“phobia” • fotografia

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO - FAAC PRODUÇÃO DE MULTIMÍDIA MILENE MORAES ALMEIDA PHOBIA A realidade em exagero TFC – TRABALHO FINAL DE CURSO – FOTOGRAFIA Santos 2015

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“PHOBIA” • Fotografia• Aluna: Milene Moraes• Avaliadores: Durval, Cid, Okida, Lucimara, Vlad

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Page 1: “PHOBIA” • Fotografia

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO - FAAC

PRODUÇÃO DE MULTIMÍDIA

MILENE MORAES ALMEIDA

PHOBIA A realidade em exagero

TFC – TRABALHO FINAL DE CURSO – FOTOGRAFIA

Santos

2015

Page 2: “PHOBIA” • Fotografia

“As coisas que nos

assustam são em maior

número do que as que

efetivamente fazem

mal, e afligimo-nos

mais pelas aparências

do que pelos fatos

reais. ”

Séneca

Page 3: “PHOBIA” • Fotografia

1. Apresentação

O ensaio fotográfico “Phobia – A realidade em exagero”

retratará de forma breve e direta objetos e situações que

causam medos irracionais em certas pessoas. Esses objetos

presentes em nosso dia-a-dia não chamam muita atenção e

raramente pensamos profundamente sobre eles, porém, para os

que são considerados fóbicos, um simples encontro com seu

objeto de fobia envolverá todo um confronto.

As fotos serão feitas visando focar e ampliar os

aspectos de cada um desses objetos de forma que eles possam

despertar incômodo, medo ou aflição, levando os observadores

a sentirem-se, de certa forma, como os que sofrem com essa

patologia.

O ensaio será impresso em formato de um foto-livro, que

além das fotos contará com algumas das citações reais

coletadas durante a fase de pesquisa do projeto; diversos

entrevistados responderam a um questionário a respeito de

seus medos e fobias.

Esta parte do trabalho é igualmente importante às fotos

pois, enquanto a imagem levará o leitor a ver com o olhar

fóbico, as frases o levarão a entender o que se passa na

mente deste indivíduo, que se abre e conta com suas próprias

palavras como se sente em um momento de confronto, criando

empatia.

Muitas pessoas ainda consideram o medo e a fobia iguais

e acabam por menosprezar o portador da mesma, ou muitas vezes

negam a própria fobia e perdem a oportunidade de procurar

ajuda e se tratar. Este foto-livro deve servir para

conscientizar e educar sobre o tema para que isso deixe de

acontecer.

Page 4: “PHOBIA” • Fotografia

2. Objetivo

Meu objetivo é apresentar um ensaio composto de 20

fotografias diferentes, em locais e momentos diferentes, com

uma única característica em comum: Todas elas retratarão um

objeto ou situação que serve como um gatilho para o medo em

muitas pessoas. No ensaio fotográfico: PHOBIA – A realidade

em exagero, demonstrarei a partir de cenas corriqueiras o

que desperta sensações como pânico nos fóbicos.

Como a fobia é considerada um transtorno mental, farei

o foto-livro e este relatório com características que remetam

à documentos psiquiátricos antigos, citando inclusive alguns

depoimentos reais e anônimos de pessoas que tem medo

irracional de algo (estas citações serão tiradas das

respostas dadas ao formulário aplicado a diversas pessoas,

na fase da pesquisa deste projeto). O foto-livro representará

um caderno de anotações composto pelo ensaio, frases

coletadas, etimologia, significados, galeria e alguns textos

fictícios como diagnóstico e parecer psicológico que

representam um tratamento. Além disso haverá uma conclusão

final chamando a atenção do leitor para a importância do

conhecimento sobre as fobias.

,O acabamento do foto-livro será feito de forma

artesanal, para aumentar a sensação de que esse realmente

seja um bloco de notas antigo, preenchido com pressa por um

analista. Os CD’s também serão feitos seguindo a mesma

identidade visual, simulando um disquete com os documentos

privados de algum paciente.

As fotografias irão retratar algumas fobias, abrangendo

principalmente as fobias específicas, que são bastante

curiosas.

Page 5: “PHOBIA” • Fotografia

É importante ressaltar que as fotos não registarão o

fóbico especificamente, tampouco sua reação diante de seu

medo, e sim o objeto do medo em si. Ou seja, fotografarei o

dentista, a altura, o escuro, o inseto e etc. Sempre buscando

expor de forma simples as características “mais assustadoras

ou aflitivas” de cada um deles.

Para demonstrar com mais precisão que o medo tem mais

a ver com a forma com que vemos as coisas, do que com o

verdadeiro perigo que elas oferecem, não manipularei

digitalmente nenhuma delas (exceto saturação e exposição).

A única manipulação visível será a da perspectiva, a do ponto

de vista, a do exagero.

Page 6: “PHOBIA” • Fotografia

3. Público/ Mercado

Esse ensaio não foi pensado para um público específico,

e sim para que o público em geral conheça um pouco mais sobre

um tema específico.

Por ser bastante simples de entender, o foto-livro pode

ser usado por psicólogos e educadores para desmistificar

alguns pontos sobre as fobias que possam causar preconceito

nas escolas, ou mesmo dentro de núcleos familiares.

Por existirem poucas publicações a respeito do tema,

que sejam acessíveis e de fácil absorção, muitas vezes os

portadores de fobias são acusados de estarem com “frescura”,

fazendo “drama desnecessário”. O que é difícil de explicar

a um familiar ou colega é que as reações demonstradas por

esses pacientes ao terem que confrontar suas fobias, não

podem ser facilmente controladas, e muitas vezes o próprio

fóbico, por falta de conhecimento, acaba sem saber que porta

um distúrbio e que a única forma de o superar, será

procurando intervenção terapêutica.

Dessa forma, somente para que haja uma definição de

público alvo: como principais, se encontram as pessoas que

em geral apreciam fotografias e ensaios diversos; gente com

o costume de consumir esse conteúdo em livrarias físicas ou

on-line.

O público indireto inclui os próprios fóbicos,

principalmente os que ainda não tem ciência da realidade em

que se incluem. O indivíduo potencialmente fóbico seria

beneficiado, pois ao ver as imagens e ler depoimentos de

Page 7: “PHOBIA” • Fotografia

outros como ele, pode sentir-se mais confortável no

aceitamento da situação, superar seu preconceito, e procurar

ajuda.

