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PERCEPÇÃO E SUSTENTABILIDADE: O CASO DAPONTE JOSÉ SARNEY EM SÃO LUÍS
(MARANHÃO, BRASIL)
Saulo Ribeiro dos Santos
Professor Mestre da Universidade Federal do Maranhão. Doutorando nos cursos de Gestão
Urbana (PUCPR) e Geografia (UFPR). Bolsista CAPES
Protásio Cézar dos Santos
Professor Doutor da Universidade Federal do Maranhão e Universidade Estadual do
Maranhão
INTRODUÇÃO
As cidades brasileiras para se adequarem ao processo de desenvolvimento e
competitividade exigidos pela globalização, precisavam melhorar sua estrutura urbana para
receberem investimentos privados (COELHO, 2001), portanto, tem-se na década de 70, em
São Luís, a inauguração da Ponte José Sarney com o objetivo de expansão da cidade com
fins à ocupação da faixa litorânea. Sendo que naquele período a preocupação e exigência
com relação aos impactos ambientais estavam iniciando (MORAIS, 2006).
Estudos sobre a relação desenvolvimento e meio ambiente tiveram os primeiros
passos no Relatório de Brundtland (década de 70) e Rio 92, que trouxeram considerações
sobre estes temas (COMISSÃO DE BRUNDTLAND, 2012). Na Rio 92 acadêmicos e políticos
analisaram com profundidade a partir dos resultados do Relatório de Brundtland o conceito
de desenvolvimento sustentável, que visa o desenvolvimento com foco na preservação do
meio ambiente e sua relação com as gerações atuais e futuras (COMISSÃO DE
BRUNDTLAND, 2012).
A partir deste encontro mundial no Rio, governantes passaram a criar políticas
de desenvolvimento com foco ambiental e social, de forma que o crescimento econômico
fosse crescente, mas com preocupação os impactos ao meio ambiente (COMISSÃO DE
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BRUNDTLAND, 2012).
Dentre as formas de propagar o conceito de desenvolvimento sustentável está a
partir da implantação de ações de educação ambiental, para que a sociedade tenha acesso a
informações sobre como relacionar com o meio ambiente, sem impactá-lo negativamente
(COMISSÃO DE BRUNDTLAND, 2012).
Na capital do Maranhão, a alusão da construção da Ponte por parte do Governo
do Estado foi intensa na época, tanto que a população não se envolveu com os impactos
ambientais urbanos causados pela construção da mesma.
A Ponte tornou-se um símbolo de desenvolvimento urbano, pois São Luís
precisava expandir-se para o lado das praias, devido novos empreendimentos que estavam
sendo planejados para a região, assim como o aumento da população (MORAIS, 2006).
Mediante tais aspectos, este estudo visa identificar os impactos ambientais
causados pela construção da Ponte José Sarney na região localizada, mediante a percepção
dos moradores de São Luís. Não se tem a intenção de expandir sobre quais foram os
impactos ambientais urbanos causados pela Ponte na região e na cidade, mas sim, entender
como os ludovicenses (cidadão que nasce em São Luís) pensam/veem os impactos.
DISCURSOS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: BRUNDTLAND E RIO 92
A partir de “temas emergentes” sobre sustentabilidade, os governantes
entenderam a sua importância para o desenvolvimento equilibrado das nações. Segundo
Boff (2012), essas temáticas estão principalmente relacionadas às áreas de meio ambiente,
educação, cultura, saúde e responsabilidade social.
Partindo do pressuposto da necessidade de compreensão da existência de
profundas mudanças em curso no mundo, depreende-se que são características dos
períodos contemporâneos de alterações graduais de valores e atitudes, as quais, em
nenhum outro momento da história da humanidade, exigiram adaptações tão urgentes
quanto às vivenciadas na atualidade (BOFF, 2012).
Diante das atuais taxas de crescimento econômico e populacional, os recursos
naturais não renováveis do planeta vêm se exaurindo em velocidade surpreendente,
provocando impactos negativos sobre a qualidade de vida. Para a modificação dessa
situação, o desenvolvimento sustentável tem sido apontado como uma das principais
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soluções como forma de minimização desse cenário, suprindo as necessidades de hoje sem
comprometer as das gerações futuras (CMMAD, 1988).
