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www.issuu.com/jornalnoturno Ano 1 - Edição 8 CORRIDA É Moda para todos Pipoca e nanquim Natal por quê? POP

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A oitava e última edição da revista Ponto Final

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Editorial 03O ponto final da

Ponto Final

moda 04A popularidade das

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videocast 07Pipoca e Nanquim

na web

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populariza

fim de ano 16Natal por quê?

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10Esta revista é produzida pela turma do 3º ano de Comunica-ção Social - Jornalismo Notur-no da Universidade Estadual de Londrina para a Professora Doutora Rosane Borges, na di-ciplina 5NIC030 - Técnicas de reportagem, entrevista e pes-quisa jornalística III

Expediente

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EditoresGuilherme Costa

Julio BarbosaMaria Amélia Gil

Rodrigo Fernando

DiagramadoresAllan Fernando

Gabriel BandeiraRoberto AlvesVanessa Silva

RepórteresEdson VitorettiFabrício AlvesGabriel Oberle

Gabriela PereiraGuilherme Santana

Iuri FurukitaMariana Guarilha

Naiá AielloJornalista Responsável

Rosane Borges

A Ponto Final surgiu como um espaço em que os partici-pantes pudessem praticar o texto do gênero opinativo. Em um grupo tão heterogêneo – com formação, origem, orientações políticas e ideológicas tão distintas – a ideia do projeto trazia em sua proposta um risco. A revista podia se tornar uma co-letânea de textos megalomaníacos e egocêntricos. Cada um tentando provar que está certo, que a opinião dele é a que vale. Não foi o que aconteceu. A Ponto Final resultou em um verdadeiro trabalho de cooperação, em que cada matéria era fruto de um trabalho conjunto. Desse modo, a Revista foi capaz de ilustrar os principais fatos extenuantes no meio de convívio dos envolvidos, de modo que eles pudessem exter-nar suas inquietudes. Os artigos, ensaios, matérias, entrevis-tas e reportagens que compõem essas oito edições procuram uma maneira irreverente e inovadora de abordar as mais dife-rentes temáticas de interesse social. Mesmo em assuntos que exigiam um posicionamento mais ortodoxo, a astúcia na co-locação das palavras e a irreverência na elaboração visual das matérias sempre contornaram convencionalismo. Falamos de tudo. Tudo mesmo. Política, moda, educação, tecnologia, fotografia, cinema, literatura, trânsito, música, religião, Copa do Mundo, meio-ambiente. Enfim, teve para todos os gostos. Nem tudo foi um mar de rosas, é verdade. Os erros foram muitos. As dificuldades, nem se fala. Os principais inimigos da perfeição são a pressa e a coletividade. Isso porque cada um tem seu tempo, seu método de trabalho. Mas o jornalismo é assim: imperfeito. É trabalho coletivo e com prazo para en-trega. E entregamos o melhor que pudemos.

E Ponto Final!

Guilherme Costa

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Moda para todos?As lojas de departamento estão cada vez mais populares, mas ainda não garantem a democratização no mercado da moda

NaiáAiello

Riachuelo, Zara, C&A, Renner e Marisa. Para quem gosta de fazer compras com sossego e tranqüilidade - sem os insis-tentes vendedores à espreita- as lojas de departamento são o paraíso. Em

