perspectivas nos mercados emergentes alimentam a confiança ... · as empresas de todo o mundo...
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Crescimento reinventado
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros
Perspectivas nos mercados emergentes alimentam a confiança dos CEOs
www.pwc.com/ceosurveybrazil
Apresentação
As empresas de todo o mundo enfrentam em 2011 um ambiente econômico global que ainda se recupera de sua pior crise nos últimos 75 anos. Passado o período de maior turbulência, algumas economias centrais ainda se esforçam para superar os efeitos da recessão, mas surgem sinais de que os Estados Unidos, que representam um quarto do PIB global, podem voltar a crescer, o que renova o ânimo nas empresas.
A economia brasileira, por sua vez, colhe os resultados das políticas adotadas para o enfrentamento da crise internacional e, depois de apresentar um de seus melhores desempenhos nas últimas décadas, prepara-se para mais um ano de crescimento.
Esses ventos favoráveis foram captados pela nossa 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros, que integra a 14ª Annual Global CEO Survey. No fim do ano passado, o otimismo dos executivos brasileiros atingiu nível recorde desde que este relatório começou a ser publicado, o que foi acompanhado por um grau de confiança surpreendente demonstrado também pelos CEOs ouvidos em todo o mundo.
Confirmamos uma tendência já observada na edição do ano anterior: o Brasil assume um papel de destaque cada vez maior no cenário de retomada econômica global. O país conseguiu aproveitar as oportunidades criadas no instável ambiente de mudanças internacionais e agora desenha estratégias para assumir uma posição de liderança no mundo pós-crise.
Há desafios importantes a serem superados nessa jornada, informam os líderes neste relatório: solucionar os gaps de infraestrutura, principalmente no setor de transportes, que emperram o desenvolvimento do país e sua vocação exportadora; fazer as reformas que modernizem a máquina pública e afastem o risco de descontrole do déficit fiscal; investir em mão de obra qualificada que seja capaz de aumentar a competitividade de nossas empresas, de modo a enfrentar a crescente concorrência global.
No contexto dessa pesquisa, agradecemos as empresas que compartilharam conosco sua visão sobre o ambiente de negócios atual e sobre como elas estão se preparando para vencer os desafios futuros. Ano após ano, elas nos ajudam a elaborar um panorama do mundo corporativo que serve como bússola para a atuação de nossos profissionais e como apoio adicional à decisão de nossos clientes.
Nosso objetivo maior é estimular o debate em torno das questões aqui apresentadas para que o recente período de expansão da economia brasileira possa se transformar em um fenômeno de crescimento sustentável no longo prazo, com benefícios para a geração atual e as futuras.
Fernando AlvesSócio-presidentePwC - Brasil
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 3
Índice
Introdução.................................................................... 4
O otimismo é geral......................................................... 6
Fatores de mudança....................................................... 9
Foco nos emergentes..................................................... 11
Colaboração com governos........................................... 14
Ameaças macroeconômicas........................................... 16
Investimento em gestão de riscos................................... 19
A caça por talentos....................................................... 22
Fusões e aquisições ganham destaque.......................... .. 29
Inovação.................................................................... . 31
Contexto brasileiro...................................................... 34
Entrevista.................................................................... 38
4 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Introdução
A economia brasileira teve em 2010 um de seus melhores desempenhos nas últimas quatro décadas. Foi uma saída rápida de um cenário de recessão internacional e incertezas, graças, sobretudo, às medidas adotadas pelo governo para ampliar o crédito e estimular a demanda.
Esse resultado pode ser atribuído também às mudanças estratégicas realizadas pelas empresas, que souberam fazer correções de rumo em sua atuação, sem comprometer os investimentos de longo prazo.
É um cenário que se reflete em otimismo recorde no setor privado com as perspectivas de negócios para o ano de 2011. Captado pela sétima edição da nossa pesquisa, o bom humor dos líderes empresariais brasileiros é acompanhado por um grau de confiança surpreendente dos CEOs internacionais nas chances de recuperação da economia global nos próximos três anos.
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 5
A capacidade de entender e responder às mudanças estruturais na economia mundial, exibindo forte disciplina de custos durante a recessão, buscando novas alternativas de expansão dos negócios e aperfeiçoando os mecanismos de gestão de riscos, está por trás dessa confiança dos líderes globais no crescimento de suas receitas para os próximos três anos.
Os executivos brasileiros, cientes de que a economia do país requer novos ajustes para se manter nos trilhos do crescimento, demonstram menos confiança nas perspectivas de negócios de longo prazo. Juros altos, real sobrevalorizado, déficit fiscal em alta são fatores que desestimulam o setor produtivo. Como parte da solução para esses problemas, o corte anunciado pelo governo de R$ 50 bilhões do orçamento em fevereiro aponta para uma possível redução no até então acelerado ritmo de crescimento da economia.
Neste relatório, porém, as empresas se mostram atentas a essas ameaças. Elas afirmam que estão considerando em seu planejamento os efeitos da resposta do governo ao déficit fiscal e ao peso da dívida em seu planejamento. Mencionada por 58% dos entrevistados, essa é uma das três principais preocupações dos líderes empresariais brasileiros em relação ao futuro.
A pesquisa também revela em que áreas de negócios os CEOs enxergam perspectivas de crescimento em 2011, como eles esperam alcançá-lo, e o grau de importância cada vez maior que os mercados emergentes assumem na estratégia das empresas globais. Para atingir suas metas, os líderes pretendem investir em inovação, superar o desafio de escassez de mão de obra qualificada e se comprometem a colaborar mais com os governos em áreas consideradas críticas para o aumento de sua competitividade.
6 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 1: Direcionadores de mudanças
Qual o seu nível de confiança nas perspectivas de crescimento da receita de sua empresa nos próximos 12 meses?
O otimismo é geral
Como revela a sétima edição da nossa pesquisa, os CEOs brasileiros mostraram-se os mais confiantes entre todos os entrevistados pelo segundo ano seguido: 58% deles acreditam em crescimento da receita nos próximos 12 meses (em comparação com 48% da média global).
Para o período de três anos à frente, no entanto, os líderes de outras regiões se revelam mais otimistas, demonstrando que esperam para os próximos anos resultados mais concretos das medidas antirrecessão adotadas durante o auge da crise. Com exceção da Europa Ocidental, as demais regiões, quando avaliadas separadamente, apresentam melhores índices de confiança para o período de 36 meses que o Brasil.
Mesmo com as incertezas que ainda cercam o processo de retomada da economia global, o grau de confiança dos líderes empresariais de todo o mundo quanto às perspectivas de negócios cresceu de modo surpreendente e, no caso do Brasil, até superou os níveis pré-crise.
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Nada confiante
Pouco confiante
Confiante
Muito confiante
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
4858
3954
4547
4030
4439
4442
910
117
67
32
5
22
23
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 7
Figura 2: Direcionando mudanças
Qual o seu nível de confiança nas perspectivas de crescimento da receita de sua empresa nos próximos 3 anos?
O otimismo em relação ao futuro fica claro também quando se considera a pequena parcela (38%) de executivos brasileiros inclinada a reduzir custos a curto prazo. Em 2008, 88% dos brasileiros adotaram iniciativas de redução de custos. O percentual caiu para 79% em 2009 e alcançou 80% em 2010.
No que se refere ao grau de expectativa dos entrevistados em relação a seus próprios países, os brasileiros também se mostram mais otimistas que seus pares no restante do mundo. Para 86%, o Brasil tem alto potencial de crescimento em comparação com outros mercados. O percentual é mais que o dobro da média global (37%) e supera também os índices registrados por Estados Unidos (41%), Ásia (46%) e Europa Ocidental (19%).
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Nada confiante
Pouco confiante
Confiante
Muito confiante
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
5150
47565657
4334
4639
4139
514
64
21
12
11
1
11
1
8 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 3: Modelando a Resposta Corporativa
Você pretende iniciar alguma atividade de reestruturação nos próximos 12 meses? Qual?
Figura 4: Mudando Dimensões Globais
Comparado a outros mercados em que atua, o país onde você está localizado oferece um potencial de crescimento baixo, médio ou alto para sua empresa?
