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Pedagogia musical online: o hipertexto como ferramenta da pesquisa qualitativa em um estudo de caso em ambientes virtuais
de aprendizagem musical
Fernanda de Assis Oliveira
Resumo Esta comunicação é um recorte do projeto de pesquisa de doutorado intitulado “Pedagogia musical online: um estudo de caso em ambientes virtuais de aprendizagem musical”. A temática da pesquisa se refere à pedagogia musical online presente em ambientes virtuais de aprendizagem musicais (AVAMs). O estudo visa compreender como a pedagogia musical online se configura nos AVAMs, tomando como caso o ambiente virtual de aprendizagem musical do Curso de Licenciatura em Música da UAB/UnB, modalidade a distância. Aborda o hipertexto como ferramenta de coleta de dados, a partir da realização de entrevistas online, sendo essa uma adaptação da entrevista desenvolvida presencialmente, na visão de Nicolaci-da-Costa (2007), tendo em vista que os dados são coletados virtualmente. A fundamentação teórica engloba o conceito de Inteligência Coletiva (IC) de Lévy (2007) e o conceito de Ciber-socialidade a partir dos estudos e reflexão sobre Simmel e Maffesoli na contemporaneidade de André Lemos (2008). Palavras-chave: pedagogia online, inteligência coletiva, hipertexto, entrevista online.
Abstract This communication is a clipping from a doctoral research project entitled “Music Education Online: a case study in virtual environments for learning music”. The theme of this research refers to musical pedagogy in this online virtual leraning environments musicals (AVAMs). The study aims to understand how the online music pedagogy is shaped in AVAMs, taking case the virtual learning environment of Music Degree in Music from the UAB/UnB, the distance mode. Discysses hypertext as a toll to collect data from the interviews online, this being an adaptation of the interview carried in person, in the view of Nicolaci-da-Costa (2007), in order that the data are collected virtually. The theoretical framework includes the concept of Collective Intelligence (CI) of Levy (2207) and the concept of cuber-sociality from study and reflection on the contemporany Maffesoli and Simmel of André Lemos (2008). Keywords: online pedagogy, collective intelligence, hypertext, online interview.
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1. Introdução
Esta comunicação apresenta um recorte da pesquisa em doutorado em
andamento, cujo foco central se refere à pedagogia musical online presente nos
ambientes virtuais de aprendizagem musicais. O locus desta pesquisa se refere aos
ambientes virtuais de aprendizagem musicais que hospedam as disciplinas da
subárea de Educação Musical disponíveis no curso de Licenciatura em Música
oferecidos pela Universidade Federal de Brasília vinculados a Universidade Aberta
na modalidade à distância.
O crescimento do uso das novas tecnologias e seus recursos nas aulas de
música promove a reconfiguração das novas maneiras de ensinar e aprender
música. O constante avanço tecnológico e seu reflexo no ensino de música, e na
relação que os indivíduos estabelecem com a música, permite identificar o
aumento da velocidade em que ocorre o acesso e o consumo musical, cada vez
mais rápido, mutável, e presente ao mesmo tempo em inúmeros lugares nos dias
atuais. Com isso, não podemos desconsiderar os meios que permitem a
transferência e distribuição dessas informações, que propiciam apreciação,
aprendizagem e produção musical, que proporcionam a portabilidade de aparelhos
e suas respectivas reproduções musicais, além das possibilidades de ouvir e ver
música através do som e da imagem em seus recursos audiovisuais disponíveis.
A educação musical ultrapassou a troca de informações, a aprendizagem
presencial, atingindo lugares, anteriormente, nunca pensados. Indo além da sala de
aula, do giz e do quadro negro, hoje outros espaços, proporcionam o ensino e
aprendizagem musical, como, por exemplo, os ambientes virtuais de aprendizagem
musical (AVAMs1).
A necessidade de compreender essas novas maneiras de ensinar e aprender
música sugere alguns questionamentos: Por que os alunos usam a internet para
1 A palavra AVAM foi adaptada, tendo como ponto de partida a palavra AVA ambientes virtuais de aprendizagem que são tecnologias digitais, onde são disponibilizadas ferramentas, que variam de acordo com cada ambiente, para mediação e gerenciamento desses recursos disponíveis na Internet. Em outras palavras, significa sala de aula no ciberespaço, assim como considera (SILVA, Marco, 2003). A letra “M” acrescentada busca indicar a palavra música.