Com ampla inserção deste conceito, a sociedade caminha para efetiva e
adequada consciência ambiental, pois é notório que governantes têm começado a modificar
suas percepções para atender as carências da sociedade e também tornar suas nações
detentoras de tecnologia ambiental (POLONSKY, 1994).
Conforme Andrade, Tachizawa e Carvalho (2003), a importância do tema “meio
ambiente” no âmbito acadêmico e político começou a ser destacada, em nível global, na
segunda metade do século XIX, originando uma série de estudos e pesquisas sobre a
temática. Os autores esclarecem que o ano de 1948 foi o marco da chamada “Reunião de
Roma” (Itália), em que autoridades mundiais perceberam os problemas ambientais como
atuais e de responsabilidade do ser humano. Todavia, o desenvolvimento sustentável foi
estudado com maior profundidade a partir da Conferência sobre a Biosfera, em Paris
(França) em 1968, sendo, então, despertada a consciência ecológica com maior ênfase. Em
seguida, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia)
em 1972, a questão ambiental foi debatida, pela primeira vez, como fator primordial por
governantes, que entenderam o imperativo do combate de fatores de degradação do
planeta.
Acrescentando informações às acima apresentadas, Custódio (2004, p.57) diz
que:
no bojo da revolução técnico-científica que definiu e continua a definir o perfil do
fim do século XX e início do século XXI, colocando à disposição do homem
saberes e recursos nunca antes imaginados, a questão ambiental emerge como
nova ordem social e política. Aos debates sobre os limites do crescimento com
os quais a questão se coloca em todos os relevantes encontros para a discussão
da temática ambiental (Estocolmo/72, ECO/92, Johanesburgo/02) impõem-se,
hoje, discussões relativas à superação desses limites por meio de tecnologias
alternativas movidas pela busca da adequação entre potencial de recursos e
produção social.
Esses encontros levaram à elaboração do conceito de desenvolvimento
sustentável, relacionado à saída de um modelo predatório para um equilibrado, sem perda
de espaço no mercado, ou seja, implicando em diversas modificações nas formas que se
interpreta o mundo, pois o atendimento às exigências de proteção dos recursos naturais
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deve estar enquadrado em um processo de planejamento de longo prazo. Mas, ainda
permanecem dúvidas sobre como manter o crescimento econômico em associação com a
preservação ambiental e com as questões sociais de forma que todos possam ser
beneficiados.
Nesse âmbito, Dias (2003, p.48) faz a seguinte interpretação:
embora seja um conceito amplamente utilizado, não existe uma visão única do
que seja o desenvolvimento sustentável. Para alguns, alcançar o
desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo por
meio de manejo mais racional dos recursos naturais e a utilização de tecnologias
mais eficientes e menos poluentes. Para outros, o desenvolvimento sustentável
é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza,
elevar a qualidade de vida e satisfazer às necessidades básicas da humanidade,
que oferece os princípios e orientações para o desenvolvimento harmônico da
sociedade, considerando a apropriação e a transformação sustentável dos
recursos ambientais.
Em consequência dos grandes debates relacionados ao meio ambiente
ocorridos no final da década de 1980, foi criada, pela Organização das Nações Unidades
(ONU), a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida
pela então primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, a qual teve como
objetivos:
reexaminar as questões críticas relativas ao meio ambiente e reformular
propostas realísticas para abordá-las; propor novas formas de cooperação
internacional nesse campo, de modo a orientar as políticas e ações no sentido
das mudanças necessárias, e dar a indivíduos, organizações voluntárias,
empresas, institutos e governos uma compreensão maior desses problemas,
incentivando-os à uma atuação mais firme (COMISSÃO BRUNDTLAND, 2012,
s.p.).
Desse encontro resultou o denominado “Relatório Brundtland”, também
intitulado “Nosso Futuro Comum”, que expõe resultados de pesquisas realizadas entre 1983
e 1987 sobre a situação da degradação ambiental e econômica do planeta, realçando, assim,
a importância da preservação do meio (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2003; CMMAD,
1988).
