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Polí%ca econômica em curto prazo:
variáveis-‐instrumentos e variáveis-‐metas
Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-‐UNICAMP
hBp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
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Estrutura da apresentação
Metodologia: Variáveis-‐Exógenas
Consistência Teórica dos Instrumentos
Regras e Ações Discricionárias
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Consistência Teórica dos Instrumentos
Exame dos dois instrumentos de polí3ca de controle da demanda agregada (polí3ca fiscal e polí3ca monetária), dois
regimes de câmbio (estabilizado e flexível) e quatro graus de mobilidade de capital
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eficácia da política fiscal com câmbio fixo face ao grau de mobilidade de K • ē: Δ G => Δ Y => Δ M => BTC < 0 // Δ G => i > i* => Δ K => BCA > 0 // superávit do BCA compensa déficit do BTC = f( grau de mobilidade relativa de K* )
• K*° forte: impacto monetário do BP => reforço do efeito inicial da expansão fiscal.
• K*° fraca: política fiscal => efeito estimulante sobre renda versus déficit externo => contração monetária => contraria, parcialmente, efeito inicial sobre renda.
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combinação ótima de políticas econômicas com ē
• mobilidade fraca => política fiscal expansionista + política monetária contracionista (em simultâneo, antes do BP < 0): Δ G => BTC < 0 vs. ∇ Ms => BCA > 0 ∴ K*° fraca: Δ G + ∇ Ms => Δ i
• mobilidade forte => política fiscal expansionista + política monetária expansionista (simultaneamente) => (1º.) limitar alta de i; (2º.) evitar BP > 0 ∴ K*° forte: Δ G + Δ Ms => ∇ i
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políticas com câmbio flexível e controles relativos de capital
• política monetária: mais eficaz do que é com câmbio fixo; independentemente do grau de mobilidade de capitais.
• política fiscal com mobilidade forte: provoca superávit do BP e apreciação da moeda nacional.
• política fiscal com mobilidade fraca: provoca déficit do BP e depreciação da moeda nacional.
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Modelo IS-LM-BP com Mobilidade Imperfeita de Capital:
expansão monetária (Δ M s) com regime de câmbio flexível (e°) • LM 0 → LM 1 (para a direita)
∴equilíbrio temporário em Y 1: B
• Y 0 → Y 1 => ∇ ( X - Δ M) => BTC < 0 + Δ M s > Δ M d => ∇ i ∴ i < i * => ∇ K => BCA < 0 ∴BP < 0 => Δ e (depreciação imediata) => Δ e r => BP = 0 + Δ ( X – M ) => IS O → IS 1 (para a direita)
• ∴política monetária eficaz (novo equilíbrio em Y 2: C) => Δ N
• Obs.: mesmo raciocínio com Mobilidade Fraca – BP à esquerda de LM
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Mobilidade Imperfeita de Capital: expansão monetária (Δ M s) com
regime de câmbio flexível (e°)
0
i
Y0
i0
LM0
LM1
BP0
IS0
AC
Y Y1
IS1
B
Y2
i1
BP1
BPn
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Modelo IS-LM-BP com Mobilidade de Capital Relativamente Forte: expansão fiscal (Δ G)
com regime de câmbio flexível (e°) • IS 0 → IS 1 (para a direita)
∴equilíbrio temporário em Y 1: B
• Y 0 → Y 1 => ∇ ( X - Δ M) => BTC < 0 versus Δ M d => Δ i ∴ i > i * => BCA > 0 ( Δ K ) predomina ∴BP > 0 => ∇ e (apreciação imediata) => ∇ e r => BP 0 → BP 1 (para a esquerda) + ∇ ( X – M ) => IS 2 → IS 1 (para a esquerda)
• ∴ política fiscal menos eficaz (equilíbrio em Y 2: C) => Δ N menor (Y 2 < Y 1)
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Mobilidade de Capital Relativamente Forte: expansão fiscal (Δ G)
com regime de câmbio flexível (e°)
0
i
Y0
i0
LM0
BP1
IS0
A
C
Y Y1
IS1
B
Y2
i1 i2
BP0
IS2
10