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aprender música? Por que priorizaram ambientes virtuais ao invés de aula
presencial? De que forma os alunos interagem com os demais colegas? Como ocorre
a interação entre os tutores e os alunos? Como a interatividade se constitui? De que
maneira os alunos compartilham suas dúvidas, seu repertório com os demais
colegas?
O objetivo geral desta pesquisa é compreender como a pedagogia musical
on-line está constituída em ambientes virtuais de aprendizagem musical (AVAMs),
tomando como caso as disciplinas vinculadas a Educação Musical oferecidas no
Curso de Licenciatura em Música da UAB/UnB, modalidade à distância.
Os resultados poderão auxiliar na identificação das maneiras de como alunos
e tutores constroem e direcionam a formação musical através do ensino de música
online. Além de auxiliar a compreensão de como se constituem as sociabilidades
pedagógico-musicais no ambiente virtual.
Castells (2008) ao discorrer sobre sociabilidade aponta a necessidade de
pesquisas que focalizem seus objetivos nas sociabilidades constituídas no
ciberespaço, uma vez que:
Ainda não está claro, porém, o grau de sociabilidade que ocorre nessas redes eletrônicas, e quais são as consequências culturais dessa nova forma de sociabilidades, apesar do empenho de um grupo cada vez maior de pesquisadores (CASTELLS, 2008, p. 443).
Considerando a presença desses recursos tecnológicos no cotidiano de
professores e alunos, no processo de ensino e aprendizagem de música e a ausência
de estudos que focalizem essa realidade e suas respectivas relações, destaco ser
relevante problematizar esta temática em forma de pesquisa, tendo em vista a
necessidade do desenvolvimento de estudos nesse âmbito na sub-área de educação
musical, bem como, de discussões em torno das novas tecnologias e seu uso na
educação musical a distância.
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2 Referencial Teórico
2.1 Interação em ambientes virtuais de aprendizagem: a
concepção de Pierre Lévy
2.1.1 Ciberespaço: um novo espaço de interação social
O ciberespaço, consequencia de uma interconexão mundial de
computadores, permite um novo meio de interação social através da comunicação
entre os indivíduos. Esse novo espaço de interação social, segundo Lévy (1999), não
ultrapassa a infra-estrutura material desta rede, e abrange todo o universo de
informações que ela abriga, e os indivíduos que ali navegam e alimentam todo este
universo. O autor ao se referir à multimídia, esclarece algumas tendências:
Os acontecimentos que deram o que falar nesse domínio são algumas das manifestações especificas de uma grande onda de fundo tecnológico. Dados, textos, imagens, sons, mensagens de todos os tipos são digitalizados e, cada vez mais, diretamente produzidos sob forma digital. Aplicando-se a essas mensagens, os instrumentos de tratamento automático da informação se banalizam no conjunto dos setores da atividade humana. O estabelecimento de conexão telefônica entre terminais e memórias informatizadas e a extensão das redes digitais de transmissão ampliam, a cada dia, um ciberespaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato virtual com todos e com cada um (LÉVY, 2007, p. 11).
São essas tendências que irão constituir o que Lévy (2007) chama de planeta
nômade em seu livro A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço.
O autor observa que a “Internet tornou-se hoje o símbolo do grande meio
heterogêneo e transfronteiriço”, o que ele denomina de ciberespaço.
De acordo com Lévy (2007) nos deparamos com uma nova forma de
comunicação, a qual tem início a partir dessa revolução tecnológica. Os aspectos
dessa nova comunicação constituem um novo espaço sociológico, com uma nova
cultura. Os sujeitos desse espaço “do saber”, que Lévy chama de Ciberespaço,
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formam, também, uma inteligência coletiva, que se manifesta na chamada
Cibercultura.
As estimativas sinalizam que o número de pessoas em interconexão cresça a
cada ano. Esse crescimento de conexão entre as pessoas aproxima e permite uma
interação entre indivíduos localizados em lugares extremos, não mais separados por
oceanos, o que na visão de Lévy (2007) ocorre:
Graças às redes digitais, as pessoas trocam todo tipo de mensagens entre indivíduos ou no interior de grupos, participam de conferências eletrônicas sobre milhares de temas diferentes, têm acesso às informações públicas contidas nos computadores que participam da rede, dispõem da força de cálculo de máquinas situadas a milhares de quilômetros, constrõem juntos mundos virtuais puramente lúdicos – ou mais sérios -, constituem uns para os outros uma imensa enciclopédia viva, desenvolvem projetos políticos, amizades, cooperações..., mas dedicam-se também ao ódio e à enganação (LÉVY, 2007, p. 12).