suas imensas lojas, estão dispostos ítens de todos os estilos, opções para vários os públicos e gêneros: in-fantil, adulto, bebê, feminino e masculino. Pensando bem, são raros os itens em vestuário não encontra-dos em suas enlouquecedoras araras. “Tudo isso a preços baixos e pagamento facilitado. Dez vezes no cartão sem juros. Deseja mais alguma coisa?” A despeito das inúmeras facilidades disponíveis nas “fast fashion” (ou “moda rápida”, termo que sig-nifica abastecer as prateleiras com novidades a todo o momento), muitos textos da internet colocaram-me apensar sobre estes produtos. De qual fonte são ex-traídas a criatividade para conceber e produzir com tanta rapidez? Das duas, uma: ou uma imensa equi-pe de criação recheada dos mais ávidos profissionais ou eles provavelmente recorrem às “inspirações”. Nessas lojas são constantemente encontradas inúmeras peças “inspiradas” em criações de grifes famosas – e caríssimas. Tendências são lançadas nos desfiles mundo afora e, em menos de um mês, releituras já podem ser vistas nas araras das lojas de departamento. É, na prática, a essência das lojas “fast fashion”, um imediatismo dinâmico e constante. Polêmico, este é um assunto que ronda as discussões fashionistas: existe mesmo a inspira-ção em uma criação de moda ou trata-se somente uma imitação descarada? Cópia, em uma de suas definições do dicionário, quer dizer: transcrição, imitação ou reprodução de uma obra original. Não tem, em sua essência, nenhuma mudança de estru-tura de seu objeto original, portanto, transforma-se apenas em uma imitação literal. Já as releituras – termo muito usado no mundo da moda – con-figuram uma nova concepção da obra, outra visão de algo já idealizado anteriormente e do qual é apenas retirada uma referência ou conceito base. Para a personal stylist e blogueira de moda Con-stanza Fernandez, a inspiração difere em muito da cópia. “E é por esse motivo que a considero válida. Cópia é uma falsificação de algo muito fa-moso, seja um quadro, uma pessoa, uma bolsa,

um sapato. Algo que quer ser idêntico e tentar en-ganar quem enxerga, querendo se passar pelo ver-dadeiro”. Por outro lado, Constanza vê a inspira-ção como um tributo à obra original, desde que siga conceitos próprios e não do objeto inspirador. Se ela compraria uma cópia? Constanza diz que não usar-ia um produto que viesse estampado com o nome da marca copiada, tentando se passar pelo original. E as conhecidas “inspirações” es-tão por aí aos montes. Em uma visita a uma loja de departamentos, é possível encontrar peças baseadas em coleções de grifes como Cha-nel, Balmain, Louis Vuitton e tantas outras. A famosa bolsa Chanel 2.55, criada por Coco Chanel em 1955, foi uma das peças mais inspi-radoras do mercado nos últimos dois anos. Feita de couro matelassado com alças de correntes, inúmeras foram suas versões – algumas até bem semelhantes - espalhadas no mercado com os mais variados preços, incomparáveis aos modestos $1.995 da original. Falando nas versões espalhadas pelos shoppings do mundo inteiro, a grife da vez é a Balmain, que in-spirou muitas das peças nas lojas de departamento atualmente. Desde o inverno passado, quando lançou uma coleção com ares militares, é só o que se vê nas araras por aí. Botões, muito verde militar e jaquetas com inspiração vinda dos uniformes de guerra. Uma camiseta da marca cheia de furos e acompanhando a tendência “destroyed” – da qual fazem parte aquelas calças rasgadas, famosas quando o grunge dominou a moda no final dos anos 80 – lançou tendência. E teve até uma releitura feita pelas lojas Renner, com uma pequena diferença: custava R$49 e não a quantia absurda de R$2.752, preço praticado pela grife. Se é, não sei, mas parece a solução encontrada para o problema da democratização ou não da moda. Para Constanza Fernandez, é a chance para quem não tem outra opção a não ser comprar uma peça “in-spirada”, acompanhando a moda e matando aquele desejo, às vezes, impossível de se ter a peça original. O fato é que as lojas de departamento caíram no gosto dos consumidores. Não dá para discordar que a contribuição delas na democratiza-ção do mercado da moda é válida, contanto que não sejam produzidas cópias fieis da peça origi-nal. Elas precisam acrescentar um pouco de cria-tividade à máxima do “nada se cria, tudo se copia”. 05

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Aversãooriginaldacamisetadagrife

Balmaincustamódicos1.625dólares,o

equivalentea2.752reais.

