posto de trabalho voltado para estudantes e profissionais da Área de design
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Trabalho de Conclusão de CursoTRANSCRIPT
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN GRÁFICO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
POSTO DE TRABALHO VOLTADO PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA ÁREA DE DESIGN
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Design de Produto como requisito à obtenção do título de bacharel em Design de Produto. Aluno: Matheus Moraes Amorim Pereira Orientador: Professor Mestre Moacyr Ennes Amorim
VOLTA REDONDA 2011
FOLHA DE APROVAÇÃO
Matheus Moraes Amorim Pereira
POSTO DE TRABALHO VOLTADO PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA ÁREA DE DESIGN
Orientador: PROFESSOR MESTRE MOACYR ENNES AMORIM
Banca Examinadora:
____________________________________________ Professor Mestre Moacyr Ennes Amorim
____________________________________________ Professor Mestre
____________________________________________ Professor Mestre
A minha família, namorada, amigos e professores por toda a força e conhecimentos compartilhados.
A todos que tornaram possível a minha jornada acadêmica.
RESUMO
Para atender a um determinado nicho de mercado, foi criado um posto de
trabalho específico para estudantes e profissionais da área de Design.
O público para este produto é grande e continua crescendo a cada dia. É
um público que tem necessidades muito específicas, visto que desempenham
diversas atividades até chegar a um resultado em seu trabalho.
Foi adotada uma série de pesquisas centradas no usuário, para que
houvesse um maior entendimento das necessidades de seu público, e assim o
produto conseguisse atingir melhor as expectativas de seu público.
Palavras chave: posto de trabalho, design, produto, mobiliário, etnografia
ABSTRACT
To meet a specific niche market it was created a specific workstation for students and professionals of Design. The audience for this product is great and growing every day. It's an audience that has very specific needs, as they perform various activities to achieve a result in their work. Was adopted a series of human-centered research, so that there was a greater understanding of the needs of their audience, and so the product could best meet the expectations of their audience.
Key Words: workstation, design, product, furniture, ethnography
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................1
2 JUSTIFICATIVA................................................................................................2
3 OBJETIVO........................................................................................................3
4 OBJETIVOS OPERACIONAIS.........................................................................4
5 MÉTODOS E TÉCNICAS A SEREM UTILIZADOS..........................................5
6 REQUISITOS....................................................................................................7
7 RESTRIÇÕES...................................................................................................8
8 PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................................9
9 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS...................................................10
9.1 Usuários............................................................................................11
9.2 Ambiente...........................................................................................12
9.3 Similares............................................................................................13
9.3.1 Ficha de Similares...............................................................14
9.3.2 Análise Estrutural.................................................................21
9.3.3 Análise das Funções...........................................................21
9.3.4 Análise.................................................................................22
9.4 Técnicos, Materiais e Processos.......................................................23
9.4.1 Materiais..............................................................................23
9.4.2 Processos............................................................................32
9.4.3 Análise.................................................................................34
9.5 Ergonômicos.....................................................................................35
9.5.1 Análise da Tarefa.................................................................35
9.5.2 Fatores Ergonômicos...........................................................36
9.5.3 Análise.................................................................................47
9.6 Normas..............................................................................................47
10 SÍNTESE.......................................................................................................49
11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS................................................................50
12 GLOSSÁRIO.................................................................................................51
1. Proposta
1.1. Introdução
O Design é um curso recente nas universidades brasileiras. Por seu
caráter multidisciplinar, os cursos geralmente não tem um espaço próprio e
utilizam de laboratórios e equipamentos de outros cursos como engenharias,
informática, entre outros. Sem produtos dedicados, os materiais utilizados
acabam por não explorar as atividades executadas por estudantes de design.
Estúdios de Design são equipados com mobiliários convencionais de
escritório, que não suprem as necessidades das atividades exercidas por esse
profissional. Designers e estudantes de design executam tarefas como,
pesquisa, ilustração, modelagem, prototipagem e necessitam de postos de
trabalho e estudo diferente dos oferecidos atualmente para universidades e
escritórios, onde ficam muito limitados ou precisam sempre de diversos
ambientes.
Para solucionar o problema do mobiliário, esse estudo visou criar um
posto de trabalho adequado às necessidades desses designers e estudantes,
por meio de pesquisas etnográficas, entrevistas e análise das atividades,
visando obter um maior entendimento sobre os processos executados e
necessidades dessas pessoas.
O projeto integrou o máximo de atividades possíveis em um mesmo
posto de trabalho, para que os designers não tenham que ficar se dirigindo a
outro local de trabalho a toda vez em que tiver que realizar uma tarefa
diferente.
Outro ponto levantado foi quanto ao conforto desses móveis. Alunos e
designers geralmente realizam suas tarefas em períodos de 4 a 8 horas diárias,
passando a maior parte do tempo trabalhando em postos de trabalho que além
de não atender suas necessidades, são desconfortáveis devidos aos materiais
adotados e falta de aplicação de estudos antropométricos.
Móveis inadequados acabam por causar desconfortos físicos e
psicológicos nos usuários, causando perda de concentração e tornando o
processo do aprendizado e de execução das tarefas desmotivadores,
prejudicando a produtividade.
1.2. Justificativa
A escolha do tema deste projeto foi devido à detecção da falta de um
posto de trabalho, e até mesmo de mobiliários específicos para universidades e
escritórios de design, no mercado, visto que os profissionais e estudantes da
área de Design têm necessidades específicas, devido as suas funções e
atividades exercidas.
Estudantes de Design utilizam materiais e ambientes de estudo de
outros cursos, que muitas das vezes não têm relação alguma com Design, e
acabam por prejudicar o rendimento do aluno. O mesmo se aplica para os
escritórios, que acabam por utilizar equipamentos de escritório comuns,
deixando muito a desejar para os profissionais da área de Design, que
necessitam realizar diversas atividades que esses mobiliários não comportam.
Este projeto visa agrupar em um mesmo posto de trabalho, o maior
número possível de facilitadores das atividades de Design.
O produto deste projeto tem como público-alvo, designers e estudantes
de Design, mas pode ser utilizado por estudantes de cursos similares e por
profissionais dessas outras áreas, tais como ilustradores, animadores,
desenhistas técnicos, engenheiros, entre outros.
1.3 Objetivos
Esse projeto visa investigar as reais necessidades dos usuários de
postos de trabalhos voltados para o design, para tentar englobar em um único
posto de trabalho, a maior quantidade de atividades e necessidades desses
usuários.
Objetiva melhorar os postos de trabalho e de estudos vigentes nas
universidades e escritórios de design, visto que os existentes atualmente são
para públicos gerais (de qualquer profissão), ou específicos de profissões
similares, mas que não atendem às necessidades de profissionais de Design.
O produto deve atender ao público tanto em função quanto em forma,
visto que o público é composto de designers e estudantes de design, que se
preocupam com isso e buscam isso em seus produtos.
O projeto visa ser inovador em todos os seus aspectos, visto que o
público é recente, visto que a profissão Designer é uma profissão considerada
nova, e carente de produtos semelhantes no mercado atual.
O produto resultado do projeto deve trazer melhorias e dinamismo às
atividades realizadas pelo público alvo, e tornar os estudantes e profissionais
de Design, menos dependentes dos postos de trabalhos destinados à outros
públicos.
1.3.1 Objetivos Operacionais
Para que o projeto seja executado será necessário realizar uma
pesquisa centrada no usuário, visando identificar as necessidades desse
público através dos mesmos, por meio de entrevistas, questionários, grupos de
foco, personas e análises da tarefa.
Serão realizadas primeiramente, pesquisas etnográficas com designers
e estudantes de design de diversas partes do Brasil, tendo como base, a
análise de estilo de vida e comportamento das pessoas selecionadas, através
do site de relacionamentos Facebook (www.facebook.com).
Os usuários entrevistados e analisados posteriormente, serão alunos de
diversos períodos, do curso de design do Centro Universitário de Volta
Redonda – UniFOA.
Serão registrados fotos, vídeos e anotações nas pesquisas feitas com os
usuários, visando preencher a maior parte possível de dados, evitando
possíveis erros por meio de análises posteriores aos dias das entrevistas.
Serão pesquisadas normas de mobiliários de escritório e de sala de
aula, brasileiros e estrangeiros, para que o projeto seja viável para diversos
países que possam se tornar interessados em aplicá-lo.
Serão levantados assuntos como materiais, processos, ergonomia e
medidas antropométricas que sejam condizentes com o público do projeto.
Serão avaliados materiais para realização do projeto, e seus respectivos
processos, visando encontrar os que melhor se adequem às necessidades do
projeto, visando à viabilidade comercial e desejo de consumo dos usuários.
Será realizado um mockup, com materiais alternativos, que possam ser
executados de forma manual.
1.4 Métodos e Técnicas
Designers usam diversas metodologias para desenvolver seus projetos,
mas independente da metodologia escolhida, passam por quatro etapas de
criação, que por alguns autores, são conhecidos como técnica de dois
losangos, fazendo alusão às formas convergentes e divergentes nesse
processo. O projeto inicia divergindo, em uma primeira etapa, que podemos
chamar de Descobrir, e segue convergindo em uma segunda etapa de Definir,
onde volta a divergir na etapa de Desenvolver e termina na quarta etapa
Entregar, onde finalmente converge novamente.
