pouso da poesia - companhia profissional de teatro ... · vem de viagem com a língua portuguesa,...
TRANSCRIPT
Pouso da Poesiauma viagem pela poesia portuguesa
27 / Pimpões / 21h3024 / ETEO/ 11h30 e 16h0014 / CCR da Serra do Bouro / 17h
11 / ACDR Arneirense / 21h 30
13 / ARECO do Coto / 21h3012 / Igreja do Espírito Santo / 21h30
ABRIL
Margarida Araújo / design gráfico.António Anunciação / operação técnica.Nuno Machado / leitura, viola baixo e percussões. José Carlos Faria / leitura, guitarra e bandolim.
Siga-nos no [email protected] 823 302 | 966 186 871
organizaçãocompanhia financiada por
Nesta viagem, a entrada é livre. A Poesia também!
POUSO DA POESIA
A Poesia pousa hoje aqui.
Vem de viagem com a língua portuguesa, num roteiro desde o século XIII (com as Cantigas de Amigo, Escárnio e Mal-Dizer, em que trovadores e jograis, ao libertarem-se do latim cultista imposto pela Igreja, consagraram o linguajar do vulgo), passando pelos poetas do Cancioneiro Geral, e por aí fora, até aos nossos dias.
A Poesia, elemento e factor sensível da Cultura dos Povos, no princípio contava histórias, narrava lendas e sagas, era para ser dita, falada e ouvida em grupo, para ser cantada em festa transmitindo alegria, acompanhada por instrumentos musicais (e daí termos escolhido trazer alguns temas do Zeca Afonso, compostos a partir da voz dos poetas).
Só mais tarde é que ela se viria a fixar no acto isolado da leitura, seja como for sempre tornando vivas as inúmeras riquezas da palavra, franca, comunicativa e luminosa, descobrindo os seus tesouros, revelando a cor dos sonhos ocultos e anseios profundos, criticando costumes e poderes (mas, por vezes, submissa, servindo-os), denunciando o Horror, porém deslumbrando-se também com a beleza das coisas simples e naturais do quotidiano, inventando novas maneiras de contar o Amor, essencial ao humano, por tudo o que o rodeia – o Outro, o Próximo, a Vida, a Natureza e os animais, o Mundo…
Hoje, aqui, queremos devolver a Poesia ao seu primordial e fraterno carácter comunitário, em assembleia.
- À PROA*
(os temas assinalados com * são interpretados com música de José Afonso)
- BAILIA* – Airas Nunes de Santiago (1230/1293)
- CANTIGA DE ESCÁRNIO E MAL-DIZER – Martim Soares (século XIII)
- A UM FIDALGO QUE BEIJOU UMA DAMA – Fernão da Silveira e D. Rodrigo
de Castro (séc. XV)
- À BARGUILHA DE D. GOTERRE… - Anrique d'Almeida e Fernão da Silveira
(século XV)
- ESTRANGEIROS PARTISTANDO – Álvaro de Brito Pestana (1432/1500)
- VERDES SÃO OS CAMPOS* – Luís de Camões (c. 1524/1580)
- REDONDILLHA – D. Tomás de Noronha (15..?/1651)
- SONETO – Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765/1805)
- CHAVES NA MÃO, MELENA DESGRENHADA – Nicolau Tolentino
(1740/1811)
- DESASTRE – Cesário Verde (1855/1866)
- NO PAÍS DOS SACANAS – Jorge de Sena (1918/1978)
- AS PESSOAS SENSÍVEIS – Sophia de Mello Breyner (1919/2004)
- DISCURSO SOBRE O FILHO-DA-PUTA – Alberto Pimenta (n. 1937)
- RECUSA – Miguel Torga (1907/1995)
- AS GRANDES INSUBMISSÕES – Ruy Belo (1933/1978)
- MONÓLOGO E EXPLICAÇÃO – Fernando Assis Pacheco (1935/1995)
- MENINA DOS OLHOS TRISTES* - Reinaldo Ferreira (1922/1959)
- URGENTEMENTE – Eugénio de Andrade (1923/2005)
- ISSILVA – Alexandre O'Neill (1924/1986)
- OS PASSARINHOS – Afonso Lopes Vieira (1878/1946)
OS POBREZINHOS – Armindo Mendes de Carvalho (1927/1988)
- COLAGEM/ESTÁTUA – Carlos de Oliveira (1921/1981)
- SOBRE UM POEMA – Herberto Hélder (1930/2015)
- ENQUANTO – António Gedeão (1906/1993)
- A DEFESA DO POETA – Natália Correia (1923/1993)
- ERA UM REDONDO VOCÁBULO* - José Afonso (1929/1987)
- POEMA XLVI – José Gomes Ferreira (1900/1985)
- CORO DOS CORNUDOS – Luiz Pacheco (1925/2008)
- NO COMBOIO DESCENDENTE* – Fernando Pessoa (1888/1935)
- REABASTECIMENTO – Mário Cesariny de Vasconcelos (1923/2003)
- FIM DE POEMA – Sebastião Alba (1940/2000)
- FIM – Mário de Sá-Carneiro (1890/1916)
- MATARAM A TUNA – Manuel da Fonseca (1911/1993)