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Sistema de Limpeza de Louça e Utensílios em Ambientes ComunitáriosTRANSCRIPT
Sustentabilidade FATEB 2012
Sistema de Limpeza de Louças e Utensílios em Ambientes Comunitários
SU
ST
EN
TA
BIL
IDA
DE
2012
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUIDesenho Industrial
Desenvolvimento de Projeto de Produto III
Orientador: Prof. Me. José Eduardo Zago
Birigui - SPJunho-2012
Marcela Raisa Marchesi de Oliveira
Sistema de Limpeza de Louça e Utensílios em Ambientes Comunitários
Desenvolvimento de projeto
de bancada de trabalho em ambiente
comunitário para lavagem de utensílios
de cozinha. Marcela Raisa Marchesi de
Oliveira. Trabalho de Conclusão do Cur-
so de Desenho Industrial - Pré banca.
FATEB Birigui SP. A preocupação com a
sustentabilidade e meio ambiente tem se
tornado cada vez mais presente no mun-
do. Os gastos com água durante pro-
cessos diários de higiene e limpeza tem
recebido mais atenção com o aumento
da preocupação ambiental. Este projeto
tem por objetivo apresentar desperdício
de água no processo de lavagem de lou-
ça doméstica, levando em consideração
o método utilizado para realização des-
te trabalho, possibilidade de reaprovei-
tamento de seus efluentes, dispensar o
uso de químicos durante o processo de
limpeza. Nota-se uma necessidade de
melhora neste setor doméstico. Além de
preocupações ambientais, a questão so-
cial é notada, onde a retomada da reali-
zação deste trabalho como era no pas-
sado, feito em grupo e em áreas comuns,
pode trazer uma ressocialização entre
pessoas que residem próximas. Trazen-
do o trabalho de lavagem de louça a uma
área comum também se reduz os gastos
de energia já que não haverá necessida-
de de grande produção de sistemas hi-
dráulicos e objetos utilizados na constru-
ção de bancadas individuais, por família.
Resumo
Figura 01 - Bacia e tábua de lavar..............................................................12
Figura 02 - Mulher lavando louça...............................................................14
Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio.......................................18
Figura 04 - Pias comunitárias antigas.........................................................19
Figura 05 - Jean Babtist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823..19
Figura 06 - Gamela......................................................................................19
Figura 07 - Prato sendo lavado...................................................................20
Figura 08 - Cuba metálica...........................................................................21
Figura 09 - Cuba cerâmica..........................................................................21
Figura 10 - Cuba granito.............................................................................22
Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo..................................................22
Figura 12 - Cuba corian .............................................................................23
Figura 13 - Cuba cimento queimado..........................................................23
Figura 14 - Sabão........................................................................................25
Figura 15 - Reação de saponificação ........................................................27
Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora.................................................29
Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora.................................................29
Figura 18 - Bucha vegetal...........................................................................30
Figura 19 - Esponja poliuretano..................................................................31
Figura 20 - Esponja poliuretano..................................................................32
Figura 21 - Esfoliação..................................................................................33
Figura 22 - Banho de areia de aves............................................................34
Lista de Figuras
Sustentabilidade 2012
Figura 23 - Banho de areia elefante............................................................34
Figura 24 - Tratamento efluentes 01...........................................................37
Figura 25 - Tratamento efluentes 02...........................................................37
Figura 26 - Tratamento efluentes 03...........................................................37
Figura 27 - Tratamento efluentes 04...........................................................38
Figura 28 - Tratamento efluentes 05...........................................................39
Figura 29 - Tratamento efluentes 06...........................................................39
Figura 30 - Josephine Cochran...................................................................40
Figura 31 - Publicidade antiga de lava-louça.............................................41
Figura 32 - Componentes lava-louça..........................................................42
Figura 33 - Biodigester Island.....................................................................44
Figura 34 - Biodigester Island.....................................................................44
Figura 35 - Superstars Ultraponioc.............................................................45
Figura 36 - Superstars Ultraponioc.............................................................45
Figura 37 - Waste Not Hat Drip Water.........................................................46
Figura 38 - Waste Not Hat Drip Water.........................................................46
Figura 39 - EcoWash...................................................................................47
Figura 40 - EcoWash...................................................................................47
Figura 41 - Everyday Solar Distiller.............................................................48
Figura 42 - Everyday Solar Distiller.............................................................48
Figura 43 - Spaghetti Scrub........................................................................49
Figura 44 - Spaghetti Scrub........................................................................49
Resumo........................................................................................................05
Lista de Figuras............................................................................................06
Introdução....................................................................................................10
História.........................................................................................................12
Objetivos......................................................................................................17
Capitulo 1 - Pesquisa....................................................................................18
1.1 Locais para lavagem de louça e sistemas utilizados................................18
1.1.1 Fontes naturais: rios, lagos, minas.......................................................18
1.1.2 Chafarizes e torneiras públicas...........................................................19
1.1.3 Pias com torneiras..............................................................................20
1.1.3.1 Cubas de metal.................................................................................21
1.1.3.2 Cubas cerâmicas.............................................................................21
1.1.3.3 Cubas de granito.............................................................................22
1.1.3.4 Aglomerado de quartzo...................................................................22
1.1.3.5 Corian..............................................................................................23
1.1.3.6 Cimento queimado..........................................................................23
1.2 Auxiliadores de limpeza.........................................................................24
1.2.1 Sabão.................................................................................................24
1.2.1.1 História do sabão.............................................................................24
1.2.1.2 Como é feito o sabão?....................................................................27
1.2.1.3 Como funciona?..............................................................................27
1.2.1.4 Reações no meio ambiente.............................................................28
1.2.2 Buchas e esponjas..............................................................................30
Sumário
Sustentabilidade 2012
1.2.2.1 Buchas vegetais..............................................................................30
1.2.2.2 Esponjas de poliuretano...................................................................31
1.2.3 Areia...................................................................................................33
1.3 Tratamento de efluentes........................................................................35
1.3.1 Opção de tratamento de efluentes domésticos.................................36
1.3.1.1 Proposta de tratamento efluentes cinza..........................................36
1.4 Lava louça.............................................................................................40
1.4.1 História da lava louça..........................................................................40
1.4.2 Funcionamento..................................................................................41
1.4.3 Prós e contras da lava louça...............................................................43
1.5 Projetos de Inspiração...........................................................................44
1.5.1 Bio Digestor Island..............................................................................44
1.5.2 Superstars Ultraponic.........................................................................45
1.5.3 Waste Not That Drip Water.................................................................46
1.5.4 EcoWash............................................................................................47
1.5.5 Everyday Solar Distiller.......................................................................48
1.5.6 Spagheti Scrub...................................................................................49
Capitulo 2 - Desenvolvimento.....................................................................50
2.1 Lista de requisitos..................................................................................50
Considerações finais...................................................................................51
Referências.................................................................................................53
Anexos.........................................................................................................55
Sustentabilidade
Dentro da realidade mundial
atual, a sustentabilidade vem tomando
cada vez mais força e presença na vida
das pessoas. Com o passar do tempo, e
a imensa irresponsabilidade humana pe-
rante seu planeta, fez com que este se
torne cada vez mais desprovido de recur-
sos naturais.