Base: Todos os participantes
Base: Todos os participantes
“Internalizar” um processo ou função do negócio anteriormente terceirizado
Alienar ou cindir participação importante em umnegócio ou sair de um mercado significativo
Terminar uma aliança estratégica ou joint venture
Não sabe/Não respondeu
Concretizar uma fusão ou aquisição internacional
Terceirizar um processoou função do negócio
Celebrar uma nova aliançaestratégica ou joint venture
Implementar iniciativa para redução de custo
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
6438
6858
6663
5058
5150
6666
3430
3849
45
3126
3425
3028
1912
2014
2023
146
1825
22
144
1512
1412
914
88
910
11
26
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Baixo
Médio
Alto
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
37
1986
4146
44
328
3421
4441
241
281313
44
65
33
27
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 9
Figura 5: Direcionadores de Mudanças
Em que medida a estratégia de sua empresa mudou nos últimos 2 anos?
Fatores de mudança
Os líderes brasileiros indicam que grandes mudanças foram necessárias em suas organizações, nos últimos dois anos, visando à adaptação ao “novo mercado”, surgido após a crise de 2008. Tais mudanças são observadas também nos países asiáticos, porém em menor escala.
Entre os fatores que influenciaram a transformação estratégica nas empresas com sede no Brasil estão principalmente as demandas de clientes e a ameaça da concorrência, ambos citados por 24% dos entrevistados. Os dois fatores são resultado da trajetória virtuosa de estabilização da economia brasileira iniciada em meados da década de 1990 e que possibilitou o crescimento do país de modo praticamente constante nesse período.
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Não mudou
Mudou um pouco
Mudou fundamentalmente
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
33
3426
36
52
35
5140
5063
4445
166
1710
2
1920
10 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 6: Direcionadores de Mudanças
Qual fator impactou mais significativamente sua necessidade de mudar a estratégia?
A confiança dos agentes econômicos internos e externos tem atraído investimentos estrangeiros da ordem de dezenas de bilhões de dólares anuais e estimulado a concorrência no mercado interno. Paralelamente, políticas sociais adotadas e aprimoradas nos últimos governos permitiram a ascensão de milhões de brasileiros para a classe C, a nova classe média brasileira, com acesso a produtos e serviços antes restritos às classes mais ricas.
Segundo análise da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cerca de 29 milhões de brasileiros entraram para a classe C entre 2003 e 2009. O poder de compra desses consumidores também aumentou no período, graças a melhores condições de trabalho e de renda e à expansão do crédito. Essa parcela da população encerrou 2010 como principal consumidora de eletrodomésticos e eletrônicos no país, sendo responsável por 45% dos gastos com esses produtos.
Base: Todos os participantes que responderam ‘Mudou fundamentalmente’ ou ‘Mudou um pouco’ à pergunta da figura 6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Estrutura de capital/desalavancagem
Regulações
As expectativas dos acionistas
Atitude com relação a risco
Ameaça da concorrência
A dinâmica da indústria
Demanda de clientes
Crescimento econômicoou incertezas
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
232
2332
2828
2224
2617
1614
1711
1519
1517
1024
1110
27
84
84
1714
79
57
64
620
46
57
57
83
108
1
13
11
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 11
Foco nos emergentes
A economia mundial caminha para a recuperação, mas mantém seu caráter desigual. Enquanto os países desenvolvidos convivem com baixo índice de crescimento, forte desemprego e tensões na periferia da zona do euro, as economias emergentes apresentam vigorosa atividade. Esses desequilíbrios ajudam a explicar por que a esmagadora maioria dos CEOs brasileiros (92%) e de todo o mundo (84%) precisou mudar sua estratégia corporativa nos últimos dois anos.
Figura 7: Mudando Dimensões Globais
Nos próximos 12 meses, você espera que as operações de sua empresa nestas regiões diminuam, permaneçam iguais ou cresçam?
Base: Participantes cujas empresas têm operações chave nas regiões listadas acima
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Europa Ocidental
América do Norte
Ásia Austral
Europa Oriental
Oriente Médio
África
América Latina
Ásia
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
90100
9288
9494
9486
8078
80
7572
7370
64
7275
7077
73
70
75100
6640
67
6657
7770
71
5555
6867
5045
4849
32
51
4033
84
Participantes que responderam ‘Cresçam’
12 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), o mundo deve crescer 4,4% em 2011, enquanto os países desenvolvidos, que representam 52% da economia do planeta, alcançarão pouco mais de metade desse ritmo (2,5%). Em contraste, os emergentes crescerão a taxas superiores a 6%, sendo que o Brasil, segundo previsão do Banco Central, deverá acompanhar a média global (4,5%).
As atenções da maioria dos líderes globais se voltam, portanto, para as regiões em desenvolvimento, o que acirra a concorrência nesses países. As maiores apostas das empresas estão na Ásia, na América Latina e na África. A maioria (mais de 85%) dos líderes entrevistados de todas as regiões estima o crescimento de suas operações na Ásia nos próximos 12 meses. Destaque para a China, país mais importante para as expectativas de crescimento de 39% dos CEOs globais nos próximos três anos.
Para 100% dos brasileiros entrevistados, o continente asiático e a Europa Oriental serão palco de expansão de operações corporativas nos próximos 12 meses, enquanto 94% esperam o crescimento das atividades na América Latina, contra 50% na Europa Ocidental e 33% apenas na América do Norte.
‘Por todo o mundo, novos mercados estão se desenvolvendo. Estamos em ascensão na Europa Ocidental, e o Extremo Oriente, a Europa Oriental e a América Latina estão começando a comprar mais. Estamos vendo assim um grande mercado internacional para nosso conteúdo.’
Leslie Moonve Presidente e CEO, CBS Corporation. EUA
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 13
Figura 8: Mudando Dimensões Globais
Em sua opinião, que países, com exceção daquele onde você atua, são mais importantes para as suas perspectivas de crescimento nos próximos 3 anos?
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
México
Reino Unido
Rússia
Alemanha
Índia
Brasil
Estados Unidos
China
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
3636
39
6959
57
4021
1928
16
19
179
30
18
26
1417
2431
27
1214
195
1614
108
173
65
76
105
1414
628
2
1614
(Foram fornecidas 3 respostas, no máximo)
14 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Colaboração com governos
O excesso de regulações foi citado como a mais preocupante ameaça às perspectivas de crescimento econômico por 68% dos entrevistados no Brasil. O tema é uma preocupação recorrente dos executivos brasileiros. Ele foi mencionado no topo da lista em cinco das sete edições da pesquisa de líderes empresariais. No ano passado, foi apontado por 70% dos CEOs brasileiros.
A interferência do estado na economia é também uma das três principais preocupações da pesquisa global, mas os dados revelam que as expectativas dos CEOs em relação a esse assunto estão começando a mudar. Quase 75% dos executivos em todo o mundo e 82% dos brasileiros afirmaram apoiar novas políticas governamentais que promovam o “bom crescimento”, ou seja, o crescimento ambiental, social e economicamente sustentável.
Ganha força, portanto, a concepção de que o relacionamento entre governo e iniciativa privada deve caminhar para o compartilhamento de uma agenda comum, que inclua questões como formação de mão de obra qualificada e proteção ao meio ambiente.
Figura 9: Direcionadores de Mudanças
Em que medida você concorda ou discorda das seguintes afirmações relacionadas à nova dinâmica da economia global?
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Concordo’ ou ‘Concordo plenamente’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Governos nacionais manterão setores estratégicos de sua economia inacessíveis
ao domínio e controle estrangeiros
Novas regulações serão amplamente harmonizadas em virtude da cooperação entre governos
Políticas e alíquotas fiscais serão cada vez mais convergentes, entre as nações
Na próxima década, as principais novas marcas globais surgirão de mercados emergentes
O mundo estará mais aberto ao livre mercado internacional e fluxos de capitais
Parcerias entre governo e empresasconseguirão mitigar, de forma mais efetiva,
os principais riscos globais como mudanças climáticas, terrorismo e crises financeiras
Os mercados emergentes são mais importantes para o futuro da minha empresa
do que os mercados desenvolvidos
Os negócios globais serão mais transparentes ao relatar seus resultados
financeiros e obrigações fiscais
As empresas irão apoiar ativamente novas políticas públicas que promovam o ‘bom
crescimento’, ou seja, crescimento sustentável em termos financeiros, sociais e ambientais,
em nível global, nacional e local
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7282
6878
7270
6486
7566
59
62
6850
3534
5554
7145
4545
4952
4457
4139
4752
4259
36
6241
3745
2928
3942
35
1919
37
3547
5249
14
46
33
73
53
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 15
Figura 10: Direcionadores de Mudanças
Nos próximos 3 anos, em que medida sua empresa pretende aumentar o comprometimento nas áreas abaixo, para melhorar a competitividade em termos nacionais e promover o bem-estar social?