Figura 1 - Diagrama sobre divergência e convergência (Tim Brown, p.63)
Seguindo métodos utilizados por diversos designers, essa pesquisa
contará com pesquisas secundárias e pesquisas primárias, sendo elas
pesquisa laboratorial e pesquisa de campo, respectivamente.
Inicialmente será realizada a Pesquisa Secundária, também conhecida
como pesquisa laboratorial, onde serão realizadas pesquisas etnográficas
através da Internet, por pesquisas visuais, para identificar padrões no público
analisado em redes sociais, e assim poder criar algo mais próximo de sua
realidade, e servir de base para a Pesquisa Primária.
A etnografia é defendida como uma metodologia que oferece vantagens em relação a outras formas de pesquisa ainda bastante utilizadas na área de pesquisa de mercado, como o focus group ou grupo de foco, que é criticado por ser uma “técnica de laboratório”. Na pesquisa etnográfica, a abordagem privilegia a observação do consumidor em seu habitat “natural”, seja a sua casa ou seus ambientes de trabalho, consumo, lazer, etc. (SENAI, 2011, p.78)
A Pesquisa primária, também chamada de pesquisa de campo, contará
com pesquisas centradas nos usuários, onde serão realizadas Entrevistas
Aprofundadas (In Depth Interview), onde o usuário em uma conversa
descontraída vai falando sobre o seu dia-a-dia e seus problemas, e assim
fornece materiais em que se basear para criar um produto eficiente para esse
público. Após essas etapa, seguem os Questionários, onde os usuários
entrevistados passam dados por escrito sobre suas realidade e necessidades.
Estudos etnográficos são uma técnica originária das disciplinas de Antropologia Social, um dos quatro campos da Antropologia, que se desenvolveu no final do século XIX e início do século XX pela necessidade de compreender relações socioculturais, comportamentos, ritos, técnicas, saberes e práticas das sociedades até então desconhecidas na época, e que vêm sendo adaptadas aos problemas comuns da atualidade. É um método qualitativo que se insere na corrente filosófica do Interpretivismo. (SENAI, 2011, p.72)
Após a realização dessas pesquisas, os dados são organizados e
analisados e sintetizados, para que se tornem dados relevantes para a
execução do projeto. Nessa etapa são criadas Mind Maps, Painéis Semânticos
e Personas, que darão um rumo para a produção do posto de trabalho que
atenda ao público.
1.5. Requisitos
Para os requisitos adota-se a metodologia empregada por Moraes
(1993). O sistema facilita o controle das necessidades básicas de um projeto,
adotando os pontos Sensório-formais, Significação, Usabilidade, Espaciais,
Ecossistêmicos, Resistência, Estruturais e Moventes, Produtividade e
Manufaturabilidade e de Custo e Análise de Valor, como pontos
imprescindíveis em um projeto de Design.
Requisitos Atributos projetuais
Sensório-formais
- Deve ter formas básicas e geométricas para a
otimização do espaço;
- Deve ter as dimensões correspondentes às
medidas analisadas em Dreyfuss e Diffrient;
- A mesa deve ter a superfície lisa;
- Deve ser leve o suficiente para ser carregado por
uma única pessoa;
- Deve ter arranjo físico da mesa mais complexo
para atender às necessidades dos clientes;
- Deve possuir formas que facilitem o encaixe;
- Deve ter textura lisa ou de madeira;
- Deve ter cores chapadas;
Significação
- Deve ser desejável;
- Personalizável;
- Irreverente;
- Minimalista;
- Sugerir tecnologia;
- Sugerir conforto;
- Deve ser belo;
Usabilidade
- A mesa e cadeira devem atender o tamanho
adequado de Diffrient e Drefuss;
- É necessário que o móvel seja multifuncional.
Colocar a maior quantidade de tarefas em um
mesmo espaço, para evitar que o usuário tenha que
trocar de ambiente;
- Garantir conforto para o usuário, que utilizará o
posto em uma média de 6 horas;
- O posto deve ter cores chapadas para facilitar a
visualização enquanto o usuário estiver utilizando o
posto;
- A mesa deve ter ajuste de ângulo para facilitar a
escrita e ilustração;
Espaciais
- Deve-se pensar em um tamanho limite do posto de
trabalho visando à utilização do mesmo em salas de
aula;
- O posto de trabalho deve ser modular, para
comportar situações de trabalhos em equipes;
- Deve resistir a variações bruscas de temperatura;
- Deve possuir cabo de energia, que ligado em uma
parede funciona como filtro de linha;
Ecossistêmicos
- Verificar possibilidade de troca de peças
danificadas;
- Verificar componentes de fácil acesso, para o caso
de reposição pelo usuário;
- Verificar durabilidade dos materiais;
- Tentar ao máximo reduzir o número de peças,
simplificando ações e funções sem comprometer as
atividades necessárias;
- Substituir materiais de alto impacto ambiental
sempre que possível;
- Priorizar madeiras de reflorestamento e materiais
recicláveis, sempre que possível;
- Priorizar tintas à base de água, que diminuem o
impacto ambiental;
- Pensar em formas que aproveitem melhor a
madeira, reduzindo o desperdício;
Resistência
- O produto deve resistir ao peso e força exercidos
pelo maior homem;
- Deve resistir ao peso exercido por materiais
utilizados pelo usuário;
- Os materiais devem ser resistentes à corte,
abrasão e perfuração;
- Deve ser resistente à manipulação, devido a
possibilidade de ser arrastado para outros lugares;
- Deve ser resistente ao processo de desmontagem;
- Deve resistente ao superaquecimento de
equipamentos eletrônicos;
Estruturais e Moventes
- Definir entre cadeira estática e móvel;
- Definir peças de fácil montagem pelo usuário;
- Definir junções e conexões entre peças;
- Verificar a possibilidade de uso de rodinhas;
- Verificar a possibilidade de apoio de pernas para
descanso;
- Verificar a possibilidade de uso de luminária;
- Verificar a possibilidade de uso de mesa-de-luz;
- Verificar a possibilidade de uso de filtro de linha;
- Verificar a possibilidade de uso de painel
imantado;
- Verificar a possibilidade de uso de estantes;
- Verificar a possibilidade de uso de suporte
ergonômico para notebook;
- Verificar a possibilidade de uso de gaveteiro;
Produtividade e
Manufaturabilidade
- Avaliação de produção frente ao modelo escolhido;
- Considerar apenas produção em larga escala;
- Verificar viabilidade tecnológica do produto;
- Verificar viabilidade de produção do produto,
levando em consideração o maquinário e processos
adotados por empresas do ramo;
- Verificar possibilidade de inserção de novas
tecnologias aplicadas ao produto, inexistentes em
outros produtos vigentes no mercado;
Custo e Análise de
Valor - Buscar um custo que seja acessível ao consumidor
individual;
- Posicionar o produto como objeto de desejo,
tornando o valor monetário menos relevante;
- Comercialização em lojas de decoração e design
de interiores;
- Deve ter um valor que possa competir com os
valores praticados pela concorrência;
- Atenção a valores de componentes importados e
verificar alternativas nacionais;
É requisito básico para a execução de um posto de trabalho, que ele
seja confortável, para que o usuário não se sinta incomodado após algumas
horas de trabalho ou estudo, visto que os turnos de trabalho deles geralmente
se estendem de quatro a oito horas diárias.
Deve ser multifuncional, visto que os estudantes e profissionais de
design passam por diversas etapas, técnicas e atividades para chegarem ao
resultado esperado em seus projetos, e para dinamizar as atividades dos
mesmos, para que eles não tenham de ficar migrando entre diversos postos de
trabalho para realizar essas funções.
É de grande importância que o produto seja desejável para o seu
público, já que os designers concebem produtos e entendem de forma,
estética, e de outros parâmetros de qualidade perceptível.
Os postos de trabalho são compostos basicamente por duas partes, a
parte do assento e a mesa, que é a parte onde se realizam as funções, sendo
que essas duas partes podem ser separadas ou integradas.
A mesa deve comportar todos os equipamentos do usuário e ainda ter
uma área útil para que o mesmo possa realizar as mais diversas atividades
sobre ela.
A partir de uma pesquisa centrada no usuário serão levantados todos os
dados necessários para uma execução o mais próxima possível das reais
necessidades dos usuários.
1.6. Restrições
O vandalismo seria um grande fator restritivo no projeto, visto que o
produto é destinado a áreas de grande circulação de pessoas, podendo e
provavelmente sendo usado por mais de uma pessoa em períodos de tempo
diferentes, o que dificulta o controle de vigilância e aumenta a chance de
contato com pessoas que podem praticar atos de vandalismo contra o produto.
Outra restrição seria o espaço arquitetural, sendo que determinadas
salas de aula não respeitam as normas de tamanho impostas para a
arquitetura, e os espaços de salas de escritório variam muito, causando a
impossibilidade do uso de grandes quantidades do produto em um mesmo
ambiente.
As possíveis inviabilidades industriais e tecnológicas devidas ao
aumento de custos do produto são consideráveis restrições no projeto.
A má manutenção ou limpeza indevida, causadas por inexperiência ou
falta de conhecimento das características físicas do produto, podem ser fatores
restritivos para o projeto.