Após tanto tempo de extração,
poluição sem consciência, finalmente o
ser humano começa a sentir os efeitos
de suas atitudes e a notar que algo ne-
cessita de mudanças, para tentar manter
o que ainda resta e fazer o possível para
recuperar o que foi desgastado.
A sustentabilidade “é um de-
senvolvimento que concilia crescimento
econômico, preservação do meio am-
biente e melhora das condições sociais”
(Thouvenot T., WWF França, 2005). Tem
como proposta usufruir do planeta atual
sem comprometê-lo, deixando-o pleno
para suprir as necessidades das gera-
ções futuras.
Entretanto, atingir a plenitude
da sustentabilidade é algo ainda distante
do mundo presente, pois modificar uma
cultura desenvolvida durante séculos,
Introdução
Sustentabilidade 2012
de uma hora para outra, não é assim tão
simples. Nota-se que uma consciência
em relação a qualidade ambiental está
cada vez mais presente na sociedade,
mas ainda longe de um nível de abran-
gência desejável. Para que isto ocorra,
cada um precisa contribuir coma sua par-
te, ter consciência que não é responsabi-
lidade única e exclusiva das empresas e
indústrias cuidarem dessa questão, e sim
também de uma participação individual
como cidadão, tanto nas suas atividades
diárias domesticas, como também como
consumidores, sabendo como e quais
produtos adquirir e como utilizá-los de
acordo com sua necessidade de vida.
Dentro dessa responsabili-
dade individual, uma questão ambiental
que deve receber grande atenção é a
água. Todo ser vivo necessita dela para
sua existência, sendo para consumo ou
higiene.
A atenção deste trabalho é
voltada, principalmente à economia de
água e sua reutilização no processo de
higienização de utensílios de cozinha.
11Introdução
O cuidado com a higiene, ao contrário do que se pensa, não é algo que surgiu
com a modernidade. Essa questão vem de civilizações muito antigas.
Durante a pré-história acredita-se que como os povos precisavam viver pró-
ximos a fontes de água, aprenderam de algum modo, a importância da limpeza, mesmo
que rudimentar, como apenas para retirar o barro das mãos.
Registros arqueológicos provam a existência de sistemas de tubos de água
e esgoto existentes desde, em média, 6000 anos a/C. Segundo Landi (1993, p.1) já ha-
viam aparelhos sanitários e até sistema de aquecimento de água:
“Na Ilha de Creta, as Escavações do palácio de Cnossos mostraram a
existência de uma rede de água e esgoto já no ano de 1000 AC. Foram
encontradas evidências de aparelhos sanitários, rede de água fria, rede
de esgoto e até um sistema de aquecimento.”
História
Figura 01 - Bacia e tábua de lavar
Nesta época, entretanto, estes sistemas de esgoto e água estavam presentes
somente em residências dos mais abastados ou em alguns casos em prédios de utiliza-
ção pública, como nas casas de banho dos romanos. Portanto, os que não possuíam
esta facilidade doméstica precisavam se dirigir até fontes de água, naturais ou artificiais
(aquedutos) para poderem se utilizar da mesma, seja para consumo ou higiene.
A preparação dos alimentos e seu consumo era todo realizado dentro das re-
sidências, mas a lavagem do material utilizado nessas situações era feito à beira dessas
fontes, como os rios. As mulheres se reuniam e se encontravam a beira destes locais
para realizarem as atividades de limpeza que necessitavam de água para serem execu-
tadas.
Este sistema foi o utilizado durante muitos anos, perdurando até o século
XVIII. Até este período, as mulheres se dirigiam até o chafariz, ou torneira pública da
cidade para lavarem as roupas e louças de sua respectiva residência. Sim, a louça das
casas eram lavadas nos mesmos locais onde se lavam as roupas. O sistema utilizado
para a limpeza, tanto de uma quanto da outra, era de bacias, uma contendo água com
sabão, e outra com água limpa para enxágue. A secagem era feita ao sol.
O período de execução dessa tarefa doméstica era também uma ocasião
de encontro entra as mulheres locais onde colocavam a conversa em dia, trocavam
experiências, faziam amizades, ou seja, transformavam, com conversas e cantorias, um
momento de uma atividade cansativa e com todo potencial para ser tediosa, em algo
um pouco mais agradável.
13História
Com a revolução industrial, as
tecnologias evoluíram e o poder aquisi-
tivo da população foi melhorando aos
poucos. Nesse sentido, a introdução de
instalações de melhor qualidade de água
e esgoto residencial e a capacidade de
adquirir pias e torneiras para dentro de
suas casas, trouxeram uma melhora
significativa nas condições de higiene e
também uma mudança nos hábitos diá-
rios.
