panorama de nanotecnologia.pdf
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Série Cadernos da Indústria ABDI
Volume XIX
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)Brasília – 2010
Série Cadernos da Indústria ABDI
Volume XIX
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)Brasília – 2010
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Panorama nanotecnologia / Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. – Brasília: ABDI, 2010.
180 p. (Série Cadernos da Indústria ABDI XIX)
ISBN 978-85-61323-22-6
1. Nanotecnologia. 2. Nanociências. I. Título. II. Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
CDU 620.3
SupervisãoMaria Luisa Campos Machado Leal – Diretora da ABDI
Equipe técnica da ABDIRosane Argou Marques – Coordenadora de InovaçãoMarcia Oleskovicz – Coordenadora de ComunicaçãoMaria Olívia de Souza Brandão – TécnicaKaren Cristina Leal da Silva Ilogti – TécnicaCarolina Eufêmia Aquino de Sá – Assistente
Equipe técnica do CGEECarlos Augusto de Moraes – Coordenador geralMaria Fátima Ludovico de Almeida – Coordenação MetodológicaErnesto Costa de Paula – Apoio técnicoAna Paula de Sena – Apoio técnico
Bernardo Godoy de Castro – Apoio técnicoSabrina Ottani – Apoio técnicoAna Maria Rocco – NanoenergiaAnderson Stevens Leônidas Gomes – NanofotônicaClaudio Radtke – NanoeletrônicaFernando Lázaro Freire Júnior – NanomateriaisLuiz Henrique Caparelli Mattoso – NanoambienteSilvia Stanisçuaski Guterres – NanobiotecnologiaValtencir Zucolotto – Nanobiotecnologia
FotosArquivo ABDI
Projeto Gráfico, Diagramação e Revisão de textoChá com Nozes Propaganda
© 2010 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDISérie Cadernos da Indústria ABDI – Volume XIXQualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento IndustrialCGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
ABDIAgência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Setor Bancário NorteQuadra 1 – Bloco B – Ed. CNC70041-902 – Brasília – DFTel.: (61) 3962-8700www.abdi.com.br
CGEECentro de Gestão e Estudos Estratégicos Setor Bancário NorteQuadra 2 – Bloco A – Ed. Corporate Financial Center Sala 110270712-900 – Brasília – DFwww.cgee.org.br
Ficha Catalográfica
República Fede rativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Miguel JorgeMinistro
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Reginaldo Braga ArcuriPresidente
Clayton CampanholaDiretor
Maria Luisa Campos Machado LealDiretora
Rosane Argou MarquesCoordenadora de Inovação
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açãoA nanotecnologia tem um significado especial para a inovação industrial.
Entre tantas inovações convergentes, a nanociência e a nanotecnologia
entram nessa longa aventura como uma alternativa para o estudo dos
fenômenos e manipulação de materiais na escala atômica, molecular e
macromolecular, quando as propriedades diferem significativamente da-
quelas observadas na escala macro e a realização do desenho, caracte-
rização, produção de estruturas, peças e sistemas pelo controle do seu
tamanho e forma na escala nanométrica, ou 10-9.
Presente em vários produtos do nosso cotidiano, como nos protetores
solares, em calçados esportivos, telefones celulares, tecidos, cosméticos,
automóveis e medicamentos, entre outros, também é muito ativa em vá-
rios setores, tais como: energia, agropecuária, tratamento e remediação
da água, cerâmica e revestimentos, materiais compostos, plásticos e polí-
meros, cosméticos, aeroespacial, naval e automotivo, siderurgia, odonto-
lógico, têxtil, cimento e concreto, microeletrônica, diagnóstico e preven-
ção de doenças e sistemas para direcionamento de medicamentos.
Diante da importância desta área tecnológica para o desenvolvimento
industrial, com o objetivo de promover a articulação entre o desenvolvi-
mento da nanotecnologia e as necessidades da indústria, A ABDI iniciou
uma série de ações a partir de 2006. A Agência promoveu seminários,
oficinas, reuniões, estudos e apóia a construção, execução e monitora-
mento do Programa de Nanotecnologia da Política de desenvolvimento
Produtivo. Estas ações fazem parte da missão institucional da ABDI, no
âmbito da Estratégia Nacional de Nanotecnologia.
Este Panorama resulta de contrato realizado pela ABDI com o CGEE que
contempla, também, o Estudo Prospectivo da Nanotecnologia. Vários
especialistas participaram de oficinas de trabalho realizadas para a cons-
trução do documento, representando a iniciativa privada, organismos
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Panorama Nanotecnologia
públicos, universidades e instituições de pesquisa de diferentes regiões do Brasil, que agradecemos imensamente a contribuição.
Além deste documento, a ABDI disponibiliza a Cartilha sobre Nanotec-nologia e o boletim Nano em Foco com informações atualizadas sobre os lançamentos de produtos e processos, além de notícias sobre normas técnicas e legislação para nanotecnologia. A Cartilha e os boletins estão disponíveis no site da ABDI.
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oA Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, com o objetivo de subsidiar a Ini-ciativa Nacional de Inovação em Nanotecnologia – INI-Nanotecnologia, divulgam conjuntamente esta versão do Resumo Executivo do “Panora-ma da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil”.
A percepção de que a nanotecnologia e a nanociência (N&N) represen-tam um novo patamar de conhecimento, com imensos e ainda não devi-damente mensurados impactos científicos e econômicos, levou os países líderes, como os EUA, o Japão e os da Comunidade Europeia, a desenhar iniciativas nacionais ou regionais de incentivo e de financiamento privi-legiado para a área, visando a novos patamares de competitividade de suas empresas. Com financiamentos mais modestos, vários países em desenvolvimento também descobriram o grande potencial da N&N e, em função disso, constituíram suas iniciativas nacionais que poderão rever-ter em significativas melhorias da qualidade de vida de suas populações. Como exemplos de bons focos podem ser citados agricultura, energia, preservação ambiental, saúde pública, entre tantos outros.
Nos últimos anos, o Brasil tem avançado consistentemente no desen-volvimento de ações de muita importância em Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I), com resultados concretos na produção científica, tecnológica e formação de recursos humanos em áreas consideradas estratégicas, particularmente em determinados campos de nanotec-nologia e nanociência (N&N). Nesse contexto, o “Panorama da Nano-tecnologia no Mundo e no Brasil” consolida as informações oriundas de trabalhos de prospecção previamente realizados pelo CGEE e por instituições internacionais sobre nanotecnologia. O documento está organizado em quatro seções, a saber: (i) produção científica; (ii) pro-priedade intelectual; (iii) mercado; e (iv) quadro da situação atual das dimensões da INI-Nanotecnologia no Brasil. Os conteúdos das duas primeiras seções são baseados em um estudo bibliométrico recente, de
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Panorama Nanotecnologia
cobertura internacional, realizado pela Science-Metrix,1 contemplando os campos da nanociência e da nanotecnologia.
Nesta seção, descrevem-se os resultados do estudo bibliométrico publi-cado pela Science-Metrix em 2008, referente aos trabalhos científi cos indexados na base de dados internacional Scopus no campo da nano-ciência, no período 1996-2006. Ressalta-se, porém, que qualquer re-sultado de uma análise bibliométrica tem um caráter apenas indicativo, recomendando-se seu cruzamento posterior com outras informações e análises referentes aos temas pesquisados.
O número de trabalhos científi cos em nanociência cresceu a uma taxa anual de 16% (CAGR), durante o período 1996-2005, o que signifi ca dobrar a cada 4,7 anos, mais que quatro vezes a taxa de crescimento da produção científi ca em todos os campos, medida pelo número to-tal de publicações indexadas na base Scopus no mesmo período. Em termos relativos, os dados revelam que a presença de publicações em nanociência tem quase triplicado durante a última década (crescimento de 1,5% a 4,2%), confi rmando-se que a nanociência, como campo de conhecimento, está desenvolvendo-se muito mais rápido que o conheci-mento científi co nos demais campos. A Tabela RE-1 mostra o número de trabalhos científi cos em cada tema da nanotecnologia e as respectivas taxas de crescimento anual.
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oTabela RE-1. Crescimento da produção científica em nanotecnologia:1996-2006
TemaProdução científica
(nº de artigos)
Crescimento anual (%)
Tempo em que dobra a produção
científica (anos)
NEMS 6.609 35,5 2,3
Energia 11.963 31,1 2,6
Meio ambiente 3.729 25,9 3,05
Materiais 223.836 21,8 3,5
Medicina e Biologia 58.963 20,7 3,7
Metrologia 2.660 15,5 4,8
Ótica e fotônica 104.992 14,5 5,1
Eletrônica e Informática 99.879 12,8 5,8
Nanotecnologia 378.996 16 4,7
Mundo 14.086.635 3,9 18,1
Fonte: Science-Metrix (2008), p. 20. Base de dados Scopus.
O crescimento da produção científica em nanotecnologia tem sido mais rápido em NEMS, nanoenergia e nanoambiente. Esses temas, embora com menor produção científica em relação a nanomateriais, por exem-plo, têm crescido muito rapidamente, dobrando o número de trabalhos científicos a cada três anos ou até menos. Nanomateriais e nanobio-tecnologia experimentaram também altas taxas de crescimento anual, superiores ao crescimento da nanotecnologia como um todo, no mesmo período da análise.
Essa tabela também fornece uma visão da importância de cada tema em relação à nanotecnologia, com destaque para nanomateriais, com 223.836 trabalhos publicados, seguidos por nanofotônica e nanoeletrô-nica, com 104.992 e 99.879 trabalhos científicos, respectivamente, em um total de 378.996 em nanotecnologia.
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Panorama Nanotecnologia
Considerando-se um total de cerca de 379.000 trabalhos científi cos em nanociência publicados desde 1996, os EUA vêm liderando, com 102.000 trabalhos, respondendo por 27% da produção mundial. Entre os líderes, encontram-se o Japão e a Alemanha, com 13% e 10% da produção científi ca mundial, respectivamente. Em destaque, encontra-se a Suíça que, embora não tenha uma produção científi ca em na-nociência tão expressiva quanto a dos países citados, aparece com o maior grau de impacto científi co (ARC de 1,41), compartilhado com a Dinamarca e os EUA.
Os seis países que seguem no ranking ou possuem uma produção cientí-fi ca signifi cativa em volume de trabalhos publicados em nanociência ou têm um alto grau de especialização. A China tem uma forte posição no ranking, com 49.500 trabalhos. De fato, a China publica mais trabalhos científi cos que o Japão e é o segundo colocado logo após os EUA, com 49.503 trabalhos. Há uma tendência clara de crescimento da produção científi ca da Coreia, China, Taiwan e Índia, com taxas de crescimento anual (CAGR) de 32%, 26%, 25%, respectivamente. O Brasil está entre os líderes da produção científi ca mundial em nanociência, ocupando a 25ª posição no ranking geral e a 20ª posição em termos do número de trabalhos científi cos, com 4.358 trabalhos publicados e indexados na referida base, no período 1996-2006.
Dentre as universidades líderes no ranking mundial da produção cientí-fi ca em nanociência, a University of Tokyo (Japão) é a líder, com 4.728 publicações, representando 1,2% do total de publicações em nanociên-cia no mundo e 9,7% da produção científi ca em nanociência no Japão. Seguem outras universidades japonesas: Osaka e Tohoku, com 3.986 e 3.922 trabalhos científi cos, respondendo por 8,2% e 8,1% da produção científi ca em nanociência do Japão, respectivamente. Destaca-se, ainda, a Tsinghua University, com 3.032 trabalhos científi cos, o que representa 6,1% da produção científi ca da China em nanociência.
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oAs empresas com o maior número de trabalhos publicados no período foram a IBM, a NTT e Alcatel-Lucent, com 1.770, 1.377 e 1.198 trabalhos científicos, respectivamente. As empresas Sumitomo, Hitachi e Samsung também se destacaram, com 1.127, 1.010 e 906 trabalhos publicados.
Propriedade intelectual: 1981-2006
Nesta seção, destacam-se os principais resultados do estudo conduzido pela Science-Metrix em 2008,2 referentes ao levantamento de patentes em nanotecnologia, concedidas pelo United States Patent and Trademark Office (USPTO), no período de 1981 a 2006.
A Tabela RE-2 mostra a taxa média de crescimento anual dos principais domínios da nanotecnologia, bem como o número de patentes concedi-das pelo USPTO em cada domínio, no período 1981-2006. Os domínios que mais crescem são nanomateriais, nanoeletrônica e NEMS. Nesses do-mínios, o número de patentes concedidas dobrou em menos de cinco anos. Nanofotônica também tem crescido mais rápido que o campo da nanotecnologia, enquanto outros domínios têm se desenvolvido na mes-ma taxa de crescimento do campo da nanotecnologia como um todo.
Tabela RE-2. Taxa média de crescimento anual do número de patentes americanas nos principais temas de nanotecnologia: 1981-2006
Tema Patentes concedidas
Crescimento anual (%)
Tempo em que dobra o nº de patentes concedidas
Materiais 7.132 17 4,4
Eletrônica e Informática 5.502 16,5 4,5
NEMS 742 16,4 4,6
Meio ambiente 143 14,1 5,3
Metrologia 2.372 13,9 5.3
Ótica e Fotônica 5.800 13,9 5,3
Energia 833 12,9 5.7
Medicina e Biologia 6.950 12,3 6.0
Nanotecnologia 19.305 12,9 5,7
USPTO 2.894.359 4,3 16,3
Fonte: Science-Metrix (2008), p.137. Base de dados USPTO.
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Panorama Nanotecnologia
Os EUA lideram o ranking pelo número de patentes em nanotecnologia
(10.005 patentes ativas no período 1981-2006). Nas posições seguintes,
encontram-se Taiwan, China e Reino Unido pelo seu grau de especializa-
ção e impacto. Países como Índia, Cingapura, China, Bélgica, Israel e Ca-
nadá têm maiores percentuais de patentes em nanotecnologia em seus
portfolios de patentes do que os EUA, que lideram o ranking. O Brasil,
que se encontra na 25ª posição entre os líderes da produção científi ca
em nanociência, não aparece em posição de destaque no panorama da
propriedade intelectual em nanotecnologia.
Dentre as empresas líderes no ranking da propriedade intelectual em na-
notecnologia, considerando-se o mesmo horizonte temporal e os mes-
mos indicadores adotados na elaboração do ranking dos países, desta-
cam-se: em primeiro lugar a 3M, seguida da IBM, Exxon Mobil, Xerox e
Applied Materials.
As empresas da área de tecnologias de informação e comunicação estão
entre as vinte primeiras do ranking: IBM, Hewlett-Packard, Micron Tech-
nology, AMD, Texas Instruments, Intel e Motorola. Eastman Kodak e 3M
são mais vinculadas ao campo de nanomateriais, enquanto a Hitachi,
Matsushita, Canon, Alcatel-Lucent, Seiko Epson, Sumitomo, Samsung,
Mitsubishi e Toshiba estão mais atuantes no segmento de semiconduto-
res e nanoeletrônica. Já empresas como a Procter & Gamble e a L’Oreal
estão mais voltadas para nanobiotecnologia e suas aplicações nos mer-
cados de cosméticos e de higiene.
Das quinze instituições acadêmicas que lideram o ranking mundial, todas
são universidades americanas. Dentre essas, a University of California clara-
mente lidera em termos do número de patentes ativas em nano tecnologia
(316 patentes), embora ela não seja especializada nesse campo como ou-
tras que são consideradas especializadas, como Rice University, que ocupa
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oa primeira posição no ranking, e a Pennsilvania State University e a Unive-risity of Connecticut, na 4ª e na 12ª posições, respectivamente.
Mercado
Nesta seção, apresenta-se uma visão geral sobre o mercado da nano-tecnologia no mundo e no Brasil, com base em dados e informações de fontes internacionais reconhecidas nessa área3,4,5,6 e em trabalhos e teses recentes sobre o panorama nacional de nanotecnologia no Brasil.7
Antes de iniciar a apresentação propriamente dita do atual mercado da nanotecnologia no mundo e no Brasil, faz-se necessário conceituar a cadeia de valor desse campo, em seus diversos estágios, conforme a visão de negócios e de mercado preconizada pela Lux Research.8 Isso porque, segundo a Lux Research, não existe um mercado de nanotecno-logia, e sim uma cadeia de valor, que vai desde os nanomateriais (por exemplo, nanopartículas de argila), passando por nanointermediários (nesse exemplo, materiais compósitos produzidos a partir de nanopar-tículas de argila), até as chamadas nanoaplicações (na sequência, bens de consumo incorporando nanocompósitos). Além da conceituação da cadeia de valor e sua importância para a identificação de oportunida-des de mercado em nanotecnologia, a Lux Research ressalta a questão da inovação tecnológica em nanotecnologia, argumentando que nem toda nano tecnologia é uma nova tecnologia. Enquanto nanotecnologias emergentes estão sendo desenvolvidas no momento, outras tecnologias, ditas conhecidas ou estabelecidas, já estão no mercado há anos, como é o caso das zeólitas sintéticas. O terceiro aspecto que deve ser levado em consideração na identificação de aplicações promissoras para o Brasil é que muitos produtos incorporando nanotecnologias serão rentáveis apenas marginalmente. A maioria dos nanomateriais irá rapidamente se tornar commodities com margens de lucro reduzidas, quando com-parados com especialidades químicas, por exemplo. A lucratividade de
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Panorama Nanotecnologia
nanointermediários e nanoaplicações pode variar muito, em função das margens das categorias de produtos a jusante na cadeia.
Nos últimos anos, as empresas que internalizaram esses conceitos têm investido anualmente mais de US$ 3,8 bilhões em P&D, e muitas já estão com seus novos produtos no mercado. A expectativa é de que a difusão de novos produtos baseados em nanotecnologia impacte fortemente a produção de bens manufaturados nos próximos seis anos. A título de ilustração, em 2004, os produtos que incorporaram novas nanotecno-logias totalizaram um mercado de US$ 13 bilhões, menos que 0,1% da produção global de bens manufaturados naquele ano. Em 2014, a pro-jeção é que esse patamar se eleve a US$ 2,6 trilhões, representando 15% da produção global de bens manufaturados nesse horizonte.
Mercado de nanotecnologia no mundo: visão geral
O mercado total de produtos que incorporam nanotecnologias (incluin-do semicondutores e eletrônicos) atingiu US$ 135 bilhões em 2007, de-vendo alcançar US$ 693 bilhões até o fi nal de 2012 e cerca de US$ 2,95 trilhões em 2015. Excluindo-se os semicondutores e eletrônicos, o mer-cado global de produtos que incorporam nanotecnologias chegou a US$ 83 bilhões em 2007, devendo alcançar US$ 263 bilhões em 2012 e US$ 1,5 trilhões em 2015.9
A distribuição do mercado mundial de nanotecnologia por setor de ativi-dade, em 2007, conforme estudo da Cientifi ca Ltd. publicado em 200810 mostra que o setor químico é o que ocupa hoje a maior parcela desse mercado (53%), seguido pelos semicondutores (34%). Setores como far-macêutico, automotivo e defesa representam pequenas parcelas do mer-cado global de nanotecnologia (de 1 a 7%). Estima-se que o mercado de US$ 1 trilhão, como preconizado pelo estudo da The Royal Society,11 será atingido em 2013, caso os segmentos de semicondutores e eletrônicos
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osejam inclusos. No caso de exclusão desses segmentos, o mercado de US$ 1 trilhão somente será atingido por volta de 2015.
Grande parcela do crescimento do mercado de nanotecnologia não pro-vém da produção de nanomateriais básicos, mas sim da capacidade de alguns segmentos, como farmacêutico e semicondutores, de transfor-mar os nanomateriais básicos em produtos de alto valor agregado. Vale ressaltar também que os valores estimados de mercado não se referem apenas às nanotecnologias incorporadas aos produtos finais, mas sim aos valores dos produtos como um todo. Para exemplicar: um décimo de grama de um determinado nanomaterial que custa US$ 0,01 pode ser incluso em um medicamento que custa US$ 100 a dose.
A distribuição do mercado mundial de nanotecnologia por setor de ativi-dade, projetada para 2012, conforme estudo da Cientifica Ltd. publicado em 2008,12 indica que o mercado será dominado por semicondutores, mas surgirão novas aplicações baseadas em nanotecnologias para os segmentos farmacêutico e de saúde, alimentos e outros bens de consu-mo, devido à estabilidade da cadeia de suprimento dos nanomateriais.
Informações de mercado referentes aos temas de nanotecnologia – obje-to do “Estudo Prospectivo da INI-Nanotecnologia” – integram o docu-mento “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil”, e serviram de suporte às análises prospectivas, mais especificamente à sustentação das opiniões sobre posições dos tópicos associados aos temas, nos res-pectivos mapas tecnológicos e estratégicos.
Mercado de nanotecnologia no Brasil
A oferta de produtos, processos e serviços ligados à nanotecnologia no Brasil não vem acompanhando os indicadores da produção científica, que foram reportados na seção anterior e que, segundo os quais, o país
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Panorama Nanotecnologia
se encontra hoje na 25ª posição do ranking mundial, de acordo com os critérios adotados no estudo da Science-Metrix.13 Considerando-se todos os componentes da cadeia de valor, observa-se um reduzido nú-mero de empresas que incorporam nanotecnologias em seus produtos ou processos ou que fabricam nanomateriais, nanointermediários ou nanoferramentas. Esse fato tem forte relação com a posição pouco expressiva do Brasil em relação ao seu portfolio de patentes em nano-tecnologia, principalmente quando comparado a países como China, Taiwan, Coreia e Índia.
As pesquisas que estão sendo desenvolvidas no país indicam que as oportunidades de negócio em nanotecnologia tendem a surgir primei-ramente nos mercados de cosméticos, produtos provenientes da in-dústria química (catalisadores, tintas, revestimentos) e petroquímica, plásticos, borrachas e ligas metálicas, conforme as conclusões de estu-do do MCT.14
O Brasil não possui ainda uma base de dados sistematizada sobre o mer-cado dos produtos, processos e serviços baseados em nanotecnologia.15 É oportuno conceber tal sistemática considerando a cadeia de valor da nanotecnologia e seus componentes, alternativamente aos métodos convencionais de estudos de mercado. Pela cadeia de valor, é possível identifi car quais empresas estão investindo em P&D para aplicações na-notecnológicas nas suas áreas de atuação no Brasil e qual a previsão das futuras margens operacionais.
Para fi nalizar esta seção, apresenta-se uma relação dos produtos de na-notecnologia desenvolvidos no Brasil, conforme divulgado pelo MCT em 2007, e respectivas empresas.
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oQuadro RE-1. Produtos de nanotecnologia desenvolvidos no Brasil
Produto Empresa
Língua EletrônicaEmpresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa)
Grafite Faber Castell
n-Domp Ponto Quântico
Biphor Bunge
Prótese Arterial Nano Endoluminal
True Life Silpure Diklatex
Secador de cabelos Nanox/TAIFF
Sistema de liberação controlada de drogas Nanocore
Taubarez T 940 Indústrias Químicas de Taubaté
Revestimentos Nanox Tecnologia S.A.
Vitactive nanoserum antissinais O Boticário
CVdntus CVD
Nanocompósitos de polipropileno e polietileno
Braskem
Fonte: MCT (2007).
Complementarmente, na seção deste documento dedicada a investi-mentos, apresentam-se as empresas e os respectivos projetos apoiados por seis editais no Brasil, no período 2004-2007. Essas informações vêm complementar a relação de empresas e produtos do Quadro RE-1 e são de grande valia na perspectiva de mercados potenciais, pois apontam para os futuros produtos e processos baseados em nanotecnologia de empresas brasileiras e permitem estimar a entrada desses produtos e processos em seus respectivos mercados.
Dimensões da INI-Nanotecnologia: foco Brasil
Descreve-se nesta seção o quadro atual no Brasil em relação às di-mensões da INI-Nanotecnologia, compreendendo dados e informa-
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Panorama Nanotecnologia
ções sobre recursos humanos, infraestrutura, investimentos e aspec-tos mercadológicos, marco regulatório, aspectos éticos e de aceitação pela sociedade.
Recursos humanos
Apresenta-se, inicialmente, a situação atual dos grupos de pesquisa de nanociência e nanotecnologia no Brasil, baseada em pesquisa realizada pelo CGEE em dezembro de 2008, compreendendo consulta a duas ba-ses de dados: a ISI Web of Science16 e o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.17 A consulta à base ISI Web of Knowledge teve como objetivo identifi car: (i) o número de pesquisadores brasileiros que publicaram tra-balhos em nanociência e nanotecnologia, registrados nessa base no pe-ríodo de 2005 a 2008; (ii) as principais instituições brasileiras às quais es-ses autores estão vinculados, tratando-se adequadamente os acrônimos; (iii) as principais áreas de especialização, segundo as quais os trabalhos foram indexados nessa base.
No período 2005-2008, foram identifi cados 833 artigos publicados por 2.242 pesquisadores brasileiros e 541 instituições às quais os pesqui-sadores estão vinculados. Destacam-se os dois últimos anos, com 256 artigos em 2008 e 248 em 2007, em um total de 833 artigos indexados na base consultada.
Dentre as competências brasileiras identifi cadas na base Web of Science, em função dos termos-chave utilizados na busca, destacam-se aquelas voltadas para o estudo de nanopartículas e nanotubos, expressas pelo número de artigos publicados por autores brasileiros e indexados na base pesquisada (218 e 213 artigos). Em uma segunda faixa, que va-ria de 123 a 103 artigos indexados, situam-se os termos nanocristais, nanoestruturas e quantum dots. A terceira faixa compreende os termos nanocompósitos, nanofi os, fulereno, fi os quânticos e nanofi bras.
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oNa sequência, apresentam-se as principais instituições brasileiras às quais es-ses autores estão vinculados, considerando-se um número de artigos maior ou igual a dez ocorrências por instituição e tratando-se adequadamente os acrônimos. A análise revelou que 68% dos 833 artigos de autores brasilei-ros indexados na base Web of Science vinculam-se a instituições localizadas no estado de São Paulo: USP (204 artigos); Unicamp (138 artigos); Ufscar (87 artigos); Unesp (67 artigos); LNLS (44 artigos); UFABC (14 artigos) e Inpe (13 artigos). Merecem, ainda, destaque: UFMG, UFRGS, UFRJ, UFCE e UFPE, com 85, 63, 54, 46 e 40 artigos indexados, respectivamente.
Complementarmente, buscou-se identificar por meio de pesquisa no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil:18 (i) o número de grupos de pesquisa e de pesquisadores atuantes em N&N e respectivas áreas principais de conhecimento (AP), segundo classificação da Plataforma Lattes; (ii) instituições brasileiras às quais esses grupos estão vinculados; (iii) distribuição geográfica dos grupos de pesquisa. Da mesma forma que no procedimento anterior, procurou-se construir as estratégias de busca, adotando os termos-chave do estudo anterior de mapeamento da competência nacional em N&N, acrescentando-se, porém, alguns novos termos, devido à atualização da própria base de dados e à aderência aos temas abordados no presente estudo prospectivo.19
Como resultados gerais, foram identificados 3.502 pesquisadores, 469 grupos de pesquisa distintos em N&N, atuantes em 24 Unidades da Fe-deração e em 104 instituições acadêmicas e de pesquisa.20 É importante levar em consideração que o mesmo pesquisador pode atuar em mais de um grupo de pesquisa, o que explica em parte a diferença entre os resultados obtidos junto à base internacional e às brasileiras. Os resul-tados diferentes sugerem também que o Brasil já possui uma atividade significativa em N&N, mas somente nos últimos três anos ela vem se consubstanciando em termos de publicações em periódicos indexados na ISI Web of Science.
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Panorama Nanotecnologia
A pesquisa no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, do CNPq, per-mitiu identifi car 469 grupos certifi cados que declararam ser atuantes nas áreas de nanociência e nanotecnologia. Nesses grupos, foram iden-tifi cados 3.502 pesquisadores, cuja distribuição por termo de busca indi-cou que um número bastante signifi cativo de pesquisadores investigam nanopartículas (1.040 pesquisadores), nanoestruturas (832), materiais nanoestruturados (719), nanocompósitos (581), nanomateriais (448), nanotubos (445), nanofi bras (121) nanofi os (97) e nanoesferas (63). Os demais termos de busca, como nanobiotecnologia, nanofotônica, nano-eletrônica, spintrônica e optoletrônica encontram-se em uma segunda faixa de concentração, que varia de 245 a 70 pesquisadores.
Do conjunto de 104 instituições identifi cadas, a Universidade de São Paulo (USP) é a instituição com o maior número de grupos de pesquisa cadastrados na Plataforma Lattes e relacionados com os termos-chave de busca empregados pelo CGEE. Seu valor é quase o dobro da segun-da colocada, a Universidade Federal de Minas Gerais. Na faixa de até 20 grupos, além das duas primeiras posições, situam-se a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Unicamp, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Unesp e a Universidade Federal de Pernambuco. A análise da distribuição geográfi ca da competência nacional em N&N ressalta a posição de liderança do estado de São Paulo, que concentra 144 grupos, seguido dos estados do Rio de Janeiro (61 grupos), de Minas Gerais (54 grupos) e do Rio Grande do Sul (46 grupos).
Infraestrutura
Do ponto de vista de infraestrutura física, não há ainda um inven-tário dos equipamentos de médio e grande porte adquiridos nesse período, para uso em sistemas de nanocaracterização. No aspecto de estruturas políticas que apoiam a inovação em nanotecnologia, podemos identifi car e elencar um conjunto de órgãos de fomento e
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oprogramas, que começam a promover editais com regularidade, tan-to para a pesquisa acadêmica, como para a inovação tecnológica e o desenvolvimento de produtos.