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Modelo IS-LM-BP com Mobilidade de Capital Relativamente Fraca: expansão fiscal (Δ G)
com regime de câmbio flexível (e°) • IS 0 → IS 1 (para a direita)
∴equilíbrio temporário em Y 1: B
• Y 0 → Y 1 => ∇ ( X - Δ M) => BTC < 0 versus Δ M d => Δ i ∴ i > i * => BCA > 0 ( Δ K ) não predomina ∴BP < 0 => Δ e (depreciação imediata) => Δ e r => BP 0 → BP 1 (para a direita) + Δ ( X – M ) => IS 1 → IS 2 (para a direita)
• ∴política fiscal eficaz (novo equilíbrio em Y 2: C) => Δ N
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Mobilidade de Capital Relativamente Fraca: expansão fiscal (Δ G)
com regime de câmbio flexível (e°)
0
i
Y0
i0
LM0 BP1
IS0
A
C
Y Y1
IS1
B
Y2
i1
i2
BP0
IS2
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políticas com câmbio flexível e controles relativos de capital
• e° + Δ Ms: qualquer que seja a inclinação de BP, os efeitos de propagação da expansão monetária acabam reforçando o efeito de reaquecimento inicial.
• e° + Δ G: ao contrário do ē, a forte mobilidade de K limita os efeitos da política fiscal = f(∇e freia atividade das empresas exportadoras e das empresas competidoras com importações )
• e° + Δ G: com fraca mobilidade de K, o efeito expansionista da política fiscal (Δ G), reforçado pela depreciação da moeda nacional (Δ e), estimula exportações e desestimula importações. 13
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Metodologia: variável-‐exógena
Banco Central: fora de O Mercado ou o maior par3cipante do mercado de câmbio e do mercado aberto de Ntulos de dívida pública
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como se esboça uma teoria econômica?
1. Observa-‐se se há alguma regularidade no comportamento dos agentes econômicos.
2. Então, aprende-‐se com essa repe7ção. 3. Se um ato dá resultado posi3vo, é racional repe7-‐lo. 4. Se der nega3vo, não se repete a mesma ação,
e busca-‐se outra alterna3va. 5. Os teóricos analisam as séries esta;s7cas temporais. 6. Cruzam as informações. 7. Buscam correlação, isto é, captar interdependência de
duas ou mais variáveis, ou regressão – dependência funcional entre duas ou mais variáveis aleatórias. 15
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metodologia econômica • Variável endógena (dependente ou resultante) é determinada por forças que operam dentro do sistema em estudo e no qual está inserida.
• Variável exógena (independente ou controlável), por sua vez, é determinada por forças externas ao modelo em consideração.
• Fora das condições ideais de laboratório, a correlação espúria entre uma variável independente e uma dependente é, em geral, afetada por outras, que se denominam variáveis intervenientes. 16
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princípio da polí3ca monetária • Como se observa certa regularidade estaZs%ca do quociente entre a séries temporais de meios de pagamento (MP) e base monetária (BM), deduz-‐se o mul%plicador monetário pela divisão daquela por esta (k = MP / BM).
• Daí, como se observou também uma regularidade entre MP e Índice Geral dos Preços (IGP), qualquer “gênio da profissão” pensa com seus “2 neurônio”: se eu (Banco Central) controlar a BM, eu controlo a inflação!
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BALANÇO DO BANCO CENTRAL
ATIVO
Ativos Externos Líquidos
Empréstimos ao Governo
Empréstimos Líquidos aos Bancos
Carteira de Títulos
PASSIVO
Base Monetária
+Papel Moeda em Circulação
+Reservas Bancárias
Depósitos do Tesouro Nacional
ΔBASE MONETÁRIA= ΔOPERAÇÕES ATIVAS - ΔOUTRAS OPERAÇÕES PASSIVAS
Fontes da base monetária Usos da base monetária
ativo e
passivo não monetário.
reservas bancárias e
papel-moeda em circulação.