As mulheres que antes se reu-
niam em pontos específicos da cidade
diariamente, agora realizam seus afaze-
res sozinhas, cada uma dentro de sua
respectiva casa. Esse novo sistema trás
Figura 02 - Mulher lavando louça
Sustentabilidade 2012
consigo, não só o individualismo como
também um maior consumo de água, já
que agora as bacias não são mais com-
partilhadas, e a mesma quantidade de
água que outrora servira para mais de
uma família, agora é utilizada para ape-
nas uma.
A colocação de torneiras “in-
dividuais” também modificou o modo de
lavagem, ou melhor, acrescentou mais
uma opção no método de execução.
Além dos sistemas de bacias (que agora
são fixas à bancada da cozinha e rece-
bem o nome de cuba) uma para lavagem
e outra para enxágue, surgiu o método
mais comum utilizados pelos brasileiros,
onde utilizam apenas uma cuba, em que
se esfrega a louça, já pré lavada na água
corrente da torneira, com uma bucha e
sabão e enxágua-se peça a peça tam-
bém com água corrente da torneira, ge-
rando um grande gasto de água.
Este é o sistema que é co-
nhecido e utilizado até hoje, num mundo
onde o individualismo se torna cada vez
mais em evidência, chegando ao ponto
de se usar a tecnologia para manter con-
tato com alguém que está do outro lado
do mundo, mas sem se ter idéia de quem
é a pessoa que habita a casa ao lado.
“O objetivo é intensificar o uso de produtos
(por exemplo, multiplicando o número de usu-
ários de um mesmo produto) e diminuir o seu
número para reduzir o custo ambiental global
e responder aos critérios de uma economia
leve.”
KAZAZIAN T, 2009.
15História
Objetivos
Objetivos gerais
Desenvolver um projeto com
embasamento na sustentabilidade, res-
peitando o tripé social-econômico-am-
biental.
Criar uma alternativa para
economia e reaproveitamento de água
durante a limpeza de utensílios de cozi-
nha.
17Objetivos
Objetivos específicos
Produzir um produto para la-
vagem de louça comunitária, com eco-
nomia de água, tratamento do esgoto
produzido. Proporcionar limpeza dos
utensílios sem utilização de química.
1.1 Locais para lavagem
de louça e sistemas utilizados
1.1.1 Fontes naturais: rios, la-
gos, minas.
Antes das facilidades da tor-
neira e pia dentro das suas próprias co-
zinhas, ou até mesmo dos chafarizes nos
centros das cidades fornecidos pela pre-
feitura, as mulheres responsáveis pelos
serviços domésticos precisavam se loco-
mover até alguma fonte natural de água,
como rios, córregos, lagos ou nascentes
(conforme figura 03). Nesses locais reali-
zavam seus afazeres, lavando as roupas
e louças. Para a realização de tais traba-
lhos, ela contavam com poucos objetos
próprios, sendo que para lavagem da
roupa, tinham apenas bacias, uma tábua
com ranhuras, sabão (quando possível)
e a força de seus braços. Já para lou-
ça, utilizavam a própria areia do rio para
Capitulo 1 - Pesquisa
Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio
Sustentabilidade 2012
esfregar e sabão (quando possível tam-
bém).
1.1.2 Chafarizes e torneiras
públicas
Com o fornecimento de água
em torneiras públicas, não havia mais
necessidade de grandes caminhadas
em busca de água. A lavagem de roupa
era realizada ali, ainda com os mesmos
utensílios para lavagem no rio (de acordo
com figura 04). A lavagem de louça po-
deria ser realizada também naquele local
ou a água ela levada para a residência e
utilizadas gamelas de barro ou madeira
para distribuir a água para limpeza, onde
em uma se depositava a louça suja com
água e sabão e em outra água limpa para
enxágue.
Na ilustração do grande artis-
ta Jean Baptiste Debret (figura 05), que
ilustrava a vida no Brasil no período colo-
Figura 04 - Pias comunitárias antigasFonte: www.paraty.tur.br
Figura 05 - Jean Baptist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823
Figura 06 - Gamela
19Pesquisa
nial, nota-se a presença de escravos ao
fundo recolhendo água no chafariz e uma
escrava lavando roupa em uma gamela
(figura 06).
1.1.3 Pias com torneiras
Mais utilizado nos dias atuais,
as pias comuns e torneiras se tornaram
de fácil acesso e amplamente aplicadas
as residências pelo seu custo acessível
a cultura e costumes de se lavar a louça
dessa maneira.
O sistema de duas bacias (hoje
cubas) ainda é utilizado nos dias de hoje,
principalmente em países onde a água é
mais escassa como na França. Enche-se
as duas cubas de água, deixando uma
limpa e a outra com sabão onde é co-
locada a louça. Nesta cuba com sabão
as louças são esfregadas e depois são
enxaguadas na cuba com água limpa (Si-
queira, 2010). Em uma lavagem de louça
de uma família pequena, a quantidade de
água gasta neste sistema é muito menor
em comparação ao método abaixo.
O outro modo é o mais apli-
cado no Brasil, onde se pré-lava a louça
com água corrente, esfrega-se a louça
com detergente e bucha e logo após,
se enxágua em água corrente peça por
peça. Este é o sistema de lavagem que
mais utiliza água, cera de 80% a mais do
que a lavagem com bacias.
As cubas são geralmente em
metal, mas também são encontradas em
cerâmica, em granito, aglomerado de
quartzo, corian ou até mesmo cimento
queimado.
Figura 07 - Prato sendo lavado
Sustentabilidade 2012
1.1.3.1 Cubas de metal
As cubas metálicas, mais es-
pecificamente de inox, são amplamente
encontradas tanto pelo seu custo mais
acessível quanto pelo costume de se uti-
lizar este material. É um material durável,
de fácil limpeza e que passa sensação de
higiene e que, ao final de sua vida útil po-
dem ser recicladas.
1.1.3.2 Cubas cerâmicas
Com valor mais elevado e cul-
turalmente mais empregadas em banhei-
ros, são raramente vistas em cozinhas,
entretanto suas qualidades de higiene
são tão boas quanto as dos metais. Pos-
suem grande durabilidade entretanto não
são recicláveis.