Na pesquisa global, 55% dos entrevistados acreditam que os esforços conjuntos de governos e empresas reduzirão riscos globais como o das mudanças climáticas, do terrorismo e das crises financeiras. O Brasil apresentou percentual semelhante de respostas.
A maioria dos entrevistados pretende aumentar seu comprometimento com o setor público em diversas áreas para melhorar a competitividade em termos nacionais e promover o bem-estar social. O principal compromisso - para 88% dos líderes brasileiros e 82% dos globais - é criar e fomentar uma força de trabalho qualificada. As outras ações incluem manter a saúde da força de trabalho (82% dos brasileiros; 71% dos globais), reduzir a pobreza e a desigualdade (74% dos brasileiros; 42% dos globais), melhorar a infraestrutura do país (68% no Brasil; 44% no mundo).
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Significativamente’ ou ‘Mais comprometimento’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Proteger a biodiversidade e os ecossistemas
Contemplar os riscos de mudanças climáticas
Reduzir a pobreza e a desigualdade
Garantir os recursos naturaisque são críticos ao negócio
Assegurar estabilidade ao setor financeiroe acesso ao capital disponível
Melhorar a infraestrutura do país
Proteger os interesses dos consumidores
Gerar inovações e salvaguardar apropriedade intelectual
Manter a saúde da força de trabalho
Criar e fomentar uma força de trabalho qualificada
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
8882
8178
7679
7182
5774
7875
67
6767
68
7268
5662
4659
3838
44
30
4466
3637
4464
4044
2627
42
3042
2225
40
4142
40
2224
3662
2739
1924
74
4146
6832
2551
16 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Ameaças macroeconômicasDepois do excesso de regulações (68%), o protecionismo e a resposta dos governos ao déficit fiscal e ao aumento da dívida são as outras duas preocupações principais dos brasileiros. Elas tiveram 60% e 58% de menções, respectivamente. Na pesquisa global, os CEOs (71%) se mostraram mais preocupados com a incerteza e a volatilidade do crescimento econômico.
Figura 11: Direcionadores de Mudanças
Qual o seu nível de preocupação com relação às seguintes ameaças econômicas e políticas às perspectivas de crescimento do seu negócio?
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Extremamente preocupados ‘ ou ‘Preocupados’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
71
7389
7574
6158
6068
6765
5968
4970
6961
5450
4878
2834
5246
546632
36
4060
3546
3236
3120
1949
1615
42
Inflação
Tendências protecionistas dos governos
Falta de estabilidade nos mercados de capitais
Volatilidade da taxa de câmbio
Excesso de regulações
Resposta do governo ao déficit fiscal e peso da dívida
Crescimento econômico incerto e volátil
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 17
A apreensão dos brasileiros quanto ao protecionismo vem crescendo ao longo dos anos: o percentual subiu nove pontos em relação à pesquisa de 2010, depois de uma alta de dez pontos sobre 2009. Na comparação com os líderes de outras regiões, os brasileiros são os mais preocupados com esse tema na pesquisa deste ano, e 37% incluíram as tendências protecionistas entre os riscos que pretendem mitigar nos próximos 12 meses, muito acima dos 18% registrados no levantamento global.
No início deste ano, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, fez um alerta sobre o fato de que a economia mundial começou a melhorar, mas ainda está mergulhada em problemas, como o elevado desemprego e a alta de preços, o que pode aumentar o protecionismo e os problemas sociais.
Figura 12: Direcionadores de Mudanças
Quais das ameaças econômicas e políticas abaixo representam os riscos mais significativos que você pretende mitigar nos próximos 12 meses?
“O crescimento continua sendo inferior a seu potencial nos países desenvolvidos, enquanto os países emergentes e em desenvolvimento crescem muito mais rápido. Alguns inclusive podem sofrer um superaquecimento”, afirmou Strauss-Kahn, concluindo: “À medida que aumentam as tensões entre os países, poderíamos ver um aumento do protecionismo comercial e financeiro”.
A pesquisa global apontou também como segunda preocupação dos líderes empresariais o déficit fiscal crescente (61%) e o temor de que países altamente alavancados não consigam refinanciar suas dívidas, o que pode resultar em volatilidade nos mercados de câmbio e de bônus e conter a expansão comercial das empresas.
Há uma clara expectativa dos CEOs de que os governos em economias avançadas sejam obrigados a elevar impostos e cortar gastos ainda mais. Nos EUA, 74% dos executivos esperam um aumento de suas contribuições fiscais como resposta do governo à elevação da dívida pública. Embora menor no Brasil, esse temor foi citado por 56% dos entrevistados.
A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo, subiu 13% em 2010, para R$ 1,69 trilhão, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. O crescimento foi de R$ 197 bilhões, o maior da série histórica da instituição, iniciada em 2001, e quase o dobro da alta do ano anterior.
Base: Participantes que responderam ‘Preocupados’ ou ‘Extremamente preocupados’ à pergunta da figura 10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Inflação
Tendências protecionistasdos governos
Falta de estabilidade nosmercados de capitais
Volatilidade da taxa de câmbio
Excesso de regulações
Resposta do governo ao déficit fiscal e peso da dívida
Crescimento econômico incerto e volátil
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
4622
5164
4344
3447
2734
3934
3237
2753
1519
2941
3122
3031
2522
2728
1919
1837
1518
1010
136
522
43
18 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 13: Direcionadores de Mudanças
Em que medida você concorda ou discorda das seguintes afirmações relacionadas ao impacto econômico de um grande déficit fiscal e crescente aumento da dívida pública?
Metade dos executivos brasileiros acredita que a economia do país sofrerá uma desaceleração porque o governo precisará fazer cortes de gastos públicos ou aumentar impostos para combater o aumento da dívida pública.
Os CEOs de todas as regiões (exceto do Oriente Médio) percebem o risco de contágio das crises da dívida soberana de países como a Grécia e a Irlanda para suas próprias economias domésticas, bem como o da elevação da carga tributária e dos cortes de gastos que outros governos estão promovendo para evitar problemas desse tipo.
“O alto nível de dívida pública da Grécia pode ser uma preocupação para nossa expansão no país, já que um endividamento elevado pode levar a um efeito de expulsão, uma redução no consumo privado e/ou investimentos e, assim, restringir nossas oportunidades para expansão de ativos no país.”Efthimios Bouloutas CEO, Marfin Laiki Bank, Chipre
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
As ações do governo para enfrentar a crescentedívida pública representam uma oportunidade de
crescimento para minha empresa
As vendas da minha empresa ao governo irão diminuir como resultado das medidas tomadas pelo
governo para enfrentar a crescente dívida pública
Por conta dos cortes de gastos públicos ou aumento de impostos no país ou no estrangeiro, minhaempresa está fazendo mudanças estratégicas
Cortes nos gastos públicos ou aumento de impostosem outros países irão diminuir o crescimento
econômico dos principais mercados estrangeirosda minha empresa
A contribuição fiscal da minha empresa aumentarácomo resultado das respostas do governo
ao aumento da dívida pública
No país onde atuo, cortes nos gastos públicos ouaumento de impostos para fazer frente ao aumento da dívida pública irão diminuir o
crescimento da economia local
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
6150
63
6770
5356
53
7467
4438
474747
49
3426
3533
5044
2010
2419
1615
1824
1327
1514
55
69
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 19
Figura 14: Direcionadores de Mudanças
Você está tomando medidas adicionais para melhorar a gestão dos riscos associados à mudança de estratégia? Quais?
Investimento em gestão de riscos
As empresas brasileiras estão decididas a aprimorar seus sistemas de gestão de riscos para evitar o impacto de crises como a que sacudiu o planeta em 2008. Mudanças na abordagem de gestão de riscos já eram prioridade para 96% dos executivos na edição passada da pesquisa de líderes.
Neste ano, os dados comprovam que foram feitos investimentos para aprimorar a área associados às mudanças recentes de estratégia. Os executivos brasileiros entrevistados forneceram respostas consistentemente melhores em relação à gestão de riscos que seus pares de outras regiões e inclusive que a média global registrada pela pesquisa.