1.7.1 Normas
Produtos exigem certos critérios e normas em suas concepções,
principalmente os que envolvem fortemente o usuário em situações de conforto
e de perigo. Para isso foram criadas várias normas nacionais e internacionais
para a criação de cada tipo específico de produto.
Algumas características de cadeiras de escritórios são exigidas por lei: em partes da Europa, uma cadeira de escritório deve ter cinco, e não quatro pontos de contato com o chão. (Ashby, 2011, p. 111)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão
responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base necessária
ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Trata-se de uma entidade privada e
sem fins lucrativos e de utilidade pública.
As normas da ABNT referentes ao projeto são:
NBR 13960:1997 - Móveis para escritório - Terminologia
NBR 13961:2003 - Móveis para escritório - Armários
NBR 13962:2002 - Móveis para escritório - Cadeiras
NBR 13963:1997 - Móveis para escritório - Móveis para desenho -
Classificação e características físicas e dimensionais
NBR 13964:2003 - Móveis para escritório - Divisórias tipo painel
NBR 13965:1997 - Móveis para escritório - Móveis para informática -
Classificação e características físicas e dimensionais
NBR 13966:1997 - Móveis para escritório - Mesa - Classificação e
características físicas e dimensionais
NBR 13967:1997 - Móveis para escritório - Sistemas de estação de trabalho -
Classificação e características físicas e dimensionais
NBR 14006:2003 - Móveis escolares - Assentos e mesas para conjunto aluno
de instituições educacionais
NBR 14007:2003 - Móveis escolares - Assentos e mesas para instituições
educacionais - Requisitos (cancelada e substituída pela NBR 14006:2003)
2. Problematização
2.1. Reconhecimento do Problema
As grandes empresas de mobiliário se focam em projetos que visam
atender ao maior público possível, e acabam por deixar de lado os pequenos
nichos que necessitam de produtos característicos de suas necessidades, que
no caso seriam cursos e escritórios de determinadas atividades.
De acordo com o SENAI, as empresas precisam agir além da
comercialização pura e simples, demonstrando apreço em transmitir valor e
confiança. (2011, p.44)
São poucos os grandes fabricantes de móveis e varejistas que atendem o país inteiro. Estes, em geral, oferecem um padrão único de linha de produtos e são impacientes por resultados de longo prazo. Aliados às variações da moda (tendências) e às limitações tecnológicas, esses são fatores que conferem uma certa “pasteurização” de formas e estilos. (SENAI, 2011, p.48)
Essas empresas se sentem inseguras de viabilizar esses projetos que
atendam a públicos restritos pelo fato de que o custo de fabricação se torna
maior e pode não haver retorno de vendas.
Nota-se que no Brasil o foco dos produtores e comerciantes está voltado para ganhos imediatos. No final, perde o consumidor, que tem empurrados contra si produtos exibidos e vendidos com menor esforço – nem que, para isso, ocultem-se do comprador as outras opções possíveis. Trata-se de um olhar exclusivo para uma fatia maior do mercado. Por outro lado ficam inexploradas as oportunidades em nichos menores e mais específicos. (SENAI, 2011, p.49)
Os materiais se tornam outro fator que inviabiliza a produção desse tipo
de mobiliário, visto que geralmente são usados diversos materiais para cada
peça do mobiliário, e cada material exige um processo diferente, tornando a
produção ainda mais cara.
2.2. Delimitação e Formulação do Problema
Requisitos Atributos projetuais
Sensório-formais
- Como deve ser o formato para otimização do
espaço?
- Como deve ser ergonomicamente?
- Que tipo de superfície é adequada para cada parte
do produto?
- Qual o peso ideal do produto?
- Qual o nível de complexidade do produto?
- Quais formas devem predominar no produto?
- Como deve ser o produto em relação à texturas?
- Como devem ser portar as cores no projeto?
Significação
- Como fazer com que o produto seja desejável?
- Como tornar o produto personalizável por seu
público?
- Quais qualidades necessárias para caracterizar o
produto como irreverente?
- Como deve ser o produto, para que seja
considerado minimalista por seu público?
- Como sugerir tecnologia através do produto?
- Como sugerir conforto através do produto?
- Como deve ser a estética do produto, para que
seja considerado bonito/belo?
Usabilidade
- Como devem ser as medidas adotadas nos
projetos?
- Como deve ser a disposição dos componentes do
produto?
- Como garantir que o posto seja utilizável por seu
usuário?
- Como fazer com que o posto seja agradável
visualmente ao seu público?
- Como tornar o produto menos agressivo à postura
do seu usuário?
Espaciais
- Qual o tamanho ideal que o posto de trabalho deve
ter?
- Qual o nível de interação que o posto deve
possuir?
- Qual característica de resistência o produto deve
ter?
- Qual interação com o ambiente o posto deve
realizar?
Ecossistêmicos
- Peças poderão ser substituídas quando
danificadas?
- Quais componentes escolher, que facilitem para o
usuário?
- Quais materiais mais duráveis podem compor o
produto?
- Como reduzir o número de peças no projeto?
- Quais materiais danosos podem ser substituídos?
- Como escolher materiais para o produto, que
sejam menos agressivos ao meio ambiente?
- Quais itens podem reduzir o impacto ambiental?
- Como reduzir sobras?
Resistência
- A quais tipos de força o produto deve resistir?
- Qual peso deve ser considerado para a resistência
do projeto?
- A que tipos de dano os materiais devem resistir?
- A quais tipos de manipulação o produto deve ser
resistente?
- O que fazer para que o produto resista a um
possível processo de desmontagem?
- Quais e como evitar/prever danos que fujam ao
controle do usuário?
Estruturais e Moventes
- Como deve ser o modelo da cadeira?
- Qual o nível de complexidade das peças?
- Como devem ser as estruturas das peças?
- Deve haver o uso de rodinhas?
- Deve haver o uso de apoio de pernas?
- Deve haver o uso de luminárias?
- Deve haver o uso de mesa-de-luz?
- Como incluir tomadas de forma mais prática e
menos desorganizada?
- Deve haver o uso de painel imantado?
- Deve haver o uso de estantes?
- Deve haver o uso de suporte de notebook?
- Deve haver o uso de gaveteiros?
Produtividade e
Manufaturabilidade
- Como avaliar a possibilidade de produção?
- Como deve ser a tiragem do produto?
- O produto será tecnologicamente viável?
- O produto se enquadra nos processos recorrentes
no mercado?
- Existe a possibilidade de agregar tecnologias de
outros mercados no produto?
Custo e Análise de
Valor
- Como deve ser o custo final do produto?
- Como o produto deve se posicionar no mercado?
- Onde o produto deve ser comercializado?
- Como deve ser a relação do produto com a
concorrência?
- Existem componente importados no projeto, que
possam ser substituídos por alternativas nacionais?
3. Levantamento e Análise de Dados
Os designers precisam partir de várias etapas para a criação de um
produto, como por exemplo, escolhendo materiais, definindo as medidas
antropométricas a serem usadas, e ainda resolver possíveis problemas
relacionados ao meio-ambiente.
Produtos carregam significados. Ao criar, o designer deve considerar vários aspectos, como usabilidade e praticidade (ergonomia); produtividade e aplicação dos materiais (produção); exposição e comunicação (marketing); custos (fatores de ordem econômica); e, mais recentemente, a questão do descarte e reaproveitamento. (SENAI, 2011, p.61)
Tendo o posto de trabalho focado em atividades de design como
premissa para esse projeto, devemos explanar alguns dados relacionados à
temática, para que fiquem claros os pontos levados em consideração para sua
execução.
Segundo Ashby (2011, p.108) o ato de projetar, de fazer design,
transforma necessidade em produto, ou seja, designers são tradutores de
necessidades.
O designer precisa ser racional o bastante para aplicar os conhecimentos técnicos necessários ao bom desempenho do produto e sua fabricação, mas também ter sensibilidade adequada para a estética e o apelo que o resultado final terá sobre o consumidor. (SENAI, 2011, p.63)
É necessário analisar bem as reais necessidades do projeto, para que
seja criado um produto que realmente seja útil para o seu público, dentro de
suas características específicas e necessidades.
O desenvolvimento e a melhoria dos produtos se dão, fundamentalmente, pela observação cuidadosa da forma como eles são utilizados pelos seus usuários, em seus próprios ambientes. Essa observação minuciosa é importante, pois existe certa dificuldade em se obter dos consumidores as suas reais necessidades. (SENAI, 2011, p.81)
3.1. Usuários
Os usuários são a base principal para a criação de um produto. Todo o
produto deve partir de suas necessidades e de como o designer interpreta seus
desejos e expectativas.
O foco do design está cada vez mais no homem e cada vez mais no produto. Valores como respeito e ética são evidenciados desde a produção até a chegada do item ao consumidor. O designer pode, por meio de suas criações, mudar as vidas das pessoas. Para isso, é essencial ter como norte o respeito pelo ser humano, suas necessidades, desejos e comportamentos. (SENAI, 2011, p.68)
Designers têm papel intermediário na relação entre empresas
fornecedoras de produtos e seus respectivos clientes. Para que essa
comunicação seja eficiente, é necessário que o designer compreenda o
usuário, e traduza na forma de um produto, as suas necessidades.
