a bacia do Rio São Mateus.
De maneira geral, as nascentes dos formadores do Rio Doce estão em altitudes
superiores a 1.000 m. Ao longo de seu curso, sobretudo a partir da cidade de São José do
Goiabal, o Rio Doce segue em altitude inferior a 300 m. Suas águas percorrem cerca de 853
Km desde a nascente até o oceano Atlântico, no povoado de Regência, no Estado do Espírito
Santo.
Levando-se em consideração que não só as diferenças altimétricas que definem os
grandes compartimentos topográficos, bem como critérios de ordem lito-estrutural,
encontram-se na área quatro grandes unidades geomorfológicas: Planaltos Dissecados do
centro-sul e do leste de Minas, Serra do Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero e Depressão do Rio
Doce. Esta última, cujo conjunto da Praia do Jaó faz parte (médio Rio Doce), é classificada
como uma zona rebaixada encontrada ao longo do Rio Doce e seus afluentes, com altitudes
variando de 250 a 500 m e configurando-se como uma depressão interplanáltica. Nessa
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unidade o contato com as formas de relevo dos planaltos circundantes é muito bem marcado
por desníveis altimétricos abruptos. No seu interior encontram-se elevações que são residuais
dos Planaltos Dissecados do Leste de Minas.
O piso da Depressão é constituído por rochas do Conjunto Gnáissico-Magmático-
Metamórfico, predominando biotita-gnaisse, rochas graníticas e granito-gnáissicas, com
algumas ocorrências de rochas do Conjunto Charnoquítico.
A Depressão se caracteriza por uma topografia de colinas com declividade média,
planícies fluviais colmatadas, rampas de colúvio e lagos de barragem natural.
No que diz respeito aos solos, predominam o Latossolo Vermelho Amarelo e o
Prodizólico Vermelho Amarelo. A primeira classe diz respeito aos solos acentuadamente
drenados e ocorrem principalmente nos planaltos dissecados. Este agrupamento apresentou,
na região, solos com baixa saturação de bases (distróficos) e alta saturação com alumínio
(álicos), sendo que os últimos são predominantes. São formados de rochas
predominantemente gnáissicas, leuco e mesocráticas, sobretudo de caráter ácido, magmáticos
charnoquitos, xistos e de depósito argilo-arenosos. Quanto ao relevo, esses solos apresentam
desde o plano e suave ondulado até montanhoso com grande predominância de forte ondulado
a montanhoso.
A segunda classe diz respeito aos solos formados a partir de gnaisses diversos, além de
charnoquitos, xistos e magmáticos. Quanto ao relevo, ocorre desde o plano e suave ondulado
até forte ondulado e montanhoso, com predominância do último.
A principal limitação destes solos é o relevo. Tendo em vista que a quase totalidade da
área ocupada com podizólio está em relevo forte ondulado e/ou montanhoso e devido ao
problema da grande susceptibilidade à erosão que esses tipos de solo apresentam, a sua
utilização fica restrita ao uso com pastagens e culturas permanentes de ciclo longo.
Originalmente coberta por Mata Atlântica, a intensa devastação restringiu o
revestimento florístico originário basicamente à área do Parque Estadual do Rio Doce. As
demais matas correspondem a uma vegetação que sofreu influência antrópica intensa,
constituindo-se em vegetação secundária. Devido às características dos solos da bacia do Rio
Doce e ao manejo inadequado, a erosão tem se tornado um dos maiores problemas ambientais
na região e afeta, inclusive, o Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó.
Tumiritinga pertence à Estação de amostragem RD053, que fica a jusante do Rio
Suaçuí Grande. A localização deste ponto de amostragem é latitude 18º, 58’, 30”, longitude
41º, 38’, 49’, altitude de 150 m. No ano de 2004, através da leitura e análise dos dados da
coleta nestes pontos, foram obtidos os seguintes indicadores da qualidade das águas do médio
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Rio Doce: faixa de IQA menor que maior que 50 e igual a 70, índice de qualidade de água
médio. Baixa contaminação por tóxicos. Porém os parâmetros que mais afetaram o IQA foram
coliformes fecais, turbidez, fosfato total e sólidos totais. Estes parâmetros, na maioria das
vezes, estão associados aos esgotos domésticos e ao assoreamento do rio, pelo carreamento do
solo da região. Foi encontrada grande concentração de manganês na água. Avaliação
ambiental da Estação RD053, classe de água é 02 e os fatores de pressão são lançamento de
esgoto sanitário e carga difusa, erosão.
As águas incluídas na classe dois são destinadas ao abastecimento doméstico após
tratamento convencional, a recreação de contato primário (natação, esqui aquático, mergulho),
irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, a criação natural e/ou extensiva de espécies
destinadas à alimentação humana. Portanto a praia do Jaó, com certeza pode continuar a ser
fonte de Lazer para população de Tumiritinga.
Segundo o senhor Elias Ferreira do Carmo, os peixes e crustáceos que antes habitavam
o Rio Doce não são mais encontrados com frequência. Segundo ele, as curvinas, robalo,
curimba, piau, surubim, dourado, lagosta de água doce, camarões entre outros, são raros.
Espécies invasoras no rio também são comuns nos dias de hoje, o bagre africano é uma delas.
Na região, alguns caiaqueiros vivem da retirada de areia do leito do Rio Doce e
comercialização destas, atividade que necessita de devido licenciamento, pois pode causar
impacto no rio. Alguns dos impactos negativos advindos da extração de areia do rio, mesmo
que manual, podem ser a alteração da velocidade e direção do curso d’água pela eliminação
de bancos de sedimentos do leito do rio, alteração da calha do rio e profundidade desta,
alteração das bases genéticas da fauna e flora aquática pela dificuldade de fixação no leito e
pela turbidez gerada pela extração de areia nas águas do rio e ainda a alteração da própria
Praia de Jaó, pela possível instabilidade do solo na região.
A fauna ornitológica da região é composta por: Canários Chapinha, Garibaldi (ou chão
do peito vermelho), Trinca Ferro, Saracura, Paturis, Rolinha Fogo-Pagó, Melro, Coleirinha,
Assanhaça, Sairas, de modo geral (como Sabias, etc.) Sofreu, Ararinhas, Garça Branca,
Patativa, Beija-flor, Gavião Carcará e Periquito verde.
A flora é composta por Aroreiras (Astronium sp), Perobas (Aspidosperma sp),
Angicos (Plptadenia), Ipes (Tabebuia sp), Vareteiras, Ganassaias, 7 Capotes, Grão de Galo,
Ingas (Ingá sp), Gamemeiras (Fícus sp), Murta, Fícus (Fícus sp), Jenipapo (Genipa sp),
Pitomba (Talisia sp), Acácias (Acácia sp), Flamboyants (Delonix sp), Paineiras (Chorisia sp),
Palmeiras imperiais (Oreodoxa sp), Fruta pão (artocapus sp) entre outras espécies frutíferas
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exóticas que foram plantadas como: Goiabeira ( Psidium sp), Acerola, Mamão (Carica sp),
Coqueiros (Cocos sp), Graviola (Anona sp) etc.
A ictiofauna do Rio Doce é muito diversificada, tendo como principais peixes
pescados pelos pescadores da região a seguintes espécies: Cascudo, Corimbatá, Piau, Traira,
Pacumã, Tilápia e Bagre africano.
(Extraído do Dossiê de Tombamento do Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó, Prefeitura
Municipal de Tumiritinga).
2. 10 Aspecto Econômico
No Produto Interno Bruto (PIB) de Tumiritinga, destacam-se a agropecuária e a área
de prestação de serviços. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2011, o PIB do
município era de R$ 40 329 mil. 1 317 mil reais eram de impostos sobre produtos líquidos de
subsídios a preços correntes e o PIB per capita era de R$ 6 372,11. Em 2010, 57,41% da
população maior de 18 anos era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação
era de 8,52%.
Salários juntamente com outras remunerações somavam 3,947 mil reais e o salário
médio mensal de todo município era de 1,4 salários mínimos. Havia 88 unidades locais e 86
empresas atuantes. Segundo o IBGE, 75,39% das residências sobreviviam com menos de
salário mínimo mensal por morador (1 583 domicílios), 16,27% sobreviviam com entre um e
três salários mínimos para cada pessoa (320 domicílios), 1,45% recebiam entre três e cinco
salários (29 domicílios), 0,97% tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos
(19 domicílios) e 5,90% não tinham rendimento (116 domicílios).
Setor primário
Produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca (2011)[45]
Produto Área colhida (hectares) Produção (tonelada)
Cana-de-açúcar 30 2 400
Milho 350 609
Mandioca 31 341
A pecuária e a agricultura representam o segundo setor mais relevante na economia de
Tumiritinga. Em 2011, de todo o PIB da cidade, 7 705 mil reais era o valor adicionado bruto
da agropecuária, enquanto que em 2010, 32,58% da população economicamente ativa do
município estava ocupada no setor. Segundo o IBGE, em 2011 o município possuía um
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rebanho de 21 asininos, 29 361 bovinos, 400 caprinos, 1 700 equinos, 330 muares, 180
ovinos, 2 850 suínos e 28 585 aves, entre estas 11 500 galinhas, 11 mil galos, frangos e
pintinhos e 85 codornas. Neste mesmo ano a cidade produziu 5 519 mil litros de leite de
5 510 vacas, 62 mil dúzias de ovos de galinha, mil dúzias de ovos de codorna e 2 500 quilos
de mel de abelha.
Na lavoura temporária são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (2 400
toneladas produzidas e 30 hectares cultivados), o milho (609 toneladas e 350 hectares) e a
mandioca (341 toneladas e 31 hectares), além do arroz e do feijão. Já na lavoura permanente
se destacam a banana (140 toneladas produzidas e 19 hectares cultivados) e a manga (90
toneladas produzidas e 10 hectares cultivados).
Setores secundário e terciário
A indústria, em 2011, era o setor menos relevante para a economia do município.
5 621 reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. A
produção industrial ainda é muito incipiente na cidade, mesmo que comece a dar sinais de
aprimoramento, sendo resumida principalmente à fabricação de produtos alimentícios, à
transformação mineral, à fabricação de cerâmica de revestimento ou pequenas fábricas.
Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,19% dos trabalhadores de Tumiritinga estavam
ocupados no setor industrial extrativo e 8,12% na indústria de transformação.
O comércio está presente em Tumiritinga desde a época do estabelecimento dos
primeiros moradores, no começo do século XX, sendo que foi um dos principais fatores para
o desenvolvimento econômico e demográfico do município e hoje o setor representa a
principal fonte de renda da cidade.
Em 2010, 10,65% da população ocupada estava
empregada no setor de construção, 0,54% nos setores de utilidade pública, 9,16% no comércio
e 36,04% no setor de serviços e em 2011, 25 686 reais do PIB municipal eram do valor
adicionado bruto do setor terciário.
2.11 Referencias Arquivistas e Bibliográficas
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS. Tumiritinga (on line). Disponível via
URL.: www.almg.mg.br
Site, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Cidades@ - IBGE .
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
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KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Ed. Martins Fontes. São Paulo,
2004.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
2.12 Ficha de Informações Gerais
1- Microrregião: Governador Valadares Ficha 01
2-Município: Tumiritinga Ano: 2016
3-Distritos: São Geraldo de Tumiritinga
4 - Informes Históricos: Etimologicamente, o nome do município de Tumiritinga é uma contração
da expressão Itu-mirim-tinga, que em tupi-guarani significa cachoeirinha de águas claras. O primeiro
nome dado à cidade foi Parada da Cachoeirinha. Entretanto, a tradição local não guardou o nome
dado a ela pelos primeiros povoadores da região, provavelmente de meados do século XVIII. Dessa
forma, os registros históricos do município se iniciam já no século XX, a partir da década de 10.
Entretanto, segundo a historiadora Maria Cecília de Alvarenga2, afirma-se que os índios
botocudos, pertencentes a um grupo não-tupi, foram um dos primeiros povos a ocupar a região da
Zona da Mata do Rio Doce. Segundo a Enciclopédia Delta Universal, Botocudo designava vários
grupos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê o nome atribuído pelos portugueses, caracterizava
os acessórios de formato arredondado usados nos lábios e aurículas, cujo visual excêntrico causava
significativo estranhamento nos colonizadores. Habitavam regiões do interior e litoral, especialmente
os atuais estados de Minas Gerais e Espírito Santo e subdividiam-se em diversas ramificações e
grupos. Embora cada grupo tivesse dialetos próprios, falavam a mesma língua, estabelecendo laços
de continuidade Cultural e simbólicas. Eram guerreiros e costumavam agir com reiterada violência à
invasão de seus territórios, atacavam constantemente seus adversários, caravanas de viajantes, e
fazendas de cesteiros, incendiando pontos de paradas e caminhos. A resistência dos índios na
ocupação de suas terras retardou o povoamento da região até o final do século XIX. Segundo fontes,
os grupos do Rio Doce só foram pacificados em 1911 e recolhidos a postos nos Espírito Santo e em
Minas Gerais.
O contato dos luso-brasileiros e botocudos foi marcado pela violência e muitas mortes.