Percorrendo o pensamento de Lévy (1999), é possível compreender que
através da interconexão estabelecida nas comunidades virtuais, os grupos ali
constituídos buscam a inteligência coletiva. Sendo a inteligência coletiva o terceiro
princípio da cibercultura, verificamos que os indivíduos já estabeleceram uma
interconexão, eixo número um, fazem parte de uma comunidade virtual, tomando
como princípio as afinidades, eixo número dois, e nesse momento buscam,
enquanto grupo, a constituição de um potencial inteligente, virtual, mas capaz de
aprender e de inventar.
Para que a inteligência coletiva ocorra como ultimo estágio no processo de
crescimento do ciberespaço, é necessário que haja uma virtualização, uma
desterritorialização das comunidades virtuais no ciberespaço, uma hospitalidade
seguida de uma reciprocidade, só assim, haverá uma inteligência coletiva mais
ampla.
Os três eixos apontados pelo autor: interconexão, comunidades virtuais e
inteligência coletiva são oriundos a partir do estabelecimento de um contato, de
uma comunicação entre pares, grupos, indivíduos.
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A seguir será apresentado com mais detalhes o conceito de inteligência
coletiva proposto por Lévy (2007).
2.1.2 Inteligência Coletiva
A Inteligência Coletiva (IC) defendida por Lévy (2007) tem como base “o
reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de
comunidades fetichizadas ou hipostasiadas” (p. 29). Nesse sentido, o autor aponta que
a Inteligência Coletiva é “uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma
mobilização efetiva das competências” (LÉVY, 2007, p. 28). Além disso, “a inteligência
coletiva só tem início com a cultura e cresce com ela” (p. 31). Assim, Lévy (2007)
propõe que
Os novos sistemas de comunicação deveriam oferecer aos membros de uma comunidade os meios de coordenar suas interações no mesmo universo virtual de conhecimentos. Não seria tanto o caso de modelar o mundo físico comum, mas de permitir aos membros de coletivos mal-situados interagir em uma paisagem móvel de significações. Acontecimentos, decisões, ações e pessoas estariam situados nos mapas dinâmicos de um contexto comum e transformariam continuamente o universo virtual em que adquirem sentidos. Nessa perspectiva, o ciberespaço tornar-se-ia o espaço móvel das interações entre conhecimentos e conhecedores de coletivos inteligentes desterritorializados (LÉVY, 2007, p. 29).
Ao se referir à inteligência coletiva, Lévy (2007) chama atenção para a
valorização e compreensão da inteligência coletiva individual, mesmo, a partir do
compartilhamento de ideias e da interação promovida entre os pares, onde afirma que
não podemos unificar as devidas inteligências em uma esfera apenas, mas sim
considerar seu ponto de partida e compreendê-la no todo. Com isso, Lévy (2007)
acrescenta que:
Longe de fundir as inteligências individuais em uma espécie de magma indistinto, a inteligência coletiva é um processo de crescimento, de diferenciação e de retomada recíproca das singularidades (LÉVY, 2007, p. 32).
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Por isso que, na visão do autor, a inteligência coletiva é a soma de cada
inteligência individual, a qual se torna possível através dos meios de comunicação,
como, por exemplo, a internet. Tendo em vista que esse meio de comunicação
possibilita o compartilhamento e pode ser acessado por indivíduos de vários lugares
do mundo, a interação e a troca de informações resultam em uma inteligência
coletiva.
No caso da internet, informações, pensamentos, dúvidas e reflexões são
postadas e armazenadas, possibilitando aos demais usuários o acesso. Esse
compartilhamento é enumerado pelo autor como cooperação intelectual, as quais
contribuem para o desenvolvimento de uma determinada cultura e também da
sociedade em geral. O autor ainda destaca que diante de tanta diversidade em que
o sujeito se encontra imerso nos dias atuais, ele deve selecionar e organizar essas
informações, para assim poder compartilhar e interagir com os outros sujeitos,
tendo como produto desse processo novamente a inteligência coletiva. Desta
forma, o sujeito se torna um ser ativo, onde executa vários papeis, como receptor,
emissor, transmissor de informações e não um mero receptor como ocorre com os
meios de comunicação: o jornal, o rádio e a televisão.