Na contínua relação entre empresa e clientes, emoção e desejo entram na equação o tempo todo. Dessa forma, as paixões do ser humano, que vêm de valores pessoais, percepções e riquezas sensoriais, devem ser traduzidas pelo design. (SENAI, 2011, p.44)
O produto terá o foco para designers e estudantes universitários de
design, que precisem realizar suas funções em um posto de trabalho. Também
poderá ser utilizado por profissionais de áreas similares, tais como ilustradores,
animadores, desenhistas técnicos, entre outros.
Devido ao fato do produto poder ser utilizado em universidades e
escritórios, onde mais de um profissional fariam uso desses postos de trabalho,
o produto terá meios de integração, possibilitando e estimulando os trabalhos
em equipe.
O produto será criado para pessoas adultas, podendo ser usado por
pessoas de qualquer sexo, e terá características de mobilidade e ajustamento
para maior adaptação a diferentes tipos de usuários, visto que o mesmo
produto terá grande chance de ser usado por mais de uma pessoa.
O público não se restringirá ao campo nacional, podendo ser utilizado
em diversos países, que a diferenciação antropométrica não será um problema,
devido à regulagem do produto.
O grande público do produto serão as universidades e escritórios, mas
também pode ser comprado por clientes individuais, com propósito de trabalho
freelancer.
Como o público é composto por designers e estudantes de design, é
possível que haja uma forma de personalização mais flexível do produto, para
que os usuários se sintam mais à vontade e o tornem parte de sua rotina de
trabalho ou estudo.
A personalização é também algo precioso, e começa a ser considerado nos produtos. A tecnologia dos processos de produção, equipamentos e materiais já permite mais flexibilidade, de forma que se possa agregar aspectos diferenciados a determinado produto para determinado cliente – ou grupos de consumidores. Mas não há garantia automática do apego emocional impregnado no produto. (SENAI, 2011, p.62)
De acordo com o SENAI, para que um objeto de consumo seja
verdadeiramente personalizado, ele deve ir além: precisa expressar um senso
de propriedade e de orgulho ao usuário. Isso significa ter um toque pessoal.
(2011, p.62)
Segundo o SENAI, o design dos móveis precisa instigar e despertar
desejo, aliando linguagem estética, prazer e felicidade à funcionalidade. (2011,
p.46), e é papel do designer traduzir as informações extraídas dos usuários
para que o móvel possa atingir essas expectativas.
Mapa de Imagens
Foram analisados os hábitos dos estudantes de design através de
fotoetnografia no UniFOA, onde foram detectados dados importantes para os
requisitos do projeto.
Alunos realizando atividades em sala de aula
Foto de professor auxiliando alunos em atividades em sala de aula
Alguns materiais utilizados por designers
Alunos realizando projetos
Trabalhos de alunos
Posto de trabalho de um designer
Fios elétricos de aparelhos utilizados por designers
Aluno realizando trabalho em prancheta
Alunos em cadeira e mesa atuais, com erros de postura.
Aluno utilizando mesa de forma não prevista.
A partir de um modelo, os designers e alunos convidados fizeram uma auto-
documentação registrada com fotografias, de onde foram analisados os hábitos
e necessidades específicas das atividades de design na composição de um
posto e trabalho.
Observação Indireta
Foram realizados alguns questionários sobre como os designers, professores e
alunos de design interagem com seus postos e ambientes de trabalho. Dessa
etapa saiu grande parte das informações que formaram a tabela dos requisitos.
Os questionários se encontram na sessão de anexos.
Web: redes sociais, blogs, sites, jornais, revistas etc
Para essa etapa, também chamada de pesquisa secundária, foram analisados
perfis de redes sociais de diversos designers e alunos de design, de onde
foram extraídos drivers de análise, que os dividiram em quatro grupos, Vintage,
Tech, Vibrante e Sóbrio. A partir desses drivers foi criado um mindmap, que
posteriormente foi transformado em um painel semântico para identificar as
cores e formas recorrentes em cada um desses grupos.
Exemplo de Painel Visual dos Designers Analisados
Mind Map dos Drivers de Análise
Painel semântico gerado à partir dos drivers de análise
Na segunda etapa da pesquisa secundária foram analisados postos de trabalho
de designers a partir do site Where We Design, onde designers gráficos,
designers de produto e agências postam fotos de seus postos de trabalho.
Desta etapa foram extraídos dados importantes que auxiliaram na composição
dos requisitos.
3.2. Ambiência
O ambiente
São avaliados dois ambientes nesse projeto, o ambiente Universitário e
o ambiente profissional.
O ambiente universitário é geralmente composto por salas de aula, que
por sua vez são compostas de mesas e cadeiras, ou carteiras, quadro negro ou
quadro branco, e projetor.
Também é composto por laboratórios específicos, como laboratórios de
Computação, que são geralmente compostos pelos mesmos itens de sala de
aula, mas com adição de computadores.
Mesas e cadeiras, ou carteiras utilizados nesses ambientes geralmente
não são específicos para universitários, podendo ser utilizados os mesmos
próprios para alunos de ensino médio, o que causa problemas de postura,
devido a diferença de tamanhos entre esses diferentes públicos
Os escritórios de Design geralmente utilizam mobiliários comuns para
seus funcionários, que não conseguem explorar grandes possibilidades nesse
tipo de posto de trabalho e acabam por executar suas tarefas em diversos
ambientes.
Na composição básica destes escritórios geralmente estão cadeiras
giratórias, mesas com gavetas, uma mesa específica para reuniões e quadro
negro ou quadro branco.
Esses móveis geralmente não são ajustáveis e não possibilitam fácil
mobilidade e agrupamento para trabalhos em equipe. Sendo necessária a
migração para outro tipo de ambiente para etapas em que se tenham trabalhos
em grupo.
3.3. Similares
Como o mercado é escasso, ou inexistente no quesito de posto de
trabalho específico para profissionais e estudantes de Design, os similares
analisados foram projetos realizados nesse âmbito por outros designers, mas
que não chegaram a ser executados.
Foram utilizados como similares, os projetos vencedores do concurso
“International Designer’s Workstation Competition 2008”, que tinha como
objetivo, saber através da criação de designers e estudantes de design, como
seria o posto de trabalho ideal para os designers desse novo século.
De acordo com o edital do concurso, com a premissa de que o
computador é a principal ferramenta dos designers atualmente, e com as
mudanças globais, tecnológicas e culturais, esses designers necessitariam de
uma reforma no posto de trabalho vigente.
Foram analisados os seis projetos vencedores, sendo três projetos na
categoria de profissionais da área, e outros três projetos desenvolvidos na
categoria de estudantes.
Para o fichamento de similares, foram definidos critérios que seriam
importantes para obter um maior entendimento sobre os produtos analisados, e
facilitando a comparação entre eles, para identificar semelhanças e diferenças
que possam ser úteis para o projeto.
A origem, os materiais, as características e os tamanhos foram alguns
dos itens de critério de avaliação, visto que a partir desses dados, já
conseguimos ter uma idéia do que é viável e recorrente, e onde podemos
inovar.
3.3.1. Similar Nº 1
Ficha
Análise Estrutural
Restringe-se a uma mesa com tampo de MDF com revestimento de
poliuretano, medindo 0,80m x 1,80m, e com pés e gaveta, feitos de tubos de
aço dobrados e soldados, compondo uma altura de 0,707m com o tampo.
Análise das Funções
Objeto estático sem possibilidades de modificações.
3.3.2. Similar Nº 2
Ficha
Análise Estrutural
Engloba toda a estrutura de um escritório de design de moda, com mesa de
reunião com cadeiras, mesas equipadas com máquinas para costura e mesa
para modelagem.
Análise das Funções
Todas as mesas são estáticas, sendo que as de costura e moldagem possuem
gavetas que podem ser puxadas. A mesa de reunião possui cadeiras soltas,
com possibilidade de movimento, e as mesas de costura e de moldagem
possuem bancos que podem ser puxados e adaptados à altura do usuário. A
mesa de moldagem apresenta lâmpadas que podem ser acesas ou apagadas.
3.3.3. Similar Nº 3
Ficha
Análise Estrutural
Um posto de trabalho composto por uma base de “stainless steel”, de 1,70m de
altura, um revestimento de compósito de algodão, um suporte de alumínio
escovado, de 0,55m de profundidade, e quadros de cortiça.
Análise das Funções
Totalmente modular, podendo ser ajustados para diversos formatos, apresenta
painéis de cortiça, onde podem ser pendurados papéis.
3.3.4. Similar Nº 4
Ficha
Análise Estrutural
Mesa para escritório em uma única peça de polipropileno injetado, com 0,75m
de altura x 1,50m de comprimento e 0,70m de largura.
Análise das Funções
Peça única, com possibilidade de inclusão de acessório para suporte de telas
finas e outras coisas em geral, e pode ser unida com outras iguais para formar
mesas maiores, possibilitando o trabalho em grupo ou reuniões. Possui interior
vazio para que possa ser usado como gaveteiro.
3.3.5. Similar Nº 5
Ficha
Análise Estrutural
Posto de trabalho composto de duas mesas de “powder-coated carbon
steel”, com gaveteiros, suporte para impressora, e suporte para Cintiq. Possui
0,72m de altura, 4,34m de comprimento e 1,22m de largura.