Depois de várias tentativas de redução e imposição cultural, foi declarada a “Guerra Justa” através da
Carta Régia, com o objetivo de desocupar as margens do Rio Doce da presença indígena. Desta
forma, buscava-se garantir a segurança da navegação fluvial que se pretendia implementar e a
liberação do território extrativista e mercantis. Em 13 de maio de 1808, no mesmo ano da instalação
de Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, o príncipe Dom João declarou a Guerra Ofensiva aos
Botocudos, como se lê no trecho abaixo retirado da referida Carta:
“Sendo-me presente as graves queixas que a Capitania de Minas Gerais tem subido á minha
real presença, sobre as invasões que diariamente estão praticando os índios Botocudos, antropófagos,
em diversas e muito distantes partes da mesma Capitania, particularmente sobre as margens do Rio
Doce e rios que no mesmo deságuam e onde não só devastam todas as fazendas naquelas vizinhanças
e tem até forçado muitos proprietários a abandoná-las com grave prejuízo seu e da minha Real Coroa,
mas passam a praticar as mais horríveis atrozes e cenas das mais bárbaras antropofagia, ora
assassinando os Portugueses e os índios mansos por meios de feridas, de que sorvem depois o
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sangue, ora dilacerando os corpos e comendo os seus tristes restos; tendo-se verificado na minha real
presença a inutilidade de todos os meios humanos, pelos quais tenho mandado que se tente a sua
civilizações e o reduzi-los a aldear-se e a gozarem dos bens permanentes de uma sociedade pacifica e
doce, debaixo das justas e humanas leis que regem os meus povos; e até havendo-se demonstrado,
quão pouco útil era o sistema de guerra defensivo que contra eles tenho mandado seguir, visto que os
pontos de defesa em uma tão grande e extensa linha não podiam bastar a cobrir o pais: sou servido
por estes e outros justos motivos que ora fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles
tinham mandado praticar, ordenar-vos, em primeiro lugar: que desde o momento, em que receberdes
esta minha Carta Régia deveis considerar como principiada contra estes índios antropófagos uma
guerra ofensiva que continuareis sempre em todos os anos nas estações secas e que não terá fim,
senão quando tiverdes a felicidade de vos senhorear de suas habitações e de os capacitar da
superioridade das minhas reais armas de maneira tal que movidos do justo terror das mesmas, peçam
a paz e sujeitando-se ao doce jugo das leis e prometendo viver em sociedade, possam vir a ser
vassalos úteis, como já o são as imensas variedades de índios que nestes meus vastos Estados do
Brasil se acham aldeados e gozam de felicidade que é consequência necessária do estado social”...
(grifos nossos)
O trecho acima demonstra com clareza a postura da coroa portuguesa nem relação aos
Botocudos, que resistiam bravamente à ocupação de suas terras em defesa de seus territórios, tribos e
identidade. Da mesma forma, demonstra a completa ausência de alteridade, impondo à população
indígena padrões civilizatórios europeus. Consideravam a política indigenista da coroa como gesto
humanitário, quando os índios “mansos” eram apresados e reduzidos a aldeamentos militares a fim de
servirem de soldados em combates de interesses reais. Quando não conseguiam, praticavam o
sertanismo de extermínio, expedições armadas destinadas a aniquilar fisicamente os núcleos
indígenas. Seja física ou simbólica, a população indígena brasileira, aqui com ênfase nos índios
Botocudos, sofreu profundos processos violência desde o início da colonização.
A carta ainda evidencia o interesse especifico da coroa portuguesa na navegação do Rio
Doce, para município de Tumiritinga, assim como para vários outros essa característica do meio
físico local foi imprescindível para a posterior instauração da ferrovia na região, que nos anos
inaugurais da política ferroviária brasileira, buscava a integração territorial a partir da associação
entre estradas de ferro e navegação dos rios.
Entretanto, apenas a partir do início do século XX a ocupação do território do vale do Rio
Doce foi acelerada, com a constituição da Estrada de Ferro Vitória-Minas – EFVM, através do
decreto 4 337, de 1º de fevereiro de 1902. Inicialmente traçada passando por Diamantina e Peçanha, a
referida ferrovia teve seu curso desviado para atingir as reservas de ferro descobertas em Itabira,
então controladas por capital inglês.
Segundo Petrônio Souza,“A idealização da Estrada de Ferro Vitória-Minas começou há pelo
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menos um século antes do início de sua construção, quando em 1808 o Intendente Câmara
Bittencourt idealizava uma ferrovia que ligaria Minas ao litoral brasileiro, para a exportação de sua
produção mineral para toda a Europa. Neste ano, o intendente implementava uma siderúrgica no
distrito de Morro do Gaspar Soares, hoje Morro Pilar.
Naquela época, a siderúrgica fornecia produtos de ferro para as minerações de ouro e
diamante nas Minas Gerais. O intendente câmara, sabendo da farta riqueza mineral desta terra,
pensou ainda em tornar navegável o Rio santo Antônio, para dar suporte ao transporte dos produtos
siderúrgicos e até do próprio minério. Em 1831, todo o ideal do intendente se via por terra. Chegou à
falência e todos os seus bens foram levados à praça.
Mas seu sonho de ligar o sertão mineiro ao mar iria tomar novo fôlego no final daquele
século, quando o governo imperial, com o intuito de incentivar a construção de estradas de ferro
Brasil, baixou vários decretos concedendo privilégios para a construção, uso e exploração de novas
ferrovias.
Em 1902, com o Brasil República, foi expedido no dia 1º de fevereiro daquele ano o decreto
determinando a construção da Estrada de Ferro Vitória Diamantina, tendo seu traçado inicial 750 km
de extensão. A estrada inicial sairia de Diamantina descendo o Rio Santo Antônio passaria por
Peçanha e seguiria o Rio Doce até desaguar no mar do Espírito Santo. Era o mesmo traçado pensado
pelo intendente câmara.
Com a liberação da concessão, foi criada companhia Estrada de Ferro Vitória Minas, tendo
como presidente o engenheiro João Teixeira Soares, e como um dos diretores o engenheiro Dr. Pedro
Nolasco da Cunha. O objetivo principal desta nova companhia era construir uma estrada para ligar o
nordeste e leste mineiro ao litoral capixaba, sendo construída do litoral para o interior.
Em 1908, a estrada de ferro já alcançava 313 km de extensão, estando com as pontas de seus
trilhos na estação de Cachoeirinha, hoje, Estação Tumiritinga. Neste ano, foram transportados 37.493
passageiros e 15.399 toneladas de mercadorias.
Com o avanço dos trilhos da Vitória a Minas, foram aparecendo pequenas povoações nas
estações como, Itapiruna, Baixo Guandu, Aimorés e Itueta. O arraial de Santo Antônio da Figueira,
antigo quartel de D. Manuel, hoje cidade de Governador Valadares, contava em 1909 com 200
habitantes apenas. No trecho de 170 Km, entre Figueira e Antônio Dias, somente a estação de
Coronel Fabriciano – entre 12 inauguradas – teve um pequeno desenvolvimento.
Tumiritinga é um dos municípios que fazem parte dessa história. Localizada na bacia do Rio
Doce, às suas margens, o município é atualmente constituído de dois distritos: a sede de São Geraldo
de Tumiritinga, criado em 1953, pela Lei nº 1.039 de 12 de Dezembro. O vale do Rio Doce, onde
também se encontra o Vale do Aço, pela sua riqueza mineral se tornou uma região de grande
importância para o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais e para o Brasil. A região, que foi
desbravada por Guido Marliére no século XIX, até então pertencia às chamadas áreas proibidas,
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verdadeiro cinturão verde e inóspito que protegia as minas de ouro e diamante. Em Minas Gerais,
Guido Marliére foi chamado de diretor dos índios e seu trabalho no Rio Doce junto aos Botocudos,
tornou-se o célebre, sendo que o município de Marliéria ganhou este nome em sua homenagem.
Com certeza as matas verdes propiciando fartura de alimento e caça, bem como a
proximidade e a beleza natural das águas do Rio Doce atraía para lá seus primeiros habitantes, cuja
origem, tribo e raça ainda estão sendo estudada, através de achados arqueológicos recentes. Sabe-se
também que os índios Botocudos foram habitantes primitivos da região, apesar de não terem sido os
primeiros.
De acordo com os registros históricos, muitos anos após colonização inicial da região, por
volta de 1910, a área da sede ainda era pasto da fazenda de um grande proprietário conhecido por
Coronel Xandoca. Em 1911, o local ganhou uma parada da estrada de ferro Vitória-Minas e
trabalhadores da ferrovia em construção fixaram-se em torno ao núcleo, que recebeu o nome de
Parada da Cachoeirinha, pela existência de pedras e de pequenas quedas do Rio Doce nas
proximidades, onde hoje se encontra a Praia do Jaó. Dali e de toda região, retiravam madeiras para
fabricação dos dormentes. A partir daí, a extração de madeira se estendeu por décadas. Os
exploradores, que achavam que os recursos naturais eram ilimitados, pensavam assim como Guido
Marliére, que se referia sempre às riquezas inesgotáveis das Matas do Rio Doce. Esta extração
desmedida de madeira e derrubada quase total da vegetação nativa da Floresta Estacional Tropical ou
Mata Atlântica é o fator principal responsável pelo atual estado de degradação do solo na região de
Tumiritinga ainda nos dias de hoje.
Naquela época início do século XX, os agregados do antigo proprietário e famílias
procedentes de Queiroga (atual Itanhomi), localizada a 50 Km, começaram a procurar a região
conhecida já como Cachoeirinha para suas compras, pois lá se estabelecera um comerciante de
gêneros e tecidos grosseiros. Em 1922 a região contava com três estabelecimentos comerciais, uma
escola e aproximadamente 65 famílias residentes.
No ano de 1930, todo o vale do Rio Doce, do nível do mar até a altitude de 300m, estava
praticamente povoado e coberto de densa mata virgem. A selva, além da mata era infestadas de
insetos, transmissores das mais variadas endemias, predominado a malária, sob diversas formas,
febre amarela silvestre, leishmaniose, fambroesia, tifo, etc. Muitos que tentavam penetrar na floresta
pagavam com a vida a ousadia, deixando como reminiscências as ruínas de suas toscas moradias.
De 1930 a 1940 houve grandes transformações no Vale, cujas causas foram, principalmente o
encontro das linhas férreas da Vitória a minas às da Central do Brasil, em Nova Era, que ligou o vale
a capital e o centro de Minas por ferrovia e a abertura da estrada Rio Bahia, que atravessou o vale
possibilitando a sua comunicação com o norte e sul do país.
A exportação do minério de ferro para o exterior só foi iniciada em 1940, com a formação da
CIA. Brasileira de mineração e siderúrgica que encampou a estrada de ferro Vitória à Minas. O
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primeiro carregamento de minério de ferro foi realizado em nove de julho de 1940 com destino à
Inglaterra.
As necessidades mundiais de mica adquirida a alto preço forçaram a abertura de várias minas
dessa matéria prima em todas as regiões. A segunda guerra mundial muito contribuiu para incentivar
essa exploração, pois que havia exigência de grandes quantidades de mica e minério de ferro.
Com a assinatura do acordo de Washington, celebrado em março de 1942, a estrada de ferro
Vitória a Minas passou para o governo federal bem como as jazidas de ferro de propriedade dos
Britânicos, sendo constituída a CIA Vale do Rio Doce, com o fim de reaparelhar a estrada de ferro,
preparar a mineração a exportação do minério de ferro em larga escala. Além disso, foi criado o
SESP para cooperar no saneamento do vale.
Todas estas medidas seriam ineficazes, não fora a descoberta dos produtos químicos DDT e
Aralém. O DDT para pulverização com depósitos residuais, eliminando todos os insetos e o Aralém
curando com maior facilidade nos casos de impaludismo, além de ser de fácil aplicação.
À proporção que a malária desaparecia do Vale, verificava-se grande invasão de forasteiros
vindos de todas as partes do país.
A partir de então ao longo da ferrovia se desenvolveram e consolidaram várias cidades como:
Conselheiro Pena, Governador Valadares, Resplendor, Galileia, Tarumirim, Tumiritinga e Coronel
Fabriciano. A população do Vale passava de 1.673,974 para 2.055,705 habitantes.
No ano de 1934, o povoado de Cachoeirinha, como era conhecida o atual município de
Tumiritinga, passa a pertencer o município de Itanhomim e quatro anos mais tarde é elevado à
categoria de distrito, subordinado ao município de Tarumirim, em virtude do decreto Lei nº 148, de
17 de dezembro de 1938 (que inclusive retornou Itanhomim a categoria de distrito). O decreto Lei nº
1058, de 31 de dezembro de 1943, modificou a denominação de Cachoeirinha para Tumiritinga.
Cinco anos depois, a Lei nº 336 de 27 de dezembro de 1948, elevou Tumiritinga à categoria de
cidade, criando o município.
Entretanto o povoamento deu-se por homens de pouca cultural, ávidos por retirar do Vale
riquezas naturais acumuladas pela natureza e por ela resguardadas até aquela época. O plantio de
cereais na área recém desmatada, com o solo coberto de húmus natural é feito sem muito esforço
bastando lanças a semente ao solo. Não são necessários tratos culturais ou capinas, limitando o
trabalho ao plantio e a farta colheita. A produção dependia apenas de chuvas regulares nas épocas
necessárias. Os novos habitantes dedicavam-se, a derrubada de mata e a queima desordenada, para o
plantio, abrindo assim, clareiras em plena floresta virgem.
Ao longo de ferrovia instalaram-se inúmeras serrarias que também se dedicavam a
exploração da floresta, dela extraindo somente as madeiras mais valiosas com jacarandá, ipê-peroba e
jequitibá-rosa. A queda das árvores motivava também a derrubada de outras árvores ao redor das
árvores selecionadas, retiravam o tronco e deixavam os galhos no local, formando assim um rastilho
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para facilitar incêndios e furtos. O preparo de árvores para o plantio e a queima desordenada, foram
também destruindo a floresta virgem.
Nas clareiras abertas pelas culturas era semeado o capim colonião que se propagava com
grande rapidez nas áreas semi devastadas pelos incêndios anteriores. Esse capim em terra virgem
medra com grande vigor e atinge a altura de até 3m. Enquanto novo é bom alimento para o gado,
permitindo em um alqueire manter dez cabeças de gado, número dez vezes maior que o normalmente
admitido para a mesma área no cerrado ou de capim gordura.
Essa facilidade provocou a cobiça dos pecuaristas que, assim concorreram para a devastação
das matas na seguinte: extração das madeiras de lei, plantio nas áreas derrubadas e semeadura do
colonião ou invasão deste nas áreas recém incendiadas cobrindo grande extensões.