Estudos de Magalhães indicam que o Relatório Brundtland (2002, p. 35 e 36):
[...] apresentou um teor conciliatório, visto que, respeitando a vontade dos
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países do Terceiro Mundo de trilhar os caminhos do desenvolvimento
econômico – já percorridos pelo Primeiro Mundo –, defendeu a manutenção do
crescimento para todos (países e pessoas), a ser alcançado pela reorientação
tecnológica, pela criação de meios de fiscalização internacionais de controle
populacional e por políticas de ajustes e ajuda financeira dos países ricos aos
pobres. Para o relatório, pobreza e deterioração ambiental são o resultado do
contexto de causa recíproca. Mas entende-se que os dois são resultado de um
modo concentrador de produções econômica e espacial que não foi tratado por
esse relatório. Talvez em razão de não querer repensar o papel das atividades
econômicas no processo de desenvolvimento dos lugares, ou mesmo por temer
aprofundar na lógica do capitalismo apresentando entraves para implementação
da lógica proposta pelo Desenvolvimento Sustentável.
Focando no seu posicionamento filosófico, Lima (19971 apud MAGALHÃES, 2002,
p.37) vai além dos quesitos informados, destacando que o relatório:
[...] recusa tratar exclusivamente dos problemas ambientais, optando por uma
perspectiva relacional centrada nas inter-relações entre estilos de
desenvolvimento e seus impactos sobre a natureza. O discurso se orienta no
sentido da sustentabilidade do desenvolvimento e da necessidade de tratá-lo de
uma perspectiva multidimensional que articula os aspectos econômicos,
políticos, éticos, sociais, culturais e ecológicos, evitando o reducionismo do
passado.
Devido à sua relevância, o relatório foi alvo de estudiosos que apontaram
características positivas e negativas para a população e para a economia. Todavia, deve-se
entender que o conceito de desenvolvimento sustentável estava surgindo nesse período,
fato pelo qual Magalhães (2002) questiona a articulação dos aspectos envolvidos, pois, além
das questões ambientais, é fundamental a multidisciplinaridade dos setores que envolvem a
sustentabilidade como um todo.
Portanto, desenvolvimento sustentável está relacionado a diversas questões,
não restritas ao meio ambiente e que dependem de efetivas ações governamentais e da
ampla participação da comunidade, como expõe a Figura 1, tem-se o conceito do valor da
sustentabilidade direcionada a todos os envolvidos diretamente e indiretamente a ela, ou
seja, é um complexo de redes formado por membros da sociedade, organizações, meio
ambiente, economia que juntos devem estar direcionados a visão da sustentabilidade.
1 Ver argumentação do autor em: LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. O debate da sustentabilidade na sociedadeinsustentável. Revista Política e Trabalho, João Pessoa, n.13, p.201-222, 1997.
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Figura 1: Diagrama de rede de interação de valores da sustentabilidade
Fonte: Adaptada de The Value Web (2013).
Dias (2003, p.35) também comenta que o Relatório Brundtland:
[...] pode ser considerado um dos mais importantes documentos sobre a
questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos anos. Vincula estreitamente
economia e ecologia e estabelece com muita precisão o eixo em torno do qual se
deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de desenvolvimento
sustentável e estabelecendo os parâmetros a que os Estados,
independentemente da forma de governo, deveriam se pautar, assumindo a
responsabilidade não só pelos danos ambientais como também pelas políticas
que causam esses danos.
Assim, além de ser um marco, o relatório detalha, pela primeira vez, importantes
questões sobre o conceito de desenvolvimento sustentável e engloba fundamentos para
políticas ambientais de proteção ambiental e de fiscalização das avarias causadas à
natureza, estabelecendo, também, princípios de crescimento econômico ligado à
conservação dos recursos e à equidade social.
O conceito de desenvolvimento sustentável elaborado no relatório é expresso
como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988. p.46).
Outro marco sobre o desenvolvimento sustentável foi realizado em 1992 no Rio
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de Janeiro (Brasil), sob o título de Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
mais conhecida como Rio-92 ou Eco-92. Esse evento teve uma repercussão positiva com
relação ao tema tratado, passando o meio ambiente a ser tratado como o centro das
atenções mundiais. Das reuniões realizadas, surgiram a Carta da Terra (ou Declaração do
Rio) e a Agenda 21. De acordo com Andrade, Tachizawa e Carvalho (2003, p.2), a primeira
visa “estabelecer acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a
integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento”, enquanto a segunda
“dedica-se aos problemas da atualidade e almeja preparar o mundo para os próximos
desafios [...] e tem por objetivo colocar em prática programas para frear o processo de
degradação ambiental e transformar em realidade princípios da Declaração do Rio”.