Análise das Funções
Totalmente móvel, podendo permitir que o usuário a posicione da forma
desejada. Possui gaveteiros móveis, que podem ser puxados e modificados de
lugar. O suporte para Cintiq com rodinhas possibilita maior mobilidade. Uma
das mesas possui uma mesa de luz retrátil, que pode ser escondida após o uso
para voltar a funcionar como uma mesa comum.
3.3.6. Similar Nº 6
Ficha
Análise Estrutural
Um posto de trabalho voltado para atividades de arquitetura, com mesa
modular, suportes para telas e alto-falantes. A mesa possui 3m de lagura e
2,50 de profundidade.
Análise das Funções
As mesas são adaptáveis à forma desejada pelo usuário. Possui painéis
com luz, telas, e alto-falantes reguláveis através de motores.
3.3.7. Análise Diacrônica
Para entender a realidade atual dos mobiliários é necessário analisar o
que já foi feito durante a história. Foram selecionas à partir do livro 50 Cadeiras
que Mudaram o Mundo, 11 cadeiras de cada década, consideradas ícones do
Design.
Linha do Tempo das cadeiras selecionadas
1859 Cadeira sem Braços nº 14
1904-05 Poltrona para o Sanatório Purkersdorf
1929 Barcelona
1930-31 Poltrona Paimio
1945 LCW (Lounge Chair Wood)
1955-56 Tulipa
1968 Panton
1971 OMKSTAK
1988 Cadeira Plywood
1992 Cadeira para escritório Aeron
2002 Samouraï
3.3.8. Análise Sincrônica
Analisar o que vem sendo feito em matéria de postos de trabalho é essencial
para ter referencial na hora de criar um bom produto.
A seguir apresentam-se produtos recentemente criados para atender pessoas
em seus dia-a-dias de trabalho.
Rebwar Faille’s Office Desk
Rebwar Faille’s Office Desk – Com a premissa de ter sempre espaço livre,
essa mesa possui compartimentos no próprio tampo da mesa para facilitar o
manuseamento.
http://www.yankodesign.com/2010/08/11/open-up-for-more-workspace/
Boardstories Table
Boardstories Table – É uma mesa que serve para reuniões e trabalhos em
grupo, onde os pensamentos podem ser anotados diretamente na mesa, como
se fosse um quadro-negro.
http://www.yankodesign.com/2010/04/16/you-put-the-chalk-on-the-table/
Buro
Buro – Prezando pela multifuncionalidade, o posto de trabalho Buro leva
consigo a preocupação de transformar o posto de trabalho em uma mesa
comum após a utilização.
http://www.yankodesign.com/2010/07/14/redefining-the-home-office/
Curv
Curv - Prezando a multifuncionalidade a Curv foi criada com a premissa de que
“se você fosse precisar de um móvel somente em seu apartamento, como ele
seria?”. Segue formas e cores dos anos 60.
http://www.inewidea.com/2010/10/15/34189.html
Duplex
Duplex – Favorecendo a privacidade, a mesa duplex foi criada para te isolar do
resto do mundo quando você quiser trabalhar tranquilo.
http://www.yankodesign.com/2010/07/02/no-peeping-tom-over-my-shoulder/
Kanapetko
Kanapetko – Feita para pessoas criativas, a mesa conta com diversos
compartimentos e funções.
http://www.yankodesign.com/2010/10/01/a-desk-of-transformers/
Kant Desk
Kant Desk – Peita por P. Frey e M. Boge, a Kant Desk é uma mesa simples,
mas de fácil organização.
Knoll Chair
Knoll Chair – Uma cadeira criada para quem passa de 10 a 12 horas por dia, 5
dias por semana, a Knoll Chair é confortável em quases todas as posições em
que você sentar.
http://www.yankodesign.com/2011/11/11/friday-giveaway-generation-by-knoll-
chair/
Organamessena Desketa
Organamessena Desketa – Prezando pela organização, essa mesa conta com
vários suportes e divisórias para facilitar o acesso à materiais de trabalho.
http://www.yankodesign.com/2009/11/11/organamessena-desketa/
Manta
Manta – Com uma idéia de ser moderna e antiga ao mesmo tempo, a mesa
Manta possui formas e cores para combinar tanto com móveis antigos, quanto
com móveis novos.
http://www.momoy.com/2008/09/29/manta-modern-antique-furniture-from-
ceccotti-collezioni/
3.3.9. Análise de novos conceitos
Um grande fator que se alterou em questão de mobiliário foi a redução dos
espaços do ambiente. Grandes apartamentos deram espaço a micro
apartamentos, onde os móveis precisam ser muito menores e desempenhar
mais funções do que simplesmente a sua função original.
É visível a preocupação com a multifuncionalidade em postos de trabalho
atuais. Tentam agregar a maior quantidade possível de funções em cada
móvel, chegando até a modificar a função principal do móvel.
Verifica-se uma mudança grande em relação aos materiais. Os móveis de hoje
em dia têm uma preocupação ambiental muito maior, substituindo madeiras
puras por compensados, muitas das vezes reaproveitados e/ou reciclados.
Outro quesito importante que vem mudado nos mobiliários é a preocupação
com a organização, prezando por gaveteiros, divisórias e outros acessórios que
permitam que o usuário tenha os materiais que precisa sempre às mãos.
Um fator importante que vem crescendo aos poucos nos mobiliários é a
possibilidade de um mesmo móvel poder ser usado por mais de uma pessoa
ao mesmo tempo, tornado mais fácil o trabalho em grupo e as reuniões.
Em questões estéticas, o uso de cores puras e chapadas têm predominado,
tornando os móveis mais adaptáveis a diversos ambientes. A escolha por cores
puras também auxilia na organização visual, tornando mais fácil a interação do
usuário com o posto de trabalho.
3.3.10. Análise dos Similares
Cada similar analisado possui características específicas para
determinadas funções, mas poucos possuem várias características, deixando a
desejar com o fator da multifuncionalidade.
Possuem os diversos tipos de materiais, mas é notável a preocupação
com a sustentabilidade.
A madeira é o principal material utilizado, aparecendo em várias formas,
pura, em compensados e etc.
Quase todos possuem estética minimalista, com pouco uso de cores, e
predominância do branco.
A modularidade e possibilidade de trabalho em grupo foram bem
recorrentes nos trabalhos analisados, visto que alguns propunham a utilização
de agrupamentos dos próprios produtos, ou possuíam grandes formatos, para
possibilitar a maior mobilidade e possibilidade de interação.
Grande parte dos postos de trabalho são estáticos, havendo a
possibilidade de mobilidade de algumas partes, como gaveteiros, cadeiras e
outras pequenas peças.
Todos abordam a possibilidade de trabalho com notebook, mas
nenhuma se propõe a adequar o uso ergonômico do mesmo.
A ergonomia não se destacou nos similares, onde seus criadores não se
preocupam com a interação do usuário em cadeiras com posturas corretas,
altura de prateleiras e etc.
4. Técnicos e Tecnológicos
Os designers concebem produtos que visam à melhoria das atividades e das
necessidades humanas.
Produto é uma realização de um conceito; é um objeto concreto, com
formas e características que podem ser vistas e tocadas. É feito por
processos que usam materiais que, por sua vez, também têm
comportamentos visuais e táteis. (Ashby, 2011, p.108)
Segundo o SENAI, graças aos avanços técnicos da Revolução
Industrial, os móveis, por meio dos inovadores dispositivos de montagens e
ferramentas, passam a ser mais dinâmicos. Assim como os novos processos
dos materiais. (SENAI, 2011, p.17)
Os materiais e processos estão fortemente ligados à ergonomia, sendo
decisivos para a qualidade e segurança dos produtos.
A materialização – criar um objeto que pode ser visto e tocado – é em
parte condicionada pela escolha de material e processo de produção,
em parte pela necessidade de o produto suportar com segurança as
cargas do projeto. (Ashby, 2011, p.113)
Abaixo seguem as especificações técnicas para que o produto possa ser
realizado.
4.1. Materiais
De acordo com Ashby (2011, p.107), A forma não é particularmente
limitada pela função – se fosse, todas as cadeiras seriam iguais.
Isso não se aplica somente a cadeiras, mas a todos os tipos de produto.
Os postos de trabalho podem ser dos mais diversos tipos de materiais.
Ashby afirma que uma cadeira, afinal, tem dois componentes básicos:
uma estrutura para suportar as cargas mecânicas e um assento para adaptar a
estrutura ao formato da pessoa que sentará nela. (2011, p.107), e cada parte
desses componentes permite o uso de diferentes materiais e processos.
Há diversas formas de se escolher os materiais de um produto.
Há mais de um modo da abordagem para a seleção de materiais. Um
deles é levando em conta a função técnica. O outro é considerando
forma e características, procurando materiais que possam fornecê-
las. (Ashby, 2011, p.108)
Seguindo os requisitos do projeto, foram identificados os principais
materiais a serem utilizados no produto, que são os polímeros e os vidros.
Polímeros
Os polímeros termoplásticos são altamente maleáveis e moldáveis,
assim assumindo as mais diversas formas, sem prejudicar o material.