Assim, em pouco mais decênio, verificou-se a devastação completa de uma área de mais de
20000km² de florestas virgens do Rio Doce.
Em Tumiritinga não foi diferente. Na época de sua emancipação a extração de madeira era a
principal atividade econômica. Com a escassez das matas e a consequente diminuição da exploração
madeireira e agropecuária foi tornando-se a principal atividade econômica do município, onde se
destacam a criação de bovinos, produção de laranja e cana de açúcar, segundo dados do IBGE. As
pastagens tomaram o antigo lugar da mata atlântica e o plantio manejo inadequado destas tem hoje,
como resultado, um adiantado processo de erosão do solo, carregamento de terra e assoreamento do
leito do Rio Doce na região no lugar da riquezas de espécies vegetais da região ainda virgem, tomou
conta a aroeirinha, espécie invasora que colonizou as áreas degradadas e agora impossibilita o
crescimento de outras e até mesmo da pastagem.
Na década de 1950, Governador Valadares, cidade a qual Tumiritinga foi e continua sendo
fortemente vinculada era considerada a cidade das serrarias configurando-se como centro das
famosas matas do Rio Doce, cujas espécies vegetais alimentaram durante dezenas de anos uma
próspera indústria extrativista.
Tal período da história do município de Tumiritinga é retratado em um livro de memórias de
um antigo morador da cidade:
“O distrito de Tumiritinga vive uma onda de progresso, devido a sua localização. O lugar se
consolida com o pólo de escoamento de madeira em tora ou serrada, e cereais de várias regiões
vizinhas, principalmente do norte, onde a produção agrícola é excepcional. É também um lugar de
chegada de mercadoria da capital do estado e do exterior, que entram pelo porto de Vitória no
Espírito Santo. A estrada de ferro Vitória a Minas, que no começo da década de 40 passou de mão de
Ingleses para o governo brasileiro, integrando-se a Companhia Vale do Rio Doce, é o caminho que
torna possível este comercio.
Como recurso natural para a fabricação de cerâmica, Tumiritinga possui uma reserva de
argila que a torna maior malha da região, segundo o senhor Elias, nascido na cidade de Galiléia e
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morador da cidade de Tumiritinga a dez anos. Senhor Elias é secretário da junta militar do município
de Tumiritinga. As empresas que exploram argila na região produzem tijolos são a Cerâmica Santa
Cruz, Cerâmica do Espanhol, Cerâmica do Cota.
Embora a mata atlântica da região esteja em seu final, Manoel decide montar uma serraria.
Para tal constrói um imenso galpão de madeira, aberto dos lados e nele assenta dois engenheiros e
dois conjuntos de serras circulares, movido por motor próprio. Nela produz pranchões, tabuas,
caibros e ripas. “Ele passa a ganhar um bom dinheiro nessa atividade que ao lado do café que, após o
termino da segunda guerra mundial, sofreu grandes aumentos nos preços internacionais.”
Segundo senhor Elias Ferreira do Carmo e a senhora Júlia da Motta Salles, moradores da
cidade entrevistados, a cidade de Tumiritinga atingiu seu apogeu nessa época ( na década de 1950) e
a partir daí sua população começou a declinar junto com o fim da atividade de extração de madeira,
tendo perdido mais de 2000 mil habitantes desde então. De acordo com o relato da senhora Júlia há
aproximadamente 11 anos atrás, o município de Tumiritinga possuía uma frota de apenas 10 carros.
Segundo ela, a população hoje vive do trabalho nas fábricas de cerâmicas, nas fazendas da região e
nos órgãos públicos. Atualmente agricultores e pecuaristas são orientados por técnicos especializados
da EMATER, que possui um escritório na região que oferece cursos de capacitação nas diversas
práticas e que, preocupados em promover a sustentabilidade dos recursos naturais, incentivam
técnicas de rotação cultura, controle de pragas e doenças, cuidados no plantio, prestando orientações
quanto a doenças causadas por animais silvestres, como evitá-las e como contribuir para o controle
dos vetores.
Uma das principais datas comemorativas da cidade é o dia 19 de março onde se realiza a
festa de aniversário da cidade. Tal evento comemora a emancipação política do município e a
realização da primeira reunião da Câmara Municipal, no dia 19 de março de 1949.
A vocação Turística de Tumiritinga é considerável e o município faz parte do roteiro turístico
histórico do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço. Na estação ferroviária de Tumiritinga pode-se
tomar o trem Vitória Minas para o Espírito Santo ou para a capital mineira. De Tumiritinga a Belo
Horizonte, o trem passa por outras estações, algumas delas são: Frederico Shellow, Intendente
Câmara, Mário Carvalio, Antonio Dias, Dois Irmãos, Desembargador Drumond, Rio Piracicaba, João
Molevade. Neste roteiro pode-se observar o Rio Doce, as matas e montanhas pastagens e ao longo da
estrada os vagões transportando minério de ferro.
A atual praia do Jaó, situada às margens do Rio Doce e o local onde a cachoeirinha de águas
limpas que deu o nome a cidade, pode ser vista. É um dos maiores atrativos naturais da região e a
opção de lazer e turismo, tanto para moradores da região quanto para os visitantes da região, que
costumam frequentar o lugar.
Para protege seu patrimônio natural a prefeitura de Tumiritinga no mandato do prefeito Silvio
Perez Vidal, assinou a Lei Municipal 795 de 11 de abril de 2002, quando ficou criado o Conselho
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Municipal do Patrimônio Histórico Cultural do município de Tumiritinga, órgão cujo objetivo é o
assessoramento ao prefeito em que diz respeito a preservação dos bens de valor cultural. O Conselho
tem representação do poder público, entidades, instituições da sociedade civil do município e
representantes da secretaria de educação.
5 – Manifestações Culturais:
O município de Tumiritinga tem em seu quadro de manifestações culturais festas típicas da cidade
como: Carnajaó( celebração do carnaval), Celebração da Semana Santa, Comemoração do
Aniversário da Cidade, Festa do Sagrado Coração de Jesus, Festa de Nossa Senhora Aparecida, Festa
Junina, Comemorações do Mês de Maria, Sete de Setembro, Folia de Reis.
6 – Acervo Arquitetônico e Urbanístico:
No acervo arquitetônico e urbanístico da cidade destacam-se o Coreto, Residência de Olânia
Rodrigues, Antiga Sede do Santa Cruz Esporte Clube, Mercearia Souza e Bernardes, antiga Serraria
de Geraldo Moreira, Residência de Nely, Posto de Saúde, Capela Divino Espírito Santo, Igreja
Matriz Sagrado Coração de Jesus, Igreja Sagrado Coração de Jesus, Estação Ferroviária, Museu
Municipal de Tumiritinga.
7 – Aspectos Naturais: A cidade de Tumiritinga possui uma área de 498km², localizando-se
nas coordenadas geográficas de latitude 18º58’38”S e longitude 41º38’51”O. De relevo
predominantemente plano (topografia sobre um total de 100% da área do município: Plano 40%,
Ondulado 30%, Montanhoso 30%). Tumiritinga atinge sua altitude máxima na Serra da Queiroguinha
com 560 metros e a mínima na foz do Rio Caratinga com 187 metros.
Inserido na bacia hidrográfica do Rio Doce os principais rios do município são: Rio Cuieté e
o próprio Rio Doce.
O clima tumiritinguense é caracterizado, segundo o IBGE,
como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual de
22,7 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos e com temperaturas elevadas. O mês mais
quente, fevereiro, tem temperatura média de 24,9 °C, sendo a média máxima de 30,2 °C e a mínima
de 19,7 °C. E o mês mais frio, julho, de 19,8 °C, sendo 26,2 °C e 13,4 °C as médias máxima e
mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.
Maiores acumulados diários de chuva registrados em Tumiritinga por meses
Mês Acumulado Data Mês Acumulado Data
Janeiro 140,0 mm 29/01/2013 Julho 25,9 mm 13/07/1990
Fevereiro 73,6 mm 26/02/1999 Agosto 38,9 mm 26/08/1984
Março 178,7 mm 16/03/1979 Setembro 56,8 mm 30/09/2003
Abril 69,0 mm 16/04/1980 Outubro 88,9 mm 21/10/1984
Maio 71,5 mm 10/05/2010 Novembro 151,2 mm 30/11/1997
Junho 68,4 mm 13/06/2009 Dezembro 142,1 mm 18/12/2013
Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)[17]
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A precipitação média anual é de 1 240,8 mm, sendo julho o mês mais seco, quando ocorrem
apenas 12,3 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 225,0 mm. Nos últimos anos,
entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não raro
ultrapassando a marca dos 30 °C, especialmente entre julho e setembro. Em julho de 2012, por
exemplo, a precipitação de chuva em Tumiritinga foi uma das menores já registradas. Durante a
época das secas e em longos veranicos em pleno período chuvoso também são comuns registros
de queimadas em morros e matagais, principalmente na zona rural da cidade, o que contribui com
o desmatamento e com o lançamento de poluentes na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade
do ar.
Segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), desde 1974 o
maior acumulado de chuva registrado em 24 horas em Tumiritinga foi de 178,7 mm, no dia 16 de
março de 1979. Outros grandes acumulados foram de 152,1 mm, em 30 de novembro de
1997; 142,1 mm, em 18 de dezembro de 2013; e 140,0 mm, em 29 de janeiro de 2013. De acordo
com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Tumiritinga é o 658º colocado no ranking
de ocorrências de descargas elétricas no estado de Minas Gerais, com uma média anual de
2,179 raios por quilômetro quadrado.
A unidade geomorfológica onde está situado o conjunto é a depressão interplanáltica do Rio
Doce: área de colinas, interflúvios tabulares e vales colmatados, situada ao longo do Vale do Rio
Doce. Originada da dissecação fluvial de superfícies aplainadas. Depressão erosiva elaborada sobre
embasamento granito-gnaissico indiviso com nítida orientação estrutural em seu trecho médio e
evolução condicionada por movimentos epirogenéticos pós cretássicos.
O relevo é planície pluvial: terraços e áreas sujeitos a inundação não diferenciada. A Unidade
Litoestratigráfica e Geotecônica é do Proterozóico médio, grupo Rio Doce indiviso. Tumiritinga:
Xistos, gnaisses frequentes intercalações carbonáticas e cálcio silicásticas.
A bacia hidrográfica do Rio Doce merece uma descrição à parte. Apresentando uma
significativa extensão territorial, cerca de 83.400 Km², dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas
Gerais e o restante ao estado do Espírito Santo ela abrange, total ou parcialmente, áreas de 228
municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo e possui uma população total da
ordem de 3,1 milhões de habitantes.
O Rio Doce, com uma extensão de 853 Km, tem como formadores os rios Piranga e Carmo,
cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço, onde as altitudes
atingem cerca de 1.200 m. Seus principais afluentes são: pela margem esquerda os rios Piracicaba,
Santo Antônio e Suaçuí grande, em Minas Gerais, Pancas e São José, no Espírito Santo; pela margem
direita os rios: Casca, Matipó, Caratinga, Cuieté e Manhuaçu, em Minas Gerais e Guandu, no
Espírito Santo.
A bacia hidrográfica do Rio Doce está situada na região Sudeste, entre os paralelos, 18º45’ e
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21º15’ de latitude sul e os meridianos 39º55’ e 43º45’ de longitude oeste, compreendendo uma área
de drenagem de cerca de 83.400 Km², doa quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o
restante ao Estado do Espírito Santo. Limita-se ao sul com a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do
Sul, a oeste com a bacia do Rio São Francisco e em pequena extensão, com a bacia do Rio São
Mateus.
De maneira geral, as nascentes dos formadores do Rio Doce estão em altitudes superiores a
1.000 m. Ao longo de seu curso, sobretudo a partir da cidade de São José do Goiabal, o Rio Doce
segue em altitude inferior a 300 m. Suas águas percorrem cerca de 853 Km desde a nascente até o
oceano Atlântico, no povoado de Regência, no Estado do Espírito Santo.
Levando-se em consideração que não só as diferenças altimétricas que definem os grandes
compartimentos topográficos, bem como critérios de ordem lito-estrutural, encontram-se na área
quatro grandes unidades geomorfológicas: Planaltos Dissecados do centro-sul e do leste de Minas,
Serra do Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero e Depressão do Rio Doce. Esta última, cujo conjunto da
Praia do Jaó faz parte (médio Rio Doce), é classificada como uma zona rebaixada encontrada ao
longo do Rio Doce e seus afluentes, com altitudes variando de 250 a 500 m e configurando-se como
uma depressão interplanáltica. Nessa unidade o contato com as formas de relevo dos planaltos
circundantes é muito bem marcado por desníveis altimétricos abruptos. No seu interior encontram-se
elevações que são residuais dos Planaltos Dissecados do Leste de Minas.
O piso da Depressão é constituído por rochas do Conjunto Gnáissico-Magmático-
Metamórfico, predominando biotita-gnaisse, rochas graníticas e granito-gnáissicas, com algumas
ocorrências de rochas do Conjunto Charnoquítico.
A Depressão se caracteriza por uma topografia de colinas com declividade média, planícies
fluviais colmatadas, rampas de colúvio e lagos de barragem natural.
No que diz respeito aos solos, predominam o Latossolo Vermelho Amarelo e o Prodizólico
Vermelho Amarelo. A primeira classe diz respeito aos solos acentuadamente drenados e ocorrem
principalmente nos planaltos dissecados. Este agrupamento apresentou, na região, solos com baixa
saturação de bases (distróficos) e alta saturação com alumínio (álicos), sendo que os últimos são
predominantes. São formados de rochas predominantemente gnáissicas, leuco e mesocráticas,
sobretudo de caráter ácido, magmáticos charnoquitos, xistos e de depósito argilo-arenosos. Quanto ao
relevo, esses solos apresentam desde o plano e suave ondulado até montanhoso com grande
predominância de forte ondulado a montanhoso.