2.1.3 Ciber-socialidade
Ao abordar a ciber-socialidade contemporânea, Lemos (2008) considera
como ponto de partida as concepções de Maffesoli, de que os micro-rituais se
desviam da técnica e da função que ela possui de maneira utilitária, no que se
refere ao agrupamento de indivíduos em uma atividade em comum, ou seja, “de
uma paixão comunitária”. Nesse sentido, o autor desenvolve suas ideias a partir
das visões de socialidades contemporâneas apontadas por Maffesoli, dentre elas:
efervescência social da internet; as comunidades virtuais; as festas raves e a
música eletrônica, o underground high-tech com os cyberpunks: o misticismo dos
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zippies, esses encontros demonstram a junção das tecnologias digitais com a
socialidade contemporânea exposta por Maffesoli.
Lemos (2008) entende por ciber-socialidade “a sinergia entre a socialidade
contemporânea e as novas tecnologias do ciberespaço” (p. 81). Parte do princípio
das definições de socialidade contemporânea, dentre elas: o tribalismo, o
presenteísmo, o vitalismo, a ética da estética e o formismo apresentados por
Maffesoli. Lemos (2008) afirma que esses aspectos podem “explicar o fenômeno da
cibercultura e nos ajudar a compreender o que proponho chamar de ciber-
socialidade” (p. 81). O autor nos chama atenção a partir de uma visão simmeliana
e também de uma proposta de Michel Maffesoli que:
Para compreendermos os impactos das novas tecnologias na cultura e na comunicação contemporâneas, devemos dirigir nosso olhar para a sociedade enquanto um processo (que se cria) entre as formas e os conteúdos (LEMOS, 2008, p. 81).
Lemos (2008) considera que “a sociedade contemporânea está imersa num
culto da técnica e seus objetos” (LEMOS, 2008, p. 80). Nesse sentido, o autor
aponta que a cibercultura coloca “a tecnologia digital contemporânea como um
instrumento de novas formas de sociabilidade e de vínculos associativos e
comunitários” (LEMOS, 2008, p. 80-81). O autor acrescenta que a partir desse
olhar, é necessário “mostrar a dinâmica sociotécnica que se instaura nesse final de
século misturando, de forma inusitada, as tecnologias digitais e a socialidade pós-
moderna, formando a cibercultura” (LEMOS, 2008, p. 81).
Nessa etapa de trabalho acredito que os conceitos de Ciberespaço e
Inteligência Coletiva (IC) de Lévy (1999; 2007) e o conceito de ciber-socialidade de
Lemos (2008) e as concepções de Maçada e Tijiboy (1998), serão adequados para
fundamentos teóricos da pesquisa, e, no momento para a análise e leitura dos
dados empíricos.
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3 Metodologia
Esta pesquisa pretende investigar como alunos e tutores inseridos em um
ambiente virtual de aprendizagem musical constituem suas sociabilidades
pedagógico-musicais através da interação. Alunos e tutores com formação e
profissão diferentes se agrupam com a finalidade de aprender e ensinar música
através de um ambiente virtual de aprendizagem à distância.
O fenômeno atual de constituição de cibersocialidade e sociabilidades
pedagógico-musicais entre os indivíduos inseridos em ambientes virtuais de
aprendizagem musical, para aprender e ensinar música, poder ser estudado a partir
de um estudo de caso. Segundo Yin (2005), o estudo de caso é um fenômeno
contemporâneo o qual contempla a compreensão de aspectos da vida atual.
Para atingir os objetivos iniciais deste projeto e responder às questões de
pesquisas propostas, é necessário contextualizar, descrever e narrar o caminho
percorrido para a construção e definição do campo empírico. Muitas vezes, o
campo pode estar mais próximo do que o pesquisador imagina, mas, são
necessários trajetos não previstos e experiências não planejadas para assim
delinear o lócus de pesquisa.
Para trabalhar esse olhar do pesquisador, principalmente no período de
definição do campo empírico, é necessário apoiar-se na teoria que a metodologia
escolhida fornece e com isso selecionar alguns autores. Sobre pesquisa qualitativa
utilizarei os autores Poupart et al. (2008), Deslauriers e Kérisit (2008), Godoi,
Banedeira-de-Mello, Silva (2007), sobre estudo de caso utilizarei os autores Yin
(2005), Bogdan e Biklen (1994). Assim, descrevo e dialogo nesse capítulo o caminho
que percorri para chegar ao tema de pesquisa e a relação estabelecida com os
autores que auxiliaram a ampliar meu olhar enquanto pesquisadora, nos aspectos
da pesquisa qualitativa e na compreensão do caso a ser estudado.