Para consolidar um sistema de apoio industrial em nanotecnologia, será necessário ao país dispor de um inventário dos principais equipamentos disponíveis, bem como de um portal apontando todas as formas de apoio de fomento, proteção à propriedade intelectual, regulação de negócios, promoção de colaboração entre stakeholders, entre outras ações.
O Brasil já possui um significativo parque instrumental, caracterizado por equipamentos de médio e grande porte, constituído pela ação direta do MCT (CBPF, LNLS) e por meio de vários programas federais e estaduais, como o PADCT, Pronex, Projetos Temáticos, Projetos de Equipamentos Multiusuários, Programas de Infraestrutura (inclusive o CTInfra) e os Ins-titutos do Milênio. Como será discutido no item “Investimentos” desta seção, os recursos usados na aquisição destes foram resultado de finan-ciamento de agências federais e, muitas vezes, de Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa, especialmente as dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
De uma forma geral, os principais equipamentos usados na caracteriza-ção de nanomateriais são os microscópios eletrônicos de transmissão, microscópios eletrônicos de varredura, microscópios de força atômica, sistemas para nanolitografia etc. Há pelo menos 10 instituições públi-cas equipadas com esses equipamentos, sendo utilizadas principalmente para pesquisa básica. As nanotecnologias constituem um conjunto di-versificado de tecnologias que necessita de instrumentação avançada, desde o nível dos laboratórios de grupos até as grandes facilidades na-cionais. Torna-se evidente a necessidade de equipamentos no estado-da-arte, para que as atividades de P&D e de nanometrologia realizados no Brasil logrem êxito e possam prover uma base sustentável para o
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Panorama Nanotecnologia
desenvolvimento industrial. A manutenção desses equipamentos e sua atualização visando a incrementar sua utilização em condições mais ade-quadas e competitivas devem ser objeto de linhas de ação da Agenda INI-Nanotecnologia. A aplicação de recursos nessa perspectiva poderá gerar, já no curto prazo, impactos positivos e signifi cativos sobre as co-munidades-alvo, acadêmica e industrial.
Analogamente, torna-se imprescindível a alocação de recursos para que equipamentos de grande porte possam ser disponibilizados para a co-munidade, inclusive por meio de operação semi ou totalmente remota, utilizando os recursos da internet rápida. Hoje, já podem ser contabiliza-das experiências no país que demonstram ser essa possibilidade factível, sendo a maior barreira de natureza cultural. A continuidade de esfor-ços nessa direção também deverá ser objeto de proposição de ações da Agenda INI-Nanotecnologia.
Finalmente, cabe destacar que, para o funcionamento consistente da infraestrutura adequada ao desenvolvimento e comercialização de pro-dutos e processos baseados em nanotecnologias, é fundamental a for-mação e o treinamento de técnicos de nível superior para operação dos equipamentos complexos, manutenção preditiva e preventiva e, eventual-mente, gerenciamento das atividades de instrumentação e controle da produção. Há falta de técnicos de nível superior e médio qualifi cados, capazes de fazer funcionar equipamentos e instrumentos de grande por-te e complexidade, já adquiridos ou de aquisição futura. É essencial que o país possa contar com a atuação de profi ssionais capacitados para: (i) desenvolver instrumentos e métodos de ensaio para uso em nanoescala, capazes de detectar e identifi car nanopartículas e de caracterizar nano-materiais e nanodispositivos; (ii) desenvolver protocolos para testes de bio e ecotoxicidade; (iii) desenvolver protocolos para avaliação do ciclo de vida de materiais em nanoescala, dispositivos e produtos; (iv) desen-volver ferramentas de avaliação de risco relevantes para o campo da na-
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onotecnologia; e (v) desenvolver protocolos para controle e destruição de
nanopartículas e entidades em nanoescala.
Investimentos e aspectos de mercado
Desde o ano de 2000, o governo brasileiro vem empreendendo esforços
para a definição de um programa para o desenvolvimento e a dissemi-
nação das nanociências e da nanotecnologia. O governo brasileiro entre
2000 e 2007, investiu por meio de suas universidades e centros de pesquisa
R$ 160 milhões na pesquisa da nanotecnologia. Somando os investimentos
do setor privado, estima-se um total de R$ 320 milhões no período.21
Os recursos, ainda que modestos comparados com investimentos feitos
em outros países e mesmo no Brasil nos últimos anos, permitiram que as
redes se consolidassem.
Integram o documento “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no
Brasil” um conjunto de informações detalhadas sobre os investimentos
do governo brasileiro entre 2000 e 2007. Apresentam-se, neste resumo,
a título de ilustração, as empresas que receberam apoio por editais no
período 2004-2007.
No total, foram seis editais que apoiaram 72 projetos de 51 empresas.
Do conjunto de empresas, quatro receberam apoio em vários projetos,
porém por um único edital. São elas: Angelus Indústria de Produtos (2
projetos); Artecola Indústrias Químicas (2 projetos); Cristália Produtos
Químicos (2 projetos) e Oxiteno S.A. (5 projetos). Seis empresas tiveram
seus projetos apoiados por mais de um edital, como os casos de: Biolab
Sanus Farmacêutica Ltda. (6 projetos, 3 editais); Braskem S.A. (4 projetos,
4 editais); FGM Produtos Odontológicos (2 projetos, 2 editais); Indústrias
Químicas Taubaté S.A. (3 projetos, 2 editais); Petrobras (3 projetos, 2
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Panorama Nanotecnologia
editais) e Suzano Petroquímica S.A. (2 projetos, 2 editais). As demais 41 empresas tiveram somente um projeto apoiado por um dos seis editais.
Marco regulatório, aspectos éticos e de aceitação
pela sociedade
Ao lado do crescimento esperado de novos produtos e tecnologias basea-dos em N&N, crescem, também, as preocupações sobre os riscos que elas podem provocar, particularmente aos trabalhadores, pela maior exposição a que são submetidos em seus ambientes operacionais. Os impactos noci-vos e riscos potenciais à saúde humana e animal, ao meio ambiente e até em relação ao comportamento humano são ainda pouco conhecidos.
Precisamente por essas e outras questões, iniciativas de normalização e de regulamentação no contexto das nanotecnologias ganham importân-cia a cada dia, na perspectiva de assegurar à sociedade que seu desen-volvimento industrial seja conduzido no futuro segundo um marco segu-ro, responsável e sustentável. Antes de apresentar as principais questões sobre as iniciativas em curso no Brasil relativas às duas dimensões da INI-Nanotecnologia em foco nesta seção, apresentam-se trabalhos e ini-ciativas internacionais relevantes, destacando-se especialmente:
a normalização internacional pelo Comitê Técnico ISO/TC 229 – • Nanotecnologias;os trabalhos do Grupo sobre Nanomateriais da OECD, criado em • 2006;a proposição do código voluntário “Responsible Nanocode” pela • Royal Society, Insight Investment e Nanotechnology Industries Association (NIA) no Reino Unido, em 2008;o lançamento do programa marco de nanoriscos intitulado “Nano • Risk Framework”, fruto de um esforço conjunto do Environmental Defense Fund dos EUA e da empresa DuPont em 2007.
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oO Comitê Técnico ISO/TC 229 foi criado em novembro de 2005 e, ini-cialmente, seus trabalhos foram organizados segundo três eixos, cada um mediante seu respectivo grupo de trabalho: (i) WG1 – “Termino-logia e Nomenclatura”; (ii) WG2 – “Medição e Caracterização“; (iii) WG3 – “Saúde, Segurança e Meio ambiente”. Mais recentemente, foi ampliada a atuação do Comitê com a inclusão de um novo eixo, cons-tituindo-se na ocasião o quarto grupo de trabalho: WG 4 – “Especifi-cações de Materiais”.
Na sequência, aborda-se a iniciativa do Grupo de Trabalho sobre Nano-materiais Manufaturados, criado em 2006 pela OECD (Organization for Economic Co-operation and Development).22 Esse grupo tem por ob-jetivo auxiliar os países membros a se manifestar frente ao desafio que constitui a segurança dos nanomateriais.
Como parte integrante do Programa de Química da OECD, o Programa de Ensaios sobre Segurança de Nanomateriais Manufaturados tem como foco o estudo das implicações do uso de nanomateriais para a saúde humana e a segurança do ambiente, com ênfase em métodos de ava-liação de riscos e ensaios. O Programa consiste em submeter a testes de segurança materiais já em uso, tais como os chamados “fulerenos” ou “buckyballs” (uma forma particular de carbono), os nanotubos de car-bono e o dióxido de cério. Em um futuro próximo, outros nanomateriais virão se juntar a essa lista. Os nanomateriais serão submetidos a testes vi-sando determinar: (i) suas propriedades físico-químicas; (ii) seu potencial de degradação e de acumulação no meio ambiente; (iii) sua toxicidade ambiental; e (iv) sua toxicidade com relação aos mamíferos. O Grupo de Trabalho da OECD sobre nanomateriais manufaturados gerencia esse Programa no âmbito de suas atividades sobre nanomateriais. Dois re-latórios substanciais descrevendo os esforços dos governos e de outros atores interessados por essas questões de segurança foram publicados recentemente pela OECD.
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Panorama Nanotecnologia
A seguir, apresenta-se uma visão geral e os antecedentes da proposição do “Nano Risk Framework”, fruto de um esforço conjunto do Environ-mental Defense Fund dos EUA e a empresa DuPont. Essa parceria em na-notecnologia foi anunciada em setembro de 2005, como objetivo de de-senvolver um processo sistemático e disciplinado para avaliar e tratar os riscos à segurança, à saúde e ao ambiente dos nanomateriais em vários estágios do ciclo de vida dos produtos – da origem à manufatura, uso, reciclagem ou descarte. O “Nano Risk Framework” resultante, lançado em 21 de junho de 2007, apresenta um processo completo e aplicável de seis etapas, para que as organizações possam identifi car, avaliar e ge-renciar potenciais riscos.23 Ele foi desenvolvido com o objetivo de apoiar o desenvolvimento responsável e o uso da nanotecnologia e colaborar com o diálogo global, informando sobre seus potencias riscos. Desde então, já foram registrados mais de três mil downloads do documento por visitantes de quase cem países em todo o mundo.
A quarta iniciativa em destaque nesta seção refere-se ao código volun-tário denominado “Responsible NanoCode”, redigido por um Grupo de Trabalho estabelecido pela Royal Society, com a Insight Investment, a Nanotechnology Industries Association e a Nanotechnology KTN. O ob-jetivo do código é estabelecer um consenso internacional sobre as boas práticas e indicar às organizações e às empresas o que podem fazer para demonstrar que geram, de modo responsável, as nanotecnologias, du-rante o período de avaliação de eventuais regulamentações complemen-tares. Essa iniciativa começou em novembro de 2006, no Reino Unido, ocasião em que a Royal Society, a empresa Insight Investment e a Nano-technology Industries Association (NIA) exploraram juntas os impactos econômicos e sociais de incertezas técnicas, sociais e econômicas ligadas às nanotecnologias.
Cabe destacar, ainda, que o fi nanciamento para a pesquisa sobre segu-rança das nanotecnologias na Comunidade Europeia foi ampliado den-
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otro do escopo do sétimo Programa-Quadro da União Europeia (7o PC), enfatizando os dados quantitativos em (eco) toxicologia, bem como so-bre o desenvolvimento de testes nano específicos, a exposição e métodos de avaliação de riscos e as metodologias de análise do ciclo da vida. O 7o PC tornou-se a fonte de financiamento público mais vasta do mundo em matéria de nanotecnologia, com um orçamento total de 3,5 bilhões de euros, ou seja, cerca de 9,1 bilhões de reais.24
Os números do governo americano e os resultados da avaliação do Project on Emerging Nanotecnologies (PEN) mostram que menos de 3% dos 1,4 bilhões de dólares do orçamento federal para a pesquisa em nanotecnologia nos EUA foram destinados à pesquisa sobre o meio am-biente, saúde e segurança. Não obstante, um projeto de lei foi formula-do, que modificará a estratégia da Iniciativa NNI, a fim de assegurar que um mínimo de 10% dos fundos (150 milhões de dólares) seja destinado à pesquisa sobre os riscos.25
No nível nacional, destacam-se as seguintes iniciativas:
a criação da Comissão de Estudo Especial em Nanotecnologia • ABNT/CEE-89;a formação da Rede Renanosoma apoiada pelo CNPq e Fapesp e • o projeto engajamento público em nanotecnologia;a atuação do grupo de pesquisa “Nanotecnologia, Sociedade e • Desenvolvimento”, da UFPR.
A Comissão de Estudo Especial em Nanotecnologia foi criada pela ABNT em 2007, logo depois dessa instituição ter participado de uma reunião plenária do Comitê Técnico ISO/TC 229 – Nanotecnologias, organizada pela International Organization for Standardization (ISO). Na ocasião, foram colhidos subsídios para os trabalhos da comissão brasileira, cuja atuação, por solicitação do Ministério da Ciência e Tecnologia, seria de um comitê-espelho em total sintonia com o processo de normalização
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Panorama Nanotecnologia
internacional nesse campo. Como resultado dessa participação da ABNT, o Brasil enviou comentários ao ISO/TMB sobre o Plano de Ação do Co-mitê, propondo ajustes na sua estruturação, e a instituição brasileira foi convidada a ser a anfi triã da Reunião Plenária do Comitê Técnico ISO/TC 229 em 2010.
Como comitê-espelho do ISO/TC 229, a Comissão brasileira poderá asse-gurar a participação do Brasil naquele fórum e reunir importantes subsí-dios para a elaboração de normas de que o país necessita para a aplicação industrial responsável de nanotecnologias. Nessa condição, o escopo de atuação da Comissão brasileira é o mesmo enunciado pelo ISO/TC 229. Para participar da Comissão, a ABNT convidou empresas, representantes do governo e de algumas das mais importantes universidades do país, mas, infelizmente, os trabalhos não têm avançado conforme as expecta-tivas da instituição. A ABNT é membro participante do Comitê da ISO e tem sido forçada a votar sempre por abstenção, lamentavelmente.26
Considerações fi nais
A nanotecnologia tem atraído grande interesse em diversos setores indus-triais e acadêmicos, devido aos benefícios e à diversifi cação que podem ser alcançados no desenvolvimento tecnológico e econômico. Nos últi-mos 20 anos, tornou-se possível não apenas a visualização, mas também a manipulação direta de átomos e moléculas. Com isso, tanto a nanoci-ência quanto a nanotecnologia, ou seja, a investigação da natureza e o desenvolvimento de aplicações na escala do nanômetro (o bilionésimo de metro), tornaram-se factíveis. Sendo antes uma questão de domínio de uma dimensão espacial do que o avanço do conhecimento em uma área específi ca, a nanociência e a nanotecnologia (N&N), em sua convergência com áreas como a biotecnologia, materiais e instrumentação, por exem-plo, têm dado origem, desde já, a novos processos industriais e novos produtos, com o surgimento de novas indústrias e novos mercados.
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oO grande diferencial desses materiais é potencializar propriedades físicas e químicas em concentrações extremamente reduzidas e conferir carac-terísticas antes não apresentadas por um dado produto. Esse alcance de propriedades se deve basicamente ao fato de tais estruturas possuírem dimensões nanométricas, que resultam em uma área superficial elevada, maior grau de dispersão e funcionalidades que são dependentes do ta-manho da estrutura. Atualmente, em países mais desenvolvidos, são al-tos os investimentos e programas em nanotecnologia, considerada uma das principais áreas de fomento à P&D&I, ao lado da biotecnologia, tec-nologias da informação e comunicação (TIC) e meio ambiente. Todos os programas estão vinculados às estratégias nacionais de desenvolvimento econômico e competitividade, com alvos bem definidos e compatíveis com as características industriais do país.
De fato, cresce, a cada dia, o número de nanoestruturas, devido à redu-ção das dimensões de estruturas maiores ou à formação de estruturas supramoleculares bem definidas e de alta complexidade, capazes de de-sempenhar funções igualmente complexas, como indicam dados sobre o mercado global para as aplicações de nanotecnologia. Conforme estudo recente da BCC Research, o mercado global de nanotecnologia atingiu patamares da ordem de US$ 11,6 bilhões em 2007 e de US$ 12,7 bi-lhões em 2008. Estima-se que, em 2013, o mercado alcance cifras da ordem de US$ 27 bilhões, baseando-se em uma taxa de crescimento anual média de 16,3%.
Com relação ao mercado brasileiro, estima-se que a introdução no mer-cado de alguns resultados dos esforços de P&D em N&N no país poderão ocorrer dentro de poucos anos, mas em outros casos serão mais remo-tos. Algumas atividades como a nanofabricação, apesar de apresenta-rem grandes perspectivas de geração de produtos e aplicações, estão atualmente limitadas ao meio acadêmico, em algumas universidades e centros de pesquisa que realizam pesquisa e desenvolvimento de técni-
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Panorama Nanotecnologia
cas de fabricação, análise e aplicações em dispositivos eletrônicos, sen-sores, peneiras, canais para fl uídica e membranas. O levantamento no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil confi rma que há somente quatro grupos de pesquisa nessa área, a saber: “Tecnologias de micro e nanofabricação” da Unicamp (SP); “Nanofabricação” do Centro Brasilei-ro de Pesquisas Físicas (RJ); Laboratório de Nanociência e Nanofabricação da USP (SP) e Laboratório de Microanálises do Consórcio Física-Geologia Química da UFMG (MG).
No setor de energia, o Brasil favorece-se de sua extensão territorial, por possuir recursos como luz solar intensa em grande parte de seu território e uma comunidade científi ca atuando há vários anos na área de desen-volvimento de novos materiais e dispositivos. Prevê-se que o país poderá atuar e competir fortemente nesse setor no mercado internacional, em-pregando os nanofi bras, nanotubos de carbono e outros inorgânicos nos dispositivos funcionais de geração, armazenamento e transporte de energia. Tais dispositivos representam uma alternativa ambientalmente correta para o setor de energia, em especial para o segmento de com-bustíveis baseados em fontes renováveis e que não envolvem geração de subprodutos, além de corrente elétrica e calor.
Três outros mercados, nos quais o Brasil tem interesse estratégico, são: produtos farmacêuticos, químicos e cosméticos, seja pelas dimensões e demanda de seu mercado interno (setor quimiofarmacêutico), seja pela existência de grandes grupos empresariais nacionais (setores químico e de petróleo e gás natural) ou ainda pela sua megabiodiversidade (setores farmacêutico e de higiene e cosméticos). Nesses mercados, a N&N pode contribuir com importantes inovações a serem incorporadas durante as próximas décadas.
Outra área de grande relevância para o Brasil refere-se às agroindústrias. O potencial de produtos e processos nanotecnológicos e nanobiotecno-
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ológicos nesse campo é vasto, cobrindo desde materiais nanoestruturados para aplicação em agricultura, sistemas de entrega e liberação contro-lada de nutrientes e defensivos agrícolas, com menor impacto ao meio ambiente, até embalagens “inteligentes” que informam o consumidor sobre o estado do produto.
Com relação à nanobiotecnologia, em geral, prevê-se que o Brasil possa ocupar no médio prazo uma posição competitiva bastante favorável em tópicos específicos, como as já citadas aplicações em agricultura; ima-geamento molecular e materiais nanoestruturados biocompatíveis para aplicações em diversos campos da medicina.
Deve-se notar, porém, que os produtos nanotecnológicos não se limi-tam à gama dos chamados produtos de alta tecnologia, mas compre-endem todos aqueles em que novas propriedades estão associadas aos materiais com dimensões críticas que se situam na faixa de dezenas de nanômetros. Assim, no Brasil já são hoje comercializados produtos de uso cotidiano, como por exemplo, tecidos resistentes a manchas, protetores solares, vidros autolimpantes e vários tipos de revestimentos baseados em processos nanotecnológicos. Essa característica tem sig-nificado especial para os países em desenvolvimento, ao contrário da revolução da microeletrônica, na qual os países em desenvolvimento podiam contemplar a possibilidade de exportar commodities e importar computadores e celulares.
Prevê-se que a nanotecnologia estará presente mesmo nas indústrias mais tradicionais, tornando processos de produção mais baratos, menos agressivos ao meio ambiente e de menor consumo de energia, além de oferecer produtos mais funcionais e de maior valor agregado. Por outro lado, o alto grau de inovação associado a futuras mudanças em produtos e processos industriais geradas pelo avanço das nanotecnologias emer-gentes poderá causar a obsolescência de diversos produtos e processos
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Panorama Nanotecnologia
que hoje estão em uso. Como área portadora de futuro, espera-se que a nanotecnologia contribua de forma signifi cativa para o desenvolvimento industrial do Brasil, o que signifi ca avaliar e antecipar sua participação fu-tura em todos os estágios da cadeia de valor, conforme defi nição da Lux Research. Tais contribuições vão desde inovações radicais em áreas emer-gentes do conhecimento, abrindo-se espaços para um posicionamento futuro de destaque para o país, até inovações incrementais voltadas para setores tradicionais da indústria brasileira, tornando-os mais sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Frente ao largo espectro de oportunidades e desafi os e em consonân-cia às metas estabelecidas no Programa Mobilizador em Nanotecnologia que integra a Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, por solicitação da Agência Bra-sileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, desenvolveu o estudo do “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil” com o objetivo de fornecer uma visão da cena atual em termos das seis dimensões da INI-Nanotecnologia – considerada fundamental como marco inicial para as análises que integram o “Estudo Prospectivo da INI-Nanotecnologia”.
Notas
1 SCIENCE-METRIX (2008). Nanotechnology World R&D Report 2008. Serie R&D Reports Examining Science and Technology. Montreal: Science-Metrix Inc., 2008, p 185.
2 SCIENCE-METRIX (2008). Nanotechnology World R&D Report 2008. Serie R&D Reports Examining Science and Technology. Montreal: Science-Metrix Inc., 2008, pp. 131-149.
3 RNCOS (2008). Nanotechnology Market Forecast till 2011. Delhi: RNCOS E-Services Pvt Ltd. Apr 2008. 139 p.
4 CIENTIFICA (2008). The Nanotechnology Opportunity Report. Executive Summary. Third edition. June 2008. London: Cientifi ca Ltd. 49 p.
5 BCC Research (2008). Nanotechnology: A Realistic Market Assessment. Report ID: NANO31C. Wellesley, MA: BCC Research, May 2008. 254 p.
6 THE FREEDONIA GROUP (2007). World Nanomaterials to 2011. Study # 2215. Cleveland, OH: The Freedonia Group. Aug 2007, 473 p.
7 Para consulta aos trabalhos e teses nacionais em nanotecnologia, ver referências ao fi nal deste documento.
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o8 LUX RESEARCH (2004). Statement of Findings: Sizing Nanotechnology’s Value Chain. Executive summary, oct 2004. 31 p.
9 CIENTIFICA (2008). The Nanotechnology Opportunity Report. Executive Summary. Third edition. June 2008. London: Cientifica Ltd., 49 p.
10 CIENTIFICA (2008). The Nanotechnology Opportunity Report. Executive Summary. Third edition. London: Cientifica Ltd., jun, 2008, 49 p.
11 THE Royal Society and the Royal Academy of Engineering, Nanoscience and nanotechnologies:opportunities and uncertainties, London, July 2004, pp. 26-7. Disponível em: <http://www.nanotec.org.uk/finalReport.htm>. Acesso em jul 2008.
12 CIENTIFICA (2007). Half way to the trillion dollar market? A critical review of the diffusion of nanotechnologies. London: Cientifica Ltd., 10 p.
13 SCIENCE-METRIX (2008). Nanotechnology World R&D Report 2008. Serie R&D Reports Examining Science and Technology. Montreal: Science-Metrix Inc., 2008, 185 p.
14 MCT (2007). Iniciativas do MCT em nanotecnologia. Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. SETEC e Coordenação Geral de Micro e Nanotecnologias – CGNT. 2007. Ministério da Ciência e Tecnologia.
15 MARQUES, R. Vaz, A. Briefing da Nanotecnologia no Brasil. ABDI. CGEE. Mimeo. Brasília, 27 jul 2007.
16 THOMPSON SCIENTIFIC INFORMATION. ISI Web of Science. Disponível em: <http://go5.isiknowledge.com>. Acesso em: dez 2008.
17 CNPQ (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Disponível em: <http://dgp.cnpq.br>. Acesso em dez 2008.
18 CNPQ (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Disponível em: <http://dgp.cnpq.br>. Acesso em dez 2008.
19 Os termos utilizados foram: nanociência, nanotecnologia, nanofios, nanopartículas, nanoestruturas, nanocompósitos, nanobiotecnologia/ bionanotecnologia, nanomateriais, nanotubos, nanoesferas, nanocristais, nanofabricação, nanoindentação, nanofibras, nanofotônica, nanoeletrônica, materiais nanoestruturados, optoeletrônica, spintrônica, fulerenos, quantum dots, fios quânticos e NEMS.
20 Anexo III do documento CGEE (2008). “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil”.
21 Declaração de Ronaldo de Castro Marchese, diretor da Nanotec, em 11 set 2008. Disponível em:<http://www.administradores.com.br/noticias>. Acesso em dez 2008.
22 OECD. Safety of Manufactured Nanomaterials. Working Party on Manufactured Nanomaterials (WPMN). Disponível em:< http://www.oecd.org >. Acesso em dez 2008.
23 O documento “Nano Risk Framework” encontra-se disponível em:<http: www.NanoRiskFramework.com>. Acesso em dez 2008.
24 LQES (2008). Riscos potenciais ligados às nanotecnologias: financiamentos para pesquisa, Europa está na frente dos Estados Unidos. Disponível em: http://lqes.iqm.unicamp.br/canal_cientifico/lqes_news. Acesso em dez 2008.
25 LQES (2008). Ibid.
26 COSTA, P. B. Normalização como fator de agilização das informações nanotecnológicas. Palestra proferida na Nanotec 2008 em São Paulo, novembro de 2008. Disponível em: <http:www.abnt.org>. Acesso em dez 2008.
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Intro
duçã
oA Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, com o objetivo de subsidiar a Iniciativa Nacional de Inovação em Nanotecnologia – INI-Nanotecnologia divulgam conjuntamente esta versão do Resumo Executivo do “Panora-ma Nanotecnologia no Mundo e no Brasil”.
A percepção de que a nanotecnologia e a nanociência (N&N) represen-tam um novo patamar de conhecimento, com imensos e ainda não devi-damente mensurados impactos científicos e econômicos, levou os países líderes, como os EUA, o Japão e os da Comunidade Europeia, a desenhar iniciativas nacionais ou regionais de incentivo e de financiamento privi-legiado para a área, visando a novos patamares de competitividade de suas empresas. Com financiamentos mais modestos, vários países em desenvolvimento também descobriram o grande potencial da N&N e, em função disso, constituíram suas iniciativas nacionais que poderão rever-ter em significativas melhorias da qualidade de vida de suas populações. Como exemplos de bons focos podem ser citados agricultura, energia, preservação ambiental, saúde pública, entre tantos outros.
Nos últimos anos, o Brasil tem avançado consistentemente no desen-volvimento de ações de muita importância em Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I), com resultados concretos na produção científica, tec-nológica e formação de recursos humanos em áreas consideradas estra-tégicas, particularmente em determinados campos de nanotecnologia e nanociência (N&N). Nesse contexto, o “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil” consolida as informações oriundas de trabalhos de prospecção previamente realizados pelo CGEE e por instituições in-ternacionais sobre nanotecnologia.
O Panorama está organizado em quatro seções, a saber: (i) produção científica; (ii) propriedade intelectual; (iii) mercado; e (iv) quadro da situ-ação atual das dimensões da INI-Nanotecnologia no Brasil. Os conteúdos
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Panorama Nanotecnologia
das duas primeiras seções são baseados em um estudo bibliométrico recente, de cobertura internacional, realizado pela Science-Metrix,27 con-templando os campos da nanociência e da nanotecnologia.
Nota
27 SCIENCE-METRIX (2008). Nanotechnology World R&D Report 2008. Serie R&D Reports Examining Science and Technology. Montreal: Science-Metrix Inc., 2008, 185 p.
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2006Nesta seção, descrevem-se os resultados do estudo bibliométrico pu-
blicado pela Science-Metrix em 2008, referente aos trabalhos cien-tíficos indexados na base de dados internacional Scopus no campo da nanociência, no período 1996-2006. Apresenta-se a produção científica mundial em nanociência, expressa em termos de: (i) núme-ro de trabalhos publicados em nanociência e percentual desta produ-ção científica em relação ao número total de publicações indexadas na base Scopus, no período considerado; (ii) produção científica em nanociência em seus principais domínios; (iii) posição dos países lí-deres, expressa em termos do número dos trabalhos científicos do país, do seu grau de especialização (SI)28 e de seu impacto científico (ARC)29 em nanociência; e (iv) evolução da produção científica dos países líderes nesse campo, medido pelo grau de especialização (SI) do país e pelo impacto científico de seus trabalhos científicos (ARC) em nanoeciência, em relação à média mundial, em dois períodos: 1996-2001 e 2002-2006.
Ressalta-se, porém, que qualquer resultado de uma análise bibliométri-ca tem um caráter apenas indicativo, recomendando-se seu cruzamento posterior com outras informações e análises referentes aos temas pes-quisados. Nesse sentido, cabe destacar que, apesar da base Scopus não incluir várias revistas importantes na área de nanociências e nanotec-nologias, os dados utilizados no presente relatório consideram princi-palmente as tendências, em vez dos números absolutos da produção científica e classificação do Brasil no contexto internacional.
A Figura 2.1 ilustra a evolução da produção científica em nanociência ao longo do período de 1996 a 2006, medida em termos do número de tra-balhos científicos publicados por ano. Os dados da produção científica em nanociência são apresentados em termos absolutos e como percen-tual do total de trabalhos científicos publicados e indexados anualmente naquela base de dados.