Figura 08 - Cuba metálica Figura 09 - Cuba cerâmica
21Pesquisa
1.1.3.3 Cubas de granito
O granito é comumente mais
visto aplicado no tampo das bancadas
onde são aplicadas cubas de inox, entre-
tanto também existem cubas do material,
embora sejam mais aplicadas para ba-
nheiros, também são encontradas em co-
zinhas.
1.1.3.4 Aglomerado de quartzo
Assim como nas cubas de gra-
nito, elas são compostas juntamente com
a bancada, conformadas como uma peça
única, sem junções aparentes. Ainda é
pouco utilizado pelo seu preço alto, entre-
tanto possui ótimas características citadas
a seguir.
Segundo um fabricante de
aglomerado de quartzo, o Silestone, este
material é composto por 94% de quartzo
natural. Tem como qualidades resistência
Figura 10 - Cuba granito
Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo
Sustentabilidade 2012
a manchas, impactos e riscos, variedade
de cores e versatilidade de utilização.
1.1.3.5 Corian
É um material novo, fabricado
pela DuPont, que pode ser usado para
várias finalidades tanto exterior como in-
terior. Como no material anterior, também
possui junções praticamente impercep-
tíveis e as cubas e bancadas são mol-
dadas em uma peça única. Dentre suas
variadas características citadas pelo
fabricante, a trabalhabilidade e a resis-
tência são as principais, além da grande
preocupação com o meio ambiente na
sua produção.
1.1.3.6 Cimento queimado
Uma alternativa cubas e ban-
cadas na peça é de cimento queimado.
Também é pouco encontrada nas resi-
dências atualmente, mas interessante
por ser um material de fácil limpeza e im-
permeável, de acordo com Decoração e
Estilo.
Figura 12 - Cuba corian
Figura 13 - Cuba cimento queimado
23Pesquisa
1.2.1 Sabão
1.2.1.1 História do sabão
Uma das produções mais anti-
gas, a do sabão, foi registrada pelo histo-
riador romano Plinio, o Velho (23-79 d.C).
Entretanto acredita-se, por especulação,
que a produção do sabão vem da pré-
-história, por ser um produto natural e de
fácil obtenção.
Acredita-se que os homens
pré-históricos observavam que em locais
onde fizeram fogueiras para assarem
carnes, após chuvas fortes, apareciam
espuma. Devem ter observado também
que quando colocavam água em potes
que haviam sido utilizados para cozinhar
carne, uma espuma semelhante apare-
cia e esses potes ficavam mais limpos e
suas mãos que esfregavam o pote tam-
bém saiam menos sujas do que o normal.
Os primeiros registros sobre a
produção do sabão datam de 2800 a.C,
em escavações na Babilônia, onde foram
encontrados inscrições próximas a po-
tes de barros, que diziam sobre o ato de
ferver gordura animal com cinzas. Entre-
tanto esse material ainda não era usado
como produto de limpeza, era emprega-
do como pomada para penteados artís-
ticos ou passado como curativo em feri-
mentos. Suas características de higiene
ainda não eram conhecidas. (Reis, s.d.).
Embora os egípcios já tives-
sem conhecimento do sabão, ele não é
citado nos registrados banhos de Cleó-
patra. Estes ainda o utilizavam para fins
medicinais e ainda não conheciam seu
poder de higienização. Na Grécia tam-
1.2 Auxiliadores de limpeza
Sustentabilidade 2012
bém tinham conhecimento
de sua produção, mas tam-
bém o utilizavam para ou-
tros fins que não banhos.
O sabão conti-
nua sendo encontrado em
diversas civilizações an-
tigas, entretanto pratica-
mente em todas, os regis-
tros do mesmo eram para
fins médicos.
Ainda segundo
Reis, com o passar dos
anos o conhecimento da
fabricação do sabão e suas
utilidades foram se espa-
lhando e evoluindo. A Apli-
cação de ervas e especia-
Figura 14 - Sabão
25Pesquisa
rias ao sabão para melhorar a fragrância
foram realizadas, assim como a substitui-
ção da banha por óleo de oliva, que dava
ao produto uma maior qualidade, mas o
reconhecimento de suas qualidades para
banhos ainda era mínima. Entretanto no
final do século XVIII os banhos com sa-
bão passaram a ser reconhecidos pelos
médicos como algo mágico, onde a água
bem utilizada poderia curar diversas in-
fecções. O caráter medicinal ainda era
mantido porém agora o sabão era aplica-
do durante os banhos e não mais sepa-
radamente como remédio.
Segundo Reis, os sabões uti-
lizados atualmente não são mais como
os descobertos antigamente. Os de hoje
recebem grande quantidades de deriva-
dos do petróleo em sua composição ou
passam por complexas transformações
industriais:
“Actualmente,
a maioria de produtos que
existem no mercado não
são verdadeiros sabões,
mas sim detergentes cria-
dos a partir de materiais
derivados do petróleo.
Outros tipo de sabões
contêm ingredientes
encontrados na natureza,
mas que são radicalmente
transformados por proces-
sos industriais complexos.
O sabão daqui resultante
tem poucas semelhanças
com o sabão fabricado
através dos tempos.”
Sustentabilidade 2012
1.2.1.2 Como é feito o sabão?
O sabão é formado através de
uma reação de hidrólise básica de óleos
e gorduras. Desta reação química serão
produzidos glicerol e sair de ácidos gra-
xos. Estes sais são o que se chama de
sabão.
Segundo Canto e Peruzzo
(2007), esquentando uma gordura com
uma base, tem-se a produção do sabão
que é denominada saponificação.
1.2.1.3 Como funciona?
Para a lavagem da louça por
exemplo, a água por si só não consegue
retirar toda a sujeira, como gotículas de
óleo. Isto ocorre pois as moléculas da
água são polares e as d óleo são apo-
lares. O sabão se mostra importante na
limpeza pois consegue interagir tanto
com moléculas polares como apolares
(Canto e Peruzzo, 2007).
Durante o processo de lava-
gem de um prato com óleo, por exemplo,
formam-se gotículas de óleo microscópi-
cas envolvidas por moléculas de sabão.
