parque urbano inteligente da gÁvea · empresas de sucesso com foco no segmento de tecnologia da...
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PARQUE URBANO INTELIGENTE DA GÁVEA PUIG PUC-Rio Outubro de 2013
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1) Sumário Executivo
Reconhecida como uma Universidade Empreendedora, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) vem desde a década de 1990, gerando empresas de sucesso com foco no segmento de Tecnologia da Informação e da Comunicação, promovendo a cultura da inovação e a competitividade no mercado. Buscando integrar o campus da PUC-Rio ao território da Gávea e a partir da necessidade da expandir as atividades de extensão da universidade, o Parque Urbano Inteligente da Gávea (PUIG) surge como uma ferramenta inovadora de desenvolvimento da região.
O PUIG configura-se como um parque urbano pautado no conceito de Cidades Inteligentes, integrando desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento social para gerar qualidade de vida e bem estar para a sociedade. É um ambiente de inovação propício para o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas a partir de spin-offs dos laboratórios da Universidade em parceria com os diferentes atores estabelecidos na região. Os problemas diagnosticados no território são a base para o desenvolvimento de soluções inovadoras pelos spin-offs, transformando o território da Gávea em um laboratório vivo, onde pesquisa, ensino e tecnologia interagem desenvolvendo produtos e serviços inovadores que contribuirão diretamente com a melhoria na qualidade de vida no território.
A partir de um modelo de governança que integre os diferentes atores presentes no território, o Parque Urbano Inteligente da Gávea pretende atender os diferentes interesses da sociedade, gerando um modelo de intervenção que possa inspirar a criação de políticas públicas que colaborem para a ampliação das ações dos Parques Tecnológicos, aproximando-os da sociedade.
O Parque Urbano Inteligente da Gávea busca aproximar, cada vez mais, as pessoas do processo de geração de tecnologia e de inovação, estimulando que as empresas gerem pesquisas, produtos e serviços que solucionem de forma efetiva os problemas da sociedade.
2) Razão Social : Faculdades Católicas
3) CNPJ: 33.555.921/0001-70
4) Equipe Executora do projeto
4.1) Eduardo Moreira da Costa
Eduardo Moreira da Costa é uma referência no país no tema da Inovação. Foi Diretor de Inovação da FINEP (2007-2010) e Diretor de Programas Especiais do CNPq (1993-1997). Como "visiting scholar" em Harvard (1997-2002) escreveu "Global e-commerce strategies for small businesses" (MIT Press, 2001) traduzido também para o Japonês e Chinês. Possui mestrado em Ciências da Computação - UFMG (1976) e doutorado em Eletrônica - University of Southampton (1981). Atualmente é professor em tempo parcial da UFSC no Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento e dá aulas de Finanças para
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Empreendedores na PUC-Rio, além de fazer parte do Leadership Team do ÁgoraLab. Atua em projetos de inovação em diversas empresas e instituições e é membro do Conselho de Administração de três empresas (ALGAR, SENIOR Sistemas and HOPLON). É palestrante conhecido no Brasil e no exterior nos temas de Inovação, Financiamento à Inovação, Capital de Risco, E-Commerce, Governo Eletrônico, empreendedorismo e cidades inteligentes. Criador de políticas públicas de grande impacto como os Programas SOFTEX, PRIME, JURO ZERO, 14bis etc. Possui ampla rede de contatos nos organismos multilaterais e internacionais (BID, Banco Mundial e World Economic Forum). 4.2) José Alberto Sampaio Aranha
Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e formou-se em Administração de Empresas pelo Instituto de Administração e Gerência da PUC-Rio. Atualmente é o diretor do Instituto Gênesis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É membro do Conselho Consultivo da Endeavor Brasil e do Conselho Empresarial de Responsabilidade Social da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Ex-diretor da ANPROTEC e do conselho de administração Softex há sete anos. Atua nas seguintes áreas: empreendedorismo, incubadoras, inovação, coach de carreiras e ambientes de inovação. Escreveu o livro "Interfaces: a chave de para compreender como Pessoas e suas relações em Ambiente de Inovação" em 2009 pela editora Saraiva.
4.3) Catia Araujo Jourdan
Mestre em Metrologia, Qualidade e Inovação pela PUC-Rio, especialista em Gestão Empresarial e Estratégica pela UFRJ, especialista em Psicologia Breve Integrada pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, graduada pela PUC-Rio, em Psicologia. Atualmente é Gerente de Territórios Inteligentes, Inovação e Sustentabilidade do Instituto Gênesis da PUC-Rio, onde desenvolve projetos integrados entre universidade, empresas e governo, buscando o desenvolvimento sustentável de territórios. Ministra a disciplina de Atitude Empreendedora nas oficinas de capacitação do programa Inove Carreiras e Negócios, através de uma parceria estabelecida entre a PUC-Rio e o SEBRAE.
5) Histórico das Atividades da PUC-Rio
Localizada no bairro da Gávea, zona sul da cidade do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio é considerada um dos maiores centro de excelência de ensino e pesquisa da América Latina. A qualidade de seu ensino e pesquisa é reconhecida, em todas as avaliações de órgãos governamentais, pelo excelente nível de seu corpo docente e por sua reputação como centro de pesquisa e de desenvolvimento científico e inovação.
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A PUC-Rio é uma instituição de direito privado sem fins lucrativos que prima pela produção e transmissão do saber, baseando-se no respeito aos valores humanos, visando acima de tudo o beneficio da sociedade. Busca constantemente a excelência na pesquisa, no ensino e na extensão para a formação de profissionais competentes e habilitados ao pleno desempenho de suas funções. Esses profissionais são inseridos na realidade brasileira e formados para colocar a ciência e a técnica sempre a serviço do homem, colaborando através dos conhecimentos adquiridos na Universidade e colocando a ciência a serviço da comunidade e orientando suas atividades para a edificação de um mundo melhor. A Tabela 1 apresenta a PUC-Rio em números.
