perguntas sobre o dízimo
DESCRIPTION
Esse é um livro para estar ao alcance da compreensão de todas as pessoas, a fim de desfazer qualquer dúvida sobre o dízimo, assunto tão importante da mordomia dos bens materiais. O propósito é responder, de forma prática e concreta, a cento e dez perguntas sobre o dízimo.TRANSCRIPT
AssociAção PAulistA sul dA
igrejA AdventistA do sétimo diA
são PAulo, sP
Roberto R. Roncarolo
direitos de publicação reservados à
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
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Proibida a reprodução sem autorização expressa.
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2A EDIÇÃO - REVISTA E ATUALIZADA - 2014Tiragem: 5.000 Exemplares
Esta reedição é um tributo à memoria do autor, fiel e dedicado mordomo do Senhor.
AdministrAção dA AssociAção PAulistA sul
Presidente: luiz carlos Araujo
Secretário: ivo suedekum
Tesoureiro: oséias Pereira
Diretor de Comunicação: carlos enoc Pollheim
Mordomia Cristã: máuro ségio cardoso
Projeto editoriAl
Autor: roberto r. roncarolo
Edição e Atualização de Conteúdo: carlos enoc Pollheim
Revisão de Conteúdo: ivan canhadas
Digitação: Albenir Almeida Pollheim
Revisão de Texto: Priscilla stehling
Projeto Gráfico: Anny elise
Supervisão Gráfica: christian Binemann
Ilustrações: sidney santos
Impressão e Acabamento: meta Print ltda.
imPresso no BrAsil/ Printed in Brazil
Apresentaçãomeu primeiro contato com este livro foi em março de 1985, quando
pastor em Araguaína –to. A leitura dele junto com Conselhos sobre
Mordomia, influenciaram meu ministério para sempre.
com esta visão, construí todo o programa do distrito em cima
das quatro áreas da mordomia – tempo, templo, talentos e tesouros.
eu tive as bênçãos deste livro, mas muitos não conhecem seu conteúdo.
ignoram estas belas verdades e podem até estar errando por desconhe-
cerem seu conteúdo.
sugeri ao tesoureiro da Associação Paulista sul, oséias
Pereira, a reimpressão deste livro para doá-lo aos pastores, tesourei-
ros, anciãos e membros. comvisão ampla ele acolheu a proposta desde
o primeiro momento. muito obrigado.
mas havia alguns desafios. o livro havia sido impresso em
1984 e precisava ser digitado novamente pois não havia originais. e,
se houvesse, eles não serviriam. minha gratidão à secretária Albenir de
m. A. Pollheim que, com cuidado e carinho, digitou todo o livro para
que ele pudesse ser impresso novamente.
A jornalista Priscilla stehling empreendeu jornada dupla pois,
enquanto dava seus primeiros passos como mãe do Pedro Henrique,
nascido em 22 de dezembro de 2013, revisava e atualizava a linguagem
do livro original.
Anny elise, recém-formada designer, realizou um excelente tra-
balho de diagramação, tornando sua leitura uma experiência agradável.
obrigado também a christian Binemann pela eficiente super-
visão gráfica do projeto.
Parabéns ao sidney santos que entendeu a mensagem de cada
capítulo e com suas ilustrações auxiliará os leitores na compreensão
dos temas.
obrigado ao pastor mauro cardoso, diretor de mordomia
cristã da Associação Paulista sul, pelo apoio à realização deste projeto.
terminada a tarefa fica o desejo de que este livro continue
a cumprir sua importante missão de esclarecer, orientar e inspirar
a todos que o lerem a continuarem sendo fiéis.
Carlos Enoc PollheimEDITOR
Prefácioeste livro foi preparado com o fervoroso desejo de que seja de utilidade
e inspiração aos fiéis membros da igreja Adventista do sétimo dia
que, pela graça de deus, estão procurando compreender e praticar
cada dia melhor a ordem bíblica do dízimo.
Quero deixar aqui expresso o reconhecimento a inúmeros
colaboradores anônimos que, através dos anos, por meio de diálogos,
entrevistas, mesas-redondas, boletins, revistas denominacionais, etc.,
contribuiram para que muitas das perguntas apresentadas pudessem
ser respondidas. e aqueles a quem pude individualizar vai também
minha gratidão, assim como o devido reconhecimento autoral.
mas, em especial, desejo expressar uma palavra de particular
apreço e gratidão aos seguintes pastores e obreiros que destinaram
parte de seu valioso tempo para ler o material e fazer contribuições
e sugestões valiosas: d. Belvedere, g. Bokenkamp, g. caballero,
A. Holtz, r. itin, e. lombardi, c. mascollier, g. monroy, A. o. moura,
r. H. nagel, d. nestares, m. F. Perez, o. Pinho, v. reis, P. stabenow,
j. torres, B. treyer, m. veloso e r. n. Wensell.
Por último, creio ser necessário mencionar que, embora
o material aqui apresentado tente refletir o consenso da igreja
Adventista do sétimo dia, nem sempre representa o pensamento
oficial da mesma. isto ocorre pelo fato de que este livro não trata de uma
doutrina em si, mas da prática de um aspecto da doutrina da mordomia
cristã – a devolução do dízimo, a qual se baseia primordialmente
numa relação íntima e particular entre o homem e seu deus.
Roberto R. RoncaroloAUTOR
Obras Citadas(cBA)
(cm)
(dtn)
(ev.)
(lA)
(mi)
(ms.)
(oe)
(Pe)
(Pj)
(PP)
(1t)
(tm)
(i ts)
(iii ts)
comentário Bíblico Adventista - vol 1
comselhos sobre mordomia
desejado de todas as nações
evangelismo
o lar Adventista
manual da igreja
manuscritos
obreiros evangélicos
Primeiros escritos
Parábolas de jesus
Patriarcas e Profetas
testemunhos - vol. 1
testemunho para ministros
testemunhos seletos - vol. 1
testemunhos seletos - vol. 3
Listade Abreviaturasde
Sumário
APÊNDICE
A. A influência do espírito de Profecia no restabelecimento do
dízimo na iAsd, por roberto r. roncarolo
B. evolução do sistema do dízimo na iAsd - Fatos Fundamentais,
por Arthur l. White
c. o uso do dízimo, por ellen g. White
dízimo em geral
História do dízimo
Princípios e Fundamentos do dízimo
o Que dizimar
como dizimar
Quando dizimar
onde dizimar
o dízimo e Possíveis Pretextos
A igreja e sua relação com o dízimo
As organizações e instituições da iAsd e o dízimo
Perguntas diversas
1.2.3.4.5.6.7.8.9.
10.11.
13
27
47
67
91
105
111
119
133
145
149
159
169
209
Capítulo 1
GeralemO Dízimo
14
´
CONCEITOO que é o dízimo?
etimologicamente dízimo significa a décima parte de algo. o uso
normal desta palavra tem duas conotações: uma secular e outra
religiosa, com significados e finalidades que variaram através do tempo.
em sua conotação secular, geralmente era aplicado a imposto
de dez por cento que se pagava ao governante local sobre o valor de
diversas mercadorias que se comerciavam.
A conotação religiosa cristã, abordada por este livro, refere-se
à décima parte dos lucros ou entradas que o crente destina para uma
finalidade sagrada.
“deus tem direito sobre nós e tudo o que temos. seu direito está
acima de qualquer outro. e, em reconhecimento desse direito, ordena
que lhe devolvamos uma parte proporcional fixa de tudo o que ele
nos dá. essa parte específica é o dízimo. sob a direção do senhor,
foi-lhe consagrado nos tempos mais remotos [...]” (cm,71).
OBRIGATORIEDADEE obrigatório dizimar?
deus estabeleceu a ordem do dízimo para o bem do homem. destinou-o
ao sustento do ministério da evangelização. em consequência, é um dos
caminhos voluntários onde devem transitar aqueles que o amam
e desejam fazer sua vontade. Por isso, como deus não obriga ninguém
15
GeralemO Dízimo
a segui-lo, esta determinação pode não ser ouvida. mas, quem o fizer
deve enfrentar as consequências.
“ninguém é forçado a apresentar ao senhor seus dízimos
e ofertas. mas com a mesma certeza com que a Palavra de deus nos
é dada, com essa mesma certeza requererá ele, com juros, de todo ser
humano”(cm, 82, 83).
Porém, se seguirmos o caminho de deus, descobriremos que
as bênçãos são abundantes e que dizimar é um motivo de alegria
e gratidão.
“o senhor fez um concerto especial com o homem, de que se
eles separassem regularmente a parte destinada ao avanço do reino
de cristo, ele os abençoaria abundantemente, de tal modo que não
haveria mais lugar para receber-lhe as dádivas”(cm, 77).
PROPÓSITOCom que finalidade estabeleceu Deus o dízimo?
Previamente convém fazer o seguinte esclarecimento: há uma diferença
entre o propósito para o qual deus instituiu o santo dízimo e seu
destino ou emprego.
Ao estabelecer o dízimo, deus teve as seguintes finalidades:
1. Um fim supremo - o benefício do homem“nosso Pai celeste não instituiu o plano da Beneficência sistemática
com o intuito de enriquecer-se, mas para que o mesmo fosse uma
16
grande bênção ao homem. viu que o referido sistema era exatamente
o que o homem necessitava” (cm, 67,68). desta maneira, o homem
se beneficiaria:
1.1 Adquirindo um caráter semelhante ao de Cristocom efeito, a prática reiterada da benevolência por meio do ato
de dizimar contribuiria para eliminar pouco a pouco o egoísmo do
coração, implantando em seu lugar o caráter generoso de deus.
“A glória do evangelho é ter base no princípio de restaurar na raça caída
a imagem divina, por uma constante manifestação de beneficência”
(cm, 14).
“deus planejou o sistema de beneficência, a fim de que
o homem pudesse se tornar como seu criador: de índole benevolente
e abnegada, e ser finalmente coparticipante de cristo, da eterna,
gloriosa recompensa” (cm, 15).
“vi que o sistema do dízimo desenvolverá o caráter e manifes-
tará o verdadeiro estado do coração” (1t, 237).
“o senhor visava pôr o homem em íntima relação com ele
e em simpatia e amor com seus semelhantes, quando sobre ele colocou
responsabilidades em atos que haviam de neutralizar o egoísmo
e fortalecer-lhe o amor para com deus e o homem. o plano de haver
sistema na beneficência foi destinado por deus para o bem do homem,
inclinado a ser egoísta, a fechar o coração a atos generosos. o senhor
requer que se deem dádivas em tempos determinados, sendo arranjado
isto de maneira que o dar se torne um hábito, e sinta-se que a caridade
é um dever cristão. o coração aberto por uma dádiva, não deve ter
tempo de tornar-se egoísta, frio e fechar-se antes que a seguinte seja
17
GeralemO Dízimo
feita. A corrente deve estar continuamente fluindo, mantendo assim
aberto o canal por atos de beneficência” (i ts, 372,373).
1.2 Recebendo as bênçãos de Deus (mal. 3:10-12)
“o senhor fez um concerto especial com o homem, de que se eles
separassem regularmente a parte destinada ao avanço do reino de
cristo, ele os abençoaria abundantemente, de tal modo que não haveria
mais lugar para receber-lhe as dádivas” (cm, 77).
“dever é dever, e deve ser realizado por amor a ele. mas
o senhor tem compaixão de nós, na nossa condição caída, e acompanha
suas ordens de promessas. ele convida seu povo a prova-lo, decla-
rando que recompensará a obediência com as mais ricas bênçãos [...]”
(cm, 90,91).
2. Fins subordinados - por meio do ato concreto de dizimar,o homem deveria demonstrar a Deus:
2.1. Lealdade e submissão à Sua vontade e soberania
“exige ele esse tributo (o dízimo) como prova de nossa fidelidade a ele”
(cm, 72).
“Quanto deves a meu senhor?” (lucas 16:5). é impossível
dizê-lo. tudo o que temos provém de deus. ele coloca suas mãos
sobre nossas possessões, dizendo: “eu sou o dono legítimo de todo
o universo; estes são meus bens. consagra-me os dízimos e as ofertas.
Ao oferecer estes bens específicos como uma demonstração
de tua lealdade e submissão para minha soberania, minhas bênçãos
serão multiplicadas e terão abundância” (9t, 245).
18
2.2 Reconhecimento de que Ele é o dono ou doador de tudo (gên. 28:22).
“deus é o liberal doador de todo bem, e deseja que, da parte de quem
recebe, haja reconhecimento dessas dádivas que proveem todas
as necessidades do corpo e da alma. deus só exige o que é seu.
A primeira parte é do senhor, e deve ser usada como um tesouro que
por ele foi confiado” (cm, 72).
2.3 Disposição para aceitar a condição de mordomo
“Aqueles a quem deus confiou sua verdade, devem possuir o mesmo
espírito bondoso manifestado por cristo. devem adotar os mesmos
largos planos de ação. [...] devem considerar tudo quanto têm – a pro-
priedade, as faculdades da mente, as energias espirituais – como não
lhes pertencendo, mas sendo-lhes emprestados apenas para o avanço
da causa de cristo na terra. como cristo, não se devem evitar
ao convívio de seus semelhantes, mas procurá-los com o desígnio de
comunicar a outros os benefícios celestiais que têm recebido de deus”
(oe, 335).
2.4 Gratidão e amor
“no sistema bíblico de dízimos [...] não é o vulto da dádiva que torna
a oferta aceitável a deus, é o propósito do coração, o espírito de
gratidão e amor que ela expressa” (cm, 73,74).
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GeralemO Dízimo
DESTINOQual é a instrução que Deus tem dado em relaçãoao destino ou emprego do dízimo?
Através dos tempos, deus o tem reservado para si (lev. 27:30) e tem
estabelecido que seja destinado ou empregado para fins religiosos. na
antiguidade foi destinado ao sustento dos levitas e sacerdotes (num.
18:21,24) e, desde o primeiro século da era cristã até a atualidade,
ao sustento do ministério de evangelização (i cor. 9:14; i tim. 5:18).
“o dízimo [...] deve ser unicamente dedicado ao sustento do
ministério evangélico” (cm, 81).
O SUSTENTO DO MINISTÉRIO EVANGÉLICOQual é o significado e o que compreende a expressão“O Sustento do Ministério Evangélico”?
o meio da igreja Adventista, através dos anos, entende-se que esta
expressão significa que o dízimo é sagrado e deve ser destinado
unicamente para apoiar:
1. A obra do ministério
Abrange gastos não somente de manutenção mas também do cum-
primento da função evangelizadora daqueles que, com exclusividade,
dedicam todo o seu tempo a ministrar a outros o evangelho e/ou
que desempenham uma atividade de apoio na tarefa de salvar vidas.
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“o dízimo é separado para um uso especial. não deve ser
considerado fundo para os pobres. deve ser dedicado especialmente
ao sustento dos que estão levando a mensagem de deus ao mundo;
e não deve ser desviado desse propósito” (cm, 103).
2. O ensino da Bíblia
Abrange gastos de manutenção e cumprimento da função do ensino
bíblico e da atividade pastoral correspondente à parte do tempo que
os professores, preceptores e diretores de nossas escolas e colégios
dedicam à tão nobre tarefa.
“tem sido comunicada positiva luz para que os que minis-
tram em nossas escolas ensinando a Palavra de deus, explicando
as escrituras, educando os alunos nas coisas divinas, sejam sustentados
com o dinheiro do dízimo. estas instruções foram dadas há muito
tempo, e mais recentemente tem sido aqui e ali repetidas” (cm 103).
3. Atendimento às igrejas
Abrange os gastos da denominação derivados do atendimento
às igrejas, tanto pelas Associações ou missões, bem como pelas
uniões, divisões e Associação geral. é compreensível que sejam
saldados com dinheiro proveniente de dízimos, pois estão destinados
a pagar salários, atividades, materiais e equipamentos de evangelismo
e de escritório especificamente ligados com a obra do ministério
e a ação evangelizadora.
21
GeralemO Dízimo
NECESSIDADES PARA AS QUAIS NÃO DEVE SER USADOQuais são algumas necessidades da Igreja para as quaiso dízimo não deve ser usado?
1. Não é para gastos de igreja“seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade
do senhor, e que deve ser meticulosamente cuidada. mas o fundo para
essa obra não deve provir do dízimo” (cm, 102).
“Foi-me mostrado que é um erro usar o dízimo para atender
a despesas ocasionais da igreja. neste ponto, tem havido um desvio
dos métodos corretos. seria muito melhor vestir de maneira menos
dispendiosa, reduzir vossos desejos, praticar a abnegação à atender
a essas despesas. Assim fazendo, tereis uma consciência limpa. mas
estais roubando a deus cada vez que pondes a mão no tesouro
a fim de tirar fundos para atender às despesas correntes da igreja.” –
testemunho especial para a igreja de Battle creek, pág. 6 e 7 (agosto
de 1896), (cm, 103).
2. Não é para limpeza e manutenção em geral dos templos
“Aqueles que estão encarregados dos edifícios de nossas igrejas,
deverão usar os meios necessários para manter esses edifícios em bom
estado. mas este dinheiro não é fornecido pelo dízimo” (ms, 82.1904).
3. Não é para subvencionar escolas ou para sustentar colportores“uma mensagem muito clara, definida, me foi dada para nosso povo.
é-me ordenado dizer-lhe que estão cometendo um erro em aplicar
os dízimos a vários fins, os quais, embora bons em si mesmos, não são
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aquilo em que o senhor disse que o dízimo deve ser aplicado. os que
assim o empregam, estão se afastando do plano de deus. ele os julgará
por essas coisas. [...] um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para
fins escolares. outros argumentam ainda que os colportores devem ser
sustentados com o dízimo. comete-se grande erro quando se retira
o dízimo do fim em que deve ser empregado – o sustento dos pastores
[...]” (cm, 102).
4. Não é para ajudar aos pobres“o dízimo é separado para um uso especial. não deve ser considerado
fundo para os pobres. deve ser dedicado especialmente ao sustento
dos que estão levando a mensagem de deus ao mundo; e não deve ser
desviado desse propósito” (cm, 103).
5. Não é para a educação de nossos estudantes nos colégios“A consideração da educação de nossos estudantes em nossos colégios
é uma boa ideia que deve ser realizada. mas deus proíbe que em lugar
de praticar a abnegação e sacrifício como indivíduos (para fazer este
trabalho) obtenhamos estes meios da porção que pertence ao senhor.
esta tem sido reservada especialmente para o sustento dos ministros
que se encontram em um labor ativo no campo de trabalho, além
de também manter na obra aqueles que têm sido ordenados para
o trabalho [...] “todas estas coisas devem ser levadas a cabo, como
a proposta de ajudar aos estudantes a obter uma educação. mas lhes
perguntou: não deveríamos todos nós atuar de uma maneira mais
desinteressada e generosa e criar um fundo para tais ocasiões? mas
este dinheiro não deve ser extraído do dízimo, e sim de um fundo
separado para este propósito” (carta 40, 1897).
23
GeralemO Dízimo
6. Não é para pagar os salários dos missionários e empregados que trabalham nas instituições
os missionários e empregados que trabalham nas instituições como
hospitais, fábricas de alimentos, casas editoras, etc., não são pagos
com fundos provenientes dos dízimos, mas dos lucros operativos de
tais instituições.
NÃO É UM MEIO PARA SE OBTER MAIS DINHEIRONão será o dízimo uma maneira de obter mais dinheiro à Igreja?
se a igreja estivesse interessada somente em conseguir dinheiro
deixaria de lado as pessoas de recursos escassos e se concentraria
exclusivamente nas pessoas ricas.
o sistema do dízimo não foi inventado pelo homem ou pelos
adventistas como um plano financeiro para sua igreja. é uma clara
ordem de deus que encontramos reiteradamente exposta na Bíblia
(lev. 27:30,32; mal. 3:8-10; mat. 23:23).
“não é este um pedido do homem; é uma das ordenanças
de deus, pela qual sua obra pode ser mantida e levada avante
no mundo. deus nos ajude a arrepender-nos. tornai-vos para mim,
diz ele e eu tornarei para vós. (mal 3:7). os homens que desejam cum-
prir o seu dever, têm-no declarado em linhas bem claras neste capítulo.
ninguém se pode escusar de dar seus dízimos e ofertas ao senhor”
(tm, 307).
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DIFERENÇA ENTRE O ATO DE DIZIMAR E A MORDOMIAQual a diferença entre o ato de dizimar e a mordomia?
mordomia significa a administração dos bens e poderes que somente
a deus pertencem, mas que ele colocou nas mãos do homem para
que – usando-os de uma maneira sábia, desinteressada e desprovida de
egoísmo – contribuam para alcançar seu próprio bem-estar felicidade
e salvação, bem como a de seus semelhantes, tanto no presente quanto
na eternidade.
em consequência, mordomia é a administração cristã de toda
a nossa personalidade, nossos poderes e possessões. enfim, é a admi-
nistração de tudo o que somos e temos e que graciosamente deus
nos entregou com o objetivo de que cumpramos o propósito de nossa
existência.
Qual é esse propósito? Ainda depois do pecado, continua sendo
o mesmo de quando o ser humano foi criado. usando seu livre arbí-
trio o homem pode voluntariamente e pela graça do Altíssimo alcançar
o que deus lhe destinou (rom. 8:29,30): fazer parte eternamente da
família celestial.
“deus criou o homem para sua própria gloria, para que
depois da prova, a família humana pudesse chegar a ser uma com
a família celestial. era o propósito de deus repovoar o céu com uma
família humana” (comentário de e. g. White, em i cBA, 1906).
Por sua vez, o ato de dizimar significa devolver a deus
a décima parte dos lucros em reconhecimento de nossa mordomia e da
propriedade de deus sobre tudo o que possuímos. o dizimar é somente
25
GeralemO Dízimo
uma pequena parte da mordomia integral ou total da vida. Fazer do
ato de dizimar um sinônimo de mordomia cristã é desvirtuar esta
doutrina.
A mordomia, embora inclua o ato de dizimar, vai muito além
do mesmo (i tess. 5:23).
26
Capítulo 2
HistóriadoDízimo
28
SUA INSTITUIÇÃOQuem instituiu o dízimo e quando o fez?
deus mesmo o instituiu e sua origem se remonta aos primeiros tempos.
“o sistema do dízimo foi ordenado por deus, e havia sido observado
desde os primitivos tempos. Abraão, o pai da fé, deu dízimo de tudo
quanto possuía.” (dtn)
ANTECEDENTES ENTRE OS POVOS DA ANTIGUIDADEQue antecedentes do dízimo existem entre os povos pagãos da antiguidade?
A ideia do dízimo não se originou com os israelitas. os vales do nilo
e do eufrates foram o berço da civilização; os egípcios e caldeus,
respectivamente, ocuparam-nos e ali dedicaram a seus deuses e go-
vernantes a décima parte de suas rendas.
Posteriormente, dizimar foi comumente praticado entre
os fenícios, árabes, cartagineses, pelasgos, chineses, gregos e romanos.
o filósofo grego Aristóteles referiu-se ao dízimo indicando que em seus
dias o mesmo era uma “lei antiga”. também o mencionaram Xenofonte
e Heródoto entre os gregos e Plínio e cícero entre os romanos.
como povos tão diferentes e tão amplamente dispersos sobre
a terra conheceram e praticaram o ato de dizimar? Por que davam dez
por cento e não cinco ou quinze por cento?
o mais provável é que os princípios do dízimo venham dos
tempos de nossos primeiros pais.
29
HistóriadoDízimo
Falando a respeito, é conveniente recordar aqui que – conhe-
cendo bem o coração humano – deus procurou proteger o homem,
tanto antes quanto depois do pecado, para evitar que se esquecesse
da soberania divina e a consequente propriedade de deus sobre todos
os seus bens. Para tal efeito, estabeleceu primeiro a proibição de comer
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e depois a devo-
lução do dízimo. desta forma o homem estaria sempre reconhecendo
o mesmo princípio sagrado: deus é soberano e proprietário de tudo.
A partir deste ponto é que muitos cristãos creem que o dízimo
é mais que uma instituição espiritual. é uma instituição divina dada ao
homem por revelação. também é possível crer que dar os dez por cento
foi um costume entre os pagãos da antiguidade como consequên-
cia daquela primeira revelação transmitida de geração em geração.
com efeito, depois da falida empresa da torre de Babel, com
a dispersão das pessoas e com o correr do tempo, o culto ao deus
verdadeiro foi se perdendo pouco a pouco e terminou sendo substitu-
ído em muitos lugares pela adoração a diversas divindades. o sistema
do dízimo continuou não como reconhecimento da soberania
e direito de propriedade de deus, mas como um meio de apaziguar
deuses e mostrar gratidão por sua proteção e provisão.
o espírito de Profecia faz sua contribuição ao tema com
a seguinte declaração:
“o sistema do dízimo remonta para além dos dias de moisés.
requeria-se dos homens que oferecessem dons a deus com intuitos
religiosos, antes mesmo que o sistema definido fosse dado a moisés
– já desde os dias de Adão. cumprindo o que deus deles requer,
30
deviam manifestar em ofertas a apreciação das misericórdias e bênçãos
a eles concedidas. isto continuou através de sucessivas gerações, e foi
observado por Abraão, que deu dízimos a melquisedeque, sacerdote
do Altíssimo” (cm, 69).
NO ANTIGO TESTAMENTOO que diz o Antigo Testamento sobre o dízimo?
A palavra dízimo e seus derivados aparecem 35 vezes no Antigo
testamento. As passagens são as seguintes:
gen. 14:20 deut. 26:12
gen. 28:22 i sam. 8:15,17
lev. 27:30,31,32 2 cro. 31:5, 6,12
núm. 18:21,24,26,28 neem. 10:37,38; 12:44; 13:5; 13:12
deut. 12:6 - 11,17 Amós 4:4;
deut. 14; 22, 23,28 mal. 3:8,10
1. O dízimo antes da lei de MoisésAntes que o dízimo fosse incorporado à legislação mosaica e indepen-
dentemente da interpretação que alguns autores fazem de gênesis 4 –
no sentido de que o relato das ofertas de caim e Abel se refere
ao dízimo – a primeira menção específica se encontra em gênesis 14:20,
quando ao falar de Abraão, o relato conta que ele deu a melquisedeque
“o dízimo de tudo”.
31
HistóriadoDízimo
é interessante notar que no caso de Abraão a devolução do
dízimo aparece sem explicações, como se fosse algo bem compreendido
e efetivamente praticado desde muito tempo atrás.
A segunda referência ao dízimo está em gêneses 28, quando
jacó fez voto de dar o dízimo como plano para a sua vida, visto que
não mais dependeria economicamente de seus pais. Aqui novamente
se percebe o fato de que o dízimo era algo que os que adoravam
ao deus verdadeiro compreendiam bem.
2. O dízimo sob o sistema levítico
no sinai, além das muitas instruções, ordens e lei moral (o decálogo),
deus requereu de seu povo que devolvesse o dízimo para o sustento
dos levitas.
esta ordem foi incorporada por moisés em seu código de leis
como algo natural que havia sido reconhecido durante séculos pelos
patriarcas (lev. 27:30-42; num. 18:21-28).
deus solicitou ainda a seu povo um segundo dízimo (veja
deut. 12,14 e 26, e a pergunta seguinte).
sob a reforma de ezequias, foi designado aos sacerdotes
e levitas que recebessem os dízimos não devolvidos oportunamente.
não há aqui mudanças no dizimar, mas a indicação da falta de fideli-
dade do povo em devolver o dízimo. também faz menção do retorno
da lealdade a deus neste assunto, a tal ponto que houve necessidade
de preparar espaço adicional no templo para colocar todo o dízimo
recebido (2 cron. 31:5,6,11 e 12).
32
o Antigo testamento também menciona que quando o povo
de deus voltou do cativeiro babilônico e reconstruiu jerusalém,
neemias fez arranjos para receber o dízimo e prover lugar no segundo
templo para guardá-lo (neem. 10:37,38; 12:44; 13:5,12).
Finalmente em Amós 4:4 e mal. 3:8-10 é revelado que
israel nem sempre foi fiel em sua devolução e, por meio do profeta
malaquias, deus o acusou de roubá-lo por ser negligente em entregar
os dízimos e ofertas. deus sempre considerou o dízimo como de grande
importância e o requereu para que fosse usado em sua obra.
Nota: o dízimo, mencionado em i sam. 8:15,17 nada tem que
ver com o dízimo do senhor. é outro dízimo, adicional ao religioso.
é o dos frutos, animais e colheitas que os reis tinham poder de tomar
de seus súditos para sustentar a sua casa e as necessidades do reino.
DOIS DÍZIMOS EM ISRAELFoi solicitado ao povo de Israel mais de um dízimo?
sim, no Antigo testamento são mencionados dois dízimos. o primeiro
era destinado estritamente para o sustento dos levitas (num.18:21,24)
e dos sacerdotes (num. 18:28). os levitas recebiam o dízimo do povo
e por sua vez devolviam o dízimo para o sustento dos sacerdotes
(num. 18:26-28). deus havia disposto que todos os descendentes da
tribo de levi se dedicassem ao sacerdócio (num. 18:20) ou ao serviço
do templo (num. 18:23,24,31). não deviam ter possessões e em
consequência deviam viver do dízimo, porque deus havia determinado
33
HistóriadoDízimo
que os sacerdotes dedicassem inteiramente seu tempo a ministrar “em
todo negócio do altar e no que estivesse dentro do véu” (num. 18:7).
os levitas deviam ajudar aos sacerdotes em tudo o que fosse relativo
ao ministério do tabernáculo (num. 18:21).
A Bíblia menciona também o que chamamos de segundo dízimo
(deut. 14:22-29 e 26:12-15). não era o dízimo “levítico” ou dízimo
requerido para o sustento tanto dos levitas como dos sacerdotes. era
um dízimo adicional que tinha todas as características de um gasto
religioso que o hebreu devia fazer a fim de que se realizassem os serviços
religiosos e as festas no lugar escolhido por deus. ele também era usado
para proporcionar ajuda aos pobres. “A fim de promover a reunião do
povo para o serviço religioso, bem como para se fazerem provisões
aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro” (PP, 565).
contudo, dependendo do lugar onde era usado/levado este
“segundo dízimo” poderia ter finalidades diferentes.
1. Quando era levado “diante de jeová”, diante do santuário,
era usado para “realizar os serviços religiosos e as festas. comiam
juntos como famílias em comunhão diante do senhor. tais ocasiões
tinham o propósito de promover a vida religiosa. nessas ocasiões
eram enfatizadas numerosas lições, tais como: a necessidade de dar
conscientemente para propósitos religiosos e práticos; ser caridosos
para com os necessitados (ver comentário lev. 7:15); o sagrado
companheirismo diante do senhor; o fortalecimento dos vínculos
familiares, etc.” (i cBA, 1.015).