Eaversão“inspirada”daRenner:R$49,90.

DagrifeChanel:asoriginais.NoBrasil,chegamacustarmaisde8milreais.

http://www.purseblog.com/

www.modainfoco.com.br

Inspiração”dafastfashionC&A.Opreço?R$79,90.

www.justlia.mtv.uol.com.br

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Pipoca, Nanquim e algo mais

“Cinema, HQ e muita paixão no programa que surgiu em uma TV Educativa e vem ganhando destaque na internet”Mariana Guarilha

Mesmo tendo seu início na televisão, e sendo exibi-do até hoje na TV Uniara, Pipoca e Nanquim tem uma afinidade muito grande com o conteúdo produzido es-pecialmente para a internet, e talvez se deva a isso seu sucesso na rede. A parceria com os blogs Nerds somos nozes, Soc Tum Pow e Área 171 expandiu bastante o público de Pipoca e Nanquim, revelando essa vocação. Com um ritmo frenético juntam-se referências a diver-sos filmes e HQs espalhados em cima de uma mesa, em um tom extremamente informal. As indicações apaixo-nadas e a descontração de seus participantes frente às câmeras em nada lembra o desconforto das edições iniciais, onde apresentavam o programa de trás de uma bancada parecendo pouco a vontade. A atual equipe formada por Bruno Zago, Alexandre Callari e Daniel Lo-pes aborda temas do entretenimento já explorada por outros nomes mais conhecidos da web, porém sem perder a identidade muito própria do programa.

Não é a toa que expandindo a marca seus idealiza-dores inauguraram um podcast e um site com o nome Pipoca e Nanquim no último mês, reconhecendo essa vocação. É neste momento de expectativa que a equi-

pe do Pipoca e Nanquim fala em entrevista a Ponto Final.

1- Quais são as principais dificuldades em apostar em um programa veiculado em duas mídias com característi-cas tão diversas?

Nós encaramos o programa como algo que será as-sistido por um mesmo público alvo, ou seja, amantes da cultura pop e de entretenimento. Nesse sentido, não fazemos diferença em relação à internet e televisão, contudo há aspectos que precisam ser ressaltados.

Por exemplo, sofremos com alguns problemas rela-cionados a temas que podem ou não ser abordados na televisão. Na internet temos autonomia de falar o que quisermos, mas a televisão restringe temas como nu-dez e erotismo, e pelo fato de estarmos em um canal universitário, não podemos tratar de assuntos como drogas. Também precisamos evitar passar cenas vio-lentas de filmes e nos policiar quanto ao uso de pa-lavrões (se bem que alguns escapam). Essa diferen-ciação causa alguns problemas na hora de escolher os temas que serão abordados e, principalmente, os filmes.

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Há autores que gostamos muito, como: Milo Ma-nara, Crepax e Jess Franco. Mas que por tratarem quase que exclusivamente de erotismo, dificilmente poderão ser abordados no Pipoca. Também o tempo que dispomos na televisão é o que regula a duração do programa, apesar de em mais de uma ocasião nós já termos criado conteúdo adicional para ser vei-culado apenas na net.

Por outro lado, o fato de estarmos na TV Univer-sitária tira das costas a pressão que seria referente ao programa ter ou não audiência e apesar das limi-tações, a universidade nos dá toda a estrutura que precisamos para gravar.

2 - Vocês já pensaram em uma edição diferenciada para cada uma das mídias?

Sim, e conforme respondi acima, já chegamos a fazer, mas só no sentido de incluir material extra para a Internet – e não um programa diferenciado em si. Isso implicaria em gravar mais um produto e carece-mos de tempo para tanto. Não obtemos lucro com o programa, portanto não podemos dispor de mais tempo, pois fora o videocast, tempos também o pod-cast e o site para cuidar.

3 -Conte um pouco como vocês chegaram ao formato do pipoca e nanquim, se houve alguma experiência ante-rior , como ela contribuiu?