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3.1 O Estudo de Caso como método de pesquisa
Yin (2005) considera o estudo de caso um meio que permite ao pesquisador
alcançar seus objetivos, por isso, destaca que
Como estratégia de pesquisa, utiliza-se o estudo de caso em muitas situações, para contribuir com o conhecimento que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados (YIN, 2005, p. 20).
Para o autor, o estudo de caso é uma investigação empírica que:
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 2005, p. 32).
Yin (2005) ao mencionar que o estudo de caso “investiga um fenômeno
contemporâneo”, sugere pesquisar fenômenos que ocorrem em entorno da nossa
vida real, incluindo um meio virtual, desde que os limites estejam definidos.
Vivendo em um mundo da era tecnológica, onde o tempo e o espaço se expandem
em momentos síncronos e assíncronos, ou seja, podemos ou não estar online,
porém, temos o acesso, mesmo não estando presente, uma vez que as informações,
as discussões, as expressões são congeladas e posteriormente podem ser acessadas,
lidas, refletidas e discutidas. Por isso, essa concepção do autor em possibilitar o
estudo de fenômenos contemporâneos ampliou meu olhar sobre o objeto de estudo
a ser investigado.
Godoy (2008) ao explicar o que é um estudo de caso, como método de
pesquisa que possibilite investigar os fenômenos humanos e sociais com abordagem
qualitativa, defende que o estudo de caso “deve estar centrado em uma situação
ou evento particular cuja importância vem do que ele revela sobre o fenômeno
objeto da investigação” (GODOY, 2008, p. 121, grifo no original). Nesse contexto, o
autor declara que:
Essa especificidade torna o estudo de caso um tipo de pesquisa especialmente adequado quando se quer focar problemas práticos,
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decorrentes das intrincadas situações individuais e sociais presentes nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas (GODOY, 2008, p. 121)
Diante disso, o autor adverte que o pesquisador deve estar atento aos “novos
significados - insights – que levem a repensar o fenômeno sobre a investigação”
(GODOY, 2008, p. 121, grifo no original).
3.2 A Entrevista como técnica de coletas de dados
As entrevistas possibilitam descrever realidades cotidianas; valorizar o que
essas pessoas, muitas vezes anônimas podem dizer, relatar, contar; além de
permitirem “uma exploração em profundidade das condições de vida dos atores”
(POUPART, 2008, p.220).
Para alcançar os objetivos deste projeto, utilizei como técnica de coleta de
dados a Entrevista online, visualizada por alguns autores como uma adaptação da
entrevista desenvolvida presencialmente (NICOLACI-DA-COSTA, 2009).
Na modalidade síncrona a troca de informações ocorre online de forma
instantânea, ou seja, em tempo real no mundo virtual, como por exemplo, no MSN
(Live Messenger), nos chats, entre outros. Na modalidade assíncrona a troca de
informações ocorre em tempos indeterminados, online ou off-line, como por
exemplo, através de emails, dos fóruns de discussão, dos blogs, das redes sociais de
relacionamentos. Com essa realidade é possível inferir que ocorreu uma migração
de conversas anteriormente realizadas por telefone e presencialmente para a
conversa online, cada vez mais, presente e comum na vida dos sujeitos.
Tendo em vista o processo de realização das entrevistas online realizadas
neste estudo, destaco ser importante descrever e apontar os caminhos para o
desenvolvimento dessas entrevistas, uma vez que, ainda faltam ferramentas de
interpretação e de soluções dos desafios e problemas ocorridos nesse aspecto.
Assim, poderemos contribuir para a área de educação musical e também para a
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reflexão do uso dessas ferramentas a serem utilizadas no desenvolvimento de
pesquisa na modalidade online.
Alguns pontos merecem destaque: a quebra de tempo e espaço, a
possibilidade de interação sem a necessidade de presença física, compreender que
a internet é um espaço para o estabelecimento de um relacionamento específico, a
internet também é um meio de aprendizagem e vem se tornando cada vez mais
presente nas instituições brasileiras.
4 Uma primeira conexão com os dados
A análise preliminar trata-se de um ensaio analítico tendo como propósito
estabelecer um exercício sobre como a sociabilidade pedagógico-musical se
constitui nos ambientes virtuais de aprendizagem musical (AVAMs). Assim,
apresento algumas categorias de análise, elaboradas até o momento. Essas
categorias durante o processo contínuo de análise serão desenvolvidas e ampliadas
a partir da interpretação dos hipertextos oriundos dos diálogos online realizados
nas entrevistas.