34
este tipo de “segundo dízimo” devia ser dado durante dois
anos seguidos, pois no terceiro ano (e também no sexto) seria dado
de acordo com as indicações de deut. 14:28,29. convém esclarecer
que durante o sétimo ano não havia solicitação de dízimos, pois era
o ano sabático ou de descanso da terra e, em consequência, não havia
colheitas (lev. 25:1-7). o espírito de Profecia esclarece melhor tudo
isto quando diz: “este dízimo, ou o seu equivalente em dinheiro,
deviam por dois anos trazer ao lugar em que estava estabelecido
o santuário. depois de apresentarem uma oferta de agradecimento
a deus, e uma especificada porção ao sacerdote, os ofertantes deviam
fazer uso do que restava para uma festa religiosa, da qual deviam
participar os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Assim,
tomavam-se providências para as ações de graças e festas nas sole-
nidades anuais e o povo era trazido à associação com os sacerdotes
e levitas, para que pudesse receber instrução e animação no serviço
de deus” (PP, 565).
2. Quando este “segundo dízimo” era usado na casa do crente
(deut. 13:28-29), devia satisfazer às necessidades dos levitas
e dos pobres, o que acontecia a cada terceiro e sexto ano. “em cada
terceiro ano, entretanto, este segundo dízimo devia ser usado em
casa, hospedando os levitas e os pobres, conforme moisés dissera:
“Para que comam dentro das tuas portas, e se fartem. (deut. 26:12.)
este dízimo proveria fundos para caridade e hospitalidade.” (PP, 565).
35
HistóriadoDízimo
NO NOVO TESTAMENTOO que diz o Novo Testamento sobre o dízimo?
dízimo e seus derivados aparecem dez vezes no novo testamento:
mat. 23:23 luc. 18:12
luc. 11:42 Heb. 7:2,4,5,6,8 e 9
os evangelhos registram palavras de cristo nos átrios do templo em
mateus 23:23. em lucas 11:42 elas são repetidas quando jesus estava
na casa de um fariseu em Peréia. Ao examinar estas passagens e a de
lucas 18:12, notamos que jesus falou pouco sobre o dízimo, embora
sua conduta fosse altamente significativa a respeito. vejamos:
1. jesus procedia de um lar onde seguramente viu constante prática
do dízimo.
2. jesus amava as escrituras (o Antigo testamento) e as citou muitas
vezes. Quando se referiu indiretamente ao dízimo, apoiou sem dúvida
alguma, a ideia firme de que este deveria continuar sendo observado.
3. o talmude proíbe aos fariseus sentarem-se à mesa de alguém que
não fosse dizimista. e vários fariseus comeram com jesus.
4. sabemos que os fariseus eram meticulosos em muitas coisas de sua
religião, entre elas a questão do dízimo. Qual dos inimigos de jesus
não gostaria de tê-lo apanhado em falta no tocante à prática do
mesmo? mas o novo testamento não registra uma só acusação
a respeito.
36
nas duas primeiras passagens (mat. 23:23 e luc. 11:42) jesus
não condena o ato de dizimar dos fariseus. ele não estava falando
do dízimo. reprovou os líderes religiosos porque, havendo perdido
a verdadeira perspectiva dos valores divinos, obedeciam com cuida-
doso detalhe até aos menores requerimentos de deus, mas ao mesmo
tempo deixavam de lado responsabilidades tão importantes como
a justiça, a misericórdia e a fé. estavam preocupados com os mínimos
detalhes do dízimo, mas indiferentes à pratica de tão nobres virtudes.
com esta reprovação, jesus deixou bem claro que o dízimo não pode
ocupar o lugar da justiça, da misericórdia e do amor, mas tampouco pode
ser desprezado. Ao contrário, confirmou-o com palavras enérgicas:
“Fazer estas coisas, sem omitir aquelas”.
em lucas 18:12, jesus tambem não está falando do dízimo, mas
do contraste da atitude do fariseu e do publicano diante de deus. cristo
denuncia o legalismo do fariseu, mas não condena ou exclui o dízimo;
pelo contrário, lhe dá uma clara aprovação ao denunciar seu mau uso,
pois foi dado por deus não para obter favores divinos, mas para que fosse
uma bênção ao doador através do desenvolvimento da benevolência.
Finalmente, diremos que as passagens de Hebreus que
mostram a autoridade de cristo sobre o sacerdócio levítico, não se
referem ao dízimo. Parece-nos que é forçar uma interpretação sus-
tentar a ideia de que se na época era um privilégio levar os dízimos
a melquisedeque e aos levitas, hoje este privilégio se torna maior ainda
por podermos depositá-lo aos pés do incomparável sacerdote cristo
jesus. isto é é forçar sua interpretação. no entanto, devemos, reconhecer
que o princípio do dízimo está aprovado explicitamente no versículo 8.
37
HistóriadoDízimo
os autores restantes do novo testamento não mencionam o dízimo. são Paulo, um judeu convertido que conhecia muito bemo sistema do dízimo e seu destino, apresenta a referência indireta mais forte em 1 cor. 9:13 e 14, quando diz que o senhor ordenou “aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho”. em realidade, os escritores do novo testamento entendiam que o cristianismo estava baseado nas escrituras de seu tempo, que continuamente citavam. Quer dizer, o novo testamento completa o Antigo. A Bíblia é uma só.concluímos, pois, que embora o novo testamento pouco diga sobre o dízimo, não o condena ou desaprova. “o novo testamento não dá novamente a lei do dízimo, bem como também não dá a do sábado, pois pressupõe a validade de ambos e explica sua profunda importância espiritual [...]” (cm 66). “se a lei exigia dízimos e ofertas milhares de anos atrás, quão mais necessários são eles agora! se ricos e pobres deviam dar uma importância proporcional à sua prosperidade na economia judaica, isso agora é duplamente indispensável” (cm, 68).
NA IGREJA PÓS-APOSTÓLICAQual foi a posição da Igreja Pós-Apostólica em relação ao dízimo?
muitos dos pais como irineu (120-202 Ad), orígenes (185-253 Ad), cipriano (200-258 Ad), Ambrósio (340-397 Ad), Agustim (354-430 Ad) crisóstomo (347-407 sd), entre outros, ensinaram e se preocupa-ram com a prática do dizimar entre os fiéis. A constituição dos santos Apóstolos que acredita-se ter sido escrita no final do terceiro século, fala definitivamente do dízimo e dos primeiros frutos ou primícias.
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de todos os concílios da igreja cristã até quase o final do
século viii, dez deles ordenaram que os cristãos devolvessem o dízimo
sob uma base voluntária.
DESDE A IDADE MÉDIA ATÉ A REFORMAQue práticas do dízimo houve desde a Idade Média até a Reforma?
no ano 785, o imperador carlos magno decretou a obrigatoriedade
do dízimo em todos os seus domínios com o propósito de sustentar
a igreja. somente assim pôde a igreja a partir de então, receber re-
gularmente os dízimos. no entanto, seu propósito foi se desvirtuan-
do pouco a pouco, pois à sua obrigatoriedade se agregaram outras
práticas nefastas.
com efeito, a luta na era medieval pelo poder político e espi-
ritual em vários países da europa (entre os senhores feudais
e o papado), afetou também o dízimo. este passou a ser requerido
por governantes ou papas ora alternadamente, ora conjuntamente, tanto
para fins religiosos quanto para fins civis. esta situação gerou intermi-
náveis abusos, quer seja em sua percepção, bem como em seu destino.
em países de forte influência política e religiosa como França
e Alemanha, os senhores feudais mais de uma vez arrancaram das
mãos do papado o direito de recebê-lo ao negar-lhe seu apoio; outras
vezes o compraram em troca de favores.
Por sua vez, com frequência o papado negociou sua percepção
através de concessões com particulares ou com os mesmos senhores
feudais ou nações. nos últimos séculos da idade média, o papado
39
HistóriadoDízimo
concedeu a franceses, alemães e espanhóis a concessão de dízimos
extraordinários ou porcentagens diversas do dízimo comum. muitas
autoridades civis os usaram para comprar cargos religiosos.
esta secularização do dízimo o desvirtuou e provocou através
dos séculos muitas queixas, lutas pessoais e até insurreições populares.
no fim da era medieval o dízimo estava tão em descrédito que quase
foi abandonado na europa, passando a ser, pouco depois, um simples
imposto civil com aplicação religiosa.
A inglaterra foi exceção a isto. Ali o dízimo foi considerado
um dos direitos invioláveis da igreja.
A PARTIR DA REFORMAQual foi a prática do dízimo da Reforma em diante?
A reforma trouxe poucas mudanças com relação ao dízimo. lutero
pensava que os dízimos deviam ser entregues aos governos ou
poder temporal. Zwínglio não partilhou desta posição. como em vários
países as igrejas protestantes logo passaram a ser igrejas do estado
(anglicana, luterana, presbiteriana, etc.), os fiéis continuaram entre-
gando os dízimos ao estado como vinha sendo feito até então. A dife-
rença que houve com a reforma foi simplesmente que os dissidentes
(católicos ou protestantes) deviam devolver seus dízimos à igreja ofi-
cial através do estado. isto trouxe muitos problemas e logo depois
deu-se início à “guerra dos dízimos”. os que eram de uma confissão
negavam-se a sustentar a outra com seus dízimos.
40
como resultado houve uma grande diminuição na entrada de
dízimos. A França aboliu-o na época da revolução em 1793. no século
XiX os diferentes países católicos e protestantes fizeram o mesmo.
em sua substituição, como objetivo de sustentar o culto
e as propriedades das igrejas, muitos estados europeus que tinham
uma religião oficial adotaram, até o dia de hoje, os tributos ou taxas
obrigatórias incluídos no orçamento nacional de culto, que se distri-
bui entre as religiões cristãs majoritárias. nos países em que a igreja
está separada do estado, os fiéis devem contribuir para sustentá-la.
cabe acrescentar por último, que a guerra dos dízimos fez com que
imigrantes de diferentes confissões religiosas (que se estabeleceram
nos euA por vários séculos) lutassem pelo sustento voluntário de
suas congregações e ministros. eles excluíram o sistema do dízimo
por temor que ocorresse lá o que havia acontecido na europa.
no final do século XiX começou o movimento a favor do
dízimo voluntário. este chegou até aos dias atuais tanto na América
quanto na europa. em geral, diferentes denominações religiosas
reconhecem sua validez bíblica.
A ATITUDE DA IGREJA CATÓLICAQual a posição da Igreja Católica em relação ao dízimo?
A igreja católica (assim como outras denominações religiosas)
sofreu as consequências da inflação, do desemprego e da recessão
41
HistóriadoDízimo
presentes na década de 80. Por esta razão, houve um ressurgimento
da teoria e prática do dízimo e das ofertas.
nos países desenvolvidos há vários anos se fala e ensina
definitivamente acerca do dízimo dentro do contexto da mordomia
cristã, como o faz a igreja Adventista.
nos países em desenvolvimento, como os sul-americanos,
também há uma permanente promoção em favor do dízimo. no
entanto, o conceito de dízimo como dez por cento dos lucros é relativo.
é aceito como algo bom e ideal, mas não para ser observado por
todos. em geral, as promoções são a favor de 1% dos lucros e a isto
chamam dízimos. Para se ter ideia, encontramos na revista A Família
Cristã, as seguintes declarações ao comentar a famosa Pastoral do
dízimo dada pela conferência nacional dos Bispos do Brasil, em 1975:
“é claro que não se pede (nem se pedirá) aos católicos
que paguem a décima parte de seus salários ou de suas entradas
(a qual seria excessiva), mas somente a centésima parte. Quem não
pode pagar nem a centésima parte, contribua com uma quantidade
menor que esteja a seu alcance ou, em caso extremo, não pague nada”
(novembro de 1976, pág. 470).
igual apreciação faz roger Pilote em seu livro Pastoral
do Dízimo:
Quando falamos sobre o sentido da palavra dízimo, dizemos
que ele significa a décima parte de alguma coisa. em nosso caso seria
a décima parte da entrada (renda) mensal, significando que entrega-
remos a deus a décima parte de tudo o que recebemos dele.
devido ao fato de que é a pessoa quem resolve, por vontade
42
própria, se deve ou não pagar o dízimo, pensamos que não é conveniente
que se fixe uma porcentagem. se fosse assim teríamos a impressão de
que se eliminaria a espontaneidade das pessoas e se imporia um modo de pensar podendo incorrer ao erro de transformar o dízimo em uma campanha financeira, o que nunca pretendemos. Por esse motivo, pensamos que é importante a liberdade de decisão sobre o que cada um pagará, ou com quanto contribuirá para o desempenho da comunidade. mas, tendo em conta o fato de que várias pessoas pediram uma base para sua contribuição, tomamos a liberdade de sugerir 1% (um por cento) de sua entrada mensal. reiteramos que esta é apenas uma sugestão, pois não nos compete controlar a renda de cada pessoa e impor-lhes o que sugerimos. cada um é livre para decidir sua participação e a quantidade com a qual contribuirá” (são Paulo, edição Paulinas, 1982, págs. 24-26).
PONTO DE VISTA DAS CONGREGAÇÕES CRISTÃSComo consideram a maioria das congregações cristãs o dízimo na atualidade?
consideram o dízimo como a quantidade mínima ou aceitável para
começar a dar a deus. em outras palavras, é considerado como
uma medida de dádiva que – baseada na prática do povo de deus da
antiguidade – os cristãos fariam bem em adotar, a fim de começarem
a desenvolver a virtude de dar.
dessa forma, em vez de considerar o dízimo como algo que
pertence exclusivamente a deus como dono de tudo e em consequên-
cia como algo que deve ser devolvido pelo homem, a maiorias das
43
HistóriadoDízimo
congregações cristãs o consideram como pertencente ao homem e do
qual podem dispor para começar a dar a deus.
O QUE SATANÁS TEM FEITOComo podemos resumir a conduta de Satanás para eliminarda mente dos homens o fundamento do dízimo que consisteno reconhecimento de Deus como proprietário de todas as coisas?
o inimigo de deus conseguiu que:
1. os pagãos da antiguidade dessem o dízimo:
a. Para apaziguar a ira de seus deuses;
b. como ofertas de gratidão pela proteção recebida.
2. Por longos períodos o povo de israel fosse infiel em sua devolução.
3. os judeus contemporâneos de jesus tivessem tantas disposições le-
gais para sua aplicação, que se tornou difícil a devolução.
4. durante a idade média chegasse a ser não somente uma exigência
religiosa, mas também fosse exigido legalmente pelo estado, para
fins tanto civis como religiosos.
5. os reformadores não se preocupassem definitivamente em reesta-
belecer seu caráter voluntário.
6. os colonizadores da América do norte e as gerações sucessivas
44
o rejeitassem por temor de que repetissem os mesmos abusos que
existiram na europa nos séculos anteriores.
7. Por meio do restabelecimento dos dízimos nos últimos 180 anos,
a maioria das congregações cristãs chegassem a considerá-lo não
como algo que devia ser devolvido por pertencer exclusivamente
a deus, dono de tudo o que existe, mas como algo que o homem devia
dar a deus.
NA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIAComo e quando a Igreja Adventista do Sétimo Diareestabeleceu o dízimo bíblico?
no congresso especial da Associação geral de 1876, pela primeira
vez a igreja Adventista delineou claramente o conceito do dízimo
bíblico. na ocasião, foi estabelecido que o mesmo era a décima parte de
todas as entradas, quaisquer que fossem suas origens. no congresso
de 1878 consolidou-se este princípio.
45
HistóriadoDízimo
46
Capítulo 3
FundamentosdoDízimo
ePrincípios
48
UM PRINCÍPIO SÁBIO Dizimar é um princípio sábio?
sim. Foi deus quem nos deu o sistema do dízimo. não nos compete
discutí-lo. é um plano sábio e uma bênção tanto para o doador como
para a proclamação do evangelho.
“o sistema especial de dízimos baseia-se em um princípio tão
duradouro como a lei de deus. esse sistema foi uma bênção ao povo
judeu. caso contrário, o senhor não teria dado. Assim será igualmente
uma bênção aos que o observarem até o fim dos tempos. nosso
Pai celeste não instituiu o plano da Beneficência sistemática com
o intuito de enriquecer-se, mas para que o mesmo fosse uma grande
bênção ao homem. viu que o referido sistema era exatamente o que
o homem necessitava” (cm, 67,68).
UM ATO DE ADORAÇÃO
Devolver o dízimo é um ato de adoração?
sim. Podemos adorar a deus com nossos dízimos de igual maneira
como quando cantamos, oramos ou escutamos sua Palavra. este ato
de adoração é uma evidência de que os bens materias que possuímos
são, em certo sentido, o resultado do uso de inumeráveis dons que
deus nos deu, cujos efeitos práticos se resumem em três áreas da vida:
tempo, talentos e saúde física.
49
Princípios doDízimoFundamentose
o que seria de nossos bens materiais sem o uso de um corpo
sadio, do tempo ou dos talentos para obtê-los? Por isso há uma
relação muito íntima entre o que possuímos e o que somos. em grande
medida, o que possuímos é parte do que somos.
Ao jacó devolver seus dízimos ao senhor, estava adorando-o
(gên. 28:22). o povo de israel levava parte de seus bens como parte
de sua adoração a deus (Êxodo 23:15; deut. 16:16).
Ao nos apresentarmos diante do senhor com “nossos” bens
na forma de dízimos, estamos nos identificando com os patriarcas
bíblicos que assim o fizeram. Através dos nossos recursos pessoais
estamos entregando a deus parte de nossa própria vida como um
reconhecimento de sua propriedade, de nossa mordomia e do desejo
que temos de que sirvam ao propósito para o qual são destinados. Por
isto é que podemos honrar a deus com os dízimos.
ADMITIR OU DEMONSTRAR QUE DEUSÉ O PROPRIETÁRIOHá alguma diferença entre admitir e demonstrar que Deus é o dono de tudo?
muita gente admite a propriedade de deus ao ponto de dizer: “tudo
o que tenho é de deus”. mas não o demonstra de uma maneira tan-
gível e concreta. Pelo contrário, o adorador sincero e consequente
se compraz em mostrar seu reconhecimento separando e reservando
a porção de suas entradas que deus tem determinado para tal efeito.
50
não basta falar sobre isto, mas agir (veja isaías 29:13; rom. 10:10; 15:6).
“dá-se o mesmo com as reivindicações de deus a nosso
respeito. ele deposita seus tesouros nas mãos dos homens. Porém,
requer deles que separem fielmente a décima parte para a sua obra.
ordena que essa porção seja recolhida à casa do seu tesouro e a ele
entregue como propriedade sua. esta porção é sagrada e deve
ser usada para fins santos, para o sustento dos que levam a sua
mensagem ao mundo. deus se reserva essa parte para que não faltem
recursos em sua casa e para que a luz da verdade possa ser levada,
tanto aos que estão distantes, bem como aos que estão perto. Pela
obediência cuidadosa dessa ordem, reconhecemos que todas as coisas
pertencem ao senhor” (3 ts, 37).
O ROUBO A DEUSPor que razão se dá tanta ênfase ao fato de roubar a Deus nos dízimos?
o roubo, em qualquer de suas formas, é uma ofensa a deus e será
severamente castigado. A menos que haja arrependimento, sua ação
acarretará ao transgressor perdas neste mundo e no mundo vindouro.
Perderá o que ganhou fraudulosamente e ainda o que foi adquirido
honestamente. e, ao final, será excluído do céu (veja i cor. 6:9, 10).
“todo aquele que, para o seu próprio uso, se apropria da parte
que deus tem reservado, está se demonstrando mordomo infiel. não
somente perderá o que reteve de deus, mas também o que lhe fora
confiado, como sendo seu mesmo” (cm, 88).
51
Princípios doDízimoFundamentose
rouba-se a deus de diferentes maneiras. Podemos roubá-lo
por meio de nosso tempo, nossos talentos ou nossa vida, pelo abuso de
nossa saúde ou o descuido dela. Qualquer recurso ou, meio espiritual
ou material, conhecido e intencionalmente retido ou recusado para
seu serviço, deus considera como sendo um roubo (veja Pj, 325,326).
Aqui o princípio é a honestidade. em nenhuma parte se ensina
com tanta firmeza como no sistema dos dízimos e ofertas e em
nenhuma parte as consequências são tão grandes e finais. A cada semana
ou a cada mês, o mordomo cristão se encontra frente a frente com este
princípio.
o dízimo é utilizado para pagar o custo de ganhar almas.
Quando uma alma se perde, não se pode recuperá-la (sal. 49:6-9). tal
perda é a maior que pode ocorrer. roubar das possessões materiais de
outro é um grande pecado. roubar a vida eterna de alguém é o maior
de todos os pecados. todo roubo é pecado, mas “defraudar a deus
(nos dízimos e ofertas que privam as almas da vida eterna) é o maior
crime do qual um homem pode ser culpado” (cm, 86). enquanto
o maior dos crimes deverá receber o maior dos castigos, a maior fide-
lidade receberá a maior recompensa (Apoc. 22:12).
DIFERENÇA ENTRE DIZIMAR E OFERTARQue diferença existe entre dizimar e ofertar?
tudo pertence ao senhor e ele é o único proprietário do que existe,
incluindo o homem (sal. 24:1), por direito de criação (isa. 45:12),
52
redenção (i cor. 6:20; col. 1:19.20) e manutenção ou preservação
(col. 1:17;Heb. 1:3).
A fim de que a raça humana cumprisse o propósito de sua
existência, a divindade compartilhou com ela sua criação desde
o começo. mas nunca lhe entregou o direito de propriedade de tudo.
desde então o homem pode fazer o uso do mundo e de sua
vida, de tudo o que é e tem, mas somente em sua condição de admi-
nistrador ou mordomo (sal. 8:6-9; gên. 1:26,28; 2:15). Por esta razão,
embora tenha sido criado como mordomo, somente chega a sê-lo em
plenitude quando aceita o senhorio de cristo sobre sua vida e o mundo
que o rodeia.
nos planos divinos, esta sempre foi a relação correta
e apropriada do homem com deus e sua criação, a fim de alcançar
o bem-estar e a felicidade tanto presente quanto eterna.
mas, poderia ser que o homem dissesse em seu coração:
“A minha força e a fortaleza de meu braço me adquiriram este poder”
(deut. 8:17). dessa forma, ele esquecesse a deus como criador e dono
de tudo. Por isso a fim de possibilitar a formação de um caráter
à imagem e semelhança de cristo, deus se valeu, entre outros recur-
sos, do sistema da Benevolência sistemática (veja cm, 13 e 14).
com efeito, o espírito de Profecia nos diz que por meio deste
sistema o homem se beneficiaria, dado que “era exatamente o que
o homem necessitava” (cm, 68) para fortalecer progressivamente
o espírito de abnegação, liberalidade e sacrifício em seu coração
(veja ms., 20, 30,178) e, por sua vez, reconhecer a deus como pro-
prietário e doador de tudo (veja cm, 65,66).
53
Princípios doDízimoFundamentose
este sistema inclui, entre outras coisas, dízimos e ofertas com
os quais, ao entregá-los por amor, o crente dá provas concretas não
somente desse reconhecimento, mas também de uma nova e nascente
natureza benevolente.
contudo, quando o homem entrega dízimos nos parece que
é um pouco diferente de quando entrega ofertas.
com efeito, embora tudo seja de deus, o crente, como bom
mordomo, pode usar tudo menos o dízimo. Por que? Porque “todas
as dízimas do campo [...] são do senhor” (lev. 27:30). Quer dizer
que deus deseja exercer sobre uma quantidade determinada de seus
bens (os dez por cento das entradas) um domínio pleno, exclusivo
e irrestrito, de modo que ele possa dar o uso específico que deseja
(lev. 18:21). Por isso o reclama para si e pede ao homem que o consagre.
desta forma, o dízimo chega a ser a restrição imposta por
deus ao homem no exercício da mordomia de seus bens, assim como
foi o fruto da árvore no éden. o homem pode fazer uso de tudo, menos
dos dez por cento de suas entradas. este uso está reservado para um
fim sagrado, o sustento do ministério evangélico.
no contexto desta restrição não se permite ao crente consi-
derar o dízimo como próprio, dado que em sua condição de mordomo
não pode usá-lo como ele gostaria, como o faz com os restantes no-
venta por cento de suas entradas. é ProPriedAde de deus.
esta restrição, explica a existência da palavra são na passagem de
levítico 27:30.
54
Por tudo isto é que não nos inclinamos a dizer que estamos
dando o dízimo a deus. Preferimos expressar-nos dizendo que esta-
mos “devolvendo” o dízimo. entendemos que devolvemos aquilo que
não é nosso e damos somente o que é nosso. em realidade damos do
que deus nos permite considerar como “nosso”, pois podemos usá-lo
conforme a nossa vontade. mas, como poderemos dar o dízimo daquilo
que sob nenhum aspecto é nosso, visto que não temos nem o direito de
propriedade e nem sequer o direito de usá-lo como queremos?
A partir daí, como adventistas, cremos que um cristão
começa a dar a deus e a seus semelhantes depois de haver devolvido
o dízimo. Faz isto através de suas ofertas. Por isso cremos ser correto
o que alguns cristãos ensinam, quando dizem que o dízimo é o mínimo
aceitável para começar a dar a deus.
“não devemos apenas devolver fielmente a deus os nossos
dízimos, que ele reclama como seus, mas também devemos trazer
à sua tesouraria um tributo como oferta de gratidão” (cm, 18).
O DÍZIMO
1. Propriedade de Deus (Lev. 27:30)Por isso devolvemos o dízimo: é propriedade de deus e ele o reclama
como seu.
2. Obediência ao pedido de Deus (Mal. 3:10 e Deut. 14:22)demonstra nossa obediência ao pedido específico de deus. nisto,
igual ao sábado, não temos a opção de escolher (mais ou menos da
décima parte).
55
Princípios doDízimoFundamentose
3. O amor a Deus (João 14:15; 15:10)
é o amor que nos leva a cumprir nosso dever ou responsabilidade
para com deus.
4. Deus aceita tanto o bom quanto o mau (Le. 27:32-33.)
deus se preocupa com a qualidade, mas ele valoriza muito mais
a quantidade da parte que reclama como sua.
AS OFERTAS
1. “Propriedade” do homem (Deut. 16:10)
deus permite que o que resta depois de devolver o dízimo, consideremos
como “nosso”. disso podemos ofertar voluntariamente. Por isso
damos ofertas.
2. Obediência ao critério de avaliação do homemdecidimos QuAnto vamos dar conforme a avaliação que fazemos
das bênçãos recebidas de deus. nisto, temos a opção de escolher.
3. Amor a Deus (João 3:16; I João 3:16; João 15:13)é o amor que vai além do amor que cumpre o dever ou responsa-
bilidade. como jesus é a oferta divina que o céu não foi obrigado
a dar, assim também nós damos nossas ofertas para expressar um amor
a deus que vai além do cumprimento de nosso dever para com ele.
4. Deus aceita somente o PERFEITO (Lev. 22:21-22)deus se preocupa pela qualidade das ofertas. embora a repreensão de
deus em malaquias seja pela retenção de dízimos e ofertas, a grande
censurA tem que ver com a QuAlidAde das ofertas (mal. 1:8).
56
Nota: Aos numerosos textos do espírito de Profecia e de
outros autores de língua inglesa em que o dízimo foi traduzido como
pagar, cremos que, sem forçar o texto, poderíamos compreendê-lo
como devolver.
NÃO ESTÁ ENTRE OS DEZ MANDAMENTOSPor que o dízimo não se encontra entre os Dez Mandamentos?
não está expressamente mencionado no decálogo, mas como bem
sabemos, sua não devolução é uma violação implícita do oitavo man-
damento e pode sê-lo também do décimo (veja i tim. 6:10; col. 3:5).
o fato do dízimo não estar explícito não quer dizer que não
deva ser cumprido pelo cristão fiel. com efeito, assim como o dízimo,
a Bíblia conta com muitas outras ordenanças, práticas e ritos impor-
tantes dados por deus e cumpridos por seus filhos que, quer sejam
implícitos ou não, se encontram nas tábuas da lei. Por exemplo:
a oração, o batismo, o amor, o perdão, o regime alimentar, a abstenção
de fumar, de beber e de ingerir drogas, o serviço de comunhão, o rito
da humildade, o não unir-se em jugo com os infiéis, etc.
levítico 27:34 diz: “estes são os mandamentos que o senhor
ordenou a moisés, para os filhos de israel, no monte sinai” . Foi no
mesmo lugar onde foram dados os dez mandamentos que
o mesmo deus, através do mesmo homem, deu a ordenança dos
dízimos. A respeito, nos é dito:
57
Princípios doDízimoFundamentose
“não é este um pedido do homem; é das ordenanças de deus, pela
qual sua obra pode ser mantida e levada avante no mundo” (tm, 307).
“o sistema ordenado aos hebreus não foi rejeitado ou
afrouxado por Aquele que lhe deu origem. em vez de haver perdido
agora seu vigor, deve ser mais plenamente cumprido e dilatado, pois
a salvação em cristo unicamente deve ser apresentada em maior
plenitude na era cristã” (cm 75,76).
SUA DIFERENÇA COM O SÁBADO COMO PROVA DE DISCIPULADOPor que o dízimo não é prova de discipulado como o sábado?
o cumprimento execução de trabalho comum no sábado é motivo
de separação do corpo de cristo, pois constitui uma violação do
mandamento do sábado. mas, deixar de devolver o dízimo nem sempre
se deve a uma causa completamente definida.
Pode ser que a pessoa esteja sem trabalho ou devolva somente
parte do que deve devolver; ou, como acontece com os agricultores,
que às vezes devolvem o dízimo no final do ano.
Por outro lado, não se considera sua devolução como requisito
para ser membro da igreja Adventista, embora a mesma reconheça
o dizimar como uma obrigação bíblica que todo crente deve praticar
antes de seu batismo, pois é um benefício para sua própria vida es-
piritual, para a salvação de outros e para o término da obra de deus
neste mundo.
58
A igreja Adventista não crê que seja sua missão a de fiscalizar
as entradas dos membros para saber se o devolvem ou não. A prática do
dízimo é somente um dos tantos frutos da salvação que chegam à vida
do crente pela graça de deus através da fé em cristo jesus (efésios 2:8).
de modo que, pelas muitas variações que existem nas rela-
ções financeiras com a igreja, não se considera o aspecto financeiro
como prova de discipulado. A igreja não investiga sobre a quantidade
devolvida. “dos meios confiados ao homem deus reivindica deter-
minada porção – o dízimo; mas, ele deixa todos livres para dizerem
quanto seja o dízimo” (2 ts, 40). se a igreja se preocupa pela falta de
regularidade na devolução dos dízimos dos membros que recebem
alários periódicos, isto é somente pelo fato de que a reiterada
experiência pastoral mostra que geralmente tal proceder por parte
dos membros é um dos sintomas mais reveladores de que há proble-
mas espirituais em suas vidas, e não basicamente por outra razão.