Dados referentes ao ano de 2009
Tabela 1: PUC-Rio em números
A Universidade interage com a sociedade, como um sistema aberto, atenta aos anseios e necessidades da região e mundo atual. Assume, por isso, como uma de suas missões essenciais, o empenho constante para que sua ação sobre alunos, professores e funcionários, nas suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, contribuam eficazmente para a transformação da sociedade brasileira. Neste sentido, a PUC-Rio já possui um ecossistema singular de inovação, empreendedorismo e transferência de conhecimento da Universidade para a sociedade.
Desde 1996 a PUC-Rio vem desenvolvendo ações de fomento ao empreendedorismo. Em 1997 criou o Instituto Gênesis com a finalidade de consolidar a universidade como a primeira Universidade Empreendedora do país. Desde então, o Instituto Gênesis vem desenvolvendo um conjunto de práticas que permitem que a PUC-Rio apresente um trabalho continuado de formação de empreendedores, apoio a criação de empresas e promoção de desenvolvimento
Número Consolidado
28375
Quadro Principal 407
Quadro Complementar 763
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Cursos de Pós Graduação 27
Grupos de Pesquisa CNPq 314
168
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Docentes
Número de Alunos (graduação, pós-graduação e
extensão)
Cursos de Graduação
Laboratórios
Núcleos de Pesquisa
A PUC-RIO em Números
Atividades
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local, estreitando seus laços com o mercado e garantindo que as pesquisas produzidas no ambiente acadêmico impactem efetivamente na sociedade.
O Instituto Gênesis (IG) configura-se como uma unidade complementar da PUC-Rio e tem como objetivo transferir conhecimento da Universidade para a Sociedade por meio da formação de empreendedores e da geração de empreendimentos inovadores,contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida da região onde está inserido. para tanto desenvolveu um sistema único de apoio e fomento a novas empresas, oriundas da Universidade e ao ensino empreendedor e inovador, de forma a fortalecer e consolidar esta tendência.
Vinculado à Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos, funciona como um centro permanente de inovação que se preocupa em ser um ambiente de apoio e estímulo ao desenvolvimento de empreendimentos e empreendedores autossustentáveis.
O Instituto é dividido em três áreas, a área de Incubadora de Empresas, a área de Cultura Empreendedora e a área de Territórios Inteligentes. Na primeira concentra-se todo o sistema de seleção, apoio e desenvolvimento de empreendimentos inovadores nas áreas tecnológica, cultural e socioambiental. A busca constante pela sustentabilidade dos empreendimentos está presente desde o processo de seleção dos mesmos, até o momento da graduação. Critérios como responsabilidade socioambiental, processo produtivo não poluente e reutilização dos resíduos de produção, são avaliados durante a seleção dos empreendimentos e acompanhados durante o processo de incubação. Ao longo de seus 13 anos de existência, auxiliou na geração de mais de 130 empresas inovadoras que juntas geraram mais de R$ 800 milhões de faturamento e 6000 postos de trabalho. É importante considerar que do número de empresas que passaram pelo processo de incubação 90% estão vivas, competindo no mercado, consagrando o Instituto Gênesis como uma das incubadoras com a melhor Taxa de Sobrevivência de empresas do Brasil.
Já a área de Cultura Empreendedora é responsável por todo o Sistema de Qualificação Empreendedora tanto da Incubadora quanto da Universidade. Atualmente possui 17 disciplinas de empreendedorismo disponibilizadas de forma transversal a cerca de 1200 alunos por ano, criando ambientes multidisciplinares de troca e construção de conhecimentos.
A área de Territórios Inteligentes é responsável pela aplicação dos conhecimentos gerados pelo Instituto Gênesis nos territórios. Exerce atividades de extensão da Universidade promovendo o desenvolvimento local, com base no conceito de sustentabilidade e cidades inteligentes, buscando transformar essas regiões em laboratórios vivos de soluções inovadoras para a sociedade, estimulando a geração de conhecimento. Tem como foco a implementação, execução e avaliação de
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projetos para comunidades, bairros e cidades estimulando o desenvolvimento socioambiental e econômico, com base, principalmente, nas potencialidades já encontradas nessas microrregiões.
Essa área vem, desde 2004, desenvolvendo e executando projetos, em parceria com instituições nacionais e internacionais, buscando estimular a promoção da qualidade de vida da sociedade, nos diferentes territórios que compõem o Rio de Janeiro. A Tabela 2 apresenta alguns dos projetos desenvolvidos pelo IG desde de 2005, vinculados a promoção de desenvolvimento local.
Nome do projeto Financiador Objetivo
Projeto Media ICT Banco MundialCriar empreendimentos solidários que utilizem a Tecnologia da informação e da
comunicação (TIC), buscando o desenvolvimento de local
Projeto Metodologia de
Agregação de Valor para
Incubação de
Empreendimentos
FINEP
Reaplicar conceitos da metodologia da Incubadora Social de Comunidades do
Instituto Gênesis da PUC-Rio agregando valor aos empreendimentos sociais
sustentáveis.
Projeto Divisão de Mídia
Integrada da Estúdio
Criatura
FAPERJ
Diminuir a exclusão social e digital através da geração de uma divisão, na Estúdio
Criatura (empresa incubada pela Incubadora), para integrar tecnologias
inovadoras, objetivando desenvolver empreendimentos de mídia em
comunidades.
Projeto Empreender para
Aprender: educação
profissional
BID
Promover desenvolvimento local da comunidade Parque da Cidade, localizada na
Gávea, por meio da formação de empreendedores e da geração de
empreendimentos.