Esse exercício provisório se refere à sistematização de seis entrevistas
realizadas online, sendo quatro realizadas com tutores das disciplinas de
Introdução à Pesquisa em Música e Estágio Supervisionado em Música 1 e duas
realizadas com alunos dessas disciplinas como mencionei.
4.1 Primeiros contatos com o campo empírico
Os alunos dos ambientes virtuais ofertados pela UAB/UnB, como
mencionados, estão inseridos em dois pólos: Acre e Goiás. Esses pólos atendem as
seguintes cidades:
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• Polos do Curso
O curso de Licenciatura em Música é oferecido em 11 Polos:
Cidade Estado Cidade Estado Cidade Estado
Tarauacá
Brasiléia
Sena Madureira
Rio Branco
AC
AC
AC
AC
Cruzeiro do Sul
Xapuri
Feijó
Acrelândia
AC
AC
AC
AC
Anápolis
Posse
Porto Nacional
GO
GO
TO
http://www.uab.unb.br/index.php/cursos-todos/graduacao/24-musica
Dos dois alunos entrevistados um exerce outra função e busca com o curso
de Música modalidade a distância a possibilidade de atuar em uma área que possui
interesse. O outro aluno se dedica exclusivamente ao curso de Música modalidade
EaD.
Em relação à formação em Música na modalidade EaD, os alunos
entrevistados consideram que as leituras são importantes para a formação, e
sentem necessidade de dialogar mais com os tutores e com os outros colegas no
ambiente virtual de aprendizagem musical. Os alunos destacam que sentem mais
facilidade no ensino e na aprendizagem da parte pedagógico-musical do que na
parte prática musical. Salientam que a demanda de atividades propostas nos
ambientes, impedem uma formação mais focada e direcionada, além da uma
interação maior nesse ambiente online, utilizando as ferramentas que o mesmo
proporciona.
Destacam que as relações ocorrem entre alunos-alunos, alunos-tutores,
tutores-alunos, via fórum, chat, webconferência e no encontro presencial que eles
realizam nos pólos uma vez por semana.
Os tutores revelaram que os diálogos ocorrem em encontros semanais e
fóruns exclusivos de tutores, onde discutem sobre problemas em comum,
particularidades, dificuldades, compartilham idéias e soluções de problemas. Na
visão dos tutores, os alunos interagem através dos fóruns e dos contatos realizados
via MSN (Live Messenger).
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O acesso às informações, a possibilidade em utilizar recursos disponibilizados
na internet geram um atrativo para os alunos inseridos no ambiente online. Os
tutores acreditam que a troca de experiência a partir dessas ferramentas é um dos
principais motivos que mantêm os alunos matriculados no curso.
4.2 A internet como um meio de ensino e aprendizagem
musical
Motivos para a inserção em um curso online
Dos dois alunos entrevistados, ambos salientaram que a procura pelo curso
de Música modalidade EaD, ocorre por ser um possibilidade significativa e única na
região em que estão inseridos. Para eles, o curso realizado pela internet atende
uma necessidade de aperfeiçoamento profissional e permite a conciliação com
outras atividades que os mesmos exercem.
Esses alunos destacam como aspectos relevantes em aprender música pela
internet o fato de poder compartilhar seus conhecimentos que serão adquiridos
com os colegas do espaço em que atuam e também dos colegas que estão inseridos
no curso de Música. Outro ponto significativo consiste na mobilidade e facilidade
em conciliar o curso de Música com as demais funções profissionais. Um dos alunos
relatou que para melhorar sua qualidade no desempenho do curso, optou por
dedicar-se apenas aos estudos, deixando sua outra função para tanto.
Os alunos enfatizaram que a possibilidade de acessar o curso de Música em
vários horários, no trabalho, em casa, à noite, de madrugada, foram fatores
relevantes para optarem por essa modalidade de ensino. Porém, reforçam que essa
praticidade não desconsidera a importância em organizar o tempo de estudo, em
administrar a ação de realizar várias coisas ao mesmo tempo, o que, na visão deles
não seria possível no ensino presencial.
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Curso online X Curso presencial na visão do tutor:
Para os tutores o fator principal que levam aos alunos optarem pelo curso
online, ocorre, uma vez que em suas cidades de origem não há a possibilidade de
realização do curso de Música presencial. Os tutores não consideram o curso na
modalidade a distância mais fácil do que o curso na modalidade presencial, mesmo
que seja desenvolvido apenas um encontro presencial por semana. Em alguns
momentos dos diálogos, os tutores ressaltam que o curso na modalidade a distância
é mais complexo do que o curso na modalidade presencial.