Base: Todos os participantes que responderam ‘Mudou fundamentalmente’ ou ‘Mudou um pouco’ à pergunta da figura 6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Aumentando o quadro de profissionais na gestão de risco
Aumentando os níveis de autoridade dos executivos da gestão de risco
Reexaminando a estrutura de capital
Ajustando incentivos ao desempenho para responder pelo risco
Realizando mais exercícios deprontidão para crises
Designando formalmente a responsabilidade dos executivos pela gestão de riscos
Direcionando mais atenção das reuniões do conselho à gestão de risco
Incorporando formalmente cenários de risco ao planejamento estratégico
Direcionando mais atenção da alta administração à gestão de risco
7285
6674
8686
6783
6466
8281
5861
5762
6866
4576
4735
5658
4059
4027
3436
3639
3427
5452
3139
3026
5150
2972
2720
2826
2041
1718
2424
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
20 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 15: Direcionadores de Mudanças
Qual seu nível de preocupação com as seguintes ameaças às suas perspectivas de crescimento?
A maioria (85%) afirmou que a alta administração está direcionando mais atenção à gestão de riscos, enquanto 83% disseram que estão incorporando cenários de risco ao planejamento estratégico. Quase dois terços revelaram também que estão designando formalmente a responsabilidade dos executivos pela gestão de riscos e aumentando seus níveis de autoridade nessa área.
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Extremamente preocupados’ ou ‘Preocupados’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Estrutura básica inadequada
Falta de capacidade decrescimento financeiro
Segurança da cadeiade suprimentos
Custos com energia
Entrada de novosconcorrentes no mercado
Comportamento e gastos do consumidor em
permanente mudança
Aumento da carga tributária
Disponibilidade de talentoscom habilidades fundamentais
5668
4876
3844
5678
4665
6351
4822
4566
4643
4048
3558
2930
4026
3654
2524
3828
3453
2926
3736
3450
2225
3756
2056
2018
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
A instabilidade política aparece como o risco global que mais afeta as atividades de planejamento estratégico e de gestão de risco das empresas no Brasil e no mundo e com maior impacto sobre as perspectivas de crescimento nos próximos três anos. Para 78% dos entrevistados, o aumento da carga tributária é a maior ameaça às perspectivas de crescimento.
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 21
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Estrutura básica inadequada
Falta de capacidade de crescimento financeiro
Segurança da cadeia de suprimentos
Custos com energia
Entrada de novos concorrentes no mercado
Comportamento e gastos do consumidor em permanente mudança
Aumento da carga tributária
Disponibilidade de habilidadesfundamentais
3850
3552
1824
30
57
3038
3532
27
11
1726
3428
2424
2135
1316
2111
2424
1010
2115
2223
1918
2128
2322
1515
1633
723
88
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
Figura 16: Direcionadores de Mudanças
Quais das potenciais ameaças abaixo representam os riscos mais significativos que você pretende mitigar nos próximos 12 meses?
Quase 60% dos empresários brasileiros consideram, inclusive, que o aumento da carga tributária é o maior risco a mitigar nos próximos 12 meses. O segundo maior risco, de 50%, segundo os empresários, é a disponibilidade de talentos com habilidades fundamentais.
Base: Participantes que responderam ‘Extremamente preocupados ‘ ou ‘Preocupados’ à pergunta da figura 14
22 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 17: Modelando a Resposta Corporativa
Em resposta à dinâmica no ambiente global de negócios, em que medida você prevê mudanças nas seguintes áreas ou modelos operacionais da sua empresa durante os próximos 12 meses?
A caça por talentos
Considerando que 84% dos CEOs promoveram mudanças em suas estratégias corporativas nos últimos dois anos, é natural que as necessidades de talentos das empresas estejam mudando também. Como resposta à dinâmica do ambiente de negócios, 83% dos líderes globais disseram que pretendem corrigir rumos da estratégia de gestão de talentos nos próximos 12 meses. No Brasil, a área é citada como prioridade, atrás apenas de mudanças nas decisões sobre investimentos.
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Compromisso com seuconselho administrativo
Esrutura do capital
Foco na reputação corporativa ereconstrução da confiança
Estrutura organizacional(incluindo Fusões e Aquisições)
Decisões sobre investimentos
Abordagem à gestão de risco
Estratégias para gestão de talentos
838484
9275
78
7782
7686
5964
7690
7283
6266
7476
7577
6969
6378
5972
4549
4958
4362
4847
4666
4057
3943
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 23
Figura 18: Modelando a Resposta Corporativa
Qual a sua expectativa em relação ao quadro global de funcionários da sua organização nos próximos 12 meses?
O mercado de trabalho mostra sinais de aquecimento em consequência da recuperação do setor privado. Mais de 40% das empresas globais ampliaram seu quadro de funcionários no ano passado, e 51% estão dispostas a fazer contratações este ano. No Brasil, o panorama do mercado de trabalho é ainda melhor: 64% das empresas aumentaram o quadro de pessoal e 64% têm intenção de contratar em 2011.
Dois terços dos CEOs globais e 76% dos brasileiros acreditam, porém, que há uma oferta limitada de mão de obra qualificada, especialmente para atender à necessidade de fixar uma presença nos mercados emergentes a longo prazo.
O tema é tão sensível que, segundo os empresários, deve ser a quarta maior prioridade atual dos Governos.
Base: Todos os participantes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não sabe/Não respondeu
Aumenta mais de 8%
Aumenta entre 5 e 8%
Aumenta menos de 5%
Permanece igual
Diminui menos de 5%
Diminui entre 5 e 8%
Diminui mais de 8%
32
41
32
44
53
33
96
126
98
3124
3226
2929
2316
2328
3432
1320
111314
12
1528
1121
712
201
211
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
24 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 19: Modelando a Resposta Corporativa
Considerando os talentos necessários para o sucesso do seu negócio nos próximos 3 anos, quais os principais desafios que você espera enfrentar?
Base: Todos os participantes
Fraca retenção de talentos femininos
Não sabe/Não respondeu
Controle de estruturas de prêmios porórgãos reguladores e/ou investidores
Aposentadoria dos funcionários mais experientes
Funcionários importantes empreendendomudanças na carreira por razões pessoais
Entender e prever a disponibilidade detalentos nos mercados emergentes
Talentos com as habilidades técnicas apropriadas, mas com falta de flexibilidade e criatividade
Dificuldades em utilizarglobalmente talentos experientes
Oferecer planos de carreira atraentes em nossa indústria
Recrutamento de alguns dos seus melhores profissionais pelos concorrentes
Dificuldade em recrutar e integrar profissionais mais jovens
Disponibilidade limitada de candidatoscom as habilidades certas
6676
6563
5664
5466
5338
6870
5264
4647
6666
5074
5436
5147
4562
4147
5047
4454
4247
4549
4066
4037
4240
3920
4039
5353
3528
3830
5253
2342
2124
2728
1218
1412
1614
1222
01
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 25
Figura 20: Direcionadores de Mudanças
Cite 3 áreas que os Governos deveriam priorizar atualmente.
Base: Todos os participantes
(Foram fornecidas 3 respostas, no máximo)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Proteger a biodiversidade e os ecossistemas
Não sabe/não respondeu
Proteger os interesses dos consumidores
Contemplar os riscos de mudanças climáticas
Manter a saúde da força de trabalho
Garantir os recursos naturaisque são críticos ao negócio
Gerar inovações e salvaguardara propriedade intelectual
Reduzir a pobreza e a desigualdade
Assegurar estabilidade ao setor financeiro eacesso ao capital disponível
Criar e fomentar uma força de trabalho qualificada
Melhorar a infraestrutura do país51
8435
4956
55
4730
5532
5657
4550
5534
4749
3244
2532
1215
2816
3233
3733
2014
2226
1820
1922
1618
2222
146
1718
1214
100
1111
87
920
614
75
20
35
32
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
26 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 21: Modelando a Resposta Corporativa
Em que medida você planeja implementar as seguintes mudanças com relação ao pessoal nos próximos 12 meses?
No Brasil, o fenômeno conhecido como “apagão de mão de obra” afeta principalmente setores que experimentam forte aquecimento de demanda. É o caso da construção civil, conforme indica sondagem realizada pela Confederação Nacional Indústria (CNI) com 375 empresas no início de 2011. Segundo o levantamento, 68% dos empresários apontam a dificuldade de contratação de pessoal como um dos três maiores entraves à atividade do setor - o índice foi de 53% no ano anterior. O problema se deve à combinação de crescimento acelerado com a pequena capacidade de formação de profissionais qualificados para exercer atividades nessa área. A tendência preocupa porque se reflete em aumento de custos e ameaça comprometer os resultados do setor.
