português 2010 10 outubro
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Nessa edição: Chegando de Volta em Moçambique, Construindo antes da Chuva chegar e Imprevistos.TRANSCRIPT
Nacala, 19 de novembro de 2010
Queridos amigos,
Tenho o costume de dizer que a única coisa pre-visível na África é que o imprevisível sempre
acontecerá! E, obviamente, uma característica do imprevisível é que ele sempre surge onde e quando menos esperamos! Quando pensamos que temos tudo sob controle, algo acontece que nos leva ao stress ou de volta à total dependência de Deus que, na realidade, é o único que consegue ter todo con-trole. Quando pensamos que estamos no controle, na verdade estamos completamente iludidos!
Minha viagem do Brasil para Moçambique foi tran-quila, sem problemas ou complicações. Graças a Deus toda minha bagagem chegou em segurança! Obrigada a todos que oraram por isso! Dora foi de carro de Nacala até Beira para me buscar e, juntas, esperamos a Simona, que também vinha de volta das férias na Romênia. Entre os pulos da estrada de Bei-ra para Inhaminga, meu coração se alegrava de estar, novamente, dirigindo na África e matando a sauda-de dessas duas grandes amigas (Dora e Simo) falando sem parar e contando quase todas as novidades antes de chegar em Inhaminga!
Eu e Dora passamos alguns dias em Inhaminga participando de uma Conferência de Mulhe-res de diferentes vilas e províncias do centro de Moçambique. Esse ano houveram muitas manifestações demoníacas durante as reuni-
ões, mas graças a Deus vimos libertas, com clara diferença em seus semblantes, cada uma que veio opressa por esses espíritos. Muitas fo-ram batizadas no Espírito Santo e saíram cheias da Palavra e cheias de ânimo. Particularmente, me impressionou o sorriso no rosto de um grupo que saiu depois do último almoço da Conferência, mesmo sa-bendo que teriam que caminhar quase 10 horas até chegar em suas casas. Algumas naquele grupo tinham ficado chateadas quando ouvi-ram que o carro não poderia levá-las de volta devido às estradas muito ruins e disseram que era por aquele motivo que muitas outras mulheres não haviam vindo. Mas quando Vina (uma das organizadoras) disse para elas: “Sim, elas não vieram porque não queriam andar muito, mas quem vocês acham que perdeu mais: vocês ou elas?” elas disseram de comum acordo: “Elas! Nós estamos saindo CHEIAS! E no próximo ano queremos vir de novo!” E assim, saíram sorrindo!
Co m e m o r a m o s com o restante da
equipe de Inhaminga o aniversário do Rodney (fundador e diretor da missão) numa tarde muito gostosa, na margem do Rio Zambeze! Ele é um homem muito especial para todos nós, um herói da fé, corajoso, determinado e, que com sua esperteza (certamente inspirada pelo Espírito Santo), conse-gue o que a grande maioria não consegue realizar aqui na África. Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união, seja no trabalho,
seja na diversão!
SUKANEWSAfrika Wa Yesu
outubro • [email protected] • caixa Postal 176 • Nacala Porto • NamPula • moçambique
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Futebol, boa hora para conhecer os jovens
conStrUindo, AnteS dA chUvA chegAr
Voltar para casa é sempre bom! Rever os amigos que ficaram
trabalhando duro, ver os professores crescendo em sua autoridade e respon-sabilidade, encontrar novas turmas já bem envolvidas nas aulas e trabalhos de carpintaria, visitar as igrejas e ver que ninguém esteve parado durante o tem-po que estive fora! Tudo isso foi muito precioso!
A igreja em Muzuane trabalhou duro fazendo tijolos da terra tirada do
que eles chamam de “murimuchê”, que são como formigueiros gigantes en-contrados por toda parte por aqui. Eles modelaram os tijolos que ficaram secan-do no sol escaldante da estação seca e depois a casa foi construída, com muito cuidado e esmero. (Veja o processo nas fotos abaixo.) Antes que as primeiras chuvas caíssem, a casa foi coberta com barrotes, bambus, plástico e capim, para alívio do professor Valentim, que supervisionou e coordenou o proje-to. A esperança do grupo é que no ano que vem tenham um telhado de chapa de zinco, mas até lá poderão continuar tendo reuniões durante a época chuvosa
nessa proteção que, através de unidade e determinação, con-seguiram construir!