Um dos fatores determinantes na visão dos tutores é a maneira como os
alunos organizam o tempo para cumprir as tarefas semanais. Os tutores destacaram
ainda que essa mobilidade do curso gera outras dificuldades, tais como: trabalhar
em casa, junto da família, no sentido de que a família não compreende que é
necessário concentração para realização das atividades propostas. Ou seja, estar
em casa no computador, não significa estar livre, apenas navegando na internet.
Os tutores reforçaram que, a demanda de leitura necessária para
fundamentar e orientar as discussões e reflexões dos alunos, exige tempo de
dedicação, por isso, o fato de estar em casa, requer autodisciplina e organização.
Os tutores revelam que no ambiente online não é possível controlar quando
alguém vai postar uma contribuição, ou dialogar nas discussões, o que no curso
presencial ocorre no tempo da aula propriamente dita. Assim, acreditam que se o
ambiente online for bem utilizado, esse recurso proporciona uma discussão mais
ampla e contínua do que o curso presencial.
Outra necessidade significativa no ambiente online, se refere à demanda de
um tempo mais amplo, para ler e refletir sobre as mensagens postadas nos fóruns,
ferramenta importante para o ensino e a aprendizagem no ensino de música pela
internet. O acesso às informações e as concepções dos demais colegas, até mesmo
de outras localidades, são importantes na formação, segundo os alunos que
participaram da entrevista online.
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No ambiente virtual, muita coisa depende do próprio aluno, ou seja, o aluno
constrói um perfil autônomo e visa sanar suas dúvidas e vencer obstáculos.
Assim, o aluno tem que ter iniciativa e autonomia, organizar o seu tempo
para estudo para consegui desenvolver todas as atividades propostas, ser
colaborativo, participativo, utilizar o fórum como uma ferramenta de
aprendizagem, procurar participar dos fóruns, postando suas reflexões a partir das
leituras realizadas, acreditar que as discussões precisam ser mais aprofundadas,
considerar que alguns alunos só entram no fórum para registrar suas participações;
depois não entram mais, e, que esses, precisam ser estimulados a fazer parte dos
diálogos.
No encontro presencial nos pólos, os alunos sentem mais liberdade para
dialogar, expor suas dificuldades, discutir suas reflexões, trocar experiências
musicais e pedagógico-musicais.
Como os alunos aprendem música uns com os outros?
O colega é tido como referência, como apoio, como estímulo para continuar.
Os alunos entrevistados destacaram que a contribuição do outro, possibilita a
compreensão de alguns aspectos não apreendidos. Isso reforça a importância que
os demais colegas fazem no seu processo de ensino e aprendizagem e que a
interação está focada, entre outros aspectos, com a troca de experiência no
ambiente virtual de aprendizagem. Essa troca de experiência ocorre a partir das
mensagens postadas nos fóruns, ferramenta de interação disponível no ambiente
online e também de diálogos realizados fora do ambiente virtual de aprendizagem.
Para Lévy (2007) as estimativas sinalizam que o número de pessoas em
interconexão cresça a cada ano. Esse crescimento de conexão entre as pessoas
aproxima e permite uma interação entre indivíduos localizados em lugares
extremos, não mais separados por oceanos. Lévy (2007) considera que isso
acontece “graças às redes digitais, as pessoas trocam todo tipo de mensagens entre
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indivíduos ou no interior de grupos, participam de conferências eletrônicas sobre
milhares de temas diferentes” (LÉVY, 2007, p. 12). Essa capacidade de interagir,
pensar junto, trocar conhecimento e dialogar, é o que o autor denomina de
Inteligência Coletiva (IC), conforme discutido no capítulo 5.
Lévy (2007) ao se referir ao conceito de inteligência coletiva, afirma que
esse “(...) não é um conceito exclusivamente cognitivo. Para o autor, a inteligência
deve ser compreendida como expressão ‘trabalhar em comum acordo’, ou no
sentido de ‘entendimento com o inimigo’ (p. 26). A inteligência coletiva para Lévy
(2007) “é um projeto global cujas dimensões éticas e estéticas são tão importantes
quanto os aspectos tecnológicos ou organizacionais” (LÉVY, 2007, p. 26).
Outro aspecto importante é a conscientização da autonomia que cada aluno
deve desenvolver durante a sua formação através da proposta online.