Essas moléculas possuem extremidades
diferentes, sendo uma apolar (que inte-
ragem com o sabão) e outra polar (que
combina com a água). Quando se usa
a água para enxaguar a louça, a parte
externa das moléculas que estão circun-
dando a gotícula de óleo, interagem com
a água facilitando, assim, a dispersão
dessas na água.
Figura 15- Reação de saponificaçãoFonte: Canto e Peruzzo, 2003
27Pesquisa
Nem todas as cidades pos-
suem um tratamento de esgoto adequa-
do, despejando diariamente o esgoto de
toda a população diretamente nos rios.
Dentre tantas as coisas presentes nos
esgotos, uma delas é o sabão, utilizado
em larga escala todos os pelas pessoas
em suas residências, em locais comer-
ciais e públicos.
A movimentação natural da
água na presença do sabão forma espu-
ma na superfície. Essa espuma impede
a entrada de oxigênio na água, essencial
para a vida dos peixes. Outro proble-
ma causado pela espuma afeta as aves
aquáticas que quando pousam em águas
poluídas, acabam tendo a sua proteção
oleosa natural das penas afetada lhes
trazendo sérios problemas (Canto e Pe-
ruzzo, 2007).
Os sabões são fabricados a
partir de substâncias presentes na na-
tureza viva (óleos e gorduras, portanto
existem muitos microrganismos capazes
de decompô-lo naturalmente. Entretanto
os detergentes sintéticos, provenientes
do petróleo, que são os mais utilizados
nos dias atuais não são, em sua maioria,
biodegradáveis embora a legislação atu-
al exija que os sejam.
Existem locais onde a “[...]
água é rica em íons Ca2+ e/ ou Mg@+.
Esse tipo de água é chamada de água
dura.”(Canto e Peruzzo, 2007). Neste tipo
de água os sabões normais não atuam
satisfatoriamente e para que ele propor-
cione a limpeza desejada os fabricantes
adicionam uma substância chamada de
agente sequestrante que tem como fun-
ção precipitar os íons Ca2+ e Mg2+.
Um problema causada por
esse precipitante é que estes são alimen-
to para algas e quando começam a des-
cer, favorecem a proliferação das mes-
1.2.1.4 Reações no Meio Ambiente
Sustentabilidade 2012
mas. Com a proliferação
das algas mais próximas da
superfície, ocorre um impe-
dimento da entrada de raios
solares para as que vivem
mais ao fundo dos rios e
lagos. Já que as algas do
fundo não consegue fazer
fotossíntese, morrem e en-
tram em putrefação. O apo-
drecimento consome oxi-
gênio da água que acarreta
na morte dos peixes que ali
habitam.
Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora
Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora
29Pesquisa
1.2.2 Buchas e esponjas
1.2.2.1 Buchas Vegetais
Com o nome científico Luffa
cyllindrica (L.) Roem, mas mais comu-
mente chamada de bucha vegetal, esta
vem voltando ao mercado graças as suas
características e uma atual preocupação
ambiental. Esta planta tem origem asiá-
tica, embora tenha se adaptado normal-
mente as terras brasileiras. É uma trepa-
deira da família Cucurbitaceae, da qual
também pertencem as abóboras, os me-
lões e os pepinos.
Possui varias características
favoráveis. Pode ser utilizada para lavar
louça e também é recomendada para
o banho pois faz bem para a pele. Ou-
tra qualidade é a higienização fácil, pois
sempre que se achar necessário pode
ser fervida para esterilização quantas ve-
zes for necessário.
Por ser natural, é absorvida
rapidamente pela
natureza quando
sua vida útil che-
ga ao fim. Outra
questão sustentá-
vel desta é que fa-
vorece os peque-
nos produtores já
que possui fácil
Figura 18 - Bucha vegetal
cultivo e pode ser produzida facilmente
para venda, não necessitando grandes
gastos para sua produção.
Além de suas características
bem favoráveis para uso na limpeza, sua
fibra também pode ser utilizada para fa-
zer estofamento de bancos, fabricação
de chinelos, cestas, chapéus, bolsas,
palmilhas de sapatos, entre outros.
1.2.2.2 Esponjas de Poliureta-
no
Estas esponjas, muito utiliza-
das na limpeza doméstica, como na lava-
gem de louça, limpeza e bancada e etc.,
são compostas de um tipo de poliéter, a
espuma flexível.
A espuma flexível é o tipo de
poliéter mais utilizado justamente por ser
o mais fácil de ser processado. É um ma-
terial poroso, flexível e elástico.
O poliuretano começou a ser
desenvolvido em experimentos labora-
toriais nos anos de 1849. Entretanto, em
1937, na alemanha, o Dr. Otto Bayer deu
início a indústria de poliuretano (Pires.
s.d.)).
Com o passar do tempo novas
técnicas e combinações químicas per-
mitiram uma evolução na produção de
espumas flexíveis. Com estas melhorias
e facilidades de fabricação, a espuma
Figura 19 - Esponja poliuretano
31Pesquisa
flexível ganhou o mercado com diversos
produtos com oficinas mais diversifica-
das possíveis que vão da proteção para
transporte, colchões, isoladores acústi-
cos até esponjas para limpeza.
A espuma flexível como es-
ponja de cozinha está constantemente
presente nas residências atualmente.
Imaginando a presença de uma esponja
por família, sendo trocada semanalmen-
te, tem-se idéia da quantidade necessá-
ria desse material para suprir esta neces-
sidade, isto sem levar em consideração
as outras inúmeras aplicações deste ma-
terial.
É um material derivado do pe-
tróleo, com decomposição que leva em
média 150 anos, portanto considerado
altamente poluente. Embora sua reci-
clagem seja possível, o conhecimento e
execução desta tarefa é muito pouco re-
alizada. Na maioria das vezes, é descar-
Figura 20 - Esponja poliuretano
Sustentabilidade 2012
tado no lixo comum, e devido sua carac-
terística de porosidade, apesar de leve,
ocupa muito espaço nos aterros e lixões,
ajudando a enchê-los mais rapidamente
do que se deveria.