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Panorama Nanotecnologia
O número de trabalhos científi cos em nanociência cresceu a uma taxa anual de 16% (CAGR) durante o período 1996-2005, o que signifi ca dobrar, a cada 4,7 anos, mais que 4 vezes a taxa de crescimento da produção científi ca em todos os campos, medida pelo número total de publicações indexadas na base Scopus no mesmo período. Em termos relativos, os dados revelam que a presença de publicações em nanociên-cia tem quase triplicado durante a última década (crescimento de 1,5% a 4,2%), confi rmando-se que a nanociência, como campo de conheci-mento, está se desenvolvendo muito mais rápido que o conhecimento científi co nos demais campos.
Figura 2.1 Número de trabalhos publicados em nanociência e percentual da produção científi ca em nanociência em relação ao total de publicações indexadas na base Scopus: 1996-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.19. Base de dados Scopus.
A Tabela 2.1 mostra o número de trabalhos científi cos em cada tema da nanotecnologia e as respectivas taxas de crescimento anual. De acordo com a Tabela 1.1, o crescimento da produção científi ca em nanotecnolo-gia tem sido mais rápido em NEMS, nanoenergia e nanoambiente. Esses temas, embora com menor produção científi ca em relação a nanomate-
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2006riais, por exemplo, têm crescido muito rapidamente, dobrando o núme-
ro de trabalhos científicos a cada 3 anos ou até menos. Nanomateriais e nanobiotecnologia experimentaram também altas taxas de crescimento anual, superiores ao crescimento da nanotecnologia como um todo, no mesmo período da análise. Essa tabela também fornece uma visão da importância de cada tema em relação à nanotecnologia, com destaque para nanomateriais, com 223.836 trabalhos publicados, seguidos por nanofotônica e nanoeletrônica, com 104.992 e 99.879 trabalhos cientí-ficos, respectivamente, em um total de 378.996 em nanotecnologia.
Tabela 2.1 Crescimento da produção científica em nanotecnologia: 1996-2006
TemaProdução científica
(nº de artigos)
Crescimento anual (%)
Tempo em que dobra a produção científica (anos)
NEMS 6.609 35,5 2,3
Energia 11.963 31,1 2,6
Meio ambiente 3.729 25,9 3,05
Materiais 223.836 21,8 3,5
Medicina e Biologia 58.963 20,7 3,7
Metrologia 2.660 15,5 4,8
Ótica e fotônica 104.992 14,5 5,1
Eletrônica e Informática
99.879 12,8 5,8
Nanotecnologia 378.996 16 4,7
Mundo 14.086.635 3,9 18,1
Fonte: Science-Metrix (2008), p. 20. Base de dados Scopus.
A Figura 2.2 apresenta os países líderes em nanociência, sendo a posição de cada país expressa em termos do número de seus trabalhos cientí-ficos, seu grau de especialização (SI)30 e seu impacto científico (ARC)31
58
Panorama Nanotecnologia
nesse campo. De acordo com a Figura 2.2, considerando-se um total de cerca de 379.000 trabalhos científi cos em nanociência publicados desde 1996, os EUA vêm liderando com 102.000 trabalhos, respondendo por 27% da produção mundial. Entre os líderes, encontram-se o Japão e a Alemanha, com 13% e 10% da produção científi ca mundial, respectiva-mente. Em destaque, encontra-se a Suíça que, embora não tenha uma produção científi ca em nanociência tão expressiva quanto as dos países citados, aparece com o maior grau de impacto científi co (ARC de 1,41), compartilhado com a Dinamarca e os EUA.
Os seis países que seguem no ranking ou possuem uma produção cientí-fi ca signifi cativa em volume de trabalhos publicados em nanociência ou têm um alto grau de especialização.
Da Figura 2.2, emerge um resultado surpreendente com relação ao número de trabalhos científi cos publicados no período 1996-2006: A China tem uma forte posição no ranking, com 49.500 trabalhos. De fato, a China publica mais trabalhos científi cos que o Japão e é o se-gundo colocado logo após os EUA, com 49.503 trabalhos. A Figura 2.2 mostra ainda que há uma tendência clara de crescimento da produção científi ca da Coreia, China, Taiwan e Índia, com taxas de crescimento anual (CAGR) de 32%, 26%, 25%, respectivamente. O Brasil está entre os líderes da produção científi ca mundial em nanociência, ocupando a 25ª posição no ranking geral e a 20ª posição em termos do número de trabalhos científi cos, com 4.358 trabalhos publicados e indexados na referida base, no período 1996-2006.
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2006Figura 2.2 Produção científica em nanociência: países líderes: 1996-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.21. Base de dados Scopus.
60
Panorama Nanotecnologia
A Figura 2.3 apresenta a evolução do posicionamento dos países líderes em produção científi ca em nanociência, baseado no seu grau de espe-cialização (SI) e no impacto científi co de seus artigos publicados (ARC), bem como no número de trabalhos publicados em dois períodos: 1997-2001 e 2002-2006. Os dados são apresentados intencionalmente nesses dois períodos para mostrar melhor a evolução da produção científi ca dos países líderes em nanociência. Os EUA, que já apresentavam um impacto científi co signifi cativo de suas publicações nesse campo, têm publicado cada vez mais, embora sua intensidade em nanociência (SI) ainda está abaixo da média mundial.
Figura 2.3 Produção científi ca em nanociência: impacto científi co e grau de especialização de cada país em relação à média mundial: 1996-2001 e 2002-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.22. Base de dados Scopus.
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2006Países como a Dinamarca, a Holanda e a Suíça têm uma produção cientí-
fica em nanociência de alto impacto, quando comparados com os EUA.
Vale ressaltar, porém, que a Holanda e a Suíça têm decrescido em es-
pecialização, no período 2002-2006 e a Suíça vem se mantendo com
um posicionamento forte em nanociência em termos de especialização
e impacto nesse campo, mas em termos absolutos produz bem menos
publicações que os EUA, Japão e Alemanha.
O Brasil, embora tenha aumentado sua produção científica, como mos-
trado no quadrante inferior esquerdo da Figura 2.3, decresceu em termos
de especialização e impacto científico, quando se compara sua posição
nos dois horizontes temporais da análise.
Dentre as universidades líderes no ranking mundial da produção cientí-
fica em nanociência, a University of Tokyo (Japão) é a líder com 4.728
publicações, representando 1,2% do total de publicações em nanociên-
cia no mundo e 9,7% da produção científica em nanociência do Japão.
Seguem outras universidades japonesas: Osaka e Tohoku, com 3.986 e
3.922 trabalhos científicos, respondendo por 8,2% e 8,1% da produção
científica em nanociência do Japão, respectivamente. Destaca-se, ainda,
a Tsinghua University, com 3.032 trabalhos científicos, o que representa
6,1% da produção científica da China em nanociência.
As empresas com o maior número de trabalhos publicados no período
foram a IBM, a NTT e Alcatel-Lucent, com 1.770, 1.377 e 1.198 tra-
balhos científicos, respectivamente. As empresas Sumitomo, Hitachi e
Samsung também se destacaram, com 1.127, 1.010 e 906 trabalhos
publicados, respectivamente.
Buscou-se mostrar indicadores bibliométricos da produção científica em
nanociência, apresentando-se os pontos de destaque e comentando-se
62
Panorama Nanotecnologia
sobre o posicionamento do Brasil no ranking mundial. Ressalta-se, po-rém, que qualquer resultado de uma análise bibliomética tem um caráter apenas indicativo, recomendando-se seu cruzamento posterior com ou-tras informações e análises referentes ao tema pesquisado.
Notas
28 Grau de especialização (SI) é o percentual de trabalhos científi cos de um país em nanociência em relação ao total da sua produção científi ca, comparado-se com as posições mundiais de nanociência e do conhecimento científi co global.
29 Impacto científi co (ARC) é calculado pelo número médio de vezes que os trabalhos de um determinado país são citados por outros países no mundo.
30 Grau de especialização (SI) é o percentual de trabalhos científi cos de um país em nanociência em relação ao total da sua produção científi ca, comparado-se com as posições mundiais de nanociência e do conhecimento científi co global.
31 Impacto científi co (ARC) é calculado pelo número médio de vezes que os trabalhos de um determinado país são citados por outros países no mundo.
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006Nesta seção, descrevem-se os resultados do estudo conduzido pela
Science-Metrix em 2008,32 referentes ao levantamento de patentes em nanotecnologia, concedidas pelo USPTO, no período de 1981 a 2006.
Apresenta-se o panorama da propriedade intelectual em nanotecnolo-gia, com base nos dados do USPTO e expressa em termos de: (i) evolução do número de patentes concedidas em nanotecnologia pelo USPTO, no período de 1981 a 2006; (ii) distribuição das patentes em nanotecno-logia em seus principais domínios; (iii) crescimento relativo do número de patentes dos principais domínios da nanotecnologia em relação ao crescimento da propriedade intelectual em nanotecnologia como um todo; (iv) ranking dos países líderes em propriedade intelectual em na-notecnologia, no período considerado; (v) ranking das empresas líderes em propriedade intelectual em nanotecnologia, no período considerado; e (vi) ranking das universidades líderes em propriedade intelectual em nanotecnologia, no período considerado.
A Figura 3.1 apresenta a evolução do campo da nanotecnologia expressa em termos do número de patentes concedidas pelo USPTO.
Figura 3.1 Evolução do nº de patentes americanas em nanotecnologia: 1981-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.133. Base de dados USPTO.
66
Panorama Nanotecnologia
A Tabela 3.1 mostra a taxa média de crescimento anual dos principais
domínios da nanotecnologia, bem como o número de patentes concedi-
das pelo USPTO em cada domínio, no período 1981-2006. Esses dados
fornecem uma ideia da importância relativa de cada domínio em relação
ao campo da nanotecnologia em sua totalidade.
Tabela 3.1 Taxa média de crescimento anual do número de patentes americanas nos principais temas de nanotecnologia: 1981-2006
Tema Patentes concedidas
Crescimento anual (%)
Tempo em que dobra o nº de
patentes concedidas
Materiais 7.132 17 4,4
Eletrônica e Informática
5.502 16,5 4,5
NEMS 742 16,4 4,6
Meio ambiente 143 14,1 5,3
Metrologia 2.372 13,9 5,3
Ótica e Fotônica 5.800 13,9 5,3
Energia 833 12,9 5,7
Medicina e Biologia 6.950 12,3 6,0
Nanotecnologia 19.305 12,9 5,7
USPTO 2.894.359 4,3 16,3
Fonte: Science-Metrix (2008), p.137. Base de dados USPTO.
Conforme mostrado na Tabela 3.2, os domínios que mais crescem são
nanomateriais, nanoeletrônica e NEMS. Nesses domínios, o número de
patentes concedidas dobrou em menos de 5 anos. Nanofotônica também
tem crescido mais rápido do que o campo da nanotecnologia, enquanto
outros domínios têm se desenvolvido na mesma taxa de crescimento do
campo da nanotecnologia como um todo.
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006A Figura 3.2 ilustra o crescimento relativo dos principais domínios da
nanotecnologia, medido pelo nº de patentes concedidas a cada ano, considerando-se o período 1981-2006 (1981 =1).
Figura 3.2 Crescimento relativo dos temas da nanotecnologia expresso em número de patentes americanas: 1981-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.137. Base de dados USPTO.
A Figura 3.3 apresenta o portfolio de patentes em nanotecnologia, no período 1981-2006, avaliado em função de dois indicadores: (i) o grau de especialização dos países em nanotecnologia (SI) e o impacto tecno-lógico (ARC) de seus portfolios de patentes, no período da análise. Para um determinado país, o portfolio corresponde ao número de patentes concedidas no período de análise; e esses indicadores combinados de-terminam a pontuação geral (apresentada na coluna à direita da Figu-ra 3.3), permitindo comparar-se o posicionamento científico dos países em nanociência de forma relativamente independente do volume pro-duzido. Países que têm uma grande percentual de patentes ativas em nanotecnologia, em relação ao nº total de patentes ativas em todos os campos, são reconhecidos como especializados neste campo.
68
Panorama Nanotecnologia
Figura 3.3 Portfolios de propriedade intelectual em nanotecnologia dos países líderes: 1981-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.143. Base de dados USPTO.
Conforme pode ser visto na Figura 3.3, os EUA lideram o ranking pelo núme-ro de patentes em nanotecnologia (10.005 patentes ativas no período 1981-2006). Nas posições seguintes, encontram-se Taiwan, China e Inglaterra, pelo seu grau de especialização e impacto. Países como Índia, Cingapura, China, Bélgica, Israel e Canadá têm maiores percentuais de patentes em nanotecno-logia em seus portfolios de patentes do que os EUA, que lideram o ranking.
O Brasil, que se encontra na 25ª posição entre os líderes da produção cien-tífi ca em nanociência, não aparece em posição de destaque no panorama da propriedade intelectual em nanotecnologia.
A Figura 3.4 mostra as empresas líderes no ranking da propriedade intelec-tual em nanotecnologia, considerando-se o mesmo horizonte temporal e os mesmos indicadores adotados na elaboração do ranking dos países.
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006Grandes empresas ocupam as posições superiores no ranking: em pri-
meiro lugar a 3M, seguida da IBM, Exxon Mobil, Xerox e Applied Mate-rials. As empresas da área de tecnologias de informação e comunicação destacam-se entre as 20 primeiras do ranking: IBM, Hewlett-Packard, Micron Technology, AMD, Texas Instruments, Intel e Motorola. Eastman Kodak e 3M são mais vinculadas ao campo de nanomateriais, enquanto a Hitachi, Matsushita, Canon, Alcatel-Lucent, Seiko Epson, Sumitomo, Samsung, Mitsubishi e Toshiba estão mais atuantes no segmento de se-micondutores e nanoeletrônica. Já empresas como a Procter & Gamble e a L’Oreal estão mais voltadas para nanobiotecnologia e suas aplicações nos mercados de cosméticos e de higiene.
Figura 3.4 Portfolio de propriedade intelectual em nanotecnologia das empresas líderes: 1981-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.145. Base de dados USPTO.
70
Panorama Nanotecnologia
Finalmente, a Figura 3.5 apresenta os portfolios de patentes em nanotecno-logia de instituições acadêmicas, seguindo-se o mesmo formato anterior.
Das 15 instituições acadêmicas que lideram o ranking mundial, todas são universidades americanas. Dentre essas, a University of California clara-mente lidera em termos do número de patentes ativas em nanotecnologia (316 patentes), embora ela não seja especializada neste campo como ou-tras que são consideradas especializadas, tais como a Rice University, que ocupa a primeira posição no ranking, e a Pennsilvania State University, e a Univerisity of Connecticut, na 4ª e na 12ª posições, respectivamente.
Figura 3.5 Portfolio de propriedade intelectual em nanotecnologia das universidades líderes: 1981-2006
Fonte: Adaptada de Science-Metrix (2008), p.146. Base de dados USPTO.
Buscou-se mostrar indicadores tecnométricos da propriedade intelectual em nanotecnologia, apresentando-se os pontos de destaque e comen-tando-se sobre o posicionamento do Brasil no ranking mundial. Como já comentado na seção anterior, ressalta-se que qualquer resultado de uma
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006análise tecnométrica ou bibliométrica tem um caráter apenas indicativo,
recomendando-se seu cruzamento posterior com outras informações e análises referentes ao tema pesquisado.
Nota
32 SCIENCE-METRIX (2008). Nanotechnology World R&D Report 2008. Serie R&D Reports Examining Science and Technology. Montreal: Science-Metrix Inc., 2008, pp. 131-149.
73
Mer
cadoNesta seção, apresenta-se uma visão geral sobre o mercado da nanotec-
nologia no mundo e no Brasil, com base em dados e informações de fon-tes internacionais reconhecidas nesta área33, 34, 35, 36 e em trabalhos e teses recentes sobre o panorama nacional de nanotecnologia no Brasil.37
Antes de se iniciar a apresentação propriamente dita do atual mercado da nanotecnologia no mundo e no Brasil, faz-se necessário conceituar a cadeia de valor desse campo, em seus diversos estágios, conforme a visão de negócios e de mercado preconizada pela Lux Research.38 Isso porque, segundo a Lux Research, não existe um mercado de nanotec-nologia, e sim uma cadeia de valor que vai desde os nanomateriais (por exemplo, nanopartículas de argila), passando por nanointermediários (nesse exemplo, materiais compósitos produzidos a partir de nanopartí-culas de argila), até as chamadas nanoaplicações (na sequência, bens de consumo incorporando nanocompósitos). A Figura 4.1 mostra esquema-ticamente a representação da cadeia de valor da nanotecnologia.
Figura 4.1 Cadeia de valor da nanotecnologia
Fonte: Lux Research (2004).
74
Panorama Nanotecnologia
Além da conceituação da cadeia de valor e sua importância para a identifi cação de oportunidades de mercado em nanotecnologia, a Lux Research ressalta a questão da inovação tecnológica em nanotecnologia, argumentando que nem toda nanotecnologia é uma nova tecnologia. Enquanto nanotecnologias emergentes estão sendo desenvolvidas no momento, outras tecnologias, ditas conhecidas ou estabelecidas, já es-tão no mercado há anos, como é o caso das zeólitas sintéticas.
O terceiro aspecto que deve ser levado em consideração na identifi cação de aplicações promissoras para o Brasil é que muitos produtos incorpo-rando nanotecnologias serão rentáveis apenas marginalmente. A maioria dos nanomateriais tornar-se-á rapidamente commodities com margens de lucro reduzidas, quando comparada com especialidades químicas, por exemplo. A lucratividade de nanointermediários e nanoaplicações pode variar muito, em função das margens das categorias de produtos a jusante na cadeia.
Nos últimos anos, as empresas que internalizaram esses conceitos têm investido anualmente mais de US$ 3,8 bilhões em P&D e muitas já estão com seus novos produtos no mercado. A expectativa é de que a difusão de novos produtos baseados em nanotecnologia impacte fortemente a produção de bens manufaturados nos próximos seis anos. A título de ilustração, em 2004, os produtos que incorporaram novas nanotecno-logias totalizaram um mercado de US$ 13 bilhões, menos que 0,1% da produção global de bens manufaturados naquele ano. Em 2014, a proje-ção é que esse patamar se eleve a US$ 2,6 trilhões, representando 15% da produção global de bens manufaturados neste horizonte (Figura 4.2).
75
Mer
cadoFigura 4.2 Mercado global de nanotecnologia por estágio da cadeia de
valor: 2004-2014
Fonte: Adaptada de Lux Research (2004).
É esperado que as nanoaplicações (bens de consumo incorporando na-notecnologias) sejam, no futuro, os itens de maior faturamento, porém os nanointermediários irão responder pela maior parcela de lucros, pelo fato de suas margens operacionais serem três vezes mais altas do que os demais componentes da cadeia de valor, conforme mostra a Figura 4.3.
Figura 4.3 Margens operacionais segundo o estágio da cadeia de valor de produtos incorporando nanotecnologias emergentes
Fonte: Lux Research (2004).
76
Panorama Nanotecnologia
4.1 Mercado de nanotecnologia no mundo
O mercado total de produtos que incorporam nanotecnologias (incluin-do semicondutores e eletrônicos) atingiu US$ 135 bilhões em 2007, de-vendo alcançar US$ 693 bilhões até o fi nal de 2012, e cerca de US$ 2,95 trilhões em 2015. Excluindo-se os semicondutores e eletrônicos, o mer-cado global de produtos que incorporam nanotecnologias chegou a US$ 83 bilhões em 2007, devendo alcançar US$ 263 bilhões em 2012, e US$ 1,5 trilhões em 2015.39
A Figura 4.4 apresenta a distribuição do mercado mundial de nanotecno-logia por setor de atividade, em 2007, conforme estudo da Cientifi ca Ltd., publicado em 2008.40 A fi gura mostra que o setor químico é o que ocupa hoje a maior parcela desse mercado (53%), seguido pelos semicondutores (34%). Setores como farmacêutico, automotivo e defesa representam pe-quenas parcelas do mercado global de nanotecnologia (de 1 a 7%).
Figura 4.4 Mercado global de nanotecnologia por setor de atividade: 2007
Semicondutores34%
Eletrônicos7%
Farmacêuticose saúde
2% Automotivo1%
Defesa e aeronáutico3%
Produtos químicos53%
Fonte: Cientifi ca Ltd. (2008).
77
Mer
cadoEstima-se que o mercado de US$ 1 trilhão, como preconizado pelo es-
tudo da The Royal Society,41 será atingido em 2013, caso os segmentos de semicondutores e eletrônicos sejam incluídos. No caso de exclusão desses segmentos, o mercado de US$ 1 trilhão somente será atingido por volta de 2015 (Figura 4.5).
Figura 4.5 Crescimento do mercado global de nanotecnologia: 2006-2015
Fonte: Adaptada de Cientifica Ltd. (2007).
Grande parcela do crescimento do mercado de nanotecnologia não pro-vém da produção de nanomateriais básicos, mas, sim, da capacidade de alguns segmentos, como o farmacêutico e o de semicondutores, de transformar os nanomateriais básicos em produtos de alto valor agre-gado. Vale ressaltar também que os valores estimados de mercado não se referem apenas às nanotecnologias incorporadas aos produtos finais, mas sim aos valores dos produtos como um todo. Para exemplificar: um
78
Panorama Nanotecnologia
décimo de grama de um determinado nanomaterial que custa US$ 0,01 pode ser incluído em um medicamento que custa US$ 100 a dose.
A Figura 4.6 apresenta a distribuição do mercado mundial de nanotec-nologia por setor de atividade, projetada para 2012, conforme estudo da Cientifi ca Ltd., publicado em 2008.42
Figura 4.6 Mercado global de nanotecnologia por setor de atividade: 2012
Semicondutores51%
Eletrônicos8%
Farmacêuticose saúde
18%
Automotivo2%
Defesa e aeronáutico5%
Produtos químicos53%
Conglomerados2%
Alimentícios1%
Fonte: Cientifi ca Ltd. (2007).
Como representado na Figura 4.6, em 2012, o mercado será dominado por semicondutores, mas surgirão novas aplicações baseadas em nano-tecnologias para os segmentos farmacêutico e saúde, alimentos e outros bens de consumo, devido à estabilidade da cadeia de suprimento dos nanomateriais. Em 2015, prevê-se que 80% do mercado de US$ 1,5 tri-lhão corresponderá a aplicações de nanotecnologia para os segmentos farmacêutico e saúde humana.
79
Mer
cadoApresentam-se, a seguir, informações de mercado referentes aos temas
abordados.
O consumo global de todos os tipos de nanomateriais, em 2005, atingiu um volume de 9 milhões de toneladas métricas e US$ 13,1 bilhões, com uma expectativa de que alcance 10,3 milhões de toneladas e US$ 20,5 bilhões em 2010, considerando-se uma taxa de crescimento anual de 9,3%, em valor.43 Materiais orgânicos não-poliméricos respondem pela maior parcela do consumo total, porém prevê-se que o consumo dos na-nomateriais óxidos crescerá a uma taxa de 8,5% para 15,75%, em 2010. Já os materiais metálicos são o segundo maior segmento com mais de 21% do mercado. Em morfologia de produtos, por volta de 2010, o con-sumo dos materiais nanoparticulados decrescerá 54,6%, enquanto que os consumos de filmes, monolíticos e compósitos deverão crescer a taxas de 25,0%, 17,4% e 3,0%, respectivamente.
A Figura 4.7 mostra as previsões do mercado de nanomateriais no pe-ríodo 2004-2010.
Figura 4.7 Mercado global de nanomateriais: 2004-2010
Fonte: Adaptada de BCC Research (2005).
80
Panorama Nanotecnologia
Na sequência, a título de ilustração, listam-se algumas das 85 empresas que integram o mercado global de nanomateriais e que se encontram relacionadas no estudo da BCC Research: Basf AG; Bayer AG; Biophan Technologies; Capacitive Deionization Technology Systems Inc.; Covion Organic Semiconductors GmbH; Degussa AG; Dendritic Nanotechnologies Inc.; E. I. du Pont de Nemours and Company; Eastman Kodak Co.; Eka Chemicals Colloidal Silica Group; Nanophase Technologies Corp.; Rhodia S.A.; Nalco Chemical Co.; Nanogate Technologies GmbH; NanoGram Corp.; Ishihara Sangyo Kaisha Ltd.; UltraDots Inc.; e Zyvex Corp.
Focalizando-se os nanointermediários, tem-se que, em 2005, os nano-compósitos de argila responderam por 24% do consumo total de nano-compósitos, em valor.44 Em seguida, os nanocompósitos de metal e de óxido metálico (19%) e compósitos de nanotubos de carbono (15%). Para o horizonte de 2011, estima-se que os nanocompósitos aumentem sua participação no mercado para 44%. Entre 2005 e 2011, prevê-se que intermediários como nanocompósitos de metal, de óxido metálico e cerâmicos aumentarão suas participações para 20% e 11,5%, respectiva-mente, nesse período.
Ao contrário, os compósitos de nanotubos de carbono perderão mer-cado, chegando a 7,5%, em 2011. Os setores de autopeças, energia e de embalagens foram os que mais demandaram aplicações baseadas em nanocompósitos em 2005, com 29%, 28% e 19% de participação no mercado, respectivamente. Outras aplicações importantes foram em revestimentos (14%) e em dissipadores eletrostáticos – ESD (8%). Em 2011, prevê-se que o setor de embalagens será o líder em aplicações de nanocompósitos, com cerca de 28% desse mercado.
A Figura 4.8, a seguir, mostra a tendência do mercado global de nano-compósitos, nanopartículas, nanoargilas e nanotubos, compreendendo o período 2005-2011.
81
Mer
cadoFigura 4.8 Mercado global de nanocompósitos, nanopartículas,
nanoargilas e nanotubos: 2005-2011
Fonte: Adaptada de BCC Research (2005).
As aplicações de nanotecnologias no setor de energia permanecerão em segundo lugar, em 2011, com mais de 26% do mercado. Aplicações no setor automotivo estarão em terceiro lugar em termos de aplicações naquele ano, com mais de 15% do mercado, seguidos de revestimen-tos, com 14%. Nanopartículas estão também presentes em cosméticos, tintas e materiais de construção, enquanto que dispositivos eletrônicos usam filmes ultrafinos e nanoestruturas semicondutoras e magnéticas. De modo ainda muito restrito, nanopartículas estão sendo testadas, e eventualmente usadas, em alguns processos terapêuticos para trata-mento de câncer.
Os produtos nanoeletrônicos (memória) passaram à frente dos nanoele-trônicos (lógicos) e representam um mercado de US$ 20 bilhões.45 Me-mórias não-voláteis de nanocristais de silício passam a substituir flash e MRAM (Magnetoresistive Random Access Memory), tornando-se uma tecnologia de memória “universal” e liderando esse mercado. Adicional-
82
Panorama Nanotecnologia
mente, as tecnologias nanoeletrônicas lógicas deslocarão CMOS (comple-mentary metal-oxide-semiconductors) e encontrarão espaço nesse merca-do na próxima década. O mercado global para dispositivos nanofotônicos é projetado para crescer a uma taxa média anual de 85,5%, a partir de US$ 420,7 milhões, em 2004, para US$ 9,325 bilhões, em 2009.46 LEDs nanofotônicos com aplicações de displays de plasma e telas planas res-ponderam por mais de três quartos do mercado em 2003. LEDs, além de representar o maior segmento deste mercado, é o que mais crescerá, com uma taxa projetada para mais de 90% entre 2003 e 2009.
A Figura 4.9, a seguir, mostra a tendência do mercado global de nanoe-letrônica, compreendendo o período 2003-2013.
Figura 4.9 Mercado global de nanoeletrônica: 2003-2013
Fonte: Adaptada de BCC Research (2004).
A Figura 4.10 apresenta a previsão do mercado global de dispositivos nanofotônicos, compreendendo o período 2003-2009.
83
Mer
cadoO mercado global para as aplicações da nanobiotecnologia tende a
crescer no período 2008-2010,47 devendo atingir US$ 3,4 bilhões em 2010, considerando-se uma taxa média de crescimento anual de 30,3%. Aplicações de nanodispositivos, especialmente nanosensores usados em sistemas de liberação controlada de drogas, constituirão o segmento de maior participação no mercado (50%).
Figura 4.10 Mercado global de dispositivos nanofotônicos: 2003-2009
Fonte: Adaptada de BCC Research (2005).
As aplicações de nanopartículas respondem por 21,4%, materiais na-noestruturados por 18,4%, e nanocompósitos por 5,1%. Por volta de 2010, espera-se que as aplicações em nanopartículas ultrapassem os na-nodispositivos, tornando-se o segmento mais importante, com 39,6% do mercado versus 23,1% dos nanodispositivos. Prevê-se o crescimento também de aplicações na área médica, cuja participação no mercado deverá atingir 60,3%, em 2010. Aplicações na área ambiental deverão
84
Panorama Nanotecnologia
decrescer, enquanto os segmentos de agroindústrias e alimentos aumen-tarão sua participação de 5,1% para 113,4%.
A Figura 4.11, a seguir, mostra a tendência do mercado global das aplicações de nanobiotecnologia, compreendendo o período 2004-2010. O mercado de aplicações da nanotecnologia em energia é de cerca de US$ 4,35 bilhões em 2006, um patamar que é esperado que cresça para US$ 4,73 bilhões, em 2007, e US$ 7,12 bilhões, em 2012, considerando-se uma taxa média anual de crescimento de 8,4%, nos próximos cinco anos.48 Se as enzimas forem excluídas, o mercado de nanotecnologias em aplicações energéticas deverá alcançar US$ 3,78 bilhões, em 2012. Enzimas industriais dominam esse mercado, com uma participação de 57,8%, em 2006, declinando a 46,9% por vol-ta de 2012. Desde 2006, os monolíticos nanoestruturados, dentre os quais catalisadores de zeólitas usados no refi no de petróleo represen-tam o mais importante segmento, detêm a segunda maior parcela de mercado (34,6%).