Além disso, os familiares dos fóbicos, para que esses

possam conhecer um pouco mais e criar empatia, ajudando

assim, a evitar exclusão daqueles que convivem com eles e a

melhorar a forma de lidar com isso.

Foram citados amigos e familiares, porém qualquer

pessoa pode ser beneficiada por este conhecimento. Isso

porque as fobias são muito mais comuns do que imaginamos e

é possível que em algum momento, qualquer pessoa conheça

alguém fóbico e tenha que lidar com isso, ou até o mesmo

passe por algum evento traumático que o faça desenvolver

alguma fobia. Portanto, é importante que todos conheçam a

realidade de que esse transtorno mental existe, e que ainda

pode em algum momento, cruzar seu caminho.

Quanto ao mercado, a venda do foto-livro primeiro

contemplaria livrarias e bancas em geral, para ser adquirido

por amantes de fotografia ou curiosos sobre o tema. O mercado

indireto envolve a comercialização à psicólogos e

psiquiatras, para que esses os disponibilizem em suas salas

de espera, promovendo o conhecimento e envolvimento das

pessoas com o assunto.

Fora os mercados tradicionais, seria possível buscar

patrocínio para a impressão do foto-livro, talvez em um

material mais econômico, e vendê-lo com a intenção de

angariar fundos para um projeto social que se solidarize com

os fóbicos: Promovendo além de conscientização, uma

facilidade na busca do tratamento.

Page 8: “PHOBIA” • Fotografia

3. Justificativa

Apesar de a busca por ajuda psiquiátrica já não ser um

grande tabu na sociedade atual, infelizmente ainda contamos

com uma ignorância generalizada quando o assunto é a saúde

mental. Existem desordens mentais mais populares e,

portanto, mais citadas. De certa forma a fobia se encaixa

nesse caso, porém, apesar de haver gente falando sobre isso,

existe pouca informação verídica e comprovada, o que faz com

que a patologia não seja tratada com a devida seriedade.

Dessa forma, esse projeto é muito importante

socialmente, pois possibilitará que esse conhecimento seja

compartilhado com mais pessoas.

Não é incomum um fóbico ser humilhado depois de

apresentar alguma reação exagerada a algo que passou

desapercebido pelos outros. O diferente sempre despertou

desconfiança, e nesse caso a desconfiança gerada é ainda

maior, pois à primeira vista, o fóbico é uma pessoa

completamente saudável.

Apesar de se tratar mais de um ensaio fotográfico do

que uma literatura completa sobre o tema, o impresso pode

causar nas pessoas a curiosidade necessária para que elas

possam perceber no comportamento de outras, os traços da

fobia com muito mais facilidade, reconhecendo os sintomas

básicos.

A viabilidade do foto-livro existe, porém não seria um

produto barato, pois o papel fotográfico é bastante caro.

Page 9: “PHOBIA” • Fotografia

Também no caso de comercialização, seria ideal realizar o

acabamento industrialmente, pois o método de encadernação

manual demanda muito tempo e não possibilita a padronização

perfeita de cada unidade.

No caso de produzir o impresso em larga escala, poderia

ser interessante a substituição do papel fotográfico por

papel offset, que apesar de não se aproximar ao papel

fotográfico quanto a qualidade para impressão de imagens e

fotos, baratearia muito a produção. Quanto a proporção

15x20cm, poderia ser mantida.

A utilização do ensaio fotográfico associado a outros

conteúdos pode ser estudado. A exposição das fotos é uma

opção bastante viável, bem como o uso das imagens para

ilustrar outros impressos ou blogs e websites.

Page 10: “PHOBIA” • Fotografia

5. Definições

Na mitologia grega, Deimo(horror) e Phobos(medo) eram

irmãos gêmeos, filhos de Ares; o deus da guerra, e Afrodite;

a deusa do amor. Os dois irmãos costumavam acompanhar seu

pai nas guerras, e eram responsáveis por causar nos oponentes

medo e covardia perante o exército comandado por Ares.

Apesar dessa história não passar de um mito, é sabido

que lendas e mitos são um retrato dramatizado da própria

essência humana. Através deles podemos buscar entender um

pouco melhor nossa mente, as relações humanas e a forma com

a qual enxergamos o mundo. Nesse mito em específico temos

como protagonista o medo, que é também o protagonista deste

projeto, bem como a inspiração para o seu nome.

O tema “fobias” foi escolhido por dois motivos

principais: Primeiro, pois é um tema muito vasto, com poucos

trabalhos fotográficos realizados, e segundo, pois é um tema

que possibilita uma gama muito ampla de fotografias

diferentes sem fugir do assunto em comum.

Segundo o manual diagnóstico e estatístico dos

transtornos mentais: “A fobia é a ocorrência de um temor

persistente que é excessivo ou irracional, desencadeado pela

presença ou antecipação de um objeto ou situação específica.”

A fobia, portanto, se enquadra na qualidade de patologia

e é bastante diferente do medo, que é importante e

fundamental para a sobrevivência e evolução humana. O que

diferencia os dois sentimentos é o nível de gravidade dos

Page 11: “PHOBIA” • Fotografia

sintomas e o quanto o medo prejudica diretamente a vida do

indivíduo.

Existem mais de 400 fobias diferentes, nem todas elas

aparecem na literatura médica, porém todas já foram relatadas

em algum momento a um psicólogo ou psiquiatra. Essas fobias

são divididas em 3 grupos principais: As fobias sociais, A

agorafobia e as fobias específicas.

As fobias sociais são aquelas em que o indivíduo sente

um pavor irracional de ser humilhado ou menosprezado em

público. Essa fobia muitas vezes é confundida com timidez

exagerada, porém no caso do fóbico, ele acaba tendo aversão

a realizar tarefas consideradas básicas, como falar ou comer

em público. Esta fobia é muito desgastante para o indivíduo,

pois torna sua convivência em sociedade quase impossível.

A agorafobia é caracterizada por medo de estar em uma

situação impossível de escapar durante uma crise de pânico,

os fóbicos desta categoria podem ter medo de multidões, de

estarem sozinhos ou de sair de suas casas.

A categoria de fobias específicas, abrange todas as

fobias que se direcionam para um objeto ou situação

específicos. Essa categoria é dividida por sua vez em, ao

menos 5 subgrupos: Animais, sangue ou agulhas, aspectos do

ambiente natural, situações e outros (medo de vomitar por

exemplo).