Programa Rede de Apoio a
Empresas Tecnológicas e
Clusters – RaeTec,
FINEP
Organização e a implementação de uma plataforma de inovação tecnológica
baseada em incubadoras de alta eficiência que, organizadas em rede, atuam
como geradoras de empresas de alta tecnologia e agentes dinamizadores
institucionais e estratégicos.
Projeto Incubadora de
Petróleo da PUC-Rio, FINEP
Implementação de uma incubadora de Petróleo e Gás no Instituto Gênesis da
PUC-Rio, com vistas a potencializar os spin-offs oriundos dos laboratórios e
consolida-los em empresas.
Projeto PRIME FINEP Fomentar o desenvolvimento de novas empresas inovadoras no país.
Projeto 14 BIS
Ministério de
Ciência, Tecnologia
e Inovação / UFSC
Potencializar as oportunidades abertas pela realização, no Brasil, dos
megaeventos da Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos 2016, incentivando
a geração de negócios inovadores.
Rio Criativo
Secretaria de
Cultura do Estado
do Rio de janeiro
Desenvolver um Incubadora de Economia Criativa, buscando fomentar a criação
de novas empresas inovadoras nesse setor
Projeto Teresas em Ação Chevron Brasil
Apoiar o a formação empreendedora e o desenvolvimento de empreendimentos
sustentáveis inovadores junto à mulheres moradoras do Complexo de Santa
Teresa.
Economia Criativa na Gávea PUC-Rio Identificar os empreendimentos inovadores localizados na região da Gávea.
Rede Colaborativa
Planetário / PUC-Rio
Fundação
Planetário do Rio
de janeiro
Desenvolvimento de uma rede de parceria buscando potencializar ações
conjuntas entre o Planetário e a academia, visando o desenvolvimento de
produtos e processos inovadores que possam atender as demandas de Centros
de Ciência e Cultura e promover o desenvolvimento local.
Tabela 2: Projetos do IG vinculados a promoção de desenvolvimento local
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6) Planejamento Estratégico do Parque Urbano Inteligente da Gávea
O projeto do Parque Urbano inteligente da Gávea – PUIG vai transformar a Gávea no primeiro bairro inteligente do país. A partir dos conceitos das chamadas Cidades Humanas e Inteligentes a ideia é integrar de forma ampla a PUC-Rio às atividades do bairro, com a universidade passando a ser vista como uma entidade útil e relevante para todos os moradores, e com o bairro se transformando em um verdadeiro laboratório vivo para os diversos projetos da universidade.
O Parque Urbano Inteligente da Gávea configura-se como um parque pautado no conceito de Cidades Inteligentes, integrando desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento social para gerar qualidade de vida e bem estar para a sociedade. É um ambiente de inovação propício para o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas a partir de spin-offs dos laboratórios da Universidade em parceria com os diferentes atores estabelecidos na região. Os problemas diagnosticados no território são a base para o desenvolvimento de soluções inovadoras pelos spin-offs, transformando o território da Gávea em um laboratório vivo, onde pesquisa, ensino e tecnologia interagem desenvolvendo produtos e serviços inovadores que contribuirão diretamente com a melhoria na qualidade de vida no território.
Por se tratar de um Parque inserido em um território inteligente, o PUIG assume uma configuração inovadora em relação aos parques tradicionais. A relação próxima com a área urbana e seus agentes permite às empresas e laboratórios inseridos nesse contexto, não só a troca de informações e experiências característica de um parque, mas amplia essa função, à medida que permite também troca constante com a sociedade, ampliando os potencias de geração de soluções inovadoras que impactem diretamente na qualidade de vida dos usuários desse território. A Figura 1 apresenta o ambiente do PUIG.
Figura 1: Ambiente do Projeto do Parque Urbano Inteligente da Gávea
Tecnologia da Informação e
da Comunicação
SocialEconomia
Criativa
Ambiental
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6.1) Missão, Visão e Valores do PUIG
6.1.1 Missão: Estimular a geração e difusão de conhecimento e
inovação para aumentar a competitividade nacional no setor de serviços para
tecnologia da informação e da comunicação, aplicada as cidades inteligentes.
6.1.2. Visão: Ser a referência nacional de soluções inovadoras para
cidades, com base em tecnologia de informação e da comunicação, potencializando
o desenvolvimento local dos territórios.
6.1.3. Valores: O PUIG pautará suas estratégias, projetos e atividades
na promoção da ética, da sustentabilidade e dos valores universais. Dessa forma,
espera-se de seus associados, parceiros e clientes um forte compromisso com:
•Respeito à diversidade humana e cultural; •Estímulo ao ambiente criativo; •Igualdade de oportunidades; •Excelência; •Empreendedorismo; •Inovação tecnológica; •Desenvolvimento econômico e socioambiental sustentável; •Compromisso com a satisfação das pessoas, dos clientes e dos stakeholders. 6.2) Objetivos Específicos do Parque Urbano Inteligente da Gávea
Transformar a Gávea no primeiro bairro inteligente do país;
Transformar pesquisa em produtos e serviços que colaborem, principalmente, para o desenvolvimento das cidades;
Encorajar e facilitar ligações entre a Universidade e o Mercado;
Ser um ambiente de inovação autossustentável.
Encorajar o surgimento de empresas spin-offs iniciadas nos laboratórios e institutos de pesquisa;
Proporcionar às instituições acadêmicas acesso às atividades de P&D de ponta das empresas localizadas tanto no Parque Urbano Inteligente da Gávea;
Colaborar com a interação Universidade – Cidade, integrando as comunidades de baixo IDH ao processo de desenvolvimento do território;
Pesquisar novos modais de transporte integrados à estação Gávea do Metrô e infraestrutura específica de suporte para cada modal;
Ampliar a participação da sociedade nas soluções geradas para o seu território;
Aproximar empresas, promovendo uma rede de colaboração;
Colaborar com a reversão do processo de degradação territorial da Gávea, preparando o território para os impactos da linha 4 do Metrô;
Gerar um modelo de Parque Inteligente, integrado ao território urbano e seus desafios, que possa ser reaplicado em outras regiões.