1.2.3 Areia
A areia é conhecidamente um
poderoso abrasivo, uma prova disso são
as maquinas de jato de areia utilizada
para limpeza pesada. Entretanto, o co-
nhecimento do poder de limpeza deste
produto tem registros de povos antigos,
sendo utilizada antes mesmo da inven-
ção do sabão e de seu poder de higieni-
zação.
Segundo Reis(s.d.), os egíp-
cios ao tomarem banhos, utilizavam óle-
os essenciais, leite de égua e areia como
abrasivo. Já na Grécia, utilizavam blocos
de barro, areia, pedra pomes, e para fi-
nalizar aplicavam óleos na pele para se
misturar com a areia e assim, essa mis-
tura era raspada da com instrumentos de
metais. Hoje, a esfoliação, não necessa-
riamente com areia, mas com materiais
de textura semelhante, é uma prática co-
mum e bastante utilizada. Figura 21 - Esfoliação
33Pesquisa
Outro fato que demonstra o
valor da areia para a higiene é a própria
natureza. Diversos animas tomam banho
de areia para se limparem mesmo tendo
banhos de água em sua rotina também.
Aves a utilizam para retirar parasitas de
sua plumagem e mantê-las brilhantes.
Mais um exemplo de animal que se utiliza
desses banhos é o elefante. Este se ba-
nha com areia também para retirada de
parasitas de sua pele e a mantém ali para
protegê-lo contra o sol.
Além dos banhos, a areia tam-
bém era utilizada na lavagem das louças.
Antigamente as mulheres quando iam
para a beira dos rios para lavar roupa,
levavam consigo também os utensílios
de cozinha para serem limpos no mesmo
local.
Como não havia sabão ou o
mesmo era escasso, as mulheres utili-
zavam cinzas provenientes dos fogões e
Figura 22 - Banho de areia de aves
Figura 23 - Banho de areia elefante
Sustentabilidade 2012
areia, facilmente encontradas nos leitos
dos rios para lavar e lustrar a louça. Essa
opção de lavagem, além de eficaz tam-
bém não poluía as águas já que não se
utilizava de nenhuma química.
O tratamento do esgoto tem extrema importância para a manutenção do
meio ambiente. A falta desta atitude acarreta em inúmeros problemas sócio-ambientais.
Lançar esgoto in natura nos recursos hídricos resulta em impactos significa-
tivos na vida aquática. Ao entrar em contato com o sistema hídrico, a matéria orgânica
presente nos dejetos causa uma grande proliferação de bactérias aeróbicas, que con-
somem grande quantidade de oxigênio dissolvido na água, reduzindo drasticamente
sua quantidade ou até mesmo eliminando-o, causando a morte de toda vida aeróbica
presente ali (Pimenta at. al., 2002).
Além dos problemas citados acima, tem-se também a disseminação de do-
enças através do consumo da água contaminada, de plantas irrigadas com a mesma ou
de animais que beberam desta água.
São conhecidos inúmeros métodos de tratamento de esgoto que podem ser
aplicados pelos municípios, entretanto, segundo Araújo (2005), apenas 16% do esgoto
brasileiro é tratado antes de ser despejado nos rios e mares do país.
De acordo com Mendonça e Cebalos (1990¹ apud Pimenta at. al. 2002, pag
01), “o esgoto doméstico ou efluente sanitário contém cerca de 99,9% de água e 0,1%
de sólidos orgânicos e inorgânicos”. Com base nesses dados, nota-se o desperdício
de água que ocorre diariamente. Toda essa água poderia ser reaproveitada para fins
domésticos que não necessitam de água potável, como regar plantas, lavar calçadas
e carros, entre outros. Para que se possa reutilizar esta água, antes, obviamente, pre-
cisa-se de um prévio tratamento. Existem possibilidades de tratamento de esgoto que
podem ser realizados em casa ou em pequenos condomínios, sem a necessidade de
serem enviados para a estação de tratamento municipal.
1.3 Tratamento de Efluentes
1-MENDONÇA, Sergio Rolim & CEBALOS, Beatriz Susana de O. Lagoa de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos. João Pessoa, S. Rolim Mendonça., 1990.
35Pesquisa
1.3.1 Opção de Tratamento de
Efluentes Domésticos
O esgoto doméstico é dividido
em dois, efluente cinza, que engloba os
resíduos do lavatório, chuveiro, pia de
cozinha, tanque e de máquina de lavar
roupa e o efluente negro, que são resí-
duos de vasos sanitários. O tratamento
a ser explicados abaixo é exemplo que
tem por finalidade reutilizar a água para
fins que não necessitem de água potável.
A proposta abaixo pertence a
Karin Zan Huke (2010).
1.3.1.1 Proposta de Tratamen-
to Efluente Cinza
Os materiais indicados para a
fabricação são: pedrisco, brita, casca de
arroz, solo, areia, lona plástica, plantas
(papiro, lírio ou juta), canos pvc e 5 Re-
servatórios de água. Cada reservatório
deve ser calculado para suprir o abaste-
cimento de 3 m2 por pessoa, podendo
ser de cimento impermeabilizado ou cai-
xas d’água industrializadas.
Método de produção:
1. A primeira coisa a fazer é
separar o esgoto cinza do esgoto negro
da residência. O esgoto negro, ou seja, o
proveniente dos vasos sanitários possui
muitos coliformes fecais e não existe um
tratamento eficaz destas água.
2. Já separados, o esgoto cin-
za ser enviado para um primeiro reserva-
tório posicionado abaixo do nível do solo
da residência, e neste ocorrerá a separa-
ção da água e do óleo.
O escape será colocado na
parte de baixo do tanque, onde a água
escoará e o óleo ficará flutuando na su-
perfície. Deve-se manter uma tampa no
Sustentabilidade 2012
4. O tanque ilustrado abaixo é
o de filtragem mineral anaeróbio. As pe-
dras irão alcalinizar a água e reter resídu-
os sólidos. Este ambiente com ausência
de ar acabará com microrganismos ae-
róbicos. A saída de água deste segue o
mesmo padrão do primeiro tanque como
mostrado a seguir.