é por isso que a liderança de igreja se preocupa de forma especial com
os que estão em tal condição.
NÃO FOI ABOLIDO COM A LEI CERIMONIALSe a lei cerimonial foi abolida na cruz do Calvário,por que não foi abolida a ordenança do dízimo?
Pelas seguintes razões:
1. Porque embora o dízimo tenha sido incorporado à legislação
levítica, sua prática data desde os tempos patriarcais e “baseia-se em
59
Princípios doDízimoFundamentose
um princípio tão duradouro quanto a lei de deus” (cm, 67): o do
reconhecimento de deus como criador, senhor e único dono de todas
as coisas. Por isso, ainda antes do pecado, o princípio do dízimo estava
implícito no ato de não comer o fruto proibido. dessa forma, sua
instituição e princípio são muito anteriores ao código levítico e em
nenhum sentido fez parte da lei cerimonial. nem esteve, em conse-
quência, entre as “sombras” que deveriam desaparecer com a morte
do senhor. Abraão devolveu os dízimos a melquisedeque muito antes
de ser dada a lei cerimonial (gên. 14:20: Heb. 7:4).
2. Porque nunca foi uma medida de contribuição levítica dentro do
grupo de leis civis que deus deu a seu povo no sinai. Pelo contrário,
sempre foi uma responsabilidade ou dever religioso que deus colocou
e coloca até hoje diante de seus filhos, destinando-o a um fim sagrado,
para o próprio bem espiritual destes.
3. Porque o princípio imutável do reconhecimento de que deus
é o criador, senhor e dono de tudo, vai além da validez temporal da lei
cerimonial hebréia, estendendo-se desde a cruz até ao fim do tempo.
“esse sistema foi uma bênção ao povo judeu, do contrário o senhor
não lho haveria dado. Assim será igualmente uma bênção aos que
o observarem até ao fim do tempo” (cm, 67).
4. Porque enquanto deus tiver um povo neste mundo ele não cederá
seus direitos de dono. ele espera esse reconhecimento da parte de
seus filhos através da pratica do dízimo. “tal (referindo-se à experiência
de Abraão e de jacó ao darem o dízimo) era a prática dos patriarcas
60
e profetas antes do estabelecimento dos judeus como nação. mas
quando israel se tornou um povo distinto, o senhor lhe deu definida
instrução sobre esse ponto. ‘todas as dízimas do campo, da semente
do campo, do fruto das árvores, são do senhor: santas são ao
senhor’ (lev. 27:30). essa lei não deveria ser anulada com as ordenanças
e ofertas sacrificiais que tipificavam a cristo. enquanto deus tiver um
povo na terra, suas reivindicações sobre eles serão as mesmas” (cm, 67).
NÃO ESTIMULA O DESCUIDO DOS 90% RESTANTESO princípio do dízimo estimula o descuido e negligênciana administração dos noventa por cento restantes?
A ideia de que os 10% das entradas são do senhor e os 90% restantes
são nossos para usarmos como bem nos agrada, é contrária à ideia
de uma correta mordomia. na verdade, geralmente o dizimista
é um bom mordomo dos 90% restantes (mat. 24:45,46). A questão
de como gerenciar corretamente esses 90% não está especificamente
determinada pela bíblia. em consequência, deveríamos guiar-nos
pelos princípios gerais da orientação divina.
em primeiro lugar, desses 90% o cristão genuíno determina
uma parte para ofertas generosas e liberais a fim de satisfazer as grandes
necessidades da obra de deus em diferentes lugares e suprir
as necessidades de outros. “depois de ser o dízimo posto à parte,
sejam as dádivas e ofertas proporcionais: segundo a sua prosperidade”
(cm, 81).
61
Princípios doDízimoFundamentose
em segundo lugar, o homem não tem que perguntar a deus
se é correto comprar alimentos, abrigo, etc., mas deveria exercer
o bom senso, economia e simplicidade cristã na escolha de suas
necessidades.
em terceiro lugar, a devolução do dízimo em si é um
reconhecimento de que tudo o que resta, ou seja, os 90%, são de deus
que o tem dado por sua abundância e misericordioso amor. em outras
palavras, o dízimo é um ato de fé do crente, através do qual reconhece
concretamente que a totalidade do que possui pertence a deus.
Por último, ao adquirir bens materiais, o cristão genuíno procurará
usá-los de acordo com a vontade divina a fim de que sejam instrumentos
para servir ao propósito salvador de deus (lucas 19:10; 10:29-37).
os cristãos estão seguros ao adquirir dinheiro na forma em que
deus indica e usá-lo de maneira que ele os possa abençoar. “deus nos
permite usar seus bens somente para sua glória, para nos abençoar,
a fim de que possamos abençoar aos outros” (cm 141).
“A propriedade será por ele (o cristão sincero) apreciada, mas não
acumulada, estimada apenas enquanto possa ser usada para levar
avante a verdade, para trabalhar como cristo trabalhou quando esteve
na terra, para abençoar a humanidade” (cm,159).
devolvendo os 10% do senhor, o dizimista cristão tende a ser
melhor mordomo dos outros nove décimos em lugar de descuidá-los.
62
NÃO É INJUSTO PARA COM O POBREO dízimo é injusto para com o pobre?
não, porque “para o pobre, o dízimo será de uma importância
comparativamente pequena, e suas dádivas serão de acordo com
a sua possibilidade” (cm, 73). Por esta razão nos é dito que “o plano
divino do sistema do dízimo é belo em sua simplicidade e equidade”
(cm, 73), visto que a devolução proporcional às entradas aponta
à justiça do sistema divino. dessa forma, o dízimo não tem a ver
com pobreza ou riqueza, mas com a relação do homem com deus,
com “o propósito do coração, o espírito de gratidão e amor que ela
expressa” (cm, 74).
se forem fiéis, os dizimistas receberão não somente bênçãos
espirituais, mas também, poderão receber bênçãos materiais, conforme
o grande discernimento de deus.
“não é devolver ao senhor o que é seu que torna o homem
pobre; reter é que leva à pobreza.” (cm, 36).
“Frequentemente os que recebem a verdade se acham entre
os pobres do mundo; [...] e quando ele vê um fiel cumprimento do
dever na devolução do dízimo, muitas vezes, em sua sábia providência,
proporciona meios pelos quais este seja aumentado” (oe, 222,223).
o pobre que dizima nunca protesta pelo fato de dar demasiado.
A pessoa que protesta pelo dízimo que o pobre deve devolver, possi-
velmente está procurando levantar uma cortina de fumaça atrás da
qual esconde a sua própria cobiça.
63
Princípios doDízimoFundamentose
PARA QUEM É MAIS DIFÍCIL DIZIMAR?E mais difícil dizimar: para o pobre ou para o rico?
é tão fácil e tão difícil tanto para um quanto para o outro. A devolução
do dízimo não é nada fácil para quem, quer seja rico ou pobre, não está
disposto a reconhecer por amor, a propriedade de deus sobre suas posses,
nem ser obediente a seus requerimentos. somente o amor de deus
leva tanto o pobre quanto o rico ao reconhecimento e à obediência.
sem amor o “pobre” não estará disposto a devolver o dízimo
do pouco que possui. e, também, sem amor o “rico” não se dispõe
a devolver o dízimo de seus lucros, que nunca lhe parecem suficientes.
o sistema bíblico do dízimo é belo em sua simplicidade.
“todos podem dele lançar mão com fé e ânimo, pois é divino em sua
origem. nele se aliam a simplicidade e a utilidade, e não exige profun-
didade de saber o compreendê-lo e executá-lo. todos podem sentir
que lhes é possível ter parte em promover a preciosa obra de salvação”
(cm, 73).
A DIFICULDADE DE POBRES E RICOSQue dificuldade encontra uma pessoa rica para dizimar?
À primeira vista parece que uma pessoa rica não tem dificuldade para
dizimar. mas o rico está sujeito às grandes tentações da cobiça e do
egoísmo. diríamos que, assim como o pobre em sua pobreza é tentado
a não dizimar porque tem pouco, o rico é tentado em sua riqueza
´
64
porque tem muito e, normalmente quem mais tem, mais quer.
contudo, se realmente ama e teme a deus, vai ser fácil dizimar.
“se ama e teme a deus, aquele a quem ele tem confiado grande
capital não considerará um fardo pesado atender às exigências de uma
consciência iluminada segundo os ditames de deus. será o rico tentado
a entregar-se ao egoísmo e à avareza, e a recusar dar ao senhor
o que lhe pertence. mas o que é fiel a deus, ao ser tentado, responderá
a satanás: ‘está escrito’: ‘roubará o homem a deus? (mal 3:8)
’Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
ou que dará o homem em recompensa da sua alma?’” (mat. 16:26)
(cm, 74).
65
Princípios doDízimoFundamentose
66
Capítulo 4
QueDizimar
O
68
SUA RELAÇÃO COM A CONSCIÊNCIA HONESTA E O BOM SENSOConsiderando que Deus especificou a décima parte dos lucroscomo a quantia para dizimar, que papel desempenham a consciênciae o bom senso ao calcular e devolver o dízimo a Deus?
Quando um cristão se dispõe a dizimar e decide seguir o plano
de deus é uma questão de consciência honrada e generosa decidir
basicamente duas coisas:
1 - Quais entradas são lucros. isto é, determinar a quantidade sobre
a qual o dízimo será devolvido.
2 - devolver a décima parte dos lucros como seu dízimo, e não uma
porção menor. Ao tomar estas decisões ninguém deve ser consciência
do outro, pois cada um deveria ser seu próprio assessor. A respeito,
o espírito de Profecia diz:
“Quanto à importância exigida, deus especificou um décimo
da renda. isto fica com a consciência e beneficência dos homens, cujo
juízo nesse sistema dizimal deve ser livre. e ao passo que isto fica com
a consciência, foi estabelecido um plano bastante definido para todos.
não se exige compulsão” (i ts, 373).
“senhor pede que seu dízimo seja entregue em seu tesouro.
estrita, honesta e fielmente” (cm, 82).
69
DizimarQueO
SALÁRIO E OUTROS LUCROSO dízimo inclui também o 13° salário e/ou outras entradas?
certa vez os fariseus perguntaram a jesus se era lícito pagar tributo
a césar, ele lhes disse: “trazei-me uma moeda, para que a veja.
e eles lha trouxeram. e disse-lhes: de quem é esta imagem e inscrição?
e eles disseram: de césar. e jesus respondendo, disse-lhes: daí, pois
a césar o que é de césar, e a deus o que é de deus” (mar. 12:15-17).
Aqui está a resposta baseada em uma linguagem clara e obje-
tiva. o crente paga sua contribuição ao fundo de aposentadoria
e o imposto de renda do 13º salário ou de qualquer outra entrada
que tenha. Por que não deveria separar o dízimo do 13º salário
e/ou outras entradas adicionais ao salário? não são lucros?
os judeus do tempo de jesus devolviam o dízimo até da menta,
do endro, do cominho, etc. neste sentido davam bom exemplo
(mar. 23:23). A ordem de jesus foi: “dai a césar o que é de césar,
e a deus o que é de deus” (mat. 22:21). o dízimo é de deus e não deve
ser absorvido por césar.
jacó disse: “de tudo quanto me deres, certamente te darei
o dízimo” (gên. 28:22). “jacó deu o dízimo de tudo que possuía, e depois
calculou o dízimo que usara, e deu ao senhor o benefício daquilo que
estivera usando para o próprio proveito durante o tempo em que
estivera em terra pagã, e não pudera pagar seu voto. isto representava
uma grande soma; no entanto ele não hesitou; o que votara ao senhor,
não considerava como seu, mas do senhor”(cm, 99).
70
Por isso, o dízimo do crente fiel será devolvido de todo tipo de
lucros ou entradas que tenham. “o dízimo de toda a nossa renda é do
senhor” (cm, 87). “também todas as dízimas do campo [...] e todas
as dízimas de vacas e ovelhas [...] será santo ao senhor” (lev. 27:30-32).
DÍZIMO DA APOSENTADORIADeve-se dizimar a quantia da aposentadoria, visto que estafoi formada com dinheiro já dizimado?
do ponto de vista técnico-contábil parece que a resposta é não. mas
vejamos as diferentes variações às quais poderíamos chegar seguindo
tal conduta.
em primeiro lugar, o capital que se formou para o pagamento
da aposentadoria não foi constituído somente das contribuições
dizimadas do interessado, mas também das quantias não dizimadas
do patrão. nesse caso, cada vez que recebe sua aposentadoria,
o aposentado deveria dizimar pelo menos a quantia do patrão.
em segundo lugar, quando depois de vários anos o aposen-
tado terminar de receber através de sua aposentadoria as quantias
dizimadas por ele no passado, logicamente deverá começar a dizimar
o total da aposentadoria cada vez que a receber.
em terceiro lugar, se já é complicado fazer os respecti-
vos cálculos nos casos acima mencionados, muito mais será fazê-lo
nos países que, nas últimas décadas, têm sofrido flutuantes índices
de inflação.
71
DizimarQueO
Por tais motivos é aconselhável dizimar sobre a aposentado-
ria. “Porém o senhor disse a moisés: seria, pois encurtada a mão do
senhor?” (núm. 11:23). mas se alguém está disposto a fazer todos
estes complicados cálculos e começar a dizimar de sua aposentadoria,
segundo a técnica contábil o determine, cremos que tampouco erra.
HERANÇAS, PRESENTES E DINHEIRO ACHADODevo dizimar o que recebi por herança, presentes ou dinheiro achado?
como o senhor ensina em sua Palavra que de nossos lucros devemos
devolver o dízimo, e sendo que a herança e os presentes constituem
um aumento ou lucro patrimonial, deveríamos devolver o dízimo
correspondente. se os presentes ou herança são em dinheiro,
deveríamos devolver a décima parte; em caso de serem objetos,
a sugestão é que se calcule seu valor (se em geral são do tipo que
poderiam haver sido adquiridos pelo beneficiário para seu próprio
uso) e seja devolvido o dízimo em dinheiro, todo de uma só vez.
Para o caso de bens móveis ou imóveis de alto valor pode ser feito
em plano de devolução sistemática e regular.
caso os presentes não sejam úteis para o beneficiário, fica
livre a sua consciência.
no caso de dinheiro encontrado que não possa ser devol-
vido a seu legítimo dono por ser impossível sua identificação, se
incorporado ao patrimônio de quem o encontrou, cabe devolver
o dízimo do mesmo.
72
PROPRIEDADENo passado comprei uma propriedade, devo devolvero dízimo do valor que ela tem?
se for adquirida com dinheiro previamente dizimado, é logico que
não. mas se foi adquirida com recursos não previamente dizimados,
seria correto dizimar seu valor. deveria ser avaliada e sobre esse valor
fazer um plano de devolução do dízimo.
“como Abraão, devem dar o dízimo de tudo quanto possuem
e de tudo o que recebem” (cm, 66).
DEVOLVER MAIS DE 10%Posso devolver mais de dez por cento de meus lucros em conceito de dízimo?
se você devolve mais de dez por cento de seus lucros como dízimo
está devolvendo mais que o dízimo, porque o dízimo é exatamente dez
por cento de seus lucros, nem mais nem menos.
mas isto não significa que, se você quer entregar mais de dez
por cento para o sustento do ministério evangélico, não possa fazê-lo.
está em suas mãos querer e poder fazê-lo. se você quer ir além dos
dez por cento nem o senhor, nem seus semelhantes irão se opor
a isto. mas lembre-se de que deus pede a devolução de somente dez
por cento.
se você deseja ser um fiel cristão, o que não poderia fazer é de-
volver menos de dez por cento, pois esta porcentagem é a quantidade
que deus reserva para si.
73
DizimarQueO
“o dízimo de todas as nossas rendas é do senhor. reservou-o
para si, para ser empregado em fins religiosos. santo é. nada menos
que isso aceitou ele em qualquer dispensação” (cm, 67).
DEVOLVER SEM DESCONTAR OS IMPOSTOSDeve-se descontar os impostos antes de calcular o dízimo?
não deveríamos descontar os impostos antes de calcular o dízimo,
porque quer sejam nacionais, estaduais ou municipais, os impostos
são um meio que as autoridades têm para obter dinheiro que
reverterá à população através de serviços públicos. estes melhoram
a vida em comunidade. Ainda deveríamos reconhecer que recebemos
alguns benefícios indiretos do governo, financiados com recursos
fora dos impostos.
Por essa razão, os adventistas são incentivados a considerar
os serviços governamentais como benefícios. em consequência, deve
ser dizimado o dinheiro destinado a pagar impostos que proporcio-
nam tais serviços. em seu concílio Anual de 1943, a Associação geral
deu cuidadosa atenção e estudo a este assunto. na ocasião ela aprovou
a seguinte recomendação mundial para a igreja Adventista:
“Aconselhamos a todos nossos crentes que de acordo com
o nosso melhor conhecimento, deveríamos continuar sob o princípio
sobre o qual esta denominação tem levado adiante sua obra desde
os dias de seu começo, e não permitir que os impostos ou qualquer
74
outro gasto descontado do salário afete assim a porção reservada por
deus para si mesmo. isto significa que se deveria devolver o dízimo
sobre o total do salário e outros lucros obtidos, antes de fazer qual-
quer desconto ou pagamento para impostos”.
Por sua vez, o espírito de Profecia diz: “As reinvindicações
de deus têm a primazia. não fazemos sua vontade quando lhe con-
sagramos aquilo que resta de nossas reais ou supostas necessidades.
Antes de gastarmos uma só parcela de nossos rendimentos devemos
separar e oferecer a deus a parte que de nós requer. [...] se dermos
a deus o que ele pede, o restante será santificado e abençoado em pro-
veito nosso. Porém, se um homem rouba a deus retendo a parte que
ele requer, a maldição recai sobre tudo que possui” (i ts, 554, 555).
CALCULAR SOBRE O TOTALDeveríamos devolver o dízimo sobre o salário líquido (isto é sobre o queresta depois de haver aposentadoria, seguros, serviços sociais, etc.)ou sobre o salário total ou bruto sem fazer redução alguma?
muitos dos que devolvem o dízimo de suas entradas líquidas justifi-
cam sua decisão com os seguintes pensamentos:
1. devolvem o dízimo fielmente sobre a quantia de dinheiro que
passou por suas mãos;
2. determinados descontos como aposentadoria, serviços sociais
e outros são obrigatórios e não os consideram como lucro ou parte
do salário real;
75
DizimarQueO
3. estão dispostos a devolver o dízimo das somas retidas pelo empre-
gador para a aposentadoria, tão logo comecem a recebê-las.
Aqueles que devolvem o dízimo sobre o total, justificam sua decisão
da seguinte maneira:
1. Há quantias de dinheiro que não passam pelas mãos do beneficiário
mas que, igualmente são um lucro. em consequência, são parte do
salário real. o imposto de renda, por exemplo, é um lucro indireto,
como já foi explicado na pergunta anterior. serviços sociais, da mesma
forma são lucros pois o beneficiário recebe ao realizar atendimento
médico, compra de medicamentos, assistência a lugares de recreação
e de descanso.
2. Possivelmente não vivam mais quando aquilo que foi descontado
por seu empregador lhes seja devolvido. neste caso, para assegurar-se
de que deus receba o que é justo, enquanto eles têm vida devolvem
o dízimo total de todas as suas entradas.
As perguntas que devemos fazer são: quando deus receberá
o que lhe pertence em dízimos e ofertas? Quando estaremos relacio-
nados corretamente com ele: agora, mais adiante ou nunca? A mesma
verdade se mantém a respeito de testamentos e legados.
deve-se fazer testamentos. mas é preciso avaliar a pessoal
compreensão a cerca do que é liberalidade caso os fundos estejam
sendo mantidos em depósito por anos, enquanto a obra se enfraquece
e milhões perecem.
76
ellen g. White declara: “os servos de deus devem dispor de
seus bens todos os dias em boas obras e ofertas liberais ao senhor.
não devem contentar-se com dar a deus uma porção desproporciona-
damente pequena, em comparação ao que gastam para si mesmos. [...]
os que negligenciam deveres de que estão perfeitamente inteirados,
deixando de corresponder às reinvindicações que deus lhes faz nesta
vida, e procurando acalmar a consciência com o propósito de na
sua morte estabelecer um legado, não terão da parte do mestre nem
louvor nem recompensa. estes não praticam nenhuma renúncia, mas
retêm seus meios enquanto podem, renunciando-os só porque o exige
a morte” (cm 326,325).
é neste tempo que a causa de deus necessita de serviços
e recursos. reter os recursos que não são necessários para as coisas
relacionadas com a vida e a família, esperando o momento da morte,
enquanto milhões vão ao descanso sem cristo, faz com que as
intenções do mordomo cristão sejam suspeitosas. A medida que
entendemos, invertemos; e quanto mais profunda é nossa crença,
maior é nossa inversão.
o céu creu em nós. sua inversão incluiu tudo o que o céu
possuía. isto foi concedido, não em um momento de necessidade, mas
muito antes de que se levantassem as necessidades. somos chamados
por deus para segui-lo (i joão 2:6).
dizimar sobre as entradas líquidas ou dizimar sobre o total
de nossas rendas, fazer testamentos a cada dia ou somente ao morrer,
são fatos que decidem o destino eterno. o mordomo cristão buscará
e seguirá o conselho da santa Palavra de deus, a Bíblia. enquanto
vacilamos ou postergamos milhões perecem.
77
DizimarQueO
Por tudo isto sugerimos enfaticamente que devemos devolver
o dízimo do total sem fazer nenhum desconto, salvo os gastos significa-
tivos em que hajamos incorrido a fim de obter o correspondente salário.
O DÍZIMO E A DECLARAÇÃO DE BENSPosso calcular o dízimo de meus lucros baseado na declaraçãode rendas que faço cada ano ao governo?
nem todos os países exigem de seus habitantes fazer anualmente uma
declaração de rendas. mas, há duas formas de calcular nossa renda
ou lucro: segundo o propósito dos impostos e segundo o propósito
do dízimo.
A determinação do que é lucro aos olhos de deus – para calcular
honestamente o dízimo que lhe pertence – não pode estar baseada
sobre os métodos do governo para computar nossos lucros.
com efeito, o governo permite descontar de nossos lucros
certos gastos, como por exemplo, o aluguel da casa em que vivemos,
remédios, cirurgias, consultas médicas, pessoas sob nossos cuidados,
etc. estas quantias não incidem sobre o correspondente imposto. mas
no plano de nossa relação com deus o assunto é diferente. lucro
é tudo aquilo que se incorpora ao nosso patrimônio, seja ou não pre-
viamente dizimado, depois de descontar somente o que se gastou para
produzir tal lucro.
Por isso, não seria honesto diante de deus calcular o dízimo
sobre os lucros baseado na declaração de rendas que faz ao governo.
78
´
EMPRÉSTIMOSDeve-se dizimar o dinheiro recebido em empréstimos?
não, porque o dinheiro emprestado não é um lucro. caso a pessoa
obtenha lucros com o dinheiro que recebeu emprestado, então sim,
deveria dizimar esse lucro.
um caso semelhante é o de uma pessoa que toma dinheiro
emprestado a juros de terceiro, quer seja um banco, uma financeira,
etc., para realizar um negócio ou operação financeira que lhe produza
um lucro monetário. do produto da operação deve separar o dinheiro
que deve ser devolvido, mais os juros correspondentes. do que sobra,
que é o lucro propriamente dito, corresponde devolver ao senhor
o dízimo.
COMPRA DE BENS COM DINHEIRO NÃO DIZIMADODesejo acrescentar uma máquina nova às que tenhopara trabalhar com mais eficiência em meu estabelecimento.Assim obterei melhores resultados financeiros e, em consequência,devolverei maiores dízimos ao Senhor.E correto que a compre com meus lucros antesde descontar o dízimo correspondente?
não é correto, por mais louvável que seja o fim. o princípio do dízimo
demanda que toda melhora de capital patrimonial (compra de terras,
equipamentos, máquinas, etc.) deva ser feita com o dinheiro prove-
niente dos lucros previamente dizimados.
79
DizimarQueO
LUCROS DA VENDA DE BENSE CADERNETA DE POUPANÇAa) Deve-se dizimar o lucro da venda de um bem ou imóvelque foi adquirido com dinheiro dizimado?
sim, deve-se dizimar, podendo-se agir das seguintes maneiras:
1. caso a moeda do país seja estável (portanto não havendo inflação) dizima-se o lucro da venda. ex.: um membro que adquiriu um imóvel por 300 mil reais, com dinheiro já dizimado, e o vende por 400 mil
reais, tem um lucro de 100 mil reais, os quais devem ser dizimados;
2. Havendo inflação, deve-se fazer a correção monetária. se houver
lucro, dizima-se o mesmo. não havendo lucro, não há necessidade de
dizimar.
b) Como dizimar sobre o que rende a Caderneta de Poupança?
o investidor que aplicou seu dinheiro na caderneta de Poupançarecebe juros, mais correção monetária que podem ser dizimados das
seguintes maneiras:
1. dizimar tanto os juros como a correção monetária, modo ideal;
2. dizimar somente os juros, porque a correção monetária não é con-
siderada lucro, mas apenas um reajuste.
tanto a primeira opção como a segunda estão certas. Portanto,
fica na consciência de cada um a decisão de escolher qual das duas seguir.
80
BENEFÍCIOS/AUXÍLIOS EMPRESARIAISDeve-se dizimar auxílios recebidos sobre o salário?
os benefícios dados sobre o salário são geralmente em reforço ou
suplemento do mesmo que, para certos efeitos legais, muitas vezes
não fazem parte dele.
normalmente são dados por razões administrativas ou la-
borais, impositivas de clima, salubridade, custo de vida, etc. outras
vezes são dados como uma forma indireta de compensar uma baixa
remuneração. Por isso, de uma forma ou de outra, na maioria dos
casos são uma extensão parcial do salário, devendo ser considerados
lucros e, portanto sujeitos ao dízimo.
Por outro lado, é bom recordar que todo auxílio está dentro
das três seguintes categorias:
1. Auxílio que para o beneficiário significa somente um lucro líquido;
2. Auxílio que para o beneficiário significa em parte, um lucro líquido
3. em parte, um reembolso de gastos;
4. Auxílio que para o beneficiários significa em parte reembolso de
gastos e, em parte, uma compensação.
Assim, é sugerida a seguinte regra como um guia na determi-
nação para saber se os benefícios devem ser dizimados ou não:
é lucro (e portanto dizimável) qualquer auxílio ou benefí-
cio que o funcionário receba de seu empregador por gastos que teria
igualmente embora não existisse tal relação contratual de trabalho.
81
DizimarQueO
EXEMPLOS MAIS COMUNS DE AUXÍLIOS Tendo em conta a resposta anterior, poderiam sernumerados os auxílios mais comuns que as empresasou companhias dão a seus empregados?
Por ser este assunto (o dízimo dos benefícios) uma questão pouco
conhecida e praticada, apresentaremos dois conceitos que podem
ajudar vários cristãos ao fazerem suas decisões no futuro:
1. nossa consciência cristã e um critério maduro deveriam ser usados para estabelecer o que é ou não dizimável;
2. “Ao determinar a proporção da oferta a dar para a causa de deus, deveis de preferência exceder às exigências do dever a cumpri-las. considerai a quem a oferta é destinada. esta reflexão banirá a cobiça.” (i ts. 563).A seguir listamos os principais auxílios:
1. Auxílio - Transporteo dinheiro do benefício que excede aos gastos periódicos reais (quin-
zenais, mensais) de transporte (gasolina, óleo, passagem de ônibus,
táxi, metrô, avião, etc.) deveria ser considerado como um lucro e, em
consequência, dizimável;
2. Auxílio - Combustível/ Depreciação Veículocaso o empregado use o veículo de sua propriedade unicamente para
realizar seu trabalho (coisa pouco provável), o dinheiro recebido não
será um auxílio mas um reembolso de gastos. mas geralmente usa-se
o veículo também para atividades particulares. neste caso, o benefício
82
deve ser considerado como lucro e, em consequência, deve-se dizimar
a importância que corresponda proporcionalmente ao uso particular
do veículo.
3. Auxílio - Saúdemuitas empresas e companhias dão um auxílio porcentual sobre
gastos com planos de saúde, atendimentos odontológicos, compra
de remédios, óculos de grau, etc. considerando que o empregado de
igual maneira haveria tido esses gastos (embora não existisse essa
relação de dependência) essa ajuda é considerada como lucro ou
remuneração adicional a ser dizimada;
4. Auxílio - Viagemo pagamento (por parte da empresa) dos gastos de viagem (ajuda de
custo e alojamento) do empregado em cumprimento de suas funções
é considerado reembolso de gastos. Quando o valor pago é superior
às despesas, esse excedente é considerado lucro e, portanto, deve ser
dizimado;
5. Auxílio - Moradiadeixamos este tipo de auxílio por último por ser muito discutido.
Há empregados cujas empresas lhes dão casa gratuita para
morar ou cobram um aluguel simbólico. Parece-nos que nestes casos
os empregados estão tendo lucros, pela seguinte razão: ao viver em
uma casa de empresa, ou em outra que é paga por ela, ou ao pagar
um aluguel simbólico, o empregado está recebendo em realidade:
uma ajuda de aluguel equivalente ao valor atual do aluguel da casa.
ou uma ajuda equivalente ao valor da casa menos a parte que ele já
está pagando.
83
DizimarQueO
se ele não trabalhasse nessa empresa teria que fazer um gasto
equivalente à soma recebida como bonificação a fim de viver em casa
semelhante, alugada por ele. em consequência, o empregado deveria
considerar estas bonificações como lucros, e sujeitas a serem dizimadas.
DÍZIMO DOS FILHOSUm filho que depende financeiramente dos pais, deveria dizimar?
é saudável para a própria vida espiritual do filho, além de ser um meio
educativo e de conscientização, devolver o dízimo do dinheiro que
recebe para o uso pessoal, ainda que o mesmo já tenha sido previa-
mente dizimado por seus pais.