Figura 4.11 Mercado global das aplicações de nanobiotecnologia: 2004-2010
Fonte: Adaptada de BCC Research (2004).
85
Mer
cadoA participação dos monolíticos nanoestruturados nesse mercado tende a
crescer, chegando próximo a 36,3%, por volta de 2012.
Os métodos convencionais de remediação têm gerado resultados não satisfatórios e marginais. Esses métodos deverão ser substituídos por métodos e tecnologias mais robustos e efetivos baseados em nanotecno-logias, tão logo essas estejam em fase de comercialização. Esse condi-cionante foi a base para a estimativa bastante auspiciosa de US$ 2,385 milhões para 2010, considerando-se uma taxa de crescimento média anual de 192,2%.49
A Figura 4.12, a seguir, mostra a tendência do mercado global das apli-cações de nanotecnologia no setor de energia, compreendendo o perí-odo 2006-2012.
Figura 4.12 Mercado global das aplicações de nanotecnologia em energia: 2006-2012
Fonte: Adaptada de BCC Research (2007).
86
Panorama Nanotecnologia
O segmento de nanotecnologias voltado para a proteção ambiental
alcançou US$ 166,2 milhões em 2005 e foi projetado para crescer a
uma taxa de 53,0%, devendo alcançar, segundo as previsões, a faixa de
US$ 1,394 milhões, em 2010. O segmento de manutenção é projetado
para alcançar US$ 1,690 milhões, em 2010.
A Figura 4.13, a seguir, mostra a tendência do mercado global das apli-
cações de nanotecnologia na área ambiental, compreendendo o perío-
do 2003-2010.
Figura 4.13 Mercado global da nanotecnologia em aplicações ambientais: 2003-2010
Fonte: Adaptada de BCC Research (2007).
4.2 Mercado de nanotecnologia no Brasil
A oferta de produtos, processos e serviços ligados à nanotecnologia no
Brasil não vem acompanhando os indicadores da produção científi ca que
foram reportados na Seção 2.1 e que, segundo os quais, o país se encon-
tra hoje na 25ª posição do ranking mundial, de acordo com os critérios
adotados no estudo da Science-Metrix.50
87
Mer
cadoConsiderando-se todos os componentes da cadeia de valor representa-
da na Figura 4.11, observa-se um reduzido número de empresas que
incorporam nanotecnologias em seus produtos ou processos; ou que
fabricam nanomateriais, nanointermediários ou nanoferramentas. Esse
fato tem forte relação com a posição pouco expressiva do Brasil em re-
lação ao seu portfolio de patentes em nanotecnologia, principalmente
quando comparado a países como China, Taiwan, Coreia e Índia, para
citar alguns exemplos.
As pesquisas que estão sendo desenvolvidas no país indicam que as opor-
tunidades de negócio em nanotecnologia tendem a surgir primeiramente
nos mercados de cosméticos, produtos provenientes da indústria química
(catalisadores, tintas, revestimentos) e petroquímica, plásticos, borrachas
e ligas metálicas, conforme as conclusões de estudo do MCT.51
O Brasil não possui ainda uma base de dados sistematizada sobre o
mercado dos produtos, processos e serviços baseados em nanotecno-
logia.52 Como conceituado na introdução deste Capítulo, é oportuno
conceber tal sistemática, considerando a cadeia de valor da nanotecno-
logia e seus componentes, alternativamente aos métodos convencio-
nais de estudos de mercado. Pela cadeia de valor é possível identificar
quais empresas estão investindo em P&D para aplicações nanotecnoló-
gicas nas suas áreas de atuação no Brasil e qual a previsão das futuras
margens operacionais.
De fato, como mencionado em diversos trabalhos anteriores,53 a pro-
jeção e análise de mercado em nanotecnologia é tarefa bastante difí-
cil, por se tratar de uma área tecnológica pervasiva a todos os setores
da economia. No entanto, levantamentos de mercado internacionais,
como os que foram apresentados neste Capítulo, mostram que os prin-
cipais setores de aplicação da nanotecnologia, em nível global, são:
88
Panorama Nanotecnologia
produtos químicos e semicondutores, que respondem por 53% e 34% de todo o mercado de nanotecnologia.
Setores como farmacêutico, automotivo e defesa respondem por par-celas menores do mercado global de nanotecnologia (de 1 a 7%). Se-gundo a BCC Research,54 os setores que terão taxas de crescimento expressivas até 2013 são: eletrônicos, aplicações biomédicas e bens de consumo fi nal, com taxas de 30,3%, 56,2% e 45,9%, respectivamente, nos próximos cinco anos.
Para fi nalizar esta seção, apresenta-se, a seguir, um quadro-resumo dos produtos de nanotecnologia desenvolvidos no Brasil, conforme divul-gado pelo MCT, em 2007 (Quadro 4.1).
Complementarmente, na Seção 5.3, dedicada a investimentos, apre-sentam-se as empresas e respectivos projetos apoiados por seis editais no Brasil, no período 2004-2007. Mais especifi camente, no Quadro 4.1, encontram-se discriminadas, por edital, as empresas e respectivos projetos apoiados no período. Essas informações vêm complementar a relação de empresas e produtos do Quadro 5.2 e são de grande valia na perspectiva de mercados potenciais, pois apontam para os futuros produtos e processos baseados em nanotecnologia de empresas bra-sileiras e permitem estimar a entrada desses produtos e processos em seus respectivos mercados.
89
Mer
cadoQuadro 4.1 Produtos de nanotecnologia desenvolvidos no Brasil
Produto Empresa Descrição Aplicação
Língua Eletrônica
Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa)
Sensor gustativo.Avalia a qualidade de líquidos e identifica sabores.
Grafite Faber Castell
Lápis com nanopartículas
organometálicas adicionadas.
Mais resistência, maciez e intensidade de cor.
n-Domp Ponto QuânticoDosímetro de raios
UV.
São três camadas de filmes finos: - A primeira guarda as informações da dose de UV; - A segunda permite a leitura da dose; e - A terceira bloqueia interações com água.
Biphor Bunge
Tinta branca com nanopartículas de fosfato amorfo de
alumínio.
Substitui o dióxido de titânio, que é tóxico, sendo não tóxico, mais barato e dando maior durabilidade.
Prótese ArterialNano
EndoluminalEndoprótese para cirurgia aórtica.
Sistema nanoestruturado que diminui o tempo de internação dos pacientes.
True Life Silpure DiklatexNanopartículas de prata aderidas ao
tecido.
Evita o mau odor, a descoloração do tecido e manchas.
Secador de cabelos
Nanox/TAIFF
Primeiro secador de cabelo desenvolvido
à base de nanotecnologia.
Nanopartículas de titânio que eliminam bactérias e fungos do ar.
Sistema de liberação
controlada de drogas
Nanocore Nanocápsulas.Menores concentrações e toxicidade; maior efetividade da droga; efeito terapêutico local.
Taubarez T 940Indústrias
Químicas de Taubaté
Dispersão aquosa aniônica de
copolímero de estireno butadieno
carboxilado.
Utilizado como um polímero barreira em cartões e papel (embalagens), para água e óleo.
continua...
90
Panorama Nanotecnologia
Continuação do Quadro 4.1
Revestimentos Nanox
Tecnologia S.A.
Revestimentos nanoestruturados.
Resistência a altas temperaturas, corrosão, contaminação biológica, água, produtos químicos.Aumentam em 100% a vida útil do equipamento.Aplicação no setor petroquímico, farmacêutico, automobilístico e da construção civil.
Vitactive nanoserum antissinais
O Boticário Nanocosmético.
Possui sistema de “liberação direcionada” dos ingredientes ativos nas camadas da pele: Comucel (complexo antienvelhecimento); Priox-in (complexo antioxidante); Lumiskin® (clareador e atenuador de olheiras) e vitaminas A, C e K.
CVdntus CVD
Ponta odontológica ultrassônica constituída de uma pedra única de diamante depositada
por CVD.
Alta durabilidade; silencioso, indolor, preciso; ausência de sangramento (não corta tecido mole); não agressivo ao meio ambiente.
Nanocompósitos de polipropileno
e polietilenoBraskem Nanocompósitos.
Aplicação no setor de embalagens, automobilístico, engrenagens, máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos etc.;Maior durabilidade, resistência ao calor, impermeabilidade à umidade e óleo.
Fonte: MCT (2007).
Buscou-se apresentar nesta seção uma visão geral sobre o mercado na-cional dos produtos, processos e serviços baseados em nanotecnologias, ressaltando-se que o Brasil não possui ainda uma base de dados de merca-do sistematizada sobre essa área.55 Recomenda-se modelar tal sistemática, considerando a cadeia de valor da nanotecnologia e seus componentes, alternativamente aos métodos convencionais de estudos de mercado.
Notas
33 RNCOS (2008). Nanotechnology Market Forecast till 2011. Delhi: RNCOS E-Services Pvt Ltd. Apr 2008. 139 p.
34 CIENTIFICA (2008). The Nanotechnology Opportunity Report. Executive Summary. Third edition. June 2008. London: Cientifi ca Ltd. 49 p.
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silDescreve-se nesta seção o quadro atual, no Brasil, em relação às dimen-
sões da INI-Nanotecnologia, compreendendo dados e informações sobre recursos humanos, infraestrutura, investimentos e aspectos mercadoló-gicos, marco regulatório, aspectos éticos e de aceitação pela sociedade.
5.1 Recursos humanos
Apresenta-se, inicialmente, a situação atual dos grupos de pesquisa de nanociência e nanotecnologia no Brasil, baseada em pesquisa realizada pelo CGEE em dezembro de 2008, compreendendo consulta a duas bases de dados: a ISI Web of Science56 e o Diretório dos Grupos de Pes-quisa no Brasil.57
A consulta à base ISI Web of Knowledge teve como objetivo identifi-car: (i) o número de pesquisadores brasileiros que publicaram trabalhos em nanociência e nanotecnologia, registrados nessa base no período de 2005 a 2008; (ii) as principais instituições brasileiras às quais esses autores estão vinculados, tratando-se adequadamente os acrônimos; (iii) principais áreas de especialização, segundo as quais os trabalhos foram indexados nessa base.
Ao abordar a problemática da delimitação em bases de dados de áreas multidisciplinares como a nanociência e nanotecnologia, faz-se necessá-rio descrever os passos seguidos na recuperação dos dados e os recursos que as bases de dados selecionadas oferecem.
A base internacional ISI Web of Science foi escolhida pela sua abrangên-cia e reconhecida qualidade, atribuídas aos rigorosos critérios adotados pela Thompson Scientific Information, instituição responsável por sua criação, manutenção e alimentação. Para a elaboração dos gráficos apre-sentados nesta seção, utilizou-se a ferramenta estatística interna da base consultada, denominada “Analyze Results”.
94
Panorama Nanotecnologia
Procurou-se construir as estratégias de busca na modalidade “SCI – Advanced Search”, adotando-se os termos-chave de estudo anterior sobre a competência nacional em nanociência e nanotecnologia no período 1994 a 2004,58 acrescidos de alguns descritores presentes na Plataforma-Lattes e no Portal Inovação referentes a grupos de pesquisa e pesquisas em curso nessas áreas. A estratégia de busca utilizada na consulta à base ISI Web of Knowledge utilizou os seguintes termos: “nanoparticle*”, “nanotub*”, “nanocrystal*”, “nanostructure”, “nanobio”, “bionano”, “nanomaterial*”, “nanocomposite*”, “nanofi ber*”, “nanowire*”, “spintronic*”, “quantum dots”, “quantum wire*”, “fullerene*” e “optoelectronic*”. A busca foi delimitada pelos campos “Title” e “Publication year” e os resultados globais obtidos no início foram analisados com a ferramenta estatística da própria base (“Analyze Results”), utilizando-se o critério “Country”= Brazil.
No período 2005-2008, foram identifi cados 833 artigos publicados por 2.242 pesquisadores brasileiros e 541 instituições às quais os pesquisa-dores estão vinculados.
A Figura 5.1 mostra a evolução do número de artigos de pesquisadores brasileiros em nanociência e nanotecnologia, destacando-se os dois úl-timos anos, com 256 artigos em 2008 e 248 em 2007, em um total de 833 artigos indexados na base consultada.
Figura 5.1 Evolução do nº de artigos de pesquisadores brasileiros em nanociência e nanotecnologia: 2005-2008
Campo: Ano de Publicação
ContagemRegistro
% de 833Gráfi co de
Barras
2005 151 18,1273%
2008 178 21,3685%
2007 248 29,7719%
2008 256 30,7323%
Fonte: Adaptada de Base de dados Web of Science. Acesso em dez 2008.
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silA seguir, apresentam-se as competências brasileiras identificadas na base
Web of Science, em função dos termos-chave utilizados na busca (Figura 5.2). Considerou-se um número de artigos maior ou igual a 10 ocorrên-cias por termo de busca.
Figura 5.2 Competências brasileiras identificadas na base Web of Science: 2005-2008
Fonte: Base de dados Web of Science. Acesso em dez 2008.
Destacam-se na Figura 5.2, as competências em nanopartículas e nano-tubos, expressas pelo número de artigos publicados por autores brasilei-ros e indexados na base pesquisada (218 e 213 artigos). Em uma segun-da faixa, que varia de 123 a 103 artigos indexados, situam-se os termos nanocristais, nanoestruturas e quantum dots. A terceira faixa compre-ende os termos nanocompósitos, nanofios, fulereno, fios quânticos e nanofibras. Essas informações poderão ser comparadas com as obtidas por meio de busca à base nacional “Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil”, utilizando-se os mesmos termos (vide Figuras 5.5 e 5.6).
96
Panorama Nanotecnologia
Na sequência, apresentam-se as principais instituições brasileiras às quais esses autores estão vinculados, considerando-se um número de artigos maior ou igual a 10 ocorrências por instituição e tratando-se adequada-mente os acrônimos (Figura 5.3).
Figura 5.3 Instituições brasileiras às quais os pesquisadores brasileiros em nanociência e nanotecnologia estão vinculados: 2005-2008
Fonte: Base de dados Web of Science. Acesso em dez 2008.
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silA Figura 5.3 revela que 68% dos 833 artigos de autores brasileiros inde-
xados na base Web of Science vinculam-se a instituições localizadas no estado de São Paulo: USP (204 artigos); Unicamp (138 artigos); Ufscar (87 artigos); Unesp (67 artigos); LNLS (44 artigos); UFABC (14 artigos) e Inpe (13 artigos). Merecem ainda destaque: UFMG, UFRGS, UFRJ, UFCE e UFPE, com respectivamente 85, 63, 54, 46 e 40 artigos indexados.
Destacam-se ainda as áreas de especialização segundo as quais os 833 artigos foram indexados pela base ISI Web of Science, refletindo-se a mul-tidisciplinariedade das áreas e temas de N&N (Figura 5.4). Observa-se que os percentuais significativos referem-se diretamente às áreas de ciência dos materiais multidisciplinar (28,69%); física: matéria condensada (25,57%); física aplicada (23,77%); fisicoquímica (19,56%); nanociência e nanotec-nologia (15,25%); e química multidisciplinar (12,12%). As demais áreas apresentam baixa concentração, com percentuais abaixo de 10%.
Figura 5.4 Áreas de especialização dos artigos publicados por pesquisadores brasileiros em nanociência e nanotecnologia: 2005-2008
Campo: Área Temática Contagem / Registro % de 833 Gráfico de Barras
Ciência de materiais, multidisciplinar 239 28,6915%
Física, matéria condensada 213 25,5702%
Física, aplicada 198 23,7695%
Química, Física 163 19,5678%
Nanociência e Nanotecnologia 127 15,2461%
Química, multidisciplinar 101 12,1248
Ciência dos polímeros 45 5,4022
Eletroquímica 39 4,6819
Física, atômica, molecular e química 36 4,3217%
Física, multidisciplinar 33 3,9616%
Fonte: Adaptada de Base de dados Web of Science. Acesso em dez 2008.
98
Panorama Nanotecnologia
Complementarmente, buscou-se identifi car por meio de pesquisa no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil:59 (i) o número de grupos de pesquisa e de pesquisadores atuantes em N&N e respectivas áreas principais de conhecimento (AP), segundo classifi cação da Plataforma Lattes; (ii) instituições brasileiras às quais esses grupos estão vinculados; (iii) distribuição geográfi ca dos grupos de pesquisa. Da mesma forma que no procedimento anterior, procurou-se construir as estratégias de busca, adotando os termos-chave do estudo anterior de mapeamento da competência nacional em N&N, acrescentando-se, porém, alguns novos termos, devido à atualização da própria base de dados e à aderência aos temas abordados no presente estudo prospectivo.60
Como resultados gerais, foram identifi cados 3.502 pesquisadores, 469 grupos de pesquisa distintos em N&N, atuantes em 24 Unidades da Fe-deração e em 104 instituições acadêmicas e de pesquisa (Anexo I). É importante levar em consideração que o mesmo pesquisador pode atuar em mais de um grupo de pesquisa, o que explica, em parte, a diferença entre os resultados obtidos junto à base internacional e às brasileiras. Os resultados diferentes sugerem também que o Brasil já possui uma ativi-dade signifi cativa em N&N, mas somente nos últimos três anos ela vem se consubstanciando em termos de publicações em periódicos indexados na ISI Web of Science (Figura 5.2).
A pesquisa no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, do CNPq, per-mitiu identifi car 469 grupos certifi cados que declararam ser atuantes nas áreas de nanociência e nanotecnologia. Nesses grupos, foram iden-tifi cados 3.502 pesquisadores, cuja distribuição por termo de busca é mostrada na Figura 5.5.
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silFigura 5.5 Número de pesquisadores envolvidos em grupos de pesquisa em
nanociência e nanotecnologia: 2008
Fonte: CNPq (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.
A Figura 5.5 mostra que um número bastante significativo de pesquisado-
res investigam nanopartículas (1040 pesquisadores), nanoestruturas (832),
materiais nanoestruturados (719), nanocompósitos (581), nanomateriais
(448), nanotubos (445), nanofibras (121), nanofios (97) e nanoesferas
(63). Os demais termos de busca, como nanobiotecnologia, nanofotônica,
nanoeletrônica, spintrônica e optoeletrônica encontram-se em um segun-
da faixa de concentração, que varia de 245 a 70 pesquisadores.
A Figura 5.6 apresenta a distribuição dos 469 grupos de pesquisa em
função dos termos de busca adotados pelo CGEE, considerando-se um
número maior que 8 ocorrências.
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Panorama Nanotecnologia
Figura 5.6 Número de grupos de pesquisa em nanociência e nanotecnologia por termo de busca: 2008
Fonte: CNPq (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.
Comparando-se as informações da Figura 5.6 com as da Figura 5.5, ob-servam-se padrões semelhantes de distribuição, com um número igual-mente importante de grupos investigando nanopartículas (119 pesqui-sadores), nanoestruturas (102), materiais nanoestruturados (95), nano-compósitos (75), nanotubos (65) e nanomateriais (63). Em um segundo patamar, encontram-se os grupos ligados aos temas nanobiotecnologia, nanofotônica, nanoeletrônica, spintrônica e optoeletrônica, variando de 8 a 22 grupos de pesquisa.
Comparando-se ainda com as informações obtidas pela pesquisa junto à base Web of Science (Figura 5.2), confi rma-se a maior concentração de pesquisa nos tópicos associados ao tema nanomateriais.
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silA Figura 5.7 apresenta o ranking das instituições brasileiras com mais de
5 grupos de pesquisa em N&N cadastrados na Plataforma Lattes.
Figura 5.7 Instituições com mais de 5 grupos de pesquisa em nanociência e nanotecnologia: 2008
Fonte: CNPq (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.
Do conjunto de 104 instituições identificadas, a Universidade de São Paulo (USP) é a instituição com o maior número de grupos de pesquisa cadastrados na Plataforma Lattes e relacionados com os termos-chave de busca empregados pelo CGEE. Seu valor é quase o dobro da segunda colocada, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na faixa de
102
Panorama Nanotecnologia
até 20 grupos, além das duas primeiras posições, situam-se a Universida-de Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp), a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Esta-dual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A análise da distribuição geográfi ca da competência nacional em N&N apre-sentada na Figura 5.8 ressalta a posição de liderança do estado de São Pau-lo, que concentra 144 grupos, seguido dos estados do Rio de Janeiro (61 grupos), de Minas Gerais (54 grupos) e do Rio Grande do Sul (46 grupos).
Figura 5.8 Distribuição geográfi ca dos grupos de pesquisa em nanociência e nanotecnologia: 2008
CE3%
BA3%
PB2% DF
2%
SC5%
PE5%
PR6% Outros (<10)
9%
SP30%
RJ13%
MG12%
RS10%
Fonte: CNPq (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.
A Figura 5.9 apresenta as áreas de conhecimento principais declaradas pelos grupos, destacando-se as áreas de física, química e engenharia de materiais e metalúrgica, em um total de 33 áreas de conhecimento identifi cadas na pesquisa.
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silFigura 5.9 Áreas de conhecimento declaradas pelos grupos de pesquisa em nanociência e
nanotecnologia: 2008
Fonte: CNPq (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil.
Buscou-se nesta seção apresentar a situação atual dos grupos de pesqui-
sa de nanociência e nanotecnologia no Brasil, baseando-se em pesquisa
realizada pelo CGEE, em dezembro de 2008, que compreendeu consulta
a uma base internacional (ISI Web of Science) e a uma base nacional
(Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil).
As análises dos resultados das duas bases mostraram que o conjunto de
termos-chave de busca adotados pelo CGEE para a nanociência e nano-
tecnologia permitiu recuperar as informações com abrangência adequa-
da e mapear as competências nacionais nas diversas áreas de N&N e as
instituições nacionais vinculadas às mesmas.
As competências nacionais concentram-se nos seguintes temas: na-
nopartículas, nanotubos, nanocristais, nanoestruturas, quantum dots
e nanocompósitos. Nessas áreas, os pesquisadores brasileiros têm
104
Panorama Nanotecnologia
apresentado um número signifi cativo de artigos indexados, muitos
desses com elevado impacto, quantifi cado por suas citações pela pró-
pria base internacional.
Os resultados mostram ainda que há um contingente expressivo de 3.502
pesquisadores em torno de 469 grupos de pesquisa registrados pelo Di-
retório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Avalia-se que esse conjunto
constituiu uma massa crítica considerável, capaz de mobilizar e formar
novos recursos humanos para fazer frente aos desafi os e oportunidades
de novas aplicações da nanotecnologia nos próximos anos.
Conforme apresentado nas Figuras 5.3 e 5.7, são várias as instituições
que têm desempenho signifi cativo nas áreas de N&N, dentre elas: a Uni-
versidade de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas, a Univer-
sidade Federal de São Carlos, a Universidade Federal de Minas Gerais, a
Universidade Estadual Paulista, a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Federal de
Pernambuco, a Universidade Federal do Ceará, o Laboratório Nacional de
Luz Síncroton e a Universidade de Brasília.
Frente aos desafi os, no país, associados ao futuro de aplicações baseadas
em nanotecnologias, essas instituições terão um papel muito importante
na implementação das ações voltadas para o desenvolvimento da dimen-
são “Recursos Humanos”.
5.2 Infraestrutura
A infraestrutura física e político-legal, que vem dando sustentação ao pro-
gresso obtido na área de nanociência e nanotecnologia no país, foi cons-
truída ao longo dos últimos sete anos, de forma parcialmente coordena-
da. Do ponto de vista de infraestrutura física, não há ainda um inventário
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sildos equipamentos de médio e grande porte adquiridos neste período,
para uso em sistemas de nanocaracterização. No aspecto de estruturas
políticas que apoiam a inovação em nanotecnologia, podemos identificar
e elencar um conjunto de órgãos de fomento e programas, que começam
a promover editais com regularidade, tanto para a pesquisa acadêmica,
como para a inovação tecnológica e desenvolvimento de produtos.
Para consolidar um sistema de apoio industrial em nanotecnologia, será
necessário para o país dispor de um inventário dos principais equipamen-
tos disponíveis, bem como de um portal apontando todas as formas de
apoio de fomento, proteção à propriedade intelectual, regulação de negó-
cios, promoção de colaboração entre stakeholders, entre outras ações.
A nanotecnologia certamente exige facilidades especiais, que por sua
vez representam um grande investimento em equipamentos, instalações
e em capacitação de recursos humanos, além de gastos expressivos em
manutenção e operação das facilidades. Por essa razão, a manutenção
e a melhoria do parque nacional de instrumentação exigem que se su-
perem duas grandes barreiras: (i) o estabelecimento de parcerias justas e
eficazes entre a pesquisa e a indústria; (ii) o despreparo da infraestrutura
e das instalações brasileiras para atuar no setor, especialmente em nano-
fabricação e nanoeletrônica.
O Brasil já possui um significativo parque instrumental, caracterizado por
equipamentos de médio e grande porte, constituído pela ação direta do
Ministério da Ciência e Tecnologia (CBPF, LNLS) e por meio de vários pro-
gramas federais e estaduais, como o PADCT, Pronex, Projetos Temáticos,
Projetos de Equipamentos Multiusuários, Programas de Infraestrutura
(inclusive o CTInfra) e os Institutos do Milênio. Como será discutido no
item “Investimentos” desta seção, os recursos usados na aquisição dos
mesmos foram resultado de financiamento de agências federais e, muitas
106
Panorama Nanotecnologia
vezes, de Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa, especialmente as dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A seguir, busca-se identifi car os locais nos quais se concentram equi-pamentos de médio e grande porte para preparação, caracterização e manipulação de estruturas nanométricas, bem como as principais agências de fomento e seus programas que apoiam nanociências e nanotecnologias.
De uma forma geral, os principais equipamentos usados na caracteriza-ção de nanomateriais são os microscópios eletrônicos de transmissão, microscópios eletrônicos de varredura, microscópios de força atômica, sistemas para nanolitografi a etc. Há pelo menos 10 instituições públi-cas equipadas com esses equipamentos, sendo utilizados principalmente para pesquisa básica. Essas instituições estão listadas no Quadro 5.1, com uma breve apresentação e respectivos endereços eletrônicos. Faz-se também uma menção aos laboratórios multiusuários diretamente rela-cionados com a nanotecnologia, apoiados pelo CNPq.
Quadro 5.1 Instituições científi cas e tecnológicas com equipamentos de médio e grande porte para nanocaracterização
Instituição Apresentação e endereço eletrônico
Ceitec
O Centro Nacional em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) é um centro independente de excelência em tecnologia eletrônica, especializado no desenvolvimento e produção de circuitos integrados de aplicação específi ca (ASICs). Na forma de centro multiusuário, o Ceitec colabora com o desenvolvimento de produtos e processos no campo da microeletrônica, com destaque para os setores de telecomunicações, informática, entretenimento, eletrônica embarcada e de consumo.http://www.ceitecmicrossistemas.org.br/portal/
CenPRA
O Centro de Pesquisas Renato Archer é uma instituição do Ministério da Ciência e Tecnologia. Tem a fi nalidade de desenvolver e implementar pesquisas científi cas e tecnológicas no setor de informática.http://www.cenpra.gov.br/
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Embrapa – LNNA
Na Embrapa, foi iniciado em abril de 2006 a construção do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio.http://www.embrapa.com.br
LNLS
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) é um laboratório aberto a usuários do Brasil e do exterior, que oferece condições excepcionais para os cientistas realizarem pesquisas com nível de competitividade mundial. Mantido com recursos financeiros do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o laboratório possui uma infraestrutura que inclui as linhas de luz com estações experimentais instaladas na fonte de luz síncrotron, microscópios eletrônicos de alta resolução, microscópios de varredura de ponta e espectrômetros de massa e ressonância magnética nuclear.http://www.lnls.br
IMMP
O Instituto Multidisciplinar de Materiais Poliméricos congrega uma rede de pesquisadores das áreas de química, física e engenharia que atua, de forma coordenada, em pesquisas e aplicações de propriedades elétricas e/ou ópticas de materiais poliméricos. Os estudos são dirigidos especialmente à área de dispositivos eletrônicos, optoeletrônicos, fotônicos e eletroacústicos, biopolímeros aplicados à medicina e às propriedades de isolação em redes de distribuição de energia.http://www.if.sc.usp.br/~immp/
LabnanoLaboratório multiusuário sediado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).http://www.cbpf.br
InmetroInstituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, atua em diversas áreas, tendo recentemente recebido investimentos na área de nanotecnologia.http://www.inmetro.gov.br
Instituto de Nanociências
O Instituto é formado por mais de setenta pesquisadores trabalhando nos seguintes tópicos em nanociências: (i) nanotubos de carbono e sistemas análogos; (ii) propriedades magnéticas de materiais nanoestruturados; (iii) compósitos e nanoestruturas orgânico/inorgânicos; (iv) nanoestruturas semicondutoras, supercondutoras, e metálicas; e (v) biomoléculas.http://www.fisica.ufmg.br/docs/nanoci/nanoproj.html
Cetene
O Cetene atua como agente promotor para formação de uma ampla rede de competências constituída por pesquisadores com destacada atuação nas áreas da nanotecnologia. O objetivo é estabelecer produtos ou serviços nanotecnológicos a partir do conhecimento acumulado e gerado pelas instituições de pesquisas. A ação do Cetene em busca de geração e transferência de nanotecnologias ao setor produtivo se consolida com a criação do seu Núcleo de Referência em Nanotecnologia do Nordeste. O Núcleo conta com vários grupos de pesquisadores associados distribuídos por diversas instituições de pesquisas da região Nordeste. http://www.cetene.gov.br
Laboratórios Multiusuários
Como resultado do edital 043/2006 do CNPq, foram apoiados 8 laboratórios com equipamentos de médio porte. Uma lista desses laboratórios, com suas respectivas áreas de atuação, pode ser encontrada no relatório do MCT, de dezembro de 2006. Mais 11 laboratórios foram apoiados no edital 10/2007 do CNPq.