O Pipoca era apresentado em um formato muito mais próximo dos demais programas da TV Univer-sitária. Usávamos uma bancada, por exemplo. Antes da minha entrada e do Daniel, os antigos apresenta-dores gravaram todos os episódios nesse formato. Quando assumimos, quisemos modernizar um pou-co. Tivemos uma conversa com um colega de São Paulo muito gente fina, dono de uma produtora, que sugeriu que tirássemos a bancada e déssemos uma cara meio de república para a coisa. Ele disse: “Vo-cês precisam ficar a vontade com o cenário”, e foi o que tentamos fazer.

Nosso próximo passo será mudar o fundo, criar algo mais adequado que aquele monte de pôsteres de cinema. Temos um colega cartunista cuidando disso, ele fará uma imagem definitiva para o cenário,

mas ainda não há previsão. Como trabalhamos sem verba, tudo acaba sendo feito com base em parce-rias, o que às vezes deixa as coisas meio lentas.

A escolha dos temas é algo também que nos en-sinou bastante sobre o que é sucesso, o que deve ou não ser abordado, o que o público mais gosta... Naufragamos em alguns temas, mas tivemos acer-tos vertiginosos em outros. Hoje, dificilmente um programa nosso fica aquém de 10.000 visualizações na internet. Para um programa semanal, é uma boa marca, sendo que a maioria ultrapassa 14.000. Es-colher sobre o que falar e aprender a dar deixas uns para os outros foi algo bastante importante, pois não temos diretor (nós mesmos nos dirigimos) e se você observar com atenção, verá que raramente cortamos o programa, ele é contínuo do começo ao fim. Um bate-papo honesto e sem cortes. Até os erros nós mantemos, optando por fazer da edição um perso-nagem a parte, que nos corrige sempre que falamos besteira. Isso foi um processo gradual e ocorreu de caso pensado.

4- Fale um pouco sobre as características específicas de cada integrante , e como cada um foi escolhido para integrar o projeto.

Foi tudo um grande acaso. O mérito do programa é do Bruno. Ele trabalha na universidade e a concep-ção de tudo veio dele. A minha entrada (Alexandre) e a do Daniel ocorreu por acaso. Nos conhecemos todos por causa de um projeto que eu executei no SESC Araraquara, uma exposição com minhas revis-tas antigas, e começamos a sair juntos. Isso ocorreu na época em que os antigos integrantes decidiram sair do programa. O Bruno convidou o Daniel e o Guilherme para compor o novo time, o que ambos toparam. Eu deveria ter feito apenas uma participa-ção especial em um episódio, mas meu espaço au-mentou também e por um curto período, ficamos em quatro. Posteriormente, o Gui saiu e voltamos a ser um trio.

Temos características bem distintas, mas gosta-mos das mesmas coisas, o que nos aproxima. Eu sou mais velho que eles, então tenho um conheci-mento maior de coisas mais antigas. O Daniel gosta

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Se você ainda não conhece o programa, não deixe de ver:

Videocast37 - Rock´n Roll Parte 1 Videocast42 - Rock´n Roll Parte 2

Videocast41 - Baseado em fatos reais Videocast34 - Mulheres Duronas

Videocast21 - Neil Gaiman Videocast33 - Vertigo

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muito de priorizar material nacional. Ele é um estudioso do assunto, seu TCC foi em cima de quadrinhos e tenho certeza que será algo que ele irá explorar para o res-to da vida. O Bruno conhece as coisas mais modernas, acompanha revistas de linha, entende de games... Jun-tos, penso que complementamos as habilidades uns dos outros.

5 - Vocês acabam de estrear um podcast com a marca pi-poca e nanquim, por que sentiram a necessidade de experi-mentar esse outro formato?