A Eco-92 possibilitou uma visão mais ampla e alcançou um nível sem
precedentes de comunicação entre continentes, com o homem reconhecendo a
necessidade do desenvolvimento sustentável, o qual torna-se viável a partir da adoção,
entre outras alternativas, de adequadas políticas públicas, inclusive no contexto das cidades.
IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS
A definição sobre impacto ambiental urbano nos leva a refletir que tipo de
abordagem deve-se analisar, pois, o significado está estruturado com a própria questão:
ambiente, urbano e impactos (MONTEIRO, 1981), sendo que na visão de Guerra e Cunha
(2001), as cidades constituem-se no exemplo de degradação ambiental, que coloca em risco
a população quanto aos aspectos de segurança e qualidade de vida, constituindo um palco
de embates ecológicos.
Relacionando com a pesquisa sobre os impactos ambientais causados durante a
construção da Ponte José Sarney, tem-se que os impactos no meio ambiente ocasionados
pela urbanização promovem transformações nos ecossistemas e geossistemas,
diretamente, pela construção de áreas urbanizadas, e indiretamente, pela sua ação de
influência e relações (CHRISTOFOLETTI, 1999).
Dentre os conceitos de ambiente urbano, tem-se do autor Moreira (1999, p. 2
que define:
[...] como relações dos homens com o espaço construído e com a natureza, em
aglomerações de população e atividades humanas constituídas por fluxos de
energia e de informação [...]; pela percepção visual e atribuição de significado às
conformações e configurações de aglomeração; pela apropriação e fruição
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(utilização e ocupação) do espaço construído e dos recursos naturais.
Completando, Fernandes (2006, p. 21) esclarece que o meio urbano é “o espaço
no qual se operam as transformações ambientais introduzidas pela humanidade, criando
contingências, estruturas e padrões que extrapolam os limites das cidades”. Ou seja, as
cidades possuem um poder de influenciar e serem influenciadas por dinâmicas e ações
antrópicas que modificam o seu cotidiano. Assim, o ambiente urbano nada mais é do que a
relação social e capitalista do espaço, com articulações históricas entre os sistemas que o
constituem como o social e ambiental (FERNANDES, 2006), de tal modo que a transformação
do ambiente urbano se dá pela relação social do homem em seu espaço de produção e
reprodução, que institui novas formas de ambiente urbano.
O ambiente urbano é construído através da mudança na natureza realizada
pelas gerações humanas que a transformam em algo de interesse social, como por exemplo,
a edificação que altera o meio, gerando valor econômico e social para o homem. Com estas
alterações e impactos ambientais urbanos, destaca-se que o mesmo provoca desequilíbrio
no ecossistema, sendo necessário reconhecer e questionar-se sobre os impactos
ambientais2 causados pela evolução urbana.
Pois, impacto ambiental é “causado por perturbações (uma nova ocupação e/ ou
construção de um objeto novo) no ambiente” (COELHO, 2001, p. 24). O autor afirma ainda
que:
À evolução conjunta das condições sociais e ecológicas estimulada pelos
impulsos das relações entre forças externas e internas à unidade espacial e
ecológica, histórica ou socialmente determinada. É a relação entre sociedade e
natureza que se transforma diferencial e dinamicamente. Os impactos
ambientais são escritos no tempo e incidem diferencialmente, alterando as
estruturas das classes sociais e reestruturando o espaço (p. 24-25).
Os impactos ambientais devem ser compreendidos mediante as tipologias, que
na pesquisa vigente, trata-se das “industriais-urbanas”, devendo ser analisada de acordo
com critérios, métodos e instrumentos de avaliação como o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) (COELHO, 2001).
2 O conceito de impacto ambiental de acordo com a Resolução CONAMA no 001/86, art. 1o “é toda alteração daspropriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energiaresultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam a saúde, o bem estar da população e aqualidade do meio ambiente” (MOREIRA, 1999, p. 18).