A manutenção deste tanque
deve ser realizada uma vez ao ano com
um jato d’água de grande pressão.3. A saída de água do primeiro
reservatório deve ser na parte de baixo,
entretanto a entrada dessa água no pró-
ximo reservatório deve ser pela parte su-
perior, como na figura a seguir.
Figura 24 - Tratamento efluentes 01Fonte: Huke, 2010
Figura 25 - Tratamento efluentes 02Fonte: Huke, 2010
Figura 26 - Tratamento efluentes 03Fonte: Huke, 2010
37Pesquisa
reservatório para a retirada periódica do
óleo através de baldes.
5. O reservatório seguinte é chamado “tanque vivo”, e é composto da seguin-
te forma:
• britas no fundo (15% da capacidade do tanque)
• solo misturado e casca de Arroz no centro ( cerca de 60% da capacidade
do tanque,
• casca de arroz na camada superior ( cerca de 15% da capacidade do tan-
que) onde deverão ser plantadas uma das espécies das plantas citadas.
Estas plantas possuem raizes profundas e grande capacidade de absorção
de resíduos.
A manutenção deste é realizada uma vez ao ano com a troca total de seu
conteúdo.
6. No solo, faça um buraco com 2 x 1,5 metros e 0,5 metros de profundidade.
Este deve ser coberto com uma lona e as laterais presas com areia e brita, formado um
pequeno lago.
No fundo deste, deposite 3 cm de areia e 3 cm de pedriscos ou pedras orna-
Figura27 - Tratamento efluentes 04Fonte: Huke, 2010
Sustentabilidade 2012
mentais. Neste preparado, coloque plantas aquáticas e deposite aguapés na superfície.
A função desta parte do sistema é a filtragem da água realizada pelas plantas
e matar os microrganismos que não resistem a presença de oxigênio.
7. Coloque um escape com filtro de tela na borda do lago, conforme figura
abaixo:
08. Repita o tanque com anaeróbico com britas e logo em seguida acople o
próximo tanque que se trata apenas de um reservatório para a água já tratada.
Na saí da deste ultimo tanque, se instala uma bomba a qual direciona esta
água para suprir descargas de banheiros, mangueiras de jardim, ou seja, toda saída de
água que não seja direcionada ao consumo ou higiene pessoal.
Figura 28 - Tratamento efluentes 05Fonte: Huke, 2010
Figura 29 - Tratamento efluentes 06Fonte: Huke, 2010
39Pesquisa
1.4 Lava-louça
1.4.1 História da Lava Louça
A primeira lava louça, apesar
de rudimentar, foi registrada em 1850 por
Joel Houghton. Se tratava de uma estru-
tura de madeira que esguichava água na
louça suja. Entretanto a idéia não foi bem
aceita e acabou não sendo produzida em
série.
Após 30 anos, em 1880, uma
mulher, chamada Josephine Cochran,
após ver sua louça quebrada por seus
funcionários, decidiu construir uma má-
quina que fizesse o trabalho. Cumprindo
o prometido, ela consegue desenvolver
a tal máquina e a patenteia no ano de
1886. Mesmo com a praticidade que pro-
porcionava, apenas hotéis e restaurantes
apresentaram interesse no produto.
Apenas na década de 50 é
que o invento de Josephine ganhou ver-
dadeiro espaço no mercado e passou a
ser vendido em larga escala. As propa-
gandas da época enfatizavam o apro-
veitamento do tempo que esta oferecia,
dizendo que o tempo antes dedicado a
lavar a louça, agora poderia ser ocupado
com a família, dando atenção ao marido
e aos filhos.
Desde então esta máquina
vem evoluindo, tomando novas formas e
tecnologias até como é conhecida atual-
mente.Figura 30 - Josephine Cochran
Sustentabilidade 2012
1.4.2 Funcionamento
Como próprio nome diz, a ma-
quina de lavar louças tem como função
limpar automaticamente utensílios de
cozinha. O usuário só precisa colocar o
que deseja que seja lavado no seu inte-
rior, adicione detergente adequado nos
compartimentos aos quais é determina-
do e programar o ciclo de lavagem que
deseja. Ao final do ciclo, as louças esta-
rão prontas para serem utilizadas nova-
mente.
Seu funcionamento, de uma
forma geral é a seguinte: um reservatório
inferior se enche de água, ali os sistemas
de aquecimento aquecem a água até
uma faixa de 55ºC a 60ºC. Em seguida,
uma bomba impulsiona água para os ja-
tos, que direcionam estas para a louça.
Um sistema tecnológico abre automati-
camente o compartimento de detergente
no momento correto da lavagem (GRA-
BIANOWSKI).
Figura 31 - Publicidade antiga de lava louça
41Pesquisa
1.4.1.2 Principais Componentes
Mecanismo de controle:
Este componente fica locali-
zado na parte interna da porta, atrás do
painel de controle. è ele quem controla o
funcionamento da maquina como o tem-
po de lavagem, momento de abertura do
compartimento de sabão, drenagem, en-
tre outras. Pode ser um sistema eletro-
-mecânico simples ou computadorizado
(GRABIANOWSKI).
Válvula de admissão :
É por onde a água tem acesso
à maquina. A própria pressão da rede de
água faz com que ela encha o reservató-
rio, não precisando de bomba para isso.
Bomba:
Este componente é acionado
por um motor elétrico, tem como função
empurrar a água para suportes dos ja-
Figura 32 - Componentes lava-louça
Sustentabilidade 2012
tos. Durante o ciclo de drenagem, é esta
mesma bomba que direciona a água para
mangueira de drenagem.
Um motor elétrico a aciona,
e durante o ciclo de bombeamento, a
bomba força a água para os suportes
dos jatos. Durante o ciclo de drenagem,
ela direciona a água para a mangueira de
drenagem. O conjunto da bomba do mo-
tor é instalado abaixo do reservatório, no
centro da máquina de lavar louças.