Podem ser misturados para dar cor, efeitos visuais e táteis. Sua
sensibilidade à luz solar é reduzida com uso de filtros UV, e sua inflamabilidade
é reduzida com uso de retardadores de chamas.
Dentre os Polímeros escolhidos estão o Polipropileno (PP), o
Poliestireno (PS), Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS), Poliamida (PA),
Polimetilacrilato (PMMA), Poliuretano (PU) e Espumas de Polímeros.
Figura 2 - Imagem das características do Polipropileno
Figura 3 - Imagem das características do Poliestireno
Figura 4 - Imagem das características do ABS
Figura 5 - Imagem das características da Poliamida
Figura 6 - Imagem das características do Polimetilacrilato
Figura 7 - Imagem das características do Poliuretano
Figura 8 - Imagem das características das Espumas de Polímeros
Vidros
Os vidros são úteis por sua forma translúcida e por sua grande capacidade de
colorização e pela facilidade de ser modelado.
Figura 9 - Imagem das características do Vidro
Os materiais poliméricos são muito eficientes tanto na forma quanto na
estética, assim poderá constituir grande parte do projeto.
Os vidros seriam muito bem aplicados para mesa-de-luz, e para mesa
de corte.
4.1.2 Análise
Dentre os materiais listados, todos possuem propriedades e características
ideais à execução do projeto.
Não será feita uma pré-seleção dos materiais para que não haja uma restrição
quanto à forma. A partir da seleção de alternativas, o material adequado será
apontado.
4.2. Processos Industriais
Seguindo as características dos materiais escolhidos, os métodos que melhor
se aplicam são a moldagem por injeção e moldagem rotacional.
Moldagem por Injeção
A moldagem por injeção é o melhor modo de produzir em grande escala peças
pequenas feitas de polímeros, precisas e de formas complexas. O acabamento
superficial é bom; a textura e o padrão podem ser alterados facilmente na
ferramenta e a reprodução de detalhes delicados é boa.
A maioria dos termoplásticos pode ser moldada por injeção, embora os que
têm alta temperatura de fusão sejam difíceis. Grandes mudanças em áreas de
seção não são recomendadas. Reentrâncias com pequenos ângulos e formas
complexas são possíveis, embora algumas características possam resultar em
mais custos de ferramental. O processo também pode ser usado com
termofixos e elastômeros.
Figura 10 - Imagem da Moldagem por Injeção
Moldagem Rotacional
Uma quantidade de polímero em pó, medida com antecedência, é
alimentada em um molde frio, que então é aquecido em um grande forno
enquanto gira simultaneamente em torno de dois eixos. Isso revolve e derrete o
pó, revestindo as paredes internas do molde até uma espessura determinada
pela carga inicial de pó, criando uma casca oca. A seguir a peça resfria durante
um ciclo de descanso e o molde é resfriado a ar ou com borrifos de água. O
processo é mais adequado para peças grandes, ocas e fechadas, embora seja
possível reproduzir peças pequenas, de paredes finas e criar formas abertas
por usinagem subseqüente. É um dos poucos processos que produz formas
ocas. A baixa pressão limita uma possível sutileza de detalhes, favorecendo
formas arredondadas sem detalhes finos. Inserções e seções pré-formadas de
cores ou materiais diferentes podem ser moldadas no mesmo processo. Peças
com grandes aberturas são moldadas em pares e separadas por corte. Produz
peças praticamente livres de tensão.
Figura 11 - Imagem da Moldagem Rotacional
A moldagem rotacional se enquadra melhor nas partes grandes, como
as partes de estrutura, a cadeira, a mesa, enquanto a moldagem por injeção é
boa para objetos pequenos, e poderia ser usada para prateleiras, puxadores,
entre outros.
4.3. Componentes
As principais peças que compõem o posto de trabalho são:
- Cadeira
Função
Serve para acomodar o usuário sentado diante da mesa de trabalho.
Composição
Encosto da cadeira
Assento da Cadeira
Pernas da Cadeira
Braços da Cadeira
Rodinha da Cadeira
Parafusos
Estofamento (Espuma e Tecido)
Montagem
Encosto da cadeira é ligado no assento, que por sua vez é ligado nas pernas e
braços. Os parafusos servem para ligar essa estrutura. O estofamento é usado
no encosto e assento da cadeira.
As cadeiras giratórias possuem a mesma estrutura, porém apresentam
rodinhas na base das pernas.
Manutenção
Rodinhas, parafusos e estofamento podem ser substituídos.
- Mesa
Função
É a área manipulada pelo usuário, onde são realizados seus trabalhos.
Composição
Tampo da mesa
Perna da mesa
Gavetas
Passador de Fios
Estante
Mesa-de-luz
Suporte ergonômico para os pés
Suporte ergonômico para Notebook
Montagem
O tampo da mesa é onde se encontra a mesa-de-luz, estantes e o passador de
fios e o suporte ergonômico para Notebook. O tampo é ligado nas pernas da
mesa, que por sua vez são ligadas no Suporte ergonômico para os pés.
Manutenção
A mesa-de-luz e o suporte ergonômico para Notebook podem ser substituídos.
4.4. Inovações tecnológicas referentes ao produto
Será acrescentado ao produto um filtro de linha no tampo da mesa para
resolver o problema de fios embolados detectado na pesquisa.
Exemplo de Filtro de Linha Comum
Também será adicionado ao tampo, um painel imantado para o usuário poder
criar mind maps e painéis semânticos. Terá superfície limpável para funcionar
como quadro.
Exemplo de Painel Imantado
5. Ergonômicos
5.1. Análise da Tarefa ou Análise Ergonômica do Trabalho
Para avaliar melhor as necessidades do usuário do posto de trabalho,
precisamos analisar diversas tarefas, tais como: sentar e levantar, manusear
computador, desenhar e manusear objetos diversos.
A análise das tarefas executadas, registradas por meio de fotografia,
vídeo e transcrição, auxiliam no entendimento e na detecção de necessidades
a serem agregadas ao projeto.
As atividades principais de designers e estudantes de design são:
- Sentar e Levantar
O usuário deve exercer as funções de sentar e levantar da forma mais
confortável o possível, sem que o posto o atrapalhe, nem cause problemas
posturais, visto que seu público geralmente passa períodos de quatro a oito
horas diárias nesse tipo de mobiliário, e eventualmente tem que se locomover
para realizar outras tarefas.
Designer iniciando suas atividades
- Manusear Computador
O usuário terá a possibilidade de usar um computador, com suas diversas
opções de utilitários, tais como mouses, mouse-pads, mesas digitalizadoras,
canetas digitalizadoras, scanners, impressoras, caixas de som, entre outros,
sem que haja má manipulação desses componentes, devido à má estrutura do
posto de trabalho. Deverá ser aplicável aos diversos modelos de
computadores, tais como desktop, netbooks, portáteis e notebooks, sem que o
usuário de um desses fique debilitado em relação a outros.
Designer manuseando seu equipamento
- Atividades específicas
O usuário precisará executar o ato de desenhar, escrever, cortar, colar, entre
outros, de diversas formas, tais como em ângulos diferentes, e em diversos
tipos e formatos de superfícies, sem que se prejudiquem as atividades.
Nessas atividades, o designer geralmente manuseia uma folha de papel nas
dimensões de 20x30 ou 30x40, apoia o lápis sobre a mesa, usa a borracha
para apagar, usa materiais de auxílio tais como réguas, transferidores,
utilizando ambas as mãos.
Designers realizando algumas atividades específicas
- Manusear Objetos Diversos
O usuário necessitará adaptar o posto de trabalho para suas necessidades
específicas, trazendo para mais perto ou afastando, e montando uma estrutura
de acordo com a atividade que for executada no momento.
Designers utilizando outros materiais de trabalho
5.2. Usabilidade
A usabilidade relaciona-se com conforto, mas também com a eficiência dos
produtos. O produto antes de tudo precisa atender o seu usuário em todos os
seus aspectos.
As características de usabilidade inclusas no projeto são:
Princípios Descrição
Evidência
O produto terá outra textura onde houver gavetas ou
acessórios escondidos.
Consistência
Todas as tampas de gavetas e da mesa-de-luz
estarão no mesmo lugar e abrirão da mesma forma
e no mesmo sentido
Capacidade
Não será necessária muita força para manusear o
posto.
Todos os itens estarão ao alcance do usuário.
Não haverá a necessidade de precisão de
movimentos para o manuseio do produto.
Compatibilidade
O posto deverá atender às expectativas do usuário
através de fatores culturais, visto que terá uma
linguagem voltada para designers.
Prevenção e
correção de erros
Na parte onde estará o filtro de linha, será inclusa
uma tampa para evitar que o usuário receba um
choque elétrico.
Realimentação
Gavetas e acessórios móveis e/ou ajustáveis darão
retorno sonoro ao usuário, quando manipulados.
5.3. Dimensionamento Estático – Esquemas antropométricos
dos usuários extremos
Para um melhor entendimento das possibilidades de estruturas voltadas para
mobiliários para o público em questão, são apresentadas abaixo, as medidas
ergonômicas equivalentes a menor mulher e do maior homem relativos aos
determinados tipos de situação.