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UM MARCO DA EXPANSÃO URBANA DE SÃO LUÍS: PONTE JOSÉ SARNEY
Os idealizadores desejavam transformar São Luís na grande vitrine do
Maranhão, pois, um conjunto de obras, a exemplo do Porto do Itaqui e da Barragem do
Bacanga, havia sido realizado. A ponte sobre o rio Anil (Ponte José Sarney, também
conhecida como Ponte do São Francisco), idealizada desde a década de 1950, pelo
engenheiro Rui Mesquita, então diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER)
em seu Plano Rodoviário da Ilha de São Luís, só foi concretizada no governo de José Sarney
(MORAIS, 2006). Essa construção foi transformada em um ato propagandístico, mesmo
antes do início das obras, através da divulgação pela imprensa: “A Ponte do São Francisco
deixará de ser apenas sonhos, para dentro em breve ser uma grande realidade”. (JORNAL
DO DIA, 1968a).
Segundo notícias dos jornais (Jornal O Imparcial e Jornal do Dia) de São Luís na
época da construção da Ponte, que acompanhavam o andamento das obras, a mesma teve
início em junho de 1968, sendo estimada sua conclusão em 24 meses. A Ponte teria uma
extensão de 958.040 metros, sendo totalmente de concreto. O valor da obra foi de Cr$
5.000.000,00 (cinco bilhões de cruzeiros antigos) (JORNAL DO DIA, 1968a).
Mediante notícia publicada no Jornal O Dia (1968b) a Ponte “será uma das obras
mais importantes no setor de urbanização de São Luís, possibilitando a ligação do centro
comercial da cidade com um dos mais populosos núcleos residenciais, além de facilitar o
acesso ao balneário da Ponta D’Areia”.
A inauguração da Ponte em 4 de fevereiro de 1970, foi um marco de
desenvolvimento para São Luís, o que criou um novo estilo de vida para os moradores, pois
estes, a partir de então, podiam morar próximos à praia, com acesso facilitado ao centro da
cidade, que na época ainda era o maior centro comercial (JORNAL DO DIA, 1968b).
Dessa feita, a Ponte, forma um elo entre o “antigo” e o “novo” (Foto 1),
modificando tanto a paisagem urbana como o modelo de vida dos ludovicenses, que a partir
de então podiam movimentar-se livremente entre as praias e o centro da cidade.
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Foto 1: Ponte José Sarney ligando o Centro Histórico às Praias
Fonte: Google Imagens (2012)
Os editoriais de jornais (Figura 1) da época faziam menção das obras que São
Luís recebia, principalmente com relação à Ponte, que iria promover o desenvolvimento
urbano, embelezamento e a apropriação de novos espaços do outro lado da Ponte, no
sentido praias.
Figura 2: Reportagem no Jornal “O Imparcial” sobre a inauguração da Ponte José Sarney
Fonte: Jornal O Imparcial (1970)
Cada passo da construção da Ponte era veiculado na mídia, uma crescente
esperança ao monumento que ligaria o centro histórico à cidade nova e “às possibilidades
que essa construção representaria aos segmentos sociais da urbe” (ANDRÉS ; MOREIRA,
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1998, p. 45).
A cerimônia da Ponte José Sarney ficou por muito tempo na memória da cidade,
pois no dia 14 de fevereiro de 1970, a inauguração dessa obra, de fato, trouxe mudanças no
perfil urbano da cidade, ocasionando o crescimento da área do bairro do São Francisco e
adjacências (MORAIS, 2006).
Em reportagem do Jornal O Imparcial (1970) tem-se que “nossa cidade está hoje
em festa na coroação das celebrações do quarto aniversário da aliança do povo com o
Governo do Maranhão ao inaugurar-se a ponte que liga a cidade histórica à área de
expansão das praias pelo anel das novas avenidas”.
METODOLOGIA
A pesquisa enquadra-se como estudo descritivo, pois “busca identificar quais
situações, eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos em uma população” (FREITAS,
2000, p. 106). Caracteriza-se também como exploratória, pois “[...] é realizado em área na
qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado [...]” (VERGARA, 2007, p. 47). Neste
caso específico, refere-se a um tema novo que é a percepção dos moradores de São Luís
sobre os impactos ambientais urbanos causados pela Ponte José Sarney na região
construída.