Graças às contribuições dos ir-mãos pude ajudar os irmãos de Muzuane a comprar o material para cobrir a igreja! Obrigada!
Além da casa para reuniões, o grupo de Muzuane está termi-nando de construir, com ajuda
dos alunos, uma casa para a mãe viúva de um dos jovens que faz parte da igreja. A mãe é muçulmana, mas o testemunho de Jesus está chegando à ela, não somente em palavras, mas em ação viva e eficaz!
A igreja de Rassim já havia constru-ído e coberto uma casa para reuni-
ões no ano passado, mas como haviam concluído o trabalho um pouco tarde, a primeira chuva derrubou uma das pare-des. Esse ano eles reconstruíram a parede caída e fizeram uma pequena casa ao lado da casa de reuniões, que será usada para a acomodação de alguns obreiros que irão mudar-se para lá no ano que vem para ajudar no pastoreamento desse gru-po (foto no canto superior esquerdo). Os alunos ajudaram bastante na obra de Rassim, pois há poucos homens na igreja e as mulheres não conseguem fazer mui-tas coisas da construção; apesar de ajuda-rem buscando água para fazer os blocos, cortarem e transportarem capim e outros bambus para cobertura e outros traba-lhos paralelos.
Como a Igreja de Nacoto não pre-cisava se preocupar com a casa fí-
sica para reuniões, eles têm se dedicado exclusivamente ao fortalecimento de cada pedra espiritual da Casa de Deus, os crentes. Dora tem trabalhado muito
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ali, especialmente com as mulheres. Ela tem visto muitos frutos como resultado. Infelizmente descobrimos que pelo me-nos 3 pessoas da igreja são HIV positivo e Dora tem levado-as constanstemente ao hospital para que possam começar a receber o acompanhamento e tratamen-tos necessários.
oS impreviStoS
Pouco tempo depois que chegamos em Nacala, Chris e Deborah com
seus filhos foram para Malawi para al-gumas consultas médicas e, assim, a escola ficou algumas semanas sob “nos-sa responsabilidade”! É normal que te-nhamos nossas áreas de responsabilida-des, mas quando nenhum dos homens responsáveis estão aqui (pai Jeff e mãe Nicky estão nos EUA desde alguns dias antes de chegarmos a Nacala) o peso da responsabilidade é bem maior. Os trabalhadores normalmente sabem o que fazer e, exceto por algumas tarefas extras, a vida continua igual... à não ser que o imprevisível aconteça! E ele sem-pre tem que acontecer na hora errada!
Dessa vez o que aconteceu foi que a nos-sa bomba de água parou de funcionar no dia seguinte à saída da família Maas! Somos um total de 45 pessoas comen-do, tomando banho, lavando roupas e fazendo todas as coisas relativas à vida e à água! Contactamos Chris, mas não ha-via nada que ele pudesse fazer de longe além de indicar alguns amigos para vi-rem dar uma olhada no poço. Dois deles vieram, mas quando viram que o traba-lho era bem complicado, decidiram não mexer porque a responsabilidade seria muito grande e levaria muitos dias. Gra-
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ças a Deus um deles é nosso vizinho mais próximo e nos emprestou as chaves da bomba de água e da torneira dele. Assim, a cada dois ou três dias eu po-dia ir até lá com o caminhão de 3 toneladas da esco-la, encher dois tanques grandes de água (500 e 1000 litros) e dirigir de volta para a escola, onde cada um podia buscar água em baldes para o uso diário. O processo todo levava em torno de quatro horas... quando não ocorriam mais imprevistos!