DINHEIRO DAS ESPOSASO dinheiro que os maridos dão a suas esposas quenão trabalham fora também deve ser dizimado?
muitas vezes, homens e mulheres interessados na prática fiel do
dízimo, fazem esta pergunta. é uma pergunta simples, mas que merece
especial atenção.
nem todos os casos são iguais, portanto, não pode haver uma
resposta definitiva para todos eles. Por exemplo: tratando-se de dinhe-
iro de esposo crente que devolve o dízimo de todas as suas entradas,
a esposa não necessita dizimá-la. mas, se num gesto de liberalidade
ela deseja devolver o dízimo, não erra. se o dinheiro provém de uma
84
entrada não dizimada (seja o esposo crente ou não) é evidente que
sobre esse dinheiro corresponde entregar o dízimo a seu legítimo
dono, o senhor.
Porém, devemos ser prudentes no caso em que um dos
cônjuges não seja crente. se a espossa dizimar o dinheiro contra
a vontade do marido, por exemplo, poderá acarretar problemas
conjugais e familiares. diante de uma situação assim é preferível
que ela desista de fazê-lo. isto evitará males maiores e ajudará esta
esposa a seguir trabalhando pela conversão de seu marido.
DÍZIMO DA ESPOSA QUETRABALHA REMUNERADAMENTEA esposa deveria dizimar o salário que obtém de seu trabalho, se o esposo se opõe a isso?
este caso é um pouco diferente do anterior, e cremos que a esposa
deveria extremar os cuidados para ser fiel a deus.
DEVOLUÇÃO AO REGRESSAR À DEUSAlguém que após seu período de renegação ou apostasia doEvangelho renova sua comunhão com Cristo deve restituiros dízimos que não devolveu durante o tempo de abandono religioso?
existe diferença entre o que peca por ignorância e o que comete pecado
voluntariamente. da mesma maneira existe diferença entre quem
conhece a vontade de deus e quem a ignora (num. 15:27-31). Aquele
85
DizimarQueO
que apostata, renuncia ou deserta, encontra-se no grupo que possui
o conhecimento, não no grupo que o ignora. Portanto, é responsável
por suas ações (luc. 12:47, 48). o conselho bíblico é: “Quando eu disser
ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar
iniquidade, não virão em memória todas as suas justiças, mas na sua
iniquidade, que pratica, ele morrerá. Quando eu também disser ao
ímpio: certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e fizer
juízo e justiça, restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado,
andando nos estatutos da vida, e não praticando iniquidade, certa-
mente viverá, não morrerá” (ezequiel 33:14,15).
ellen White declara: “onde quer que tenha havido qualquer
negligência de vossa parte em restituir ao senhor o que lhe pertence,
arrependei-vos, com contrição de alma, e fazei restituição, para
que sua maldição não recaia sobre vós [...]. Quando tiverdes feito
o possível, de vossa parte, não retendo nada do que pertence a vosso
criador, poderia pedir-lhe que proveja os meios para enviar ao mundo
a mensagem da verdade” (cm, 98).
outra declaração inspirada manifesta: “caso tenhais roubado
ao senhor, fazei restituição. tanto quanto possível, endireitai o passado,
e então pedi ao salvador que vos perdoe” (cm, 98).
As recomendações proporcionadas aqui são dadas aos que tem
o conhecimento da vontade de deus. não pode haver um verdadeiro
arrependimento sem uma restituição. A restituição é a evidência de
que o arrependimento é de coração e até que ocorra o arrependimento
não há reformas na vida ou redenção para o pecador. no entanto,
86
pelo descuido, a dívida do dízimo pode exceder às possibilidades
financeiras da alma arrependida dificultando sua restituição. Aqui
é onde a honestidade, sinceridade e integridade entram em jogo.
Até onde seja possível, deve-se corrigir o passado e pedir perdão
ao senhor por aquilo que não pode ser restituído.
reter o que poderia ser restituído não somente tornaria evi-
dente a desonestidade, mas o engano e desprezo para com deus abri-
riam as comportas do desastre. ele nos tem dado orientações claras
e definidas para o arrependimento e restituição. Ao segui-las fielmente
não somente teremos uma consciência clara e uma mente cheia de
paz, mas ao final, a vida eterna.
DÍZIMOS ATRASADOSEstou muito atrasado em meus dízimos e por maisque me esforce nunca poderei devolvê-los. Que posso fazer?
em primeiro lugar deve fazer o possível para restituir todo o dízimo
atrasado. caso não consiga, com um coração contrito e cheio de
arrependimento, deve pedir ao senhor que o perdoe e lhe dê renova-
das forças para não atrasar novamente na devolução de algo que não
lhe pertence.
“se tiverdes recusado lidar honestamente com deus, eu vos
suplico que penseis em vossa deficiência, e, sendo possível, façais
a restituição. caso não seja possível fazê-lo, com humilde arrependi-
mento orai para que deus vos perdoe, por amor de cristo, a grande
dívida” (cm, 100).
87
DizimarQueO
se tem recursos econômicos, pode fazer o seguinte, de acordo
com o conselho de ellen g. White em Conselhos Sobre Mordomia, págs.
95 e 96:
1. calcular o montante de todos os dízimos atrasados com as corre-ções pela inflação que sejam necessárias, escrevendo-os em uma folha de papel e fazendo sua decisão de devolver tudo de uma vez ou em
partes conforme deus o haja abençoado;
2. uma promessa formal por escrito diante da tesouraria da igreja. Pelas bênçãos recebidas no passado, prometo devolver meus dízimos atrasados que somam r$................................................................................. Pagarei em..................................mensalidades, ou pagarei de uma só vez. nome:...................................................... end:................................................celular...................................................... data:...............................................
O QUE FAZER EM CASO DE DÚVIDAEstou em dúvida se devo ou não dizimar, pois não estou realmenteseguro se o que recebo é lucro ou não. Que devo fazer?
Há situações sutis e complicadas que, pela subjetividade de interpre-
tação, resultam em que, para algumas pessoas, certas quantias rece-
bidas são um lucro e para outras não. nestes casos é muito válido
o conselho do espírito de Profecia, quando diz:
“Ao determinar a proporção da oferta a dar para a causa
de deus, deveis de preferência exceder às exigências do dever a não
cumpri-las” (i ts, 563).
88
em caso de dúvida é preferível “errar” do lado da fidelidade
e generosidade e não da mesquinhez e avareza, pois deus é generoso
com seus filhos.
89
DizimarQueO
90
Capítulo 5
ComoDizimar
92
Como fazer para devolver o dízimoComo dizimar?
Antes de fazer qualquer gasto, separar a décima parte de todas as en-
tradas e colocar essa quantia em um envelope de dízimo.
no caso de toda a família pertencer à mesma fé, recomenda-se
que o dízimo seja separado em presença da esposa e dos filhos. depois,
então, devem ser separadas as ofertas que serão entregues a deus na
semana ou durante o mês. em seguida deve-se agradecer a deus por
esse dinheiro e entregá-lo à tesouraria da igreja durante a hora do culto
divino.
“não somente reclama o senhor o dízimo como sendo seu,
mas também nos diz como deve ser reservado para ele. diz: ‘Honra
ao senhor com a tua fazenda, e com as primícias de todas as tuas ren-
das’ (Prov. 3:9). não nos ensina isso que devemos gastar nossos meios
com nós mesmos, levando ao senhor o restante, muito embora seja,
quanto ao mais, um dízimo honesto. seja a parte de deus separada em
primeiro lugar.
não lhe devemos consagrar o que resta de nossas rendas,
depois que todas as nossas necessidades reais ou imaginárias tenham
sido satisfeitas; mas antes de qualquer parte ser gasta devemos pôr
aquilo à parte que deus especificou como seu” (cm, 81).
93
DizimarComo
O SIGNIFICADO DE DIZIMAR REGULAR, PROPORCIONAL E SISTEMATICAMENTEO que significa dizer que o crente deve dizimar de forma regular, proporcional e sistemática?
1. regular: que o crente deve dizimar periodicamente, continuamente;
2. Proporcional: que o crente deve dizimar proporcionalmente às en-
tradas ou lucros. mais entradas, mais dízimo. menos entrada, menos
dízimo;
3. sistemática: Antes de dispor de qualquer lucro, o crente deve se-
parar em primeiro lugar dez por cento do recebido e entregá-lo
à tesouraria para o sustento do ministério evangélico. ou seja, o crente
deve dizimar de acordo com o sistema.
DIFICULDADES NA PRÁTICA DE DIZIMARNão sinto a alegria que outras pessoas têm ao dizimar.Por que devolver o dízimo é tão difícil para mim?
dizimar é difícil não pelas quantidades em jogo, mas pelos motivos.
se você sente que dizimar lhe é difícil, pode ser que esteja dizimando
por motivos errôneos.
eis alguns deles:
1. dizimar porque algum outro o faz. o motivo é se comparar à alguma
outra pessoa e não fazer a vontade de deus;
94
2. dizimar porque tem a esperança de ser escolhido como oficial da igreja. o motivo é a popularidade e não o amor perfeito;
3. dizimar porque a igreja necessita de dinheiro. o dízimo é feito um motivo de caridade e não um sinal de consagração;
4. dizimar para deixar de ter problemas na vida. o motivo é obter benefícios egoistas e não a salvação de seus semelhantes;
5. dizimar para livrar-se da morte eterna. o motivo é o temor egoísta e não o amor a adoração;
6. dizimar para poder ir ao céu. o motivo é uma esperança egoísta e não um serviço de louvor, reconhecimento, adoração;
7. dizimar com o objetivo de se tornar rico e próspero. o motivo é lucrar, fazer negócios com deus, em lugar de servi-lo por amor;
8. dizimar para agradar ao pastor da igreja. o motivo é agradar ao homem e não a deus;
9. dizimar porque deus diz que deve fazê-lo. o motivo é somente um cumprimento do dever e está deixando de lado a melhor parte,a adoração, o reconhecimento.
mas, se você está dizimando porque seu amor a deus o leva a cumprir esta responsabilidade e porque ama as almas que se perdem, seu motivo é puro, espiritual e desinteressado. Assim, você descobrirá que o dízimo é um caminho de vida comovedor e abundantemente recompensador. Fica em má situação o homem que tem suficiente religião
para saber que deve dizimar, mas que não tem suficiente graça
95
DizimarComo
para regozijar-se ao dizimar. os motivos corretos fazem dizimistas
satisfeitos.
NÃO APELA A MOTIVOS MESQUINHOSO fato de dizimar não apela a motivos interessados e egoístas?
os mandamentos de deus frequentemente são respaldados comrecompensas especiais para todos que os guardam. da mesmamaneira têm advertências especiais para todos que os quebram. deus promete misericórdias aos que guardam seus preceitos e advertede juízos aos que o desobedecem (Êxodo 20:5,6). o princípio do dízimo não está isento de recompensas e casti-gos. sua Palavra promete janelas abertas, bênçãos copiosas, melhores condições de colheita e o favor dos demais a todos os que devolvem o dízimo (mal. 3:1-12). da mesma maneira, todos aqueles que roubam a deus nos dízimos estão sob a maldição divina (mal. 3:9). A Palavra de deus frequentemente promete bênçãos mate-riais aos que são liberais e generosos em suas dádivas: “Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescentará mais; e outros que retém mais do que é justo, mas é para a sua perda” (Prov. 11:24). “Honra ao senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os teus lagares” (Prov. 3:9,10). “mas buscai primeiro o reino de deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”(mat. 6:33). “dai, e ser-vos-á dado, boa medida, recalcada, sacudidae transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma
medida com que medirdes também vos medirão de novo” (luc. 6:38).
96
A verdade é que as bênçãos materiais e as espirituais estão tão entrelaçadas que se torna difícil separá-las e desnecessário fazê-lo.o dízimo não apela a motivos egoístas porque quando o homem
dizima está:
1. colocando a deus em primeiro lugar;
2. relacionando-se corretamente com deus ao reconhecê-lo como proprietário e aceitando para si a condição de mordomo. Quando o homem não dizima coloca-se em primeiro lugar, assumindo a con-dição de dono. reter o dízimo ou dizimar com a finalidade de “fazer negócios” com deus demonstra o interesse e o egoísmo do homem.
O EMPREGADOComo deve dizimar um empregado?
se recebe salário regular e não tem despesas ou inversão significa-
tivas para obtê-lo, deverá destinar a décima parte do salário como
dízimo. é bom lembrar que além do dízimo deus espera uma oferta
percentual, planejada e sistemática.
O EMPRESÁRIOComo um adm. de empresas deve dizimar?
um empresário deve descontar das entradas brutas as despesas de escritório incluindo o aluguel do mesmo, o salário de empregados, materiais, etc., e dizimar o saldo.
97
DizimarComo
este princípio pode ser aplicado às entradas de profissionais em geral. no entanto, no caso de ser o proprietário do escritório, não é necessário incluir o aluguel ao determinar as despesas fixas gerais. neste caso poderá acrescentar à lista de despesas o seguro sobre o edifício, como também sua depreciação. As despesas com o veículo e sua depreciação poderão ser incluídas se a mesma for utilizada somente em tarefas profissionais. suponhamos que o veículo rode um total de 2.400 km em um mês – 800 km para uso pessoal e 1.600km para fins comerciais. então, 2/3 dos gastos operativos mensais do carro, tais como gasolina, óleo, reparos, depreciação e seguro correspondente ao mês, poderão ser
incluídos como despesas.
PROPRIETÁRIO DE IMÓVEIS EM ALUGUELComo deve dizimar donos de imóveis locados?
o que aluga um bem imóvel deve descontar o custo de manutenção do mesmo, do montante recebido como aluguel, e dizimar o resto. também
poderá descontar o seguro sobre a propriedade e a depreciação.
PECUARISTA, AGRICULTOR, ETC.Como deve dizimar quem se dedica a atividades agropecuárias e/ou semelhantes?
deve fazer um registro da venda de seus produtos e acrescentar a este total o valor dos produtos do estabelecimento consumidos em seu lar, bem como as rendas ou aluguéis recebidos de outros. isto
98
constituirá a renda bruta. depois deverá descontar todas as despesas. o resultado é o lucro que deverá ser dizimado.
COMERCIANTEComo um comerciante deve dizimar?um comerciante não deveria devolver o dízimo do lucro bruto, e sim,
do lucro líquido. Para calcular este lucro, em primeiro lugar deve
somar as vendas do mês com outras rendas, tais como: juros por
dinheiro investido, aluguéis de propriedades, etc. do total apurado
deve subtrair o custo das mercadorias vendidas, as despesas ope-
racionais (para fazer funcionar ou operar o comércio) e quaisquer
outras despesas que tiver com relação à sua atividade comercial. esta
diferença corresponderá ao lucro líquido sobre o qual deverá devolver
o dízimo.
caso o comerciante retire dinheiro adiantado de suas vendas
para despesas pessoais ou familiares, em nenhuma circunstância deve
isto aparecer como despesas, já que correspondem às rendas que
espera alcançar.
EXEMPLOS DE FAZENDEIROS, AGRICULTORES, ETC.Poderia apresentar alguns exemplos concretos sobre a maneira como algunsfazendeiros, agricultores ou comerciantes devolvem periodicamente o dízimo?
1. devolução do dízimo de salários fixados pelo próprio dono. Alguns
proprietários adventistas retiram mensalmente um salário para
99
DizimarComo
si mesmo e para os demais membros da família que trabalham
com eles. isto lhes provê uma entrada mensal e lhes permite
devolver regularmente o dízimo e dar suas ofertas. estes salários
estão baseados na média dos lucros dos últimos anos. Periodicamente
(uma vez por ano ou a cada seis meses, etc.) computam os lucros
e ajustam qualquer diferença que possa haver.
2. devolução de dízimo a cada vez que acontece venda de produtos.
outros proprietários adventistas preferem devolver o dízimo todas
as vezes que recebem o pagamento pelas vendas de seus produtos.
Para fazê-lo eles calculam seus lucros baseados nos lucros médios dos
mesmos produtos nos últimos anos. geralmente uma vez ao ano
fazem o cálculo final dos lucros e ajustam qualquer diferença
a respeito do dízimo dado.
3. devolução do dízimo de empréstimos concedidos para o cultivo.
Há adventistas que, com o fim de cultivar seus campos, obtém
um empréstimo particular ou bancário dando como penhor a futura
colheita. desta quantia emprestada, retiram mensalmente uma
parte para as despesas pessoais e da família, sobre a qual devolvem
o dízimo e dão suas ofertas. uma vez vendida a colheita e feito
o balanço, determinam os lucros e ajustam qualquer diferença para
mais ou para menos com respeito ao dízimo anteriormente dado.
100
VENDEDOR AMBULANTEComo proceder para devolver o dízimo quandonão se calcula exatamente os lucros mensais,como por exemplo, no caso dos comerciantes ambulantes?Antes de realizar qualquer despesa, o comerciante ambulante deveria
separar o dízimo calculando-o da diferença entre o total das vendas
e o total das mercadorias desse dia, semana, etc. se houver despesas
como transportes, armazenagem, etc., pode descontá-las e dizimar
a diferença.
INDUSTRIALComo deve dizimar um industrial que comproumáquinas com um empréstimo bancário?deve seguir o mesmo critério aconselhado na pergunta anterior
relacionada ao dízimo do comerciante. este porém, segue a ressalva;
de devolver mensalmente o dízimo da parte da prestação mensal que
paga ao banco e que corresponde à amortização do capital emprestado
(a parte da prestação mensal que corresponde a juros pode ser consi-
derada como uma despesa e, em consequência, não sujeita ao dízimo).
este esclarecimento é necessário porque muitas pessoas con-
sideram esta prestação mensal como um gasto. em consequência,
a descontam dos lucros líquidos da empresa, sem perceber que a in-
corporação das máquinas ao ativo fixo da empresa significa um au-
mento ou lucro patrimonial para o industrial, o qual está sujeito ao
dízimo que o senhor requer.
101
DizimarComo
igual critério deveria seguir um taxista que compra um
veículo com um empréstimo bancário, um técnico ou profissional que
compra em iguais condições seu equipamento para trabalhar, etc.
SUA RELAÇÃO COM UM PACTO ESCRITOSe creio no princípio do dízimo e tenho sido um dizimista por anos, por que razãome solicitam que assine um compromisso ou um pacto para dizimar?
em primeiro lugar, você crê nas promessas assinadas. você assina um
documento quando solicita um empréstimo para comprar sua casa.
Assina documentos no banco quando deposita dinheiro para cobrir
os cheques que emitirá. Assina sua declaração de imposto de renda.
Assina muitas coisas para pagar tudo o que necessita para viver. tam-
bém assina um documento quando se casa. então, por que não assinar
uma promessa para dizimar fielmente?
se dizima regularmente, por que incomodar-se quando escuta
o convite para continuar dizimando? ou se é um membro novo que
começou a dizimar, por que vacilar quando é convidado a assinar uma
promessa de ser fiel a deus?
Fazer um compromisso para dizimar:
1. compromete-nos de uma maneira espiritual e bíblica;
2. sustém-nos em nossa santa responsabilidade;
3. aproxima-nos de deus e distancia-nos de nosso ego e de satanás;
4. fortifica a santidade de nosso testemunho;
e. oferece-nos o gozo genuíno de estar em dia com os registros de deus;
5. abre-nos caminho a um estilo de vida gratificante.
102
“um espírito mesquinho e egoísta impede os homens de da-
rem a deus o que lhe pertence. o senhor fez um concerto com
o homem, de que se eles separassem regularmente a parte destinada
ao avanço do reino de cristo, ele os abençoaria abundantemente, de
tal modo que não haveria mais lugar para receber-lhe as dádivas. mas
se os homens retiverem o que pertence a deus, o senhor declara aber-
tamente: ‘com maldição sois amaldiçoados [...]’(mal. 3:9).” (cm, 77).
se apesar do mencionado você continua crendo na impossibi-
lidade de fazer um compromisso ou pacto escrito para dízimos, deve
sentir-se livre para não fazê-lo. em seu lugar, procure renová-lo perio-
dicamente (anualmente, por exemplo) por meio de um compromisso
pessoal e íntimo entre você e seu deus.
ENSINO ÀS CRIANÇASDeveria ser ensinado às crianças dizimarem seus escassos recursos?
cada um deveria dizimar, não importa quão abundantes sejam
seus recursos. em geral, toda pessoa que tem idade suficiente para
entender geralmente tem uma pequena quantidade de dinheiro
e é responsável diante de deus pela maneira como administra. dizimar
é o melhor plano para cada pessoa, porque é o plano de deus.
deve-se ensinar as crianças a dizimarem desde seus primei-
ros anos. john d. rockfeller disse que sua mãe lhe havia ensinado
a dizimar quando era pequeno e trabalhava para ajudá-la a sustentar-se.
103
DizimarComo
Anos mais tarde declarou: “se não houvesse dizimado o primeiro
dólar que obtive não me haveria sido possível dizimar o primeiro mi-
lhão de dólares que ganhei. diga aos leitores que ensinem os meninos
a dizimar e os verão crescer como mordomos fiéis do senhor”.
no capítulo 63 de O Lar Adventista, intitulado: “instrução
às crianças sobre como ganhar e usar dinheiro”, há um subtítulo
que diz: “ensina as crianças a darem dízimo e ofertas”. A parte final
deste trecho diz:
“As indicações dadas pelo espírito santo por intermédio
do apóstolo Paulo sobre ofertas apresenta um princípio que se
aplica também ao dízimo. ‘no primeiro dia da semana cada um de
vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade.
’ Pais e filhos estão aqui incluídos” (la, 389).
104
Capítulo 6
QuandoDizimar
106
DEVOLVÊ-LO UMA SÓ VEZ AO ANOE correto devolver meu dízimo de uma só vez no final do ano?
não seria o melhor, por três principais razões:
1. A adoração a deus é um dos conceitos mais importantes ao dizimar.
Por certo a adoração ficará incompleta, se durante todo o ano eu não
apresentar o dízimo a cada mês ou sábado.
2. A Associação ou missão que recebe seus dizimos, tem obrigações
constantes e conta com o dízimo das bênçãos que diariamente deus
lhe provê.
3. em alguns países a inflação pode reduzir seu valor de forma acentuada.
outro fato, não é uma atitude correta reter o dízimo durante todo
o ano, pois quem assim procede esta negociando com dinheiro que não
é seu mas de deus.
você pode cair nesta armadilha e reincidir. Além disso, há
perigo de uma simplificação excessiva. As pessoas têm dinheiro
durante todo o ano para comprar alimentos, roupas, combustível,
móveis e muitas outras coisas. Portanto, é fundamental que devolvam
mensalmente seu dízimo, ou a cada vez que estejam em condições de
fazê-lo, não esperando até que termine a colheita ou feche o balanço
de seu negócio.
107
DizimarQuando
´
“Algumas pessoas têm por muito tempo negligenciado tra-
tar honestamente com seu criador. deixando de separar o dízimo
semanalmente, permitiram que este se acumulasse até alcançar uma
grande quantia. Agora muito relutam em endireitar a questão. conser-
vam esse dízimo atrasado, usando-o como se fosse deles. mas é a pro-
priedade de deus, que eles têm recusado pôr no seu tesouro” (cm, 96).
“lembrem-se os que se tornam descuidados e indiferentes
e que estão retendo os dízimos e ofertas, que estão bloqueando o ca-
minho, de modo que a verdade não pode ir às regiões distantes. é-me
ordenado apelar ao povo de deus para que redima sua honra dando
a deus dízimo fiel” (cm, 96).
INSISTIR EM SUA PRÁTICAComecei a dizimar em uma oportunidade mas não pude continuar.E aconselhável que procure fazê-lo novamente?
Por todos os meios procure fazê-lo novamente quantas vezes puder.
Acaso as crianças que caem enquanto começam a caminhar deixam de
tentá-lo e passam o resto de seus dias em cadeiras de rodas? cada vez
que se levantam tentam de novo. eventualmente algumas delas pode-
rão chegar a escalar o monte everest ou correr 100 metros em menos
de 10 segundos. se você começou a dizimar mas não pôde continuar,
procure fazê-lo novamente o quanto antes. o segredo é perseverar na
mão de deus.
108
DEVOLVÊ-LO DEPOIS DE CADA TRANSAÇÃO COMERCIALDevido à índole de minhas atividades comerciais, durante o mês formalizovárias transações. Deveria descontar o dízimo cada vez que faço um negócio ou poderiaesperar para fazê-lo até o fechamento do balanço anual?
Assim como não esperamos até ter o balanço final do ano para comprar
um carro, máquinas, roupas ou alimentos com os lucros já obtidos,
assim também nos parece que o dízimo deveria ser devolvido embora
não necessariamente com total exatidão, ao concluir cada transação
comercial. no final do ano, no encerramento do balanço se fará o ajuste
final.
Quando se desconta o dízimo somente no encerramento do
balanço, pode ocorrer que certos negócios e seus correspondentes
lucros, em parte, tenham sido feitos com o que pertence ao senhor.
“Assim cantarei salmos ao teu nome perpetuamente para
pagar os meus votos de dia em dia” (salmo 61:8).
NÃO SE RECOMENDA A POSTERGAÇÃOLevítico 27:30 e 31 autoriza a retenção dos dízimos(quer seja por uma causa de necessidade ou por razão de força maior) com a condiçãode que mais tarde o mesmo seja devolvido com o adicional da quinta parte?
o antigo povo de deus muitas vezes devolvia o dízimo com produtos
ou mercadorias. note que o dízimo mencionado era aquele que
o homem podia “redimir” ou resgatar. ou seja, “da semente da terra
109
DizimarQuando
110
como do fruto das árvores”. tanto é que os versículos 32 e 33 não
autorizam sob nenhum aspecto redimir o dízimo do rebanho e do gado.
este resgate era permitido quando o crente necessitava do
fruto ou do grão para usá-lo como alimento, ou para semeá-lo para
a próxima colheita. nessas condições (e havendo avaliado previamente
o valor do dízimo que correspondia devolver) o mesmo podia ser
redimido pagando seu valor em dinheiro ou em algum outro produto
equivalente, mais uma quinta parte de seu valor.
Aqui não se encontra desculpa alguma para adiar a devolução
do dízimo. o propósito de deus não foi dar a opção de postergar
a devolução a quem quisesse assim o fazer, seja lá quais forem os
motivos. o adiamento da devolução era uma opção apenas àqueles que
tinham extrema necessidade alimentícia ou para ser usado em plantação
futura, conforme já foi explicado. em consequência, levítico 27:30
e 31 de maneira alguma autoriza, em nossos dias, que um fiel filho de
deus retenha a devolução de seu dízimo por algum tempo, mesmo com
a condição de devolvê-lo com o acréscimo de um quinto de seu valor.
Capítulo 7
OndeDizimar
112
DEVOLVÊ-LO NA CONGREGAÇÃO DA QUAL É MEMBRODevo devolver meu dízimo na igreja onde sou membro?
sim, deve devolver seu dízimo na igreja da qual você é membro.
Alguns pensam: “dou o dízimo onde mais me agrada”. e enviam seu
dízimo a diferentes lugares. Às vezes, por exemplo, entregam uma
parte à tesouraria da igreja local, outra à uma missão pobre e que
necessita de mais obreiros, outra vez enviam para manter instruto-
res bíblicos voluntários em campanhas evangelísticas, entre outras
finalidades.
Pensar e atuar deste modo, não somente revela um senso muito
pobre e falta de confiança na liderança da igreja, mas também denota
desobediência à ordem do senhor.
com efeito, a Bíblia é clara com respeito ao lugar onde de-
vem ser levados os dízimos: “à casa do tesouro” (mal. 3:10). A casa
do tesouro é a igreja local onde você assiste para adorar a deus.
o Manual da Igreja estabelece isto claramente na página 194: “A prática
da denominação é que o dízimo seja entregue à igreja local, da qual
a pessoa é membro. todo desvio dessa prática deve efetuar-se apenas
por arranjo especial efetivado pela Associação ou missão interessada,
com base em circunstâncias e condições que tornem aconselhável esse
afastamento da prática geral” (mi 194, edição 1974).
“o senhor pede que seu dizimo seja entregue em seu tesouro.
estrita, honesta e fielmente, seja-lhe devolvida esta parte” (cm. 82).
113
DizimarOnde
DEVOLVÊ-LO, EMBORA NÃO ASSISTA À IGREJANecessito devolver o dízimo, embora não assista a igreja?
sim. deus diz que devemos levar todos os dízimos à casa do tesouro
(mal. 3:10). Paga você o aluguel de sua casa ou os impostos quando
está de férias e não vive em sua casa? Paga as prestações do carro
embora não o use?
temos que considerar três pontos:
1. os gastos que demandam o sustento do ministério da evangelização
continuam quando você está presente e quando não está;
2. deus espera que você dizime seus lucros cada vez que os receba,
independente de estar ou não em condições de ir à igreja. dizimar
é uma prova do reconhecimento da soberania e propriedade de deus
sobre tudo o que existe e nada tem que ver com a possibilidade física
de assistir ou não à igreja. lamentavelmente é uma triste realidade
o fato de que quem deixa de dizimar, pouco a pouco vai deixando de
assistir à igreja. isto é uma prova de que o dízimo genuíno é resul-
tado de uma profunda experiência espiritual com deus. “[...] Aquele
a quem ele tem confiado grande capital não considerará um fardo
pesado atender aos reclamos de uma consciência iluminada segundo
os ditames de deus” (cm, 74);
3. se permanecendo ocasionalmente ausente da igreja você pode “eco-
nomizar” dinheiro ao não dizimar, está aumentando a tentação de
permanecer ausente todo o tempo e “economizar” todos os dízimos
de deus para você.
114
SEU USO FOI ESTABELECIDO POR DEUSPoderia eu mesmo usar o dízimo em vez de levá-lo à igreja?
não, porque sua igreja necessita do dízimo. A regra é esta: nunca faça
alguma coisa que, se fosse feita por todos os membros, causaria debi-
lidade ou atraso à igreja. se todos os membros usassem seus dízimos
como melhor lhes parecessem, embora com o melhor dos propósitos
cristãos, a anarquia financeira e administrativa prevaleceria na igreja.
Aqui poderia ser aplicado o princípio: “mas faça-se tudo
decentemente e com ordem” (cor. 14:40).
“uma mensagem muito clara, definida, me foi dada para nosso
povo. é-me ordenado dizer-lhes que estão cometendo um erro em
aplicar os dízimos a vários fins, os quais, embora bons em si mesmos,
não são aquilo em que o senhor disse que o dízimo deve ser aplicado.
os que assim o empregam, estão se afastando do plano de deus. ele
os julgará por essas coisas” (cm, 102).
mas ainda, o mesmo espírito de Profecia diz que deus “não
pode suster os que pensam poder fazer o que querem com o que lhe
pertence” (cm, 106).
devolva seus dízimos ao senhor por meio da tesouraria da
igreja da qual você é membro (este é o ensinamento da Bíblia e o me-
lhor sistema), e não os use para dar ofertas. As ofertas não devem vir da
parte que deus reserva para si, mas dos noventa por cento restantes
de nossos lucros.
“ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para em-
pregá-lo seguindo seu próprio juízo. não devem servir-se dele numa
115
DizimarOnde
emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que
possam considerar como obra do senhor [...]. eles devem ser postos
em seu tesouro, e mantidos sagrados para o serviço dele, de acordo
com o que designou” (cm, 101).
SUA RETENÇÃOSe estou em desacordo com a maneira como a igreja usa os dízimos,poderia reter os meus?
é evidente que você não deve reter os dízimos. nunca deve nem
sequer pensar em tal coisa. deus instituiu o dízimo para o seu bem
espiritual e a salvação de outros, pois determinou que seu valor fosse
destinado ao sustento do ministério da evangelização.
A igreja de deus é a sua igreja. sendo sua igreja, é seu
glorioso privilégio e responsabilidade cristã sustentá-la com seus
dízimos, ofertas, orações, assistência, trabalho, testemunho, além de
outras formas possíveis.
mesmo não sendo escolhido para ocupar algum cargo ou
responsabilidade na igreja, lembre-se de que ainda é sua igreja. se
em relação ao uso dos dízimos você crê que certas coisas necessitam
melhorar ou mudar, você pode partilhar sua carga com espirito san-
tificado de cooperação e coração humilde. isto pode ser feito através
dos meios regulares que sua igreja tem para tais fins. entretanto, não
perca as bênçãos reservadas ao dizimista fiel.
“Alguns se têm sentido mal-satisfeitos, e dito: ‘não devolverei
mais o dízimo; pois não confio na maneira por que as coisas são
116
administradas na sede da obra’. roubareis porém, a deus, por
pensardes que a administração da obra não é correta? Apresentai
vossa queixa franca e abertamente, no devido espírito às pessoas
competentes. solicitai em vossas petições que se ajustem as coisas
e ponham em ordem; mas não vos retireis da obra de deus, nem
vos demonstreis infiéis porque outros não estejam fazendo o que
é correto” (cm, 93, 94, apud oe, pág 226).
“oferece a deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo
os teus votos” (sal. 50:14).
117
DizimarOnde
118
Capítulo 8
ODízimoe os possíveisPretextos
120
“TENHO DÍVIDAS”Devo dizimar apesar de minhas dívidas?
sim, pois nossa primeira e maior dívida é com deus, que nos dá
todas as coisas. Aqui cabe mais uma vez o princípio do dízimo: pri-
meiro deus. mas é importante relembrar que todo o cuidado deve ser
tomado para evitar as dívidas.
independentemente das obrigações financeiras com seus
semelhantes, o dizimista cristão inteligente e fiel sempre se considera
endividado em primeiro lugar com deus, pois ele é o proprietário de
tudo o que lhe confiou em mordomia. é um grande erro usar o dízimo
de deus para pagar dívidas a seres humanos. não se pode pagar rou-
bando a outros.
“‘roubará o homem a deus?’ A consequência de assim fazer
é francamente declarada e eu não me arriscaria a sofrê-la. todos
os que assumirem a posição sincera e decidida de obedecer a deus;
que não tomarem os fundos de reserva do senhor – seu dinheiro –
para liquidar os débitos; que derem ao senhor a parte que ele reclama
como sua, receberão as bênçãos de deus prometidas a todos os que
lhe obedecem” (cm 92,93).
uma pessoa provavelmente terminará suas dívidas mais rápida
e facilmente sendo fiel e honrado a deus. A seguinte experiência da sra.
ellen g. White sobre o assunto é contundente: “depois de haver eu
falado com grande franqueza à igreja de sydney (Austrália), e estar colo-
candomeu casaco, no vestuário, foi-me feita a pergunta: ‘irmã White,
acha que meu pai deve devolver o dízimo? recentemente teve grande
121
O Dízimo Pretextose os possíveis
prejuízo, e diz que logo que liquidar sua dívida, devolverá o dízimo.’Perguntei: ‘como considerais nossa obrigação para com deus, que nos dá a vida e a respiração, e todas as bênçãos que gozamos? Quereríeis que nossa dívida para com deus fosse continuamente aumentando? roubar-lhe-íeis a parte que ele nunca nos deu para usar para qualquer outro propósito que não o de fazer sua obra avançar, manter-lhe os servos no ministério? em resposta à vossa pergunta, interroga o profeta malaquias: roubará o homem a deus? todavia vós me roubais e dizeis: em que te roubamos? como se não houvessevontade de entender essa questão. vem a resposta: nos dízimos e nas ofertas alçadas. com maldição sois amaldiçoados, porque me roubaisa mim, vós, toda a nação. depois de tal declaração, ousaria eu dizer-vos:não precisais dar o dízimo enquanto estiverdes devendo? Quer que eu vos diga que certamente deveis pagar tudo o que deveis a qualquerhomem, embora roubeis a deus, para fazê-lo?’” (cm, 92).
“NÃO É SUFICIENTE PARA EU VIVER”O que ganho é muito pouco e não é suficiente para minhas necessidades.Devo devolver o dízimo?
muitos têm sentido este problema vivamente. mas o senhor nãonos pede que dizimemos do que não temos, mas do que possuímos.o dízimo é uma instituição divina, baseada em princípios tão justos que o torna possível para todos os crentes, seja qual for sua condição social ou financeira. À luz da Bíblia, do espírito de Profecia e da experiência cristã,
nenhum crente (por pobre que seja) tem direito a esquivar-se do dever
122
sagrado de devolver o dízimo, embora viva do auxílio da própria igreja
da qual é membro. se do pouco que temos devolvemos sinceramente
o dízimo, ficaremos surpreendidos ao comprovar como deus nos
capacitará e ajudará para obter mais recursos. existe algum pobre
que ficou mais pobre ainda ao dizimar? se do pouco que possuímos
dizimamos, de acordo com a Bíblia, somos tão aprovados por deus
como aquele que devolve o dízimo de suas muitas riquezas. isto porque
dizimar é um ato de fé. A Bíblia não exime ao pobre de dizimar.
jesus não observa tanto a quantidade de dízimo, mas a pro-
porção do mesmo em relação às posses, e, sobretudo, o motivo pelo
qual dizimamos. este princípio fica ilustrado com o incidente da viúva
que, como oferta, “colocou duas moedas”. “em verdade vos digo que
esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos
os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela,
porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.”
(mar. 12:41-44).
o espírito de Profecia aprova o dízimo dos pobres quando
diz: “não devem permitir que a pobreza os impeça de depositar um
tesouro no céu. As bênçãos ao alcance do rico, acham-se também ao seu
alcance. [...] ele pede como sua a décima parte de suas rendas, sejam
elas grandes ou pequenas; [...] Ainda que a igreja seja composta, na
maioria, de irmãos pobres, o assunto da liberalidade sistemática deve
ser plenamente exposto, e o plano adotado de coração [...]. Aquele que
segue o plano de deus no pouco que lhe foi dado, receberá a mesma
recompensa que aquele que oferta de sua abundância” (oe, 222, 223).
123
O Dízimo Pretextose os possíveis
“MINHA FAMÍLIA ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR”Deveria dizimar quando minha primeira obrigação é com a minha família?
Paulo diz: “mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente
dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (i tim. 5:8).
mas, jesus disse: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não
é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não
é digno de mim”. (mat. 10:37). Aqui não há conflito. jesus e Paulo
nos dão os dois lados da moeda do dever cristão. o responsável deve
prover o necessário para sua família, mas nunca permitir que esta lhe
impeça de fazer a vontade de deus.
“Algumas pessoas se sentem sob sagrado dever para com
os filhos. A cada um devem dar seu quinhão, mas se acham incapazes
de conseguir meios para auxiliar a causa de deus. dão a desculpa de
que têm um dever para com os filhos. Pode isso ser certo, mas seu
primeiro dever é para com deus. [...] não permitais que vossos filhos
roubem vossas ofertas do altar de deus, usando-as para seu próprio
proveito” (cm, 94).
“os que retêm do tesouro de deus, e acumulam os meios de
que dispõem para seus filhos, põem em risco o interesse espiritual dos
mesmos. colocam suas propriedades, que são pedra de tropeço para
eles, no caminho dos filhos, de modo a que nela tropecem para perdi-
ção” (i ts, 379).
Ambos os aspectos são importantes. Quem é negligente
e abusa de sua família, dificilmente será leal a deus. mas a pessoa que
ama plenamente a deus e lhe serve fielmente cuidará também de sua
124
família. embora seja necessário manter a família com mais economia, devemos dizimar. Ao devolver os dízimos descobriremos que os nove décimos restantes alcançam muito mais. “sempre têm provado que
nove décimos valem mais para eles do que dez décimos” (cm, 68).
“TENHO RAZÕES PARTICULARES PARA NÃO DEVOLVÊ-LO”Tenho razões particulares para não dizimar.Certamente não se espera que deva dizimar, verdade?
não. deus espera que você dizime. jesus explorou esta pergunta mui-
tos séculos atrás, quando descreveu um banquete ao qual convidados
não compareceram por várias razões particulares (lucas 14:15-24).
um havia adquirido uma fazenda, outro havia comprado alguns bois
que desejava provar e outro se encontrava em lua de mel. embora
fossem somente desculpas, não eram tão absurdas como as que se
apresentam hoje para não aceitar a realidade da devolução do dízimo.
certo agricultor perguntou a seu vizinho: - empresta-me
o teu machado? – não – foi a resposta – amanhã tenho que ir à cidade.
mais tarde alguém lhe perguntou:
- Que relação tem a sua viagem à cidade com o empréstimo do machado?
- nenhuma – respondeu. – Quando não se tem o desejo de emprestar,
uma desculpa é tão boa quanto a outra.
muitos estão empregando a mesma lógica como desculpa
para não dizimar. um cristão que havia feito muitas objeções para
dizimar, mais tarde declarou: “Quando se está de acordo ou se compre-
ende que o princípio do dízimo é correto, é notável quão rapidamente
125
O Dízimo Pretextose os possíveis
todos os problemas e perguntas desaparecem”. talvez existam duas
razões básicas pelas quais as pessoas rejeitam o princípio de dizimar:
1. creem erroneamente que o dízimo realmente lhes pertence em lugar de reconhecer que o mesmo pertence a deus como expressa levítico 27:30. “exigia um décimo, e isto ele requer como o mínimo que o homem lhe deve devolver. diz: dou-vos nove décimos, ao passo que exijo um décimo; este é meu. Quando os homens o retêm, estão roubando a deus” (i ts, 373);
2. creem que podem roubar a deus sem ser descobertos (mal. 3:8). “tudo quanto é retido daquilo que deus requer a décima parte do rendimento, é registrado nos livros do céu como roubo a ele feito” (i ts, 373).
“NÃO VEJO RAZÃO PARA DEVOLVER ALGOA DEUS QUANDO ME CUSTOU TANTO GANHÁ-LO”Se este dinheiro é meu porque trabalhei duramente para obtê-lo,por que tenho que devolvê-lo em conceito de dízimo?
esse dinheiro é realmente seu? se você é um agricultor, quem lhe provê
o sol, a chuva e o gérmen de vida que está na semente? “do senhor
é a terra” (salmo 24:1). observe como cresce e amadurece o grão que
deus lhe dá. se você é um mecânico, deus deu o trabalho (que você
algum dia deixará). tudo que você faz em seu trabalho é somente
aproveitar as oportunidades que deus lhe tem concedido.
126
deus deseja que aceitemos o conceito de que tudo lhe per-
tence, inclusive nós mesmos. deus criou o mundo e o colocou aqui.
tudo é de deus, nada é nosso. nós somente somos mordomos, admi-
nistradores de deus. ele deseja que conheçamos seu direito de pro-
priedade sobre nosso corpo, nossas oportunidades, sobretudo o que
somos e temos. ele quer que não somente o admitamos, mas que lhe
demonstremos diariamente nosso gozo e completa entrega a ele de-
volvendo os dez por cento de nossas rendas à tesouraria de sua igreja.
“ENTREGO MINHA CAPACIDADE E SERVIÇOS EM TROCA”Posso deixar de devolver o dízimo se entrego à igreja meus talentos e meus serviços?
um oficial da igreja que estava relutando em devolver o dízimo,
pensava que poderia descontar cinco reais de seu dízimo cada vez
que cantava no coral, dez reais cada vez que cantava um solo vocal
e quinze reais cada vez que dirigia os cânticos. Alguém calculou que,
de acordo com a sua ideia, poderia descontar mil reais por semana
para pastorear a congregação local. congregação esta que tinha um
dízimo potencial semelhante à metade dessa quantia. deus não está
solicitando nosso dízimo ou nossos talentos. ele quer nosso dízimo
e nossos talentos. salomão disse: “não sejas sábio a teus próprios
olhos” (Prov. 3:7).
Há cristãos que dão de seu tempo e de seus talentos com des-
prendimento à causa de deus. eles inclusive dão somas de ofertas
para construção de templos, programas radiofônicos e/ou televisão,
etc., mas não devolvem o dízimo.
127
O Dízimo Pretextose os possíveis
nossa responsabilidade diante de deus não se esgota sendo fiéis em uma ou mais áreas da vida. devemos sê-lo em todas. e na dos bens, corresponde dar a deus o primeiro lugar, devolvendo-lhe o que é seu. “grandes ou pequenas que sejam as posses de qualquer indi-víduo, [...] por sua força, habilidade, tempo, talentos, oportunidades e recursos, tem que prestar contas a deus. é esse um trabalho indivi-dual” (cm, 22).
“SUBSTITUO-O COM MINHAS ORAÇÕES”Oro devotamente a Deus e estou sempre unido a Ele pela oração. Isto substitui o dízimo?
o dízimo é um mandamento para nosso próprio bem e para o avanço da igreja no cumprimento de sua missão neste mundo. o espírito de Profecia é contundente em relação a isto quando declara: “Por mais fre-quentes e fervorosas que sejam as orações feitas, jamais serão aceitas por deus em lugar de nosso dízimo. A oração não paga nossas dívidas
para com o senhor” (cm, 99).
“SUBSTITUO-O COM MINHAS OFERTAS”Estou ofertando regularmente, mas não dizimo. Se procurar ser mais liberal do que tenho sido até o momento, não seria suficiente?
liberal em que? você não devolve o dízimo! A liberalidade não começa até que seja pago o que se deve. os dizimistas nunca são doadores
liberais enquanto não ultrapassam o dízimo. Até esse ponto são
128
pagadores de dívidas. dizer que seria mais liberal sem dizimar é uma
contradição. é evidente que você pode incrementar suas ofertas, mas
se ainda não está devolvendo o dízimo continua roubando a deus.
embora dê mais, está roubando-o; enquanto não lhe devol-
ver o dízimo completo em sua tesouraria, estará roubando. o dízimo
significa dez por cento. Por que não aceita colocar a deus em primeiro
lugar? ele disse: “Porque eu, o senhor, não mudo” (mal. 3:6, p.p.).
deus não aceita nada em lugar do dízimo. As ofertas não podem pagar
nossa dívida com deus.
”NÃO DEVEMOS PREOCUPAR-NOS TANTO”Se devemos tudo a Deus, por que preocupar-nos tanto com o dízimo?
realmente, devemos a deus cada coisa, incluindo o dízimo. tudo lhe
pertence e nos foi confiado para que sejamos seus mordomos ou ad-
ministradores. deus não nos pede que lhe devolvamos tudo; somente
que lhe devolvamos os dez por cento como um reconhecimento de
sua propriedade e nossa mordomia.
cada pessoa deverá decidir se dizimará ou não. mas, dizimar
é nossa resposta de amor para com o proprietário de tudo o que
temos, incluindo a nós mesmos.
Quando uma pessoa honesta reconhece que deus é o dono de
tudo, inclusive dela mesma, está bem encaminhada para chegar a ser
uma dizimista fiel e feliz. dizimar como um dever legal não é a manei-
ra de demonstrar que deus é o dono de tudo; o caminho é dizimar por
129
O Dízimo Pretextose os possíveis
amor a deus, baseado na compreensão do amor de deus (ii cor. 5:14),
um amor que obedece com alegria e determinação à sua ordem: “tra-
zei todos os dízimos ao tesouro”.
Poderia um esposo exemplar comprar um terno para si no
valor de r$ 1.500,00 e depois gastar somente r$ 250,00 em algo para
sua esposa e voltar cantando e dizendo: “eu amo a minha querida”?
não! tampouco poderia um cristão genuíno gastar para si mesmo
as bênçãos financeiras que o céu lhe dá, colocar somente um bilhete
ocasional na cesta de ofertas e cantar: “oh! Quanto amo a cristo”
“NÃO SEI SE PODERIA CONTINUAR A DEVOLVÊ-LO”Creio no princípio do dízimo, mas não desejo começar a dizimar, pois não sei sepoderei manter-me nessa linha. Posso começar a devolver mais adiante?
Ao entender claramente um dever é tempo de começar a cumprí-lo.
Postergar seu cumprimento não somente é perigoso, mas pode
ser fatal para a alma. A única maneira de cumprir um dever cristão
é começar a fazê-lo imediatamente e seguir adiante sem preocupar-se
com as consequências. esperar até ver o caminho claro, pode ocasionar
uma irreparável queda espiritual. não será fácil devolver o dizimo
mais adiante. Ao contrário, será difícil. Quando um cristão posterga
em devolver o dízimo, quem ganha é satanás. todos sofrem especial-
mente a pessoa que posterga a fazer a vontade de deus. não postergue
seu dever! comece agora. o senhor premiará sua determinação
e fidelidade.
130
Afinal, jesus mesmo disse: “se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e segue-me”
(lucas 9:23). o princípio de cumprir “cada dia” o dever está aqui
claramente enunciado.
131
O Dízimo Pretextose os possíveis
132
Capítulo 9
AIgrejae Sua
com oRelaçãoDízimo
134
SUA DEVOLUÇÃO E A CONDIÇÃODE MEMBROS DA IGREJADizimar é um requisito para pertencer à Igreja Adventista?
A igreja Adventista do sétimo dia não faz do ato de dizimar uma
prova de discípulo. contudo, crê que é uma obrigação bíblica e que
seus membros devem procurar, pela graça de deus, cumprir para
seu próprio bem espiritual. isto os levará a receber a plenitude das
bênçãos e experiências cristãs, bem como também contribuir para
o avanço da igreja do senhor neste mundo. “embora o ato de devolver
o dízimo não constitua prova de discipulado, é ele reconhecido
como uma obrigação bíblica que todo crente tem para com
deus, e como uma das práticas espirituais em que deve ter parte ao
reclamar pela fé a plenitude da bênção da vida e da experiência cristãs”
(mi, 165, edição 1981).
Por isso, através do voto batismal, o membro que vai ser
batizado manifesta diante da congregação o propósito de sustentar
a igreja com seus dízimos (veja mi, pág. 56, ponto 9), o que já deverá
estar praticando antes do batismo. é responsabilidade da igreja
instruir devidamente o membro sobre este tema.
SUA NÃO DEVOLUÇÃO E A PERDA DA CONDIÇÃODE MEMBRO DA IGREJAPode alguém ser eliminado dos livros da Igreja por não dizimar?
não, pelas seguintes razões:
135
AIgrejae a Sua Relaçãocom oDízimo
1. Por não ser uma prova de discipulado, ninguém pode ser eliminado
dos registros da igreja por não dizimar.
“membros não podem ser removidos por razões financeiras, conquan-
to os membros devam sustentar a obra da igreja tanto quanto pos-
sam, nunca poderão ser removidos por causa de sua incapacidade ou
falha em contribuir financeiramente com a igreja” (mi, pag. 68);
2. Porque embora o não dizimar seja o descumprimento a uma ordem
bíblica que (como algumas outras) supõe firmemente a violação de
um ou mais mandamentos, este ato não é considerado pela igreja
Adventista como uma violação aberta da lei de deus que traga opró-
brio à sua causa e igreja. em consequência, não é motivo de disciplina
eclesiástica;
3. Porque não é missão da igreja fiscalizar se seus membros são fiéis
ou não na devolução dos dízimos. disciplinar a um membro por tal
razão poderia dar a impressão de que a igreja Adventista aparta de
seu seio a quem não contribui financeiramente.
é interessante notar que, depois de falar do problema do dízimo
em israel, o profeta malaquias assinala a existência de um “livro de
memória” em que se registram os nomes “dos que temem ao senhor”
(mal. 3:6). Queira deus que nosso nome esteja registrado ali, e não
somente nos livros da igreja!
136
SUA DEVOLUÇÃO E A CONDIÇÃODE SER OFICIAL DA IGREJAPode ser oficial da Igreja alguém que não é fiel nos dízimos?
Por certo que não. deus deu o dízimo para que o homem tenha uma
experiência espiritual mais rica com cristo por meio de um caráter
cada vez mais semelhante ao dele, e para que o mesmo seja destinado
ao sustento do ministério e progresso de sua igreja. não vemos como
alguém que despreza estas oportunidades negligentemente possa ser
escolhido como líder em alguma responsabilidade da igreja.
o manual da igreja, ao fazer referência que o ancião é res-
ponsável pela promoção do dízimo na igreja, diz por extenso o seguin-
te: “o homem que deixa de dar exemplo neste assunto importante, não
deve ser escolhido para o cargo de ancião nem para cargo algum da
igreja”.
também na página 139, ao falar que os obreiros da Associação
e os dirigentes da igreja devem dar o exemplo na devolução do
dizimo, diz: “espera-se que anciãos e outros oficiais, bem como o pastor
e os servidores da Associação, deem um bom exemplo de liderança
por meio da devolução do dízimo. Aquele que não se ajustar a esse
padrão de liderança não deve ser mantido como um oficial da igreja
ou como obreiro da Associação.”
Por isso, o princípio que Paulo seguia em sua conduta é muito
oportuno: “Pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado” (i cor. 9:27).
137
AIgrejae a Sua Relaçãocom oDízimo
ENCARREGADOS DE SUA PROMOÇÃO NA IGREJAQuem são os responsáveis por incentivar a fidelidade na devolução do santo dízimo na igreja?
de acordo com o Manual da Igreja, os responsáveis são:
1. o pastor 2. o ancião 3. o tesoureiro 4. o diretor do departamento de mordomia
RESPONSABILIDADE DO TESOUREIRO DA IGREJAQual é a responsabilidade imediata do tesoureiroda Igreja ao receber o dízimo dos membros?
deve dar o quanto antes o recibo correspondente. o manual da igreja
diz o seguinte: “devem ser emitidos recibos com prntidão de todo
dinheiro recebido dos membros, não importa quão pequena seja
a quantia, e feita pelo tesoureiro uma estrita prestação de contas de
todos os recibos e pagamentos.”(mi, Pag. 87 - ed. 2010)
o membro tem todo o direito de solicitar seu recibo se, por
uma razão qualquer, não lhe for devolvido em tempo razoável.
RESPONSABILIDADE DO MEMBRO DA IGREJAQual é a responsabilidade do membro ao devolver o dízimo?
sua responsabilidade consiste em:
1. devolver o dízimo dentro do envelope de dízimos e ofertas;
138
2. Anotar no espaço correspondente a quantia que está devolvendo;
3. Assegurar-se de que a quantia que entrega como dízimo coincida
com o que anota;
4. Assinar e colocar seu nome, telefone e e-mail (se tiver);
5. Preparar o dízimo e as ofertas em casa (i cor. 16:2), junto com
a família;
6. colocar o envelope no local destinado ao mesmo no momento refe-
rente aos os dízimos e ofertas, na hora do culto divino, como um ato
de adoração.
só excepcionalmente se aconselha entregá-lo pessoalmente
ao tesoureiro.
“deve todo homem trazer livre, voluntaria e alegremente
os dízimos e ofertas à casa do tesouro do senhor, [...]” (cm, pág. 67).
SUA DEVOLUÇÃO EM PRODUTOS, ANIMAIS, ETC.Que deveria fazer o tesoureiro da igreja local quandorecebe dízimos em produtos, animais, etc.?
Pode fazer várias coisas. sugerimos aqui algumas:
1. Pedir ao membro da igreja que venda os produtos, animais, etc., pagando o preço conforme o valor no mercado;
2. no caso do membro insistir em deixar os produtos ou animais, que
139
AIgrejae a Sua Relaçãocom oDízimo
a comissão da igreja designe dois ou mais irmãos para os venderem
no mercado pelo melhor preço.
obs.: em qualquer dos casos anteriores a venda nunca deverá ser efe-
tuada no sábado.
o ideal é que o pastor distrital não esteja envolvido direta-
mente na venda desses bens, a fim de não dar a aparência de comércio.
Além disso, ele também deve ficar livre para a pregação do evangelho,
sem dedicar tempo para as atividades rotineiras da igreja.
CUIDADOS E DISCRIÇÃO EM SEU CONHECIMENTOQual deve ser a conduta das pessoas que têm conhecimentodas quantias específicas de dízimos devolvidos pelos irmãos?
As pessoas que sabem o valor do dízimo devolvido pelos membros
devem portar-se com muito cuidado e discrição.
conforme o Manual da Igreja, as pessoas que podem ter acesso
ao livro da tesouraria da igreja e em consequência a estas cifras são
as seguintes:
1. o tesoureiro da Associação/missão local;
2. o revisor ou outra pessoa autorizada pela comissão da associação;
3. o tesoureiro da igreja;
4. o pastor da igreja ou distrito;
140
5. o(s) ajudante(s) da tesouraria;
6. o primeiro ancião da igreja;
7. outras pessoas designadas pala comissão da igreja.
o Manual da Igreja diz do tesoureiro da igreja: “o tesoureiro
deve lembrar sempre que suas relações com os membros da igreja
são estritamente confidenciais. deve ele ser cuidadoso em não fazer
jamais comentários quanto ao dízimo pago por algum membro, nem
sobre as entradas ou outra coisa que com isto se relacione, exceto
com os que com ela partilham da responsabilidade da obra. Pode ser
causado grande dano se esta norma não for observada” (mi, 88).
A PRIMEIRA RESPONSABILIDADE DO PASTORQual é a primeira responsabilidade do pastor em relação ao dízimo?
como bons mordomos de deus, os pastores devem ser os primeiros
em cumprir a responsabilidade de devolver o dízimo que deus reclama
como seu. esta foi a instrução que deus deu no passado (núm.
18:26,28; neem. 10:38), e hoje não pode ser diferente. sobre este
assunto o Manual da Igreja diz o seguinte:
“os obreiros da Associação ou missão e os anciãos e outros
oficiais da igreja, bem como os diretores das instituições, devem reco-
nhecer que é princípio de boa direção na obra de deus, que se dê um
bom exemplo neste assunto da entrega do dízimo” (1˚ parágrafo da
pág. 139, edição, 2010).
141
AIgrejae a Sua Relaçãocom oDízimo
com fins práticos, tanto os pastores como os demais obreiros
devolvemseus dízimos à organização ou instituição onde desempe-
nham suas atividades, por meio de um desconto prévio e automático
que é feito em seus salários, desconto este autorizado por eles. Assim,
estes dízimos se unem aos demais, dos muitos dizimistas de todas
as igrejas e congregações do campo, e são utilizados conforme o con-
selho e a prática da igreja.
OUTRA OBRIGAÇÃO DO PASTORQual é a outra importante obrigação do pastor acerca do dízimo?
o pastor deve ensinar e pregar sobre o dízimo. deve animar a grandes
e pequenos a dizimar, e não vacilar ao empenhar-se no assunto, nem
envergonhar-se por isso.
deve ensinar a igreja a devolver o que pertence a deus
e a fazê-lo com liberalidade, fidelidade e gozo; não somente como
um dever originado no amor que leva ao cumprimento do mesmo,
mas como um privilégio e um prazer. o dízimo é parte da adoração
e é lógico que um crente receba bênçãos quando dizima como quando
ora ou testifica. deverá pregar clara e definitivamente sobre o as-
sunto. um só sermão não será suficiente. Ao pregar sobre o dízimo,
o ministro não deve preocupar-se tanto com as finanças, mas em
ganhar almas e transformá-las da avareza para uma vida espiritual,
usando os recursos que provém do dízimo.
Acontece às vezes, que alguns pastores não pregam muito
sobre o dízimo por temor de que a congregação chegue a pensar
142
que fazem isto porque vivem do dízimo. crasso erro! o pastor deve anunciar “todo o conselho de deus” (Atos 20:27) a fim de edificarespiritualmente o membro e a congregação. como podem os membroschegar a desfrutar das bênçãos de deus se nunca ninguém lhes ensina o que fazer para alcançá-las? como pode ser honesta uma congregaçãose não lhe é ensinado respeitar os direitos de deus e as obrigações do homem? os membros da igreja devem pedir a seus pastores que lhes preguem e ensinem sobre o dízimo e os demais aspectos da mordomiacristã, pois é para o próprio bem da congregação e a salvação demuitas almas. “o ministro deve, por preceito e exemplo, ensinar o povo a considerar o dízimo como sagrado [...]. não deve apoiar qualquer plano para desviar de seu legítimo emprego os dízimos e ofertas de-dicados a deus! eles devem ser postos em seu tesouro, e mantidos sa-grados para o serviço dele, de acordo com o que designou” (cm, 101). “é uma parte da obra do ministro ensinar os que aceitam a verdade mediante seus esforços, a trazerem os dízimos ao tesou-ro, como testemunho de que reconhecem sua dependência de deus. os recém-conversos devem ser plenamente esclarecidos com relação ao seu dever de devolver ao senhor o que lhe pertence” (cm, 105). “se os pastores não se demonstrarem aptos para o cargo, se deixarem de apresentar à igreja a importância de devolver ao senhor o que lhe pertence, se não cuidarem de que os oficiais que estão sob suas ordens sejam fiéis, e que o dízimo seja trazido, estão em perigo. estão negligenciando uma questão que envolve uma bênção ou maldição para a igreja. devem ser alijados de sua responsabilidade, e outros homens devem ser experimentados e provados” (cm, 106).
143
AIgrejae a Sua Relaçãocom oDízimo
144
capítulo 10
AsOrganizaçõese
e o
daInstituições
DízimoAdventistaIgreja
146
SEU DESTINOA que se destinam os 10% do total dos dízimos que cadaOrganização recebe e envia à seguinte?
os 10% do total dos dízimos que cada organização recebe e envia
à seguinte são destinados para:
1. enviar, por sua vez, os 10% à organização seguinte (com exceção
da Associação geral). isto está em harmonia com o princípio de nú-
meros 18:26 e neemias 10:37 e 38;
2. As despesas que demandam o sustento do ministério e a direção da
obra de deus nessa organização.
Fazendo referência direta a isto, o Manual da Igreja, na página
138, diz: “Assim, o dízimo de todas as igrejas flui para a tesouraria da
Associação e percentuais são encaminhados para o nível organizacio-
nal seguinte, de acordo com os regulamentos da Associação geral e
da divisão, para atender os gastos da condução da obra de deus em
suas respectivas esferas de responsabilidade e ação”.