Utilizou-se de pesquisa bibliográfica e de campo que caracteriza-se por ser “[...]
investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu o fenômeno ou que dispõe
de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários”
(VERGARA, 2007, p. 48). O local da pesquisa foi os dois sentidos de circulação de pessoas que
transitam pela Ponte (sentido bairro do São Francisco e Centro).
O universo desta pesquisa foi constituído por moradores de São Luís de diversas
idades e bairros. A amostra foi não probabilística e por conveniência com 90 moradores.
Aplicou-se questionários com perguntas abertas e fechadas que contribuíram para a
obtenção dos resultados, no período de 25 a 29 de junho de 2012.
PERCEPÇÃO DOS MORADORES SOBRE IMPACTOS URBANOS AMBIENTAIS: PONTE JOSÉ SARNEY
Inicialmente questionou-se se eles conheciam a Ponte José Sarney, mesmo a
pesquisa tendo sido aplicada nas cabeceiras da mesma. Sendo que dos que afirmaram que
não conheciam, ou seja, 20% é devido a Ponte possuir o nome popular de “Ponte do São
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Francisco”, em alusão ao bairro que liga-se com o centro histórico de São Luís. Além disso,
esta porcentagem representa principalmente os jovens com faixa etária entre 15 e 20 anos,
que nasceram depois da construção da mesma.
Em seguida perguntou-se quanto aos impactos positivos para São Luís com a
construção da Ponte (Gráfico 1).
Gráfico 1: Quais foram os impactos positivos ocasionados pela Ponte?
Fonte: Autores (2012).
64% afirmaram que a mobilidade urbana foi o principal aspecto positivo
realizado com a construção da Ponte, pois, com a sua conclusão, São Luís passou a expandir
para a região das praias e também a ligação com novas avenidas que estavam sendo
construídas do outro lado. De acordo com Selbach (2009, p. 23):
Até a construção da barragem do Bacanga e da primeira ponte sobre o rio Anil,
no final dos anos 60 e início dos 70, a expansão fez-se quase exclusivamente no
sentido leste-oeste, para as áreas como Camboa-Liberdade, Monte Castelo,
Fátima, João Paulo e Alemanha, e de maneira ainda agregada, pela proximidade
com o Centro, visto que o número de automóveis circulando ainda era
relativamente baixo para uma população urbana estimada em 205 mil
habitantes.
A criação de novas avenidas possibilitou a interligação dos bairros da cidade de
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São Luís, que antes da construção da Ponte não existiam. Com 24% tem-se os aspectos
econômicos, que possibilitaram a modernização de São Luís, principalmente, com a criação
do projeto “Maranhão Novo”, pelo então governador da época, José Sarney, que na visão de
Morais (2006) são entendidos como:
A parceria entre ‘Governo e Povo’ presente nos discursos de Sarney
transformava o projeto do Maranhão Novo em um programa político que
associava o progresso, o desenvolvimento econômico com a justiça social, pois
assegurava que o seu governo iria em primeiro lugar para promover o bem estar
social de todos os maranhenses, tornando-se a esperança e transformando-o
no ‘líder popular’ e carismático (p. 37).
As obras chamadas monumentais, de grande visibilidade, correspondiam à
necessidade do discurso transformar-se num instrumento de propaganda do
governo estadual. A Ponte José Sarney tornou-se esse símbolo de alusão ao
moderno e, desde a sua construção, ela transformou-se num dos principais
símbolos da ideologia progressista na capital maranhense, segundo o slogan do
governo – ‘Maranhão Novo’ (p.42).
Já no quesito urbano, 8% acreditam que a Ponte contribuiu neste aspecto, como
por exemplo, a construção de avenidas, praças, calçadas, entre outros. Além disso, a
mancha urbana de São Luís expandiu com rapidez (figura 2), logo após a construção da
Ponte José Sarney, o que confirma o pensamento de Guerra e Cunha (2001), onde o
ambiente urbano é moldado por transformações.
De acordo com Morais (2006, p. 41):
A cidade foi transformada em um canteiro de obras, dando a ela tratamento
urbano, com a construção de novos bairros, a exemplo dos que foram citados
acima, e utilizando construções faraônicas para promover o seu governo, com
grande poder propagandístico da sua imagem de moderno e progressista.