A rádio Uniara (onde o programa é veiculado) tem

uma audiência de mais de 100.000 ouvintes. Isso repre-senta todo um grupo novo de pessoas para alcançar-mos. A partir dela, podemos conseguir patrocínios e no-vas parcerias e assim, subsídios para manter o site e o programa no ar. Fora isso, é um novo formato que temos que estudar, mais aprendizado e uma oportunidade nova para crescer. Também é uma chance de retomar temas sobre os quais já falamos e abordá-los de ângulos dife-rentes. Somos agora um dos poucos veículos na Internet que tem site, videocast e podcast e acredito que sejamos o único cujos vídeos e programas realmente passem na rádio e na TV.

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As corridas de rua estão cada vez mais popu-lares no Brasil inteiro. A Corpore, maior clube de corredores da América Latina, realizou um estu-do em parceria com a Fundação Instituto de Ad-ministração (FIA) da Universidade de São Paulo para descobrir o perfil dos corredores. Segundo o estudo desse ano, o esporte conta com cerca de 4,5 milhões de praticantes no país e movimenta diretamente mais de 3 bilhões de reais em um ano, se tornando o segundo mais popular, perden-do apenas para o Futebol. O levantamento da Cor-pore também mostrou que 75% dos corredores concluíram o nível superior e 25% deles ganham entre R$ 8 mil e R$ 20 mil por mês. "Não é exa-gero dizer que a corrida é o esporte do momento no Brasil", diz David Cytrynowicz, presidente da Corpore.

Em londrina, a febre também pegou. A criação ou melhoria de espaços públicos para prática do esporte incentivou muitas pessoas a entrarem no mundo da corrida de rua. Segundo Katja Vignard, organizadora de provas como Catuaí RUN e Sa-turday Night Run, o número de corredores come-çou a crescer há cerca de 3 anos. “Em questão de pouco tempo, as provas aqui em Londrina dei-xaram de ser tímidas, com 100, 200 atletas, para passar a juntar 400 a 600 pessoas por corrida. E acho também que agora em dezembro, a Prova Pedestre de Londrina vai passar de mil participan-tes”, calcula Katja.

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Texto: Iuri BaptistaFotos: Gabriel Teixeira

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Antônio Carlos Gomes, PhD em rendimento esportivo, explica que a corrida de rua está ga-nhando adeptos no mundo inteiro por que é um esporte muito acessível, “Não são necessários muitos equipamentos e eles são relativamente baratos”. A atividade também tem como dife-rencial a possibilidade de ser feito em qualquer lugar, “isso significa que os corredores podem sair do trabalho e ir direto exercitar-se, ou se é alguém que viaja muito, estar em outra cidade não vai dificultar. Outro ponto é a liberdade de escolher um lugar, como praias, parques, cam-pos ou mesmo academias, caso a pessoa goste de frequentar”, complementa Antônio Carlos.

Todos os dias de manhã, o administrador de empresas, Mario Nei Pacagnan, levanta mais cedo para correr no Lago Igapó. Ele costuma participar das provas que acontecem em Lon-

drina e viaja para correr em percursos maiores. “Costumo ir para meias e já consegui terminar uma maratona”, comenta Mario Nei, que procu-ra na corrida um momento de ganhar energias para enfrentar o dia-a-dia. “Por isso que corro de manhã, antes de começar qualquer coisa. As vol-tas do lago me dão animo e servem para que eu planeje todas as atividades que farei naquele dia. Isso fora a questão de saúde, eu perdi 7 quilos desde que comecei a correr”, explica o adminis-trador.

A dentista e professora Edna Mizuno come-çou a correr há três anos, “a gente sempre inicia devagar, correndo somente no fim de semana e hora que vê já está viciada no esporte”, conta a dentista. A corrida já virou parte da família, ela trouxe o marido para o Clube de Corrida que participa, e os dois filhos de sete e cinco anos

acompanham o casal pelas corridas. “Eles são nossa torcida, sempre estão nas provas para nos incentivar”, con-ta Lauro, também dentista e professor da UEL, “até a babá já entrou na brin-cadeira. E pior, ela corre mais do que eu e Edna”. A família já foi duas vezes para São Silvestre e agora no fim de ano voltam a correr a maior corrida do Brasil.