Continuação do Quadro 5.1
Instituição Apresentação e endereço eletrônico
Fonte: CNPq (2008).
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Panorama Nanotecnologia
A Figura 5.10 mostra a distribuição geográfi ca desses laboratórios.
Figura 5.10 Distribuição geográfi ca das Instituições Científi cas e Tecnológicas (ICTs) com equipamentos de médio e grande porte para nanocaracterização
Cabe ressaltar que não foram incluídos nessa relação os diversos labo-ratórios que compõem a Rede NanoBrasil (10 laboratórios). Acredita-se que, em vários deles, há equipamentos de médio porte, bem como la-boratórios de empresas que eventualmente tenham equipamentos para aplicação na área de nanotecnologia.
Outro aspecto a destacar é que muitos dos equipamentos desse acervo têm problemas crônicos de instalação, manutenção ou de atualização.
Fonte: CNPq (2008).
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silAdicionalmente, muitos dos equipamentos operam somente em situa-
ção de rotina, por não terem sido equipados com acessórios críticos e utilidades complementares, como por exemplo, uso de baixa e alta tem-peratura, refrigeração, instalação de gases, linha de alimentação “lim-pa”, dentre outras, que os capacitariam a alcançar uma utilização em patamares mais elevados.
As nanotecnologias constituem um conjunto diversificado de tecnologias que necessita de instrumentação avançada, desde o nível dos laborató-rios de grupos até as grandes facilidades nacionais. Torna-se evidente a necessidade de equipamentos no estado-da-arte, para que as atividades de P&D e de nanometrologia, realizados no Brasil, logrem êxito e possam prover uma base sustentável para o desenvolvimento industrial.
A manutenção desses equipamentos e sua atualização, visando a incre-mentar sua utilização em condições mais adequadas e competitivas, deve ser objeto de linhas de ação da Agenda INI-Nanotecnologia. A aplicação de recursos nessa perspectiva poderá gerar, já no curto prazo, impactos positi-vos e significativos sobre as comunidades-alvo, acadêmica e industrial.
Analogamente, torna-se imprescindível a alocação de recursos para que equipamentos de grande porte possam ser disponibilizados para a co-munidade, inclusive por meio de operação semi ou totalmente remota, utilizando os recursos da internet rápida. Hoje, já podem ser contabiliza-das experiências no país que demonstram ser essa possibilidade factível, sendo a maior barreira de natureza cultural. A continuidade de esfor-ços nessa direção também deverá ser objeto de proposição de ações da Agenda INI-Nanotecnologia.
Finalmente, cabe destacar que, para o funcionamento consistente da infraestrutura adequada ao desenvolvimento e comercialização de pro-dutos e processos baseados em nanotecnologias, é fundamental a for-
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Panorama Nanotecnologia
mação e o treinamento de técnicos de nível superior para operação dos equipamentos complexos, manutenção preditiva e preventiva e, eventu-almente, gerenciamento das atividades de instrumentação e controle da produção. Há falta de técnicos de nível superior e médio qualifi cados, capazes de fazer funcionar equipamentos e instrumentos de grande por-te e complexidade, já adquiridos ou de aquisição futura. É essencial que o país possa contar com a atuação de profi ssionais capacitados para: (i) desenvolver instrumentos e métodos de ensaio para uso em nanoescala, capazes de detectar e identifi car nanopartículas e de caracterizar nano-materiais e nanodispositivos; (ii) desenvolver protocolos para testes de bio e ecotoxicidade; (iii) desenvolver protocolos para avaliação do ciclo de vida de materiais em nanoescala, dispositivos e produtos; (iv) desen-volver ferramentas de avaliação de risco relevantes para o campo da na-notecnologia; e (v) desenvolver protocolos para controle e destruição de nanopartículas e entidades em nanoescala.
5.3 Investimentos e aspectos de mercado
Desde o ano de 2000, o governo brasileiro vem empreendendo esforços para a defi nição de um programa para o desenvolvimento e dissemina-ção das nanociências e nanotecnologia. O governo brasileiro, entre 2000 e 2007, investiu, por meio de suas universidades e centros de pesquisa, R$ 160 milhões na pesquisa da nanotecnologia. Somando os investi-mentos do setor privado, estima-se um total de R$ 320 milhões no pe-ríodo.61
As primeiras ações remontam ao fi nanciamento das primeiras redes de nanociências e nanotecnologia, pelo CNPq. Apesar dessas redes não apresentarem foco de atividade bem defi nido – uma consequência do pequeno volume de recursos disponível, os resultados foram fundamen-tais para consolidar uma atividade geografi camente descentralizada e institucionalmente coordenada em N&N. Este fato representou um novo
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silmodelo de organização da atividade de pesquisa no país, ao reunir pes-
quisadores de diferentes instituições e com formações distintas, cumprin-do um importante papel na formação de uma comunidade com forte atuação na área. Essas redes, juntamente com quatro dos Institutos do Milênio implantados também em 2001, representam as primeiras ações no âmbito federal no sentido de apoiar e estimular o desenvolvimento da nanotecnologia no país.
Os recursos, ainda que modestos se comparados com investimentos fei-tos em outros países e mesmo no Brasil nos últimos anos, permitiram que as redes se consolidassem.
Na Tabela 5.1, apresentam-se os montantes de recursos investidos pelo CNPq nas primeiras redes de N&N (Nanobiotec, Nanomat, Renami e Nanosemimat).
Tabela 5.1 Investimentos iniciais nas redes de N&N
Valor em R$ Ano liberação Prazo final para utilização
3.000.000,00 2001 Out 2003
3.000.000,00 2003 Out 2004
1.800.000,00 2004 Out 2005
Total: 7.800.000,00
Entre 2002 e 2005, as redes envolveram 300 pesquisadores, 77 institui-ções de ensino e pesquisa, 13 empresas, foram publicados mais de 1000 artigos científicos e 97 patentes depositadas no INPI.
No ano de 2001, foram criados os Institutos do Milênio, no âmbito do PADCT III, como uma nova alternativa para viabilizar projetos de grande porte e médio prazo, multi-institucional e com uma coordenação vir-
Fonte: CNPq (2005).
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Panorama Nanotecnologia
tual. Foram criados a partir da demanda da comunidade e alguns de-
les tinham sua atuação centrada em N&N. Os institutos com atuação
em N&N foram contemplados com recursos superiores a R$ 22 milhões,
conforme distribuição mostrada na Tabela 5.2.
Tabela 5.2 Recursos para os Institutos do Milênio com atuação em N&N
Instituto Valor (R$) Observações Prazo Final
Instituto de Nanociências 6.210.692,66 Valor para 2001/03 Novembro de 2004
Instituto do Milênio de Materiais Complexos 5.765.631,20 Valor para 2001/03 Novembro de 2004
Rede de Pesquisa em Sistema em Chip, Microssistemas e Nanoeletrônica
5.058.160,61 Valor para 2001/03 Novembro de 2004
Instituto Multidisciplinar de Materiais Poliméricos 5.433.986,78 Valor para 2001/03 Novembro de 2004
Total 22.468.471,25
Os primeiros editais do CNPq que apoiaram atividades de N&N com recur-
sos dos Fundos Setoriais (Petróleo, Energia e Verde-Amarelo) foram publi-
cados ainda em 2003. Foram apoiados, no total, 65 projetos de pesquisa,
como mostrado na Tabela 5.3, sendo que nos projetos apoiados pelo
Fundo Verde-Amarelo a interação com empresas foi colocada como pon-
to relevante na avaliação dos projetos submetidos. Os projetos aprovados
tinham sempre cooperação com pelo menos uma empresa, ainda que
essas não tivessem que aportar recursos para a execução dos projetos.
Tabela 5.3 Editais do CNPq em N&N no exercício de 2003
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
CT-Petro/CNPq 01/2003 2.122.484,00 17 Projetos Novembro/2005
CT-Energ/CNPq 01/2003 3.029.613,00 15 Projetos Novembro/2005
CT-FVA/CNPq 01/2003 1.500.000,00 33 Projetos Fevereiro/2004
Total 6.652.097,00
Fonte: CNPq (2004).
Fonte: CNPq (2005).
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silNo final de 2003, o Programa “Desenvolvimento da Nanociência a da
Nanotecnologia” foi aprovado pelo Congresso Nacional, no âmbito do PPA 2004-2007, com o objetivo de promover o desenvolvimento de no-vos produtos e processos em nanotecnologia, visando o aumento da competitividade da indústria nacional.
Em 2004, a implementação das ações do Programa “Desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia” assegurou o apoio à pesquisa básica, à pesquisa cooperativa entre as ICT e empresas, além de fortalecer as redes existentes e a infraestrutura laboratorial.
Nesse mesmo ano, além do segundo termo aditivo das redes mencio-nado anteriormente, as ações apoiadas no âmbito do PPA 2004-2007 consideravam, pela primeira vez, os estudos sobre aspectos éticos e os impactos sociais da N&N, em particular o edital CNPq 013/2004 que tratava especificamente de estudos sobre o impacto da N&N na socie-dade (Tabela 5.4).
A formação da Rede Renanosoma – Rede de Pesquisa em Nanotecnolo-gia, Sociedade e Meio Ambiente, em outubro de 2004,62 foi resultante desse edital e contou com recursos do CNPq e da Fapesp. Desde então, a rede organizou seminários nacionais e internacionais durante o Quinto e Sexto Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), de 2005, e Cara-cas (Venezuela), de 2006. Ao todo, a Renanosoma já realizou seis semi-nários internacionais, lançou quatro livros, realizou diferentes projetos de pesquisas e articulou-se com diversas entidades de pesquisa, ensino, organizações não governamentais e representação dos trabalhadores. Atualmente, compõe-se de 30 membros de 21 instituições.
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Panorama Nanotecnologia
Tabela 5.4 Editais em N&N no exercício de 2004
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
Edital MT/CNPq 012/2004 3.500.000,00 Pesquisa cooperativa – 15 Projetos Outubro/2006
Edital MCT/CNPQ 013/2004 100.000,00 Impactos da NN – 5 Projetos Outubro/2006
Edital MCT/Finep/FNDCTNanotecnologia – 01/2004
930.000,00 Pesquisa cooperativa – 6 Projetos Novembro/2006
LNLS 2.000.000,00 Ação de apoio a laboratórios e redes -
Eventos 70.000,00 Apoio a eventos científi cos -
Total 6.600.000,00 - -
O primeiro edital Finep/FNDCT/Nanotecnologia de pesquisa coopera-
tiva, lançado com um caráter exploratório da demanda, recebeu 20
propostas, no valor de R$ 5,32 milhões, para recursos de apenas R$
930.000,00, que foram distribuídos por setores da economia, confor-
me mostrado na Figura 5.11. Os projetos envolviam empresas princi-
palmente da área de Saúde.
Figura 5.11 Setores da economia atendidos no edital Finep/Nanotecnologia em 2004
Fonte: CNPq (2004).
Fonte: Finep (2004).
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silOs editais dos Fundos de Energia e Verde-Amarelo foram repetidos em
2004, e mais de R$ 9 milhões para o apoio de projetos e redes coopera-tivas foram investidos em dezenas de projetos (Tabela 5.5).
Tabela 5.5 Editais do CNPq em N&N no exercício de 2004
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
CT-Energ/CNPq 18/2004 4.115.128,45 22 Projetos Novembro/2006
CT-FVA/CNPq 01/2003 5.000.000,00 20 Redes Setembro/2006
Total 9.115.128,45
Os investimentos em 2004 contemplaram ainda um edital RHAE (Recur-sos Humanos em Áreas Estratégicas), cujas informações são apresenta-das na Tabela 5.6.
Tabela 5.6 Edital RHAE/Inovação em 2004
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
RHAE-INOVAÇÃO 7.100.000,00Bolsas para áreas
da PITCENovembro/2006
Total 7.100.000,00
Em 2005, o Programa foi fortalecido com o lançamento da Política Indus-trial, Tecnológica e do Comércio Exterior (PITCE) e com a criação da Ação Transversal de Nanotecnologia dos Fundos Setoriais. Passou a apresentar um novo patamar de investimentos e foi lançado no dia 19 de agosto o Programa Nacional de Nanotecnologia, onde ações apoiadas pelos Fun-dos Setoriais se juntam às ações orçamentárias do PPA. A partir daí, os in-vestimentos do governo federal aumentaram consideravelmente. Assim, o Programa de Laboratórios Estratégicos e Regionais com atuação na área de N&N começou a ser implantado e os recursos destinados aos Labora-
Fonte: CNPq (2004).
Fonte: CNPq (2004).
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Panorama Nanotecnologia
tórios Estratégicos foram concedidos ao LNLS e ao Inmetro. Foram ainda criados o LabNano no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) no Rio de Janeiro e o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) em Recife, como Laboratórios Re-gionais, além de apoiar-se a Embrapa Instrumentação de São Carlos. Os recursos destinados para cada uma dessas instituições em 2005 estão na Tabela 5.7. Os recursos destinados ao Cetene foram liberados apenas em 2006, assim como boa parte dos recursos destinados à Embrapa, comple-tando o total de R$ 15.000.000,00 para os Laboratórios Regionais.
Tabela 5.7 Recursos liberados para Laboratórios em 2005
Laboratórios Estratégicos Valor (R$)
LNLS 12.000.000,00
Inmetro 14.000.000,00
Laboratórios Regionais Valor (R$)
Embrapa 1.000.000,00
CBPF 4.757.406,88
Total 31.757.406,88
A Finep, baseada no sucesso do primeiro edital para N&N, lançou um novo edital em 2005, com recursos disponibilizados de R$ 10,5 milhões. A exigência de contrapartida real por parte das empresas, inexistente no edital de 2004, levou a uma demanda de apenas R$ 8,7 milhões para um total de 17 propostas, sendo que destas apenas 9 foram fi nanciadas, conforme Tabela 5.8.
Tabela 5.8 Editais Finep em N&N no exercício de 2004
Edital Valor (R$) Observações Prazo FinalEdital MCT/Finep/FNDCT
Nanotecnologia – 03/20054.880.000,00
Pesquisa cooperativa9 Projetos
Julho/2007
MCT/Finep/FNDCT – Microeletrônica 01/2005
8.000.000,00 8 Projetos 2008
Fonte: IDB Brasil (2006).
Fonte: Finep (2004).
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silOs setores da economia que foram atendidos nesse edital estão apresen-
tados na Figura 5.12.
Figura 5.12 Setores da economia atendidos no edital Finep/Nanotecnologia em 2005
O Programa de Redes foi retomado em 2005 com o nome de Rede Brasil-Nano, criando-se a segunda geração de redes, a partir do Edital MCT/CNPq 29/2005. Nesse ano, foi lançada uma série de outros editais, além do edi-tal 29/2005. As redes, no total de dez, tornaram-se mais focalizadas, mas ainda não cobrem todo o universo de atividades em N&N no país.
Tabela 5.9 Editais CNPq em N&N no exercício de 2005
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
Edital MT/CNPq 28/2005 3.000.000,00Jovens Pesquisadores
19 ProjetosOutubro/2007
Edital MT/CNPq 29/2005 12.000.000,00 Rede BrasilNano
10 RedesOutubro/2006(primeiro ano)
Edital MT/CNPq 58/2005 1.000.000,00Incubadoras11 Projetos
Outubro/2006 (primeira chamada)Julho /2007 (segunda chamada)
Edital MT/CNPq 31/2005 300.000,00Cooperação França
5 projetosOutubro/2007
Edital MT/CNPq 01/2005 13.500.000,00Institutos do Milênio
5 projetos2008
Total 29.800.000,00 –
Fonte: Finep (2005).
Fonte: CNPq (2005).
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Panorama Nanotecnologia
As sedes das redes têm uma distribuição geográfi ca bastante abrangen-te, conforme mostrado na Figura 5.13.
Figura 5.13 Rede Brasil de N&N e Instituto do Milênio de Nanociências
Apesar do aumento dos recursos alocados pelo CNPq aos editais em N&N, a demanda ainda é muito maior, como mostra o gráfi co referente ao período 2001-2005 (Figura 5.14).
Fonte: CNPq (2005)
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silFigura 5.14 Demanda em N&N por meio dos editais do CNPq no
período 2001-2005
Para os anos de 2006 e 2007, um fato importante foi a reapresentação por parte das agências de fomento, CNPq e Finep, de editais com a mesma abrangência de editais apresentados anteriormente. Assim, os editais para jovens pesquisadores e a presença da nanotecnologia nos editais da Finep se repetiram em 2006, conforme mostrado nas Tabelas 5.10 e 5.11.
Tabela 5.10 Editais CNPq em N&N no exercício de 2006
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
Edital MT/CNPq 42/2006 1.800.000,00Jovens Pesquisadores
32 ProjetosOutubro/2007
Edital MT/CNPq 43/2006 3.900.000,00 Infraestrutura Laboratorial
(Equipamentos Multiusuários)8 Laboratórios
Novembro/2007
Rede BrasilNano 3.600.000,00 10 Redes Outubro/2007 (segundo ano)
Total 9.300.000,00 -
Fonte: CNPq (2001-2005)
Fonte: CNPq (2006)
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Panorama Nanotecnologia
Tabela 5.11 Editais Finep em 2006
Edital Valor (R$) Observações
Chamada Pública MCT/Finep/Subvenção Econômica à Inovação – 01/2006 15.650.421,00 12 Projetos
Carta-Convite MCT/MS/Finep – Ação Transversal – Cooperação ICTs Empresas – 06/2006
3.470.776,00 10 Projetos
Total 19.121.197,00
Ao lado de uma nova iniciativa, a de apoio à infraestrutura laborato-rial, esses foram os principais instrumentos de fi nanciamento à N&N em 2006. Esse edital de apoio à infraestrutura laboratorial com a aquisição de equipamentos de médio porte foi reapresentado em 2007, juntamen-te com o edital para apoio a jovens pesquisadores.
A Figura 5.15 apresenta os setores da economia atendidos na Chamada Pública para Subvenção Econômica à Inovação da Finep, no ano de 2006.
Figura 5.15 Setores da economia atendidos na Chamada Pública para Subvenção Econômica à Inovação da Finep em 2006
Já na Figura 5.16, apresentam-se os setores da economia atendidos na Car-ta-Convite para Cooperação entre ICTs e Empresas da Finep, em 2006.
Fonte: Finep (2006).
Fonte: Finep (2006)
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silFigura 5.16 Setores da economia atendidos na Carta Convite para
Cooperação ICTs Empresas da Finep em 2006
Em 2007, o edital de subvenção da Finep contemplou várias empresas com atividade em N&N. A Figura 5.17 apresenta os setores da economia atendidos no edital de subvenção-segunda lista da Finep em 2007.
Figura 5.17 Setores da economia atendidos no edital de subvenção – segunda lista da Finep em 2007
Fonte: Finep (2006)
Fonte: Finep (2007)
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O fato dos recursos serem destinados essencialmente a empresas dos mes-mos setores da economia em todos os editais e chamadas públicas da Fi-nep, nominalmente saúde e petroquímica, não é particularidade brasileira. Como apresentado anteriormente, esses são os setores que se destacam no mercado internacional de produtos baseados em nanotecnologias.
O montante de recursos disponibilizados pelo Governo Federal em ações de N&N, entretanto, não se limita às ações descritas anteriormente. De fato, um levantamento preliminar nos projetos aprovados na área de Física, no âmbito dos Editais Universais do CNPq, indica que aproxima-damente 20% dos recursos foram investidos em projetos de N&N. Um levantamento detalhado nas demais áreas e programas do CNPq (bolsas, apoio técnico) ainda deve ser feito. Levantamento semelhante deve ser feito junto à Finep e seus editais de infraestrutura. Uma parcela signifi ca-tiva dos investimentos nas instituições públicas foi feita na aquisição de equipamentos e melhoria da infraestrutura para pesquisa em N&N.
Considerando apenas os investimentos do MCT em ações que levaram à elaboração do Programa Nacional de Nanotecnologia, apresenta-se na Figura 5.18 a distribuição dos recursos investidos pelo MCT em ações de N&N no período 2001-2006.
Figura 5.18 Recursos investidos pelo MCT em ações de N&N no período 2001-2006
Fonte: MCT (2001-2006)
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silO máximo de desembolsos observados em 2005 corresponde ao grande
investimento feito naquele ano nos Laboratórios Estratégicos e Regio-nais. No ano de 2007, destacam-se os dois editais do CNPq, que têm se repetido nesses últimos anos: o de Jovens Pesquisadores e o de Infraes-trutura Laboratorial, conforme apresentado na Tabela 5.12.
Tabela 5.12 Editais CNPq em N&N no exercício de 2007
Edital Valor (R$) Observações Prazo Final
Edital MCT/CNPq 09/2007 3.400.000,00 Jovens Pesquisadores Outubro/2009
Edital MCT/CNPq 10/2007 6.300.000,00 Infraestrutura Laboratorial
(Equipamentos Multiusuários)Novembro/2008
Rede BrasilNano 18.000,0 10 Redes Outubro/2008 (terceiro ano)
Total 17.700.000,00
O Edital MCT/CNPq 09/2007 para Jovens Pesquisadores mostra um con-tínuo aumento no número de projetos submetidos nesses três anos, in-dicando claramente o crescimento do número de pesquisadores em N&N (Tabela 5.13).
Tabela 5.13 Indicadores de evolução no edital de jovens pesquisadores em N&N
Edital Nº de pedidos Projetos atendidos
Valor solicitado
Valor do edital (R$ mi)
28/2005 179 19 32,6 3
42/2006 282 32 48 1,8
09/2007 312 43 33,8 3,4
Os projetos submetidos no Edital de Jovens Pesquisadores de 2007 se-guem a seguinte distribuição por área do conhecimento e distribuição regional, conforme as Figuras 5.19 e 5.20, respectivamente:
Fonte: CNPq (2007)
Fonte: Edital MCT/CNPq 09|2007
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Figura 5.19 Distribuição por área dos recursos aprovados no Edital MT/CNPq 09/2007 para pesquisadores com até cinco anos de doutoramento
Engenharia30%
Ciências Humanas
1%Ciências Exatas e da Terra
44%
Ciências da Saúde10%
Ciências Biológicas
9%
Outro3%
Ciências Agrárias3%
Ciências Sociais Aplicadas
0%
Figura 5.20 Distribuição geográfi ca dos projetos solicitados por região no Edital MCT/CNPq 09/2007 para pesquisadores com até cinco anos de doutoramento
SE41%
NE21%
S21%
(em branco)1%
CO7%
N4%
Fonte: Edital MCT/ CNPq 09|2007
Fonte: Edital MCT/ CNPq 09|2007
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silA Figura 5.21 mostra um gráfico com os estados da federação com maior
número de pedidos no edital de jovens pesquisadores em 2007.
Figura 5.21 Distribuição por estado do número de pedidos (>10) no Edital MCT/CNPq 09/2007 para pesquisadores com até cinco anos de doutoramento
O edital para infraestrutura laboratorial foi apresentado pela primeira vez em 2006 sendo repetido agora em 2007. O perfil dos dois editais está apresentado na Tabela 5.14, em que a primeira linha refere-se ao ano de 2006.
Tabela 5.14: Perfil das solicitações nos editais para infraestrutura laboratorial: período 2006-2007
Ano Nº de pedidos
Projetos atendidos
Valor solicitado
Valor do edital (R$ mi)
2006 110 8 66 milhões 3, 975 (6%)
2007 141 10 89,5 milhões 6,3 (7%)
A Figura 5.22 mostra a distribuição por área dos recursos aprovados no Edital MCT/CNPq 10/2007 para infraestrutura laboratorial.
Fonte: Edital MCT/ CNPq 09|2007
Fonte: CNPq (2006-2007)
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Panorama Nanotecnologia
Figura 5.22 Distribuição por área dos recursos aprovados no Edital MCT/CNPq 10/2007 para infraestrutura laboratorial
Engenharias36%
Outra11%
Ciências Exatase da Terra
38%
Ciências da Saúde
7%
Ciências Biológicas
5% Ciências Agrárias
3%
A distribuição por região dos recursos solicitados nesse edital e a distri-buição por estado do número de pedidos (>4) dos recursos são mostra-das nos gráfi cos das Figuras 5.23 e 5.24, respectivamente.
Figura 5.23 Distribuição por região dos recursos solicitados no Edital MT/CNPq 10/2007 para infraestrutura laboratorial
SU20%
SE58%
NE17%
CO4%
NO1%
Os investimentos em N&N feitos pelo governo federal estão longe de se esgotarem nas ações do Plano Nacional de Nanotecnologia. De fato, no
Fonte: Edital MCT/ CNPq 10|2007
Fonte: Edital MCT/ CNPq 10|2007
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silEdital Universal de 2004, na área de Física, cerca de 20% dos recursos
foram concedidos a projetos que tinham como objeto de estudo na-notubos de carbono, nanoestruturas magnéticas, física de superfícies, entre outros, que podem perfeitamente ser classificados como em N&N. Um levantamento cuidadoso dos recursos investidos pelo CNPq e CAPES em bolsas de pós-graduação, mestrado e doutorado, pós-doutorado, no país e no exterior ainda deve ser feito para revelar os recursos investidos em estudantes com trabalho de pesquisa em N&N.
Figura 5.24 Distribuição por estado do número de pedidos (>4) dos recursos solicitados no Edital MT/CNPq 10/2007 para infraestrutura laboratorial
Além disso, existem investimentos em N&N feitos pela Agência Espacial Brasileira (AEB) que não fazem parte dos levantamentos de dados dis-ponibilizados na página do MCT. É importante lembrar que a Iniciativa Americana de N&N considera recursos de todos os Ministérios, o que não acontece no Brasil, em que dados de ministérios importantes, como o Ministério da Saúde, não são contabilizados no contexto da ação bra-sileira de N&N.
Dentre as fundações estaduais de apoio à pesquisa (FAP), a Fapesp é sem dúvida alguma a mais importante. Isso acontece não apenas pelo volume dos investimentos realizados (mais de 500 milhões de reais em 2007, sendo cerca de 150 milhões de reais em bolsas de diferentes ní-
Fonte: MCT/ CNPq 10|2007
128
Panorama Nanotecnologia
veis), mas principalmente pela continuidade de suas políticas ao longo dos anos. No campo das N&N, a Fapesp não tem uma linha de atuação específi ca, entretanto, o apoio a essas atividades vem sendo feito dentro de seus programas, como Projetos Temáticos e Multiusuários, os Cepids, no apoio a pequenas empresas de base tecnológica (Pipe) etc.
Dentre as demais FAP, destaca-se a Fapemig, que agora recupera seu poder de investimento e a Faperj, que nos últimos anos consolidou a segunda posição no ranking das agências estaduais. A exemplo do que ocorre na Fapesp, tanto a Fapemig como a Faperj apoiam a N&N em seus diversos programas de auxílios e bolsas. Além dessas duas agências, as Fundações Estaduais da Bahia e do Ceará têm dado um importante apoio às atividades de N&N em seus estados, e o estado de Pernambuco recentemente anunciou investimentos em N&N, através da FACEPE, re-cuperando assim o apoio à C&T&I.
A Fapemig apóia em seu programa de redes temáticas a Rede Mineira de Nanobiotecnologia. O programa de redes de pesquisa da Fapemig visa possibilitar o acesso de diferentes grupos de pesquisa a uma infraestrutura competente e moderna montada regionalmente e a formação de redes de pesquisa é considerada como uma forma efi caz para a indução ao de-senvolvimento de uma determinada área de pesquisa, bem como para o fortalecimento da capacidade instalada nas Instituições de Pesquisa.
A Faperj, ainda em 2003, criou o Instituto Virtual de Nanociência e Na-notecnologia (INN). A importante participação da comunidade envolvida com atividades de N&N revelou a relevância da área no contexto das atividades de Ciência e Tecnologia do estado do Rio de Janeiro, que viria a se consolidar com o sucesso de vários grupos, redes e pesquisadores do Estado em diferentes editais competitivos da Finep, CNPq e Faperj. Hoje pode-se afi rmar que, ao lado de São Paulo, o Rio de Janeiro é um dos dois mais importantes centros de pesquisa na área. Desse modo, o incen-
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siltivo da Faperj passou a priorizar a nanotecnologia como área estratégica
para os seus programas especiais. No que diz respeito ao incentivo, a atuação do INN ficou restrita à concessão de bolsas de Iniciação Cientí-fica, apoio técnico e de pós-doutoramento e o suporte financeiro para a realização de seminários e workshops.
A seguir, são apresentadas as empresas que receberam apoio por editais no período 2004-2007. No total, foram seis editais que apoiaram 72 projetos de 51 empresas. Do conjunto de empresas, quatro receberam apoio em vários projetos, porém por um único edital. São elas: Angelus Indústria de Produtos (2 projetos); Artecola Indústrias Químicas (2 projetos); Cristália Produtos Químicos (2 projetos) e Oxiteno S.A. (5 projetos). Seis empresas tiveram seus projetos apoiados por mais de um edital, como os casos de: Biolab Sanus Farmacêutica Ltda. (6 projetos, 3 editais); Braskem S.A. (4 projetos, 4 editais); FGM Produtos Odontológicos (2 projetos, 2 editais); In-dústrias Químicas Taubaté S.A. (3 projetos, 2 editais); Petrobras (3 projetos, 2 editais) e Suzano Petroquímica S.A. (2 projetos, 2 editais). As demais 41 empresas tiveram somente um projeto apoiado por um dos seis editais.
A Tabela 5.15, a seguir, apresenta uma síntese desse apoio a projetos de empresas por editais, no referido período.