SEU USO NOS CAMPOS LOCAISComo é usado o dízimo que o campo local (Associação/Missão)recebe, e em que porcentagem?
com modalidades e necessidades que variam um pouco de um campo
para outro, a igreja Adventista geralmente usa o dízimo que recebe
de todas as igrejas da seguinte maneira:
147
As IgrejaOrganizaçõese da DízimoInstituições Adventistae o
- 10% divisão sul Americana da iAsd;
- 10% união central Brasileira da iAsd;
- 1,5% ensino superior;
- 2,0% ensino médio;
- 2,5% novo tempo.
AS INSTITUIÇÕES E SUA DEVOLUÇÃOInstituições da Igreja Adventista como hospitais, fábricas de alimentos editoras etc., devolvem o dízimo de seus lucros?
não tem sido prática da igreja Adventista que suas instituições
devolvam o dízimo de seus lucros. isto porque seria estranho se a igreja
devolvesse o dízimo a si mesmo, dado que suas instituições fazem parte
dela.
o que estas instituições fazem quando tem lucros é o seguinte:
participam com um mínimo de 10% dos mesmos com a organização
da qual dependem administrativamente, quer seja Associação, união
ou divisão.
148
Capítulo 11
PerguntasDiversas
150
O DÍZIMO DE DINHEIRO GANHO ILICITAMENTEDeveria a Igreja receber o dízimo de dinheiro obtido ilicitamentecomo o produto de fraudes, assaltos, roubos, logros, etc.?
A igreja não foi estabelecida por deus como departamento de inves-
tigações para determinar quais dízimos provêm de dinheiro obtido
ilicitamente e quais não. mas, se o dizimista der a conhecer a origem
ilícita do dinheiro, deverá ser ajudado a ver que o dízimo que pretende
devolver, assim como o restante, precisa ser restituído a seu legítimo
dono e, portanto, não deve ser recebido.
O DÍZIMO DO NÃO CRENTE OU DO PRODUTODE ATIVIDADES DUVIDOSASDeveria a Igreja receber do produto de atividades que estãoem aberta transgressão aos ditames de Deus ou de uma pessoa que não é crente?
geralmente estas pessoas procedem assim porque de alguma maneira
conhecem a vontade de deus com relação ao dízimo e desejam
fazer sua vontade neste aspecto, embora sejam transgressores de
outras ordens divinas. talvez, inclusive, manifestem que não são
crentes. e quem está autorizado a impedir que alguém faça a vontade
de deus? talvez isto possa ser o meio inicial pelo qual cheguem
a arrepender-se totalmente e se convertam ao senhor.
Às vezes é alegado que esse dízimo é dinheiro sujo e indigno,
porque provém, de fontes duvidosas ou de pessoas que vivem em
151
DiversasPerguntas
desacordo com os princípios de vida cristã. em consequênica, alegam
que este dinheiro não é digno de ser recebido por deus. mas, na
realidade, não há dinheiro limpo ou sujo, digno ou indigno. o di-
nheiro em si mesmo é neutro. sujos ou indignos são os meios usados
para obtê-lo, não o dinheiro. Por conseguinte, quando o dinheiro
é dedicado a deus pode ser legitimamente recebido, salvo no caso
excepcional mencionado na pergunta anterior ou situações
semelhantes.
A preocupação da igreja deveria ser a de procurar corrigir
a conduta desviada do dizimista e não o destino do dízimo.
O DÍZIMO DE CULTIVOS IMPRÓPRIOS PARA UM ADVENTISTADeveriam ser recebidos dízimos de culturas de tabaco, café,erva mate, uva para vinificar, dormideira, coca, etc.?
embora sejam legais ou toleradas pela sociedade, estas plantações não
são convenientes para qualquer membro da igreja Adventista pela
simples razão de que o uso que delas faz hoje o homem é, em sua maior
parte, nocivo para a saúde. em consequência, como filho de deus
deveriamos abster-nos de favorecer o uso ou cultivo dos mesmos.
novamente desejamos destacar aqui que o problema não
está no dinheiro ou nas culturas em si, mas nos meios errados que
usa o homem para obter o dinheiro e no uso equivocado, contrário
ao plano de deus, que faz de tais cultivos.
Por isso, nossa primeira preocupação deveria ser que as pessoas
que estão nesta situação – sejam membros da igreja ou não – pela
152
graça de deus e nossa ajuda, modifiquem sua conduta. A melhor
forma de fazê-lo é orientá-las, animá-las e ajudá-las a abandonar
tais culturas e a se dedicarem a outras atividades diferentes. em últi-
ma instância, o dízimo é uma questão de consciência entre o homem
e deus, e esses dízimos podem continuar sendo recebidos. se a pessoa
persiste em sua conduta mesmo depois de a igreja ter feito tudo que
estava ao seu alcance para mudá-la, não se deve impedir que a mesma
devolva o dízimo, pois não cabe à igreja julgar se pode ou não fazê-lo.
impedi-la de dizimar seria o mesmo que proibir a entrada no templo
de algum proprietário dessa cultura que desejasse guardar o sábado
e frequentar a igreja nesse dia.
CRENTES RICOS, MAS INFIÉISA Bíblia ensina que Deus abençoa o crente que dizima e amaldiçoaao que não devolve o dízimo. Como explicar o fato de que há crentesque foram pobres, mas chegaram a ser ricos, sem haver devolvido o dízimo?
esta é uma pergunta difícil de responder e, sem dúvida, abrange
um assunto bastante complexo. é possível que isto se encontre
entre as coisas que somente pertencem ao senhor, conforme
deuteronômio 29:29.
é conveniente esclarecer e recordar que nem sempre quem
é membro de uma igreja, é crente. muitos chegam a ocupar o mais
alto grau da hierarquia eclesiástica, mas nunca chegam a experimen-
tar a graça da regeneração. Pode ser membro da igreja, oficial ou
obreiro, mas é fingido!
153
DiversasPerguntas
Por esta razão a pessoa não devolve o dízimo e com isso dá
mau testemunho do evangelho. Acumulou riqueza usando proce-
dimento ilícito ou lícito, como procede qualquer pessoa crente. sua
riqueza não foi uma bênção especial de deus. ela foi adquirida nor-
malmente à semelhança das riquezas dos ímpios. isto, naturalmente,
quando se trata de um crente nominal.
o dia de ajuste de contas com o senhor chegará, não tanto
por causa dos dízimos retidos, mas pelo seu desqualificado fingimen-
to. e ele sentirá que não transgrediu impunimente os preceitos do
senhor.
Por outro lado, aquele que é crente mas retém os dízimos
e sendo pobre se torna rico, tarde ou cedo sua riqueza se desmoronará.
disto não há duvidas. A riqueza adquirida com retenção de dízimos,
quando se trata de um crente, é comparada a uma casa construída
sobre areia – não tem estabilidade. em outras palavras, não tem
“seguro divino”, contra acidentes. e ainda mais, traz consigo a ameaça
da dissolução pelo “sopro” do senhor (Ageu 1:9).
no entanto, a misericórdia de deus não tem limites. talvez,
pela ignorância daquele que retém o dízimo ou por causa de sua
misericórdia, deus dispensa sua complacência sem aplicar de imediato
a correção. contudo, mais cedo ou tarde, ela certamente virá.
“Homens há a quem deus tem abençoado e a quem está
provando, para ver que resposta darão aos seus benefícios. têm retido
seus dízimos e ofertas até sua dívida para com o senhor deus dos
exércitos se ter tornado tão grande que eles empalideceram ao pensar
154
´
em dar ao senhor o que lhe pertence - dízimo justo. Apressai-vos,
irmãos, tendes agora a oportunidade de ser honestos para com deus;
não demoreis” (cm, 97). se o crente vê casos como estes e tenta desa-
creditar com eles a Palavra de deus, sem dúvida está transitando um
caminho muito perigoso. ninguém escarnece de deus (gálatas 6:7).
RECOLHEMOS OU RECEBEMOS OS DÍZIMOS?E preferível usar o termo “recolher” os dízimos ou a expressão “receber os dízimos”?
usar a palavra recolher ou alguma outra semelhante como retirar,
arrecadar, etc., pode dar a ideia de que o dízimo é algo obrigatório,
uma espécie de imposição, tributo ou imposto. Assim, cremos
que seria mais apropriado usar a palavra receber, aceitar ou outra
semelhante.
eis aqui algumas frases sugestivas que mais se harmonizam
com o espírito e a finalidade do dízimo:
“A seguir, os diáconos passarão para receber em nome do
senhor, os sagrados dízimos e as ofertas voluntárias que os irmãos
trouxeram hoje à sua casa.”
“os diáconos passarão a seguir para aceitar, em nome de
deus, os sagrados dízimos e as ofertas liberais que os adoradores
trouxeram à casa do senhor.”
“é um previlégio apresentar-nos a cada sábado na hora do
culto divino com os dízimos e as ofertas. os encarregados de recebê-
-los em nome do senhor passarão, a seguir, para fazê-lo.”
155
DiversasPerguntas
DEDICAÇÃO DE UM TEMPLO CONSTRUÍDO COM DÍZIMOS“Deve” ou “pode” ser dedicado um templo que foi construído com dízimos?
não “pode” e nem “deve”. Assim como apresentar a deus uma casa de
culto com uma dívida constitui uma negação de nossa fé (porque fala
de uma mordomia infiel) de igual maneira, se não pior, será o fato de
se construir um templo utilizando a porção do senhor. o espírito de
Profecia diz: “mas estais roubando a deus cada vez que pondes a mão
no tesouro a fim de tirar fundos para atender às despesas correntes
da igreja” (cm, 103).
Portanto, não se deveria construir nenhum templo com fun-
dos de dízimos.
se em algum lugar for feito, antes da dedicação deve fazer-se
a devida restituição dos dízimos que foram usados para a construção.
e ainda mais, toda dívida pendente deveria ser saldada antes da
dedicação.
DÍZIMO DA VENDA DE CONTRABANDO E ARTIGOS PROIBIDOSPodem ser recebidos dízimos da venda de artigos comercializadosna fronteira ou de artigos proibidos pela lei?
cremos que seria prudente em qualquer dos dois casos não recebê-los, pois o conhecimento da origem ilícita destes dízimos com violação
da lei, faria com que quem os recebesse fosse cúmplice no delito
praticado.
156
DÍZIMO DE LOTERIA ESPORTIVA, RIFAS, LOTO, QUINA, ETC.Podem receber dízimos de dinheiro ganho na loteria esportiva, rifas, loto, quina, etc.?
tratando-se de pessoas que não são membros da igreja, podem ser
recebidos, pois em quase todos os países estes meios de obter dinheiro
são lícitos e aprovados por lei.
A igreja não aprova a participação em loteria esportiva,
rifas, jogo do bicho, quina, loto, etc., de modo que um bom membro
da igreja não participa dessas atividades. se, por ignorância ou outra
razão, participou e obteve um prêmio, e deseja dizimá-lo, é decisão
e problema de consciência dele.
157
DiversasPerguntas
158
os grandes empreendimentos requerem altos ideais. Quando a em-
presa é a de deus, os ideais transcendem tudo aquilo que é meramente
humano. com este tipo de ideais os adventistas trabalhavam depois
da decepção de 1844, após haverem aceitado as verdades do santuário
e do sábado.
embora os recursos fossem poucos, lançaram-se à conquista do
coração de todos que haviam escutado a mensagem que eles pregavam.
e o senhor os abençoou dando-lhes em poucos anos centenas de
vidas salvas para o reino dos céus. em seus próprios dias puderam ver
um crescimento líquido de 18,6% na década 1870-1880.
mas, o começo não foi fácil. o senhor necessitava refinar no
fogo da luta e do sacrifício toda a geração de pioneiros, para estabelecer
um fundamento firme para sua igreja remanescente.
sem organização ou identificação oficial, sem um ministério
estabelecido, sem fundos regulares e sem um corpo de doutrinas, esses
APÊNDICE A
A Influência do Espírito de Profecia no Restabelecimento do Dízimo na Igreja Adventista do Sétimo Dia
Roberto R. Roncarolo
159
homens e mulheres de deus se lançaram pela fé à tarefa (humanamente
quase impossível) da proclamação da mensagem do terceiro anjo.
A colaboração de uns com os outros foi estreita e muitas vezes sem
limites. Assim, unindo meios e talentos, nossos primeiros líderes
e crentes começaram a empresa final de deus sobre esta terra.
SACRIFÍCIO DOS PRIMEIROS ADVENTISTAS em nossa história denominacional se registram inumeráveis atos de
desinteresse e sacrifício dos primeiros crentes. eles sempre fizeram
tudo com o intenso desejo de sustentar e adiantar a obra de deus.
o Pastor james White nos conta que “um membro da igreja
de jackson, michigan, era ferreiro e havia abraçado a verdade do
sábado graças ao trabalho do Pastor josé Bates. em certa oportuni-
dade sentiu que devia ajudar a sustentar a causa de deus. A partir de
então, cada vez que os pastores visitantes se alojavam em sua casa,
recebiam de suas mãos a liberal soma de cinco dólares.
“e quando lhe eram solicitados recursos para comprar ten-
das para a evangelização, para a manutenção dos equipamentos de
evangelização, para imprimir materiais ou para enviar missionários
a novos lugares, as doações de d. r. Palmer eram sempre tão grandes
como as do membro mais generoso, e muitas vezes a maior.”
sabemos que este ferreiro foi o irmão d. r. Palmer. deste
tipo de membros era composta nossa igreja dos primeiros anos.
em sua story of the Advent message (História da mensagem
Adventista), m. A. Andross nos diz:
160
“Aqueles eram dias da verdadeira abnegação e sacrifício.
uma irmã de massachusetts, por exemplo, vendeu o único tapete que
possuía, para que o Pastor Bates pudesse obter o dinheiro necessário
para distribuir o folheto por ele preparado sobre a segunda vinda de
cristo. “soou o alarme – escreveu um crente de jackson, michigan,
a um dos pioneiros no ministério – e permitamos que a mensagem se
difunda. Penso que é a última mensagem ao remanescente. enviamos-lhe
dez dólares para a difusão da verdade. se o necessita todo, use-o;
se não, gostaria que o Pastor Bates pudesse viajar com uma parte do
dinheiro. uma quantidade significativa de crentes entregaram suas
chácaras para fundar esta obra. estes casos são somente uns poucos
dos muitos, cujo dinheiro foi dedicado a propagar a mensagem. leigos
e ministros uniram suas mãos em sacrifício e serviço, e deus lhes deu
prosperidade.
esta mesma liberalidade se manifestou na época em
que a mensagem começou a ser pregada em tendas. o Pastor
loughborough nos relata o seguinte incidente interessante:
“enquanto se preparava o jantar, o irmão tiago White falou ao
irmão clover sobre o interesse surgido na localidade de locke,
e o que poderia ser feito se tivessemos uma tenda. o irmão
clover pediu licença e se retirou da conversação por uns minutos.
logo voltou e entregou ao irmão tiago White 35 dólares (quantia
consideravel na época) dizendo-lhe: ‘isto é o que penso sobre o assunto.
Avance.’ então nos dirigimos à localidade de jackson, vimos
o irmão Kellogg e depois de informar-lhe o motivo de nossa visita,
161
ele entregou ao irmão tiago White 35 dólares e lhe disse: ‘vejam
a dan Palmer e cypenish smith, pois penso que darão o mesmo
que eu dei. A propósito, quanto pensam que pode custar uma tenda
totalmente equipada e pronta para começar as reuniões?’ o Pastor
tiago White lhe respondeu: ‘Penso que ao redor de 200 dólares.’
‘Bem’ – disse o irmão Kellogg. ‘lhes direi algo, mas por agora não
comentem. Procurem obter dos irmãos Palmer e smith o que possam
e eu adiantarei o que faltar para completar os 200 dólares, enquanto
vocês recolhem os dólares dos irmãos. e aqui estão estes dois cavalos
e o carro para que possam transportar a tenda durante o verão.
e aqui está meu filho Alberto, o menor, para que seja o encarregado
da tenda’.
os irmãos Palmer e smith ouviram os planos e cada um deu
35 dólares e depois nós fomos orar no meio do campo para receber
orientação. oh, como as bênçãos do senhor eram derramadas à medida
que pediamos sua direção sobre este assunto! Basta dizer que no dia
seguinte, ao meio dia, m. e. cornel estava no trem com o dinheiro no
bolso dirigindo-se a rochester para comprar a tenda.
e quando as tendas deviam ser transportadas a um novo lugar
de evangelização, o mesmo espírito era manifestado. o Pastor josé Bates
escreveu assim para a Review and Herald (revista Adventista):
“esta é a reunião número doze desde que começamos a tem-
porada. os irmãos em cada lugar têm pagado o transporte da tenda.
em Berlim e middletown, connecticut, os irmãos nos solicitaram ter
o privilégio de ajudar-nos com seus recursos para pagar o transporte
da tenda”.
162
SACRIFÍCIO DOS PIONEIROS se houve irmãos generosos que contribuíram liberalmente
para o crescimento da igreja seu começo, não menos foram generosos
e abnegados os pioneiros da igreja.
salvo alguns poucos como josé Bates e Hiran edson
que inverteram todos os seus recursos na obra, a maioria vivia do
trabalho de suas mãos. enquanto mudaram daqui para ali como
pregadores itinerantes, realizavam mil e uma tarefas diferentes
a fim de sustentar-se com as famílias.
onde iam, geralmente os irmãos lhes davam alojamento
e comida. se consideravam afortunados quando recebiam algum
dinheiro para os gastos de viagem ou pessoais. Quando podiam,
os irmãos lhes remuneravam com produtos de suas colheitas e chácaras.
o pastor loughborough disse que, por visitar as igrejas de
michigan durante o inverno de 1857-1858, recebeu: “três tortas de
4 quilos cada uma, dez barris de trigo, cinco de maçãs, cinco de batatas
e quatro dólares em dinheiro”.
e, referindo-se à sua campanha evangelizadora com tenda
em 1856, disse: “nos estados de nova iorque e Pensilvânia, os re-
cursos não foram suficientes para realizar o trabalho com a tenda,
de modo que durante o tempo de cega e da colheita trabalhamos no
campo quatro dias e meio por semana, pelos quais recebíamos um
dólar por dia; dessa maneira podíamos ter reuniões durante os sábados
e domingos”.
muitas vezes, quando os pioneiros adoeciam, deviam ser
socorridos pelos irmãos. A Review and Herald (revista Adventista) de
3 de março de 1854 fez o seguinte reconhecimento público:
163
“mais abaixo aparecem os nomes das pessoas que enviam
algum dinheiro a este escritório para o irmão Andrews. outros que
desejem fazer o mesmo, sintam-se livres em fazê-lo [...]. como
‘o obreiro é digno de salário’, tomamos a liberdade de mencionar
seu caso àqueles que se beneficiaram por seus labores incessantes.
doação para j. n. A.: Below, 3 dólares; ju. P. Kellogg, 2,42
dólares; m. g. Kellogg, 0,50 centavos de dólar; d. P. Palmer, 3 dólares;
o. dickinson, 1 dólar”. outros emprestavam de seus recursos para
fazer progredir a obra, mas quando deles necessitavam nem sempre
os tinham em mãos.
Assim foram os primeiros líderes e pioneiros adventistas.
sempre colocavam os interesses da causa, que tanto amavam, antes
de seus próprios interesses, embora seja justo reconhecer que nem
todos participaram desse mesmo espírito. geramente os que tinham
tal espírito não eram os que estavam em melhor condição econômica.
ANOS DUROScom o novo sistema de evangelismo em tenda, iniciado em 1854,
o movimento adventista presenciou a conversão de dezenas e dezenas
de pessoas. durante o biênio 1854-1855 foram realizadas 42 grandes
campanhas de verão em tendas. durante o biênio seguinte a cifra se
elevou para 51, segundo dados obtidos da Review and Herald (revista
Adventista) durante esses quatro anos.
os irmãos sempre apoiaram essas campanhas, mas em 1857
ocorreram duas crises: uma na evangelização (devido ao fato de um
164
bom número de pregadores ter abandonado as tarefas) e outra nas
finanças (porque os recursos para o prosseguimento da obra foram
diminuídos e mais difíceis de serem conseguidos).
A primeira crise teve origem complexa. mas, resumindo,
podemos dizer que suas principais causas foram:
1. o lento processo de desgaste físico dos principais evangelistas
e obreiros devido ao intenso trabalho com as tendas nos anos anteriores;
2. As precárias condições de saúde de um bom número deles que
seguiam um sistema de alimentação e cuidado com o corpo quase
idêntico ao que as pessoas conheciam e praticavam até então, pois
ainda não haviam recebido as instruções sobre a reforma pró-saúde;
3. na medida em que as igrejas e congregações aumentavam e os no-
vos conversos se uniam ao povo de deus, cresciam os cuidados, inte-
resses e problemas. em consequência, os obreiros tinham que dedicar
mais tempo às igrejas. isto lhes impedia de continuar trabalhando
como vinham fazendo, a fim de manterem-se economicamente.
A segunda crise se produziu pelos baixos preços pagos
naquele ano pelas colheitas. isto trouxe dificuldades econômicas tanto
nas finanças dos obreiros como nas da igreja, especialmente para
a obra de evangelização.
“o dinheiro não foi fácil de ganhar no inverno de 1857-1858.
A temporada havia sido favorável para as colheitas e em consequência
mais abundantes, mas os preços foram baixos. Por esta razão nossos
obreiros em vários estados se viram na necessidade de ajustarem-se
165
em suas finanças, mais que nunca, a fim de passar o inverno da melhor
forma possível.”
mas deus tem caminhos que o homem não conhece. estes
“anos duros” foram o trampolim que permitiu a nosso movimento
dar o grande salto para uma época de relativa estabilidade econômica.
EM BUSCA DE UMA SOLUÇÃOo espírito de Profecia nos diz que “o limite das possibilidades do
homem é a oportunidade de deus”. isto, precisamente, foi o que
aconteceu a nossos irmãos durante o cruel inverno de 1857-1858.
os líderes da obra e os poucos pregadores que ficaram, passaram esse
inverno sob situações financeiras difíceis. e nas igrejas havia pouco
dinheiro para prosseguir com as atividades regulares.
Por isso, em abril de 1858 os pastores Andrews e loughbo-
rough, que residiam provisoriamente em Battle creek, formaram uma
classe bíblica presidida por Andrews na casa do Pastor loughborough
para tentar achar na Bíblia alguma orientação ou plano financeiro
para o sustento dos obreiros ou ministros. Poucos meses depois
a irmã White “lhe mostrou em visão que a Bíblia continha tal plano
e foi determinação deles encontrá-lo”.
nossos líderes redobraram seus esforços em tal sentido.
o Pastor loughborough, testemunha presencial deste acontecimento,
escreveu no início do século o seguinte em relação a isto:
“no inverno de 1858-1859, foi dada a instrução de que
a Bíblia continha um sistema completo para o sustento do ministério,
166
e que se nosso povo estudasse a questão desde um ponto de vista
bíblico, encontraria esse sistema”.
como resultado desses estudos, os irmãos descobriram que
o sistema bíblico se baseava em duplo princípio: 1) dar regularmente;
2) dar proporcionalmente. chamaram a isso Benevolência sistemática.
A principal igreja adventista de então, Battle creek, adotou tal
sistema em 29 de janeiro de 1859 e recomendou a todas as demais que
fizessem o mesmo. desta forma, foi solicitado a cada membro entre
18 e 60 anos de idade que desse a cada semana de 5 a 12 centavos de
dólar se fosse homem, e de 2 a 10 centavos se fosse mulher. Ainda, os
que tinham propriedades, que dessem de 1 a 5 centavos por semana
correspondente a cada 100 dólares do valor da propriedade.
como vemos, não foi falado nada sobre dízimos, pelo menos
de forma direta. Foi pedida tão somente uma contribuição regular
e sistemática para o sustento da obra. mas, parece que o princípio
do dízimo já estava na mente dos que haviam estudado o assunto
e proposto o plano, pois pouco tempo depois, no começo de 1861, foi
feita referência ao mesmo em forma direta, embora somente aplicado
às propriedades (Para mais informações, veja - Apêndice B).
Assim, pouco a pouco, foi descoberta a instituição bíblica do
dízimo no seio da igreja Adventista do sétimo dia, tal qual outras
verdades da fé cristã como o sábado, a segunda vinda, o santuário, etc.
o papel desempenhado pelo espírito de Profecia foi
importante, embora sempre guardasse a mesma sequência quanto ao
redescobrimento destas verdades; nossos pioneiros estudavam estas
doutrinas até tê-las bem formadas e claras e depois o espírito de
167
Profecia confirmava essas conclusões. o mesmo aconteceu com
o dízimo. o espírito de Profecia orientou sua busca, mas foram
os filhos de deus que, com humildade e oração, esquadrinharam
a Bíblia, e achando na mesma, e somente nela, os princípios bási-
cos do sustento do ministério. damos graças a deus pelos homens
do passado que colocaram um fundamento firme para esta igreja.
Porém, mais graças damos ainda ao nosso bom deus, que lhes deu
seu santo espírito para iluminar suas mentes a fim de que redesco-
brissem estas grandes verdades. ele deu à sua igreja o dom profético
que orientou a busca e confirmou o que foi descoberto.
168
APÊNDICE B
História do Desenvolvimento do Sistema do Dízimona Igreja Adventista do Sétimo Dia
Arthur L. White
A Benevolência sistemática, tal como originalmente proposta e adotada
pelos adventistas que observavam o sábado em 1859, incluía separar uma
oferta semanal de 5 a 25 centavos para os homens e de 2 a 10 centavos
para as mulheres. também consistia em separar semanalmente de
1 a 5 centavos para cada 100 dólares do valor das posses (Review
end Herald - Revista Adventista - 3 de fevereiro de 1859, pág. 84).
em 1864 o plano assinalava o pagamento de uma oferta
mensal de 10 centavos para os homens, 5 centavos para as mulheres
e um donativo semanal de 2 centavos para cada $100 do valor das
propriedades. Foi argumentado que o uso que uma pessoa fazia de
sua propriedade, podia ser calculado na base de dez por cento de
seu valor por ano, e que os dez por cento desta soma pertenciam ao
senhor. A Benevolência sistemática, portanto, compreendia um plano
sistemático de dar não somente sobre uma base de porcentagem,
169
mas também de ofertas voluntárias. no final da década de 1870, foi
enfatizado o cálculo do dízimo sobre a porcentagem de entradas.
ALGUNS DOCUMENTOS SOBRE A BENEVOLÊNCIASISTEMÁTICA E O DÍZIMO (1859)
1. Que cada irmão de dezoito a sessenta anos separe no primeiro dia
de cada semana, de 5 a 25 centavos.
2. Que cada irmã de dezoito a sessenta anos, separe a cada primeiro
dia da semana de 2 a 10 centavos.
3. Que cada irmão e irmã separe no primeiro dia de cada semana de
1 a 5 centavos de cada 100 dólares dos bens que possuem.
“As somas mais baixas estabelecidas são tão pequenas, que
quem esteja nas piores circunstâncias (com as poucas exceções de
algumas viúvas fracas e de idade avançada) poderá cumprir com
o plano, e quem estiver em melhores condições, cumprirá com sua
mordomia no temor de deus dando o máximo das somas estabelecidas
ou ainda mais, de acordo com o que eles considerem que seja seu
dever.” (Review and Herald, 3 de fevereiro de 1859, pág. 84. Adotado
na Associação geral, 4 de junho de 1859, Publicado na Review and
Herald 9 de junho de 1859, pág. 20).
O QUE SE FARÁ COM O DÍZIMO?Quando as igrejas começaram a responder ao plano adotado em
Battle creek, foi levantada uma pergunta quanto ao uso que se daria
170
ao dinheiro assim reunido. tiago White respondeu à pergunta na
Review and Herald de 9 de março de 1859:
“o irmão i. c. vaughn escreve de Hillsdale, michigan, que
a igreja nesse lugar está cumprindo com o plano da Benevolência
sistemática e isso muito lhe agrada. ele pergunta: ‘o que devemos
fazer com o dinheiro no fim do mês? sugerimos que cada igreja guarde
pelo menos $5 na tesouraria com o fim de ajudar aos pregadores que
os visitem ocasionalmente e trabalhem com eles.
isso parece ser necessário. A escassez de dinheiro é tal que
nossos bons irmãos raras vezes estão preparados para ajudar um
mensageiro em sua viagem. Permitamos que haja uns poucos dólares
na tesouraria de cada igreja. Além disso, a dívida do projeto e da
tenda, etc., requer todo o excedente da Benevolência sistemática
deste estado (michigan)”.
em 29 de janeiro de 1861, tiago White pôde informar da
igreja de Battle creek:
“como resultado de haver cumprido estritamente o plano
do céu, há agora em nossa tesouraria $150 que estão à espera de
um projeto de valor que realmente faça avançar a causa da verdade”
(Review and Herald, 29 de janeiro de 1861).
INTRODUZINDO COMO “DÍZIMO” EM 1861no mesmo mês, a Benevolência sitemática foi referida como “o dízimo”.
“Propomos que os irmãos deem um dízimo de suas entradas,
estimando estas em dez por cento do que possuam” (O Bom Samarita-
no, nº 5, janeiro de 1861).
171
Pouco depois deu as seguintes explicações adicionais:
“Quisemos dizer exatamente o que as igrejas estão adotando
em michigan (referindo-se à sua declaração publicada no Bom
Samaritano, nº 5). eles consideram o uso de suas propriedades do
mesmo valor que o dinheiro colocado a juros, 10% anual, e estimam
estes 10% como o aumento que têm seus bens. o dízimo disso seria 1%,
o que significaria quase 2 centavos por semana sobre cada dólar,
os quais, por razões de conveniência, nossos irmãos estão unânimes
em dar.
depois vem as doações pessoais. Que os homens jovens que
não têm propriedades se apresentem nobremente. Assim também
as mulheres jovens” (tiago White, Review and Herald, 9 de abril de
1891, pág. 164).
RAZÕES DA ESCOLHA DO TERMO “BENEVOLÊNCIA SISTEMÁTICA”embora o termo “dízimo” não apareça com frequência quando são
apresentados os planos de benevolência sistemática, uma documen-
tação completa deveria indicar que a fase principal e mais poderosa
deste plano baseava-se difinidamente no princípio do dízimo, e que
os passos dados duas décadas mais tarde eram apenas detalhes
e acréscimos ao que se havia adotado em 1859. não eram dois planos
separados e diferentes.