A segunda classe diz respeito aos solos formados a partir de gnaisses diversos, além de
charnoquitos, xistos e magmáticos. Quanto ao relevo, ocorre desde o plano e suave ondulado até forte
ondulado e montanhoso, com predominância do último.
A principal limitação destes solos é o relevo. Tendo em vista que a quase totalidade da área
ocupada com podizólio está em relevo forte ondulado e/ou montanhoso e devido ao problema da
grande susceptibilidade à erosão que esses tipos de solo apresentam, a sua utilização fica restrita ao
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uso com pastagens e culturas permanentes de ciclo longo.
Originalmente coberta por Mata Atlântica, a intensa devastação restringiu o revestimento
florístico originário basicamente à área do Parque Estadual do Rio Doce. As demais matas
correspondem a uma vegetação que sofreu influência antrópica intensa, constituindo-se em vegetação
secundária. Devido às características dos solos da bacia do Rio Doce e ao manejo inadequado, a
erosão tem se tornado um dos maiores problemas ambientais na região e afeta, inclusive, o Conjunto
Paisagístico da Praia do Jaó.
Tumiritinga pertence à Estação de amostragem RD053, que fica a jusante do Rio Suaçuí
Grande. A localização deste ponto de amostragem é latitude 18º, 58’, 30”, longitude 41º, 38’, 49’,
altitude de 150 m. No ano de 2004, através da leitura e análise dos dados da coleta nestes pontos,
foram obtidos os seguintes indicadores da qualidade das águas do médio Rio Doce: faixa de IQA
menor que maior que 50 e igual a 70, índice de qualidade de água médio. Baixa contaminação por
tóxicos. Porém os parâmetros que mais afetaram o IQA foram coliformes fecais, turbidez, fosfato
total e sólidos totais. Estes parâmetros, na maioria das vezes, estão associados aos esgotos domésticos
e ao assoreamento do rio, pelo carreamento do solo da região. Foi encontrada grande concentração de
manganês na água. Avaliação ambiental da Estação RD053, classe de água é 02 e os fatores de
pressão são lançamento de esgoto sanitário e carga difusa, erosão.
As águas incluídas na classe dois são destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento
convencional, a recreação de contato primário (natação, esqui aquático, mergulho), irrigação de
hortaliças e plantas frutíferas, a criação natural e/ou extensiva de espécies destinadas à alimentação
humana. Portanto a praia do Jaó, com certeza pode continuar a ser fonte de Lazer para população de
Tumiritinga.
Segundo o senhor Elias Ferreira do Carmo, os peixes e crustáceos que antes habitavam o Rio
Doce não são mais encontrados com frequência. Segundo ele, as curvinas, robalo, curimba, piau,
surubim, dourado, lagosta de água doce, camarões entre outros, são raros. Espécies invasoras no rio
também são comuns nos dias de hoje, o bagre africano é uma delas.
Na região, alguns caiaqueiros vivem da retirada de areia do leito do Rio Doce e
comercialização destas, atividade que necessita de devido licenciamento, pois pode causar impacto
no rio. Alguns dos impactos negativos advindos da extração de areia do rio, mesmo que manual,
podem ser a alteração da velocidade e direção do curso d’água pela eliminação de bancos de
sedimentos do leito do rio, alteração da calha do rio e profundidade desta, alteração das bases
genéticas da fauna e flora aquática pela dificuldade de fixação no leito e pela turbidez gerada pela
extração de areia nas águas do rio e ainda a alteração da própria Praia de Jaó, pela possível
instabilidade do solo na região.
A fauna ornitológica da região é composta por: Canários Chapinha, Garibaldi (ou chão do
peito vermelho), Trinca Ferro, Saracura, Paturis, Rolinha Fogo-Pagó, Melro, Coleirinha, Assanhaça,
Sairas, de modo geral (como Sabias, etc.) Sofreu, Ararinhas, Garça Branca, Patativa, Beija-flor,
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Gavião Carcará e Periquito verde.
A flora é composta por Aroreiras (Astronium sp), Perobas (Aspidosperma sp), Angicos
(Plptadenia), Ipes (Tabebuia sp), Vareteiras, Ganassaias, 7 Capotes, Grão de Galo, Ingas (Ingá sp),
Gamemeiras (Fícus sp), Murta, Fícus (Fícus sp), Jenipapo (Genipa sp), Pitomba (Talisia sp), Acácias
(Acácia sp), Flamboyants (Delonix sp), Paineiras (Chorisia sp), Palmeiras imperiais (Oreodoxa sp),
Fruta pão (artocapus sp) entre outras espécies frutíferas exóticas que foram plantadas como:
Goiabeira ( Psidium sp), Acerola, Mamão (Carica sp), Coqueiros (Cocos sp), Graviola (Anona sp)
etc.
A ictiofauna do Rio Doce é muito diversificada, tendo como principais peixes pescados pelos
pescadores da região a seguintes espécies: Cascudo, Corimbatá, Piau, Traira, Pacumã, Tilápia e
Bagre africano.
(Extraído do Dossiê de Tombamento do Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó, Prefeitura Municipal
de Tumiritinga).
8 Aspecto Econômico
No Produto Interno Bruto (PIB) de Tumiritinga, destacam-se a agropecuária e a área
de prestação de serviços. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2011, o PIB do município era de
R$ 40 329 mil. 1 317 mil reais eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços
correntes e o PIB per capita era de R$ 6 372,11. Em 2010, 57,41% da população maior de 18 anos
era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação era de 8,52%.
Salários juntamente com outras remunerações somavam 3,947 mil reais e o salário médio
mensal de todo município era de 1,4 salários mínimos. Havia 88 unidades locais e 86 empresas
atuantes. Segundo o IBGE, 75,39% das residências sobreviviam com menos de salário mínimo
mensal por morador (1 583 domicílios), 16,27% sobreviviam com entre um e três salários mínimos
para cada pessoa (320 domicílios), 1,45% recebiam entre três e cinco salários (29 domicílios), 0,97%
tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos (19 domicílios) e 5,90% não tinham
rendimento (116 domicílios).
Setor primário
Produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca (2011)[45]
Produto Área colhida (hectares) Produção (tonelada)
Cana-de-açúcar 30 2 400
Milho 350 609
Mandioca 31 341
A pecuária e a agricultura representam o segundo setor mais relevante na economia de
Tumiritinga. Em 2011, de todo o PIB da cidade, 7 705 mil reais era o valor adicionado bruto da
agropecuária, enquanto que em 2010, 32,58% da população economicamente ativa do município
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estava ocupada no setor. Segundo o IBGE, em 2011 o município possuía um rebanho de 21 asininos,
29 361 bovinos, 400 caprinos, 1 700 equinos, 330 muares, 180 ovinos, 2 850 suínos e 28 585 aves,
entre estas 11 500 galinhas, 11 mil galos, frangos e pintinhos e 85 codornas. Neste mesmo ano a
cidade produziu 5 519 mil litros de leite de 5 510 vacas, 62 mil dúzias de ovos de galinha,
mil dúzias de ovos de codorna e 2 500 quilos de mel de abelha.
Na lavoura temporária são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (2 400 toneladas
produzidas e 30 hectares cultivados), o milho (609 toneladas e 350 hectares) e a mandioca (341
toneladas e 31 hectares), além do arroz e do feijão.
Já na lavoura permanente se destacam
a banana (140 toneladas produzidas e 19 hectares cultivados) e a manga (90 toneladas produzidas e
10 hectares cultivados).
Setores secundário e terciário
A indústria, em 2011, era o setor menos relevante para a economia do município. 5 621 reais
do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. A produção industrial ainda é
muito incipiente na cidade, mesmo que comece a dar sinais de aprimoramento, sendo resumida
principalmente à fabricação de produtos alimentícios, à transformação mineral, à fabricação
de cerâmica de revestimento ou pequenas fábricas. Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,19% dos
trabalhadores de Tumiritinga estavam ocupados no setor industrial extrativo e 8,12% na indústria de
transformação.
O comércio está presente em Tumiritinga desde a época do estabelecimento dos primeiros
moradores, no começo do século XX, sendo que foi um dos principais fatores para o
desenvolvimento econômico e demográfico do município e hoje o setor representa a principal fonte
de renda da cidade. Em 2010, 10,65% da população ocupada estava empregada no setor de
construção, 0,54% nos setores de utilidade pública, 9,16% no comércio e 36,04% no setor de
serviços e em 2011, 25 686 reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor terciário.
9 – Referencias Documentais:
ALBERNAZ, Maria Paula, LIMA, Cecília Modesto. Dicionário ilustrado de Arquitetura.
Ed. ProEditores. São Paulo, 2003.
CORONA, Eduardo, LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário da Arquitetura
Brasileira. São Paulo: Artshow Books, 1989;
Diretrizes para a proteção do Patrimônio Cultural de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG.
FRAMPTOM, K. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes,
1998.
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KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Ed. Martins Fontes. São Paulo,
2004.
LEMOS, Carlos. Alvenaria burguesa. São Paulo: EDUSP, 1973.
LEMOS, Celina Borges (organização). Sylvio de Vasconcelos: textos reunidos: arquitetura,
arte e cidade. Belo Horizonte: BDMG Cultural, 2004.
SEGAWA, Ugo. Arquiteturas do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999.
SEGRE, Roberto. América Latina, fim do milênio: raízes e perspectivas de sua arquitetura.
São Paulo: Studio Nobel, 1991.
VASCONCELOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte:
UFMG, 1979.
10 – Levantamento: Yres Gomes da Silva Data: julho/2016
11 – Elaboração: Yres Gomes da Silva/Joaquim Lister Data: outubro/novembro/2016
12 – Revisão: Joaquim Lister Data: novembro/2016
3 – OBJETIVOS
Apresentamos os objetivos do inventário e a sua importância no contexto da política
de preservação do município de Tumiritinga. Indicamos como o inventário pode contribuir
como instrumento de conhecimento, pesquisa, proteção de bens culturais, planejamento e
educação patrimonial. O inventário subsidia o conhecimento de bens de interesse de
preservação e fatores de degradação. Instrumentaliza ações do poder público local, do
Conselho de Patrimônio Cultural e entidades civis, com vistas à pesquisa (estudos temáticos),
ao planejamento urbano, turístico e ambiental, à definição de áreas e diretrizes de proteção e a
educação patrimonial.
O inventário deve servir de parâmetro para instrumentalizar ações orientadas para o
desenvolvimento do potencial histórico de Tumiritinga, contribuído para o melhor
mapeamento do uso de suas potencialidades, visando o planejamento e a implementação de
uma política voltada para questão cultural e histórica local e regional.
O inventário decorre, também, da necessidade de se registrar os bens que por ventura
estejam submetidos a algum risco de descaracterização ou desaparecimento, como está
ocorrendo com a grande parte das edificações situadas na zona urbana, e bem como algumas
festividades e o modo de fazer da comunidade ali residente.
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Apesar de ser um município relativamente jovem, Tumiritinga possui importante
patrimônio cultural que merece reconhecimento, a valorização e a preservação. Através da
preservação de seu patrimônio material e imaterial, a comunidade local encontra meios para o
fortalecimento de sua identidade e a consciência de sua cidadania melhorando seu alto estima
e consequentemente sua qualidade de vida. Para a efetiva preservação da cultura local ações
relacionadas ao trabalho contínuo de educação patrimonial, sobretudo com jovens, são
essenciais.
O município tem como peculiaridade a existência de sítios arqueológicos, tanto na
área rural quanto na área urbana. É comum os moradores quando mexem na terra, acharem
enterrados algumas superfícies, restos de utensílios cerâmicos e vestígios de ossadas humanas.
Também é frequente acharem no subsolo, pedras amoladas que, como a cerâmica eram
utilizadas por grupos indígenas que habitaram a região antes da chegada dos colonizadores,
localmente conhecidas como “coriscos”.
Contudo, só há pouco tempo é que se tem dado maior importância a tais objetos. De
grande valor arqueológico e histórico, eles dizem respeito aos hábitos e costumes destes
povos que ali moravam no passado e que tiveram sua cultura e suas próprias condições físicas
praticamente dizimadas pelo colonizador.
Serão inventariados arquivos, bens naturais e manifestações culturais. No caso
específico de manifestações culturais, pretende-se através do inventário, registrar essas
manifestações segundo as categorias estipuladas pelo IPHAN: saberes e celebrações.
Priorizando aqueles bens submetidos ao desaparecimento.
A divulgação deste acervo documental junto à comunidade deve integrar uma política
de sensibilização, concretizada através da educação patrimonial, voltada para a preservação
do patrimônio cultural de Tumiritinga.
4 – CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS BENS CULTURAIS
Este tópico é dedicado a exposição dos critérios de identificação dos bens a serem
inventariados no município de Tumiritinga. Inicialmente, será explicitado o critério que
orientará a definição das áreas a serem inventariadas. Em seguida, serão explicitados os
critérios que deverão nortear a escolha e a prioridade dos bens a serem inventariados em cada
uma das áreas.
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O critério adotado para a definição das áreas a serem inventariadas no município de
Tumiritinga é o critério físico-geográfico, a partir do qual se podem identificar elementos do
meio físico na estruturação do território municipal. Estes elementos são constituídos pelas
áreas urbanizadas e pelas áreas rurais. Este critério, na verdade, não se apresenta sozinho, mas
em conjugação com o critério histórico, uma vez que as citadas áreas correspondem a
momentos diferenciados de ocupação do município.
A partir deste critério, identificam-se, em Tumiritinga, três áreas inventariáveis que
compreendem: a sede municipal (área urbana), o distrito e as demais áreas que compreendem
todo o território rural. A área urbana – Área 01- será única e será inventariada segundo o
critério físico-geográfico, de forma a destacar tanto a área histórica que representa o inicio da
formação da sede municipal, quanto à área de expansão do município em sua extremidade.
O restante do território municipal – Área 02 e Área 3 – será inventariado segundo o
critério geográfico e cultural, utilizando como referência limítrofe aspectos importantes que
delimitam áreas distintas.