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Mudanças significativas’ ou ‘Algumas mudanças’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Realocar operações em função dadisponibilidade de talentos
Aumentar a força de trabalho contingente de formamais rápida quea força de trabalho em período
integral, considerando todos os níveis da organização
Estabelecer limites de compensação para executivos
Cada vez mais, recrutar e tentar reter profissionais mais experientes
Mudar políticas para atrair e reter mais mulheres
Incentivar de forma diferenciada os jovens profissionais(aproximadamente entre 16 e 30 anos, hoje em dia)
Trabalhar com governos/sistemas de formação para aperfeiçoar as habilidades do
conjunto de competências
Designar mais funcionários em trabalhos internacionais
Usar mais recompensas não financeiraspara motivar o pessoal
6574
5772
5254
5954
6265
5451
5460
5050
4550
4644
483931
32
4340
4244
3838
4260
3649
2736
4054
3746
2631
3242
3531
3229
2746
2427
2627
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
No esforço de captar e reter os talentos necessários a seus planos de expansão, os executivos estudam adotar diferentes estratégias ao longo de 2011. Nas empresas brasileiras, a principal delas será usar mais recompensas não financeiras para motivar o pessoal (74%), com foco maior no desenvolvimento da carreira, como treinamento e programas de orientação profissional. Em seguida, 60% das empresas pretendem trabalhar com governos/sistemas de formação para aperfeiçoar as habilidades do conjunto de competências e, cada vez mais, recrutar e tentar reter profissionais mais experientes.
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 27
Figura 22: Direcionadores de Mudanças
Nos próximos 3 anos, em que medida sua empresa pretende aumentar o comprometimento nas áreas abaixo, para melhorar a competitividade em termos nacionais e promover o bem-estar social?
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Significativamente’ ou ‘Mais comprometimento’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Proteger a biodiversidade e os ecossistemas
Contemplar os riscos de mudanças climáticas
Reduzir a pobreza e a desigualdade
Garantir os recursos naturais que são críticos ao negócio
Assegurar estabilidade ao setor financeiro e acesso ao capital disponível
Melhorar a infraestrutura do país
Proteger os interesses dos consumidores
Gerar inovações e salvaguardar a propriedade intelectual
Manter a saúde da força de trabalho
Criar e fomentar uma força de trabalho qualificada
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
8882
8178
7679
7182
5774
7875
67
6767
68
7268
5662
4659
3838
44
30
4466
3637
4464
4044
2627
42
3042
2225
40
4142
40
2224
3662
2739
1924
74
4146
6832
2551
28 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
“Apenas 20% de nossos jovens estão estudando na universidade a cada ano. A OCDE diz que deveríamos ter pelo menos 40% ou 50%, e nós dissemos que não porque não queremos um ‘proletariado acadêmico’. Temos nosso sistema educacional dual, com aprendizagem de um lado e estudos universitários de outro. Acho que é um modelo perfeito, uma coisa que outros países não têm.”
Prof. Dr. Peter Gomez. Presidente do Conselho, SIX Group AG, Suíça
Segundo o relatório Global Shortage 2010, da consultoria Manpower, o Brasil é o país do continente americano com maior dificuldade de preenchimento de vagas. Esse problema foi apontado por 64% dos 850 empregadores entrevistados. Técnicos de produção, operação, engenharia e manutenção e representantes de vendas são as ocupações mais difíceis de serem preenchidas em toda a América Latina, de acordo com a Manpower.
Preocupadas em manter sua competitividade, quase 90% das empresas brasileiras e globais se dispõem a aumentar o compromisso com os governos no sentido de criar e fomentar uma força de trabalho qualificada nos próximos três anos.
Em vários países, sobretudo na Ásia, as empresas encaram esse investimento permanente em educação e treinamento como um complemento ao ensino formal, pois consideram que adoção de novas tecnologias e conhecimentos em ritmo acelerado tende a tornar obsoletos alguns ensinamentos obtidos na escola ou universidade em questão de anos.
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 29
Figura 23: Principais oportunidades de crescimento
Evolução no Brasil
Fusões e aquisições ganham destaque
A maioria dos CEOs está respondendo à crescente demanda dos consumidores de classe média nos países emergentes desenvolvendo produtos e serviços especialmente destinados a esses mercados, ao mesmo tempo em que tenta atender às novas necessidades dos consumidores de mercados mais maduros.
Analisando a evolução dos dados da pesquisa desde 2007, percebe-se que o aumento de participação nos mercados em que atuam vem perdendo importância para a inovação como estratégia de crescimento para os líderes globais. Fenômeno semelhante ocorre entre as empresas brasileiras, mas são as fusões e aquisições que ganham espaço como alternativa para a expansão de negócios.
0
10
20
30
40
50
60
Novas parcerias e/ou alianças estratégicas
Não sabe/Não respondeu
Fusões e aquisições
Abertura de novos mercados geográficos
Aumento de participação nos mercados existentes
Desenvolvimento de novo produto/serviço
2007 2008 2009 2010 2011
Fonte: Pesquisa de Líderes Empresariais brasileiros, PwC
30 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 24: Modelando a Resposta Corporativa
Você pretende iniciar alguma atividade de reestruturação nos próximos 12 meses? Qual?
Essa tendência foi comprovada na pesquisa Fusões e Aquisições no Brasil, publicada em dezembro de 2010 pela PwC. Em um ano dominado por incertezas no cenário internacional, o Brasil se mostrou mais estável e atraente para os investidores em 2010 e registrou um recorde absoluto em número de transações. Foram 787 negócios realizados, nos mais diversos setores, com crescimento de 22% em relação ao ano anterior, um novo patamar no universo das fusões e aquisições no país.
Presentes em 60% das compras de participação, os investidores nacionais participaram de 396 negócios. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 19%.
Ao longo de 2011, 30% dos líderes brasileiros demonstram a intenção de concretizar uma transação de fusão ou aquisição, sobretudo com outras empresas da América Latina. O percentual é um pouco menor que a média global (34%) e que o resultado de todas as regiões pesquisadas, com exceção da Ásia.
Base: Todos os participantes
“Internalizar” um processo ou função do negócio anteriormente terceirizado
Alienar ou cindir participação importante em umnegócio ou sair de um mercado significativo
Terminar uma aliança estratégica ou joint venture
Não sabe/Não respondeu
Concretizar uma fusão ou aquisição internacional
Terceirizar um processoou função do negócio
Celebrar uma nova aliançaestratégica ou joint venture
Implementar iniciativa para redução de custo
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
6438
6858
6663
5058
5150
6666
3430
3849
45
3126
3425
3028
1912
2014
2023
146
1825
22
144
1512
1412
914
88
910
11
26
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 31
Inovação
Crescer em mercados altamente competitivos exige inovação em produtos e serviços que esteja sintonizada com as necessidades dos consumidores. Uma análise da evolução dos dados da pesquisa nos últimos anos revela que os líderes globais vêm dando importância crescente a essa estratégia como oportunidade de expansão de negócios desde 2007. E os CEOs estão confiantes que seus investimentos serão bem-sucedidos: 78% esperam que os esforços de desenvolvimento gerem importantes novas oportunidades de receita nos próximos três anos.
No Brasil, a aposta dos líderes empresariais na inovação se manteve estável nos últimos três anos e atingiu em 2010 um nível pouco menor que o de todas as outras regiões. As expectativas de resultados, porém, estão entre as mais altas: 86% acreditam que as inovações levarão a significativas oportunidades de novas receitas nos próximos 12 meses.
Ao longo do tempo, atrasos nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento têm feito o Brasil perder fôlego na busca de diferencial competitivo em relação a outros países. Estudo divulgado em 2010 pela escola mundial de negócios Insead, em parceria
com a Confederação da Indústria Indiana (CII), revelou que o país despencou da 50ª para a 68ª posição no ranking mundial de inovação, que identificou as economias de Islândia, Suécia e Hong Kong como as três mais inovadoras do mundo.
Segundo a pesquisa de líderes globais, os CEOs estão buscando diferenciação e aumento de eficiências em seu processo de inovação: 86% dos executivos brasileiros e 79% dos globais acreditam que as inovações levarão a eficiências operacionais que proporcionarão vantagens competitivas. O investimento em tecnologia é um caminho para isso.
Em torno de 70% dos entrevistados estão investindo em TI para reduzir custos e ganhar eficiência, enquanto 54% dos líderes globais e 34% dos brasileiros também estão interessados em suportar iniciativas de crescimento e alavancar inovações emergentes, tais como dispositivos móveis e mídia social.
Figura 25: Modelando a Resposta Corporativa
Em que medida você concorda ou discorda das seguintes afirmações sobre investimentos de capital em TI que sua empresa estará realizando nos próximos 3 anos?