Operações com o Tesouro Nacional
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multiplicador monetário multiplicador monetário: quociente ex-post entre os saldos de fim de período dos meios de pagamento e da base monetária: k = MP / BM => MP = k . BM = f( forma pela qual os bancos em conjunto, isto é, o sistema bancário cria moeda ). PMPP + DV 1
k = __________ = _________________________ onde: RB = reserva bancária: PMC + RB (PMPP / MP) + ([EBC + RC] / MP) EBC = encaixe bancário
RC = reserva compulsória
Equação das Trocas depende de comportamentos estáveis dos clientes, ou seja, relação de confiança com o setor bancário para não haver corrida a saques de papel-moeda:
M = v.P.Y , onde v = 1 / V ˉ é estável e Y ˉ dada => M => P
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comportamento de agentes econômicos
• Estes possuem o mau hábito de pensar que possuem um “self”, uma “alma”, uma auto determinação…
• Quando sentem que a autoridade monetária não lhes está oferecendo a quan7dade de moeda desejada, prejudicando-‐lhe os negócios com a alta da taxa de juros, eles mudam o comportamento-‐padrão!
• Quebram a regularidade anterior da demanda por papel-‐moeda, alteram a velocidade de circulação da moeda, fazem inovação financeira fora do controle do Banco Central, enfim, atrapalham a teoria dos economistas…
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Banco Central fora do mercado • O economista, obsessivo com a reconquista do poder de controle
macroeconômico, reage. Arbitra que, em seu modelo, o Banco Central controla uma “variável exógena”: a oferta de moeda.
• Por que? Porque ela não é resultante do jogo de forças de mercado já que ele abstraiu a autoridade monetária nessa sua “economia de mercado”. Ideologicamente, arbitrou que O Estado está fora de O Mercado.
• Porém, a dura realidade lhe impõe outra derrota. Em úl3ma instância, o Banco Central tem de atuar como emprestador para a salvaguarda do mercado financeiro. Não consegue manter o controle quando seu efeito ultrapassa o limite fatal que ameaça a bancarrota do sistema bancário.
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ação-‐contração-‐reação • Quando o Banco Central, na tenta3va de evitar um choque
cambial inflacionário, dispensa o regime de câmbio flexível e busca estabilizar a cotação do dólar, a decorrente sobrevalorização da moeda nacional, aquém do que jus3ficam os fundamentos macroeconômicos, ins3ga a reação das forças de O Mercado.
• Este reage com seguidos ataques especula%vos, testando a capacidade de defesa da cotação oficial, cuja arma limitada é o volume das reservas cambiais.
• Se estas se esgotam, a autoridade monetária prostra-‐se e rende-‐se à verdade: ela não pode se colocar, arbitrariamente, como superior, ou seja, como fosse exógena a O Mercado. 22
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Regras e Ações Discricionárias
Metas para Variáveis-‐Resultantes (inflação, emprego e balanço de pagamentos) e
Ações Discricionárias sobre Variáveis-‐Instrumentos
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polí3cas econômicas baseadas em regras: variáveis-‐meta versus variáveis-‐instrumentos • As regras que tem como meta colocar variáveis-‐instrumentos da
polí%ca em certo patamar – preços básicos como juro e câmbio –, devem evitar terapia de choque que provocam súbitas variações de preços rela7vos.
• Seria sucesso irrelevante para o alcance dos resultados desejáveis para variáveis-‐meta como inflação, desemprego, balanço de pagamentos, devido a desvios advindos dos choques nos comportamentos regulares dos agentes econômicos.