Segundo os estudos de Diffrient, as medidas antropométricas referentes
a mesa e cadeira são:
Medidas para a mesa:
Altura da mesa
1) Sem ajuste – 71cm
2) Com ajuste – 67,5 a 78,7cm
3) Para teclado – 63,5cm
Largura da mesa
1) Mínimo espaço de trabalho – 61,5cm
2) Máximo espaço de trabalho – 101,5cm
Profundidade
1) Padrão – 61 – 91,4cm
2) Mínimo – 45,7cm
Altura para perna
1) Mulher – 61cm
2) Homem – 63,5cm
Distância para perna
1) Mínimo - 40,6cm
Espaço para o joelho (sentado)
1) Mínimo – 17,8cm
Altura da Estante
1) Máximo - 163,3cm
Medidas para a Cadeira:
Medidas necessárias para a cadeira
Figura 12 - Relação de diferenças antropométricas entre homens e mulheres.
5.4. Dimensionamento Dinâmico – Esquemas Antropométricos da
Zona Interfacial e Informacional dos usuários extremos
As medidas antropométricas devem ser feitas com os dados da Menor
Mulher e do Maior Homem, visto que esses dois são os extremos, e um
produto feito para que possa ser usado por esses dois parâmetros, poderá ser
usado por todos os que estiverem entre essas medidas.
Figura 13 - Imagem da relação da Menor Mulher em assentos e mesas
Diffrient em seu livro Humanscale 1/2/3 (1974), define várias formas de
posicionar um acento de acordo com a função desejada. Para o posto de
trabalho, seria necessário adotar as medidas definidas como Executive,
Secretarial, Lounge e Straight.
Figura 14 - Imagem das medidas de Straight para a Menor Mulher
As medidas de Straight se referem a medidas usadas para mobiliários
voltados para atividades de estudo, bibliotecas e etc.
Por sua vez, as medidas de Secretarial se referem a medidas usadas para
trabalho com computadores, costura, entre outros.
As medidas definidas como Executive se relacionam a atividades exercidas em
escritórios, casas e bibliotecas.
A cadeira de escritório será utilizada durante muitas horas por dia, e
nem sempre pela mesma pessoa. Deve oferecer conforto e ter
ajustes para a altura e o ângulo entre o assento e as costas. Para
proporcionar liberdade de movimento, o assento deve ser giratório e a
cadeira deve ter rodinhas. Deve ser resistente e estável. [...] Deve ser
durável, protegida contra manchas de café e abrasão. (Ashby, 2011,
p.112)
Mobiliários de escritórios são mais difíceis de serem projetados, visto
que devem ser utilizados tanto para uma postura ereta quanto para uma
postura descontraída.
Uma cadeira de escritório universal é mais complicada do que uma
cadeira de jantar porque deverá acomodar duas posturas, uma ereta
e a outra descontraída. A postura descontraída simula um assento de
automóvel, que muitos adultos preferem. (Tilley, 2005, p.50)
As medidas adotadas para Lounge se referem a atividades relacionadas
a casa, lobby, entre outros.
5.5. Análise dos fatores ergonômicos
O uso das medidas antropométricas da relação da Menor Mulher com o Maior
Homem aliado às medidas necessárias para os diferentes tipos de função
preenchem as características físicas da maior parte do público, tornando o
projeto aplicável à maior quantidade possível de usuários, em suas mais
diversas atividades.
Os estudos antropométricos permitem que se realize uma melhor escolha de
posturas e posições para que o posto se torne mais confortável aos usuários e
torne a interação entre o posto e o usuário mais agradável.
O entendimento das atividades básicas através da análise da tarefa auxilia na
hora de escolher entre determinados componentes a serem inclusos no posto
de trabalho.
Os itens listados em usabilidade permitem uma visualização melhor das
necessidades básicas para que o produto seja mais eficiente e que tenha
atributos que atendam bem o usuário.
6. Mercadológicos
O comprador individual de um posto de trabalho está interessado com o seu
bem estar e preza por produtos mais bem executados e que proporcionam
maior conforto. Por sua vez, as faculdades e universidades ganham bons
descontos ao comprarem uma grande quantidade de um mesmo produto,
portanto compram muitas unidades de um produto genérico, que é usado por
um grande número de cursos. Esse produto não atende às necessidades
específicas de determinados cursos e acaba por gerar um mau
aproveitamento. Geralmente esses produtos não têm boas condições
ergonômicas e/ou não são feitos para a faixa etária correta relativa a uma
universidade, causando problemas de postura, desconforto e conforme o
período de utilização pode causar problemas mais graves.
Para que haja uma base de valores, foi pesquisado através da internet o
preço de móveis para escritório simples, que possuem poucas ou quase
nenhuma função, mas que servem para se ter uma noção de um valor mínimo
que uma pessoa paga para ter seu próprio posto de trabalho.
Os menores preços encontrados foram:
Mesa Simples – R$190,00
Gaveteiro – R$90,00
Arquivo Móvel – R$220,00
Suporte para CPU – R$90,00
Cadeira Giratória – R$150,00
Total – R$740,00
O vandalismo escolar é um fator importante a ser levado em consideração para
o projeto, visto que é notável a quantidade de cadeiras e mesas em escolas e
universidades que são jogadas fora ou mandadas para manutenção.
Os índices dos estados quanto ao vandalismo, furtos e roubos são
variados e registrados com grande intensidade em todas as regiões do país. Na
região Norte, o maior índice esteve localizado no Estado do Acre, com 71,4% de
declarações; na região Nordeste os índices mais altos localizam-se em
Pernambuco, com 73,9%; na região Centro-oeste, Mato Grosso,
com 63,4%; na região Sudeste, o estado com maiores índices é o Espírito Santo,
com 68% e, finalmente, na região Sul, Santa Catarina apresenta os maiores índices,
com 65% (Batista, El-Moor, 1999, p. 151).
O produto aqui desenvolvido deverá ser vendido em lojas de decoração e lojas
de design de interiores, para agregar valor e criar uma relação de desejo em
seu público-alvo.
Terá embalagem com instruções de montagem, para que o usuário possa levá-
lo na hora da compra, e que ele mesmo possa montá-lo.
7. Síntese
Quadro síntese
Aspectos Problema Requisitos Solução
Sensório-formais
- Como deve ser o formato para otimização do espaço? - Como deve ser ergonomicamente? - Que tipo de superfície é adequada para cada parte do produto? - Qual o peso ideal do produto? - Qual o nível de complexidade do produto? - Quais formas devem predominar no produto? - Como deve ser o produto em relação à texturas? - Como devem ser portar as cores no projeto?
- Deve ter formas básicas e geométricas para a otimização do espaço; - Deve ter as dimensões correspondentes às medidas analisadas em Dreyfuss e Diffrient; - A mesa deve ter a superfície lisa; - Deve ser leve o suficiente para ser carregado por uma única pessoa; - Deve ter arranjo físico da mesa mais complexo para atender às necessidades dos clientes; - Deve possuir formas que facilitem o encaixe; - Deve ter textura lisa ou de madeira; - Deve ter cores chapadas;
- Formas simples seguindo o estilo Googie. - Medidas de acordo com Diffrient - Mesa lisa com poucas texturas. -Aproximadamente X kg. - Diversas funções como apoio para pés, mesa-de-luz, entre outros. - Formas lisas que permitem boa colagem e encaixe. - Textura no tecido - Cores chapadas
Significação
- Como fazer com que o produto seja desejável? - Como tornar o produto personalizável por seu público? - Quais qualidades necessárias para caracterizar o produto como
- Deve ser desejável; - Personalizável; - Irreverente; - Minimalista; - Sugerir tecnologia; - Sugerir conforto; - Deve ser belo;
- Funcional e Belo; - Painel Imantado personalizável; - Cores e formas alegres; - Poucas cores e formas; - Formas futuristas; - Superfície da cadeira coberta com estofado;
irreverente? - Como deve ser o produto, para que seja considerado minimalista por seu público? - Como sugerir tecnologia através do produto? - Como sugerir conforto através do produto? - Como deve ser a estética do produto, para que seja considerado bonito/belo?
- Possui formas e cores simples;
Usabilidade
- Como devem ser as medidas adotadas nos projetos? - Como deve ser a disposição dos componentes do produto? - Como garantir que o posto seja utilizável por seu usuário? - Como fazer com que o posto seja agradável visualmente ao seu público? - Como tornar o produto menos agressivo à postura do seu usuário?
- A mesa e cadeira devem atender o tamanho adequado de Diffrient e Drefuss; - É necessário que o móvel seja multifuncional. Colocar a maior quantidade de tarefas em um mesmo espaço, para evitar que o usuário tenha que trocar de ambiente; - Garantir conforto para o usuário, que utilizará o posto em uma média de 6 horas; - O posto deve ter cores chapadas para facilitar a visualização enquanto o usuário estiver utilizando o posto; - A mesa deve ter ajuste de ângulo para facilitar a escrita e ilustração;
- Medidas entre o maior homem e a menor mulher; - Vários suportes e gavetas para que o usuário tenha tudo sempre às mãos; - Cadeira nas medidas necessárias, com estofado e descanso para pés; - Cores suaves; - Prancheta da Mesa-de-luz com ângulo ajustável;
Espaciais
- Qual o tamanho ideal que o posto de trabalho deve ter? - Qual o nível de interação que o posto deve possuir? - Qual característica de resistência o produto deve ter? - Qual interação com o ambiente o posto deve realizar?