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6.3) Análise SWOT do Parque Urbano Inteligente da Gávea 6.3.1 Pontos Fortes • Possibilidade de gerar recursos através da locação de espaços comuns. • Ter os Centros de Pesquisa da universidade como parceiros, e que são referência no desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras. • Ter o Instituto Gênesis como parceiro, e que tem expertise na incubação de empresas startups de base tecnológica. • Capacidade de desenvolver metodologias e projetos que possam ser replicados em outras regiões.
6.3.2. Pontos Fracos • Ausência de recursos próprios dos parceiros para realizar os investimentos de infraestrutura necessários para a viabilização do Parque. • Pouca experiência dos parceiros locais para atuarem em conjunto em um projeto como o PUIG. 6.3.3 Oportunidades • Rio de Janeiro ser uma região forte na área TIC. • Ter a presença de uma das melhores universidades de TIC na região. • Ter uma incubadora reconhecida nacional e internacionalmente instalada na região. • Inexistência de um modelo de Parque de Inovação similar no âmbito nacional. • Rio de Janeiro como sede do primeiro bairro inteligente do país. 6.3.4 Ameaças • Incerteza da mudança de legislação para o uso do solo do bairro da Gávea. A Comunidade Europeia define 6 (seis) características das cidades inteligentes. No Brasil, e para todos os países emergentes, faz sentido a inclusão de mais uma dimensão, a do desenvolvimento social, para que o crescimento das nossas cidades e a diversidade social da população sejam devidamente considerados. Estas 7 características e as ações correspondentes dentro do projeto PUIG são apresentadas a seguir:
A. Mobilidade inteligente: Com os preparativos da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, está sendo construída uma nova linha do metrô que vai até a Barra da Tijuca, local de boa parte das competições das Olimpíadas. Uma das novas estações é a da Gávea, que está sendo feita no momento e que vai se localizar no atual estacionamento principal da PUC. A ideia é
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que o PUIG possa estudar de forma objetiva como a implantação desta nova estação vai impactar positivamente a vida do bairro, e maximizar este benefício através de novos modais de transporte que complementem o metrô e incentivem as pessoas a não usarem (ou nem terem) veículos particulares. B. Economia inteligente: o PUIG deve privilegiar a instalação de novas empresas não poluentes no bairro. C. Governança inteligente: A governança de uma região inteligente envolve todos os moradores e frequentadores e não apenas o governo. O PUIG vai disseminar a cultura participativa entre os moradores, sensibilizar a administração e propor uma prática de atuação para a Prefeitura radicalmente diferente do que ocorre hoje. A Prefeitura deverá estar presente, com escritório próprio, com auditórios e salas de reunião, e praticar o hábito de ouvir. É importante que os funcionários e executivos da prefeitura sejam também moradores do bairro. E que o uso intensivo das tecnologias da informação e da comunicação sejam realmente úteis para o dia-a-dia de todos. A PUC recebeu da Arquidiocese do Rio de Janeiro, os equipamentos utilizados na Gestão da Governança e Risco da recente Jornada Mundial da Juventude. Estes equipamentos e o centro de controle serão utilizados como aglutinadores de informação e decisão para a administração do bairro. D. Meio-ambiente inteligente: O Rio Rainha desce do morro da Gávea, atravessa a PUC e deságua no canal que vai até o mar, no Leblon. A PUC já vem desenvolvendo um plano de recuperação do Rio Rainha, com a participação das comunidades da Rocinha e do Parque da Cidade. Neste projeto será proposto um plano de ocupação sustentável para a Gávea, questão particularmente sensível devido à divisa do bairro com um dos tesouros ambientais do Rio de Janeiro, a Floresta da Tijuca. Além disso, serão também desenvolvidos os planos de implantação da energia renovável em todo o bairro, e a aplicação do conceito do “lixo zero”. E. Lugar inteligente: A Gávea já apresenta algumas das características de um lugar inteligente. O PUIG vai concentra-se no que falta para consolidar esta característica. Duas necessidades são um uso mais inteligente dos espaços públicos existentes e a construção de um ícone de futura identificação da Gávea como um lugar diferenciado, “alto astral”, inovador e cosmopolita. Este ícone pode ser um prédio, uma praça, um objeto, qualquer coisa que identifica de forma única o bairro e o conceito que ele quer passar para as pessoas. O Museu Guggenheim em Bilbao, o “high-line” em NY, o Museu do Amanhã (arquiteto Callatrava) no Rio são exemplos destes ícones. Uma boa inspiração para a Gávea é o antigo bairro da Barceloneta, em Barcelona, hoje Barcelona@21, que tem prototipado, de forma sistemática, todas as novas ideias sobre cidades inteligentes que valem a pena ser testadas. F. Desenvolvimento social inteligente: A Gávea é um bairro sofisticado da cidade do Rio de Janeiro que expressa bem a diversidade social existente: tem