A fobia por si mesma, consiste em um transtorno, porém

pode ser um sintoma de outro problema, normalmente mental

também.

Page 12: “PHOBIA” • Fotografia

Os sintomas dessa desordem, incluem: ataques de pânico

derivados de algo que possui pouco ou nenhum perigo real;

desejo de evitar completamente o objeto de seu medo; reações

físicas como suor excessivo; taquicardia; dificuldades

respiratórias, ansiedade ou angústia desmedidas e falta de

autocontrole sob as reações, apesar de conhecer a

desproporcionalidade delas. Outros sintomas podem variar de

acordo com a fobia.

A causa das fobias ainda permanece desconhecida para a

comunidade médica, porém existem pesquisas que apontam

fatores genéticos como um dos responsáveis pelo seu

desenvolvimento. Ainda assim, como na maioria dos problemas

comportamentais, um dos fatores associados mais óbvios ainda

é um trauma ou experiência anterior.

A fobia pode aparecer em qualquer idade do indivíduo e

bem como sua origem, não existe ainda um método de prevenção

comprovado.

Para diagnosticar uma fobia é necessária a visita a um

médico psiquiatra ou mesmo um psicólogo para uma avaliação

minuciosa. Enquadrado como fóbico, o indivíduo poderá ser

tratado de diversas formas, dependendo de como ele e o médico

responsável decidam lidar com o problema. Tratamentos com

psicoterapia associada a medicamentos são comprovadamente

efetivos, porém tratamentos alternativos são paliativos

interessantes e também produzem bons resultados em casos

mais amenos.

O diagnóstico e tratamento da fobia são muito

importantes, pois uma fobia que persista por muito tempo

pode causar complicações físicas e psicológicas no

Page 13: “PHOBIA” • Fotografia

indivíduo, comprometendo sua qualidade de vida social,

profissional e afetiva. Em casos extremos, mas não incomuns,

foram relatados isolamento social, depressão, abuso de

substâncias e até mesmo o suicídio.

Page 14: “PHOBIA” • Fotografia

6. Pesquisa

Inicialmente, a parte da pesquisa envolveu conversas

informais com diversas pessoas sobre a visão que tinham sobre

o tema e as experiências que já haviam tido em algum momento

envolvendo alguma fobia. Foi constatado que muitas pessoas

se interessam pelo tema, porém sabem muito pouco sobre ele

devido falta de informação disponível e também por falta de

interesse de buscar maiores informações.

Em seguida verifiquei sites e bancos de imagem em busca

de fotos já feitas sobre o tema, e constatei que a maioria

delas retratava apenas o fóbico e as reações do mesmo, apesar

do termo de pesquisa utilizado ter sido “Fobia” e não

“Fóbico”.

Através de sites principalmente, e de um e-book

disponibilizado no Google Books(citados na bibliografia)

procurei saber mais sobre as fobias conhecidas, curiosidades

sobre o tema, histórico, e informações mais técnicas como

causas, sintomas, fatores de risco e etc.

Além disso, fiz uma ampla pesquisa terminológica;

pesquisando significados e origem de diversos nomes de

fobias.

Questionei informalmente estagiários da área

psicológica para definir a melhor abordagem ao tema e como

poderia coletar mais informações. Afinal, formulei um

questionário sobre medos e fobias que apliquei pessoalmente

e virtualmente.

Page 15: “PHOBIA” • Fotografia

O formulário virtual utilizado pode ser acessado

através da URL: http://goo.gl/forms/6ooqH6K1Da e conta com

as seguintes questões:

1. Nome.

2. Idade.

3. Alguma das categorias abaixo contém algo que te desperte medo ou desconforto extremo?

Animais.

Aspectos do ambiente natural.

Sangue, injeções ou feridas.

Situações.

Outros tipos.

4. O quê? Comente.

5. Você conhece seu maior medo? Qual é?

6. Existiu algum episódio que possa ter sido

responsável por criá-lo ou agravá-lo?

7. Dentro da escala abaixo, quanto você considera que esse medo afeta a sua vida? (0 a 10)

8. Como se sente quando é forçado a confrontá-lo?

9. Isso, alguma vez, chegou a ponto de te atrapalhar em seu convívio social?

10. Se sim, comente.

11. Como as outras pessoas se comportam ao saber de

seu medo?

12. Possui alguma técnica para amenizar sua angústia

em momentos nos quais seja obrigado a confrontá-lo?

13. Já chegou a se consultar com um terapeuta a

respeito disso?

14. Se sim, ajudou? Ele considerou seu caso compatível

com uma fobia?

Page 16: “PHOBIA” • Fotografia

15. Estaria disposto a falar mais sobre isso se

necessário? (Para fins acadêmicos)

O questionário foi respondido por 83 indivíduos, que

não terão seus nomes mencionados, com idades entre 19 e 50

anos. Dessas 83 pessoas, 21 declararam temer a “animais”; 9

disseram que tem medo de “aspectos do ambiente natural”; 17

disseram temer “sangue, injeções e feridas”; 24 escolheram

“outros medos” e 18 escolheram “situações” como categoria

que lhes despertava mais medo. Algumas pessoas responderam

que não tinham medo significativo de nada, enquanto outras

declaram mais de uma opção. Isso me levou a pensar que

existem pessoas com mais tendência a ter medo do que outras,

porque enquanto uns disseram não temer a nada outros marcaram

todas as opções disponíveis.

De todos, 16 pessoas acreditaram que seu medo era

elevado o bastante para procurarem ajuda psicológica para

avaliação, e destes apenas 12 foram diagnosticados com fobia,

sendo a maioria fobia social. Todos sentiram uma melhora

relevante com a terapia e 1 pessoa disse que conseguiu

tratar-se através de homeopatia e terapias alternativas.

Foi muito curioso perceber como pequenas coisas tem o

poder de mudar uma vida. Isso fica bem claro ao ler algumas

das respostas para a questão “Existiu algum episódio que

possa ter sido responsável por criá-lo ou agravá-lo?”:

“Sobre ter medo de vomitar? Sim. Começou quando passei

mal na frente do primeiro namorado. ”

“Uma vez, quando tinha uns 4 anos, estava no carro com

meu tio e ele acelerou em cima de uma caçamba de lixo

Page 17: “PHOBIA” • Fotografia

e desviou bem pertinho. Foi muito rápido e lembro que

chorei muito porque achei que fosse morrer. ”

“Com relação a injeções: Minha família me levava forçado

para tomar, e nos dias atuais tenho pavor. Sinto até

''cheiro de injeção'' quando vou no Hospital/UBS. Em

estar de frente para um público apresentando trabalho

e ver colegas rindo de você e etc.”