Assim como Edna, muitos corredo-res se agrupam em clubes de corrida. Um dos mais famosos de Londrina é o da Associação Médica. A técnica da equipe é Márcia Perez, profissional de educação física que acompanha e prepara os treinos dos participantes do clube. “Estamos sempre abertos a novos participantes, que não precisam pagar nada, nem ter o compromisso de correr com a gente. Fazemos treinos do sábado, domingo, segunda, quarta e sexta”, conta Márcia, “mas como os treinos estão disponíveis na internet, cada um corre quando pode”. Além da

Katja Vignard conta que, para atingir esse novo público, planeja corridas com outras atrações além da prova em si

4,5 MILHÕES DE PRATICANTES NO PAÍS 3 BILHÕES DE REAIS MOVIMENTADOS POR ANO

Fonte: Corpore / FIA - USP

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As corridas de rua de Londrina juntam cada vez mais participantes, tendo em média de 400 a 600 corredores

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supervisão da treinadora, os integrantes do Clube de Corrida da Associação Médica de Londrina se unem para participar de provas em todo o mundo.

“Correr em grupo é muito mais divertido, nosso clube é bem animado e extrovertido. Não estamos aqui para ganhar, e sim viver melhor”, explica ela, mas lembrando que os integrantes sempre ganham algumas provas, principalmente em categorias acima de 40 anos. Ana Maria Barbosa de Oliveira, 62 anos, conta que está sempre subindo ao pódio, “Eu sempre corri, mas entrei no Clube da AML com meu marido há apenas dois anos. Desde en-tão tenho participado de provas por aqui e sem-pre acabo ganhando. Não que eu seja boa, mas é que na minha categoria tem poucas mulheres correndo”, comenta humilde a atleta, que em sua última vitória derrotou outras duas corre-doras em um percurso de 6 quilômetros com o

tempo de 37 minutos e 23 segundos.Márcia Perez destaca a importância do

acompanhamento técnico, “um dos lados po-sitivos de participar de um grupo de corrida é ter um acompanhamento. Sabemos que nor-malmente as pessoas começam sozinhas, fa-zendo treinamentos na intuição mesmo. Mas isso é perigoso”. Desde o ritmo e freqüência dos treinamentos ao tipo de tênis precisa ser analisado para evitar lesões e problemas no corpo, “a atividade deixa de ser benéfica para a saúde e se torna um problema, isso é muito sério e precisa ser levado a todos os corredo-res”. Se o desafio era colocar as pessoas para se movimentar, os profissionais de esporte e educação física encontram um novo proble-ma: acompanhar o boom de praticantes de ati-vidades físicas.

O Clube de Corrida da Associação Médica de Londrina está aberto a todos que queiram participar

NÃO É EXAGERO DIZER QUE A CORRIDA É O ESPORTE

DO MOMENTO NO BRASIL

““ David Cytrynowicz, presidente da Corpore.

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Por que a corrida de rua ficou popular? A corrida de rua explodiu no mundo inteiro nos últimos 10

anos. O principal motivo é simples, pela facilidade de praticar. É uma modalidade que pode ser praticada em qualquer lugar, pode ser no parque, na praia, na academia, no campo, ou seja, as pes-soas correrão aonde se sentirem bem. A corrida de rua também não requer muitos equipamentos, que ainda são baratos e fáceis de encontrar. Outro ponto é estrutura, andar de bicicleta é prazeroso, tem menos impacto e esforço do que a corrida, mas não existem ciclovias, lugares públicos para pedalar. E por último a exposição da mídia, que divulgou muito essa cultura da corrida de rua, tanto nas propagandas de tênis, surgimentos de revistas direcionadas, es-paços nos jornais, etc.