1.4.3 Prós e Contras da Lava Louça
Prós
• De acordo com a Sabesp, uma má-
quina de lavar louça, quando utiliza-
da em sua capacidade máxima, uti-
liza cerca de 60% menos de água
do que lavagem manual;
• O tempo livre ganho em relação ao
que se gastaria lavando a louça ma-
nualmente;
• A higienização é superior;
Contras
• Além de muito caro, os detergen-
tes utilizados para este sistema são
mais prejudiciais a natureza;
• Necessita de energia elétrica para
funcionamento;
43Pesquisa
1.5 Projetos de Inspiração
1.5.1 Bio Digester Island
Designer: Philips Design
É uma maquina cíclica biológi-
ca onde os efluentes são filtrados, pro-
cessados e reutilizados para novos fins
onde não se necessite de água potável.
Figura 33 - Bio Diegester Island, vista superior
Figura 34 - Bio Diegester Island, vista frontal
Sustentabilidade 2012
1.5.2 Superstars Ultraponic
Designer: FALTAZI
Se trata de uma bancada de
cozinha que reaproveita 100% de seus
resíduos, de líquidos a sólidos.
Figura 35 - Superstars Ultraponic, vista interna
Figura 36 - Superstars Ultraponic, perspectiva
45Pesquisa
1.5.3 Waste Not That Drip Water
Designer: Erdem Selek
Uma solução prática para evitar o
desperdício da água de gotejmento de pratos
recém lavados.
Figura 37 - Waste Not I hat Drip Water
Figura 38 - Waste Not I hat Drip Water, modo de utlização
Sustentabilidade 2012
1.5.4 EcoWash
Designer: David Stockton
Desenvolvida para um concur-
so da Electrolux, é uma lava-louça para
camping, onde se coloca manualmente a
água e sabão líquido no seu interior. Tem
uma manivela para girar a louça e a água
no seu interior, realizando a limpeza.
A água utilizada também é
esvaziada manualmente através de uma
abertura na parte de baixo da mesma.
Figura 39 - EcoWash, com tampa aberta
Figura 40 - EcoWash, componentes
47Pesquisa
1.5.5 Everyday Solar Distiller
Designer: Gabriele Diamanti
Pensado para ajudar famílias
que vivem em localidades distantes, onde
não há água tratada. Este produto foi de-
senvolvido para destilar água tornando-a
própria para consumo, utilizando energia
solar como base do processo, podendo
tratar até 5 litros de água por dia. Figura 41 - Everyday Solar Distiller, vista interna
Figura 42 - Everyday Solar Distiller, utilização
Sustentabilidade 2012
1.5.6 Spaghetti Scrub
Designer: Goodbye Detergent!
Uma esponja para lavar louça
e bancadas, produzida a base de espi-
ga de milho e sementes de pêssego, que
não precisa de detergente para realizar a
limpeza.Figura 43 - Spaghetti Scrub, utilização
Figura 44 - Spaghetti Scrub
49Pesquisa
2.1 Lista de requisitos
• Reaproveitar água
• Economizar água
• Ser durável
• Não utilizar motor
• Não utilizar energia elétrica
• Ser composto de material natural, possível decomposição
biodegradável
• Não poluir água, ar e terra
• Efetue limpeza de utensílios domésticos
• Não utilize químicos no processo de limpeza
• Possua sistema de tratamento de água
• Facilite o trabalho de limpeza
• Estimule convivência social
• Resgate a coletividade existente na maneira de lavar de an-
tigamente
• Aproveitar efluentes tratados para manter pequena horta
comunitária
• Aproveitar lixo orgânico resultante da cozinha
Capitulo 2 - Desenvolvimento
Sustentabilidade 2012
2.1 Lista de requisitos
• Reaproveitar água
• Economizar água
• Ser durável
• Não utilizar motor
• Não utilizar energia elétrica
• Ser composto de material natural, possível decomposição
biodegradável
• Não poluir água, ar e terra
• Efetue limpeza de utensílios domésticos
• Não utilize químicos no processo de limpeza
• Possua sistema de tratamento de água
• Facilite o trabalho de limpeza
• Estimule convivência social
• Resgate a coletividade existente na maneira de lavar de an-
tigamente
• Aproveitar efluentes tratados para manter pequena horta
comunitária
• Aproveitar lixo orgânico resultante da cozinha
Considerações finais
Os dados reunidos neste tra-
balho mostram uma necessidade de me-
lhoramento no atual modo utilizado para
a lavagem de louça. Aponta para algumas
possibilidades de solução para o proble-
ma, se baseando em métodos antigos de
limpeza dos utensílios domésticos e até
mesmo nos modos de higiene pessoal de
civilizações antigas.
Demonstra problemas causa-
dos pelas químicas dos auxiliadores de
limpeza como sabões e detergentes, es-
ponjas de origem petroquímica, deixan-
do a questão de haver a necessidade da
melhoria destes pontos.
Propõe ser um embasamento
para o desenvolvimento de um projeto
que solucione questões de economia de
água, tratamento de efluentes de cozi-
nha, retomada de bons hábitos antigos
deixados de lado com a chegadas da
revolução industrial e juntamente con-
sigo uma possibilidade de automação
de diversos trabalhos domésticos. Isso
sempre com base em preocupações
sustentáveis, pensando em trazer melhor
qualidade de vida para quem o utilizar e
sem agredir o meio ambiente.
51Considerações finais
Referências
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• THACKARA, J. Plano B - O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo
Complexo. SP: Editora Saraiva, SP: 2008. 299p.
• TODO o Charme do Cimento. Decoração e Estilo, (s.d.) Disponível em: < http://
morardoseujeito.terra.com.br/decoracao-e-estilo/todo-o-charme-do-cimento/>
Acessado em: 17 de junho de 2012.
Sobre o material Corian:
http://www2.dupont.com/Surfaces_LA/pt_BR/index.html
Sobre o material Silestone:
http://www.silestone.com/br/
Sobre projetos de design:
http://www.yankodesign.com/
Sustentabilidade 2012
Anexos
ANEXO A - Catálogo Silestone, p. 1-2.
ANEXO B - Catálogo Corian, p. 6-11
ANEXO C - Catálogo Tramontina, p. 8-9 e 166-167
55Considerações finais
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C