Lévy (1997), em seu livro Cibercultura aborda diferentes tipos de
interatividade, as quais abrangem desde a mensagem linear à mensagem
participativa. A mensagem linear ocorre por intermédio dos meios de comunicação,
como por exemplo, a imprensa, o rádio, a TV, o cinema, as conferencias
eletrônicas, entre outras. Já a mensagem participativa engloba os dispositivos
como os videogames, o qual possui apenas um participante ou envolve a
comunicação entre mundos virtuais, através de redes de computadores, nesse caso
a troca de informações é contínua e ocorre simultaneamente. Nesse sentido, a
interatividade se caracteriza a partir da possibilidade de transformar, ao mesmo
tempo, os envolvidos na comunicação em emissores e receptores, produtores e
consumidores de mensagens.
Interação entre tutores e alunos
Os dados coletados revelam que a interação precisa ser mais estimulada
tanto entre alunos, quanto entre tutores. Para um dos entrevistados, tendo em
vista a demanda de atividades semanais a serem cumpridas, seria importante a
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criação de uma estratégia para que alunos e tutores pudessem compartilhar mais
seus processos de ensino e aprendizagem. No ambiente virtual de aprendizagem
musical, uma das ferramentas mais utilizadas para essa interação são os fóruns
semanais e também os fóruns de dúvidas. Além disso, o MSN (Live Menssenger)
também é uma ferramenta importante para realizar discussões com os colegas fora
do ambiente virtual.
Os entrevistados destacam que um dos pontos de partida para o diálogo é a
dificuldade que cada aluno encontra: Nesse contexto, os indivíduos utilizam como
forma de comunicação a linguagem escrita e visual. A partir desse contato, fatos,
ideias, sentimentos, atitudes, opiniões, afetos, gostos são transmitidos
instantaneamente para milhões de pessoas e em toda a parte do mundo. A internet
possibilitou um novo espaço em que os seres humanos possam pensar, compartilhar
o conhecimento e se comunicar.
Nesse sentido, a interação social se destaca como um aspecto que modifica o
comportamento dos indivíduos envolvidos, sendo esta mudança resultado do
contato social e da comunicação que os indivíduos estabelecem entre si. Mas, deve
se levar em conta que apenas a presença física entre os seres humanos, não
promove a interação social entre elas. Ou seja, se o ser humano não se comunica,
não ocorre interação social.
Nos diálogos entre tutores e alunos no fórum do ambiente virtual de
aprendizagem, podemos constatar que a interação ocorre da seguinte forma: a)
Aluno – aluno; b) Tutor – aluno; c) Aluno - tutor
A partir dessa interação social, pode-se inferir a existência de uma
reciprocidade nas ações entre os indivíduos. No caso da internet, considera-se a
interação social como interatividade, ou seja, a troca simultânea de informações e
o acesso imediato a qualquer parte do mundo.
Essa etapa foi um primeiro ensaio de análise, no que tange as maneiras como
pedagogia musical online vinculada à interatividade e as sociabilidades
constituídas, entre tutores e alunos inseridos no ambientes virtuais de
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aprendizagem musical, e ao processo formativo musical dos alunos do curso de
licenciatura, tenho um caminho a percorrer nas próximas etapas da pesquisa.
5 Algumas Considerações
Este estudo visa enfocar a pedagogia musical online vinculada à
interatividade e as sociabilidades constituídas, entre tutores e alunos inseridos no
ambiente virtual de aprendizagem musical, e ao processo formativo musical dos
alunos do curso de licenciatura. A pesquisa não visa portanto avaliar, nem verificar
a qualidade do ensino de música online.
Na educação a distância, o processo de ensino e aprendizagem musical,
ocorre de forma síncrona e assíncrona, as pessoas se comunicam através de textos,
em alguns momentos a partir dos recursos audiovisuais.
As entrevistas online realizadas e as observações no ambiente virtual de
aprendizagem musical indicam que as sociabilidades constituídas no ambiente
virtual ocorrem através de inúmeras possibilidades de interação, colaboração e
socialização a partir dos diálogos entre os sujeitos inseridos no ambiente online.
As sociabilidades constituídas nos ambientes virtuais de aprendizagem
musical são oriundas também dos vínculos sociais que os sujeitos constroem nesse
contexto, assim como reforça Lévy (2007), o trabalho coletivo e o trabalho com o
‘inimigo’ geram movimentos de aproximação e afastamento, ao passo que os
interesses e as trocas são efetuados no grupo coletivamente. Tais aspectos, ainda
precisam ser observados, compreendidos, analisados e interpretados. Os dados
podem auxiliar na compreensão das novas maneiras de ensinar e aprender música
on-line e seu processo formativo.
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