Tabela 5.15 Visão geral do apoio de empresas por editais no período 2004-2007
Edital Nº de empresas Nº de projetosMCT/CNPq – 12/2004 Pesquisa Cooperativa 9 13
MCT/Finep-FNDCT – 012/2004 ICTs – Empresas 6 6 MCT/Finep/FNDCT – 03/2005 ICTs – Empresas 8 9
MCT/Finep/ FNDCT – 01/2006 Subvenção econômica 12 12MCT/Finep – 06/2006 ICT – Empresas 5 10
MCT/Finep/ FNDCT – 01/2007 Subvenção econômica 20 22 Total 51* 72
Nota: (*) Quatro empresas receberam apoio em vários projetos, porém por um único edital, e seis tiveram projetos apoiados por mais de um edital. Por exemplo: a Braskem S.A. tem 4 projetos em 4 editais, cada um apoiado por um edital distinto. Fonte: Finep (2004/2007)
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Panorama Nanotecnologia
O Quadro 5.2 apresenta as empresas e os respectivos projetos apoiados pelos seis editais do período 2004-2007.
Quadro 5.2 Empresas apoiadas por editais no período 2004-2007
Edital Empresa Título
MCT/CNPq – 12/2004 Pesquisa
Cooperativa
(13 projetos, 9 empresas)
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Nanotecnologia aplicada ao desenvolvimento de fármacos: encapsulamento de antibacteriano e de imunosupressor em
micro e nanopartículas poliméricas.GETEC – Guanabara Química Industrial
Desenvolvimento de catalisadores para hidrogenação de polióis: melhoria na tecnologia atual utilizada pela GETEC e prospecção de novas tecnologias.
Associação Brasileira da Indústria de Café
Desenvolvimento do sistema sensor “língua eletrônica para avaliação de qualidade de café”.
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Preparação de nanodispositivos de liberação controlada de antagonistas do receptor AT1, usando ciclodextrinas, lipossomas e polímeros biodegradáveis.
Lagoa da Serra Ltda.Utilização de lipoproteína nanoestruturada na formulação de diluidor para o
aprimoramento da criopreservação de espermatozoides bovinos.Biolab Sanus
Farmacêutica Ltda.Desenvolvimento e produção de medicamentos
na forma de nanopartículas.Indústrias Químicas
Taubaté S.A.Síntese de látices híbridos reforçados com Montmorillonita para aplicação em
revestimentos especiais nas áreas de papel, têxtil e de tintas.Indústrias Químicas
Taubaté S.A.Produção de látexes catiônicos por modifi cação iônica.
Braskem S.A. Nanocompósitos de poliolefi nas.BioGenetics Indústria
e ComércioDesenvolvimento de sensores biológicos com aplicações no diagnóstico molecular e imunológico de doenças parasitárias e infcciosas humanas.
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Desenvolvimento de nanodispositivos como plataforma tecnológica de formulações farmacêuticas para tratamento de doenças cardiovasculares.
Hewlett-Packard Computadores
Fabricação de moldes para nanolitografi a por impressão
Dixtal Tecnologia Indústria e Comércio
Sensores amperométricos nanoestruturados para monitoramento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
MCT/Finep-FNDCT –
012/2004
ICTs e empresas
(6 projetos, 6 empresas)
Valleé S.A.Desenvolvimento de sistemas micro e nanoestruturados com liberação
controlada de vitamina B12 para aplicações veterinárias.Petrobras – Petróleo
Brasileiro S.A.Obtenção de nanocompósitos biodegradáveis derivados da combinação de
argilominerais com blendas polietileno-amido.
Biosintética FarmacêuticaSíntese e nanoestruturação de uma chalcona
ativa para tratamento da Leishmaniose.Tecnidente Equipamentos
OtodônticosDesenvolvimento e implementação de brackets cerâmicos de ZrO2 e Al2O3
com adição de pigmentos.Cerâmica Sergipe S.A. Revestimentos cerâmicos especiais utilizando nanomateriais.
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Desenvolvimento de novas formulações utilizando nanodispositivos para o tratamento de doenças cardiovasculares.
continua...
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MCT/Finep/FNDCT – 03/2005
ICTs – Empresas
(9 projetos e 8 empresas)
Embrarad – Empresa Brasileira de Radiações
Desenvolvimento de PP com alta força do fundido e extensibilidade por meio da síntese de nanogéis de polipropileno.
Natura Cosméticos S.A. Desenvolvimento de nanocosméticos de ação antioxidante e anti-inflamatória.Óssea Technology Indústria
e Comércio Ltda.Desenvolvimento de biocerâmicas nanoestruturadas, para uso clínico, como
material para regeneração óssea.EF Engenharia Ltda. Nanocompósitos de borracha natural para adesivos e outros produtos.
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Desenvolvimento tecnológico de nanocosméticos.
Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.
Desenvolvimento de nanocompósitos de poliestireno contendo argilas modificadas.
Biocancer – Centro de Pesquisa e Tratamento
de Câncer Ltda.
Desenvolvimento de sistemas nanoestruturados contendo antineoplásticos para tratamento de tumores sólidos e queratoses actínicas.
Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.
Síntese de nanocompósitos de polipropileno por polimerização in situ.
Padtec S.A. Dispositivos ópticos ultrarápidos baseados em quantum dots semicondutores.
MCT/Finep/FNDCT – 01/2006
Subvenção econômica
(12 projetos e 12
empresas)
Chemy – Chemyuniom Química Ltda.
Desenvolvimento de tecnologia transdérmica.
FK Biotecnologia S.A.Consolidação das atividades de pesquisa,
desenvolvimento e inovação da FK Biotecnologia.
Suzano Petroquímica S.A.Desenvolvimento de nanocompósitos propileno-argila:
métodos de obtenção e viabilidade industrial.Indústrias Químicas
Taubaté S.A.Produção de materiais híbridos nanoestruturados.
Nanox Tecnologia S.A.Design de cerâmicas nanoestruturadas
para aplicação em plástico.FGM Produtos
Odontológicos Ltda.Desenvolvimento de materiais dentários contendo nanopartículas como carga.
lorovale Indústria e Comércio de Cloro Ltda.
Pesquisa, desenvolvimento e industrialização de produtos nanoestruturados.
EMS S.A.Nano e submicro partículas como carreadores de
fármacos com alta disponibilidade farmococinética.Vigodent S.A. Indústria
e ComércioAutossuficiência na fabricação de nanocompósitos.
Braskem S.A.Desenvolvimento e estudo de nanocompósitos
de policloreto de vinila.
Itajara Minérios Ltda.Desenvolvimento de equipamento para síntese de óxidos
nanoparticulados como matéria-primas.Aegis Semicondutores Projeto de display monocromático POLED.
continua...
Edital Empresa TítuloContinuação do Quadro 5.2
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Panorama Nanotecnologia
MCT/Finep – 06/2006
ICT – Empresas
(10 projetos e 5 empresas)
Braskem S.A. Nanocompósitos de poliolefi nas.
Embraco Lubrifi cação sólida em componentes para compressores II: ferramentas para o domínio tecnológico e desenvolvimento de componentes em fase protótipo.
Artecola Indústrias Químicas Nanoemulsões.
Oxiteno S.A.Argilas organofílicas para uso como cargas
nanométricas em matrizes poliméricas.Artecola Indústrias Químicas Microesfera e nanoesfera de poliuretano biodegradável.
Oxiteno S.A.Metodologia analítica de investigação de tensoativos modifi cadores de
superfícies e acoplantes para nanocompósitos e nanodispersões por EM.
Oxiteno S.A.Aplicação de nanotecnologia para o desenvolvimento de reator tipo pilha a
combustível para a produção de eteno a partir de gás natural ou biogás.Oxiteno S.A. Caracterização de nanodispersões de defensivos agrícolas.
Oxiteno S.A.Tensoativos para a modifi cação de argilas e a fabricação
de nanocompósitos poliméricos.
FGM Produtos OdontológicosDesenvolvimento de vidro em pó com tamanho de partícula nanométrico e
submicrométrico para aplicação na área de materiais dentários.
MCT/Finep/FNDCT – 01/2007
Subvenção econômica
(22 projetos e 20
empresas)
Cristália Produtos Químicos Novas fórmulas farmacêuticas: nanoemulsões.Angelus Indústria de Produtos Desenvolvimento de porcelanas odontológicas reforçadas com nanopartículas.
Angelus Indústria de ProdutosDesenvolvimento de um adesivo odontológico de alto
desempenho reforçado por nanopartículas.
Internacional Cientifi ca Ltd.Neomap 5Plex – Avaliação e implementação da nanotecnologia
em triagem neonatal (teste do pezinho).Braskem S.A. Resinas de alta performance em nanotecnologia.
Magnesita S.A.Desenvolvimento de refratários de elevado desempenho contendo adições de
materiais nanoestruturados para a indústria metal-mecânica.WSGB Laboratórios Ltda. Nanotecnologia e produtos cosméticos – alta efi ciência, segurança e inovação.Chron Epigen Indústria e
Comércio Ltda.Produção de aerossóis com nanopartículas bioabsorvíveis contendo
tuberculostáticos para tratamento da tuberculose.Excellion Serviços Biomédicos S.A.
Biomateriais nanoestruturados p/ diagnóstico e prognóstico de doenças sistêmicas, reparo e regeneração óssea: produção e validação de novas tecnologias.
Contech Produtos Biodegradáveis
Produção de um novo ecomaterial para remediação de efl uentes industriais.
Cristália Produtos Químicos Fabricação nacional de análogos da anfotericina B lipossomal.
Dentscare Ltda.Aplicação da nanotecnologia no desenvolvimento e
fabricação de materiais dentários diferenciados.
MagmattecNanotecnologia de materiais magnéticos aplicados a núcleos de
transformadores e indutores utilizados em sistemas de otimização de energia.
Steviafarma Industrial S.A.Desenvolvimento de nanocápsulas contendo isofl avonas agliconas para
melhorar a liberação e absorção do fármaco Aglycon-soy.
Dublauto Indústria e ComércioIncorporação de propriedades da nanotecnologia em materiais
têxteis (palmilhas e forros) para calçados.
Suzano Petroquímica S.A.Nanocompósitos de polipropileno para desenvolvimento
de embalagens ativas e inteligentes.continua...
Continuação do Quadro 5.2Continuação do Quadro 5.2
Edital Empresa TítuloContinuação do Quadro 5.2
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MCT/Finep/FNDCT – 01/2007
Subvenção econômica
Innovatech Medical Ltda. Desenvolvimento de dilatadores vasculares – Stens.
KosmoscienceDesenvolvimento de nanoemulsão cosmética para
alisamento de cabelos afro-étnicos.
Idealfarma Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda.
Desenvolvimento de extratos vegetais em nanocápsulas para utilização em dermocosmética.
Leviale Indústria Cosmética Ltda.
Inovação tecnológica em formulações dermo-cosméticas: substâncias bioativas de origem natural micro e nanoestruturadas
com eficácia e segurança comprovadas in vitro.
Nanocore Biotecnologia Ltda.Tratamento de superfícies com nanopartículas metálicas para desenvolvimento de tecidos inteligentes e implantes ósseos.
Scitech Produtos Médicos Ltda.
Stents coronários recobertos com nanocarreadores magnéticos: nanotecnologia aplicada para liberação controlada de fármacos.
Ao lado de empresas como Natura, Braskem e Suzano Petroquímica, a Petrobras é uma das empresas brasileiras que já usufruem de resultados concretos gerados por pesquisas e desenvolvimento em nanotecnologia com impactos econômico e ambiental significativos. A empresa integra uma rede temática para estudar temas da área com sete universidades no Brasil e vem desenvolvendo soluções para, por exemplo, permitir que os fluidos usados na perfuração em águas profundas atuem de forma diversa conforme a situação. Quando a broca está em funcionamento, perfurando o poço, e a água está agitada, os fluidos com nanopartículas tornam-se de baixa viscosidade, facilitando o funcionamento da broca. Quando o trabalho é interrompido, o mesmo líquido com nanopartículas se torna altamente viscoso, impedindo que os resíduos da perfuração, que seriam escoados para fora, retornem e obstruam o poço. Isso é pos-sível porque as partículas que compõem os fluidos do processo foram concebidas para se dissociarem em ambientes agitados e se conglome-rarem em ambientes com baixa agitação.
O exemplo ilustra uma das inúmeras aplicações da nanotecnologia, que vem propiciando à Petrobras uma economia de US$ 150 mil a cada para-
Continuação do Quadro 5.2Continuação do Quadro 5.2
Edital Empresa TítuloContinuação do Quadro 5.2
Fonte: Finep (2004/2007)
134
Panorama Nanotecnologia
da de perfuração para a troca de brocas em águas profundas.63 Essa apli-cação de nanotecnologia pode ser considerada um caso de sucesso de inovação tecnológica em um mercado de produtos e processos baseados em nanotecnologias que, conforme apresentado anteriormente, deverá movimentar US$ 693 bilhões até o fi nal de 2012 e cerca de US$ 2,95 trilhões em 2015.64 No ano passado, os nanoprodutos movimentaram US$ 88 bilhões apenas nos Estados Unidos.
A nanotecnologia está na linha de frente das tecnologias de petróleo e energia por oferecer materiais com propriedades mais avançadas e pro-cessos ambientalmente corretos e menos poluidores. Dentre as caracte-rísticas dos materiais que poderão fazer parte das aplicações de nano-tecnologia para o setor de petróleo e energia, destacam-se maior leveza e resistência mecânica, propriedades antiaderentes e capacidade de au-torreparo. Na área de prospecção, por exemplo, a nanotecnologia teria ainda alta capacidade de produzir materiais de perfuração mais resisten-tes, que forneceriam sustentação para que todo o terreno periférico ao redor dos pontos de perfuração não desmoronasse. Nessa área, outra grande demanda são os materiais de fl uidifi cação voltados ao transporte do petróleo. Já na área de refi no e processamento a ênfase recai sobre os catalisadores, que são os materiais que aumentam a rapidez e efi ciência de todo o processo. A nanotecnologia pode contribuir em processos catalíticos que transformam o petróleo bruto em derivados combustí-veis. Na petroquímica, nanocatalisadores de alta efi ciência já estão sendo pesquisados em todo o mundo, e também deverão surgir nos próximos anos aditivos para melhorar o escoamento e evitar o entupimento dos catalisadores. Outra área estratégica no processamento de petróleo é o sensoriamento, por incluir a possibilidade de criação de sensores ultra-sensíveis para detecção de contaminantes, como os transportadores de enxofre e metais pesados que envenenam os catalisadores. Esses são apenas alguns exemplos que ilustram o amplo escopo de atuação da Rede de Nanotecnologia do Petróleo.
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silPela sua importância para o desenvolvimento tecnológico e industrial
do setor de petróleo, gás e energia no Brasil, descreve-se, a seguir, a iniciativa da Rede Temática de Nanotecnologia do Petróleo, no contex-to da criação de 38 redes temáticas pela empresa em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por força de lei, a Petrobras tem renúncia fiscal para apoio a projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que contam com 0,5% do fatu-ramento bruto da empresa.65
Da Rede Temática de Nanotecnologia do Petróleo, participam além de pesquisadores da Petrobras, cientistas da USP, da Universidade Estadual de Campinas e das universidades federais de Minas Gerais (UFMG), do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Bahia (UFBA). Também participam da inicia-tiva as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRS) e de São Carlos (UFSCar).
Em outubro de 2007, foi realizado o primeiro edital e diversos projetos encontram-se em fase de desenvolvimento. Os valores estimados giram em torno de 12 milhões de reais por ano. A seguir, se encontram os se-guintes projetos em fase de desenvolvimento, identificados pela empresa como relevantes para suas atividades:
nanocompósitos para produtos de interesse do setor de petróleo, • gás e energia: revestimentos de tubulações e restritor de curvatu-ra (coordenação: UFMG);desenvolvimento de aditivos formadores de nanoestruturas mi-• celares em emulsões de fase inversa, com potencial de atuação como redutores de perda por arraste no escoamento de petróleo (coordenação: UFRJ);recobrimentos nanoestruturados para utilização em dutos, partes • e peças de instalações petrolíferas (coordenação: UFRJ, participa-ção PUC-Rio e UFMG);
136
Panorama Nanotecnologia
estudo de partículas nanométricas e micrométricas emitidas na • exaustão de motores movidos a diesel e misturas diesel/biodiesel (coordenação: UFBA);seleção, purifi cação e caracterização de argilas bentoníticas para a • obtenção de nanocompósitos poliméricos (coordenação: UFBA);nanocompósitos: novos tipos, rotas de obtenção e aplicações à • cadeia produtiva do petróleo (coordenação: Unicamp);fotodetectores de infravermelho médio para detecção de CO, • SOx, NOx e H2S utilizando nanoestruturas semicondutoras (coordenação:UFMG, participação PUC-Rio);produção de nanomateriais e desenvolvimento de sensores de gás • (coordenação: UFMG, participação PUC-Rio);síntese e caracterização de pontos quânticos para uso em células • fotovoltaicas de ultra-alta efi ciência (coordenação: UFRGS, parti-cipação UFPE);sensores de gases baseados em óxidos semicondutores nanoes-• truturados: a busca pela detecção sub-ppm (parte por milhão) (coordenação: UFSCar);pesquisa e desenvolvimento de interfaces moleculares aplicadas à • nanotecnologia do petróleo (coordenação: USP).
O envolvimento direto da Petrobras nas áreas de N&N certamente será mais um importante catalisador para o desenvolvimento dessas áreas no país, além de comprovar o seu caráter estratégico, já reconhecido pelo Governo Federal.
5.4 Marco regulatório, aspectos éticos e de aceitação pela sociedade
Ao lado do crescimento esperado de novos produtos e tecnologias base-ados em N&N, crescem também as preocupações sobre os riscos que elas podem provocar, particularmente aos trabalhadores, pela maior exposição
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sila que são submetidos em seus ambientes operacionais. Os impactos noci-
vos e potenciais riscos à saúde humana e animal, ao meio ambiente e até em relação ao comportamento humano ainda são pouco conhecidos.
Devido a essas e outras questões, iniciativas de normalização e de regu-lamentação no contexto das nanotecnologias se tornam cada vez mais importantes, para que seja possível assegurar à sociedade que o desen-volvimento industrial seja conduzido futuramente de acordo com um marco seguro, responsável e sustentável.
Antes de iniciar a discussão sobre as iniciativas em andamento no Brasil relativas às duas dimensões da INI-Nanotecnologia em foco nesta se-ção, são apresentados trabalhos e iniciativas internacionais relevantes, destacando-se especialmente:
a normalização internacional pelo Comitê Técnico ISO/TC 229 – • Nanotecnologias;os trabalhos do Grupo sobre Nanomateriais da OECD, criado • em 2006;a proposição do código voluntário “Responsible Nanocode” pela • Royal Society, Insight Investment e Nanotechnology Industries As-sociation (NIA) no Reino Unido, em 2008;o lançamento do programa marco de nanoriscos intitulado “Nano • Risk Framework”, fruto de um esforço conjunto do Environmental Defense Fund dos EUA e da empresa DuPont em 2007.
O Comitê Técnico ISO/TC 229 foi criado em novembro de 2005 e, incial-mente, seus trabalhos foram organizados segundo três eixos, cada um mediante seu respectivo grupo de trabalho: (i) WG1 – “Terminologia e No-menclatura”; (ii) WG2 – “Medição e Caracterização“; (iii) WG3 – “Saúde, Segurança e Meio ambiente”. Mais recentemente, foi ampliada a atuação do Comitê com a inclusão de um novo eixo, constituindo-se na ocasião o quarto grupo de trabalho: WG 4 – “Especificações de Materiais”.
138
Panorama Nanotecnologia
Conforme a ISO,66 a normalização no campo das nanotecnologias deve incluir em seu escopo: (i) o entendimento e controle de matérias e pro-cessos em escala nanométrica, tipicamente, mas não exclusivamente, abaixo de 100 nanômetros, em uma ou mais dimensões, em que o sur-gimento de fenômenos dependentes do tamanho usualmente propicia novas aplicações; (ii) a utilização das propriedades de materiais em escala nanométrica que diferem das propriedades dos átomos individuais, mo-léculas e matéria (bulk matter) para criar melhores materiais, dispositivos e sistemas que explorem essas novas propriedades.
Adicionalmente, o Comitê trata também do desenvolvimento de normas para “terminologia e nomenclatura” e “metrologia e instrumentação”, incluindo especifi cações para materiais de referência; métodos de en-saio; modelagem e simulações; e práticas de saúde, segurança e meio-ambiente com embasamento científi co.
No ano de 2008, a ISO, pela ação do Comitê Técnico ISO/TC 229, publi-cou os dois primeiros documentos sobre nanotecnologias: o primeiro, de caráter normativo, sobre termos e defi nições referentes a nano-objetos; e o segundo, mais técnico, sobre práticas de saúde e segurança ocupa-cional relevantes para nanotecnologias.67
O primeiro documento é uma especifi cação técnica – a ISO/TS 27687:2008, que tem como seu maior objetivo facilitar a comunicação entre organizações e indivíduos na indústria e desses com aqueles que com eles interagem. Ele representa o primeiro de uma série programada de documentos sobre terminologia e defi nições, que contemplarão di-ferentes aspectos das nanotecnologias, conforme detalhado no Quadro 5.3, a seguir. O segundo documento é um relatório técnico (Technical Report) baseado em informação atualizada sobre nanotecnologias, in-cluindo caracterização, efeitos nocivos à saúde humana e animal, avalia-ção de riscos de exposição e práticas de controle.
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silSegundo o Dr. Peter Hatto, coordenador do Comitê Técnico ISO/TC 229,
a introdução crescente de novos nanomateriais nos ambientes de traba-lho tem aquecido o debate em torno de temas como saúde e segurança ocupacional no contexto das nanotecnologias. Enquanto se aguardam as normas que estão sendo desenvolvidas no âmbito do ISO/TC 229, o conteúdo do Relatório Técnico ISO/TR 12885:2008 pode ser considerado de grande utilidade, pois fornece informações e conhecimentos sobre práticas de saúde e segurança ocupacional em relação às nanotecnolo-gias.68 Ainda de acordo com Hatto, esse relatório técnico será revisado e atualizado e novos requisitos de segurança deverão ser definidos, em função dos avanços do conhecimento e da experiência adquirida ao lon-go das trajetórias de desenvolvimento das nanotecnologias.
Além desses dois documentos, encontram-se em estágio de desenvolvi-mento 32 trabalhos no âmbito do referido Comitê, conforme apresen-tado no Quadro 4.3.69 Cabe ressaltar que muitos relatórios e normas que estão sendo desenvolvidos pelo Comitê ISO/TC229 possuem caráter antecipatório e prospectivo, pois a grande maioria dos desenvolvimentos em N&N e negócios decorrentes ainda estão por acontecer.
A implementação de normas antecipatórias irá acelerar a adoção de pro-dutos baseados em nanotecnologia, particularmente pela possibilidade de se caracterizar metodologias para avaliação dos riscos de nanomate-riais e nano dispositivos e se definir métodos de ensaio adequados para dispositivos e dimensões em nanoescala.
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Panorama Nanotecnologia
Quadro 5.3 Documentos normativos em desenvolvimento no âmbito do Comitê Técnico ISO/TC 229
Código Descrição
ISO/WD TS 10798 Nanotubos: Uso de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) em
nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/WD TS 10797 Microscopia eletrônica de varredura (SEM) e análise por energia dispersiva de raios X
(EDXA) na caraterização de nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/DIS 10801Nanotecnologias: Geração de nanopartículas de metal para ensaios de toxicidade por
inalação, utilizando o método de evaporação/condensação.
ISO/DIS 10808 Nanotecnologias: Caracterização de nanopartículas em câmaras de exposição
via inalação para fi ns de ensaios de toxicidade por inalação.
ISO/AWI TS 10812 Nanotecnologias: Uso de espectroscopia de Raman na caracterização de nanotubos de
carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/CD TS 10867Nanotubos: Uso de espectroscopia no infravermelho próximo (NIR)
combinada à espectroscopia de fotoluminescência (PL) na caracterização de nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/WD TS 10868 Nanotubos: Uso de espectroscopia de absorção na região do UV-Vis-NIR na
caracterização de nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/CD TS 10929Métodos de medição para caracterização de nanotubos de carbono de
parede múltiplas (MWCNTs).
ISO/CD TS 11251 Nanotecnologias: Uso de análise de gás desprendido (EGA) combinada com
espectrometria de massa acoplada à cromatografi a a gás (GCMS) na caracterização de nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/AWI TS 11308Nanotecnologias: Uso de análise termogravimétrica (TGA) para avaliação da pureza de
nanotubos de carbono de paredes simples (SWCNT).
ISO/AWI TR 11808 Nanotecnologias: Guia de métodos de medição de nanopartículas e suas limitações.
ISO/AWI TR 11811 Nanotecnologias: Guia de métodos para medições de nanotribologia.
ISO/AWI TS 11888Determinação de fatores de forma mesoscópicos de nanotubos de carbono de parede
múltiplas (MWCNTs).
ISO/AWI TS 11931-1 Nanotecnologias: Carbonato de nanocálcio. Parte 1: Características e métodos de medição.
ISO/NP TS 11931-2Nanotecnologias: Carbonato de nanocálcio. Parte 2: Especifi cações em áreas
selecionadas de aplicação.
ISO/AWI TS 11937-1 Nanotecnologias: Dióxido de nanotitânio. Parte 1: Características e métodos de medição.
ISO/NP TS 11937-2 Nanotecnologias: Dióxido de nanotitânio. Parte 2: Especifi cações
em áreas selecionadas de aplicação.
ISO/AWI 12025Nanomateriais: Grade de análise geral para determinação de conteúdos de
nanopartículas em nanomateriais por geração de aerosóis.
continua...
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ISO/CD TR 12802 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Grade de análise.ISO/AWI TS 12805 Nanomateriais: Guia de especificação de nanomateriais.
ISO/AWI TS 12901-1 Nanotecnologias: Guia de segurança no manuseio e descarte de
nanomateriais manufaturados.
ISO/NP TS 12901-2Diretrizes para gestão de risco ocupacional aplicada a nanomateriais, com base na
abordagem control banding.
ISO/AWI TR 13014 Nanotecnologias: Guia para caracterização físico-química de materiais engenheirados em
nanoescala para fins de avaliação toxicológica.ISO/AWI TR 13121 Nanotecnologias. Grade de análise para avaliação de risco de nanomateriais.
ISO/NP TS 13126Gratings artificiais usados em nanotecnologia: descrição e medição de
parâmetros dimensionais de qualidade.
ISO/NP TS 13278 Determinação de impurezas metálicas em nanotubos de carbono (CNTs) utilizando
espectrometria de massa acoplada a plasma indutivo (ICP-MS)
ISO/DIS 29701 Nanotecnologias: Teste de detecção de endotoxina em amostras de nanomateriais em
sistemas in vitro. Teste Limulus amebocyte lysate (LAL). IEC/AWI TS 80004-2 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 2: Termos centrais.IEC/WD TS 80004-4 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 4: Nano-objetos de carbono. IEC/AWI TS 80004-5 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 5: Materiais nanoestruturados. IEC/AWI TS 80004-6 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 6: Interface bio/nano.
IEC/AWI 80004-7 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 7: Medição e instrumentação em nanoescala.
IEC/AWI TS 80004-8 Nanotecnologias: Terminologia e definições. Parte 8: Aplicações em medicina,
saúde e higiene pessoal.
Espera-se que os esforços de normalização do Comitê ISO/TC 229 contri-buam para desenvolvimentos e inovações tecnológicas nesse campo, para a aceitação pela sociedade de produtos baseados em nanotecnologias e para a expansão dos mercados atuais, para que seja possível:
identificar hiatos tecnológicos e de conhecimento;• identificar demandas pelo desenvolvimento de instrumentos e • métodos de ensaio para uso em nanoescala;desenvolver métodos de ensaio capazes de detectar e identificar • nanopartículas e de caracterizar nanomateriais e nanodispositivos;desenvolver protocolos para testes de bio e ecotoxicidade;•
Continuação do Quadro 5.3
Código Descrição
Fonte: ISO/TC 229
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Panorama Nanotecnologia
desenvolver protocolos para avaliação do ciclo de vida de mate-• riais em nanoescala, dispositivos e produtos;desenvolver ferramentas de avaliação de risco relevantes para o • campo da nanotecnologia;desenvolver protocolos para controle e destruição de nanopartí-• culas e entidades em nanoescala;desenvolver protocolos de saúde ocupacional relevantes para na-• notecnologias, em particular para indústrias que utilizam nano-partículas e dispositivos em nanaoescala;prover suporte à regulamentação nas áreas de nanotecnologia.•
Na sequência, aborda-se a iniciativa do Grupo de Trabalho sobre Nano-materiais Manufaturados, criado em 2006 pela OECD (Organization for Economic Co-operation and Development).70 Esse grupo tem por ob-jetivo auxiliar os países membros a se manifestar frente ao desafi o que constitui a segurança dos nanomateriais.
Frequentemente, os nanomateriais dão origem a novas formas de pro-dutos químicos tradicionais e a OECD possui vasta experiência no desen-volvimento de métodos de medição de segurança de produtos químicos. Mesmo conscientes dos inúmeros benefícios esperados com a utilização dos nanomateriais, os países membros da OECD desejaram abordar os aspectos ligados à segurança dos nanomateriais, ao mesmo tempo em que as pesquisas sobre novas aplicações avançam. O Grupo de Trabalho reúne mais de uma centena de especialistas provenientes de governos e de outros setores interessados.
Como parte integrante do Programa de Química da OECD, o Programa de Ensaios sobre Segurança de Nanomateriais Manufaturados tem como foco o estudo das implicações do uso de nanomateriais para a saúde hu-mana e a segurança do ambiente, com ênfase em métodos de avaliação de riscos e ensaios.