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prédios de apartamentos de luxo e mansões antigas ao lado de uma comunidade pequena, o Parque da Cidade, e vizinha de uma comunidade gigantesca, a Rocinha. Baseado em experiências anteriores do Instituto Gênesis, que já trabalha o empreendedorismo social nas comunidades, o projeto vai ampliar as perspectivas econômicas para os moradores das comunidades, tanto em termos de empregos nas novas empresas, o que depende de programas de capacitação, quanto em termos de oportunidades para criação e desenvolvimento de negócios próprios, potencializando o talento lá existente e sua transformação em atividade econômica sustentável. G. Pessoas inteligentes: A implantação do Parque Urbano Inteligente da Gávea depende de pessoas inteligentes tanto do ponto de vista dos fornecedores de produtos e serviços, quanto do ponto de vista dos seus consumidores. Por isso, a atração, manutenção e capacitação de pessoas capazes de exercer estas funções são elementos imprescindíveis do projeto. Do lado da atração, além das empresas já existentes e daquelas atraídas para o PUIG, é importante implantar cursos de treinamento e de pós-graduação especificamente voltados para trazer para o bairro jovens talentosos de todas as partes da cidade e do país. Do lado da capacitação, há que se diferenciar as escolas públicas do bairro de quaisquer outras na cidade, implementando no bairro tudo o que é necessário fazer em todo o país: escola em tempo integral, creches de qualidade para as mães poderem desenvolver-se para novos desafios, cursos de inglês e espanhol capazes de transformar a região em um território trilíngue. Além disso, outros objetivos são prospectados nesse projeto. O território da Gávea passa a ser pensado como um laboratório vivo, o espaço urbano torna-se plataforma ideal de experimentação para novas metodologias, conceitos, produtos e serviços inovando o processo de gestão da vida dos cidadãos e melhorando sua qualidade de vida. Para tanto, a PUC-Rio, instituição que lidera o projeto do PUIG, vem, desde 2012, trabalhando na instalação do Centro de Gestão Integrada de Risco da PUC-Rio (CGIR-PUC Rio). Esse Centro prevê a consolidação do programa Campus Inteligente por meio da integração das informações oriundas de todas as áreas, unidades, sistemas, processos e atividades, que sejam importantes para o gerenciamento e a governança da Universidade e da sua relação com o território da Gávea. Essa estrutura atuará também reunindo informações sobre os atores do bairro da Gávea permitindo o desenvolvimento de projetos que atendas as reais demandas da sociedade. Desse ponto de vista, o CGIR pretende dar máxima participação à comunidade, reunindo demandas do bairro, identificando ações de sustentabilidade, coordenando ações com agências que cuidem da infraestrutura utilizadas pelo bairro (energia, água, comunicação, limpeza, transportes, alimentação, manutenção, etc.). Um aplicativo para facilitar a coleta de informações junto aos usuários do território será utilizada para alimentar o banco de dados do CGIR. Esse completo Banco de Dados fornecerá as informações que
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irão formar o sistema de geração de ideias do Parque Tecnológico Inteligente da Gávea, permitindo que as empresas vinculadas ao mesmo, gerem produtos e serviços que poderão ser testados e aprimorados no próprio território.
7) Infraestrutura Física disponível para o Parque Urbano Inteligente da Gávea O PUIG é um Parque Urbano integrado ao território e por possuir essa característica se baseia no bairro da Gávea e nas comunidades do entorno para desenvolver suas ações. Trata-se de um projeto em que o território configura-se em um laboratório vivo de soluções inovadoras para a sociedade, estimulando a geração de conhecimento para o desenvolvimento desse território. É uma oportunidade para que a região reverta o processo de degradação progressiva, evitando que soluções desagregadoras se imponham na região. Trata-se de uma região multigeográfica, visto que integra: (i) a “Gávea universitária”, composta pelos laboratórios de pesquisa,
incubadoras de empresas, escritórios-modelo e demais agências de ensino, pesquisa
e extensão da PUC-Rio;
(ii) a Gávea que contém a Área de Proteção Ambiental (APA), garantida pela
preservação da mata atlântica no Parque da Cidade;
(iii) a Gávea em fricção sociocultural permanente com o bairro da Rocinha e
comunidade Vila Parque da Cidade;
(iv) a Gávea mercantil e empresarial, representada pelos empreendimentos
de todos os portes presentes na região.
A Figura 2 retrata a delimitação do território a ser trabalhado no Parque Urbano Inteligente da Gávea. Alguns atores presentes nesse território foram destacados com o objetivo de demonstrar a diversidade de atores presentes na região.
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Figura 2: Território do Projeto Gávea Inteligente – Ano de 2012.
Do ponto de vista da infraestrutura urbanística, a Gávea apresenta um quadro de progressiva degradação, pois muitos dos belos e amplos casarões ali localizados pertencem a famílias que não mais conseguem mantê-los. O PUIG prevê utilizar esses espaços para estimular a instalação de empresas ou núcleos de pesquisa de empresas já consolidadas, potencializando o desenvolvimento de produtos e serviços que atendam as necessidades e demandas de uma cidade inteligentes. Atualmente a Gávea já possui uma concentração de empresas com foco na Indústria Criativa e na área de Tecnologia da Informação. No entanto, há uma necessidade de promover uma revisão da regulamentação do uso e ocupação do solo, visando possibilitar a instalação de algumas empresas na região, ao mesmo tempo que resguarda suas características bairristas. 8) Lista e perfil das empresas atualmente atendidas pelo Parque Urbano Inteligente da Gávea
Empresa Serviço Outros DadosNº de empregados: 5
Faturamento: Não fornecido
Nº de empregados: 0
Faturamento: Ainda não tem
Nº de empregados: 0
Faturamento: Ainda não tem
Nº de empregados: 0
Faturamento: Ainda não tem
Nº de empregados: 16
Faturamento: R$ 411.431,05
Software voltado para o mercado publicitário capaz de
detectar automaticamente qual emoção é expressada
pelo seu rosto de uma pessoa.
Sensus
Agência EPA Estratégia de comunicação para público jovem
Desenvolve inovações baseadas em bio e
nanotecnologiaNano Business
Leaf
Lugar Para
Ficar
Portal que atua como intermediário no processo de
reservas de acomodações domiciliares entre pessoas
através da Internet.