“...Acredito que a minha criação, onde a cobrança por

notas altas era muito intensa, o fato de ter ido para

o ensino superior, onde a cobrança parecia ser maior e

o meu rendimento não correspondia, deve ter feito isso

aumentar.”

“Essa agonia surgiu após eu fazer cursinho em um local

muito apertado, onde as pessoas trombavam em mim. E

após uma tentativa de furto.”

“Sim. Algumas vezes já tive que me concentrar muito

para conseguir retomar a consciência. Fico repetindo

várias vezes "acorda (nome cortado), acorda!", ás vezes

eu luto bastante e acordo com o coração acelerado. Pelo

que pesquisei é a chamada paralisia do sono. ”

“Minha mãe me registrou com um nome incomum, eu entrei

com um processo que está em fase final para trocar por

um mais comum. Na escola, nos hospitais as pessoas

sempre tiraram muito sarro de mim. Não participei das

excursões escolares, porque sabia que iriam fazer

chamada, e iriam falar meu nome e eu passaria

constrangimento. Sempre evitei conhecer pessoas novas

e me aproximar de outras para não ter que me apresentar.

Deixei de fazer cursos e hoje estou na faculdade porque

pedi aos professores para me chamarem pelo novo nome,

enquanto não troco meus documentos. No entanto, me

desanimei várias vezes e quase desisti por medo dos

meus colegas descobrirem a verdade e começarem a me

desprezar, como na época da escola. Atualmente já saí

Page 18: “PHOBIA” • Fotografia

da sala de aula várias vezes na hora da chamada, mesmo

sabendo que a professora não iria me chamar pelo antigo

nome, mas sentia tanto medo, e meu coração acelerava

que eu sentia vontade de sair correndo. Depois das

férias agora, ainda não pisei na faculdade, não consigo

dormir direito, porque não quero desistir do curso, mas

ao mesmo tempo tenho medo de pedir aos professores para

me ajudarem novamente, eu me sinto extremamente

humilhada com essa situação. O nome foi o motivo de eu

ter deixado de fazer muitas coisas na minha vida, passei

25 anos me escondendo feito criminosa. Esse assunto me

angustia e ás vezes me dá vontade de não existir. ”

Depois de ler e quantificar todas as respostas me senti

pronta o bastante para registrar em fotos os elementos que

mais incomodam as pessoas que responderam o questionário.

Page 19: “PHOBIA” • Fotografia

7. Desenvolvimento

Como o projeto tem foco principal na área da fotografia,

comecei realizando o ensaio fotográfico. Fiz as fotos em

dias e locais diferentes, sempre pensando em um roteiro no

qual pudesse aproveitar o máximo possível as características

causadoras de fobias. O ensaio contou com 20 fotos, listadas

a seguir:

Acrofobia:

A fotografia foi tirada no Morro da Asa-Delta, São Vicente,

local escolhido pois é possível ver a cidade de cima, em uma

altura razoavelmente grande. A cena foi pensada para que o

observador veja primeiro o corpo, depois perceba que ele se

encontra deitado em uma queda, e logo atrás é possível ver

diversos prédios que apontam uma queda grande. Com essa

sensação e o pensamento de que o homem pode cair a qualquer

momento deve criar ao menos um incômodo. O ângulo da câmera

em plongée sugere que o indivíduo esteja escorregando para

a queda.

Tempo de exposição: 1/50s

Escala f: f/14

ISO: 400

Distância focal: 18mm

Data e hora: 12/10/2015 17:06

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 20: “PHOBIA” • Fotografia

Acusticofobia:

Esta foto, tirada em ambiente interno, mostra uma mão

arranhando uma lousa, à ponto de arrancar a tinta. Muitas

pessoas têm aflição intensa à este barulho, e outros sons de

alta intensidade.

Aerodromofobia:

Tirada em algum ponto entre São Paulo e Brasília, cliquei a

foto no momento que o avião fazia uma manobra para a direita,

favorecendo a visão da altura e enquadrando a asa, que é uma

das palavras-chave sobre o medo de andar de avião.

Tempo de exposição: 1/50s

Escala f: f/5.6

ISO: 1600

Distância focal: 79mm

Data e hora: 27/10/2015 16:36

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/800s

Escala f: f/10

ISO: 800

Distância focal: 25mm

Data e hora: 20/08/2015 15:54

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 21: “PHOBIA” • Fotografia

Agorafobia:

Essa foto foi tirada dentro de um ônibus circular na cidade

de Santos. Escolhi um “horário de pico” onde é sabido que

não existe espaço entre as pessoas e a sensação de abafamento

seria incômoda para qualquer um, se agravando então se o

indivíduo se encontrar na condição de fóbico.

Aracnofobia:

Esta foto tirada no parque nacional Chapada dos Veadeiros,

Goiás, é de uma aranha que tecia um túnel de teia. Apesar de

haverem outras aranhas maiores, escolhi essa pelo movimento

das pernas. Ela não estava retraída, estava andando

lentamente com as suas pernas finas, o que é bastante

Tempo de exposição: 1/80s

Escala f: f/5.6

ISO: 800

Distância focal: 67mm

Data e hora: 27/10/2015 16:00

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/8

ISO: 400

Distância focal: 135mm

Data e hora: 23/08/2015 13:15

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 22: “PHOBIA” • Fotografia

assustador para qualquer fóbico que tenha aversão à

aracnídeos. Por fim, mas não menos importante está a teia;

a dessa aranha é espessa, uma armadilha perfeita, portanto

escolhi esse corte, pois deixa bem aparente a teia em

primeiro plano, e a aranha disfarçada pelas folhagens no

segundo plano.

Belonofobia

Na belonofobia, o medo é de agulhas e outros objetos

perfurantes, então para registrar essa fobia, cliquei essa

foto em ambiente interno, no momento em que a agulha penetra

na pele, apenas a primeira cena em destaque e o restante

fora de foco. O sangue é falso, e o coloquei na seringa,

pois é comum o indivíduo sentir fobia de agulhas associada

à fobia de sangue.