Outro critério metodológico necessário neste Plano de Inventario é aquele que definira
as prioridades, ou seja, a ordem de inventariamento em cada uma das áreas identificadas.
Nesse caso, será considerada a relevância dos bens culturais, a partir dos pontos de vista
históricos, artístico, arquitetônico, simbólico e/ou afetivo, dentro dos contextos que geraram
esses bens.
Resta dizer que o IPAC seguirá a metodologia divulgada pelo IEPHA/MG, incluindo
levantamentos documentais, de campo, fotográfico e de bases cartográficas, que propiciam o
preenchimento de fichas por categoria, a elaboração dos dados em laboratório, a alimentação
de um banco de dados digital e o arquivamento das informações.
4.1 - CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS A SEREM INVENTARIADAS
A definição das áreas inventariáveis partiu do reconhecimento imediato do critério
físico-geográfico, em conjugação com o critério histórico e cultural, já explicitado; e através
de pesquisas que incluem a análise de fontes documentais e orais, a pesquisa de campo, o
levantamento fotográfico, além de anotações de campo textuais e orais, iconográficas e
geográficas.
A temporalidade foi um dos mais fortes critérios utilizados para o registro dos bens
culturais do município. A prioridade é dada aos bens mais antigos, arquitetônicos ou móveis,
que além do valor formal também apresente um valor histórico significativo. Como parte do
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acervo cultural do município se perdeu, e considerando o fato que alguns edifícios originais
do núcleo original correm risco de substituição por novas edificações sem interesse formal.
Para identificar as áreas inventariáveis, utilizou-se como critério a divisão
administrativa existente, que se mostrou satisfatória para tender as necessidades do
levantamento e registro dos bens culturais de Tumiritinga. Como consequência, surgiram três
áreas distintas a serem trabalhadas: a Área I – Núcleo urbano do distrito sede e a Área II –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga e Área III - Área rural do município, que são
inventariadas respectivamente nesta ordem.
Estilisticamente, este inventário pretende registrar os bens que foram produzidos no
início do povoamento, ligados á sua história. Coincide então aos modelos tipológicos do estilo
predominante eclético, que pode ser observado em um grande número de edifícios
residenciais na sede do município.
4.2 DEFINIÇÃO DAS ÁREAS A SER INVENTARIADAS
4.2.1 Área I – Área urbana do município:
Foto 04 - Vista aérea da cidade de Tumiritinga MG, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,
Data: desconhecida
A Área I é caracterizada por relevo plano. Limita-se a norte com o município de
Galiléia através do Rio Doce, que atravessa o território de Tumiritinga no sentido oeste-leste.
A ocupação da área se concentra entre o Rio Doce e a linha da estrada de ferro Vitória-Minas,
que acompanhando o curso da água, também atravessa o território municipal de oeste a leste.
A ocupação do município inicialmente se fez pelos grupos de índios “Botocudos”
que habitavam a região. Posteriormente, com a invasão colonizadora seguida de domínio dos
territórios através de investidas violentas contra tais grupos indígenas, foi então efetivado o
processo de ocupação da área, que culminou na configuração atual de Tumiritinga e toda
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região adjacente, correspondente ao Vale do Rio Doce. Das aldeias ( tábas) indígenas nada
restou em meios evidentes que pudessem retratar até os dias atuais a forma de organização do
espaço destes grupos e os sistemas construtivos por eles desenvolvidos e utilizados.
A partir da ocupação convencional, que veio ocorrer com a efetiva colonização do
espaço, grandes propriedades de terras surgiram resultantes de processo de posse. Na primeira
metade do século XX, com o controle das doenças tropicais recorrentes na região e a abertura
do caminho com a estrada de ferro, povoados foram-se criando ao longo dos trilhos, onde
havia estações e/ou pontos de parada do trem.
Com Tumiritinga não foi diferente. Originalmente construções foram sendo
erguidas nas proximidades das paradas ferroviárias que ali existiam. A partir daí a população
foi se expandindo para o nordeste, em direção à praia do Jaó e redondezas, as margens do Rio
Doce.
As primeiras construções civis eram térreas e compunham-se de casas bastantes
singelas de arquitetura despojada, em forma simples. Dentre o conjunto destacavam-se os
depósitos de serrarias, que retiravam de forma indiscriminada a madeira de lei da vegetação
nativa, constituída por mata atlântica. Tais construções se diferenciavam pela volumetria e
uso. Entre as edificações residenciais tomavam destaque aquelas destinadas a abrigar
funcionários da estrada de ferro, responsáveis pela manutenção das máquinas naquele trecho.
Ainda pode-se observar tal tipo de edificação ao longo da malha ferroviária da estrada de
ferro Vitória-Minas, nos municípios por onde ela passa. Com o aumento da aglomeração essas
casas inicialmente destinadas aos ferroviários foram se incorporando ao tecido urbano. Hoje
não mais cumprem a função primeira, apesar de muitas ainda servirem como residência.
Posteriormente a economia local mudou seu foco da extração de madeira para as
atividades agropecuárias, que já exerciam papel importante no cenário municipal.
Com o tempo, a expansão da cidade foi ocorrendo em direção ao Rio Doce e
novos bairros foram surgindo ou os antigos foram se ampliando. Porém, a estagnação
econômica, causada pela perda da lucratividade nas atividades agropecuárias geridas por
pequenos e médios proprietários que vivem no campo, em detrimento a posição privilegiada
dos latifundiários, resultou no êxodo rural e também em queda da economia da área urbana.
Houve uma paralisação na renovação urbana. Hoje é possível encontrar muitos imóveis sem
uso ou subutilizados, se degradando ao sabor do tempo.
As construções mais antigas se encontram na porção mais central do município,
como naturalmente ocorre por ser esta área a de ocupação mais antiga. O conjunto
arquitetônico ali se caracteriza pela heterogeneidade, possuindo exemplares de vários
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períodos. Muitos que ainda não sofreram com a substituição causada pela renovação urbana
se encontram com descaracterizações, principalmente em relação à troca de vãos de
revestimento das fachadas. É notável em muitas dessas intervenções a tendência à vontade de
modernizar as construções, seguindo o gosto em voga.
No centro se destacam as construções eclesiásticas por seu porte e implantação no
espaço urbano, geralmente no meio de uma praça, como Igreja Matriz do Sagrado Coração de
Jesus e a Igreja Presbiteriana, ambas com torre sineira central. Também ai se situam os
estabelecimentos comerciais e de serviços tradicionais e as sedes dos poderes legislativos e
executivo local. O prédio da Prefeitura inclusive está sofrendo intervenções de reforma, tato
interna, quanto externamente. Materiais como as placas cerâmicas e o vidro foram
introduzidos, dando o tom de modernidade à fachada da edificação.
Nos bairros periféricos as construções são geralmente mais simples. São térreas e
constituem-se em sua maioria de residências com paredes de alvenaria de tijolos e cobertura
em telhas cerâmicas tipo capa-e-canal ou francesa. Também pode ser encontrado conjunto de
casas erguido através de programa habitacional para moradias destinadas à população de
baixa renda.
Além do bem tombado, correspondente ao Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó,
a região periférica do município possui importante acervo arqueológico. Em uma das obras da
prefeitura de calcamento do bairro popularmente conhecido como “Nova Tumiritinga”, foram
encontradas urnas funerárias e ossadas, resultante da ocupação indígena, em tempos remotos.
Com a revalorização nos últimos tempos do Patrimônio Histórico local, resultante
em grande parte do trabalho ICMS Cultural dos Municípios Mineiros, houve maior
preocupação com as evidencias arqueológicas, encontradas frequentemente na região. Com
isso, os vestígios encontrados nas obras da prefeitura foram logo comunicados ao IPHAN –
Órgão responsável por esse tipo de bem.
Em relação à preservação dos sítios naturais na área I, o tombamento do Conjunto
Paisagístico da Praia do Jaó veio reafirmar a importância não só ambiental como também
sociocultural do Rio Doce e o bioma do qual faz parte. Desde a ocupação dita civilizada em
todo o Vale do Rio Doce, este elemento natural de grande expressão vem sendo ignorado com
referência de valor econômico, histórico e cultural, além do valor ambiental propriamente
dito. A relação comunidade Tumiritinguense com o Rio Doce é de extrema importância para a
compreensão da cultura local. Desde os primeiros habitantes, os índios que se
autodenominavam “Borun Vatu” (Homens do Rio), O aspecto histórico, cultural e social está
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intimamente ligado à relação dos moradores com o rio, sua fauna e flora. Enfim, todo meio
ambiente no qual se integra.
Outro importante aspecto da cultura local refere-se aos bens de natureza imaterial,
encontrados em ricas manifestações nas áreas I, II e III. Em ambas as áreas os eventos estão
ligado às tradições da Igreja Católica, em sua grande parte, e são realizadas, sobretudo, na
área central, em espaço de uso comum, como praças e as próprias vias.
Foto 05 - foto do traçado da Cidade, Autor: site do Google, Data: set/2014
4.2.2 Área II – Distrito de São Geraldo De Tumiritinga
São Geraldo de Tumiritinga é um distrito do município brasileiro de Tumiritinga, no
interior do estado de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 526 habitantes, sendo 782 homens
e 744 mulheres, possuindo um total de 650 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº
1039, de 12 de dezembro de 1953.
A elevação a povoado deu-se por Decreto estadual de 27 de março de 1934,
constituído com território do município de Itanhomi, criado pela Lei estadual número 843, de
7 de setembro de 1923.
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Foto 06 - Foto antiga do Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - MG, acervo da Prefeitura,
Autor desconhecido, Data: desconhecida
O Decreto-Lei estadual número 148, de 17 de dezembro de 1938, criou o distrito de
Cachoeirinha, que passou a integrar o município de Tarumirim, criado pelo mesmo Decreto,
que também extinguiu o município de Itanhomi, que retornou à categoria de distrito. Em 1943
Cachoeirinha teve seu topônimo mudado para Tumiritinga.
A Lei n.º 1039, de 12 de dezembro de 1953, criou o distrito de São Geraldo de
Tumiritinga, com território do município deste mesmo nome. A instalação deste novo distrito
deu-se a 13 de junho de 1954. Assim, passou o município a constituir-se de dois distritos: o da
sede (Tumiritinga), e o de São Geraldo de Tumiritinga.
Voltando um pouco na história, segundo relatos dos mais antigos, o povoado de São
Geraldo de Tumiritinga teria surgido a partir da doação de terras feita por Antônio Barbosa,
natural de Vai e Volta no município de Tarumirim, Antônio foi casado em primeiras núpcias
com Diolina e, em segunda núpcias com Palmira Moreira Barbosa. Antônio Barbosa era filho
de João Barbosa de Oliveira e Laurinda Filipe de Jesus, radicados no município de
Tumiritinga. Ele teria formado as terras e doado para o seu Santo de devoção "São Geraldo",
as terras começavam no Córrego Volta grande até as proximidades da atual Igreja Católica de
São Geraldo. Segundo levantamentos, a população de São Geraldo de Tumiritinga
basicamente foi composta por migrantes vindos de Inhapim, Itanhomi, Tarumirim e
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Tumiritinga, que vieram em busca de terras férteis, formando núcleos de povoamento, sua
colonização se deu a partir do final da década de 1920.
Dentre as primeiras famílias a se estabelecem no local onde hoje se situa o distrito de
São Geraldo de Tumiritinga, pertencente ao município de Tumiritinga no Estado de Minas
Gerais, destacamos as famílias de João Justino; João Barbosa de Oliveira casado com
Laurinda Filipe de Jesus (filhos: Francisco Barbosa de Oliveira, Geraldo Barbosa de Oliveira,
Antônio Barbosa, Adão Barbosa de Oliveira, Donata e Eliza); José Pereira Mendes casado
com Virgína Regina de Carvalho (filhos: Ormezinda Lúcia de Jesus, José Pereira Mendes
Filho, Joaquim Pereira Mendes, Maria Lúcia de Jesus, Orcindor Pereira Mendes,
Epaminondas Pereira Mendes, Alzira Lúcia de Jesus, Francisco Pereira Mendes e Venílio
Manoel Pereira); Antônio Valão; Joaquim Ferreira; Gabriel Moraes; Gualter Gomes; Arthur
Gomes; Lucas Gomes; Francisco Carlos de Jesus casado com Maria Zeferina de Jesus (filhos:
Vergília Ferreira, Lorentina, Sebastiana Zeferina de Jesus, Francisco Carlos e Onésima),
Francisco Biata; José Domingos; Manoel Sabino Pereira casado com Amélia Moreira de Lima
(filhos: José Sabino Moreira, Joaquim Sabino Moreira, João Sabino Moreira e Madalena
Moreira); João de Miranda Primo casado com Antônia Claudina de Jesus "Totonha" (filhos:
Maria Claudina de Jesus, Izaura Souza da Luz, Alice Claudina de Jesus, José Miranda da
Costa, Elito Miranda, Onésima Miranda de Jesus, Onofre de Miranda e Conceição Miranda de
Jesus), Joaquim de Miranda Primo casado com Davina Laureano Santiago (filhos: José
Miranda Primo, Maria Miranda, Jaeder Miranda, Creuza Miranda, Getúlio Miranda Primo,
Norma Miranda e Paulo Miranda Primo); Antônio Nato (filhos: Antônio Ferreira Alves, José
Ferreira Alves, Francisco Ferreira Alves, Peri Ferreira Alves e Juanico Ferreira Alves);
Sebastião Carvalho de Paula casado com Maria Leite (filhos: José Francisco de Paula,
Joaquim de Paula e Presentino Leite), entre outras.