Grife de roupas que utiliza materiais sustentáveis
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Empresa Serviço Outros Dados
Nº de empregados: 11
Faturamento: R$ 850.000
Nº de empregados: 2
Faturamento: R$ 30.000,00
Nº de empregados: 5
Faturamento: R$ 277.575,41
Nº de empregados: 7Faturamento: R$ 120.000,00
Nº de empregados: 10
Faturamento: R$ 344.050,23
Nº de empregados: 6
Faturamento: R$25.000,00
Nº de empregados: 12
Faturamento: Ainda não tem
Nº de empregados: 3
Faturamento: Ainda não tem
Nº de empregados: 10
Faturamento: R$480.000,00
Nº de empregados: 6
Faturamento: R$ 650.000
Nº de empregados: 6Faturamento: 565.522,00
Binky Serviços de comunicação e design
Serviços de Biometria Bio-Axs
IduttoSoluções em localização e identificação eletrônica para
monitoramento e rastreabilidade de ativos, estoques e
materiais.Desenvolve soluções de sistemas de apoio à decisãoSmart Decision
Moleque
MateiroProdutos de educação ambiental
Desenvolve aplicativos de interatividade para a segunda
tela.O2C Hipermídia
Desenvolvimento do sistema Geodominus,
especializado na resolução de problemas NeoGeo
DoppelCriação e desenvolvimento de móveis, luminárias entre
outros voltados para arquiteto
Vero SolutionsDesenvolve soluções tecnológicas inovadoras, baseadas
em jogos e plataformas virtuais para a identificação e o
desenvolvimento de talentosSoluções na área de resultados de inspeções, avaliações
de risco e integridade culturalPrima 7S
Alta Geotecnia Soluções Técnicas Inovadoras aplicadas às áreas de geotecnia e meio ambiente
9) Finalidade O presente projeto visa consolidar o Parque Urbano Inteligente da Gávea por meio da promoção de estudos e diagnósticos que permitam a criação de um território inteligente de referência para o país, desenvolvendo metodologias que permitirão a transformação da Gávea em um laboratório Vivo de experimentação de produtos e serviços voltados para a implantação de cidades inteligentes, consolidando o território como primeiro bairro inteligente do país.
10) Descrição do projeto e seus bens e serviços resultantes
O projeto do Parque Urbano inteligente da Gávea – PUIG vai transformar a Gávea no primeiro bairro inteligente do país. A partir dos conceitos das chamadas Cidades Humanas e Inteligentes a ideia é integrar de forma ampla a PUC-Rio às atividades do bairro, com a universidade passando a ser vista como uma entidade útil e relevante para todos os moradores, e com o bairro se transformando em um verdadeiro laboratório vivo para os diversos projetos da universidade. O Parque Urbano Inteligente da Gávea configura-se como um parque pautado no conceito de Cidades Inteligentes, integrando desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento social para gerar qualidade de vida e bem estar para a sociedade.
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O diferencial do PUIG em relação aos outros parques é que além de estimular a pesquisa e a inovação por meio de uma ação simultânea entre academia, instituições privadas e governo, ele também insere a sociedade nessa equação, tornando-a agente de desenvolvimento de soluções inovadores que serão implementadas nas cidades do futuro. Dessa forma, sua função continua sendo a de agregar uma universidade de excelência ao mundo empresarial, possibilitando a transformação de pesquisas em negócios, colaborando para o desenvolvimento econômico, científico, tecnológico, e, na abordagem do PUIG, desenvolvimento social.
Para alcançar tal proposta pretende-se a implantação de uma metodologia que possui como resultado final um documento que permitirá aos parceiros investir no Parque Urbano Inteligente da Gávea, visto que terão um conjunto de informações que levarão em contas dados econômicos, sociais, culturais, ambientais e financeiros consolidando um conjunto de estratégias que permitirá que a Gávea trilhe o caminho para ser reconhecido nacionalmente como o primeiro bairro inteligente do país.
A metodologia adotada neste projeto respeita as seguintes etapas:
Etapa 1: Recrutamento e seleção de equipe para colaborar na execução do projetos. Vale ressaltar, que alunos bolsistas de graduação, mestrado e doutorado serão envolvidos no processo visando a sistematização do conhecimento;
Etapa 2:Desenvolvimento de um conjunto de estudos que permitirá o levantamento das informações importantes para a consolidação do estudo de Viabilidade Técnica e econômica do parque Urbano Inteligente da Gávea.
Etapa 3: Adequação do espaço de uma sala no Campus estendido da Universidade (Campus São Marcelo) para instalar a equipe do projeto e para disponibilizar as informações e receber potenciais parceiros.
Etapa 4: Criação de uma OSCIP para estabelecer uma governança próprio para o PUIG, integrando outros agentes do território ao processo de tomada de decisão sobre as ações futuras do PUIG.
Etapa 5: Captação de recursos financeiros e novas parcerias para promover a autossustentabilidade do PUIG.
Etapa 6: Consolidar um material de apresentação e captação de recursos para o PUIG.
10.1) Metas da proposta do PUIG para o CNPq
Meta 1: Realização do Diagnóstico Ambiental e de Estrutura Urbana, bem como do Diagnóstico Socioeconômico e Institucional.
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Meta 2: Realização de Estudo sobre a Legislação Urbana para a identificação dos espaços que precisam ser incluídos na alteração de uso do solo do bairro.
Meta 3: Consolidação do Modelo de Governança com a estruturação da OSCIP.
Meta 4: Adaptação do Plano Estratégico para adequa-lo aos resultados do estudos realizados.
Meta 5: Elaboração de um Plano de Sustentabilidade Financeira direcionado para a construção de uma modelagem financeira sustentável.