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Concordo’ ou ‘Concordo plenamente’
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nossos investimentos em TI não são maisnecessários agora que softwares
inovadores estão disponíveis na Internet
Nossos investimentos em TI são, comfrequência, o foco das reuniões de conselho
Nossos investimentos em TI são feitosbasicamente para suportar iniciativas de
crescimento e alavancar inovações emergentes,tais como dispositivos móveis e mídia social
Nossos investimentos em TI são feitosbasicamente para reduzir custos e
melhorar a eficiência operacional
6972
6178
6062
5434
4862
4643
3952
3246
4041
20
1066
43
32 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Figura 26: Modelando a Resposta Corporativa
Em que medida você mudará sua estratégia nos próximos 3 anos em virtude das seguintes potenciais mudanças no comportamento dos consumidores de longo prazo?
A abordagem dos CEOs para a inovação dá prioridade aos consumidores. Muitas empresas estão inclusive transferindo seus processos de desenvolvimento para outros países, de modo a ficar mais perto dos clientes finais. Há grande expectativa em torno do papel das mídias sociais como canal de comunicação com os clientes. Para 89% dos líderes ouvidos no Brasil, cada vez mais os consumidores utilizarão dispositivos móveis e mídia social para comunicar suas necessidades e preferências. O percentual é inclusive superior à média global da pesquisa, que foi de 77%.
Apenas um terço dos brasileiros acredita que os consumidores estarão mais preocupados com preço e valor do dinheiro nos próximos três anos, oferecendo uma visão muito diferente do mercado em relação aos líderes de outros países: a média global para essa resposta foi de 70%.
Base: Todos os participantes que responderam ‘Mudança significativa’ ou ‘Alguma mudança’ na estratégia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Consumidores irão atribuir mais importância ao país de origem dos produtos que compram
Consumidores irão computar as práticas de responsabilidade ambiental e corporativa de uma empresa em suas decisões de compra
Consumidores de mercados emergentes proporcionarão
crescimento á minha empresa
Consumidores desempenharão um papel mais ativo no desenvolvimento de
produtos e serviços
Os consumidores focalizarão mais em preço e valor do dinheiro
Cada vez mais os consumidores utilizarão dispositivos móveis e mídia social para
verbalizar suas necessidades e preferências
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7789
8074
8876
66
6662
65
62
5953
5567
6154
44
43
49
2931
2417
712
2329
5349
67
76
83
33
76
70
7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011 33
As empresas também estão reagindo às expectativas dos consumidores na área ambiental. Do total de líderes brasileiros ouvidos, 72% consideram o desenvolvimento de produtos e serviços ecologicamente corretos um aspecto importante da estratégia de inovação. O índice ficou um pouco acima da média global, de 64%. Esse comportamento não é resultado de pressões regulatórias, mas sim uma resposta às exigências dos consumidores, que têm mostrado preferência por produtos sustentáveis e empresas ambientalmente responsáveis.
Figura 27: Modelando a Resposta Corporativa
Em que medida você concorda ou discorda das seguintes afirmações sobre as expectativas de inovação de sua empresa nos próximos 3 anos?
Base: Todos os participantes
Participantes que responderam ‘Concordo’ ou ‘Concordo plenamente’
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Esperamos ajuda do governo(inclusive ajuda financeira,créditos fiscais e/outransferência de tecnologia) para impulsionar
os resultados de nossas inovações
Esperamos desenvolver a maioria denossas inovações em outros mercados,
que não o do país onde atuo
Usamos M&A como umasignificativa fonte de inovação
Esperamos desenvolver a maioria de nossasinovações com parceiros fora de nossa organização
Um aspecto importante da nossa estratégia de inovação é o desenvolvimento de
produtos e serviços ecologicamente corretos
Nossas inovações levarão a significativasoportunidades de novas receitas
Nossas inovações levarão a eficiênciasoperacionais que nos proporcionarão
uma vantagem competitiva
América do NorteEstados UnidosÁsia Pacífico
Europa OcidentalBrasilGlobal
7986
7291
7372
7886
7583
7469
6472
5971
5855
3944
3936
3431
3334
2947
3025
2924
2630
1514
2646
2337
1918
34 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2011
Contexto brasileiro
Os gargalos de infraestrutura
Prestes a enfrentar o desafio de sediar uma Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, o Brasil ainda convive com gargalos de infraestrutura que precisam ser solucionados nos próximos anos para evitar complicações durante a realização dos eventos. Os líderes empresariais ouvidos pela PwC identificam no segmento de transportes os principais problemas a serem resolvidos. Os setores prioritários de investimentos seriam aeroportos (28%), portos (22%) e estradas (18%).
Figura 28: Questão específica do Brasil
Classifique os seguintes setores de infraestrutura no Brasil em ordem de importância para investimento.
Base: Todos os participantes Brasil (%)
Posição 1 Posição 2 Posição 3 Posição 4 Posição 5 Posição 6 Posição 7
Aeroportos 28 22 12 14 10 12 2
Portos 22 24 16 16 16 0 6
Estradas 18 20 20 20 8 8 6
Água 12 14 16 10 10 26 12
Ferrovias 10 8 20 14 14 24 10
Energia 10 8 10 20 28 14 10
Telecomunicações 0 4 6 6 14 16 54
Segundo o relatório de competitividade global do Fórum Econômico Mundial1, os portos brasileiros estão em 123º lugar em um ranking de 139 países avaliados. Nossas estradas estão na 105ª posição e as ferrovias, em 87º. O transporte aéreo, por sua vez, aparece em 93º lugar, o que nos coloca em nível semelhante a países como Moçambique e Botsuana.
Os números preocupam, pois confirmam a existência de um nó logístico que entrava as possibilidades de crescimento. O Brasil é o país com maior potencial para suprir a demanda mundial de alimentos nas próximas décadas, e este ano há previsão de colheita de uma nova safra recorde de grãos, próxima de 150 milhões de toneladas. Quase 60% da produção agrícola nacional é transportada até os portos em estradas mal pavimentadas ou até mesmo sem pavimento. Nos portos, faltam armazéns, enquanto os caminhões enfrentam horas de filas para serem descarregados.
1The Global Competitiveness Report 2010-2011, World Economic Forum (2010).
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No setor aéreo, há dificuldades causadas pela falta de investimentos e pelo aumento do tráfego de passageiros nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a demanda por transporte aéreo no Brasil avançou 23% no segmento doméstico em 2010 e 20% nas rotas internacionais operadas pelas empresas brasileiras. Para a Copa do Mundo, estima-se que o tráfego aéreo no país cresça 49%, exercendo pressão sobre um sistema que dá sinais de já ter ultrapassado seus limites.
Na opinião de 46% dos entrevistados, a melhor alternativa para financiar um plano de infraestrutura para o Brasil é utilizar recursos do BNDES. Para outros 36%, as parcerias público-privadas (PPPs) seriam mais adequadas. O que torna a última alternativa atraente é o fato de as empresas poderem oferecer mais do que recursos financeiros para a realização dos projetos: elas têm experiência em gestão, capacidade de execução e sabem administrar riscos.
Segundo a OCDE e o Banco Mundial2, estima-se que seja necessário investir nas próximas décadas US$ 3 trilhões anuais em infraestrutura em todo o planeta (o equivalente a 5% do PIB dos países). É pouco provável que os governos consigam arcar com essa conta sozinhos. Para se ter ideia de quanto os investimentos terão de crescer, no Brasil, onde há importantes deficiências de infraestrutura a serem corrigidas, por exemplo, são investidos por ano apenas 3,5% do PIB.
2Paving the Way:Maximising the Value of Privite Finance in Infrastructure, World Economic Forum.
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Menos burocracia tributária, mais negócios
No complexo ambiente regulatório brasileiro, os impostos desempenham um papel de destaque. Para 90% dos entrevistados, entre as reformas que o Brasil precisa realizar, a fiscal seria aquela com mais potencial de estimular o ambiente de negócios. Segundo o estudo Paying Taxes 2011, elaborado anualmente pelo Banco Mundial em conjunto com a PwC, o Brasil é o país onde mais se gasta tempo com o cumprimento das obrigações tributárias: são 2.600 horas por ano (108 dias) - um recorde mundial - para o recolhimento de dez impostos. A média global calculada pelo relatório é de 282 horas (35 dias) por ano para o pagamento de 30 impostos.