A corrida de ocupação começou com o desejo rápido de enriquecimento, iniciando o
trabalho de preparação da terra para o plantio de cereais, frutas e legumes, além da criação de
pequenos animais. Entre fins da década de 20 e início da década de 40, outras plantações
foram surgindo, a cana-de-açúcar se tornou um de seus maiores produtos cultivados, surgindo
daí a produção da rapadura e cachaça. Paralelamente às primeiras plantações de cana-de-
açúcar, a criação de gado também se fez presente. De início, a produção era voltada para a
subsistência, evoluindo algumas décadas depois ao consumo local e regional.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
A partir de 1940 foram chegando novos migrantes, onde destacamos as famílias de:
José Raimundo de Castro; Inhô Vitorino; José Vicente Barbosa casado com Brasilina da Silva
(filhos: Wilson Barbosa, Rui Barbosa, Olga Barbosa, Teresa Barbosa, Hermes Barbosa, Maria
do Carmo Barbosa e Getúlio Barbosa); José Barbosa, Josafatt de Souza Monteiro casado com
Semeana Augusta (filhos: Francisco de Souza Monteiro e Maria Augusta de Souza); Antônio
Ildefonso Gonçalves casado em segundas núpcias com Anastácia Rosa de Jesus (filhos: Otília
Rosa de Jesus, Nalzira Rosa de Jesus, Nadir Rosa de Jesus, Domingos José Gonçalves, Maria
Rosa de Jesus, Izoldina Rosa de Jesus e Creuza Rosa de Jesus); Sebasitão Araújo casado com
Dejanira Gonçalves Prata (filhos: José Gonçalves Araújo, Maria Gonçalves, Iracema
Gonçalves e Jandir Gonçalves Araújo); Neném Pinto; José Idalino, entre outras.
Foto 07 - foto de imóveis preservados da decada de 1950. acervo da Prefeitura, Autor
desconhecido, Data: desconhecida
Em 07/07/1954, foi instalado o Cartório de Paz do então distrito de São Geraldo de
Tumiritinga, sendo seu primeiro escrivão o Sr. Inhô Vitorino, sendo sucedido pelo Sr. Rui
Barbosa e seus descendentes.
A principal manifestação religiosa no distrito é a festa em homenagem ao santo
padroeiro, São Geraldo, comemorado no dia 16 de junho com extensa programação religiosa e
diversas atrações festivas.
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Foto 08 - foto da Rua que da acesso a parte central do Distrito de S. Geraldo do Tumiritinga,
Autor Lister Lucas, Data: set/2015.
4.2.3 Área III – Área da Zona Rural e Povoados
Corresponde à maior parte em extensão territorial do município. O relevo também é
constituído de áreas planas, em sua maioria, com alguns morros de formação suave, havendo
entre eles baixios com pequenos lagos. Tais áreas são propicias ao cultivo agrícola e pelas
características de solo se constituem em ótimo material para fabricação de produtos
cerâmicos. Este fato, apesar de ter levado ao surgimento relativamente recente de indústrias
de cerâmica na área urbana, já havia sido explorado pelos primeiros habitantes da região – Os
grupos indígenas de Tapuias, que desenvolveram técnicas artesanais de produção de vasos e
outros artefatos à base de cerâmica. Infelizmente essa cultura de produção artesanal a partir da
argila não foi passada para a população colonizadora, quando de sua ocupação na região.
Foto 09 - foto antiga de carro de boi de um dos primeiro colonizadores o Sr. João de Miranda
Primo, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido, Data: desconhecida
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A região originalmente caracterizava-se pela densa mata atlântica, que recobria toda
área e fornecia os insumos necessários à vida dos primeiros habitantes. Com a ocupação
colonizadora, em poucas décadas praticamente toda a mata nativa foi suprimida para o
comercio das madeiras. Logo depois, deu lugar aos pastos de braquiara e colonião para
atividade da pecuária ou de agricultura. Remanescentes dessa mata são hoje encontrados de
forma pontual no território, geralmente em forma de pequenas matas ciliares ou nos topos de
morro.
A área III é bem servida de curso d’água, abundantes em toda região. Seus principais
rios são: O Caratinga – conhecido antigamente como “Cuyeté” e que faz a divisa natural do
município com Conselheiro Pena – e o Rio Doce, que banha a área rural e urbana de
Tumiritinga.
As construções se encontram de forma dispersa nessa área. Em outros tempos, quando
a economia rural era destaque e a produção dava lucratividade às famílias que viviam no
campo, em terrenos de médio porte, e a área era bem mais povoada. Tumiritinga, hoje com
6.293, Já chegou a ter uma população de cerca de 14.000 habitantes. Esse quadro de maior
densidade demográfica na área rural foi se revertendo em razão da queda na economia, que,
entre outros fatores, passou a beneficiar os proprietários do latifúndio, em detrimento aos
pequenos e médios produtores rurais.
Hoje existem sedes de fazendas salpicadas pelo território da área rural. Tais
construções seguem ainda em sua maioria, o sistema construtivo tradicional. Os materiais
retirados da própria natureza local, são observados em grande quantidade nessas construções,
feitas basicamente com a madeira e a terra. Encontram-se implantadas sobre padrões altos, se
constituindo de estrutura autônoma de madeira, vedada por paredes em pau-a-pique ou adobe.
Assim como a gaiola estruturante dos quadros dos vãos, as peças do engradamento da
cobertura e demais objetos de acabamento, são em madeira. Na cobertura, com águas bastante
inclinadas que forma um colchão de isolamento térmico, observa-se o uso da terra nas telhas
cerâmicas em capa-e-bica.
Além do colchão de ar criado pela cobertura e forros nos ambiente internos, outros
recursos eram utilizados para se obter o desejado conforto térmico no interior dessas
edificações, como a já citada implantação alteada do solo, além da própria composição e
forma de construção das vedações, feitas com a terra crua.
A área III é rica também em bens moveis e integrados relacionados ao trabalho no
campo como a agricultura, a pecuária e o beneficiamento dos produtos provenientes dessas
atividades, que estão intimamente ligadas ao modo de vida das comunidades rurais.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Entre os bens naturais, já altamente comprometidos na região, se destacam também na
área III o Rio Doce, que também se constitui de importante elemento de valor histórico,
cultural e sócio econômico para todo município e toda região.
As construções na área III se apresentam dispersas em grandes terrenos, ligados entre
si e à área urbana através de estreitas estradas de chão sem pavimentação. Por vezes esses
caminhos se encontram com cursos d’água, onde a pequenas pontes. Muito desses cursos tem
regime intermitente de águas, por isso, em boa parte do ano estão secos.
Os tipos de bens citados acima e reconhecidos como de importância história, cultural e
socioeconômica, estão intimamente ligados ao Patrimônio de natureza imaterial, encontrado
amplamente sob várias formas de manifestações, expressões nas localidades e comunidades
rurais. Tais manifestações e expressões merecem maior valorização e consequente
preservação, como forma de salvaguardá-la na memória e na vida das pessoas.
Também na área rural e comum os moradores, ao mexerem na terra, encontrarem, com
considerável frequência, vestígios da civilização indígena que ali viveu desde milhares de
anos atrás. Muitas vezes tais vestígios arqueológicos são ignorados, sendo deixados ali
mesmo, sumindo com o tempo ou sendo re-enterrados. Para que isso não mais ocorra e estes
sítios arqueológicos possam ser valorizados como tal, é muito importante a implantação
adequada e orientada da Educação Patrimonial não só nas escolas da área urbana, como
também nas das comunidades rurais, sempre buscando contextualizar o tema com a realidade
local da vida no campo.
4.3 Tipologia
Com relação à tipologia urbana e arquitetônica, temos definido um traçado de ruas
bem orgânico influenciado diretamente pelo relevo e localização, que abrigam edificações
térreas ou de poucos pavimentos, até 03 (três).
Edificações estas em estilo colonial, eclético e contemporâneo. Variando
cronologicamente, as mais antigas em estilo colonial, de partido arquitetônico retangular e
cobertura com estruturas em madeira e telhas cerâmicas, em duas ou quatro águas.
Construídas em um único pavimento e implantadas nas testadas dos terrenos ao nível da rua e
em alguns casos a cima deste e com afastamentos laterais.
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Foto 10 - foto de imóveis, Autor: Lister Lucas, Data: set/2015
Existem ainda exemplares relativamente descaracterizados de arquitetura eclética,
expresso principalmente em fachadas, varandas e platibandas, e outras edificações
inteiramente contemporâneas que trazem em si o registro do período em que parte da
população tinha seu sustento em atividades no exterior do país.
Foto 11 - foto de imóvel estilo contemporâneo, Autor: Lister Lucas, Data: set/2015
Atualmente, as edificações possuem estilo contemporâneo, mas repetem o modelo
original de implantação e volumetria característico do período colonial. Partido retangular, de
1 a 3 pavimentos, cobertura em madeira e telhas cerâmicas, alinhamento com a calçada e com
afastamentos laterais, algumas com varandas, mas com janelas e portas em metais e vidro
além de madeira.
A substituição de imóveis antigos por novos e a pratica mais comum atualmente na
cidade e no campo. Não se tem mais o habito de reformar nem restaurar imóveis antigos.
Em respeito à parte urbana, a cidade cresce sem uma legislação norteadora e sem
plano diretor. E sem políticas eficientes de proteção de seu patrimônio histórico. Atitudes
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
como estas de criação de um plano de inventário são extremante validas e servem como um
primeiro passo neste processo de proteção patrimonial.
O município apresenta uma área urbana com maior concentração habitacional e de
equipamentos urbanos. Possui pavimentação na maioria das ruas (e o restante vem sendo
contemplado de forma rápida e constante). Possui praças, residências, edificações comerciais
e institucionais bem definidas dentro desta área urbana e na zona rural acesso com estradas
sem pavimentação, em sua maioria, mas também bem estruturadas e sinalizadas devido ao uso
constante dos moradores.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
5. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
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6. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
Área I - Distrito Sede
Foto 01: Pensão – Avenida Amazonas, 730 - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 02: Imóvel Comercial – Avenida Amazonas, 922 –
Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015.
Foto 03: Residência – Praça Tiradentes, 108 - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 04: Praça Tiradentes - Praça Tiradentes, S/N - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 05: Igreja do Divino Espirito Santo - Praça
Tiradentes, S/N - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.
julho 2015
Foto 06: Gruta – Distrito Sede - Fonte: RODRIGUES,
Amanda Aiara. julho 2015
Foto 07: Praia do Jaó - Fonte: GONÇALVES, Joaquim
Lister. outubro/ 2016
Foto 08: Cartório Rui Barbosa – Rua: São Salvador, S/N –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2014
Foto 09: Feira Livre – Rua 04, n° 40 - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 10: Pintura e bordado artesanal em tecido - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 11: Telas pintadas por Dona Darci Perez
dispostas em uma das paredes de seu ateliê - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 12: Oficina de artes de Jorge Aun - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 13: Residência - Praça Tiradentes, nº114 - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015
Foto 14: Antigo Armazém da Família Pettersen - Avenida
Amazonas, 670 - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.
junho de 2015
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Foto 15: Antiga Sede do Santa Cruz Esporte Clube -
Avenida Amazonas, 700, esquina com Rua Ceará - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. junho de 2015
Foto 16: Coreto - Praça Leôncio Medeiros, s/nº - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2014
Foto 17: Residência - Avenida Getúlio Vargas, 831 -
Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015
Foto 18: Conjunto de Casas Populares - várias ruas no
bairro conhecido como “Nova Tumiritinga” - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015
Foto 19: Residência - Rua Maria Inácia, n°112 - Fonte:
RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 20: Mercearia Souza e Bernardes - Avenida Getúlio
Vargas, n° 1009 - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.
Agosto 2015
Área II - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Foto 21: Igreja de São Geraldo Magela – Distrito de São
Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 22: Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Avenida
Amazonas, 780 – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga -
Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2016
Foto 23: Rua Bela Vista – Distrito de São Geraldo de
Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 24: Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de
São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 25: Igreja Batista em Renovação Espiritual – Distrito
de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,
Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 26: Imagem de São Geraldo, Igreja São Geraldo –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 27: Crucifisso, Igreja São Geraldo – Distrito de São
Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 28: Altar, Igreja São Geraldo – Distrito de São
Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 29: Gruta de Nossa Senhora Aparecida, Igreja São
Geraldo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 30: Residencia da Rua São Salvador, nº 146 – Distrito
de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,
Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 31: Escola Estadual José Vicente Barbosa – Distrito
de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,
Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 32: Baú da Dona Alzira Lucia dos Santos – Distrito
de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,
Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 33: Capela do Divino Espírito Santo – Distrito de São
Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 34: Residencia da Rua Divino Espírito Santo –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 35: Igreja Presbiteriana – Distrito de São Geraldo de
Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
Foto 36: Fogão a Lenha da Residencia da Rua Divino
Espírito Santo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga -
Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto
2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 37: Fogão a Lenha - Dona Alzira Lucia dos Santos –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 38: Imagem de Nossa Senhoa Aparecida, Igreja São
Geraldo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 39: Imagem de São Geraldo, Igreja São Geraldo –
Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 40: Ponte que liga o Distrito a Sede – Distrito de São
Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Área III - Zona Rural
Foto 41: Residência Zona Rural – Saida do distrito de São
Geraldo Tumiritinga, S/N – Fonte: RODRIGUES, Amanda
Aiara. Agosto 2015
Foto 42: Sede da Antiga Fazenda da D. Jorgina – Zona
Rural - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues.
Agosto 2015
Foto 43: Grupo de Reisado Neca Guimarães. Fotógrafo
desconhecido, Acervo do Sr. Elias Ferreira. Zona Rural -
agosto /2015
Foto 44: Residencia a Margem da MG que da acesso a
Governador Valadares/MG – Zona Rural de Tumiritinga -
Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 45: Residencia Rural do Córego do Prata – Zona
Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2015
Foto 46: Rio Caratinga, Zona Rural - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015
Foto 47: Antiga sede da Fazenda Itaúna, de Silvério
Fernandes, Córrego Itaúna, Zona Rural - Fonte: cópia do
Invetario 2011.