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/5.6

ISO: 800

Distância focal: 75mm

Data e hora: 25/10/2015 10:55

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 23: “PHOBIA” • Fotografia

Catsaridafobia

Nesta foto, tirada em São Vicente, procurei unir os dois

aspectos mais apavorantes em uma das fobias mais comuns: A

barata e a sujeira. O aspecto das baratas cascudas e

asquerosas se encarrega de quase toda a má fama, enquanto o

ambiente sujo em que elas vivem acrescenta um pouco mais de

asco. A foto foi tirada com zoom para captar até os pelinhos

das pernas delas, mas sem deixar de enquadrar uma parte do

chão, meio úmido perto de um bueiro.

Claustrofobia

Esta foto foi tirada em uma formação rochosa em Alto Paraíso,

Goiás. O ângulo escolhido foi para dar uma sensação de

confusão mental e abafamento. O enquadramento da foto também

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/5.6

ISO: 400

Distância focal: 126mm

Data e hora: 14/10/2015 18:11

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/7.1

ISO: 1600

Distância focal: 18mm

Data e hora: 23/08/2015 13:07

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 24: “PHOBIA” • Fotografia

foi essencial para esconder o fato que a mulher não se

encontra presa e sim apenas encostada na pedra. A foto foi

feita em branco e preto para evitar que as cores vivas

tirassem a sensação claustrofóbica.

Coulrofobia

Os fóbicos que encontram nos palhaços seu maior horror

costumam ficar apavorados diante das cores exageradas, dos

barulhos de balões, da maquiagem carregada e do disfarce

como um todo. Para essa foto optei por um autorretrato em

contra plongée para demonstrar como deve sentir-se uma

criança pequena junto a uma criatura maior cheia de cores

extravagantes. A traumatização chega a ser compreensível.

Entomofobia

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/7.1

ISO: 800

Distância focal: 42mm

Data e hora: 25/10/2015 12:26

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/80s

Escala f: f/2.8

ISO: 100

Distância focal: 6mm

Data e hora: 25/10/2015 10:01

Equipamento: Sony DSC-w55

Page 25: “PHOBIA” • Fotografia

Pessoas que tem pavor de insetos, descrevem a fobia de

diversas maneiras, mas uma unanimidade é que insetos voadores

são piores, pois podem voar para cima da pessoa sem aviso.

Tirei essa foto, em macro, de uma mosca sobre um saco de

lixo focando as asas e corpo coberto de micro-pelos. Os olhos

vermelhos e gigantescos para a proporção do inseto dão um

toque grotesco. Somente para essa foto utilizei uma câmera

compacta, pois precisei ir a um lugar em São Vicente com

alta concentração de lixo e o local oferecia certo risco de

furto do equipamento.

Escopofobia

Para esta fotografia, criei uma máscara em formato de

fechadura com cartolina e fixei na objetiva. Isso para criar

a sensação de que alguém estava observando por uma fresta.

O ambiente observado é um quarto, que dá o máximo de

intimidade que uma pessoa poderia ter sem querer ser

observada e a mulher franze o cenho como se sentisse algo

por trás da porta.

Tempo de exposição: 1/50s

Escala f: f/3.5

ISO: 800

Distância focal: 50mm

Data e hora: 29/10/2015 17:05

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 26: “PHOBIA” • Fotografia

Escotofobia

Ainda mais medo do que estar no escuro; os fóbicos relatam

pavor a atravessar um ambiente escuro para chegar a um outro

lugar. Dessa forma, achei interessante usar um corredor

escuro, onde é possível ver o local de destino(uma porta

iluminada ao fim do corredor), mas no meio do caminho existe

um vulto desconhecido que impossibilita ao fóbico chegar ao

objetivo. A foto foi tirada em ambiente interno, um corredor

onde a porta está iluminada por uma luz indireta vinda da

esquerda e a mulher está sendo iluminada por uma contraluz,

criando essa sensação de vulto. Retirei um pouco da saturação

da foto para criar uma atmosfera mais obscura.

Espectrofobia

Tempo de exposição: 1/13s

Escala f: f/3.5

ISO: 800

Distância focal: 18mm

Data e hora: 29/10/2015 16:52

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/3s

Escala f: f/8

ISO: 100

Distância focal: 50mm

Data e hora: 23/10/2015 12:41

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 27: “PHOBIA” • Fotografia

Para a espectrofobia usei um enquadramento em ângulo

inclinado, para dar sensação de confusão à foto. Quanto ao

efeito, foi feito com a exposição prolongada enquanto uma

pessoa passava pelo corredor, olhava dentro do quarto e saia

pelo outro lado, criando a ideia de um espÍrito ou fantasma.

Glossofobia

Para essa foto, utilizei um ângulo plongée para criar uma

sensação de destaque para o observador, e essa posição é a

que mais assusta o fóbico social; estar em evidência. Inclui

na foto uma bancada alta e um microfone, sugerindo uma

palestra ou discurso; com a obrigação de projetar sua voz

que deixaria um fóbico em pânico. E por fim, no segundo plano

estão alguns indivíduos demonstrando tédio, impaciência e

reprovação voltadas ao observador.

Tempo de exposição: 1/50s

Escala f: f/3.5

ISO: 800

Distância focal: 50mm

Data e hora: 31/10/2015 09:35

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 28: “PHOBIA” • Fotografia

Hematofobia

Nessa foto, achei que a melhor opção seria exagerar uma

ocorrência muito comum que é cortar-se realizando uma tarefa

indispensável no dia a dia: cozinhar. Na foto percebe-se que

a pessoa estava realizando o corte do legume quando se cortou

com a faca, dando início a um grande sangramento. O sangue

que é falso, é bem vermelho e espesso, e tem a intenção de

criar incômodo no observador. A hemofobia é um dos únicos

medos que pode ser explicado biologicamente e é presente em

um bom número de pessoas. Os indivíduos que portam hemofobia

fazem de tudo para não ter que ver sangue em nenhuma

circunstância, portanto ficam apavorados só de ver um objeto

com alto poder de corte, como uma faca de cozinha.