O processo de recolhimento de tributos é dos mais complicados do mundo. São editadas, em média, 35 novas normas tributárias a cada dia útil. Isso exige a contratação de profissionais especializados e dedicados em tempo integral ao pagamento de impostos, de modo a evitar erros e distorções que possam acabar aumentando ainda mais a carga fiscal.
Um sistema mais simples diminuiria os gastos das empresas com pessoal, os riscos associados ao recolhimento de tributos e ainda aumentaria o capital disponível para investimentos nas atividades fins. A medida teria efeitos especialmente importantes no momento em que o país atravessa um período de expansão e recebe grande volume de recursos externos.
Figura 29: Questão específica do Brasil
Qual das seguintes potenciais reformas governamentais mais estimularia o ambiente de negócios?
Base: Todos os participantes Brasil
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Aperfeiçoar a proteção à propriedade intelectual
Modernização da legislação trabalhista
Modernização das leis de política cambial
Modernização da regulação sobre comércio internacional
Atualizar as normas regulatórias
Simplificar a legislação para obtenção de licenças ambientais
Diminuir as exigências para abertura de uma empresa
Redução da carga tributária
Privatização e concessões para projetos de infraestrutura 38
90
20
10
34
8
4
62
8
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Há expectativa de que o novo Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) reduza o tempo necessário para que as empresas brasileiras cumpram suas obrigações fiscais nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e facilite o acompanhamento de mudanças na legislação. Dados sobre obrigações fiscais e contábeis das empresas serão transmitidos eletronicamente e de forma padronizada para o Fisco, o que também diminuirá os gastos com impressão e armazenamento de papéis.
A modernização das leis trabalhistas é outra reforma citada por 62% dos entrevistados com potencial de estimular o ambiente de negócios no país e ampliar a capacidade de competição das empresas brasileiras. Um estudo3 divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no fim de 2010 posiciona o Brasil em penúltimo lugar numa lista com 11 países no item disponibilidade e custo de mão de obra.
Os empresários atribuem esse resultado, principalmente, à rigidez da jornada de trabalho e à dificuldade de contratar e demitir um trabalhador. O excesso de encargos trabalhistas, aliado à rigidez da legislação, desestimula o emprego formal no país, sobretudo entre as microempresas e empresas de pequeno porte.
3Competitividade Brasil 2010: uma comparação com países selecionados: uma chamada para ação.Confederação Nacional da Indústria. Brasília, 2010.
Metodologia
A 7ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros é um extrato da 14ª Pesquisa Global de CEOs (14th Annual Global CEO Survey), cujos resultados se baseiam em 1.201 entrevistas em 69 países, entre 6 de setembro e 2 de dezembro de 2010. A amostra inclui empresas com diferentes portes e atuação em setores variados. Para aprofundar os temas abordados na pesquisa, foram realizadas entrevistas em profundidade com 31 CEOs de cinco continentes ao longo do último trimestre de 2010 acerca de suas ideias sobre a dinâmica do ambiente pós-crise, o equilíbrio entre crescimento e gestão de riscos e lições aprendidas. No Brasil, foi entrevistado Marcelo Odebrecht, CEO da Odebrecht (ver seção Entrevista neste relatório). A análise dos dados foi realizada pelos especialistas da PwC.
A burocracia, porém, é apenas um dos aspectos do sistema tributário brasileiro que preocupa as empresas. A carga tributária do país também é alta em comparação com a de outros países. A alíquota tributária total (TTR) mede a quantidade de todos os impostos e contribuições obrigatórias assumidas pelas empresas, expressas na forma de porcentagem sobre os lucros. No Brasil, ela é de 69%, segundo o estudo da PwC, o que posiciona o país em 168º lugar em um ranking de 183 países. Na maioria das economias, a TTR varia entre 30% e 50% dos lucros. Na América Latina, a média é de 48%.
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Entrevista com Marcelo OdebrechtDiretor Presidente, Odebrecht S.A.
Odebrecht
Com mais de 120.000 empregados (60% no Brasil e 40% no exterior) e presente em 20 países das Américas do Sul, Central e do Norte, África, Europa e Oriente Médio, a Odebrecht registrou em 2009 receita bruta superior a R$ 41 bilhões. A empresa investiu R$ 10 bilhões em 2010 e pretende investir outros R$ 59 bilhões entre 2011 e 2013.
Fundado em 1944, como construtora Norberto Odebrecht, o grupo ampliou e diversificou seus negócios e atualmente atua em diversos setores, como petroquímica, petróleo e gás, engenharia ambiental, bioenergia, imobiliário, transporte e logística, entre outros.
A área de engenharia e construção engloba seis empresas: Odebrecht Energia, Odebrecht Engenharia Industrial, Odebrecht Infraestrutura, Odebrecht America Latina e Angola, Odebrecht Venezuela e Odebrecht International.
Em 2010, a Odebrecht foi eleita pelo IMD – International Institute for Management Development, como a Empresa de Controle Familiar do Ano mediante um processo de seleção com abrangência mundial.
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P: Quais os indicadores que o senhor acompanha para prever a evolução da economia global, ou de economias locais específicas, em 2011?
Marcelo Odebrecht: Acompanhamos indicadores como commodities e o crescimento do PIB na Ásia, América Latina e África. O crescimento ou a desaceleração nos países em desenvolvimento tem um impacto muito maior na atividade econômica mundial, já que afeta um volume maior de produtos e serviços do que no mundo desenvolvido. Também acompanhamos de perto as taxas de câmbio e a desvalorização relativa do dólar.
P: Qual a perspectiva para além de 2011 e quais os riscos envolvidos?
Marcelo Odebrecht: Estamos muito otimistas em relação ao que vem pela frente. Acreditamos que a maioria dos países da América Latina, África e Ásia continuará a crescer nos próximos anos, principalmente aqueles que fizeram a lição de casa, ou que dispõem de recursos naturais em abundância. Os Estados Unidos, por sua vez, sempre se mostraram capazes de se reinventar, e têm a flexibilidade e o pragmatismo para continuar assim. As minhas dúvidas recaem sobre a Europa e sua capacidade, ou mesmo sua disposição, para mudar e tomar as medidas necessárias para retomar o crescimento.
Com relação aos riscos, o principal risco seria uma desaceleração da economia chinesa, algo que não prevejo, mas que teria um grande impacto nos volumes e preços de bens e serviços no mundo todo. O outro risco seria uma tentativa, por parte dos países desenvolvidos, de manter seu status, impedindo que os países em desenvolvimento cresçam e adquiram maior influência na política, no comércio e na economia em geral.
P: Que aspectos da estratégia da Odebrecht se mostraram mais resilientes à crise econômica e quais foram as mudanças estratégicas necessárias?
Marcelo Odebrecht: Antes lastreada nos negócios de engenharia e construção e petroquímica, a estratégia do grupo provou ser bem sucedida na diversificação e no aumento dos investimentos em logística, mobilidade urbana, concessões rodoviárias, portos, petróleo, saneamento, imobiliário, açúcar, energia renovável (principalmente hidrelétricas e etanol de cana) e serviços e produtos sustentáveis, como o polietileno verde, que passamos a produzir este ano em escala comercial. A Odebrecht tanto consolidou e cresceu seus negócios de E&C e petroquímica, como desenvolveu novas empresas mais focadas e flexíveis, o que permitiu atrair parceiros estratégicos e capital para investimentos na Organização, que somarão mais de US$ 30 bilhões entre 2010 e 2013.
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P: Qual a sua maior oportunidade estratégica hoje, e quais os maiores riscos associados a essa estratégia?
Marcelo Odebrecht: A maior oportunidade estratégica hoje é aproveitar o potencial de crescimento orgânico decorrente das demandas por produtos e serviços por parte de nossos clientes, promovendo o crescimento qualificado de todos os nossos negócios.
A Organização construiu as bases para este novo ciclo de crescimento, com destaque para o desenvolvimento e a integração de novos empresários e suas equipes. Dito isso, o grande crescimento que estamos vivendo faz com que a nossa principal preocupação seja justamente a identificação e integração de pessoas. Apenas em 2010, foi necessário contratar mais de 30.000 novos integrantes, aumentando o nosso efetivo para 120.000.
P: Como vem evoluindo a forma de captar recursos, no que se refere às fontes de capital mais atraentes hoje [ex: países/mercados, fontes, como bancos vs. mercados de capital, ou estrutura de capital]?