Foto 48: Igreja de Nossa Senhora das Graças, da Paróquia
do Sagrado Coração de Jesus, Região do Córrego do Prata,
Zona Rural - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 49: Sede da Faenda do Sr. Estécio, Região do Córego
Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 50: Sede da Faenda do Sr. Palmerindo Machado,
Região do Córego Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga -
Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto
2016
Foto 51: Sede da Fazenda do Sr. Niltom Dólar (Niltom de
Abreu) Residencia Rural do Córego do Prata – Zona Rural
de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
Foto 52: Sede da Fazenda Água da Prata do Sr. Davi
Forminio Bretas Residencia Rural do Córego do Prata –
Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 53: Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Córrego do Alegre – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 54: Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é
o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de Tumiritinga -
Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto
2016
Foto 55: Escola Municipal 1º de Julho, Povoado 1º de
Julho – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,
Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
Foto 56: Rio Batata – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:
GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 57: Lagoa do Eumir, Córrego do Prata – Zona Rural
de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
Foto 58: Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural
de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
Foto 59: Rio Caratinga – Zona Rural de Tumiritinga -
Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto
2016
Foto 60: Pedra do Coador do Córego do Coador – Zona
Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas
Rodrigues. Agosto 2016
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Foto 61: Carro de Boi da Fazenda do Sr. Wilson Vieira –
Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister
Lucas Rodrigues. Agosto 2016
7. LISTA DE BENS A SEREM INVENTARIADOS
7.1 Área I - Distrito Sede
Estruturas Arquitetônicas e urbanísticas; Bens Móveis e Integrados; Arquivos;
Patrimônio Imaterial.
Cartório Rui Barbosa – Rua: São Salvador, S/N
Gruta – Distrito Sede
Praça Tiradentes – Distrito Sede
Hospital São Vicente de Paula - Distrito Sede
Altar da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede
Crucifisso da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede
Pia Batismal da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede
Sacrario da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede
Os Registros do Cartório de Registro Civil - Distrito Sede
Cemitério Municipal - Distrito Sede
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
7.2 Área II - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Bens Integrados da Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Bens Integrados da Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Residencia da Rua Espirito Santo, 53 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Residencia da Rua Espirito Santo, 35 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Residencia da Rua Espirito Santo, 129 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Escola Estadual José Vicente Barbosa - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Igreja Presbiteriana - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Igreja Batista em Renovação Espiritual - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Fogão a lenha da D. Alzira - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Baú da D. Alzira - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Ponte sobre o Córrego Volta Grande
Córrego Volta Grande
Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Festa de São Geraldo - Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
7.3 Área III - Zona Rural
Residência Zona Rural – Saida do distrito de São Geraldo Tumiritinga, S/N
Sede da Antiga Fazenda da D. Jorgina – Zona Rural
Antiga sede da Fazenda Itaúna, de Silvério Fernandes, Córrego Itaúna, Zona Rural
Residencia a Margem da MG que da acesso a Governador Valadares/MG – Zona Rural de
Tumiritinga
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Residencia Rural do Córego do Prata – Zona Rural de Tumiritinga
Igreja de Nossa Senhora das Graças, da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Região do
Córrego do Prata, Zona Rural
Sede da Faenda do Sr. Estécio, Região do Córego Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga
Sede da Faenda do Sr. Palmerindo Machado, Região do Córego Itaúna – Zona Rural de
Tumiritinga
Sede da Fazenda Água da Prata do Sr. Davi Forminio Bretas Residencia Rural do Córego do
Prata – Zona Rural de Tumiritinga
Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Córrego do Alegre – Zona Rural de Tumiritinga
Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de
Tumiritinga
Escola Municipal 1º de Julho, Povoado 1º de Julho – Zona Rural de Tumiritinga
Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural de Tumiritinga
Pedra do Coador do Córego do Coador – Zona Rural de Tumiritinga
Carro de Boi da Fazenda do Sr. Wilson Vieira – Zona Rural de Tumiritinga
Grupo de Reisado Neca Guimarães
Rio Caratinga – Zona Rural de Tumiritinga
Rio Batata – Zona Rural de Tumiritinga
Lagoa do Eumir, Córrego do Prata – Zona Rural de Tumiritinga
Porto da Balça - Zona Rural de Tumiritinga
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
8. CRONOGRAMA
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
CRONOGRAMA DO INVENTÁRIO
CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA
Área I – DISTRITO SEDE
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2o
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4o
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im. 2
018
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem
inventariados
Preenchimento da ficha de Informações Gerais
do Município
Fichas de Estruturas Arquitetônicas e
Urbanísticas
Fichas de Bens Móveis e Integrados
Fichas de Arquivos
Fichas de Patrimônio Arqueológico
Fichas de Patrimônio Imaterial
Fichas de sítios espeleológicos
Fichas de sítios naturais de interesse cultural
Fichas Conjunto Paisagísticos
Revisão das Fichas
Divulgação
Arquivamento
LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA
Área II – DISTRITO DE SÃO
GERALDO DO TUMIRITINGA
1o
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im. 2
015
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im. 2
015
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015
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016
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1o
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019
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3o
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019
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020
2o
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020
3o
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020
4o
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020
1o
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021
2o
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021
4o
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im. 2
021
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem
inventariados
Preenchimento da ficha de Informações
Gerais do Município
Fichas de Estruturas Arquitetônicas e
Urbanísticas
Fichas de Bens Móveis e Integrados
Fichas de Arquivos
Fichas de Patrimônio Arqueológico
Fichas de Patrimônio Imaterial
Fichas de sítios espeleológicos
Fichas de sítios naturais de interesse
cultural
Fichas Conjunto Paisagísticos
Revisão das Fichas
Divulgação
Arquivamento
LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA
Área III – ZONA RURAL
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014
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m. 2
023
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem
inventariados
Preenchimento da ficha de Informações
Gerais do Município
Fichas de Estruturas Arquitetônicas e
Urbanísticas
Fichas de Bens Móveis e Integrados
Fichas de Arquivos
Fichas de Patrimônio Arqueológico
Fichas de Patrimônio Imaterial
Fichas de sítios espeleológicos
Fichas de sítios naturais de interesse
cultural
Fichas Conjunto Paisagísticos
Revisão das Fichas
Divulgação
Arquivamento
LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.
FINALIZAÇÃO
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028
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028
Fichamento de bens tombados não
inventariados anteriormente
Atualização de fichas Preenchimento da ficha de Informações
Gerais
Divulgação e Disponibilização do
Inventário
LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
9. PLANO DE AÇÃO
9.1 Ações, Área I – Área urbana do município:
Foto 04 - Vista aérea da cidade de Tumiritinga MG, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,
Data: desconhecida
A Área I é caracterizada por relevo plano. Limita-se a norte com o município de
Galiléia através do Rio Doce, que atravessa o território de Tumiritinga no sentido oeste-leste.
A ocupação da área se concentra entre o Rio Doce e a linha da estrada de ferro Vitória-Minas,
que acompanhando o curso da água, também atravessa o território municipal de oeste a leste.
A ocupação do município inicialmente se fez pelos grupos de índios “Botocudos”
que habitavam a região. Posteriormente, com a invasão colonizadora seguida de domínio dos
territórios através de investidas violentas contra tais grupos indígenas, foi então efetivado o
processo de ocupação da área, que culminou na configuração atual de Tumiritinga e toda
região adjacente, correspondente ao Vale do Rio Doce. Das aldeias ( tábas) indígenas nada
restou em meios evidentes que pudessem retratar até os dias atuais a forma de organização do
espaço destes grupos e os sistemas construtivos por eles desenvolvidos e utilizados.
A partir da ocupação convencional, que veio ocorrer com a efetiva colonização do
espaço, grandes propriedades de terras surgiram resultantes de processo de posse. Na primeira
metade do século XX, com o controle das doenças tropicais recorrentes na região e a abertura
do caminho com a estrada de ferro, povoados foram-se criando ao longo dos trilhos, onde
havia estações e/ou pontos de parada do trem.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Com Tumiritinga não foi diferente. Originalmente construções foram sendo
erguidas nas proximidades das paradas ferroviárias que ali existiam. A partir daí a população
foi se expandindo para o nordeste, em direção à praia do Jaó e redondezas, as margens do Rio
Doce.
As primeiras construções civis eram térreas e compunham-se de casas bastantes
singelas de arquitetura despojada, em forma simples. Dentre o conjunto destacavam-se os
depósitos de serrarias, que retiravam de forma indiscriminada a madeira de lei da vegetação
nativa, constituída por mata atlântica. Tais construções se diferenciavam pela volumetria e
uso. Entre as edificações residenciais tomavam destaque aquelas destinadas a abrigar
funcionários da estrada de ferro, responsáveis pela manutenção das máquinas naquele trecho.
Ainda pode-se observar tal tipo de edificação ao longo da malha ferroviária da estrada de
ferro Vitória-Minas, nos municípios por onde ela passa. Com o aumento da aglomeração essas
casas inicialmente destinadas aos ferroviários foram se incorporando ao tecido urbano. Hoje
não mais cumprem a função primeira, apesar de muitas ainda servirem como residência.
Posteriormente a economia local mudou seu foco da extração de madeira para as
atividades agropecuárias, que já exerciam papel importante no cenário municipal.
Com o tempo, a expansão da cidade foi ocorrendo em direção ao Rio Doce e
novos bairros foram surgindo ou os antigos foram se ampliando. Porém, a estagnação
econômica, causada pela perda da lucratividade nas atividades agropecuárias geridas por
pequenos e médios proprietários que vivem no campo, em detrimento a posição privilegiada
dos latifundiários, resultou no êxodo rural e também em queda da economia da área urbana.
Houve uma paralisação na renovação urbana. Hoje é possível encontrar muitos imóveis sem
uso ou subutilizados, se degradando ao sabor do tempo.
As construções mais antigas se encontram na porção mais central do município,
como naturalmente ocorre por ser esta área a de ocupação mais antiga. O conjunto
arquitetônico ali se caracteriza pela heterogeneidade, possuindo exemplares de vários
períodos. Muitos que ainda não sofreram com a substituição causada pela renovação urbana
se encontram com descaracterizações, principalmente em relação à troca de vãos de
revestimento das fachadas. É notável em muitas dessas intervenções a tendência à vontade de
modernizar as construções, seguindo o gosto em voga.
No centro se destacam as construções eclesiásticas por seu porte e implantação no
espaço urbano, geralmente no meio de uma praça, como Igreja Matriz do Sagrado Coração de
Jesus e a Igreja Presbiteriana, ambas com torre sineira central. Também ai se situam os
estabelecimentos comerciais e de serviços tradicionais e as sedes dos poderes legislativos e
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
executivo local. O prédio da Prefeitura inclusive está sofrendo intervenções de reforma, tato
interna, quanto externamente. Materiais como as placas cerâmicas e o vidro foram
introduzidos, dando o tom de modernidade à fachada da edificação.
Nos bairros periféricos as construções são geralmente mais simples. São térreas e
constituem-se em sua maioria de residências com paredes de alvenaria de tijolos e cobertura
em telhas cerâmicas tipo capa-e-canal ou francesa. Também pode ser encontrado conjunto de
casas erguido através de programa habitacional para moradias destinadas à população de
baixa renda.
Além do bem tombado, correspondente ao Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó,
a região periférica do município possui importante acervo arqueológico. Em uma das obras da
prefeitura de calcamento do bairro popularmente conhecido como “Nova Tumiritinga”, foram
encontradas urnas funerárias e ossadas, resultante da ocupação indígena, em tempos remotos.
Com a revalorização nos últimos tempos do Patrimônio Histórico local, resultante
em grande parte do trabalho ICMS Cultural dos Municípios Mineiros, houve maior
preocupação com as evidencias arqueológicas, encontradas frequentemente na região. Com
isso, os vestígios encontrados nas obras da prefeitura foram logo comunicados ao IPHAN –
Órgão responsável por esse tipo de bem.
Em relação à preservação dos sítios naturais na área I, o tombamento do Conjunto
Paisagístico da Praia do Jaó veio reafirmar a importância não só ambiental como também
sociocultural do Rio Doce e o bioma do qual faz parte. Desde a ocupação dita civilizada em
todo o Vale do Rio Doce, este elemento natural de grande expressão vem sendo ignorado com
referência de valor econômico, histórico e cultural, além do valor ambiental propriamente
dito. A relação comunidade Tumiritinguense com o Rio Doce é de extrema importância para a
compreensão da cultura local. Desde os primeiros habitantes, os índios que se
autodenominavam “Borun Vatu” (Homens do Rio), O aspecto histórico, cultural e social está
intimamente ligado à relação dos moradores com o rio, sua fauna e flora. Enfim, todo meio
ambiente no qual se integra.
Outro importante aspecto da cultura local refere-se aos bens de natureza imaterial,
encontrados em ricas manifestações nas áreas I, II e III. Em ambas as áreas os eventos estão
ligado às tradições da Igreja Católica, em sua grande parte, e são realizadas, sobretudo, na
área central, em espaço de uso comum, como praças e as próprias vias.
9.1.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Gruta – Distrito Sede
Estação Ferroviária – Distrito Sede
Antigo Museu Municipal - Distrito Sede
Tumiritinga Social Clube - Distrito Sede
Ostensório em Latão de 1938 da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede
Ambula em Latão de 1938 da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede
Livros de Batismo e de Casamento, datados de 1945 da Igreja Matriz Sagrado Coração de
Jesus - distrito Sede
Urna Funeraria em cerâmica do Sitio Arqueológico da Prefeitura Municipal - distrito Sede
Festa do Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede
Carro de Boi da Prefeitura Municipal - Distrito Sede
9.2 Ações, Área II – Distrito de São Geraldo De Tumiritinga
São Geraldo de Tumiritinga é um distrito do município brasileiro de Tumiritinga, no
interior do estado de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 526 habitantes, sendo 782 homens
e 744 mulheres, possuindo um total de 650 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº
1039, de 12 de dezembro de 1953.