Num domingo a noite, por volta das 21h, fui buscar o caminhão. Tinha deixado dois alunos responsá-veis por supervisionar o enchimento dos tanques (era preciso ligar e desligar a bomba várias vezes e vigiar para a mangueira não sair do lugar) e quando cheguei de volta, esperava concluir o procedimento em 5 minutos. O que eu não esperava àquela hora da noite era atolar, mas advinha o que? ATOLEI! Parei num lugar onde não deveria e todo o peso sobre o caminhão fez com que ele afundasse na areia fofa! Para encurtar uma história longa, conseguimos tirar o caminhão depois de muito cavar, colocando tábu-as de madeira embaixo das rodas, com vários alunos empurrando atrás e meu carro puxando o caminhão pela frente! Graças a Deus por cérebro, mãos traba-lhadoras e 4x4 (tração nas quatro rodas)!
Quando Chris chegou, passou uma semana toda só para tirar o tubo do poço artesiano. Foi um processo longo e penoso, mas no final com sucesso, graças a Deus! Enquanto eu observava o trabalho deles, com uma engenhoca que o Chris construiu para facilitar o processo, (veja foto acima) eu pensei: “Dirigir o caminhão, posso! Atolar e desatolar, posso! Enfrentar a cidade de Nacala, posso! Isso aí, não consigo!” Senti minha grande limitação, ao mesmo tempo que sen-tia imensa gratidão por não estar sozinha no campo missionário! Deus nos coloca em equipes, porque sabe que sozinhos seríamos muito menos efetivos! Graças a Deus por equipes bem formadas que tra-balham juntas!
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Vovó Anália, Joshua e primo Arthur
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próximoS pASSoS...
Depois que a família Maas chegou, pude respirar um pouco aliviada e então mergulhar num trabalho intenso de muita concentração.
Foi o tempo de rever todas as apostilas do currículo que será usado no ano que vem nas duas escolas bíblicas. Cada professor fez um grande trabalho de revisão e algumas modificações e eu revi e formatei tudo! Quem já trabalhou em formatação de apostilas sabe o que quero dizer com “loooongas horas de trabalho intenso e muita concentração”! Mas no final, valeu a pena! Olhar o trabalho concluído e saber que os pro-fessores terão mais facilidade de ensinar as matérias por causa da boa organização das apostilas, faz valer a pena cada esforço!
Encerrada essa etapa, não há tempo para respirar fundo por muito tempo, antes de mergulhar novamente nos novos desafios:
• preparação para graduação no dia 27 de novembro – serão 35 alunos saindo, com Bíblias (Discipulado) e ferramentas (Vocacional), para en-frentar os desafios que virão pela frente.
• preparação para o Treinamento Intensivo de Jovens de dezembro – serão 60 jovens chegando, de todo centro e norte de Moçambique, sem Bíblias ainda, prontos para serem impactados, transformados e equipa-dos para o que Deus tem reservado para eles.
Devido a esse treinamento de jovens em dezembro, teremos muitos gastos extras. Esses jovens não têm condições de pagar suas passagens até aqui, nem a alimentação durante os vinte dias que estarão conosco, assim, estaremos cobrindo todas essas despesas. Planejamos isso em fé, sabendo que será um investimento eterno na vida de cada um deles e que, se eles saírem transformados, a repercursão em suas cidades, vilas, aldeias e famílias também será eterna.
Algumas pessoas me pedem para eu informar quando houverem necessidades extras específicas e essa é uma dessas situações. Se você deseja contribuir especifica-mente para esse treinamento de jovens, faça um depósito acres-centando 12 centavos para iden-tificação. Todas as ofertas feitas dessa maneira serão direcionadas para esse fim.
Aproveito essa oportunidade para agradecer de coração a cada um que tem sustentado a obra aqui, seja através de orações, apoio fi-
nanceiro e das mais variadas maneiras. Muito obrigada! Saiba que você faz parte da obra que Deus está realizando aqui e que somos muito gratos a Deus por cada um de vocês! Que Deus continue abençoando, guardando e guiando cada um de vocês para a realização de Seus pro-pósitos na terra!
À serviço dEle,
Com muita alegria,
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