Marcelo Odebrecht: O grupo vem mantendo uma composição adequada de dívida e equity, mercados domésticos e internacionais, investidores privados e operações públicas, e vem reforçando as fontes de capital que dependem de fluxos de caixa como principal fonte pagadora, ou seja, principalmente project finance, ao invés de garantias corporativas. Essa estratégia, além de reforçar os principais ratings da empresa, contribui para alavancar e dar qualidade e solidez a nossos investimentos, já que os parceiros financeiros e estratégicos realizam seus próprios processos de Due Diligence dos negócios cogitados e, uma vez que se propõem a embarcar conosco nesses empreendimentos, acabam por validar as nossas escolhas de investimento.
P: Como as mudanças no panorama de acesso a capital vêm afetando seus planos estratégicos?
Marcelo Odebrecht: No caso de projetos no Brasil, o BNDES se tornou a principal fonte, se não a única, de financiamento de longo prazo viável em reais. Mas com a grande demanda por investimentos no Brasil, voltados para o mercado interno e portanto com receitas em reais, será necessário buscar fontes alternativas de financiamento de longo prazo em moeda local, além das públicas. O governo brasileiro anunciou recentemente uma série de incentivos para atrair o capital privado, nacional e estrangeiro, para financiamentos de longo prazo em moeda local. Outras medidas também precisam ser avaliadas, como a disponibilidade de hedge de longo prazo, para permitir que as empresas cujas operações são conduzidas predominantemente em moeda local tenham acesso ao capital estrangeiro, sem prejudicar sua estabilidade financeira. No caso de investimentos com retorno em dólar, por outro lado, as condições nunca estiveram tão favoráveis do ponto de vista de captação. Tanto a CNO quanto a Braskem, principais empresas a efetuar captações no mercado internacional de dívida (bonds), foram avaliadas por agências de rating como risco Investment Grade em âmbito global, e suas emissões de dívida em dólar tem atraído fortíssimo interesse dos investidores globais, com contínua redução do custo de captação.
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P: Como a atual volatilidade do ambiente de negócios altera a sua estratégia de recursos humanos?
Marcelo Odebrecht: Na nossa cultura usamos o termo “pequena empresa” para se referir à unidade que realiza a nossa atividade-fim, como um contrato de prestação de serviço, uma planta industrial, uma concessionária ou um polo agroindustrial, e onde se pratica o empresariamento pleno. Cada Pequena Empresa é dirigida por um empresário parceiro que atua em total conformidade com a nossa cultura e tem total delegação e capacidade empreendedora.
Uma parte fundamental da nossa estratégia de mitigação de risco e do nosso sucesso em um mercado altamente volátil é garantir que as decisões sejam sempre tomadas ao nível da pequena empresa pelo seu respectivo empresário-parceiro. O líder da pequena empresa tem sempre melhores condições de avaliar os desafios e oportunidades que surgem nas relações com clientes, fornecedoras, a empresa e parceiros e de garantir a agilidade necessária para tomar a decisão certa na hora certa, além da flexibilidade para determinar os ajustes de direção eventualmente impostos pelo mercado volátil.
P: De que forma o setor privado poderia contribuir mais para o bem-estar social em áreas que antes eram consideradas atribuições exclusivas do governo [ex: redução da pobreza ou resposta às mudanças climáticas]?
Marcelo Odebrecht: O mundo empresarial está cada dia mais consciente da necessidade de responsabilidade social corporativa para garantir o crescimento e perpetuidade da empresa. Nenhuma grande empresa pode ou deve ignorar esse fato.
A principal responsabilidade de todo empresário é, sem dúvida, gerar melhores retornos para seus clientes, funcionários, acionistas para a comunidade em que atua e a sociedade em geral, oferecendo bens e serviços sustentáveis em termos sociais, econômicos e ambientais.
Procuramos, porém, ir além: investimos grandes volumes de recursos e esforços na formação dos nossos funcionários, no apoio à preservação das culturas locais em que estamos inseridos, e em programas para garantir o desenvolvimento sustentável.
Um exemplo disso é o Programa Acreditar, que qualifica integrantes das comunidades em que as nossas obras são implantadas para atuar em grandes empreendimentos de engenharia. O programa garante que as comunidades tenham acesso a oportunidades de crescimento profissional e financeiro, ao mesmo tempo em que evita os fluxos migratórios desordenados que, historicamente, têm prejudicado o crescimento sustentável dessas regiões.
Em 2010 qualificamos mais de 35.000 trabalhadores no Brasil, dos quais 15.000 foram recrutados para trabalhar nos nossos empreendimentos. Em 2009, as empresas da Odebrecht investiram R$ 84,5 milhões em 417 programas sociais, sendo 262 no Brasil e 155 em outros países. Esses programas beneficiaram diretamente 446.879 pessoas em 688 comunidades e contaram com o apoio de 430 instituições.
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P: De que forma o setor privado deveria contribuir para a competitividade nacional, em áreas antes consideradas como sendo da responsabilidade do governo [como a construção de infraestrutura e contribuição para a qualificação da mão-de-obra]?
Marcelo Odebrecht: Sabemos que o setor privado pode contribuir para agilizar a tomada de decisões, racionalizar a implantação e operacionalização, e que está disposto a investir capital em ativos de infraestrutura. As empresas privadas podem atuar em substituição ou em parceria com o setor público, por meio de parcerias público-privadas, com alocação adequada de riscos e responsabilidades, permitindo que o governo concentre seus investimentos em áreas sociais críticas, como educação primária e saúde, aumento da qualificação e remuneração de servidores públicos, e outras áreas da administração pública, como segurança, e regulamentação.
A Odebrecht atua hoje em diversas áreas que eram predominantemente da responsabilidade do governo, como concessões rodoviárias, portos, arenas esportivas, transporte urbano (metrô, trens urbanos etc.) e saneamento, entre outras. Vemos essas iniciativas como parte da contribuição do setor privado para assumir maior responsabilidade, alinhada com a estratégia do governo e suas prioridades.
P: De que maneira a Odebrecht vem sendo afetada pelo aumento da intervenção no setor privado pelo governo, que, além de regulador, passou a atuar como investidor e detentor de participação?
Marcelo Odebrecht: Temos percebido uma adequada divisão de competências no que se refere às parcerias público-privadas. O governo se compromete a contribuir com um determinado volume periódico de recursos, fazendo com que seja compensador para o setor privado somar a sua participação em determinado projeto. O setor privado, por sua vez, é incentivado a desenvolver outros negócios satélites ao projeto, gerando receitas adicionais, que serão repartidas com o governo ao longo da operação do ativo principal – seja ele uma rodovia, um porto, uma arena esportiva ou outro empreendimento. Essa participação conjunta é vista como uma oportunidade interessante para o governo implantar obras de infraestrutura que, de outra forma, seriam inviáveis por falta de recursos ou alocação inadequada dos riscos.
P: O que os governos podem fazer, além de reduzir a carga da regulamentação, para melhorar o ambiente em que a empresa atua?
Marcelo Odebrecht: Criar incentivos específicos que atraiam os recursos de investidores para o financiamento de projetos de longo prazo, em condições atraentes para os empreendedores, através de mecanismos como project bonds, que têm o fluxo de caixa gerado pelo projeto como principal fonte pagadora, ao invés de depender de garantias corporativas.
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P: Quais as preocupações geradas pelo aumento da dívida pública, seja no Brasil ou em outros mercados importantes?
Marcelo Odebrecht: Desde que haja responsabilidade fiscal na gestão da dívida, pouco endividamento de curto prazo e a certeza de que o aumento do endividamento ocorrerá em função de investimentos nos setores básicos da economia (infraestrutura, educação, saneamento, segurança, bioenergia, energia alternativa, imobiliário e segmentos similares), não teremos por que nos preocuparmos quanto aos impactos do crescimento na dívida pública brasileira nos níveis que vemos atualmente, principalmente pelo fato de o país manter boa disciplina financeira desde muito antes da crise de 2008. Quanto ao aumento do endividamento em outras partes do mundo, existe uma preocupação quanto às medidas, ou a falta delas, a serem tomadas pelos Estados Unidos e a União Europeia para tratar de seus problemas atuais. Em outros países em que atuamos, parece-nos que existem políticas adequadas e boas perspectivas. Acreditamos e incentivamos os governos e as empresas a investirem sempre de forma eficiente, para gerar riquezas em benefício das gerações futuras, além de gerar receitas para amortizar a dívida, de modo contrário ao modelo insustentável de gastar agora e acumular dívidas sem gerar riquezas equivalentes, o que transfere para as gerações futuras a responsabilidade por sanar as dívidas de hoje.
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