Hidrofobia

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/5

ISO: 400

Distância focal: 53mm

Data e hora: 23/10/2015 13:02

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/80s

Escala f: f/9

ISO: 400

Distância focal: 18mm

Data e hora: 23/08/2015 13:33

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 29: “PHOBIA” • Fotografia

Essa fotografia tirada em um lago em Goiás, retrata o medo

de água, que muitas vezes é traduzido por um medo de

submergir e não conseguir voltar perdendo o oxigênio. Para

retratar essa sensação aproveitei uma área do lago onde havia

bastante luz do sol e ela se refletia na superfície, criando

uma película entre a pessoa fotografada e o ar. A posição do

fotografado também ajuda a aumentar a sensação de que o

indivíduo esteja afundando.

Odontofobia

A odontofobia é uma das fobias mais comuns, e os fóbicos

possuem sensações, como aflição de sentir-se tão vulnerável,

com a boca aberta para outra pessoa. Fora isso, as

ferramentas usadas pelos dentistas causam grande pavor já

que diferente dos médicos que operam o paciente desacordado

ou fora de seu campo de visão, o dentista fica próximo ,olho

no olho com o paciente que fica todo o tempo consciente e

observando todos os instrumentos pontiagudos e perfurantes

que entram em sua boca, bem como o sangue que sai dela.

Portanto, para essa foto, me coloquei no ponto de vista do

paciente, com o dentista sobre ele e uma ferramenta

odontológica bastante pontiaguda.

Tempo de exposição: 1/80s

Escala f: f/5

ISO: 400

Distância focal: 52mm

Data e hora: 13/10/2015 17:40

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 30: “PHOBIA” • Fotografia

Ofidiofobia

Para o registro da ofidiofobia, utilizei um ângulo plongée

e gradual desfoque para ampliar a cabeça da serpente e fazê-

la parecer um pouco maior que seu tamanho real. Escolhi o

momento de sua alimentação para fazer o clique, pois além de

ser um momento realmente aflitivo por ser uma vida devorando

outra (sem ao menos mastigar), a pele da serpente ainda se

expande, deixando em evidência sua pele escamosa e áspera.

Tafofobia

Essa foto foi tirada no canal 6, em Santos. Utilizei esse

local, pois a areia é mais fácil de escavar e o horário foi

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/5.6

ISO: 800

Distância focal: 53mm

Data e hora: 25/10/2015 18:20

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Tempo de exposição: 1/60s

Escala f: f/9

ISO: 100

Distância focal: 25mm

Data e hora: 25/10/2015 15:24

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 31: “PHOBIA” • Fotografia

escolhido por não haver muita gente na praia e a atenção

ficar somente na mão que sai da areia, indicando que existe

uma pessoa enterrada ali. Para a foto, usei uma pessoa

semienterrada e um enquadramento voltado a impedir que o

observador veja a pessoa fora da areia e o local vazio,

aumentando a sensação de abandono e esquecimento, temida

pelas pessoas que tem medo dessa situação

Tanatofobia

Para esse clique usei um crânio, que simboliza a morte, sobre

um fundo infinito preto que dá a sensação de imensidão do

fim da vida. Utilizei uma luz direta sobre o crânio para

evidenciar sua textura e deterioração.

Algumas fotos sobre outros medos não foram incluídas no

ensaio, pois achei ideal realizar um número redondo, então

excluí algumas que não refletiam claramente a forma de ver

do fóbico.

Decidi que as fotos não seriam manipuladas digitalmente

para alteração na composição da foto, portanto os únicos

elementos trabalhados foram saturação, levels e exposição

Tempo de exposição: 1/10s

Escala f: f/4.5

ISO: 800

Distância focal: 31mm

Data e hora: 27/10/2015 21:28

Equipamento: Canon EOS REBEL T3i

Page 32: “PHOBIA” • Fotografia

para corrigir os detalhes da iluminação. Para as correções,

fiquei dividida entre o uso do Adobe Photoshop e do Adobe

Lightroom, mas acabei optando pelo Photoshop por preferência

pessoal.

Após terminar a edição das fotografias comecei a definir

a criação do foto-livro. Defini o conceito estético, baseado

em documentos médicos psiquiátricos. E resolvi utilizar a

estética que remetesse a documentos antigos, pois a

psiquiatria é uma área que tem se mantido pouco alterada ao

passar do tempo.

Baseada no conceito ligado a psiquiatria e ao passado

escolhido, produzi 3 materiais listados e explicados abaixo:

Relatório impresso:

O relatório foi feito com a fonte Courier new, que

é associada a datilografia e tem boa legibilidade. Os

tamanhos utilizados nas fontes foram 14 em negrito para

títulos; 12 negrito grifado para subtítulos; 12 para

corpo do texto e 10 para citações muito longas. O canal

é bem visual para demonstrar seriedade e

profissionalismo. E como marca d’água utilizei uma

mancha utilizada em testes psicológicos*. O relatório

será dividido em 3 volumes e entregue dentro de pastas

que simulam um prontuário. A cor azul escura das pastas

foi escolhida por se tratar da cor relacionada a

carreira psicológica. Fora da pasta eu colei uma

etiqueta com o nome do projeto (a tipografia escolhida

será explicada no item foto-livro), também simulando

uma pasta-receituário, que servirá para facilitar a

identificação do relatório.

Page 33: “PHOBIA” • Fotografia

CD para relatório digital:

O relatório digital em PDF é exatamente igual a

versão impressa e foi gravado em um CD com o nome do

projeto(a tipografia escolhida será explicada no item

foto-livro), e a informação de confidencial, na

intenção de indicar que o CD simula conter informações

sigilosas sobre paciente. Para o invólucro optei por

uma carteira básica para CDs feita por mim em papel

fotográfico para uma melhor qualidade de imagem. A

imagem é composta pelo nome do trabalho (a tipografia

escolhida será explicada no item foto-livro) e em um

disquete cor de café para dar um tom de sobriedade.

Foto-livro:

Por fim o foto-livro, que compõe o projeto final

juntamente com o ensaio fotográfico, foi pensado para

imitar um caderno de anotações de um

psicólogo/psiquiatra. Portanto, para a capa eu utilizei

a textura de couro*, que é bastante comum principalmente

em cadernos antigos, com o nome do projeto nos tamanhos

68 para o título e 24 para o subtítulo (esses valores

foram repetidos na primeira página interna do livro).

A tipografia utilizada para o nome do projeto foi

a Elephant, pois é uma fonte que sugere exagero e

desproporcionalidade.