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silO Programa consiste em submeter a testes de segurança materiais já em
uso, tais como os chamados “fulerenos” ou “buckyballs” (uma forma particular de carbono), os nanotubos de carbono e o dióxido de cério. Futuramente, outros nanomateriais se somarão a essa lista. Os nanoma-teriais serão submetidos a testes que visam determinar: (i) suas proprie-dades físico-químicas; (ii) seu potencial de degradação e de acumulação no meio ambiente; (iii) sua toxicidade ambiental; e (iv) sua toxicidade com relação aos mamíferos. O Grupo de Trabalho da OECD sobre na-nomateriais manufaturados gerencia esse Programa no âmbito de suas atividades sobre nanomateriais. Dois relatórios substanciais descrevendo os esforços dos governos e de outros agentes interessados por essas questões de segurança foram publicados recentemente pela OECD.
A seguir, apresenta-se uma visão geral e os antecedentes da proposição do “Nano Risk Framework”, fruto de um esforço conjunto do Environmental Defense Fund dos EUA e a empresa DuPont. Essa parceria em nanotecnolo-gia foi anunciada em setembro de 2005, como objetivo de desenvolver um processo sistemático e disciplinado para avaliar e tratar os riscos à segurança, saúde e ambiente dos nanomateriais em vários estágios do ciclo de vida dos produtos – da origem à manufatura, uso, reciclagem ou descarte. O “Nano Risk Framework” resultante, lançado em 21 de junho de 2007, apresenta um processo completo e aplicável de seis etapas para que as organizações possam identificar, avaliar e gerenciar potenciais riscos.71 Ele foi desenvol-vido com o objetivo de apoiar o desenvolvimento responsável e o uso da nanotecnologia e colaborar com o diálogo global, informando sobre seus potencias riscos. Desde então, já foram registrados mais de 3 mil downloads do documento por visitantes de quase 100 países em todo o mundo.
Conforme comunicado da empresa Dupont,72 ao longo de 2007, o “ Framework” teve seu valor reconhecido por diversas comunidades e agentes relevantes. Associações da indústria como o Painel de Nanotecno-logia do Conselho Norte-Americano de Química e a NanoBusiness Allian-
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Panorama Nanotecnologia
ce enalteceram publicamente o documento como uma importante ferra-menta que suas empresas-membro deveriam considerar. Representantes dos governos de vários países recomendaram o “Framework” como um importante elemento no processo do desenvolvimento de políticas volta-das para a nanotecnologia. A Organização para Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico (OECD) afi rmou ter-se benefi ciado com o “Framework” como um item prático em seus programas envolvendo nanotecnologia e nanomateriais. Empresas de diversos tamanhos, desde players globais até pequenas empresas inovadoras, estão começando a usar a ferramen-ta na prática. A General Electric, por exemplo, endossou e recomendou o “Framework” em uma sessão pública, enquanto a companhia startup Nanostellar anunciou publicamente seu uso em produtos de nanocatálise. Além disso, a DuPont tornou compulsório o “Framework” em todos seus trabalhos envolvendo nanotecnologia e publicou três estudos de caso que demonstram seu uso em produtos por ela fabricados.
A quarta iniciativa em destaque nessa seção refere-se ao código voluntário denominado “Responsible NanoCode”, redigido por um Grupo de Traba-lho estabelecido pela Royal Society, junto com a Insight Investment, a Na-notechnology Industries Association e a Nanotechnology KTN. O objetivo do código é estabelecer um consenso internacional sobre as boas práticas e indicar às organizações e às empresas o que podem fazer para demons-trar que geram, de modo responsável, as nanotecnologias, durante o perí-odo de avaliação de eventuais regulamentações complementares.
Os sete princípios propostos pelo “Responsible NanoCode” são: (i) cada empresa deverá assegurar que seu Conselho de Administração ou seu Órgão Dirigente é responsável pela condução e gestão de suas atividades relacionadas às implicações das nanotecnologias; (ii) cada empresa deve-rá engajar um diálogo com os autores da área das nanotecnologias e se mostrar receptiva às suas posições no que diz respeito ao desenvolvimen-to ou à utilização de produtos que se apropriam das nanotecnologias;
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sil(iii) cada empresa deverá identificar e minimizar as fontes de risco para
os empregados que manipulam produtos utilizando as nanotecnologias, em todos os estágios do processo de produção ou de sua utilização in-dustrial, a fim de assegurar padrões elevados de segurança e de saúde no trabalho; (iv) cada empresa deverá conduzir uma avaliação detalha-da dos riscos e minimizar todos os riscos públicos potenciais a saúde, segurança e meio ambiente, ligados a seus produtos, nos quais foram utilizadas nanotecnologias; (v) cada empresa deverá responsabilizar-se e reagir a toda implicação e impacto, sociais ou éticos, do desenvolvi-mento ou da comercialização que utilizam as nanotecnologias; (vi) cada empresa deverá adotar práticas responsáveis para a comercialização e o marketing de produtos que se valem das nanotecnologias; (vii) cada or-ganização deverá engajar um diálogo com seus fornecedores e/ou seus parceiros comerciais para encorajá-los e estimulá-los a que adotem o Código e assegurar, desta forma, a capacidade dos mesmos de cumprir os compromissos que eles próprios assumiram no âmbito do Código.
Essa iniciativa começou em novembro de 2006, no Reino Unido, ocasião em que a Royal Society, a empresa Insight Investment e a Nanotechnology Industries Association (NIA) exploraram juntas os impactos econômicos e sociais de incertezas técnicas, sociais e econômicas ligadas às nano-tecnologias. As três organizações realizaram na época um workshop encarregado de estimular o debate entre empresas que tivessem inte-resse pelas questões fundamentais relativas ao desenvolvimento das na-notecnologias. O workshop reuniu 17 empresas europeias com interesse comercial na área das nanotecnologias, em um espectro que cobria desde empresas dos setores alimentício e farmacêutico até aquelas de distribuição de produtos para a saúde ou artigos de vestuário. Um dos principais resultados do workshop foi o acordo unânime sobre a necessidade de um código de conduta voluntário para as empresas que atuavam ou pretendiam atuar no campo das nanotecnologias. O consenso era que um código de conduta deveria ser fundamentado preponderantemente sobre princípios, mais do
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Panorama Nanotecnologia
que sobre padrões e procedimentos. Previu-se seu desenvolvimento com a colaboração de representantes de um grupo de empresas, incluindo a BASF, Unilever e Smith & Nephew, e diversos agentes da área, como organizações não governamentais, grupos representantes de consumidores, sindicatos, como Amicus, e também representantes do governo. A Royal Society, a Insight Investment e a NIA foram então reagrupadas pela Nanotechnology Knowledge Transfer Network (a rede de transferência de tecnologia de nanotecnologias), uma iniciativa sustentada pelo Department of Trade and Industry (DTI, o antigo Ministério do Comércio e da Indústria britânico). Após um cronograma de 8 meses de desenvolvimento com ampla consulta, o Grupo de Trabalho decidiu publicar, em maio de 2008, o “Responsible Nano Code Update”, assim como informações adicionais sobre a “Responsible Nano Code Initiative”.73
Cabe destacar ainda que o fi nanciamento para a pesquisa sobre seguran-ça das nanotecnologias na Comunidade Europeia foi ampliado dentro do escopo do sétimo Programa-Quadro da União Europeia (7º PC), en-fatizando os dados quantitativos em (eco) toxicologia, bem como sobre o desenvolvimento de testes nano específi cos, a exposição e métodos de avaliação de riscos e as metodologias de análise do ciclo da vida. O 7º PC tornou-se a fonte de fi nanciamento público mais vasta do mundo em matéria de nanotecnologia, com um orçamento total de 3,5 bilhões de euros, ou seja, cerca de 9,1 bilhões de reais.74
Os números do governo americano e os resultados da avaliação do Project on Emerging Nanotecnologies (PEN) mostram que menos de três por cento dos 1,4 bilhões de dólares do orçamento federal para a pes-quisa em nanotecnologia nos EUA foram destinados à pesquisa sobre o meio ambiente, saúde e segurança. Não obstante, foi formulado um projeto de lei que irá modifi car a estratégia da Iniciativa NNI, a fi m de as-segurar que pelo menos 10% dos fundos (150 milhões de dólares) sejam destinados à pesquisa sobre os riscos.75
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silNo nível nacional, destacam-se as seguintes iniciativas:
a criação da Comissão de Estudo Especial em Nanotecnologia • ABNT/CEE-89;a formação da Rede Renanosoma apoiada pelo CNPq e Fapesp e • o projeto engajamento público em nanotecnologia;a atuação do grupo de pesquisa “Nanotecnologia, Sociedade e • Desenvolvimento”, da UFPR.
A Comissão de Estudo Especial em Nanotecnologia foi criada pela ABNT em 2007, logo depois dessa instituição ter participado de uma reunião ple-nária do Comitê Técnico ISO/TC 229 – Nanotecnologias, organizada pela International Organization for Standardization (ISO). Na ocasião, foram colhidos subsídios para os trabalhos da comissão brasileira, cuja atuação, por solicitação do Ministério da Ciência e Tecnologia, seria de um comitê-espelho em total sintonia com o processo de normalização internacional nesse campo. Como resultado dessa participação da ABNT, o Brasil enviou comentários ao ISO/TMB sobre o Plano de Ação do Comitê, propondo ajustes na sua estruturação, e a instituição brasileira foi convidada a ser a anfitriã da Reunião Plenária do Comitê Técnico ISO/TC 229 em 2010.
Como comitê-espelho do ISO/TC 229, a Comissão brasileira poderá asse-gurar a participação do Brasil naquele fórum e reunir importantes subsí-dios para a elaboração de normas que o país necessita para a aplicação industrial responsável de nanotecnologias. Nessa condição, o escopo de atuação da Comissão brasileira é o mesmo enunciado pelo ISO/TC 229, descrito anteriormente nesta seção.
Para participar da Comissão, a ABNT convidou empresas, representantes do governo e de algumas das mais importantes universidades do país, mas, infelizmente, os trabalhos não têm avançado conforme as expecta-tivas da instituição. A ABNT é membro participante do Comitê da ISO e tem sido forçada a votar sempre por abstenção, lamentavelmente.76
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Panorama Nanotecnologia
A segunda iniciativa brasileira aqui tratada é a formação da Rede Renano-soma – Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio ambiente, com apoio do CNPq e da Fapesp. A Renanosoma foi constituída em outubro de 2004 por ocasião da realização do I Seminário Internacional Nanotec-nologia, Sociedade e Meio Ambiente (I Seminanosoma). A coordenação da Rede aponta que o seu maior diferencial em relação aos trabalhos das demais redes da área é o fato de tornar a nanotecnologia um objeto de refl exão e pesquisa também das ciências humanas no Brasil, além de incentivar todas as iniciativas neste sentido.77 A Rede organizou, além do I Seminanosoma, se-minários internacionais durante o Quinto e Sexto Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), de 2005, e Caracas (Venezuela), de 2006. Ao todo, a Re-nanosoma já realizou seis seminários internacionais, lançou quatro livros, re-alizou diferentes projetos de pesquisas e articulou-se com diversas entidades de pesquisa, ensino, organizações não governamentais e representação dos trabalhadores. Atualmente, é composta por 30 membros de 21 instituições.
O projeto em andamento da Rede Renanosoma é o “Engajamento Público em Nanotecnologia”, aprovado em edital do CNPq no fi m de 2006, com início em 2007. Este projeto consiste basicamente em três “bate-papos” virtuais semanais entre pesquisadores de nanotecnologia e o público em geral interessado. Seu objetivo é informar e discutir nanotecnologia com o público não especialista. No entanto, além dessas discussões virtuais, outras atividades se agregam a este projeto, como o lançamento do DVD “Nanotecnologia, o futuro é agora”, através do qual a coordenação es-pera difundir ainda mais a discussão sobre nanotecnologia em diversas instituições. Outras atividades incluem a realização de inúmeras palestras sobre o tema nanotecnologia; aglutinação de voluntários e bolsistas jun-to ao projeto “Engajamento Público em Nanotecnologia”; e divulgação científi ca em geral do tema em diversos ambientes.
Além da Renanosoma, foi identifi cado ainda um grupo de pesquisa no Brasil com enfoque de mesma natureza, cujos membros e detalhes po-
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sildem ser consultados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do
CNPq.78 Trata-se do Grupo “Nanotecnologia, Sociedade e Desenvolvi-mento”, da UFPR. Esse grupo de pesquisa tem como objetivo analisar o desenvolvimento das N&N e discutir sobre suas implicações econô-micas, sociais e éticas e sobre seu papel no desenvolvimento, com foco na América Latina. Considerando o caráter transformador dessas novas tecnologias, a avaliação em tempo real de suas implicações é de funda-mental importância para subsidiar a elaboração de políticas públicas que preparem os diversos setores da sociedade para transformações econô-micas e sociais significativas. A divulgação científica e a discussão pública em torno das nanotecnologias são de fundamental importância nesse contexto e esses temas estão sendo amplamente discutidos nos países mais industrializados e começam a ter presença na América Latina. Os pesquisadores líderes desse Grupo de Pesquisa da UFPR vêm desenvol-vendo, desde 2004, pesquisas e atividades de formação e divulgação sobre as implicações econômicas, sociais e éticas das nanotecnologias. Foram membros fundadores da International Nanotechnology and So-ciety Network em janeiro de 2005, e fundadores da Rede Latino-ameri-cana Nanotecnologia e Sociedade (ReLANS) em novembro de 2006. Têm atuado como pareceristas na discussão do documento sobre Ética das Nanotecnologias da Comissão de Ética da Unesco.
Buscou-se apresentar iniciativas em curso no exterior e no Bra-sil relativas às duas dimensões da INI-Nanotecnologia em foco nesta seção, como subsídios e orientação para trabalhos futu-ros no país relacionados ao marco regulatório e aos impactos so-ciais e de aceitação pela sociedade das novas nanotecnologias.
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naisA nanotecnologia tem atraído grande interesse em diversos setores in-
dustriais e acadêmicos devido aos benefícios e diversificação que podem ser alcançados no desenvolvimento tecnológico e econômico. Nos últi-mos 20 anos, tornou-se possível não apenas a visualização, mas também a manipulação direta de átomos e moléculas. Com isso, tanto a nanoci-ência quanto a nanotecnologia, ou seja, a investigação da natureza e o desenvolvimento de aplicações na escala do nanômetro (o bilionésimo de metro), tornaram-se factíveis. Sendo antes uma questão de domínio de uma dimensão espacial do que o avanço do conhecimento em uma área específica, a nanociência e a nanotecnologia (N&N), em sua conver-gência com áreas como a biotecnologia, materiais e instrumentação, por exemplo, têm dado origem, desde já, a novos processos industriais e no-vos produtos, com o surgimento de novas indústrias e novos mercados.
O grande diferencial desses materiais é potencializar propriedades físicas e químicas em concentrações extremamente reduzidas e conferir caracte-rísticas que não eram apresentadas anteriormente por um determinado produto. Este alcance de propriedades se deve basicamente ao fato de tais estruturas possuírem dimensões nanométricas, que resultam em uma área superficial elevada, maior grau de dispersão e funcionalidades que são dependentes do tamanho da estrutura. Atualmente, em países mais desenvolvidos, são altos os investimentos e programas em nanotecno-logia, considerada uma das principais áreas de fomento à P&D&I, ao lado da biotecnologia, tecnologias da informação e comunicação (TIC) e meio ambiente. Todos os programas estão vinculados às estratégias nacionais de desenvolvimento econômico e competitividade, com alvos bem defini-dos e compatíveis com as características industriais do País.
De fato, cresce a cada dia o número de nanoestruturas, devido à redução das dimensões de estruturas maiores ou à formação de estruturas supra-moleculares bem definidas e de alta complexidade, capazes de desempe-nhar funções igualmente complexas, como indicam dados sobre o merca-
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Panorama Nanotecnologia
do global para as aplicações de nanotecnologia. Conforme estudo recente da BCC Research, o mercado global de nanotecnologia atingiu patamares da ordem de US$ 11,6 bilhões em 2007 e de US$ 12,7 bilhões em 2008. Estima-se que em 2013, o mercado alcance cifras da ordem de US$ 27 bi-lhões, baseando-se em uma taxa de crescimento anual média de 16,3%.
Com relação ao mercado brasileiro, estima-se que a introdução no mer-cado de alguns resultados dos esforços de P&D em N&N no país poderão ocorrer dentro de poucos anos, mas em outros casos serão mais remo-tos. Algumas atividades como a nanofabricação, apesar de apresentarem grandes perspectivas de geração de produtos e aplicações, estão atual-mente limitadas ao meio acadêmico, em algumas universidades e centros de pesquisa que realizam pesquisa e desenvolvimento de técnicas de fabri-cação, análise e aplicações em dispositivos eletrônicos, sensores, peneiras, canais para fl uídica e membranas. O levantamento no Diretório dos Gru-pos de Pesquisa no Brasil confi rma que há somente 4 grupos de pesquisa nesta área, a saber: “Tecnologias de micro e nanofabricação” da Unicamp (SP); “Nanofabricação” do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (RJ); La-boratório de Nanociência e Nanofabricação da USP (SP) e Laboratório de Microanálises do Consórcio Física-Geologia Química da UFMG (MG).
No setor de energia, o Brasil é favorecido por sua extensão territorial, por possuir recursos como luz solar intensa em grande parte de seu território e uma comunidade científi ca atuando há vários anos na área de desen-volvimento de novos materiais e dispositivos. É previsto que o país po-derá atuar e competir fortemente nesse setor no mercado internacional, empregando nanofi bras, nanotubos de carbono e outros inorgânicos em dispositivos funcionais de geração, armazenamento e transporte de energia. Tais dispositivos representam uma alternativa ambientalmente correta para o setor de energia, em especial para o segmento de com-bustíveis baseados em fontes renováveis e que não envolvem geração de subprodutos, além de corrente elétrica e calor.
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naisTrês outros mercados, nos quais o Brasil tem interesse estratégico são: pro-
dutos farmacêuticos, químicos e cosméticos, seja pelas dimensões e deman-da de seu mercado interno (setor quimiofarmacêutico), seja pela existência de grandes grupos empresariais nacionais (setores químico e de petróleo e gás natural) ou ainda pela sua megabiodiversidade (setores farmacêutico e de higiene e cosméticos) Nesses mercados, a N&N pode contribuir com im-portantes inovações a serem incorporadas durante as próximas décadas.
Outra área de grande relevância para o Brasil refere-se às agroindústrias. O potencial de produtos e processos nanotecnológicos e nanobiotecnológicos nesse campo é vasto, cobrindo desde materiais nanoestruturados para aplica-ção em agricultura, sistemas de entrega e liberação controlada de nutrientes e defensivos agrícolas com menor impacto ao meio ambiente, até embalagens “inteligentes” que informam o consumidor sobre o estado do produto.
Com relação à nanobiotecnologia, em geral, prevê-se que o Brasil possa ocupar em médio prazo uma posição competitiva bastante favorável em tó-picos específicos, como as já citadas aplicações em agricultura; imageamen-to molecular e materiais nanoestruturados biocompatíveis para aplicações em diversos campos da medicina.
Deve-se notar, porém, que os produtos nanotecnológicos não se limitam à gama dos chamados produtos de alta tecnologia, mas compreendem todos aqueles em que novas propriedades estão associadas aos materiais com dimensões críticas que se situam na faixa de dezenas de nanômetros. Assim, no Brasil já são comercializados atualmente produtos de uso cotidia-no, por exemplo, tecidos resistentes a manchas, protetores solares, vidros autolimpantes e vários tipos de revestimentos baseados em processos nano-tecnológicos. Essa característica tem significado especial para os países em desenvolvimento, ao contrário da revolução da microeletrônica, na qual os países em desenvolvimento podiam contemplar a possibilidade de exportar commodities e importar computadores e celulares.
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Panorama Nanotecnologia
Prevê-se que a nanotecnologia estará presente até mesmo em indústrias mais tradicionais, tornando processos de produção mais baratos, menos agressivos ao meio ambiente e de menor consumo energético, além de oferecer produtos mais funcionais e de maior valor agregado. Por outro lado, o alto grau de inovação associado a futuras mudanças em produtos e processos industriais geradas pelo avanço das nanotecnologias emer-gentes poderá causar a obsolescência de diversos produtos e processos que hoje estão em uso. Como área portadora de futuro, espera-se que a nanotecnologia contribua de forma signifi cativa para o desenvolvimento industrial do Brasil, o que signifi ca avaliar e antecipar sua participação fu-tura em todos os estágios da cadeia de valor, conforme defi nição da Lux Research. Tais contribuições vão desde inovações radicais em áreas emer-gentes do conhecimento, abrindo-se espaços para um posicionamento futuro de destaque para o país, até inovações incrementais voltadas para setores tradicionais da indústria brasileira, tornando-os mais sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Frente ao largo espectro de oportunidades e desafi os e em conformidade com as metas estabelecidas no Programa Mobilizador em Nanotecno-logia que integra a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), o Cen-tro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), por solicitação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), desenvolveu o estudo do “Panorama da Nanotecnologia no Mundo e no Brasil” com o objetivo de fornecer uma visão da cena atual no que diz respeito às seis dimensões da INI-Nanotecnologia, considerada fundamental como marco inicial para as análises que integram o “Estudo Prospectivo da INI-Nanotecnologia”.
Notas
57 CNPQ (2008). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico. Disponível em: <http://dgp.cnpq.br>. Acesso em dez 2008.
58 Alves, O. L. (2005). Atividade prospectiva em nanotecnologia: mapeamento da competência nacional em nanociência e nanotecnologia nos últimos 10 anos (1994 -2004). Mimeo. Campinas, fev 2005. 23 p.
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rênc
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bibl
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167
Anex
o I –
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Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadoresGrupo de Óptica e Materiais Ufal AL Física 4
Grupo de Catálise e Reatividade Química Ufal AL Química 5Grupo de Pesquisas em Materiais de Engenharia Ufam AM Engenharia Civil 10
Física da Matéria Condensada Ufam AM Física 8Grupo de Química Teórica e Prospecção de
Substâncias BioativasUfam AM Química 6
Estudo, Caracterização e Desenvolvimento de Novos Materiais
Uneb BAEngenharia de Mateiais e
Metalúrgica9
Grupo de Pesquisa em Processos de Fabricação e Materiais
Senai/DR/BA BAEngenharia de Mateiais
e Metalúrgica7
Optelo – Grupo de Optoeletrônica Orgânica Univasf BA Engenharia Elétrica 3Sensores e Atuadores Ufba BA Engenharia Elétrica 5
Laboratório de Pesquisa em Matéria Médica - Lapemm Ufba BA Farmácia 4Grupo de Estrutura Eletrônica de Novos Materiais Uefs BA Física 5
Grupo de Nanoestruturas Moleculares e Materiais Nanoestruturados
Ufba BA Física 6
Grupo de Síntese e Caracterização Óptica de Materiais Univasf BA Física 2Propriedades Físicas de Materiais Micro e
NanoestruturadosUnivasf BA Física 2
Microbiologia Ambiental: Bioprospecção e Nanobiotecnologia
Uefs BA Microbiologia 8
Grupo de Pesquisa em Polímeros Ufba BA Química 1CIEnAm – Centro Interdisciplinar de Energia e
AmbienteUfba BA Química 16
Grupo de Pesquisa em Catálise e Materiais Ufba BA Química 5Grupo de Pesquisas em Materiais
Avançados e PoliméricosUneb BA Química 5
Tecnologia, Recursos Hídricos e Meio Ambiente na Região do Cariri/CE
UFC CE Engenharia Civil 12
Desenvolvimento de Materiais UFC CEEngenharia de Mateiais
e Metalúrgica3
Produtos Naturais Aplicados à Saúde Unifor CE Farmácia 20Espalhamento de Luz e Medidas Elétricas UFC CE Física 8
Grupo de Pesquisa em Caracterização de Materiais por Difração de Raios-X
UFC CE Física 1
Sistemas de Baixa Dimensionalidade UFC CE Física 4Biologia Pós-genômica, Computacional e
de Sistemas NanoestruturadosUece CE Genética 9
UNIFAC – Pesquisa Pré-clínica e Clínica de Fármacos e Medicamentos
UFC CE Medicina 34
continua...