Meta 6: Readequação de um espaço para acomodar a equipe do projeto no campos avançado da PUC-Rio, localizado também na Gávea.
Meta 7: Estimular a realização de monografias, dissertações e teses sobre o Parque urbano Inteligente da Gávea.
10.2) Bens e Serviços Resultantes da proposta ao CNPq
(i) Diagnóstico Ambiental da Gávea;
(ii) Diagnóstico da Estrutura Urbana;
(iii) Diagnóstico Socioeconômico;
(iv) Diagnóstico da Dinâmica Econômica e institucional;
(v) Proposta de Adequação dos Parâmetros de uso e ocupação do solo;
(vi) Sede do Parque Adequada e funcionando;
(vii) Plano Estratégico atualizado;
(viii) Modelo de Governança consolidados;
(ix) Pelo menos, 5 trabalhos acadêmicos publicados ao final do projeto;
(x) Documento do EVTE.
11) Instituições Parceiras
Atualmente o PUIG possui os seguintes parceiros:
(i) Fundação Planetário do Rio de Janeiro
(ii) Empresa Módulo Solutions: parceira na Implantação do centro de gestão integrada da PUC-Rio - CGIR
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(iii) Associações de moradores locais, incluindo as associações das comunidades localizadas no entorno da Gávea (Rocinha e Parque da Cidade)
(iv) Prefeitura
(v) Governo Estadual
12) Sistema Geral de Governança e Estrutura da Administração do PUIG
Os participantes do Parque, sob o ponto de vista de seu interesse direto e forma de participação, se dividem nas seguintes categorias, não mutuamente exclusivas, e remissivas às deliberações da Assembleia Geral, às portarias do Conselho Executivo e ao Regimento Interno do Parque:
•Fundadores – são as entidades criadoras do Parque: Instituto Gênesis da PUC-Rio, Associação de Moradores da Gávea, Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Fundação Planetário do Rio de Janeiro, e um Agente Financeiro (à definir). Estas entidades se caracterizam por definir os objetivos do Parque e colaborar na captação de recursos para a realização de atividades que permitam a sua operacionalização. Os fundadores têm a missão de definir as diretrizes de atuação a serem seguidos pelo PUIG, mantendo o direito exclusivo de votar nas Assembleias Gerais e o direito de vetar decisões tomadas sem sua prévia aprovação.
•Associados – Associação de Moradores do Alto Gávea, Associação de Moradores das Comunidades do Entorno do Parque, Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Institutos de Ciência e Cultura do bairro da Gávea, Instituições de Saúde, Escolas da região, Representante da área de Serviços do bairro da Gávea, Representante das empresas do Parque, Representante das Startups do Parque e Representante do setor de Economia Criativa. Estas entidades se caracterizam por colaborar com a definição dos objetivos do Parque e colaborar na captação de recursos para a realização de atividades que permitam a sua operacionalização.
•Administradores – são pessoas contratadas pelo Parque para realizar tarefas típicas dessa função. Devem respeitar os objetivos definidos pelos Fundadores, além de realizarem um trabalho que resulte na satisfação dos ocupantes do Parque.
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A Governança do Parque, a partir dessas categorias, seria composta dos seguintes órgãos:
•Assembleia Geral – composta pelos fundadores e associados efetivos, é o órgão supremo da instituição. Compete a ela disciplinar tudo que for do interesse do PUIG, definir suas diretrizes estratégicas e orientação superior, além de deliberar sobre todos os temas de interesse da associação. Neste sentido, serão de sua responsabilidade as aprovações e alterações do Estatuto Social, do Regimento Interno do PUIG, bem como a eleição do Presidente do Parque e de sua Diretoria e dos membros do Conselho Fiscal.
•Conselho Fiscal – tem competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da Associação. Seu funcionamento é permanente e será composto por pelo menos dois membros escolhidos pela Assembleia. O mandato de cada membro será de dois anos, podendo haver a recondução.
•Diretoria Executiva (Administração) – é um órgão profissional passível de ser criado para o exercício da gestão administrativa e operacional do PUIG, sendo encabeçada pelo Presidente do Parque e pelos responsáveis por sua administração. O Diretor Executivo terá a responsabilidade, perante o Conselho Executivo e a Assembleia, de cumprir as orientações estabelecidas. Assim sendo, é escolhido pela Assembleia e tem, a princípio, um mandato de fixado pela Assembleia.
A Figura 3 apresenta uma visão geral do organograma do PUIG.
Figura 3 – Organograma do PUIG
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12.1) Personalidade Jurídica do PUIG
A Governança do Parque deverá ser formalizada através de uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Assim, na OSCIP, ficarão constituídas: a Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e a Diretoria Executiva para a Administração do Parque.
Também deverão ser estabelecidas suas atribuições gerais e sua forma de escolha. A duração dos mandatos dos ocupantes das cadeiras nestes órgãos e as condições para sua elegibilidade serão estabelecidas pela Assembleia Geral.
À Assembleia Geral caberá a aprovação das contas anuais da Administração do Parque e o plano e orçamento anual para o exercício. Estes instrumentos deverão ter sua análise feita previamente pelo Conselho Fiscal, sendo a função da Assembleia confirmar e consolidar esta aprovação, para efeitos legais. Também caberá à Assembleia Geral a designação do seu presidente. A Assembleia Geral é constituída por um representante de cada fundador.