Nos discursos do ex-governador José Sarney, o governo entregaria a população
uma nova cidade, com foco no moderno e no crescimento econômico. Completando este
aspecto, Morais (2006, p.39).
Nos discursos oficiais, José Sarney anunciava a construção de um governo que
caminha para o ‘progresso’ com ares do ‘moderno’, do ‘novo’, para o ‘bem-estar
social’ e sustentado na ‘esperança’, palavras estas muitas vezes com significações
abstratas, mas que em projetos políticos tendiam a transformar-se em concreto:
pontes, estradas, asfaltos, escolas, hospitais, etc. Com o governo do ‘Maranhão
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Novo’, o progresso era exemplificado através das transformações que passavam
o Estado e a cidade de São Luís, com o crescimento demográfico e ampliação de
sua malha urbana, além dos símbolos da modernização que deveriam servir
também para o embelezamento da cidade.
Figura 3: Mapas de evolução da mancha urbana de São Luís com destaque para o núcleo do centrohistórico – 1926 a 2004
Fonte: LOPES (2008)
Questionou-se sobre os impactos negativos da construção da Ponte José Sarney,
para a cidade de São Luís (Gráfico 2).
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Gráfico 2: Impactos negativos causados pela Ponte
Dentre as sete opções sobre impactos negativos, somente dois foram
destacados pelos entrevistados. Onde 54%, percebeu que ocorreu algum tipo de impacto
ambiental, ou seja, qualquer mudança no ambiente causa impacto ambiental (GUERRA ;
CUNHA, 2001). É perceptível que os moradores veem que uma construção de porte como a
Ponte José Sarney causou impactos negativos a cidade de São Luís e região construída.
Pois, o impacto ambiental urbano não é gerado somente no local de construção,
mas em todo um complexo viário que passou a interligar-se com a Ponte, que ocasionou a
ampliação do fluxo de pessoas e automóveis pela cidade, assim como o boom imobiliário
(GUERRA ; CUNHA, 2001).
Morais (2006, p. 40) completa, ao afirmar que o crescimento urbano e o novo
traçado urbano de São Luís ampliou a urbe, com a criação de novos bairros, mas que esse
“crescimento também levava a uma ocupação desordenada e a falta de infraestrutura de
moradias”.
Ao realizar qualquer ação contra o ambiente natural, deve-se analisar o impacto
ambiental urbano gerado pelo empreendimento, utilizando o EIA e o RIMA, conforme
citou-se anteriormente (COELHO, 2001).
46% disseram que não causou qualquer tipo de impacto para a cidade de São
Luís. A partir desde dados, entende-se que os moradores não percebem a magnitude do
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impacto ambiental urbano causado pela Ponte. Conforme visto no Gráfico 1, o ganho em
mobilidade urbana e o marketing utilizado pelo governo na época, fizeram alusão ao
desenvolvimento e progresso que São Luís teve com a construção da ponte.
O Jornal O Imparcial (1970) destaca:
[...] Por isso, a festa é de todo o Povo, sem o qual a ponte seria sempre um
sonho inviável. Por isso, o Governador convida o Povo para estar presente à
festa da inauguração e com ele conviver da alegria das afirmações do presente
em que constrói uma ampla e segura ponte para um grande futuro. [...] O povo
do Maranhão recebe hoje, do Governo José Sarney, a desejada ponte do São
Francisco, com muita justiça denominada ‘Ponte Governador Sarney’, obra que
afirma uma administração, testemunha a capacidade do nosso trabalhador e
emoldura a’ Grande São Luís’, dando-lhe silhueta nova. Mas essa não é a
primeira e nem a maior ponte desse Governo.
Em seguida questionou-se se sabiam o que era impacto ambiental. 70% dos
entrevistados disseram que sabiam o que significava impacto ambiental, mas quando
perguntou-se para explicar/conceituar, 100% não souberam justificar. O que nos leva a
entender conforme exposto no Gráfico 2, que 46% disseram que não causou impacto
ambiental a construção da Ponte. E 30% disseram que não sabem o significa impacto
ambiental.
O conceito sobre impacto ambiental urbano que os ludovicenses possuem de
acordo com os dados, é iniciante, de acordo com as respostas dos mesmos. Isso se dá pela
carência de ações de educação ambiental em diversos âmbitos.