Pode ser oportuno sugerir aqui porque o termo não se des-
tacou mais ao princípio. Quando os pioneiros se mobilizaram nos
assuntos referentes à organização da igreja na década de 50, o fizeram
172
dentro das normas de “ordem evangélica”. Buscaram o modelo no
novo testamento. o encontraram em detalhe na escolha dos sete
diáconos, mas não na escolha dos setenta anciãos por moisés. A sra.
ellen g. White, em 1854, começa seu primeiro artigo abrangendo
este tema, com as seguintes palavras: “o senhor tem mostrado que
a ordem evangélica tem sido demasiado receada e negligenciada”
(PE, pág. 97).
no ano de 1853, tiago White apresenta seu primeiro pedido
de ajuda financeira para o ministério (dirigido aos adventistas
observadores do sábado) sob o título de “A ordem evangélica”,
apoiando-se no novo testamento. em declarações posteriores, nas
quais argumenta que a obrigação do dízimo continua depois da cruz,
conclui que a princípio, em geral se presumia que a responsabilidade
do dízimo havia cessado com a morte de cristo e que, portanto,
malaquias 3 não impunha obrigações aos crentes de nossos dias
(ver J. N. Andrews em Review and Herald de 18 de maio de 1896).
em 1875, ao insistir acerca do assunto do dízimo (ver t. s.
vol. i, págs. 374-375), ellen g. White reconheceu: “Alguns classifica-
rão isto como uma das rigorosas leis a que os hebreus estavam obriga-
dos” (t. s., vol. i, pag. 375). ele ainda afirma: “o sistema especial de
dízimos baseia-se em um princípio tão duradouro como a lei de deus.
esse sistema foi uma bênção ao povo judeu, do contrário o senhor não
lho haveria dado. Assim será igualmente uma benção aos que obser-
varem até ao fim do tempo. nosso Pai celeste não instituiu o plano da
benevolência sistemática com o intuito de enriquecer-se a si mesmo,
mas para que o mesmo fosse uma grande bênção ao homem. viu que
173
o referido sistema era exatamente o que o homem necessitava” (t. s.
vol. i pág. 385).
Por conseguinte, a força do argumento para o sustento da
obra de deus veio primeiro do novo testamento. mas ao calcular
as obrigações do crente empregou-se o sistema do dízimo. deveria
notar-se que, embora a Benevolência sistemática adotada por nossos
antepassados era mais ampla que o dízimo, incluia o dízimo (ver
artigo de tiago White sobre a Benevolência sistemática na Review
and Herald de 9 de abril de 1861).
ellen g. White muito logo uniu o dízimo à “Benevolência
sistemática”. Primeiro, ela assegurou à igreja em junho de 1859:
“o plano da Benevolência sistemática é agradável a deus” (it, 190).
e depois, em janeiro de 1861, em um artigo intitulado “A Benevolên-
cia sistemática”, escreveu: “não roubeis a deus retendo seus dízimos
e ofertas”. o artigo termina com malaquias 3:8-11 citado totalmente
(it, 221-222).
durante a década de 1860 as edições da Review and Herald
apresentaram numerosos artigos que faziam referências à Benevolên-
cia sistemática, informando acerca do êxito do plano e dando conse-
lhos sobre seu procedimento.
REAFIRMADO O PLANO EM 1864tiago White reafirmou o plano em novembro de 1864, e ao fazê-lo
ligou-o intimamente ao dízimo:
“era requerido aos filhos de israel que dessem o dízimo, ou
a décima parte de todos seus lucros [...]. e não é possível supor que
174
o senhor requeria menos de seu povo quando o tempo é enfaticamente
breve, e deve ser cumprida uma grande tarefa com o uso de seus meios
ao dar a última mensagem de misericórdia ao mundo”(malaquias 3:8-10).
se o profeta malaquias não está ensinando aqui como foi levado
a cabo o sistema israelita do dízimo, está certamente enfatizando
um dever da mesma natureza, e suas palavras podem chegar ao mais
íntimo com plena força, e cumprir assim este princípio, obedecendo
às palavras de Paulo: ‘no primeiro dia da semana, que cada um separe’,
etc. diz nosso senhor em lucas 11:42: ‘mas ai de vós, farizeus, que
dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo
e o amor de deus. importava fazer estas coisas, e não deixar as outras.’”
como podemos reduzir à prática estas excelentes sugestões?
recomendamos o seguinte plano que, com poucas exceções, todos
podem adotar: ‘se os irmãos dão um dízimo ou a décima parte de
suas entradas, estimando estas em dez por cento do que possuem,
chegar-se-a à soma aproximada de 2 centavos semanais sobre cada
$100 de bens que possua. Além disso, que todos os que estejam em
condições façam uma doação pessoal por semana, mais ou menos de
acordo com sua capacidade. isto é necessário para incluir aos que pos-
suem poucos bens ou não possuem nenhum, mas, no entanto, têm
capacidade para ganhar dinheiro e deveriam dar uma parte de seus
lucros. enquanto algumas viúvas e pessoas de idade ou enfermas
deveriam ser eximidas de dar, os jovens e pessoas em atividade que
não tenham bens ou tenham pouco, devem colocar semanalmente
uma doação liberal, pessoal.
175
Para aqueles cujas entradas são mais que os 10% de seus bens,
podem pagar mais, em proporção à quantidade de suas entradas.
um dízimo é exatamente um décimo do lucro de seus bens. se
um irmão ou irmã aumentou seus bens durante 1864 no valor de
$1.000,00 o dízimo seria exatamente $100,00” (Review and Herald, 29 de
novembro de 1864).
UM PLANO COM ALGUNS DEFEITOSno início nossos pioneiros não viram o sistema do dízimo em toda
a sua beleza e plenitude, igual a outros aspectos da verdade que
chegaram a converter-se nas doutrinas fundamentais dos adventistas.
tentaram encontrar um sistema financeiro que harmonizasse com
a “ordem evangélica”. o senhor os dirigiu somente com a rapidez
com que eles podiam ver, aceitar e seguir as verdades bíblicas
básicas reveladas. Houve um desenvolvimento gradual, tanto nas
bases para determinar as obrigações dos crentes, como no uso pre-
ciso que deveria ser dado a esta fonte de entradas do evangelho.
A grande necessidade era o sustento do ministério. Por isso os fundos
produzidos pela Benevolência sistemática, os quais incluiam tanto
dízimos como ofertas, eram canalizados quase exclusivamente para
o sustento ministerial. com exceção dos empregados das casas
publicadoras (e depois de 1866, os obreiros dos sanatórios que eram
sustentados pelas entradas das instituições) tudo estava dentro do
ramo ministerial.
Apenas é necessário mencionar as muitas referências sis-
temáticas aos dízimos durante os fins das décadas de 1860 e 1870.
176
ellen White, em testemunhos nº 224, escrito em 1874 e publicado
em janeiro de 1875, dedica 28 páginas a “dízimos e ofertas”, seguidas
de cinco páginas sobre o título de “Benevolência sistemática” (it. vol.
i, págs. 359-389).
em 1876, os dirigentes da igreja sentiram-se convencidos de
que o plano tinha defeito, especialmente nas bases sobre as quais se
haviam calculado o dízimo. voltemos portanto ao que foi realizado
na sessão especial da Associação geral, levada a cabo no princípio
daquele ano.
“Foram feitas observações sobre o tema da Benevolência
sistemática pelo irmão canright. tomando certos fatos bem exami-
nados como base, demonstrou que, se tudo acontecesse de acordo com
o plano estabelecido na Bíblia sagrada, o que fosse recebido de nossos
irmãos chegaria à quantia de cento e cinquenta mil dólares anualmente,
em vez de ao redor de quarenta mil. o senhor disse: ‘trazei todos
os dízimos à casa do tesouro’ e até que isto não se faça, o senhor não
será ‘provado’ a fim de que possamos ver se ele derramará ou não
uma bênção até que não haja suficiente lugar para recebê-la. o irmão
White continuou com animadoras observações sobre o mesmo tema.
“o irmão canright apresentou as seguintes resoluções sobre
o tema da Benevolência sistemática, as quais foram unanimemente
adotadas pela Associação e pela congregação:
”resolvido, que consideremos que é o dever de todo irmão
e irmã, vivendo em consideração este importante assunto, apresentá-lo
plena e fielmente diante de todos seus irmãos e instá-los a cumprir
com os requisitos do senhor nesta matéria.”
177
“Proposto e levado adiante que o Presidente nomeia uma
comissão de três, fazendo ele mesmo parte da comissão, a fim de
preparar um folheto sobre o tema da Benevolência sistemática.
o diretor nomeou a d. m. canright e a u. smith para que atuassem
com ele nessa comissão.”
ATAS DA SESSÃO ESPECIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL,PUBLICADAS NA REVIEW AND HERALD DE 6 DE ABRIL DE 1876, PÁG. 108
Pelo ano de 1878 foi feita uma modificação no plano de cálculo da
porcentagem do dízimo, mudando de aproximadamente 1% ao ano do
valor total dos bens, para 10% da entrada real. é expresso claramente
que foi considerado defeituoso o primeiro plano. Ao citar exemplos foi
observado que em um caso do antigo plano o dízimo subiu a $10 por
mês, enquanto que sob o novo plano, de 10% real de entradas o dízimo
aumentou para $36 por mês.
O PLANO APERFEIÇOADO, DELINEADO EM UM PANFLETOde acordo com a resolução da Associação geral este plano foi apre-
sentado diante dos crentes em um panfleto que levava o significativo
título de “Benevolência Sistemática ou o Plano Bíblico para o Sustento
do Ministério”. embora parecesse um plano inteiramente novo,
totalmente diferente do anterior (como havia sido sugerido por
alguns) não era mais que uma melhora, com uma forma mais apro-
priada de calcular o dízimo apresentando-o sob o título familiar de
“Benevolência sistemática.”
178
o plano da dádiva sistemática adotado originalmente era
correto, embora os detalhes do mesmo não ficassem completos
até após muitos anos de ter sido colocado em uso. A declaração
introdutória do panfleto dizia o seguinte:
“o tema da Benevolência sistemática tem estado sob conside-
ração prática pelos adventistas do sétimo dia por um período de vinte
anos ou mais. não se considerou que fosse necessário fazer mudanças
materiais do primeiro sistema adotado, até dois anos depois. A razão
para estas mudanças pode ser observada nas páginas seguintes.”
1878 - PANFLETO SOBRE A “BENEVOLÊNCIA SISTEMÁTICA”“UM DÍZIMO DE TODAS NOSSAS ENTRADAS”“Quanto devo dar para o sustento do evangelho?” depois de haver
examinado o tema de todos os ângulos, respondemos: um dízimo de
todas as nossas entradas.
“isto não significa uma décima parte do aumento anual
de nossos bens depois de haver pago o alimento, a roupa e outros
gastos, mas, nove partes de nossas entradas devem fazer frente a todos
estes gastos, enquanto que, a décima parte é do senhor, para ser de-
dicada sagradamente ao sustento do ministério. consideraremos que
o plano de comprometer-se com uma soma igual ao 1% de nossos
bens é “imperfeito” em vários aspectos:
1. Porque não permite a devolução de um dízimo de nossas entradas.
[...] estamos convencidos de que nosso povo roubou a deus em mais
da metade dos dízimos que lhe pertencem quando seguiam o plano
179
anterior, imperfeito, de devolver a quantia de somente 1% de seus
bens por ano;
2. Porque as palavras de Paulo ao tratar o tema: ‘segundo haja pros-
perado’, estão em estrita harmonia com o sistema do Antigo tes-
tamento que demanda a décima parte de todas as entradas do povo
do senhor como suas. consideramos que o seguinte compromisso
é bíblico e apropriado para ser levado a cabo por nosso povo:
Prometemos solenemente, diante de deus e dos demais,
pagar conscienciosamente a caixa da Benevolência sistemática
o dízimo de todas as nossas entradas, a separá-lo como o recebamos
e a pagá-lo no primeiro domingo dos quatro trimestres do ano; isto
é, o primeiro domingo de janeiro, o primeiro domingo de abril, o pri-
meiro domingo de julho e o primeiro domingo de outubro;
3. Porque os que tinham poucos bens ou nenhum mas ao mesmo tempo
desfrutavam de uma entrada considerável, em alguns casos roubavam
ao senhor quase todos ou grande parte dos dízimos de sua entrada
real. Pelo plano bíblico ficava assegurado para a causa do senhor um
dólar de cada dez ganhos. somente isso significará uma diferença de
muitos milhões que serão colocados na tesouraria do senhor para
o sustento da causa de deus. não podemos ver as razões pelas quais
nossas instituições, tais como casas publicadoras, escolas, sanatórios
e associações, não deveriam colocar na tesouraria do senhor o dízimo
de todas as suas entradas. estão em dívida com o senhor e seus servos
por sua vida e prosperidade. como recebem o sustento da Associação
geral, seus dízimos deveriam ser enviados à tesouraria da Associação
geral. A soma anual que deveria ser recolhida de nossas instituições,
180
somente em Battle creek, não seria menos que quatro mil dólares, sem
dúvida uma soma interessante para uma tesouraria que não somente
está vazia, mas realmente em dívida. e se nossas associações também
pagassem o dízimo de suas entradas à tesouraria da Associação geral,
seria suprida uma necessidade sentida durante muito tempo (decla-
ração preparada pela comissão nomeada na Associação geral, 2-13 de
outubro de 1878. A comissão esteve formada pelas seguintes pessoas:
tiago White, d. m. canrihht, s. n. Haskell, j. n. Andrews, uriah
smith. Publicado no panfleto Benevolência Sistemática, ou O Plano
Bíblico para o Sustento do Ministério, Associação Publicadora Adventista
do sétimo dia, Battle creek, michigan).
DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DO DEVIDO USO DO DÍZIMOnão somente se desenvolveu a compreensão “do que” constituía
propriamente o dízimo, mas também se produziu um desenvolvimento
da compreensão do uso que deveria ser dado a ele. o desenvolvimento
histórico deste assunto é semelhante ao de outros. no princípio
o senhor não indicou por meio de uma visão a ellen g. White
cada detalhe. ele dirigiu nossos antepassados, por meio de seu
espírito, para a Bíblia sagrada, a fim de encontrarem as bases de
um sistema financeiro para a igreja, dirigindo-os primeiro ao novo
testamento e depois ao Antigo testamento.
Quando foi adotado o plano de financiamento do evangelho
no final da década de 1850, os ramos de trabalho da igreja eram
limitados. Havia pessoas que serviam no trabalho ministerial e outras
na obra de publicações. A obra de publicações era sustentada pela venda
181
de livros e doações voluntárias. nunca alguém pensou em canalizar
os fundos da Benevolência sistemática para este setor.
Quando a obra médica foi iniciada em 1866, formou-se uma
sociedade anônima e, a princípio, pensou-se que seria uma fábrica de
dinheiro, rendendo nada menos que dez por cento do capital investido.
tampouco as escolas se dirigiam a essa fonte de recursos, já
que nossa obra educativa começou no início do ano 1870. As três
tentativas realizadas em uma época bem antecipada na obra de es-
colas de igreja foram antes dos dias da Benevolência sistemática.
estas contavam com o pagamento da matrícula para seu sustento. isto
também aconteceu com a escola que Bell iniciou em Battle creek, no
final dos anos 60. A escola iniciada em Battle creek em 1872, com
apoio da Associação geral, baseava-se no pagamento de uma cota
pelo ensino. A única escola que funcionava antes do movimento de
reorganização da Benevolência sistemática era o colégio de Battle
creek. somente em 1882 iniciaram o colégio superior Heladsburg
e o colégio secundário do sul de lancaster. não há nenhuma indicação
que mostre que utilizaram de alguma maneira fundos da Benevolência
sistemática ou fundos provenientes dos dízimos. de fato, as demandas
do trabalho do ramo ministerial pressionavam fortemente sobre
os fundos da Benevolência sistemática, tal como o mostra o relatório.
SEM SEGREGAÇÃO DE FUNDOSos fundos da Benevolência sistemática proporcionados para a causa
não eram divididos pelo doador ou pela igreja local em fundos corres-
pondentes a dízimos e/ou ofertas. nem eram separados nos livros de
182
contabilidade das associações ou da Associação geral. os conselhos
do espírito de Profecia chamaram repetidamente à fidelidade, a fim
de que o tesouro estivesse constatemente repleto. mas, antes de 1880,
as instruções não eram precisas sobre como deveriam ser usados
os recursos da Benevolência sistemática, nem impunham as restri-
ções apresentadas anos posteriores.
na Review & Herald de 29 de novembro de 1864, tiago White
argumentou energicamente que todos os fundos da Benevolência sis-
temática fossem colocados nas tesourarias locais ou na Associação
geral para sustentar a proclamação da mensagem do terceiro anjo”.
“isto”, sustentou ele, “foi o propósito original para nosso plano
de benevolência, e consideramos que tenha sido um grande erro
separarmos dele o mínimo que fosse”. no entanto, reconheceu que
havia exceções e que parte desses fundos podia, corretamente, ser
usada em gastos locais diferentes do sustento do evangelho.
“Aquelas igrejas que têm que edificar casas de culto e fazer
frente a gastos de luz, combustíveis, etc., e consideram que não lhes
alcança a quantia estipulada no plano de Benevolência sistemática,
podem em sua reunião anual determinar através de um voto uma por-
centagem do total dos fundos restantes da Benevolência sistemática
e aplicá-lo ao que eles considerem necessário. supõe-se que os casos
em que tal atitude seja indispensável sejam muito poucos “(Review and
Herald, 29 de novembro de 1864).
Ao tornarmos a estudar o tema em 1878 e adotar o plano de
calcular o dízimo sobre a “entrada total”, as tesourarias foram melhor
providas e o uso que deveria dar aos fundos da Benevolência sistemá-
tica converteu-se em um assunto de estudo e discussão.
183
DECLARAÇÃO DE ELLEN G. WHITE EM 1879no final de 1879 ellen g. White escreveu o artigo sobre “o caráter
sagrado dos votos” (ts, vol. i, págs. 541-543). neste artigo faz várias
referências aos “dízimos e ofertas liberais” como um meio de sustentar
diferentes aspectos da obra da igreja. A seguir apresentaremos alguns
trechos do artigo, referindo-se o primeiro às instituições quando
tínhamos duas casas publicadoras, dois sanatórios e um colégio:
“o egoísmo e a fraude são diariamente praticados na
igreja, no reter de deus aquilo que ele reclama, roubando-o assim
e entravando suas disposições para difundir a luz e o conhecimento
da verdade pela extensão e largura da terra.
em seus sábios planos, deus fez com que o progresso de sua
obra fosse dependente dos esforços pessoais do seu povo, e de suas ofertas
voluntárias. Aceitando a cooperação do homem no grande plano
da salvação, conferiu-lhe insigne honra. o pastor não pode pregar
a menos que seja enviado. A obra de comunicar a luz não depende
unicamente do pastor. toda pessoa, ao tornar-se membro da igreja,
compromete-se a ser representante de cristo mediante o viver a ver-
dade que professa. os seguidores de cristo devem levar avante a obra
que ele lhes deixou a fazer quando ascendeu ao céu.
importa que se apoiem as instituições que são intrumentos
de deus no promover sua obra na terra. devem-se construir igrejas,
estabelecer escolas, e aparelhar as casas editoras com os meios neces-
sários à realização de uma grande obra na publicação da verdade a ser
propagada por todas as partes do mundo. essas instituições são orde-
nadas por deus, e devem ser mantidas com dízimos e ofertas liberais.
184
À medida que a obra se dilata, necessitar-se-ão de meios para que ela
avance em todos os seus ramos. os que se converteram à verdade e se
fizeram participantes de sua graça, podem tornar-se coobreiros de
cristo mediante sacrifícios e ofertas a ele feitos voluntariamente.
e quando os membros da igreja desejam, em seu coração, que não
haja mais pedidos de meios, estão na realidade dizendo que ficam
satisfeitos com a falta de progresso da causa de deus” (ts, vol. i,
págs. 542,543).
O MINISTÉRIO DO EVANGELHO E A PÁGINA IMPRESSAos dízimos e as ofertas deviam ser usados para sustentar o ministério
e difundir a página impressa:
“Ao comissionar os discípulos a irem ‘por todo o mundo’
e pregarem ‘o evangelho a toda a criatura’, cristo designou aos ho-
mens a obra de propagarem o evangelho. enquanto, porém, alguns
vão a pregar, ele pede a outros que lhe atendam às reivindicações
quanto aos dízimos e ofertas com que se possa sustentar o ministério
e disseminar a verdade impressa pela terra inteira. isto é o meio pelo
qual deus quer exaltar o homem. é justamente a obra de que ele
necessita; pois moverá as mais profundas simpatias de seu coração,
chamando à ação as mais elevadas faculdades do espírito” (ts, vol. i
págs. 551,552).
“o plano da Benevolência sistemática foi uma disposição do
próprio deus mas, com frequência se rejeita ou posterga o pagamento
fiel dos pedidos de deus como se as promessas solenes não tivessem
185
importância. é devido a isto que os membros da igreja são negligentes
no pagamento dos dízimos e em fazer frente a suas promessas, que nos-
sas instituições não se veem livres de problemas. se todos, tanto ricos
como pobres trouxessem seus dízimos à casa do tesouro, haveria sufi-
ciente provisão de meios para aliviar à causa de problemas financeiros e
levar adiante nobremente a obra missionária em seus diferentes depar-
tamentos. deus pede aos que creem na verdade que entreguem a ele as
coisas que lhe pertencem” (ts, vol. 3, pág. 346).
PROPORÇÃO DE ENTRADAS E BENSAo tratar dos pedidos de Benevolência ao povo de israel, ellen g.
White escreveu:
“segundo a importância concedida, será a soma requerida.
Quanto maior o capital confiado, tanto maior a dádiva que deus
requer lhe seja devolvida. caso um cristão possua dez ou vinte mil
reais, os direitos de deus sobre ele são imperativos no sentido de dar,
não somente a proporção relativa ao sistema dizimal, mas de apresen-
tar-lhe as ofertas pelo pecado e as ofertas de gratidão. A dispensação
levítica se caracterizava notadamente pela santificação da propriedade.
Quando falamos do dízimo como a norma de contribuição
dos judeus para fins religiosos, não falamos com compreensão.
o senhor colocava seus direitos como o primeiro dever, e em quase
todos os artigos era-lhes lembrado o doador mediante o preceito
de fazer-lhe devoluções. exigia-se-lhes que pagassem o resgate
dos primogênitos, das primícias dos rebanhos e das colheitas.
cumpria-lhes deixar os cantos de suas searas para os destituídos de
186
bens. Qualquer coisa que lhes caísse das mãos ao fazerem a sega, era deixado para os pobres e a cada sete anos, as terras deviam ser deixadaslivres, ficando para os necessitados o que elas produzissem esponta-neamente. Além disso havia as ofertas sacrificais, ofertas por ofensas,ofertas pelo pecado, e a remissão , a cada sete anos, de todas as dívidas.Havia também numerosas despesas com hospitalidades e dádivasaos pobres, e havia imposto sobre suas propriedades. A determinados períodos, a fim de conservar a integridade da lei, o povo era entrevistado quanto a sua fidelidade no cumprimento dos votos que haviam feito. uma conscienciosa minoria devolvia a deus cerca de um terço de toda a sua renda para benefício dos interesses religiosos e dos pobres. essas exigências não se limitavam a uma classe particular do povo, tocavam a todos, sendo proporcio-nais às posses da pessoa. Além de todos esses donativos sistemáticos e regulares, havia objetivos especias que pediam ofertas voluntárias, como para o tabernáculo construído no deserto, e o templo erigido em jerusalém. esses pedidos vinham de deus até o povo e tanto ser-viram para a manutenção de seu serviço, quanto para o próprio bem
deles” (ts, vol. i, págs. 545, 545).
NOSSA OBRA NECESSITA DEZ PARTES MAIS“de todas nossas entradas devemos primeiro dar a deus o que é seu. no sistema de Benevolência ordenado aos judeus, requeria-se--lhes que trouxessem ao senhor as primícias de todos os seus dons, quer fosse no aumento de seus rebanhos, ou no produto de seus cam-pos, hortas e vinhas; ou então deviam redimi-lo substituindo-o por um equivalente. Quão mudada é a ordem das coisas em nossa época!
187
os requisitos e as exigências do senhor não recebem nenhuma
atenção, ficam por último. no entanto, nossa obra necessita dez vezes
mais de recursos agora do que o necessitado pelos judeus. A grande
comissão dada aos apóstolos foi de ir por todo o mundo e pregar
o evangelho. isto mostra a extensão da obra e o aumento da respon-
sabilidade que descansa sobre os que seguem a cristo em nossa época.
se a lei requeria dízimos e ofertas há milhares de anos, quanto mais
essenciais são agora! se, na economia judaica, tanto os ricos como
os pobres haviam de dar quantidades proporcionais aos bens que
possuiam, isso agora é duplamente essencial.
“A maior parte dos que professam ser cristãos separam-se
de seus recursos de má vontade. muitos deles não dão uma vigésima
parte de suas entradas a deus, e numerosos são os que dão ainda me-
nos que isto; enquanto que há uma numerosa classe que rouba à deus
o pouco dízimo que lhe pertence, e outros que dão somente o dízimo. se
todos os dízimos de nosso povo fluíssem à tesouraria do senhor como
deveriam, seriam recebidas tantas bênçãos que os dons e ofertas para
os propósitos sagrados ficariam multiplicados dez vezes e assim se
manteria aberto o conduto entre deus e o homem. os que seguem
a cristo não devem aguardar para obrar até que os despertem os como-
vedores apelos de cada semana, sejam poucos ou muitos, a voz de deus
e da consciência que, com autoridade, lhes exige as ofertas e os dízimos
devidos ao senhor” (ts, vol. 3; págs. 344-345).
existem documentos que indicam que por volta de 1880 era
da compreensão geral que tais fundos procediam dos dízimos e de-
viam ser dedicados exclusivamente (ou quase exclusivamente) para
o sustento do ministério evangélico. notemos o que diz tiago White:
188
“o dízimo é do senhor – desde a queda do homem tem sido
necessário que haja homens que se dediquem inteiramente ao serviço
de deus. Baseado nesse princípio vê-se que o senhor ensinou a seu
povo dedicar uma décima parte para o sustento de seus ministros”
(Review and Herald, 15 de janeiro de 1880).
em 1880, algumas igrejas deviam estar retirando dos fundos
de dízimos para os gastos da igreja; pelo menos isto se deduz de um
voto de 6 de outubro, na comissão diretiva da Associação geral:
“votado, que nenhuma igreja dedique parte alguma do dízi-
mo à edificação ou reparação de sua igreja, sem o livre consentimento
da mesa da Associação” (Review and Herald, 14 de outubro de 1880).
A igreja ia tateando no caminho. embora fosse compreensão
geral que os fundos de dízimos deveriam ser reservados para o mi-
nistério do evangelho, as demandas de uma obra crescente com
recursos cada vez maiores levaram-na a uma posição mais liberal, que
foi defendida pelo presidente da Associação geral. não há melhor
forma para que isto fique claro do que citar o panfleto de george i
Butler que não tem data, mas pelo que se pode deduzir foi publicado
em 1884:
“Antes de 1878 tentamos levar a cabo um plano chamado
‘Benevolência sistemática’. cada pessoa estimava o valor de seus bens,
considerando os dez por cento dos mesmos como suas entradas e, por
sua vez, os dez por cento destas como dízimo que devia pagar sobre seus
bens. Além disso eram realizadas doações semanais pessoais. isto era,
tal como o implica seu nome, Benevolência sistemática; mas estava
189
longe de ser o mesmo que um dízimo bíblico. o dízimo não é uma
benevolência. não é algo nosso que possamos dar, pois sempre
pertenceu ao senhor.
o tema do dízimo foi levado ante a Associação geral em
outubro de 1878 e foi nomeada uma comissão composta de cinco
pessoas para preparar um trabalho a respeito. em geral nosso povo
ceitou o princípio do dízimo e, desde então, o tem praticado até
certo ponto.
mas nova luz foi iluminando o tema ano após ano. A obra
A Honra devida a Deus’, editada pela Pacific Press, deu muita luz sobre
o tema até então não publicado” (g. i. Butler, An Examination of
the Tithing System from a Bible Standpoint [Um Exame sobre o Sistema
do Dízimo desde o Ponto de Vista Bíblico], pág. 69).
nas páginas 71 e 72 o pastor Butler aborda o uso do dízimo:
“os assuntos na causa estão tomando um novo rumo. Aparecem
mais e mais demandas no ramo de obreiros, e certamente é chegado
o tempo em que devemos ser honestos com deus e dar o que lhe
pertence.” então, ao indicar a causa dessa necessidade fez a seguinte
declaração:
“Até poucos anos, o dízimo era quase totalmente para o sus-
tento dos ministros do evangelho, aqueles que pregam do púlpito.
de certo modo, parecia ser universalmente entendido que ninguém
mais tinha direito a nenhuma parte do dízimo. no entanto, mais re-
centemente tornou-se costume pagar com o dízimo aos diretores
departamentais de ação missionária, e nossas comissões de salários
tem estabelecido para isso igual tratamento que para os ministros.
190
em numerosos casos, tem sido necessária muita argumentação para
chegar a isto.
durante os últimos dois anos, outro tipo de obreiro tem
trabalhado na causa, e se tem feito a seguinte pergunta: como se deve
pagá-lo? referimo-nos aos colportores e aos missionários de
diferentes categorias que trabalham no campo ou na cidade. em mui-
tos casos foram pagos com dinheiro de dízimos. mas em várias opor-
tunidades tem sido uma carga pesada para a tesouraria e devido a
isso, às vezes o ministério não tem recebido um sustento razoável.
o assunto seguiu adiante em forma tão impetuosa que teve que ser
enfrentado e tomada uma determinação.
muitos podem trabalhar efetivamente na obra missionária
como colportores, obreiros ou como os que pregam do púlpito. sem
dúvida, muitos colportarão e pagarão seus gastos com os lucros das
vendas, mas muitos cujos trabalhos são necessários para levar adian-
te a verdade, não podem ser sustentados dessa maneira. como serão
sustentados?
depois de haver refletido muito a respeito, temos esclarecido
o assunto em nossa própria mente. cremos que o dízimo é designado
por deus para a manutenção, chegue até onde chegue, de todos os
obreiros que são chamados pela causa de deus para dar seu tempo
a esta obra. não conhecemos outro sistema especial para este propó-
sito” (g. i. Butler, An Examination of the Tithing System from a Bible
Standpoint [Um Exame sobre o Sistema do Dízimo do Ponto de Vista
Bíblico], págs. 71-72).