O foto-livro está dividido em diagnóstico; fotos

com as frases e definição básica; parecer psicológico;

conclusão; semântica e etimologia; galeria e

agradecimentos básicos, além de uma frase relativa ao

projeto. Decidi não colocar números das páginas, pois

a idéia é de um caderno e os cadernos não tem numeração;

Page 34: “PHOBIA” • Fotografia

Para o interior do foto-livro utilizei como

background a imagem de uma página de caderno

envelhecida*. O logo da universidade* e o nome do curso

aparecem na contracapa como se já viessem de fábrica no

caderno, o logo tendo alguma profundidade para imitar

uma etiqueta. As frases: “trabalho de conclusão de

curso” e “este caderno pertence à” juntamente com a

linha abaixo da segunda frase, teriam vindo impressos

de fábrica também. Já nessa página comecei a utilizar

a fonte Rage Italic para dar a sensação de texto escrito

a mão; esta tipografia me agradou para essa função

porque apesar de ser estilo caligrafia, dá boa

legibilidade ao texto.

As páginas seguintes, contêm cada uma, o nome, uma

frase sobre o medo retirada das respostas dadas à minha

pesquisa, o significado do medo (escrito com a courier

para demonstrar que foi escrito maquinalmente na foto)

e a foto referente a este medo. Além disso, cada página

é composta de elementos diferentes para dar mais

semelhança a um caderno pessoal como: manchas de café*,

clipes*, fita adesiva*, fotografias Polaroid*, marcas

sublinhadas*, adesivos, desenhos*, folhas arrancadas*

e post-its*.

Na parte de semântica e etimologia usei a fonte

Sitka para parecer que as páginas* haviam sido

arrancadas de alguma outra literatura sobre o tema.

*Todas as imagens marcadas com este símbolo, foram retiradas

da internet e terão suas imagens ao final deste capitulo e

suas fontes listadas na bibliografia.

Após finalizada no Photoshop, a arte gráfica que

iria compor o foto-livro, eu mesma imprimi todas as

Page 35: “PHOBIA” • Fotografia

lâminas em A4, no papel fotográfico fosco para evitar

que as folhas grudassem umas nas outras.

Decidi também, fazer eu mesma o acabamento do

impresso, pois achei que ficaria muito mais pessoal e

com cara de caderno artesanal, pertinente no caso de um

caderno mais antigo. Para isso, usei um papel com cola

dupla-face de grande gramatura para engrossar as

páginas, e colei página por página dobrando as folhas

para que o produto final ficasse com as medidas finais

próximas à 15x20.

Para igualar as páginas e dar acabamento à

lombada dos livros, utilizei fita de banana. E por fim,

para o acabamento fui a uma gráfica, expliquei que

precisava refilar e que estava participando de todos os

processos do trabalho. Dessa forma acompanhei o

responsável pelo refilamento para aprender e ajudá-lo

com esta última fase da produção.

Apesar de ser basicamente fotográfico, o projeto

englobou conceitos e técnicas de fotografia, diagramação,

direção de arte, redação e identidade visual no design

gráfico. As fotos, as imagens e os textos contribuíram para

que o leitor do foto-livro fique imerso num universo

psicológico durante a leitura, e isso é multimídia.

*Abaixo as imagens gráficas utilizadas para a criação

do foto-livro e relatório:

1.Mancha utilizada em testes

psicológicos. Utilizada no

relatório para reforçar o

conceito

de psicologia/psiquiatria.

Page 36: “PHOBIA” • Fotografia

2.Textura de couro, utilizada

como capa da foto livro.

3.Papéis diversos.

4.Mancha de café.

5.Clipes.

6.Clipes 2.

Page 37: “PHOBIA” • Fotografia

7.Desenhos de aeronaves.

8.Post-it.

9.Fotografias estilo

Polaroid.

10.Folha de caderno antigo.

Page 38: “PHOBIA” • Fotografia

11.Logo Unisanta.

12.Marcação.

13.Página de papel.

14.Fita adesiva.

Page 39: “PHOBIA” • Fotografia

8. Criação

Abaixo, a versão digital do foto-livro. As

especificações e defesa do material utilizado encontram-se

disponíveis no capítulo anterior “desenvolvimento”.

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9. Conclusão

Ao escolher o tema, não o fiz por estar familiarizada

a ele, e sim, justamente ao contrário. Foi um desafio muito

interessante do ponto de vista pessoal, e também em relação

ao meu desenvolvimento multimídia.

Uma das partes mais importantes na questão da minha

evolução foi a parte da pesquisa, na qual conheci um lado

nunca visto, em pessoas que eu julgava conhecer bem. Fiquei

impressionada em ver a quantidade de pessoas que demonstraram

autêntica vontade de compartilhar tantos medos comigo.

No lado profissional, é possível afirmar que agora

possuo muito mais conhecimento em uma área totalmente nova.

E ter conhecimentos diversificados é importante,

especialmente para os profissionais da arte e comunicação.

No início eu estava planejando uma abordagem totalmente

diferente nas fotos; eu queria dar um clima de terror e

coisas horríveis, mas acabei desistindo dessa abordagem.

Passei a ver que a fobia não significa apenas gritos e

imagens apavorantes. A fobia tem a ver com gente comum; com

o dia a dia; com a dificuldade que pessoas tem em lidar com

coisas corriqueiras. Desse modo, não seria honesto manipular

as imagens, pois o fóbico normalmente não tem medo de coisas

extraordinárias; ele apenas reage diferente, e ele sabe

disso. Por isso, procurei ser o mais realista possível nas

fotos, exagerando apenas para tentar recriar em algum nível

o sentimento do fóbico.

Page 85: “PHOBIA” • Fotografia

Tentar reproduzir essa visão em cada fotografia, foi

divertido, pois tive que parar e pensar como eles se sentem,

tentando me fazer entender que o que eu enxergo ao olhar

para o objeto de fobia, não é o mesmo que eles enxergam.

Por outro lado, me peguei chateada em vários momentos,

pois é deprimente pensar, que aquele clique que foi

trabalhoso, porém divertido para mim, seria uma missão

impossível para muitas outras pessoas.

No que diz respeito ao produto final, acredito que ficou

muito interessante, e com a melhor qualidade possível dentro

das minhas limitações, que venho superando através do curso.