168
Panorama Nanotecnologia
Físico-Química Orgânica UVA-CE CE Química 8Langmuir – Laboratório de Adsorção e Catálise UFC CE Química 3
Química de Polímeros UFC CE Química 11Química de Biopolímeros UFC CE Química 2
Genaqua – Grupo de Estudos em Genética e Ecologia de Organismos Aquáticos
UFC CERecursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca
6
Biologia Estrutural de Células Germinativas UnB DF Bioquímica 8Laboratório de Dispositivos e Circuitos Integrados UnB DF Engenharia Elétrica 13
Laboratório de Projeto de Circuitos Integrados UnB DF Engenharia Elétrica 6Laboratório de Tratamento de Superfícies
e Dispositivos – LTSDUnB DF Engenharia Elétrica 5
Grupo de Automação e Controle – Graco UnB DF Engenharia Mecânica 13Nanobiotecnologia Aplicada à Saúde UnB DF Farmácia 6Interações Biológicas e Nanomateriais UnB DF Genética 7
Química de Colóides, Superfícies e Interfaces UnB DF Química 3Química Teórica UnB DF Química 6
Laboratório de Materiais e Combustíveis UnB DF Química 4
DUG – Desenvolvimento de Ligas Metálicas Cefet/ES ESEngenharia de Materiais e
Metalúrgica4
Filmes Finos Ufes ES Física 14Bioquímica Celular e Molecular da
Melanogênese HumanaUFG GO Bioquímica 3
Tecnologia e Nanotecnologia Farmacêutica UFG GO Farmácia 10Grupo de Física de Materiais UFG GO Física 4Núcleo de Pesquisa em Física UCG GO Física 5
Núcleo Interdisciplinar e Tecnológico de Catalão UFG GO Química 9Química de Materiais UFG GO Química 20
Química Teórica e Estrutural de Anápolis Ufma MA Química 10Física Teórica e Modelagem Molecular Ufma MA Física 2
Propriedades de Materiais Semicondutores e Nanoestruturados
Ufma MA Física 5
Catálise – UFMA Ufma MA Química 4GCG – Grupo de Computação Gráfi ca, Imagem e Visão UFJF MG Ciência da Computação 6
Segurança e Qualidade do Leite Embrapa MGCiência e Tecnologia
de Alimentos13
Biotecnologia e Ciência dos Materiais Aplicados à Tecnologia Mineral e ao Meio Ambiente
Ufop MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica6
Grupo de Engenharia de Materiais e Meio Ambiente – GEMMA
Ufmg MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica4
Nanoscopia Cetec MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
169
Anex
o I –
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Novas – Inovação em Serviços em Processamento Aquoso e Meio Ambiente
UFMG MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica16
Núcleo de Aplicação e Desenvolvimento da Ciência e Engenharia de Microestruturas
UFMG MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica27
Núcleo de Desenvolvimento de Biomateriais UFMG MGEngenharia de Materiais
e Metalúrgica8
Grupo de Mecânica de Nanocompósitos UFMG MG Engenharia Mecânica 7Operações e Processos de Separação UFV MG Engenharia Química 11
Desenvolvimento de Novos Medicamentos e Produtos Inovadores para o Sistema Único
Funed MG Farmácia 11
Nanobiotecnologia Aplicada à Saúde UFMG MG Farmácia 19Sistemas Convencionais e Nanoestruturados de
Liberação de FármacosUFMG MG Farmácia 9
Desenvolvimento e Avaliação Biológica de Medicamentos
UFOP MG Farmácia 18
Defeitos em Isolantes e Semicondutores Unifei MG Física 10Desenvolvimentos e Caracterização de
Materiais NanoestruturadosUfu MG Física 6
Física de Semicondutores UFMG MG Física 22Física de Sistemas Semicondutores de
Baixa DimensionalidadeUFMG MG Física 3
Grupo de Desenvolvimento de Estruturas Nanométricas e Materiais Biocompatíveis
Unifei MG Física 8
Grupo de Física da Matéria Condensada UFJF MG Física 6Grupo de Magnetismo e Materiais Magnéticos UFMG MG Física 7
Grupo de Nanociência UFU MG Física 4Grupo de Óptica e Fototérmica UFU MG Física 2
Grupo de Propriedades Ópticas e Térmicas de Materiais UFU MG Física 3Laboratório de Microanálises do Consórcio Física-Geologia-Química UFMG/CDTN/CNEN
UFMG MG Física 5
Laboratório de Nanomateriais UFMG MG Física 5Microssopia e Microanálise da UFMG UFMG MG Física 7
Nanoscopia UFMG MG Física 2Novos Materiais UFSJ MG Física 11
Óptica de Nanomateriais UFMG MG Física 8Óptica e Informação Quântica UFU MG Física 4
Ressonância Magnética UFMG MG Física 13Nanobiotecnologia UFU MG Genética 42
Biotecnologia Ambiental UFMG MG Microbiologia 5Estudo dos Mecanismos Gerais de Infecção UFMG MG Microbiologia 5
Laboratório de Matriz Extracelular e Desenvolvimento UFMG MG Morfologia 2
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
170
Panorama Nanotecnologia
Doença de Chagas: Imunibiologia, Biologia Molecular e Quimioterapia Experimental
UFOP MG Parasitologia 10
Grupo de Eletro-Óptica de Processos Interfaciais e Desenvolvimento de Sensores, Baterias
e Atuadores MecânicosUFVJM MG Química 2
Grupo de Fotoquímica e Química da Madeira UFU MG Química 12Laboratório de Filmes Poliméricos e
Nanotecnologia/Lafi p-NanotecUFU MG Química 7
Materiais UFMG MG Química 6Materiais Derivados de Metais UFMG MG Química 6Núcleo de Estudos em Química UFJF MG Química 7
Grupo de Eloetroanalítica Aplicada UFV MG Química 3Grupo de Estudos em Química Orgânica
e Biológica – GeqobUFMG MG Química 14
Grupo de Materiais Nanoestruturados UFMG MG Química 4Grupo de Pesquisa em Química Inorgânica UFMG MG Química 10Grupo de Pesquisa em Química Interfacial e
Tecnologias AmbientaisUFSJ MG Química 2
Materiais Poliméricos Multicomponentes UFMG MG Química 7Novos Materiais e Espectroscopia UFMG MG Química 5
Produtos de Biomassa UFMG MG Química 5Química Analítica Instrumental UNIFAL MG Química 5
Química Verde Coloidal e Macromolecular UFV MG Química 5NEMS UFMG MG Saúde Coletiva 6
GQMA – Grupo de Química e Microbiologia Aplicada UFGD MSCiência e Tecnologia de
Alimentos7
Grupo de Materiais UFMS MS Física 5GDCBIEN – Grupo de Desenvolvimento de Catalisadores e Biocidas Inorgânicos Estratégicos Nanoestruturados
UFMS MS Química 5
Materiais Nanoestruturados UFMT MT Física 4Eletromagnetismo Aplicado UFPA PA Engenharia Elétrica 5
Grupo de Nanofotônica e Nanoeletrônica da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFPA
UFPA PA Engenharia Elétrica 2
Física de Materiais da Amazônia UFPA PA Física 4Química Analítica e Ambiental UFPA PA Química 10
Argilas e Materiais Cerâmicos UFCG PBEngenharia de Materiais
e Metalúrgica9
Desenvolvimento de Nanomateriais e de Materiais Híbridos
UFPB PBEngenharia de Materiais
e Metalúrgica3
Nanocompósitos UFCG PBEngenharia de Materiais
e Metalúrgica4
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
171
Anex
o I –
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Polímeros – UFCG UFCG PBEngenharia de Materiais
e Metalúrgica11
Química de Materiais UEPB PBEngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
Núcleo de Pesquisa em Sistemas de Liberação de Fármacos e Biofarmácia
UEPB PB Farmácia 8
Síntese e Vetorização de Moléculas UEPB PB Farmácia 4Grupo de Física Teórica UFCG PB Física 3
Matéria Condensada Mole e Física Biológica UFPB PB Física 6Teoria de Campos e Partículas UFPB PB Física 7
Laboratório de Combustíveis e Materiais UFPB PB Química 18Bioefeitos do Eletromagnetismo UFPE PE Biofísica 5
Engenharia Biomédica UFPE PE Biofísica 4Materiais Compósitos de Matriz Metálica
e Integridade EstruturalUFPE PE
Engenharia de Materiais e Metalúrgica
3
Fotônica UFPE PE Engenharia Elétrica 5Grupo de Pesquisa em Eletrônica UFPE PE Engenharia Elétrica 7
Engenharia de Precisão UFPE PE Engenharia Mecânica 6Grupo de Pesquisa em Energia Renovável UPE PE Engenharia Mecânica 7
Aplicações das Radiações em Sistemas Poliméricos e Nanoestruturas
UFPE PE Engenharia Nuclear 7
Instrumentação Nuclear CNEN PE Engenharia Nuclear 6Desenvolvimentos de Processos e Novos Materiais Unicap PE Engenharia Química 12
Engenharia Ambiental e da Qualidade UFPE PE Engenharia Química 10Doenças Infecciosas e Resistência UFPE PE Farmácia 7
Sistemas de Liberação Controlada de Fármacos e Vacinas: Nanotecnologia
UFPE PE Farmacologia 18
Grupo de Pesquisa em Biotecnologia UFPE PE Física 7Calorimetria, Transportes e Magnetometria UFPE PE Física 4
Física de Materiais e Dispositivos Semicondutores UFPE PE Física 8Grupo de Magnetismo e Materiais UFPE PE Física 5
Nano Óptica UFPE PE Física 3Óptica Não Linear UFPE PE Física 2
Óptica Não Linear, Optoeletrônica e Aplicações da Fotônica
UFPE PE Física 4
Polímeros Não-Convencionais UFPE PE Física 4Supercondutividade e Magnetismo UFPE PE Microbiologia 2
Biotecnologia, Biologia Celular e Molecular Unicap PE Química 34Grupo de Arquitetura de Nanodispositivos Fotônicos UFPE PE Bioquímica 9
Biodiversidade e Biotecnologia UFPI PI Física 17Grupo de Materiais e de Bionanotecnologia UFPI PI Química 13
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
172
Panorama Nanotecnologia
Biodiesel UFPI PI Química 7
Termoquímica e Química de Adsorção em Superfície UFPI PICiência e Tecnologia
de Alimentos7
Tecnologia e Gestão Agroindustrial UTFPR PREngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
Caracterização e Processamento de Polímeros e Misturas Poliméricas
UEPG PREngenharia de Materiais
e Metalúrgica4
GPMCell – Grupo de Pesquisa em Materiais Estruturais e Eletro-Eletrônicos
UEPG PREngenharia de Materiais
e Metalúrgica9
NanoITA UEPG PREngenharia de Materiais
e Metalúrgica25
Dispositivos Fotônicos e Aplicações UFPR PR Engenharia Elétrica 10Estudos em Qualidade e Monitoramento Atmosférico Unicentro PR Engenharia Sanitária 9
Laboratório de Pesquisa de Compostos Unicentro PR Farmácia 11Pesquisa e Desenvolvimento de Sistemas para
Liberação Modifi cada de FármacosUEM PR Farmácia 4
Pesquisa In Pharma UEPG PR Farmácia 11Caos, Desordem e Complexidade em
Sistemas Clássicos QuânticosUFPR PR Física 6
Filmes e Nanoestruturas Magnéticas UFPR PR Física 7Física do Estado Sólido Unicentro PR Física 9
Física dos Materiais UEPG PR Física 5Grupo de Dispositivos Nanoestruturados UFPR PR Física 7
Grupo de Óptica e Optoeletrônica UEL PR Física 9Propriedades Nanomecânicas de
Superfícies e Filmes FinosUFPR PR Física 8
Propriedades Ópticas, Eletrônicas e Fotônica UFPR PR Física 3Propriedades Térmicas de Materiais Não Estruturados UFPR PR Física 2
Supercondutividade e Materiais UEPG PR Física 3Centro de Pesquisa em Química Aplicada UFPR PR Química 15Grupo de Desenvolvimento de Eletrodos UEPG PR Química 6
Grupo de Química de Materiais UFPR PR Química 4Laboratório de Química Inorgânica Aplicada UFPR PR Química 9Grupo de Eletroquímica Aplicada e Polímeros UFPR PR Química 5
Grupo de Pesquisa em Materiais Funcionais e Estruturais
UEPG PR Química 8
Sofi glass UEPG PR Química 6
Liberação Controlada UFRJ RJCiência e Tecnologia
de Alimentos4
Cerâmicas Avançadas UFRJ RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
Continuação do Quadro
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
173
Anex
o I –
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Grupo de Catálise para Polimerização UFRJ RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica11
Grupo de Ultrassom CNEN RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica8
Materiais Nanoestruturados para Bioaplicações CNEN RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica5
Materiais Superduros UENF RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
Modificação de Propriedades Físico-Mecânicas de Misturas Poliméricas
UFRJ RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica5
Obtenção de Materiais Nanoestruturados PUC-Rio RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica1
Processamento de Polímeros Uerj RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica9
Superfícies e Nanoestruturas CBPF RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica7
Tecnologia e Materiais Poliméricos INT RJEngenharia de Materiais
e Metalúrgica8
Gaic – Grupo de Automação, Instrumentação e Controle
Cefet/RJ RJ Engenharia Elétrica 6
Labsem PUC-Rio RJ Engenharia Elétrica 2LIF – Laboratório de Instrumentação e Fotônica UFRJ RJ Engenharia Elétrica 6
Optoeletrônica e Instrumentação PUC-Rio RJ Engenharia Elétrica 8Modelagem e Simulação em Engenharia Nuclear UFRJ RJ Engenharia Nuclear 13
Grupo de Pesquisa em Catálise e Processos Químicos INT RJ Engenharia Química 17Processamento de Produtos e Rejeitos
Industriais e Novos MateriaisUFRJ RJ Engenharia Química 9
Processos e Tecnologia de Membranas Uerj RJ Engenharia Química 6Recat – Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise UFF RJ Engenharia Química 3
Síntese e Caracterização de Látices Acrílicos UFRJ RJ Engenharia Química 4Gestão Ambiental de Polímeros UFRJ RJ Engenharia Sanitária 1
Desenvolvimento de Novas Formulações Farmacêuticas UFRJ RJ Farmácia 3Automação e Instrumentação Científica CBPF RJ Física 5
Biomateriais: Preparação, Caracterização, Modelagem Teórica e Aplicações Biomédicas
CBPF RJ Física 14
Férmions Pesados, Supercondutores e Sistemas Nanoestruturados
CBPF RJ Física 13
Filmes Finos e Materiais Nanoestruturados PUC-Rio RJ Física 3Física da Matéria Condensada Uerj RJ Física 5
Grupo de Dinâmica da Magnetização em Materiais Artificialmente Estruturados
CBPF RJ Física 7
Continuação do Quadro
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
174
Panorama Nanotecnologia
Grupo de Espectroscopia Óptica e Optoeletrônica Molecular
PUC-Rio RJ Física 6
Grupo de Física da Matéria Condensada UFF RJ Física 6Interações Fundamentais Cefet/RJ RJ Física 8
Laboratório de Baixas Temperaturas UFRJ RJ Física 7Magnetismo e Materiais Magnéticos CBPF RJ Física 6
Meteorítica, Mineralogia, Arqueometria CBPF RJ Física 14Moléculas e Superfícies CBPF RJ Física 19
Nanociência, Física de Superfícies e Espectroscopia Mössbauer
CNEN RJ Física 9
Nanofabricação CBPF RJ Física 5Nanotecnologia – Cetene INT RJ Física 2
Óptica e Propriedades Físicas de Materiais Uerj RJ Física 6Propriedades Eletrônicas de Sistemas Nanoestruturados UFF RJ Física 5
Teoria da Matéria Condensada UFRJ RJ Física 11Fisiologia Celular e Molecular / Modulação da
Expressão Genética e Terapias Celulares em Netropalias e Pneumopalias
UFRJ RJ Fisiologia 28
Microrganismos Magnetotáticos: Biologia, Ecologia e Nanotecnologia
UFRJ RJ Morfologia 5
Grupo de Pesquisa em Insumos Biotecnológicos Antileishmaniais
UFRJ RJ Parasitologia 15
Fotoquímica Orgânica UFRRJ RJ Química 4Laboratório de Química de Materiais UFRJ RJ Química 6Materiais Magnéticos de Separação CNEN RJ Química 4Materiais Poliméricos Multifásicos UFRJ RJ Química 2
Química Supramolecular e Nanotecnologia de Elementos
CNEN RJ Química 11
Estudo Cinético de Processos Químicos PUC-Rio RJ Química 2Grupo Carbono CTEX RJ Química 6
Grupo de Materiais Condutores e Energia UFRJ RJ Química 6Grupo de Materiais Nanoestruturados Funcionais CNEN RJ Química 43
Interlab – Laboratório de Investigação de Estrutura Química e Nanotecnologia
UFRJ RJ Química 2
Laboratório de Bioinorgânica e Nanotecnologia Molecular
UFRJ RJ Química 4
Laboratório de Catálise UFRJ RJ Química 8Manipulação Química de Nanotubos de Carbono CNEN RJ Química 12
Química Supramolecular e Materiais UFRJ RJ Química 1Síntese Inorgânica Aplicada UFF RJ Química 5
Inteligência Computacional Aplicada PUC-Rio RJ Ciência da Computação 14Sistemas Complexos em Biofísica UFRN RN Biofísica 6
Continuação do Quadro
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
175
Anex
o I –
Gru
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Tecfoton – Telecomunicações e Fotônica UFRN RN Engenharia Elétrica 3Termodinâmica e Reatores Catalíticos UFRN RN Engenharia Química 7
Física de Matéria Condensada Uern RN Física 8Grupo de Magnetismo Uern RN Física 7
Grupo de Estudos Teóricos em BioNanoTecnologia UFRR RR Física 3Grupo de Nanomateriais UFRR RR Química 8
Métodos Biofísicos UFRGS RS Biofísica 3Nanotoxicologia Ambiental Furg RS Bioquímica 6
Sistema Purinérgico: Receptores e Ectonucleotidases em Células Tumorais e em
Patologias do Sistema Nervoso CentralUFRGS RS Bioquímica 8
Grupo de Polímeros UCS RSEngenharia de Materiais
e Metalúrgica11
Laboratório de Materiais Cerâmicos UFRGS RSEngenharia de Materiais
e Metalúrgica11
Polioletinas UFRGS RSEngenharia de Materiais
e Metalúrgica9
Materiais Compósitos e Nanocompósitos UFRGS RSEngenharia de Materiais
e Metalúrgica12
Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental UFRGS RS Engenharia de Minas 4Grupo de Materiais Metálicos – Nuclemat PUC-RS RS Engenharia Mecânica 6
Mecânica Aplicada Unijui RS Engenharia Mecânica 4Eletroquímica, Corrosão e Proteção Superficial UCS RS Engenharia Química 4
Avaliação Farmacológica e Modelagem UFRGS RS Farmácia 11Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos
com Ênfase em NanotecnologiaUFSM RS Farmácia 7
Sistemas Nanoestruturados para Administração de Fármacos
UFRGS RS Farmácia 7
Fabricação de Nanoestruturas e Difratometria por Raios-X
UFRGS RS Física 1
Física de Altas Pressões e Materiais Avançados UFRGS RS Física 9Gepsi – Grupo de Estudos de Propriedades
de Superfícies e InterfacesPUC-RS RS Física 5
Grupo de Magnetismo e Materiais Magnéticos UFRSM RS Física 7Implantação Iônica UFRGS RS Física 15
Laboratório de Espectroscopia de Elétrons UFRGS RS Física 2Laboratório de Estrutura Eletrônica dos Materiais UFSM RS Física 5
Laboratório de Magnetismo UFRGS RS Física 8Laser & Óptica UFRGS RS Física 6
Magnetismo e Materiais Magnéticos UFPEL RS Física 6Microeletrônica UFRGS RS Física 6
Continuação do Quadro
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
176
Panorama Nanotecnologia
Nonoestruturados UFPEL RS Física 7Nanopuc PUC-RS RS Física 4
Núcleo de Ensino de Ciências e Tecnologia UFPEL RS Física 6Clima Espacial, Magnetosferas,
Geomagnetismo: Interações Terra-SolInpe RS Geociências 34
Geoquímica Ambiental Ulbra RS Geociências 8Centro de Pesquisa Cardiovascular Ulbra RS Medicina 10
Deformidades Faciais PUC-RS RS Odontologia 7Grupo de Pesquisa em Dentística e Biomateriais UFPEL RS Odontologia 21
Bio & Macromoléculas UFRGS RS Química 6Físico-Química de Materiais UFPEL RS Química 3
Laboratório de Estudos Físico-Químicos e Produtos Naturais (LEFQPN)
Unipampa RS Química 5
Laboratório de Materiais Inorgânicos UFSM RS Química 5Nanocompósitos UFRGS RS Química 6
Síntese e Avaliação de Moléculas Bioativas Unifra RS Química 12Estado Sólido e Superfícies UFRGS RS Química 7
Físico-Química de Superfícies e Interfaces UFRGS RS Química 5Laboratório de Catálise Molecular UFRGS RS Química 8
Laboratório de Instrumentação e Dinâmica Molecular UFRGS RS Química 6Laboratório de Micro e Nanopartículas
Aplicadas na Terapêutica UFRGS RS Química 6
Estudo e Desenvolvimento de Materiais e Componentes para a Construção Civil
Unesc SC Engenharia Civil 17
Grupo de Estudo e Desenvolvimento de Materiais à Base de Cimento e Compósitos
Unesc SC Engenharia Civil 7
CETMAT – Núcleo de Materiais Cerâmicos e Vidros UFSC SCEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 8
Grupo de Materiais Poliméricos e Particulados Unesc SCEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 4
Grupo de Pesquisa de Materiais Avançados e Aplicações Tecnológicas
Uesc SCEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 11
Metalurgia Física e Engenharia de Superfícies Sociesc SCEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 8
Labmat – Grupo Interdisciplinar de Materiais UFSC SCEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 13
Grupo de Desenvolvimento de Máquinas Automáticas Especiais
Cefet/SC SC Engenharia Mecânica 10
Metrologia UFSC SC Engenharia Mecânica 10Desenvolvimento de Novos Materiais
a Partir de Resíduos Sólidos UFSC SC Engenharia Química 10
Continuação do Quadro
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
177
Anex
o I –
Gru
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Grupo de Pesquisa em Tecnologia de Produtos Florestais
UFSC SC Engenharia Química 5
Estudos Etnofarmacológicos Visando a Obtenção de Substâncias Bioativas
Unesc SC Farmácia 6
Cristais Líquidos e Minerais UFSC SC Física 2Filmes Finos e Superfícies UFSC SC Física 4
Laboratório de Sistemas Nanoestruturados UFSC SC Física 7Preparação de Materiais Fora do Equilíbrio
por Mecanosíntese UFSC SC Física 3
Grupo de Pesquisa em Imunologia e Genética Unesc SC Imunologia 11Matemática Aplicada Uesc SC Matemática 3
Quitech UFSC SC Química 4Desenvolvimento de Materiais Poliméricos Udesc SC Química 9
Grupo de Catálise Heterogênea, Estrutura e Espectroscopia Molecular
UFSC SC Química 2
Grupo de Físico-Química Orgânica e Fenômenos de Interfaces
UFSC SC Química 8
Grupo de Síntese Inorgânica e Polímeros UFSC SC Química 7Plasma Térmico e Plasma Frio UFSC SC Química 5
Grupo de Tecnologia dos Materiais UFS SEEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 5
Grupo de Magnetismo UFS SE Física 9Grupo de Materiais Cerâmicos Avançados UFS SE Física 9
Grupo de Preparação e Caracterização de Materiais UFS SE Física 10Desenvolvimento e Otimização de Materiais UFS SE Química 3
Nanociência e Nanotecnologia no Agronegócio Embrapa SP Agronomia 13Biocolóides, Membranas e Superfícies USP SP Biofísica 2
Biomembranas Unicamp SP Biofísica 18Microesferas e Lipossomas IBU SP Biofísica 4
Biotecnologia Ambiental UMC SPCiência e Tecnologia
de Alimentos 3
Centro de Tecnologia e Engenharia Agroindustrial Unicamp SPCiência e Tecnologia
de Alimentos 38
Embalagem e Estabilidade de Alimentos Unicamp SPCiência e Tecnologia
de Alimentos 1
Embalagens Ativas Unicamp SPCiência e Tecnologia
de Alimentos 1
Nanotecnologia de Materiais Absorvedores de Radiação Eletromagnética e Materiais
Compósitos Aeronáuticos Unitau SP Engenharia Aeroespacial 2
Continuação do Quadro
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
178
Panorama Nanotecnologia
Armazenagem de Hidrogênio em Materiais Nanoestruturados
Ufscar SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 4
Compósitos Lignocelulósicos Unesp SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 10
Deposição Eletrostática de Nanofi bras Ceeteps SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 1
Desempenho e Caracterização Elétrica e Térmica de Polímeros
Ufscar SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 2
Diamantes de Materiais Relacionados Inpe SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 19
Eletroquímica e Corrosão de Materiais USP SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 5
Físico-Química de Materiais ITA SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 3
Grupo de Cerâmicas Ferroelétricas Ufscar SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 4
Grupo de Compósitos e Cerâmicas Funcionais Unesp SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 7
Laboratório de Matérias-Primas Particuladas e Sólidos e Não-Metálicos
USP SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 6
Materiais FEI SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 7
Membranas, Filmes e Barreiras Poliméricas Ufscar SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 6
Microscopia Eletrônica ABTLuS SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 5
Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio Embrapa SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 80
Processamento e Caracterização de Compósitos Cerâmicos e Metálicos
Ufscar SPEngenharia de Materiais
e Metalúrgica 9
Eletrônica Molecular e Biomolecular – Nanotenologia e NEMS
Unicamp SP Engenharia Elétrica 1
GEM – Grupo de Eletrônica Molecular USP SP Engenharia Elétrica 8Grupo de Pesquisa em Física,
Telecomunicações e ComputaçãoUnicamp SP Engenharia Elétrica 17
Grupo de Tecnologia Avançadas de Gravação para Nano-, Micro- e Meso-
USP SP Engenharia Elétrica 8
Laboratório de Eletromagnetismo Computacional IEAv SP Engenharia Elétrica 4Laboratório de Tecnologia Fotônica Unicamp SP Engenharia Elétrica 4
Microestruturas para Sensores e Atuadores do Laboratório de Sistemas Integráveis
USP SP Engenharia Elétrica 15
Micro-ondas, Ondas Milimétricas e Optoeletrônica USP SP Engenharia Elétrica 11
Continuação do Quadro
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
179
Anex
o I –
Gru
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Nanoengenharia Eletrônica, Diamante Semicondutor e Materiais Nanoestruturados
Unicamp SP Engenharia Elétrica 7
Nanotecnologia Aplicada – Aplicações de Filmes Finos USP SP Engenharia Química 12Tecnologias de Micro e Nanofabricação Unicamp SP Engenharia Química 22Centro de Metrologia de Fluidos do IPT IPT SP Engenharia Química 18
Catálise Heterogênea USP SP Engenharia Química 7Desenvolvimento e Caracterização de Novos Materiais USP SP Engenharia Química 7
Engenharia de Polimeração Unicamp SP Engenharia Química 6Engenharia e Controle Ambiental Unifesp SP Engenharia Química 5
Grupo Interdisciplinar de Pesquisas em Sistemas de Liberação Controlada
Unicamp SP Engenharia Química 11
Laboratório de Pesquisa de Têxteis Técnicos USP SP Engenharia Química 5Secagem e Microencapsulação de Materiais Ativos IPT SP Engenharia Química 20
Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Medicamentos
USP SP Farmácia 5
Pesquisa e Desenvolvimento de Sistemas de Liberação Transdérmica de Drogas
USP SP Farmácia 26
Sistemas de Liberação Controlada de Fármacos e de Outras Substâncias Ativas
Unesp SP Farmácia 5
Sistemas de Liberação de Fármacos para Tratamento de Doenças Tropicais
Unesp SP Farmácia 7
Medicamentos Oftálmicos Unifesp SP Farmácia 12Química de Compostos de Coordenação Uniban SP Farmácia 5
Laboratório de Síntese Química de Nanoestruturas ABTLuS SP Física 4Aplicações de Luz Síncrotron ABTLuS SP Física 9
Baixas Temperaturas USP SP Física 7Bionuc/Fisnuc USP SP Física 4
Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos USP SP Física 6Cristalografia USP SP Física 6
Estudo de Nanoestruturas Semicondutoras Unesp SP Física 2Ferroelétricos e Novos Materiais Unesp SP Física 3
Física de Isolantes e Semicondutores Ufscar SP Física 2Física de Plasma Aplicada a Novos
Processos de MateriaisITA SP Física 16
Física de Semicondutores Experimental Ufscar SP Física 3Física Molecular e Modelagem USP SP Física 10
Grupo de Combustíveis Alternativos Unicamp SP Física 2Grupo de Cristalografia Aplicada e Raios-X Unicamp SP Física 4
Grupo de Estudos em Vidros Especiais UniABC SP Física 3Grupo de Filmes Finos USP SP Física 2
Continuação do Quadro
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
180
Panorama Nanotecnologia
Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada
USP SP Física 8
Grupo de Materiais Nanoestruturados Ufscar SP Física 2Grupo de Nanoestruturas em Filmes Langmuir-Blodgett e Automontados
USP SP Física 18
Grupo de Óptica Aplicada IEAv SP Física 7Grupo de Óxidos Complexos USP SP Física 2
Grupo de Plasmas e Aplicações Unesp SP Física 4Grupo de Plasmas e Materiais Unesp SP Física 4
Grupo de Polímeros Unesp SP Física 8Grupo de Propriedades Óticas e Magnéticas de Sólidos Unicamp SP Física 7
Grupo de Semicondutores USP SP Física 4Grupo de Supercondutividade Ufscar SP Física 2
Heteroestruturas Magnéticas e Spintrônica USP SP Física 4Laboratório de Luminescência e
Magneto-LuminescênciaUfscar SP Física 3
Laboratório de Materiais Magnéticos USP SP Física 7Laboratório de Nanociência USP SP Física 1
Laboratório de Pesquisa em Dispositivos Unicamp SP Física 5Laboratório de Preparação e Caracterização de Materiais
Unicamp SP Física 7
Laboratório de Vidros e Datação Ceeteps SP Física 6Metodologia e Instrumentação Embrapa SP Física 8
Modelagem Computacional da Matéria Unicamp SP Física 3Modelagem e Simulação em Sólidos,
Moléculas e AgregadosUFABC SP Física 12
Nanoestruturas Unicamp SP Física 2Nanoestruturas Semicondutoras Ufscar SP Física 5
Nanomol USP SP Física 14Nanotecnologia, Biossensores USP SP Física 1Novos Materiais e Aplicações Unesp SP Física 21
Óptica Biométrica Unifesp SP Física 2Propriedades Ópticas, Vibracionais, Spin e de
Transporte e NanoestruturasUfscar SP Física 3
Ressonância Magnética USP SP Física 3Scan – Simulação Computacional
e Análise de MateriaisUSP SP Física 4
Laboratório de Sensores a Fibra Óptica EAv SP Física 15Simulação Computacional em Materiais USP SP Física 16
Simulação Computacional em Física de Estado Sólido USP SP Física 1Sistemas Eletrônicos Confi nados Ufscar SP Física 1
Continuação do Quadro
continua...
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
181
Anex
o I –
Gru
pos
de p
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isa
em n
anoc
iênc
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nan
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nolo
gia
SPM Unicamp SP Física 3Citogenética e Mutagênese USP SP Genética 2
Citometria de Fluxo Unesp SP Medicina 4Físico-Química de Materiais Unesp SP Química 4
Físico-Química de Polímeros e Colóides Unesp SP Química 4Fluorescência Molecular USP SP Química 1
GPES - Grupo de Pesquisa em Eletroanalítica e Sensores
Unesp SP Química 9
Grupo de Eletrocatálise e Eletroquímica Ambiental de Ribeirão Preto
USP SP Química 5
Grupo de Eletrocatálise e Reações Unesp SP Química 3Grupo de Eletroquímica e Materiais USP SP Química 2
Grupo de Materiais Coloidais USP SP Química 9Grupo de Materiais Magnéticos e Colóides Unesp SP Química 8Grupo de Química Inorgânica e Analítica USP SP Química 4
Laboratório de Materiais e Interfaces USP SP Química 1Laboratório de Materiais Eletroativos USP SP Química 3Laboratório de Materiais Fotônicos Unesp SP Química 11
Laboratório de Nanomateriais USP SP Química 2LCAM – Laboratório de Caracterização
e Aplicação de MateriaisUSF SP Química 4
Química Analítica Interdisciplinar Unifesp SP Química 5Química Bioinorgânica Ambiental USP SP Química 1
Química Supramolecular e Nanotecnologia USP SP Química 1Química Teórica e Computacional Unifesp SP Química 1
Sol-Gel Unifran SP Química 5Compostos Inorgânicos e Organometálicos
das Terras RarasUfscar SP Química 2
GAMN – Grupo de Química Analítica/Ambiental e Materiais
Unesp SP Química 3
GMAv – Grupo de Pesquisa em Materiais e Métodos Avançados
UFABC SP Química 8
Grupo de Catálise e Materiais Inpe SP Química 7Grupo de Espectroscopia e Catálise Unifesp SP Química 2
Grupo de Materiais Cerâmicos Especiais Ufscar SP Química 23Grupo de Pesquisa em Eletrônica USP SP Química 7
Grupo de Pesquisa em Química Ambiental USP SP Química 1Grupo de Pesquisa em Química Verde e Ambiental USP SP Química 3
Grupo de Polímeros e Materiais de Fontes Renováveis Ufscar SP Química 6Grupo de Química de Materiais e Energia USP SP Química 1
Continuação do Quadro
continua...
Continuação do Quadro
Grupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
182
Panorama Nanotecnologia
Laboratório de Eletroquímica e Materiais Nanoestruturados
UFABC SP Química 9
Laboratório de Materiais Nanoestruturados Preparados Eletroquimicamente
Ufscar SP Química 9
Laboratório de Química do Estado Sólido – LQES Unicamp SP Química 2Materiais Híbridos Unifesp SP Química 6
Materiais Nanoestruturados para Eletrocatálise e Conversão de Energia
Unesp SP Química 3
Nanotecnologia Supramolecular USP SP Química 2Química Biológica Unicamp SP Química 3
Morfologia e Topoquímica dos Sólidos Unicamp SP Química 10Tecnologia de Celulose, Papel e Produtos Florestais USP SP Química 2
Produção e Controle de Qualidade de Peles Embrapa SP Química 11Micro e Nanotecnologia Farmacêutica Unesp SP Química 5
Núcleo de Ensino, Planejamento e Gestão Ambiental – NPGA
UFT TO Química 14
469 grupos 3.502
Continuação do QuadroGrupo de pesquisa Instituição Estado Área principalNº de
pesquisadores
Continuação do Quadro
Fonte: CGEE