Quais os desafios dessa nova cultura? No Brasil, estimam-se 4,5 milhões de praticantes. Contudo

somente 1,5 milhões fazem atividades orientadas. Então o desafio é divulgar a necessidade dessa orientação, a corrida é um esporte perigoso, até mais do que outros como natação, vôlei, etc.

Por que a corrida de rua é perigosa? Por que a corrida é um esporte muito competitivo. O atleta

se desafia a estar sempre melhorando o tempo ou perdendo mais peso. Depois, deixa de competir com si mesmo e compete com o colega, deseja muito ganhar dos outros. A cultura da corrida de rua é competitiva, todo mundo só quer saber de rendimento. E por ser um exercício fácil, a pessoa acha que é só sair correndo, mas não é. Toda vez que colocamos o corpo para se movimentar, acontece um processo complexo. Ao fazer um trabalho contínuo, você gasta energia, recebe impacto, mexe com sistemas fisiológicos, contra-ções musculares, stress físico que precisa ser mapeado, precisa ser controlado. O que precisa ser feito, é uma definição de objetivos e estratégias para essa massa que entrou no mundo da corrida de rua

Quais são esses objetivos? Melhorar a saúde e o bem estar. Diminuir essa ânsia

por rendimento, que acaba sendo muito prejudicial ao cor-po, e focar na qualidade de vida. Veja a Maratona de nova York, foram mais de mil brasileiros na maratona de NY. Eu andei um pouco por lá, profissionalmente eu sempre quero saber o que está acontecendo, e vi que o pessoal estava se preparando a três ou quaro meses para a maratona. Isso é uma irresponsabilidade com o próprio corpo. Esse aspecto é um reflexo da influência norte-americana, por na Europa, por exemplo, exercício é encarado como uma atividade para melhorar a saúde.

Como melhorar a cultura da corrida de rua?

Como qualquer mudança cultural, requer ajuda de todos. Dos setores governamentais, da mídia, dos médicos, nutricionis-tas, fisioterapeutas e muito mais. Eventos, como esse que participei agora é um exemplo de uma iniciativa privada que percebeu essa necessidade e está acima de tudo, fazendo um serviço à sociedade.

Os profissionais estão preparados para aten-

der essa nova demanda? Os setores de educação física e esporte precisam aperfeiçoar

muito ainda, tanto em número de profissionais, quanto em qualida-de. Nós não conseguimos acompanhar essa nova onda de pessoas que fazem exercícios físicos, que preocupam mais com o corpo e a mente. Os estudos também estão muito aquém, eles são mui-to acadêmicos, afastados da necessidade do mercado. Temos que torná-los populares, por que uma área com pouco conhecimento gera mitos. Toda hora surge alguma nova moda, correr com camisa de plástico, correr descalço, correr com peso na cintura e cada uma dessas tentativas gera riscos à saúde das pessoas.

Quais as dicas para a população? Primeiramente: procure fazer exercício físico, temos apenas

11% da população brasileira se exercitando, sendo que todos deve-riam se movimentar não há exceções de idade ou condições físicas. A segunda é informar que antes de ir exercitar tem que fazer ava-liação do estado da saúde. A terceira é manter a orientação no seu esporte. A parir daí, a responsabilidade será dos profissionais. Eles precisam estar preparados, por que eles acabam entrando na onda do atleta. Não pode deixar seu cliente treinar 7 vezes por semana. Quatro vezes já é excelente, por que o corpo precisa desses inter-valos para se recuperar. Uma ou duas vezes por semana são poucas intervenções, tornando mais um risco do que benefício. Entre 3 e 5 vezes é o ideal, agora todos os dias da semana é absurdo.