Após tantas pesquisas e entrevistas, percebi que foi

muito mais fácil dar continuidade ao trabalho, e foi incrível

ter participado de todas as etapas do começo ao fim. Me sinto

íntima do meu trabalho, pois me identifiquei com ele; isso

renovou minha vontade de me determinar em finalizar meus

projetos, pois esse, com certeza valeu a pena!

Page 86: “PHOBIA” • Fotografia

10. Bibliografias

1. LATTA, Sara. Scared Stiff: Everything you need to kwon

about 50 famouns phobias.

1ª Edição. San Francisco, CA: Zest Books, 1 de fev de

2014. 224 páginas.

2. Anotações Medicina Legal, Blogspot. Disponível em:

<http://anotacoesmedicinalegal.blogspot.com.br/2012/06/med

os-e-fobias.html>. Acesso em 14 de junho de 2015.

3. Fobia - Causas, sintomas e tratamentos, Minha Vida.

Disponível em:

<http://www.minhavida.com.br/saude/temas/fobia>. Acesso em

14 de junho de 2015.

4. Dicio, Dicionário Online de Português. Disponível em: <

www.dicio.com.br>. Acesso em 18 de julho de 2015.

5. Online Etymology Dictionary. Disponível em:

<http://www.etymonline.com/>. Acesso em 19 de julho de

2015.

6. Google Forms, Google. Disponível em:

<https://docs.google.com/forms/>. Acesso em 8 de setembro

de 2015.

7. Phobias Advice from About, About.com . Disponível em:

<http://phobias.about.com/>. Acesso em 06 de setembro de

2015.

8. 10 curiosidades sobre fobias, Terra. Disponível em:

<http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/10

-curiosidades-sobre-fobias/10-curiosidades-sobre-fobias-

01.htmAcesso em 19 de julho de 2015.

Page 87: “PHOBIA” • Fotografia

9. SEARS, Kathleen. Tudo o que você precisa saber sobre

mitologia: Dos deuses e deusas aos monstros e mortais.

1ª Edição. São Paulo, SP: Gente Liv e Edit, 25 de set de

2014. 256 páginas.

10. Dicionário Médico. Disponível em: <http://www.xn--

dicionriomdico-0gb6k.com/>. Acesso em 06 de setembro de

2015.

11. Curiosidades nota 10. Disponível em:

<http://www.curiosidadesnota10.com/2014/07/428-fobias-e-

suas-explicacoes-quais-sao.html>. Acesso em 20 de outubro

de 2015.

12. O mundo terrível das fobias, Discovery . Disponível

em: <http://id.discoverybrasil.uol.com.br/o-mundo-

terrivel-das-fobias/>. Acesso em 20 de outubro de 2015.

13. Site de etimologia, Origem da Palavra. Disponível em:

<http://origemdapalavra.com.br/site/>. Acesso em 06 de

setembro de 2015.

Page 88: “PHOBIA” • Fotografia

11.Comentários sobre a bibliografia:

Citei no item acima “bibliografia” apenas a data do

primeiro acesso aos sites listados. Os E-books foram

encontrados através do Google Books.

Minha bibliografia se dividiu em 5 partes: informações

sobre o tema, curiosidades e listas, etimologia e

significados, questionário e mitologia. A parte de

informações (itens 1,2,3 e 7 da bibliografia) juntamente à

parte de curiosidades e listas (7,8,11 E 12) me ajudaram a

compor os capítulos: público e mercado, justificativas e

definições; Além de me dar uma base de argumentação sobre o

tema. Os sites pesquisados para etimologia e significados

(4,5,10 e 13) foram os que colaboraram para escrever o

capítulo dedicado a esses estudos no foto-livro. Não consegui

achar todas as informações em um só site, por isso a

quantidade. Fiz uma breve pesquisa sobre mitologia (9) para

conhecer melhor a história de Phobos e escrever as

definições. Por fim utilizei para minha pesquisa o

questionário (6) que foi a base do trabalho.

Page 89: “PHOBIA” • Fotografia

12. Referências bibliográficas, de áudio, vídeo,

gráficas e de web

Segue a bibliografia de imagens utilizadas na

composição do foto-livro, listados anteriormente no

capítulo “desenvolvimento”.

1. Mancha(marca d’agua)

<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/img/teste

_de_rorschach_e_validado_para_ser_aplicado_a_adolesce

ntes_no_brasil_1__2015-03-24161317.jpg>

2. Textura de couro

<https://nanapeel.files.wordpress.com/2011/09/leather

_texture1.jpg>

3. Papéis diversos

<http://img14.deviantart.net/f3bc/i/2013/016/b/9/torn

_paper_pieces_by_stoostock-d5rokjz.jpg>

4. Mancha de café

<http://clydenyc.moonfruit.com/communities/3/004/011/

634/993//images/4623352118_306x285.png>

5. Clipes

<http://www.clipartbest.com/cliparts/7ca/Krp/7caKrpnn

i.png>

6. Clipes 2

<http://thumb7.shutterstock.com/photos/thumb_large/31

9336/319336,1236604671,2.jpg>

Page 90: “PHOBIA” • Fotografia

7. Desenhos de aeronaves <http://www.how-to-draw-funny-

cartoons.com/images/cartoon-airplane-4.jpg>

8. Post-it

<https://jerzeesgrille.com/assets/images/content/cont

entPostIt.png>

9. Fotografia estilo Polaroid

<http://1.bp.blogspot.com/-

pt9hTox8Tx8/UY_J4BfstBI/AAAAAAAAAKE/Oz4hUjKQuGE/s1600

/molduras+6.png>

10. Folha de caderno antigo

<http://www.grafxquest.com/uploads/3/1/2/2/31224725/g

rungepaper-image-grafxquest.jpg>

11. Logo Unisanta

<http://educaonline.eng.br/logo%20unisanta.jpg>

12. Marcação <http://www.salespage-

engine.com/members/Clipart/marker5.png>

13. Pagina de papel <http://www.pnglogo.com/paper-

sheet-png-00840/>

14. Fita adesiva

<http://dc442.4shared.com/img/Ng8FxbUh/s7/133bde9b550

/Tape>

Page 91: “PHOBIA” • Fotografia

13. Anexos

Cópia do questionário

digital, utilizado na

fase de pesquisa.

As perguntas feitas já

foram listadas e

comentadas

anteriormente dentro do

capitulo “pesquisa”.

Formulário disponível

no link:

http://goo.gl/forms/6oo

qH6K1Da

Page 92: “PHOBIA” • Fotografia