Voltando um pouco na história, segundo relatos dos mais antigos, o povoado de São
Geraldo de Tumiritinga teria surgido a partir da doação de terras feita por Antônio Barbosa,
natural de Vai e Volta no município de Tarumirim, Antônio foi casado em primeiras núpcias
com Diolina e, em segunda núpcias com Palmira Moreira Barbosa. Antônio Barbosa era filho
de João Barbosa de Oliveira e Laurinda Filipe de Jesus, radicados no município de
Tumiritinga. Ele teria formado as terras e doado para o seu Santo de devoção "São Geraldo",
as terras começavam no Córrego Volta grande até as proximidades da atual Igreja Católica de
São Geraldo. Segundo levantamentos, a população de São Geraldo de Tumiritinga
basicamente foi composta por migrantes vindos de Inhapim, Itanhomi, Tarumirim e
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Tumiritinga, que vieram em busca de terras férteis, formando núcleos de povoamento, sua
colonização se deu a partir do final da década de 1920.
A corrida de ocupação começou com o desejo rápido de enriquecimento, iniciando o
trabalho de preparação da terra para o plantio de cereais, frutas e legumes, além da criação de
pequenos animais. Entre fins da década de 20 e início da década de 40, outras plantações
foram surgindo, a cana-de-açúcar se tornou um de seus maiores produtos cultivados, surgindo
daí a produção da rapadura e cachaça. Paralelamente às primeiras plantações de cana-de-
açúcar, a criação de gado também se fez presente. De início, a produção era voltada para a
subsistência, evoluindo algumas décadas depois ao consumo local e regional.
Em 07/07/1954, foi instalado o Cartório de Paz do então distrito de São Geraldo de
Tumiritinga, sendo seu primeiro escrivão o Sr. Inhô Vitorino, sendo sucedido pelo Sr. Rui
Barbosa e seus descendentes.
A principal manifestação religiosa no distrito é a festa em homenagem ao santo
padroeiro, São Geraldo, comemorado no dia 16 de junho com extensa programação religiosa e
diversas atrações festivas.
O objetivo principal de inventariar os Bens do Distrito de São Geraldo do Tumiritinga
é registrar os imóveis e os bens Móveis e integrados remanescentes do inicio do surgimento
do povoado bem como as tradições das festas religiosas que se perpetuaram durante os anos e
que atualmente fazem parte ainda da comunidade.
9.1.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro
Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Gruta da Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
Festa de São Geraldo - Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga
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9.3 Ações, Área III – Área da Zona Rural e Povoados
Corresponde à maior parte em extensão territorial do município. O relevo também é
constituído de áreas planas, em sua maioria, com alguns morros de formação suave, havendo
entre eles baixios com pequenos lagos. Tais áreas são propicias ao cultivo agrícola e pelas
características de solo se constituem em ótimo material para fabricação de produtos
cerâmicos. Este fato, apesar de ter levado ao surgimento relativamente recente de indústrias
de cerâmica na área urbana, já havia sido explorado pelos primeiros habitantes da região – Os
grupos indígenas de Tapuias, que desenvolveram técnicas artesanais de produção de vasos e
outros artefatos à base de cerâmica. Infelizmente essa cultura de produção artesanal a partir da
argila não foi passada para a população colonizadora, quando de sua ocupação na região.
A região originalmente caracterizava-se pela densa mata atlântica, que recobria toda
área e fornecia os insumos necessários à vida dos primeiros habitantes. Com a ocupação
colonizadora, em poucas décadas praticamente toda a mata nativa foi suprimida para o
comercio das madeiras. Logo depois, deu lugar aos pastos de braquiara e colonião para
atividade da pecuária ou de agricultura. Remanescentes dessa mata são hoje encontrados de
forma pontual no território, geralmente em forma de pequenas matas ciliares ou nos topos de
morro.
A área III é bem servida de curso d’água, abundantes em toda região. Seus principais
rios são: O Caratinga – conhecido antigamente como “Cuyeté” e que faz a divisa natural do
município com Conselheiro Pena – e o Rio Doce, que banha a área rural e urbana de
Tumiritinga.
As construções se encontram de forma dispersa nessa área. Em outros tempos, quando
a economia rural era destaque e a produção dava lucratividade às famílias que viviam no
campo, em terrenos de médio porte, e a área era bem mais povoada. Tumiritinga, hoje com
6.293, Já chegou a ter uma população de cerca de 14.000 habitantes. Esse quadro de maior
densidade demográfica na área rural foi se revertendo em razão da queda na economia, que,
entre outros fatores, passou a beneficiar os proprietários do latifúndio, em detrimento aos
pequenos e médios produtores rurais.
Hoje existem sedes de fazendas salpicadas pelo território da área rural. Tais
construções seguem ainda em sua maioria, o sistema construtivo tradicional. Os materiais
retirados da própria natureza local, são observados em grande quantidade nessas construções,
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
feitas basicamente com a madeira e a terra. Encontram-se implantadas sobre padrões altos, se
constituindo de estrutura autônoma de madeira, vedada por paredes em pau-a-pique ou adobe.
Assim como a gaiola estruturante dos quadros dos vãos, as peças do engradamento da
cobertura e demais objetos de acabamento, são em madeira. Na cobertura, com águas bastante
inclinadas que forma um colchão de isolamento térmico, observa-se o uso da terra nas telhas
cerâmicas em capa-e-bica.
Além do colchão de ar criado pela cobertura e forros nos ambiente internos, outros
recursos eram utilizados para se obter o desejado conforto térmico no interior dessas
edificações, como a já citada implantação alteada do solo, além da própria composição e
forma de construção das vedações, feitas com a terra crua.
A área III é rica também em bens moveis e integrados relacionados ao trabalho no
campo como a agricultura, a pecuária e o beneficiamento dos produtos provenientes dessas
atividades, que estão intimamente ligadas ao modo de vida das comunidades rurais.
Entre os bens naturais, já altamente comprometidos na região, se destacam também na
área III o Rio Doce, que também se constitui de importante elemento de valor histórico,
cultural e sócio econômico para todo município e toda região.
As construções na área III se apresentam dispersas em grandes terrenos, ligados entre
si e à área urbana através de estreitas estradas de chão sem pavimentação. Por vezes esses
caminhos se encontram com cursos d’água, onde a pequenas pontes. Muito desses cursos tem
regime intermitente de águas, por isso, em boa parte do ano estão secos.
Os tipos de bens citados acima e reconhecidos como de importância história, cultural e
socioeconômica, estão intimamente ligados ao Patrimônio de natureza imaterial, encontrado
amplamente sob várias formas de manifestações, expressões nas localidades e comunidades
rurais. Tais manifestações e expressões merecem maior valorização e consequente
preservação, como forma de salvaguardá-la na memória e na vida das pessoas.
Também na área rural e comum os moradores, ao mexerem na terra, encontrarem, com
considerável frequência, vestígios da civilização indígena que ali viveu desde milhares de
anos atrás. Muitas vezes tais vestígios arqueológicos são ignorados, sendo deixados ali
mesmo, sumindo com o tempo ou sendo re-enterrados. Para que isso não mais ocorra e estes
sítios arqueológicos possam ser valorizados como tal, é muito importante a implantação
adequada e orientada da Educação Patrimonial não só nas escolas da área urbana, como
também nas das comunidades rurais, sempre buscando contextualizar o tema com a realidade
local da vida no campo.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
9.3.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro
Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de
Tumiritinga
Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural de Tumiritinga
Grupo de Reisado Neca Guimarães
9.4 Cronograma para um período de três anos, com detalhamento e desdobramento das
ações inicialmente.
Área I – DISTRITO SEDE
1o t
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. 20
18
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. 20
18
Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Estruturas Arquitetônicas e
urbanísticas
X
Divulgação X X X X
Fichas de Bens Móveis e Integrados
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Bens Móveis e Integrados X
Divulgação X X X X
Fichas de Arquivos
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Arquivos X
Divulgação X X X X
Fichas de Patrimônio Arqueológico
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Patrimônio Arqueológico X
Divulgaçâo X X X X
Fichas de Patrimônio Imaterial
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Patrimônio Imaterial X
Divulgação X X X X
Fichas de sítios espeleológicos
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Sítios Espeleológicos X
Divulgaçâo X X X X
Fichas de sítios naturais de interesse cultural
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Interesse Natural X
Divulgação X X X X
Fichas Conjunto Paisagísticos
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Interesse Natural X
Divulgação X X X X
Revisão das Fichas X X
Arquivamento X X
Divulgação X X
Área II – DISTRITO DE SÃO GERALDO
DO TUMIRITINGA
1o t
rim
. 2
01
9
2o t
rim
. 2
01
9
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9
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rim
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01
9
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Estruturas Arquitetônicas e
urbanísticas
X
Divulgação X X X X
Levantamento de campo e entrevistas X
Listagem dos bens a serem inventariados X
Identificação geográfica de bens a serem inventariados X
Preenchimento da ficha de Bens Móveis e Integrados X
Divulgação X X X X
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
9.5 Texto justificativo para escolha técnica dos bens culturais material e imaterial
passível de Tombamento e Registro na esfera municipal:
Até o momento após 2 anos de trabalho realizando o levantamento dos bens
inventariados e os bens passivos de serem inventariados no Distrito Sede e os bens a serem
inventariados no restante do município (Distrito e Zona Rural), tendo uma Equipe de
profissionais dedicados a elaboração do Plano e o Departamento realizando e apoiando as
atividades necessárias para desenvolver as ações de pesquisa, proporcionou um trabalho final
que resultou no Plano de Inventário do Município de Tumiritinga.
Este trabalho demonstra a configuração de ocupação urbana que nos permite
classificar a área como Conjunto Urbano passível de realização de inventário contemplando
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Arquivos
Divulgação
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Patrimônio Arqueológico
Divulgaçâo
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Patrimônio Imaterial
Divulgação
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Sítios Espeleológicos
Divulgaçâo
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Interesse Natural
Divulgação
Levantamento de campo e entrevistas
Listagem dos bens a serem inventariados
Identificação geográfica de bens a serem inventariados
Preenchimento da ficha de Interesse Natural
Divulgação
Revisão das Fichas X
Arquivamento X
Divulgação X
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
sua importância no contexto da política de preservação do município de Tumiritinga.
Indicamos como o inventário pode contribuir como instrumento de conhecimento, pesquisa,
proteção de bens culturais, planejamento e educação patrimonial. O inventário subsidia o
conhecimento de bens de interesse de preservação e fatores de degradação. Instrumentaliza
ações do poder público local, do Conselho de Patrimônio Cultural e entidades civis, com
vistas à pesquisa (estudos temáticos), ao planejamento urbano, turístico e ambiental, à
definição de áreas e diretrizes de proteção e a educação patrimonial.
O plano de ação deve servir de parâmetro para instrumentalizar ações orientadas para
o desenvolvimento do potencial histórico de Tumiritinga, contribuído para o melhor
mapeamento do uso de suas potencialidades, visando o planejamento e a implementação de
uma política voltada para questão cultural e histórica local e regional, decorre, também, da
necessidade de se registrar os bens que por ventura estejam submetidos a algum risco de
descaracterização ou desaparecimento, como está ocorrendo com a grande parte das
edificações situadas na zona urbana, e bem como algumas festividades e o modo de fazer da
comunidade ali residente.
Apesar de ser um município relativamente jovem, Tumiritinga possui importante
patrimônio cultural que merece reconhecimento, a valorização e a preservação. Através da
preservação de seu patrimônio material e imaterial.
O município tem como peculiaridade a existência de sítios arqueológicos, tanto na
área rural quanto na área urbana. É comum os moradores quando mexem na terra, acharem
enterrados algumas superfícies, restos de utensílios cerâmicos e vestígios de ossadas humanas.
Também é frequente acharem no subsolo, pedras amoladas que, como a cerâmica eram
utilizadas por grupos indígenas que habitaram a região antes da chegada dos colonizadores,
localmente conhecidas como “coriscos”.
Contudo, só há pouco tempo é que se tem dado maior importância a tais objetos. De
grande valor arqueológico e histórico, eles dizem respeito aos hábitos e costumes destes
povos que ali moravam no passado e que tiveram sua cultura e suas próprias condições físicas
praticamente dizimadas pelo colonizador.
Serão inventariados arquivos, bens naturais e manifestações culturais. No caso
específico de manifestações culturais, pretende-se através do inventário, registrar essas
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
manifestações segundo as categorias estipuladas pelo IPHAN: saberes e celebrações.
Priorizando aqueles bens submetidos ao desaparecimento.
A divulgação deste acervo documental junto à comunidade deve integrar uma política
de sensibilização, concretizada através da educação patrimonial, voltada para a preservação
do patrimônio cultural de Tumiritinga.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
10. EQUIPE TÉCNICA
Ficha técnica
Consultoria Técnica – Instituto Eixo Cultural
Rua Quatorze, 163, Ilha dos Araújos – Governador Valadares
Coordenação Técnica –
Joaquim Lister Gonçalves –
Advogado – OAB/MG - 110203
Assessoria técnica –
Carlos Humberto Correa Junior –
Arquiteto-urbanista –
CREA nº – MG115.632D / CAU-BR 107250-1
Trabalho de Campo –
Lusmar Bispo - Chefe do Setor e Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural
Joaquim Lister Gonçalves
Carlos Humberto Correa Junior
Lister Lucas Rodrigues Gonçalves e Amanda Aiara Rodrigues
Elaboração do Trabalho-
_________________________
Carlos Humberto Correa Junior - Arquiteto Urbanista
_________________________
Joaquim Lister Gonçalves - Advogado
_________________________
Lister Lucas Rodrigues Gonçalves - Historiador / fotografo
_________________________
Amanda Aiara Rodrigues - fotografo
_________________________
Lusmar Bispo - Chefe do Setor e Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural
Revisão
Equipe Coordenação Instituto Eixo Cultural
PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG
11. ATA DE APROVAÇÃO DO PLANO DE INVENTÁRIO