perda auditiva & demência

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Instituto de Neurologia de Curitiba Setor de Demências e de Outros Distúrbios Cognitivos e do Comportamento - SEDDICC Ricardo Krause Martinez de Souza

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Page 1: Perda auditiva & demência

Instituto de Neurologia de Curitiba

Setor de Demências e de Outros Distúrbios Cognitivos e do

Comportamento - SEDDICC

Ricardo Krause Martinez de Souza

Page 2: Perda auditiva & demência

• A perda auditiva e a demência são condições clínicas muito prevalentes

na população, além disso, podem coexistir frequentemente.

• O primeiro estudo associando perda auditiva e disfunção cognitiva,

sugerindo que a perda auditiva era mais comum em pacientes com

demência do que em indivíduos saudáveis foi publicada em 1964. (1)

• A perda auditiva relacionada a idade (presbiacusia) pode ser um fator

de risco modificável para a demência.

1- Kay, et al., Br. J. Psychiatry . 1964

Page 3: Perda auditiva & demência

590 milhões Perda Auditiva

36 milhões Demência

1,2 milhão - OMS Demência - Brasil 2,2 milhões – OMS- 2010

Perda auditiva - Brasil

Page 4: Perda auditiva & demência

• Atualmente a presbiacusia afeta quase 70% de todos adultos com mais de 70

anos de idade.

• Em 2050, haverá cerca de 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos com perda auditiva.

Page 5: Perda auditiva & demência

115 milhões

• Atualmente: 36 milhões de indivíduos com demência.

• Esses números vão dobrar em 2030 e triplicar em 2050.

• A prevalência de demência em pessoas com mais de 60 anos é entre 5 a 7%.

Lin et al, Arch Intern Med, 2011

Prince et al, Alzheimer`s & Dementia, 2013

Page 6: Perda auditiva & demência

• Já se passaram 14 anos desde a última medicação aprovada para o

tratamento da doença de Alzheimer.

• Assim como o envelhecimento populacional, a doença de Alzheimer

apresenta um crescimento em escala exponencial.

• Estima-se que, a cada 4 segundos, um novo caso de demência seja

detectado no mundo.

• Trata-se de um problema de saúde pública, principalmente em países

em desenvolvimento.

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• Fatores de risco não modificáveis: idade, história famililar e hereditariedade.

• Fatores de riscos modificáveis: hipertensão, dislipidemia, diabetes, obesidade e outros fatores de risco para doenças cerebrovasculares.

• Atualmente, existem evidências científicas suficientes para recomendar modificações de fatores de riscos e mudanças de estilo de vida, visando a prevenção de diversos tipos de demências.

.

Alzheimer´s Disease International, 2014. Johns Hopkins Hospital,2015. Ministério da Saúde- Prevenção da Demência, 2013

Page 8: Perda auditiva & demência

Fator de Risco

Hipertensão, Diabetes, Obesidade

Resistência à Insulina

Tabagismo

Consumo excessivo de bebida alcoólica

Sono ruim

Perda auditiva

Traumatismo craniano

Estresse elevado e ansiedade

Algumas classes de medicamentos

Deficiência de vitamina D

Fator Protetor

Elevado grau de escolaridade

Indivíduo intelectualmente ativo

Engajamento social

Consumo moderado de bebida alcoólica

Atividade física

Alimentação saudável

Dieta mediterrânea

Deficiência de vitamina D

Page 9: Perda auditiva & demência

Perda Auditiva: mais recursos cognitivos são necessários para compensar o processamento percepto-auditivo.

Menor processamento de outros sistemas cognitivos fundamentais: memória de trabalho.

Ocorre uma realocação dos recursos neurais para compensar o processamento auditivo.

Depleção da “Reserva cognitiva” disponível => início do processo patológico (Demência)

Page 10: Perda auditiva & demência

Panza, F. et al. Nat. Rev. Neurol,2015

Etiologia Compartilhada Mecanismo Causal

Page 11: Perda auditiva & demência
Page 12: Perda auditiva & demência

• Estudo prospectivo com 639 participantes do Baltimore

Longitudinal Study of Aging.

• O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre a perda

auditiva de origem periférica e a incidência de demência.

• O seguimento médio foi de 11 anos.

• O estudo demonstrou que existe uma relação da perda auditiva e

o aumento da incidência de demência.

Frank Lin et al., Arch Neurol. 2011

Page 13: Perda auditiva & demência

• Estudo de coorte com 1057 indivíduos,

acompanhados durante um período de 17 anos.

• A cada 10 dB (decibéis) de aumento de perda

auditiva, o risco de desenvolver demência

aumentou 2,7 vezes.

Gallacher et al., Neurology. 2012

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Page 15: Perda auditiva & demência

Objetivo

• A proposta dessa meta-análise foi avaliar os principais estudos relacionando a perda auditiva e a cognição e considerar o impacto da intervenção auditiva na função cognitiva.

• Esta foi a primeira meta-análise para explorar o impacto da perda auditiva e seu tratamento no funcionamento cognitivo.

Taljard et al., Clin. Otolaringol. 2016.

Page 16: Perda auditiva & demência

Seleção inicial: 4349 estudos. Somente 33 estudos foram selecionados, sendo:

• 602 pacientes com deficiência auditiva não tratada. • 672 participantes com deficiência auditiva tratada. • 176 controles saudáveis. • 4260 indivíduos com uma variedade de comprometimento

cognitivo com ou sem tratamento.

• As atuais evidências sugerem que a perda auditiva tem um impacto negativo na cognição, além disso, prediz uma taxa de declínio mais rápida na cognição e aumenta o risco da incidência de todas as causas de demências.

• Embora este estudo confirme que a perda auditiva está associada com o comprometimento cognitivo e que o tratamento parece melhorar a cognição, as conclusões sobre as relações causais ainda não podem ser CONCLUSIVAS.

Page 17: Perda auditiva & demência

• Apesar dos estudos sugerirem que a perda auditiva está associada com comprometimento cognitivo, a conclusão ainda é PREMATURA, devido à diversidade entre os estudos, amostras pequenas e à falta de controles adequados.

• Entretanto, a orientação e o incentivo ao tratamento da perda auditiva nos pacientes pode lhes trazer diversos benefícios:

1. Melhorar a qualidade de vida.

2. Diminuir a tendência ao isolamento e depressão.

3. Reduzir o impacto na saúde pública.

4. Possivelmente, prevenir o comprometimento cognitivo.

Page 18: Perda auditiva & demência

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