Essa ascensão da corrida de rua ameaça a

hegemonia do futebol? Nos próximos 10 anos, eu acredito que a corrida vai conti-

nuar crescendo até estabilizar por volta de 2020. Em questão de 20 anos, podemos pensar em triplicar o número de corredores atuais, passando o número de praticantes do futebol. Mas o futebol é uma questão cultural. Envolve o esporte, arte, habilidade, manifestações corporais, a malandragem, a ginga. O brasileiro tem talento e ha-bilidade para isso, o futebol nunca deixará de ser o esporte mais amado do país.

Antônio Carlos Gomes é PhD em treinamento desportivo na Universidade Nacional de Cultura Física da Rússia, tem ampla experiência internacional e hoje é consultor esportivo em Londrina. Em seu portfólio estão vários livros e artigos publicados e trabalhos no Comitê Olímpico Brasileiro, nas Confederações Brasileiras de Triatlon, de Taekwondo e de Remo. Esteve no Atlético Paranaense entre 2000 e 2008, com as conquistas do brasileirão em 2001, vice em 2004 e o vice na Libertadores em 2005. Atualmente está no Corinthians, cujo principal trabalho foi recuperar o condicionamento de Ronaldo. Antônio Gomes também foi treinador por muitos anos da melhor maratonista londrinense, Cleusa Irineu, e falou um pouco sobre a popularização da corrida

para a Ponto Final

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Natal... por quê?OsentidodoNatalesuadiferençaparacadapessoa

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odo final de ano é a mesma coisa: horário do comér-cio prolongado, decorações com luzes piscando e pinhei-ros em estilo europeu pelas casas e lojas, programações especiais com corais e apresentações teatrais, dezenas e dezenas de “bons velhinhos” espalhados pela cidade, e novamente vem a vovó na hora da ceia e diz que “temos que lembrar do aniversariante”. Mas qual o sentido real do Natal hoje? Qual o verdadeiro motivo das comemorações desse feriado aguardado por tantas pessoas?

Nos ensinamentos de algumas religiões aprende-se que o Natal é o dia da natividade de Jesus Cristo, ou seja, o dia que se comemora o aniversário d’Ele. Porém, em muitas

T Gabriel Oberle

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Natal... por quê?OsentidodoNatalesuadiferençaparacadapessoa

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ocasiões, o menino Deus é lembrado apenas pelo presépio pequenino sob a árvore, ou em algum outro canto da decoração. Celebrado, na maioria das vezes, somente pelos mais idosos e/ou mais religiosos.

Na mensagem de Natal do papa Bento XVI, no ano passado, da janela de seu apar-tamento no Vaticano, ficou muito ressaltada a importância do “nós” em todo o mistério de Natal, fazendo um comparativo com várias localidades do mundo, pedindo o fim da violência e lembrando a vida em comunidade.

Renata Cristina Pereira, brasileira que atualmente mora na cidade do Porto, em Portugal, comenta que lá as comemorações e preparativos são muito parecidos com o que acontece em terras tupiniquins, “mas aqui nós comemos bacalhau por causa da cultura, também existe peru, mas tipicamente o peixe é que é o principal cardápio para o Natal”, comenta. Renata ainda diz que as decorações e comemorações também são muito parecidas, “ao invés de chamarem ‘Papai Noel’ chamam de ‘Pai Natal’”, revela. E ainda diz que as comemorações acontecem mais entre as famílias, pois o frio do hemisfério norte não dá muito ânimo para que as pessoas saiam de suas casas. Mas, como acontece em outros países, os que mais se lembram do nascimento de Jesus são os mais velhos.

Realmente o valor do dia 25 de dezembro não é vivido por todos, afinal, cada um tem seu direito de escolher o que seguir. Ninguém é obrigado a viver o Natal como a tradição deixou (ainda bem, pois se assim fosse, o Natal seria bem monótono). Religiões, segui-mentos, ideais, cada um possui o seu, não são todos que comemoram o nascimento de Jesus, mas poderíamos aproveitar essa época para nos confraternizar com familiares e amigos, descansar do ano puxado, enfim, viver o Natal cada um da sua forma.

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Metas 2011

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