Solicitou-se aos entrevistados que escrevessem quais impactos ambientais
negativos consideram que a Ponte impactou na região. A maioria afirmou que com a
construção da Ponte José Sarney ocorreram diversos impactos, mas não souberam
identificar quais. Entretanto, o restante afirma que a construção da Ponte não teve nenhum
impacto negativo em São Luís e que ao contrário disso, só melhorou na mobilidade urbana.
O aspecto da mobilidade urbana enfatizada por alguns entrevistados vem de
encontro com o que era publicado pela mídia no momento da inauguração da Ponte, assim
como o projeto político da época. E até hoje ela é vista como um meio de escoamento para
as pessoas que buscam as praias.
Em outra questão, foi questionado se os impactos ambientais negativos
causados pela Ponte José Sarney poderiam ser minimizados. Mesmo anteriormente
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afirmando que a construção da Ponte causou impactos ambientais, os entrevistados em sua
maioria (54%) acreditam que não seja possível reverter a situação causada pela construção
da Ponte no local. Mais uma vez é perceptível, que os ludovicenses ainda não conhecem as
causas de um impacto e também das ferramentas que podem ser utilizadas para minimizar
os mesmos.
Quando questionados para justificar, 100% dos entrevistados não souberam
dizer como. Ou seja, é necessária uma discussão política e acadêmica, assim como
divulgação para que a sociedade tenha conhecimento sobre o assunto. Pois, a mesma ainda
não dispõe de informações para exigir e cobrar do governo ações mais sustentáveis.
Em seguida, perguntou-se sobre o que mais chamava a atenção com relação ao
impacto ambiental causado pela Ponte José Sarney na região onde está localizada. As
respostas foram unânimes em que todos disseram que não causou e não causa impacto
ambiental. Tem-se mais uma vez a ausência de conhecimento relacionado ao impacto
ambiental urbano e sustentabilidade.
E para finalizar, perguntou-se sobre os impactos causados em São Luís, também
afirmaram que não teve nenhum tipo de impacto. Em relação aos impactos negativos,
questionou-se se tinham afetado a sua vida. Tem-se novamente 100% dos entrevistados
afirmando que não causou nenhum impacto, inclusive os que vivem da pesca, afirmam que
nada aconteceu e mudam o foco da resposta sugerindo a restauração e segurança da Ponte.
CONCLUSÃO
Conclui-se que os entrevistados por desconhecerem do conceito de impacto
ambiental de forma macro e micro, não percebem os impactos negativos causados pela
Ponte José Sarney na cidade de São Luís e na região localizada.
Foca-se na necessidade de maiores ações de educação ambiental, para
despertar nos ludovicenses a importância sobre o conhecimento a cerca de impactos
ambientais e sustentabilidade.
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PERCEPÇÃO E SUSTENTABILIDADE: O CASO DA PONTE JOSÉ SARNEYEM SÃO LUÍS (MARANHÃO, BRASIL)
EIXO 4 – Problemas socioambientais no espaço urbano e regional
RESUMO
O desenvolvimento das cidades trouxe qualidade de vida para os cidadãos, mas também, causou
problemas, entre eles, ambientais, como a emissão de gases poluentes, a destruição da fauna e
da flora, entre outros. Mediante tais aspectos, estudiosos aprofundaram os estudos sobre o
conceito de desenvolvimento sob uma nova ótica, onde o meio ambiente fosse menos
prejudicado. Em São Luís (Maranhão, Brasil), o desenvolvimento urbano ocasionou melhorias em
termos de mobilidade urbana com a construção da Ponte José Sarney na década de 70, mas por
outro lado, alguns impactos ambientais foram causados com a sua construção. Portanto,
objetiva-se no presente artigo identificar os impactos ambientais causados pela Ponte José
Sarney na região localizada, mediante a percepção dos moradores de São Luís. A metodologia
utilizada foi de caráter bibliográfico, documental e empírico com análise qualitativa e quantitativa.
Os resultados apontam que os moradores percebem os benefícios gerados pela construção da
ponte, mas não entendem que impactos ambientais foram causados, devido o pouco
entendimento sobre o assunto.
Palavras-chave: impacto ambiental urbano; Ponte José Sarney; São Luís.
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