191
é valioso notar que os professores de escolas adventistas não
estão mencionados. não tínhamos nenhuma naquela época.
um assunto que poderia ser investigado é até que ponto
as opiniões, tais como foram expressadas pelo pastor Butler, foram
incorporadas ao livro de regulamentos da igreja. o escritor não tem
tal informação. os registros aclaram que em meados do ano 1890,
o senhor, por meio de sua mensageira, deu diretivas específicas
apelando por uma regulamentação estrita em relação ao uso do dízimo.
A seguir apresentaremos evidências disto tem um comunicado pu-
blicado pela Associação geral (“Special Testimonies to Ministers and
Workers” Testemunhos Especiais para Ministros e Obreiros, nº 10, folheto
de 39 páginas publicado em 21 de maio de 1997):
cooranbong, nsW, 14 de março de 1897.
“tem-me chegado cartas de oakland e Battle creek, com
perguntas quanto ao uso que se deve fazer do dízimo. os escritores
supunham que estavam autorizados a usar o dízimo para fazer frente
aos gastos da igreja, pois estes gastos eram muito pesados. Pelo que
me foi mostrado, o dízimo não deve ser retirado da tesouraria. cada
centavo deste dinheiro é propriedade do tesouro sagrado do senhor,
para ser aplicado para uso especial.
Houve uma época em que era muito pouco o trabalho mis-
sionário que se fazia e o dízimo se acumulava. em alguns casos, era
usado para fins semelhantes aos propostos agora. Quando o povo de
deus sentiu um despertar pela obra missionária em missões locais
192
e estrangeiras, e viu a necessidade de enviar missionários a todas
as partes do mundo, aqueles que manejavam os interesses sagrados
deveriam haver tido um discernimento claro e santificado para
compreender como deviam aplicar-se os meios. Quando se vê minis-
tros trabalharem sem dinheiro para sustentar-se e a tesouraia vazia,
então os recursos devem ser guardados zelosamente. não se deve
retirar dela nem um centavo. os ministros têm tanto direito a seu
salário como os obreiros empregados nos escritórios da Review and
Herald e os obreiros da Pacific Press Publishing House. tem-se cometido
um grande roubo com os escassos salários pagos a alguns obreiros.
se eles dão seu tempo, reflexão e trabalho ao serviço do mestre,
deveriam ter salários suficientes para prover a sua família de alimen-
tos e roupa.
A luz que o senhor me tem dado sobre este tema, é que o di-
nheiro da tesouraria para a manutenção dos ministros nos diferentes
campos não deve ser usado para outros propósitos. se fosse pago um
dízimo honesto, e se o dinheiro que entra à tesouraria fosse guardado
cuidadosamente, os ministros receberiam um salário justo [...]. o mi-
nistro que trabalha deve ser mantido. mas, apesar disto, os que estão
oficiando nesta tarefa veem que não há dinheiro na tesouraria para
pagar aos ministros. estão retirando os dízimos para outros gastos
– para suprir as necessidades da casa de reuniões ou alguma obra de
caridade. deus não é glorificado com um trabalho tal [...]. As pessoas
devem trazer donativos e ofertas, pois têm o privilégio de ter casas
de culto. Que o trabalho de casa em casa seja feito, apresentando às
famílias de Battle creek e oakland o dever que elas têm de fazer frente
193
a estes gastos, que podem ser chamados comuns ou seculares, e não
permitir que a tesouraria seja roubada” (Special Testimonies, Série A,
nº 10, publicado pela mesa da Associação geral, 21 de maio de 1897,
págs. 16-19).
embora tenha deixado claro que as igrejas bem estabelecidas
como a de oakland e a de Battle creek não deviam usar os fundos de
dízimos para gastos de igreja, ao mesmo tempo ela reconheceu (1897)
que havia casos excepcionais onde os fundos podiam ser usados para
a construção de igrejas.
“Há casos excepcionais em que a pobreza é tão grande que
a fim de assegurar o lugar mais humilde de culto pode ser necessário
lançar mão dos dízimos. mas esse lugar não é nem Battle creek
nem oakland. Que os que se reúnem para adorar a deus considerem
a negociação própria e o sacrifício de jesus cristo. Que aqueles irmãos
que professam ser filhos de deus, estudem como podem negar-se
a si mesmos, como podem separar-se de alguns de seus ídolos e econo-
mizar cuidadosamente em cada linha. em cada casa deveria haver
uma caixa para fundos de igreja, para que sejam usados para as
necessidades da igreja [...].
Que aos que lhes forem confiadas responsabilidades não
permitam que o dinheiro ordenado por deus para manutenção dos
ministros no campo de labor, seja roubado para suprir os gastos em
que se há incorrido para manter em ordem e fazer cômoda a casa de
deus. milhares e milhares de dólares tem sido tomados dos dízimos
e usados para estes fins. isto não deveria haver sido feito. As dádivas
e as ofertas que têm custado alguma negação pessoal são as que devem
194
ser recolhidas. deveria instituir um fundo separado em cada lugar
onde haja uma igreja para custear os gastos que todo membro deve
partilhar de acordo com a sua capacidade” (manuscrito 24, 1897).
esta mensagem produziu um intercâmbio de correspondên-
cia. c. H. jones de oakland, escreveu imediatamente a ellen g. White
dizendo que a igreja de oakland não estava usando fundos de dízimos
para gastos de igreja. A sra. ellen White, em resposta, escreveu ex-
tensamente a respeito em 27 de maio de 1897 e de novo insistiu na im-
portância de reservar o fundo de dízimos para o propósito específico
para o qual foi designado. com relação a isto, ela declarou o seguinte:
“se há superávit de dízimos na tesouraria, há muitos lugares onde
pode ser usado estritamente dentro dos ramos de tarefas indicadas.”
(carta 81, 1897. esta carta foi tirada da cópia de um documento inti-
tulado “O Uso do Dízimo”, págs. 12-15).
Houve uma discussão sobre este assunto em uma mesa da
Associação geral de 13 de outubro de 1896, nas reuniões de outono.
citamos das Atas:
“o pastor Breed pediu conselho em relação ao que devia
dizer-se às igrejas com respeito ao uso do dízimo em gastos
e pagamento de dívidas da igreja. demonstrou-se que, embora fosse
um costume bastante geral de nossas igrejas manter os dízimos
dentro dos canais regulares – o sustento do ministério – em
alguns casos, especialmente em duas ou três das igrejas maiores da
denominação, a prática usual com respeito a isto não era seguida.
os membros da mesa expressaram pesar por esta situação
e sugeriram que fossem tomadas medidas para remediar o mal
195
tão logo fosse possível” (Atas da mesa da Associação geral, 13 de
outubro de 1896). no ano seguinte ellen g. White expôs novamente
o problema de tal maneira que não deixou lugar a dúvidas:
“os ministros de deus são seus pastores, nomeados por ele
para alimentar a seu rebanho. o dízimo é a provisão designada por ele
para a manutenção deles, e ele determina que deve ser conservado
sagradamente para este propósito” (manuscrito, 139, 1898).
novamente, seis anos mais tarde reforçou este ponto:
“o dízimo deve ser usado para um propósito - o sustento dos
ministros que o senhor tem nomeado para fazer seu trabalho. deve
ser usado para sustentar os que falam as palavras de vida às pessoas
e levam as cargas do rebanho de deus [...]”. está se fazendo cada
vez mais comum a ideia de que a disposição sagrada do dízimo não
existe mais. muitos têm perdido o sentido do que requer o senhor”
(manuscrito, 82, 1904).
O DESVIO DOS DÍZIMOSem muitas de suas últimas declarações relacionadas ao uso do
dízimo, ellen g. White fala de como os fundos têm sido desviados
para outras áreas para as quais os dízimos não devem ser dedicados,
isto é, o sustento do ministério.
Ao ler os primeiros relatórios, encontramos que em 4 de maio
de 1898, uma mesa da Associação geral – reuniu os pastores irwin,
jones, evans Y moon, quando o dr. j. Kellog persuadiu-os a definir
que fosse permitido que o dízimo pago pelos obreiros do sanatório
196
fosse dedicado, sob a direção da Associação médico missinária,
ao sustento de obreiros e enfermeiras praparados para levar adiante
a luz dos princípios da reforma pró-saúde nas diversas associações.
isto significava que ou os dízimos iriam diretamente do sanatório ao
campo, ou se devia ser pago à Associação geral, e esta por sua vez,
proporcionaria uma quantidade igual para este tipo de trabalho.
em 27 de março de 1900, a Associação médico missionária
e de Benevolência enviou um relatório à mesa da Associação geral,
que proporcionava “um detalhe de contas dos recibos e desembolsos
dos dízimos da família do sanatório, desde 25 de maio de 1898 até
31 de dezembro de 1899”. junto com isto ia uma cópia da Ata de
autorização de 4 de maio de 1898.
em 4 de abril de 1900, foi exposto o problema de ser ou não
correto o procedimento aprovado em 4 de maio de 1898 e foi nomeada
uma comissão para que desse uma recomendação quanto ao curso
a seguir. A comissão apresentou seu relatório em 6 de abril de 1904,
tomando a posição de que “eles não se sentiam livres para fazer uma
recomendação definitiva neste momento”. e é muito interessante que,
“por comum consentimento, a comissão julgou prudente que as coisas
seguissem como estavam”. Aparentemente, não estavam preparados
para discutir sobre isto com o dr. Kellog.
Há um relatório que indica que, quando o irmão semmens
foi enviado à Austrália como médico missionário, parte de seu salário
provinha do dízimo proporcionado pela família do sanatório de Battle
creek. no entanto, o sentimento geral refletido em vários e diversos
197
documentos, indica que a igreja comumente entendia que o dízimo
estava reservado especialmente para o ministério.
PRIMEIRA MEDIDA DA MESA DA ASSOCIAÇÃO GERALSOBRE O USO DOS DÍZIMOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IGREJAS
na reunião de 28 de dezembro de 1889, à qual assistiram o. A. olsen,
W. c. White, r. m. Kilgore, e. W. Farnasworth e A. t. jones, a mesa
da Associação geral tomou a seguinte medida:
“Foi lida uma carta da irmã gillett, de graysville, tennessee,
na qual solicitava que lhe permitisse reter seus dízimos durante um
ano para ajudar na construção de uma capela.
depois de proposto, foi votado que a opinião desta mesa sob
nenhuma circunstância apoia a retenção de dízimos para tais propósitos.
segundo, que prometemos aos irmãos de graysville um
donativo para ajudar na construção de uma capela” (Atas da mesa
da Associação geral, 28 de dezembro de 1889).
DÍZIMO PARA OS QUE TRABALHAM EM PALAVRA E DOUTRINA no final de 1890, ellen g. White falou, em diversas ocasiões,
acerca da remuneração da mulher que realiza trabalho evangelístico,
quer seja na escrivaninha sagrada ou levando a mensagem de porta
em porta:
“grande é a obra a ser feita no mundo, e todo talento deve
ser empregado em harmonia com os retos princípios. se uma mulher
for designada pelo senhor para fazer determinada obra, seu trabalho
198
deve ser estimado segundo o seu valor. todo o que trabalha deve
receber o que lhe é devido, seja homem, seja muher.
os que trabalham diligente e abnegadamente, sejam eles
homens ou mulheres, trazem molhos para o mestre; e as pessoas
convertidas por seus labores trarão seus dízimos ao tesouro” (ev, pág.
491). no ano seguinte, ela declarou:
“o dízimo deve ser para os que trabalham na Palavra e na
doutrina, sejam eles homens ou mulheres” (ev, 492, apud manuscrito
149, 1899).
no final de 1900, ao sair da imprensa o volume 6 de “Testimo-
nies for the Church” (Testemunhos para a Igreja), o espírito de Profecia
apresentava vários apelos enérgicos em relação a extensão da obra
e a necessidade de que fosse sustentada pelos dízimos. no capítulo
A Administração das Escolas, ela declarou:
“nossas Associações olham para as escolas em busca de
obreiros educados e bem preparados, e deviam dar-lhes, a essas
escolas, um apoio mais caloroso e inteligente. tem sido comunicada
positiva luz para que os que ministram em nossas escolas ensinando
a Palavra de deus, explicando as escrituras, educando os alunos nas
coisas divinas, sejam sustentados com o dinheiro do dízimo. estas
instruções foram dadas há muito tempo, e mais recentemente têm
sido aqui e ali repetidas” (ts, vol. 2, pág. 473).
um capítulo completo intitulado “Dar a Deus o que Lhe
Pertence”, foi dedicado a dízimos e ofertas, enfatizando energicamente
nossa responsabilidade de sustentar com o dízimo os que levam
a mensagem de salvação ao mundo:
199
“ele deposita seus tesouros nas mãos dos homens, porém
requer deles que separem fielmente a décima parte para a sua
obra. ordena que essa porção seja recolhida à casa do seu tesouro.
Há de ser-lhe devolvida como propriedade sua; é sagrada e deve
empregar-se para fins sagrados, para o sustento dos que hão de
proclamar a mensagem de salvação em todas as partes do mundo.
deus se reserva essa parte para que não faltem recursos em sua
casa, e a luz da verdade possa ser levada a todos os que estão distan-
tes e os que estão perto. Pela obediência escrupulosa dessa ordem,
reconhecemos que todas as coisas pertencem ao senhor [...]. Pondo
a mão sobre as propriedades dos homens, lhes diz: “sou senhor de
todo o universo, e esses bens são meus. o dízimo que haveis retido,
o reservava para sustentar a meus servos em sua obra de explicar
as escrituras aos que moram em regiões escuras e não conhecem
minha lei. empregando o meu fundo de reserva para satisfazer vos-
sos próprios desejos, roubastes às pessoas a luz que eu lhes destinei.
dei-vos uma oportunidade, mas vós a rejeitastes. tendes-me roubado
a mim, subtraindo as minhas reservas. Por isto, ‘com maldição sois
amaldiçoados. (malaquias 3:9) (ts, vol. 3, págs. 37-38).
e em seu pedido de “ajuda para os campos missionários”,
especificou que o dízimo devia ser usado na obra missionária:
“toda pessoa que se converte à verdade deveria ser instruída
acerca do que o senhor requer quanto a dízimos e ofertas. Ao levan-
tarem-se igrejas, é necessário tomar conta decididamente desta tarefa
e levá-la avante com o espírito de cristo. tudo o que o homem desfru-
ta, recebe da grande firma do senhor, e ele se compraz em que seus
200
herdeiros desfrutem de seus bens; mas todo aquele que permanece
sob a bandeira imaculada do príncipe emanuel, deve conhecer sua
dependência de deus e sua responsabilidade para com ele devolvendo
à tesouraria, certa parte como sua própria. isto deve ser invertido em
trabalho missionário, no cumprimento da comissão dada pelo Filho
de deus a seus discípulos” (Testimonies, vol. 6 pág. 447).
A década que precedeu à publicação do volume 6 dos Tes-
timonies havia registrado uma importante expansão em nossa obra
educativa.
Foram abertos colégios em lincoln, nebrasca, Walla Walla,
Washington e cooranbong, Austrália. e é no volume 6 que encontra-
mos a primeira e clara declaração quanto ao pagamento de professo-
res de Bíblia com dinheiro procedente dos dízimos:
“o que houver de melhor no talento ministerial deve ser
usado no ensino de Bíblia em nossas escolas. os que são escolhidos
para essa obra, precisam ser acurados estudantes da Bíblia, e possui-
dores de profunda experiência cristã, sendo seu salário pago do fundo
do dízimo” (ts, vol. 2, pág. 415).
depois, no ano de 1890 encontramos conceitos mais claros
em relação ao uso do dízimo:
“o dinheiro da tesouraria destinado ao sustento dos minis-
tros dos diferentes campos, não deve ser usado em nenhum outro pro-
pósito” (Special Testimonies, séries A, 10, [1897]. ver pág. 16 deste
documento).
“[...] e a ele entregue como propriedade sua [...] para o sus-
tento dos que levam a sua mensagem ao mundo” (ts, vol. 3 pág. 37).
201
os professores de Bíblia representam os “possuidores de profunda
experiência cristã, sendo seu salário pago do fundo do dízimo” (ts,
vol. 2, pág. 415).
A ênfase era então de que cada membro da igreja continuasse
em uma mordomia fiel. “se todos devolvessem fielmente seus dízimos
e devotassem ao senhor as primícias de seus proventos, não escassea-
riam os fundos para a sua obra. mas a lei de deus deixou de ser res-
peitada ou obedecida, e daí a premente necessidade que a caracteriza”
(ts, vol. 3 pág. 36).
no que se refere ao cuidado que se deve ter com o uso do
dízimo se faz mais proeminente e teve que ser intensificado na década
seguinte, década de expansão sem precedentes na obra da igreja.
nessa época, na escola sabatina, recolhiam-se ofertas sobre
bases regulares. A primeira foi em 1878 – o ano em que foi revisado
o plano de dízimos – e foi utilizado para gastos locais da escola
sabatina. em 1885, as escolas sabatinas deram suas primeiras ofertas
às missões. em 1889 e 1890 as escolas sabatinas proporcionaram
fundos para a construção de Pitcairn. em 1904, a maioria das ofertas
da escola sabatina era destinadas às missões estrangeiras.
OS DÍZIMOS E O SUSTENTO DAS ESCOLASFoi nesta situação, e ao começar o novo século, que avançamos seria-
mente na obra de escolas adventistas. Houve várias sugestões e se
estabeleceram discussões quanto a como este ramo de trabalho devia
ser sustentado. em 29 de julho de 1901, ellen g. White escreveu:
202
“o senhor deseja que em todas partes, as igrejas desem-
penhem com maior diligência a obra de escolas adventistas, dando
liberalmente para sustentar aos professores. Foi feita a seguinte
pergunta: não se poderia usar um segundo dízimo para o sustento
do trabalho da escola adventista?” não poderia ser usado para um
propósito melhor” (manuscrito 67, 1901).
em 29 de outubro de 1901, a mesa da Associação geral
tomou um voto sobre o segundo dízimo, no qual se dispunha que
certos fundos do segundo dízimo fossem devolvidos à união do
Pacífico, mas sem especificar o uso. Quando o colégio de são Fernando
foi aberto, em torno do ano 1904, foi proposto que a instituição fosse
sustentada com o segundo dízimo. Por essa época, a Associação do
sul da califórnia publicou dois panfletos: um, “O Segundo Dízimo,
seu Fundamento Bíblico e seu Uso Legítimo”, escrito por r. s. owen;
e o outro, “O Segundo Dízimo”, escrito por clarence santee e r. s.
owen. mas, ellen g. White escreveu em 27 de abril de 1904:
“não vejo qual é o critério usado ao fazer depender a escola
do segundo dízimo para enfrentar tantos de seus gastos. temo que se
os irmãos confiem tanto nisso, levantarão dificuldade. vocês deveriam
trabalhar pacientemente para desenvolver aquelas indústrias por meio
das quais os estudantes poderão, parcialmente, pagar seus estudos.
Que cada família procure pagar os gastos dos estudantes que envia
à escola” (carta 167, 1904. 1904, dirigida aos irmãos santee Y owen).
em 7 de abril de 1905, ellen g. White escreveu a e. s.
Ballenger, que estava relacionado com nossa obra escolar:
203
“em relação a obra educativa, tenho recebido instruções de
que o plano de não cobrar aos alunos nenhuma cota pelo ensino, de-
pendendo do segundo dízimo para o sustento da escola, sempre dei-
xará a esta em uma situação de apuros financeiros. A primeira vez
que ouvi acerca deste movimento, pensei deixar que seguisse adiante,
mas agora devo dizer-lhes que a luz que me tem sido dada é que de-
verão fazer outros planos diferentes ao de sustentar às escolas com
o segundo dízimo. deveria ser cobrado dos alunos uma soma razoável
pelo ensino. Haverá muitos lugares onde o segundo dízimo poderá
ser usado para realizar diligentemente uma nova obra missionária”
(carta 103, 1905).
e depois, em 4 de outubro de 1905, ellen White escreveu ao
pastor clarence santee:
“Agora estamos lutando com a dívida do colégio de san Fer-
nando. se nosso povo se encarregasse seriamente da venda do livro
Parábolas de Jesus, muito poderia ser feito. os planos para o sustento
deste colégio não foram, no passado, feitos com sabedoria. espero
que ninguém se empenhe em fazer o mesmo e se cometam erros se-
melhantes” (carta 279, 1905).
no contexto desses tempos, ellen g. White escreveu em 1904
uma declaração sobre “O Uso do Dízimo”, manuscrito 82, 1904. Algu-
mas porções do mesmo fazem parte dos conselhos que, eventualmente,
foram publicados no volume 9 de Testimonies sob o título de “Mor-
domia Fiel”. A declaração completa de 1904 aparece no Apêndice c.
tem-se dado considerável atenção ao parágrafo das páginas
248-249 do volume 9 de Testimonies em relação ao uso do dízimo para
“propósitos educativos e sustento de ‘colportores’”:
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“Há os que argumentam que o dízimo pode ser aplicado para
fins educativos. outros argumentam que os colportores deveriam ser
sustentados com o dízimo. mas se comete um grande erro quando se
desvia o dízimo do objetivo para o qual deve ser usado - o sustento
dos ministros. deveria haver hoje no campo cem obreiros bem quali-
ficados onde agora há apenas um.”
História da declaração em questão:
1. Ao preparar uma apresentação a ser realizada em san josé, califórnia,
em janeiro de 1907, em um simpósio sobre o “Sustento do Reino de Deus
na Terra”, ellen g. White incorporou o parágrafo na parte principal
do manuscrito que leria.
2. o artigo de ellen g. White do simpósio foi concluído em 1909
em Testimonies, vol. 9, págs. 245-251, no capítulo “Mordomia Fiel”.
Assim, pois, o parágrafo em questão aparece três vezes: 1904, 1907,
1909.
NENHUM ACONTECIMENTO ESPECIAL OU CRISE APARENTE,COMO RESPONSÁVEL PELO CONSELHO
Foi levantada uma pergunta a respeito de uma possível crise em nossa
obra educativa em 1904 ou 1905. ou talvez, esta pode ter ocorrido
no ministério da colportagem, o que levou ellen g. White a escrever
como o fez. um exame bem cuidadoso das Atas da Associação geral,
das correspondências entre ellen g. White e obreiros e dirigentes da
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igreja (além dos próprios arquivos de ellen g. White), não revelam
que houve uma situação especial de crise que a levava a escrever
como o fez. o panfleto de cutler em 1884 – no qual expressa sua
convicção de que o dinheiro do dízimo deveria ajudar a sustentar
o ministério da colportagem recentemente estabelecido – estava,
no entanto, em circulação em 1904, o ano que foi escrita a declaração
em questão.
Quanto ao pagamento dos colportores, os relatórios de 1901
a 1904 não fazem referência à sugestão de que os colportores
deveriam ser pagos com o dinheiro procedente do dízimo. estes fatos
servem de apoio à hipótese de que a declaração de ellen g. White
concernente aos “interesses educativos” e a “colportagem”, aparece
em termos gerais no contexto de uma declaração que abrange
o dízimo e seu uso. ela foi escrita a fim de salvaguardar o uso
do dízimo, mas não como resposta a nenhuma situação particular
de crise.
sempre se deveria ter em conta que o peso de muitas decla-
rações de ellen g. White em relação ao uso do dízimo e o desvio
destes fundos é de que haja uma ampla quantia na tesouraria, a fim de
pagar de forma adequada aos ministros e sustentar o forte impulso
evangélico através de todo o mundo. ela escreveu:
“deveria haver abundância na tesouraria do senhor, e a haveria, se
corações e mãos egoístas não houvessem feito uso do dízimo para
sustentar outros ramos de trabalho.
os recursos reservados a deus não devem ser usados de
forma tão imprevista. o dízimo é do senhor, e os que disponham dele
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serão castigados com a perda de seu tesouro celestial, a menos que
se arrependam. Que a obra não seja limitada por mais tempo por se
haver desviado o dízimo a outros canais, diferentes dos que o senhor
indicou. deve-se fazer provisões para estes outros ramos de trabalho.
devem ser mantidos, mas não com o dízimo. deus não mudou;
o dízimo ainda deve ser usado para o sustento do ministério. o começo
da obra em novos campos requer mais eficácia ministerial do que
a que temos agora, e tem que haver fundos na tesouraria” (Testemonies,
vol. 9, págs. 249-250).
nota: esta análise foi preparada para proporcionar uma
correlação entre a história do desenvolvimento do sistema do dízimo,
tal como foi seguida pelos Adventistas do sétimo dia e a compilação
de 18 páginas sobre “O Uso do Dízimo”, apresentado em 1952 pelo
centro White a pedido da Associação geral.
(centro White, Washington d.c, euA, 14 de outubro de 1975).
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APÊNDICE C
O Uso do DízimoEllen G. White
“tu pois ordenarás aos filhos de israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas con-tinuamente” (Êxodo 27:20). esta devia ser uma oferta contínua para que a casa de deus pudesse estar devidamente provida do que era necessário para o serviço do senhor. Hoje seu povo deve recordar que a casa de culto é propriedade do senhor, e que deve ser cuidada municiosamente. mas os fundos para esta tarefa não devem provir do dízimo. o dízimo deve ser usado para um propósito – o sustento dos ministros que o senhor tem nomeado para fazer seu trabalho. deve ser usado para sustentar os que falam as palavras de vida às pessoas e levam as cargas do rebanho de deus. mas há ministros que têm sido roubados de seus salários. não tem sido respeitada a provisão que deus fez para eles. os que estão encarregados de nossos edifícios de igrejas devem receber o dinheiro necessário para manter tais edifícios em boas condições. mas este dinheiro não deve sair dos dízimos.
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Foi-me dada uma mensagem bem clara e definida para que
a apresente a nosso povo. Foi ordenado que lhes diga que estão come-
tendo um erro ao aplicar o dízimo a várias coisas que, embora boas em
si mesmas, não são o propósito para o qual o senhor tem dito que deve
ser usado o dízimo. os que o usam desta maneira estão se distancian-
do do que foi designado pelo senhor.
deus julgará estas coisas. Há os que argumentam que
o dízimo pode ser aplicado para fins educativos. outros argumentam
que os colportores deveriam ser mantidos com o dinheiro procedente
do dízimo. mas comete-se um grave erro quando se desvia o dízimo
do propósito para o qual deve ser usado – o sustento dos ministros.
deveria hoje haver no campo cem obreiros bem qualificados onde
agora há somente um.
deus não pode olhar a condição atual com aprovação, mas
com condenação. sua tesouraria tem sido privada dos meios que
deveriam ser usados para o sustento do ministério evangélico nos
campos próximos e distantes. os que proclamam a mensagem da
verdade diante de grandes congregações e o fazem também de porta
em porta, estão fazendo dupla tarefa missionária e em nenhum caso
se deve cortar-lhes o salário.
o uso do dízimo deve ser considerado por nosso povo como
algo sagrado. devemos cuidar-nos estritamente contra tudo o que se
oponha à mensagem dada agora.
Há escassez de ministros porque os ministros não têm
recebido alento. Alguns que são enviados a terras estrangeiras para
penetrar em campos que nunca antes foram penetrados, têm recebido
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a seguinte instrução: “deveis vos manter a vós mesmos. não temos
meios para manter-vos”. isto não deveria acontecer e não aconteria
se o dízimo, as dádivas e as ofertas fossem entregues à tesouraria.
Quando um homem entra no ministério deve ser pago o suficiente
para manter a sua família com o dinheiro do dízimo. não deve sentir
que é um mendigo. cada vez mais se está tornando comum a ideia de
que a ordem sagrada do dízimo não existe mais. muitos têm perdido
o sentido do que o senhor requer.
o dízimo é sagrado, reservado para si mesmo por deus. deve
ser entregue à sua tesouraria a fim de ser usado para sustentar aos
obreiros evangélicos em seu trabalho. Por muito tempo, o senhor tem
sido roubado pelo fato de que há os que não compreendem que o dízimo
é a parte reservada para deus.
muitos ministros têm baixado ao túmulo pela tristeza, pela
decepção e pelas penalidades que os consumiram por não haverem
recebido o suficiente por seus trabalhos.
lembremos que deus é um deus de justiça e equidade.
deveria haver hoje muitos obreiros mais no campo. mas os tais não
se sentem alentados para trabalhar. muitos obreiros têm descido
à tumba de coração quebrantado porque ao envelhecer puderam ver
que eram considerados uma carga. mas se os houvesse retido na obra
e se lhes houvesse dado um lugar fácil, com salário completo ou
parcial, poderiam ter cumprido uma boa tarefa. Quando esses homens
estavam na ativa faziam um duplo trabalho. sentiam uma responsa-
bilidade tão grande pelas pessoas que não desejavam ser aliviados do
excesso de trabalho. As pesadas cargas suportadas encurtaram suas
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vidas. As viúvas destes ministros nunca deverão ser esquecidas.
elo contrário, devem ser pagas com o dinheiro dos dízimos.
leia cuidadosamente o terceiro capítulo de malaquias e veja
o que diz deus sobre o dízimo. se nossas igrejas cumprissem com
a palavra de deus e fossem fiéis no pagamento dos dízimos à tesou-
raria do senhor, seus obreiros se sentiriam alentados a empenhar-se
no trabalho ministerial. mais homens se entregariam ao ministério
se não lhes fosse dito que a tesouraria está esgotada. deveria haver
abundância na tesouraria do senhor, e a haveria se corações e mãos
egoístas não houvessem feito uso do dízimo para sustentar outros
ramos de trabalho.
os recursos reservados de deus não devem ser usados em
forma tão imprevista. o dízimo é do senhor e os que dispõem dele,
serão castigados com a perda de seu tesouro celestial, a menos que
se arrependam. A obra não deve ser limitada por mais tempo porque
o dízimo tem sido desviado a outros canais, diferentes dos indicados
pelo senhor. deve-se fazer provisões para estes outros ramos de
trabalho. devem ser sustentados, mas não com o dízimo. deus
não tem mudado; o dízimo ainda deve ser usado para o sustento
do ministério. o começo da obra em novos campos requer mais
eficácia ministerial do que a que temos agora, e tem que haver fundos
na tesouraria (ms., 82, 1904).
O PROPÓSITO DO AUTOR FOI RESPONDER DE FORMA PRÁTICA E CONCRETAA CENTO E DEZ PERGUNTAS, DAS MAIS COMUNS, SOBRE O DÍZIMO.
UM LIVRO AO ALCANCE DA COMPREENSÃO DE TODAS AS PESSOAS,A FIM DE DESFAZER QUALQUER DÚVIDA SOBRE ESTE ASSUNTO TÃO
IMPORTANTE DA MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS.
APROPRIADO PARA PASTORES, LÍDERES DE MORDOMIAE OFICIAIS DE IGREJA EM GERAL.