- Deve-se pensar em um tamanho limite do posto de trabalho visando à utilização do mesmo em salas de aula; - O posto de trabalho deve ser modular, para comportar situações de trabalhos em equipes; - Deve resistir a variações bruscas de temperatura; - Deve possuir cabo de energia, que ligado em uma parede funciona como filtro de linha;
- Até 3m aberto; - Totalmente ajustável, com partes retráteis; - Materiais inafetados pelas variações de temperatura; - Filtro de linha na lateral da mesa;
Ecossistêmicos
- Peças poderão ser substituídas quando danificadas? - Quais materiais mais duráveis podem compor o produto? - Como reduzir o número de peças no projeto? - Quais materiais danosos podem ser substituídos? - Como escolher materiais para o produto, que sejam menos agressivos ao meio ambiente? - Quais itens podem reduzir o impacto ambiental? - Como reduzir sobras?
- Verificar possibilidade de troca de peças danificadas; - Verificar durabilidade dos materiais; - Tentar ao máximo reduzir o número de peças, simplificando ações e funções sem comprometer as atividades necessárias; - Substituir materiais de alto impacto ambiental sempre que possível; - Priorizar madeiras de reflorestamento e materiais recicláveis, sempre que possível; - Priorizar tintas à base de água, que diminuem o impacto ambiental; - Pensar em formas que aproveitem melhor a madeira, reduzindo o desperdício;
- Parafusos, filtro de linha e lâmpadas poderão ser trocados; - Madeiras e Polímeros; - Peças encaixáveis; - Foram escolhidos materiais recicláveis e/ou reciclados; - Madeiras de reflorestamento e compensados; - Pouca utilização de tintas, sendo elas à base de água; - Formas geométricas que são mais fáceis de aproveitar;
Resistência
- A quais tipos de força o produto deve resistir? - Qual peso deve ser considerado para a resistência do projeto? - A que tipos de dano os materiais devem resistir? - A quais tipos de manipulação o produto deve ser resistente? - O que fazer para que o produto resista a um possível processo de desmontagem? - Quais e como evitar/prever danos que fujam ao controle do usuário?
- O produto deve resistir ao peso e força exercidos pelo maior homem; - Deve resistir ao peso exercido por materiais utilizados pelo usuário; - Os materiais devem ser resistentes à corte, abrasão e perfuração; - Deve ser resistente à manipulação, devido a possibilidade de ser arrastado para outros lugares; - Deve ser resistente ao processo de desmontagem; - Deve resistente ao superaquecimento de equipamentos eletrônicos;
- Possui materiais resistentes a grandes forças e pesos; - Borrachas e vidros que não cortam; - Possui materiais resistentes a grandes forças e pesos; - Encaixes que facilitam a montagem e desmontagem; - Acabamento com produtos que reduzem a chance de inflamar;
Estruturais e Moventes
- Como deve ser o modelo da cadeira? - Qual o nível de complexidade das peças? - Como devem ser as estruturas das peças? - Deve haver o uso de rodinhas? - Deve haver o uso de apoio de pernas? - Deve haver o uso de luminárias? - Deve haver o uso de mesa-de-luz? - Como incluir tomadas de
- Definir entre cadeira estática e móvel; - Definir peças de fácil montagem pelo usuário; - Definir junções e conexões entre peças; - Verificar a possibilidade de uso de rodinhas; - Verificar a possibilidade de apoio de pernas para descanso; - Verificar a possibilidade de uso de luminária; - Verificar a possibilidade de uso de mesa-de-luz; - Verificar a possibilidade de uso
- Cadeira estática - Peças com encaixes simples; - Uso de rodinhas para alguns componentes; - Apoio de pernas para descanso; - Luminária móvel; - Mesa-de-luz grande; - Filtro de linha na lateral da mesa;
forma mais prática e menos desorganizada? - Deve haver o uso de painel imantado? - Deve haver o uso de estantes? - Deve haver o uso de suporte de notebook? - Deve haver o uso de gaveteiros?
de filtro de linha; - Verificar a possibilidade de uso de painel imantado; - Verificar a possibilidade de uso de estantes; - Verificar a possibilidade de uso de suporte ergonômico para notebook; - Verificar a possibilidade de uso de gaveteiro;
- Painel imantado e que funciona como quadro; - Estantes embutidas; - Suporte não incluso; - Gaveteiro móvel;
Produtividade e Manufaturabilid
ade
- Como avaliar a possibilidade de produção? - Como deve ser a tiragem do produto? - O produto será tecnologicamente viável? - O produto se enquadra nos processos recorrentes no mercado? - Existe a possibilidade de agregar tecnologias de outros mercados no produto?
- Avaliação de produção frente ao modelo escolhido; - Considerar apenas produção em larga escala; - Verificar viabilidade tecnológica do produto; - Verificar viabilidade de produção do produto, levando em consideração o maquinário e processos adotados por empresas do ramo; - Verificar possibilidade de inserção de novas tecnologias aplicadas ao produto, inexistentes em outros produtos vigentes no mercado;
- Considerando grandes compras por universidades; - Grandes tiragens; - Materiais recorrentes no mercado atual; - Processos recorrentes no mercado atual; - Filtro de linha e painel magnético;
Custo e Análise de Valor
- Como deve ser o custo final do produto? - Como o produto deve se posicionar no mercado? - Onde o produto
- Buscar um custo que seja acessível ao consumidor individual; - Posicionar o produto como objeto de desejo, tornando o valor monetário menos relevante;
- Custo semelhante ao vigente no mercado; - Com os pontos de venda, embalagem e formas;
deve ser comercializado? - Como deve ser a relação do produto com a concorrência? - Existem componente importados no projeto, que possam ser substituídos por alternativas nacionais?
- Comercialização em lojas de decoração e design de interiores; - Deve ter um valor que possa competir com os valores praticados pela concorrência; - Atenção a valores de componentes importados e verificar alternativas nacionais.
- Comercializado em lojas de decoração e design de interiores; - Custo semelhante ao vigente no mercado; - Serão usados somente componentes nacionais.
8. Geração de Alternativas
Técnicas exploratórias do Processo Criativo
De acordo com a pesquisa com usuários à partir dos drivers de análise,
pude escolher um estilo visual que englobasse os quatro drivers, que foi
o caso do estilo visual Googie.
Placa no estilo Googie
A partir das formas adotadas pelo estilo, foram desenhadas várias
cadeiras para definir a linha visual completa do posto de trabalho.
A partir da linha da cadeira foram criados os layouts da mesa.
Sketches
Sketches
Sketches
Sketches
Sketches
9. Seleção da Alternativa
9.1. Alternativa selecionada
Rendering
Rendering da Cadeira
Rendering da Mesa
Descrição técnica preliminar
Cadeira
Pernas e braços de acrílicos;
Banco de MDF com revestimento de couro e espuma.
Mesa
Pernas e tampo de MDF;
Painel de Aço;
Mesa-de-luz de vidro.
10. Detalhamento Técnico
10.1. Desenhos Técnicos
Desenho Técnico da Cadeira
Desenho Técnico da Mesa
10.2. Lista de itens
- Cadeira
Encosto da cadeira
Assento da Cadeira
Pernas e braços da Cadeira
Parafusos
Estofamento (Espuma e Tecido)
- Mesa
Tampo da mesa
Perna da mesa
Gavetas
Mesa-de-luz
Filtro de Linha
Painel Imantado
11. Referências Bibliográficas
ASHBY, M.F – Materiais e design: arte e ciência da seleção de materiais no design
de produto – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
MUNARI, Bruno – Das Coisas Nascem as Coisas – São Paulo: Martins Fontes,
2008.
GOMES FILHO, João – Design do Objeto: bases conceituais – São Paulo: Escrituras
Editora, 2006.
TILLEY, Alvin R. – As medidas do homem e da mulher – Porto Alegre: Bookman,
2005.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – Desejos & Rupturas:
referências do mobiliário – Brasília: SENAI-DN, 2011.
BROWN, Tim – Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas idéias – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MUSEUM, Design - 50 cadeiras que mudaram o mundo – 2010
BATISTA, A.; EL-MOOR, P. Violência e agressão. In CODO, Wanderley (coord.).
Educação: carinho e trabalho. - Rio de Janeiro: Vozes, 1999
12. Glossário
Etnografia - Etno do grego Etnoe – usado para designar outros povos não
gregos. Grafia do grego Graf(o) – significa escrever sobre um tipo particular. A
junção das duas palavras significa escrever sobre um tipo particular de povo ou
de um grupo da sociedade, descrevendo sua característica sociocultural.
(SENAI, 2011, p.72)
Freelancer - é o termo inglês para denominar o profissional autônomo, que se
autoemprega em diferentes empresas ou, ainda, guia seus trabalhos por
projetos, captando e atendendo seus clientes de forma independente. É uma
tendência muito em voga no mercado de jornalismo, design, propaganda, Web,
tecnologia da informação, música e muitos outros.
13. Anexos
Ficha do Questionário
Questionário Individual
Questionário de Auto-Documentação