• As regras para as variáveis-‐meta levam a melhores resultados, em princípio, mas sua implementação gradualista exige cautela: tateio em busca do equilíbrio geral (interno e externo). 24
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Variáveis-‐metas e Variáveis-‐instrumentos da Polí%ca Econômica em Curto Prazo
Taxa de Inflação Dívida Interna / PIB Dívida Externa / PIB Taxa Desemprego
OBS: Se ∆ G => ∆ TDPF => ∆ i
2002: 12,53%
Taxa de Juros 2002: 25% 2009: 8,65%
Taxa de Câmbio 2002: R$ 3,53 2009: R$ 1,74
2007: 4,46%
Taxa de Juros
Taxa de Câmbio
2002: 60,6%
Carga Tributária/PIB 2002: 32,0% 2007: 33,9%
Superávit Primário/PIB 2002: 3,2% 2007: 3,4%
2007: 45,1%
Carga Tributária/PIB
Superávit Primário/PIB
2002: 45,9%
Superávit Comercial 2002: US$ 13 bi 2007: US$ 40 bi
Transações Correntes 2002: (US$ 7,6 bi) 2007: US$ 3,6 bi
2007: 15,1%
Superávit Comercial
Transações Correntes
2002 – 10,5%
Crescimento Crédito 2002: 10,7% 2007: 27,3%
Crédito Total 2002: R$ 384 bi 2007: R$ 936 bi
Crescimento Real PIB 2002: 1,9% / 2007: 6,1%
2007: 9,3%
Crescimento Crédito
Crédito Total
Crescimento Real PIB
hYp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
Dívida Externa Total/Exportações
2002: 3,2 / 2008: 1,1 Risco Brasil 2002: 1.439 2009: 196
Reservas Internacionais 2002: US$ 16,3 bi (s/FMI)
2009: US$ 239 bi
Índice Bovespa 2002: 11.268 2009: 68.588
Índice de Popularidade: Recorde Histórico!
Risco Brasil Índice Bovespa
Reservas Internacionais
Dívida Externa Total/Exportações
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variáveis-‐metas da polí3ca econômica em curto prazo no Brasil
• taxa de inflação – estava em 12,5% em 2002, está em 6,5% em 2013 –;
• taxa de desemprego – 10,5% e 5,5%, respec3vamente –;
• relação dívida interna / PIB – 60,6% e 35% –;
• relação dívida externa / PIB – 45,9% e 14%. 26
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principais variáveis-‐instrumentos
Preços Básicos • Taxa de juros básica:
caiu de 12,5% em 2002 para 8,5% em 2013.
• Taxa de câmbio: caiu de R$ 3,53 / US$ para R$ 2,28 / US$
Polí%ca de Crédito • Taxa anual de
crescimento do crédito: em 2002 era 10,7%; em 2013, espera-‐se de 15% a 20%.
• O saldo do crédito total cresceu de R$ 384 bilhões (23,8% do PIB), em dezembro de 2002, para R$ 2.487 bilhões (54,7% do PIB), em maio de 2013. 27
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principais variáveis-‐instrumentos Variáveis-‐fiscais • A carga tributária elevou-‐se
apenas de 32% do PIB para 36% do PIB no período.
• A relação superávit primário / PIB, depois de se elevar bem acima do 3,2% do PIB de 2002, baixou para o patamar de 2,3% do PIB.
• Es3ma-‐se o déficit nominal em 2,2% do PIB em 2013.
Variáveis-‐externas • A dívida externa total
referente a maio de 2013 totalizou US$ 325,5 bilhões.
• O estoque de reservas internacionais totalizou US$ 374,4 bilhões; eram apenas US$ 13 bilhões em 2002, desconsiderando os emprés3mos do Fundo Monetário Internacional.
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principais variáveis-‐instrumentos Equilíbrio do balanço de pagamentos • As transações correntes
acumularam, nos úl3mos doze meses, déficit de US$ 73 bilhões, equivalente a 3,2% do PIB.
Financiamento do desequilíbrio • Os ingressos líquidos de
Inves%mento Estrangeiro Direto (IED) nos úl3mos doze meses somam US$ 64,2 bilhões, equivalentes 2,8% do PIB.
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conclusão
• É irracional alguém falar, até hoje, baseado em aparente similitude de instrumentos, em con7nuidade da polí7ca econômica do governo FHC!
• Não só por se ter alcançado esses resultados tão dis7ntos, como também pela irracionalidade que seria con7nuar algo que antes não funcionava…
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