13) O Conceito de Cidades inteligentes
É preciso gerar novas formas de trabalhar em conjunto nas
comunidades. Este é um tempo para soluções sistemáticas, orientadas
por novas tecnologias que sejam capazes de criar cidades inteligentes
com redução de recursos financeiros e sociais e, ao mesmo tempo,
com melhoria da qualidade de vida. (R.M.Kanter)
O conceito de Cidades Inteligentes nasce como resposta para o processo de
urbanização intensivo desordenado que as cidades têm sofrido nos últimos dois
séculos. A lógica de urbanização na maioria das cidades do mundo ainda está
fundada na segmentação de regiões conhecidas como centro e periferias
Dentro do conceito de Cidades Inteligentes essa lógica se altera de forma objetiva,
pois a ocupação dos espaços urbanos é organizada de forma a concentrar espaços
de moradia, de trabalho, de diversão em um mesmo ambiente, transformando a
cidade em um policentro, cuja preocupação na criação de um ambiente centrado na
melhor qualidade de vida das pessoas usuárias daquele território.
Dessa forma, as Cidades Inteligentes são comunidades que lançam mão do que há
de mais moderno em recursos tecnológicos e arquitetônicos como resposta aos
desafios impostos pelo adensamento populacional. A ideia é criar ambientes
sustentáveis, eficientes, com alto grau de conectividade e, consequentemente, com
excelentes níveis de qualidade de vida.
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Segundo Strapazzon (2009), cidade inteligente é a etapa mais avançada do
relacionamento entre convergência tecnológica, gestão de cidades, qualidade de
vida e competitividade econômica. De acordo com European Smart Cities, cidades
inteligentes não são apenas locais inovadores, que propiciam oportunidade de
trabalho e renda, são ambientes que permitem qualidade de vida com intensivo uso
de novas tecnologias.
O movimento das cidades inteligentes aponta para a tentativa de transpor o
modelo tradicional de cidades, buscando adequá-lo a era do conhecimento, onde a
informação e o seu compartilhamento devem ser aplicados para a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. A cidade deve ser considerada uma infraestrutura a
ser constantemente gerida, renovada e adaptada com base no fluxo de
informações e feedbacks, gerando grandes oportunidades de negócio para as
empresas desse território e que estejam focadas em serviços para a sociedade.
Para tanto, na Europa, foi criado um modelo de cidades inteligentes que apresenta
6 (seis) eixos de desenvolvimento, integrando subsistemas da cidade pensada como
um sistema orgânico. Esse sistema foi base para a elaboração dos objetivos (item
6.2) do PUIG. São eles:
Economia inteligente – caracterizada pelo estímulo à competitividade, ao
espírito inovador e ao empreendedorismo, melhorando a produtividade, o
comércio nacional e o internacional, além de um mercado de trabalho mais
flexível.
Governança inteligente – o governo é mais transparente e receptivo ao
envolvimento da população na tomada de decisões, ouvindo opiniões sobre
a performance dos serviços da cidade e desenvolvendo estratégias de longo
prazo.
Mobilidade inteligente – o transporte mais eficiente é essencial em uma
cidade inteligente. Ele deve ser mais acessível, seguro e sustentável,
dispondo de uma infraestrutura básica de TICs focada nos transportes
coletivos acima dos individuais, para minimizar engarrafamentos e o stress
gerado por eles.
Meio Ambiente inteligente – os recursos devem ser geridos de forma
sustentável e as condições naturais devem ser um atrativo. Portanto estão
inclusas ações voltadas para o desenvolvimento sustentável (tratamento da
poluição, energias alternativa, entre outros), assim como o uso de
criatividade e tecnologia nas soluções urbanísticas.
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Vida inteligente – é o foco na qualidade de vida que prioriza a segurança, a
educação e o acesso à cultura, gerando turismo e coesão social ao mesmo
tempo em que atrai e integra novos moradores.
Pessoas inteligentes – os eixos mencionados anteriormente dependem
acima de tudo da existência de pessoas engajadas nos processos de
inovação da vida pública em geral, visto que são consumidoras e co-
produtoras de conteúdo e serviços.
Acrescentar inteligência em cada subsistema de uma cidade – transporte, energia,
educação, saúde, edificações, infraestrutura física, comida, água, segurança pública
– é importante, mas não é suficiente para gerar cidades inteligentes. A cidade
inteligente deve ser pensada de forma integrada as pessoas. Isso exige que se
concebam as comunidades como sistemas complexos humanos, econômicos,
emocionais e culturais. Esse é o elemento de base que produzirá a fusão orgânica de
governo, sociedade, transportes, comércio, moradia, alimentos, energia, segurança,
educação, meio ambiente e saúde.
De forma resumida, uma cidade inteligente é aquela que gera melhor qualidade de
vida e melhor aproveitamento dos orçamentos públicos através da melhoria dos
processos da própria cidade e dos que vivem nela, investindo em capital humano e
social. Ao buscar um crescimento global, sustentável e produtivo, estimula a
competitividade saudável e instala um ecossistema de inovação e cooperações,
fomentando a economia criativa, resgatando a identidade sociocultural do território
e a integração social com a consciência de grupo e a construção de uma
comunidade.
Dentro desse contexto, os Parques planejados em consonância com o conceito de
cidades inteligentes podem ser ferramentas para a consolidação de um território
inteligente, à medida que estejam integrados a cidades. Com essa modelagem
conseguem identificar e atende as demandas da população, do setor privado e do
setor público, conseguindo gerar spin offs e potencializar empresas, estimulando-as
a desenvolver novos produtos e serviços inovadores que agreguem valor ao
território e aos seus cidadãos.
Para além disso, nessa modelagem é possível engajar os cidadãos no processo
produtivo de novas soluções para a sociedade, permitindo interação entre os
usuários e os protótipos produzidos, observando os padrões de comportamento
gerados, agilizando o processo produtivo das empresas, tornando-os mais eficaz.
Nesse sentido, as cidades inteligentes oferecem uma plataforma ideal para
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indústrias de TIC, integrando o processo urbano na experimentação de novos
conceitos, produtos e serviços para a cidade.
14) Bibliografia
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