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PALEOGRAFIA Ana Regina Berwanger

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Page 1: Paleografia aulas

PALEOGRAFIA

Ana Regina Berwanger

Page 2: Paleografia aulas

Por PALEOGRAFIA compreende-se o estudo da escrita antiga, conforme a

etimologia grega da palavra:paleos (antiga) + graphein (escrita)

Page 3: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é a ciência da decifração dos manuscritos tendo em consideração as vicissitudes sofridas pela escrita em todos os séculos e nações, seja qual for a matéria em que ela apareça”

Jesus Muñoz y Rivero

Page 4: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é a ciência das antigas escritas e tem por objeto a decifração dos escritos da

Antigüidade e Idade Média” Maurice Prou

Page 5: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é a ciência que trata do conhecimento e interpretação das escritas e que estuda as suas origens e evolução”

Agustin Millares Carlo

Page 6: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é a arte de ler documentos antigos”

Ubirajara Dolácio Mendes

Page 7: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é a parte da Diplomática que, pelo caráter da

letra em que se acham os documentos antigos, nos ensina a

julgar sua idade, veracidade e ainda a determinar o território ou a nação

a que pertecem” João Pedro Ribeiro

Page 8: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Paleografia é o estudo técnico de textos antigos, na sua forma exterior, que compreende o

conhecimento dos materiais e instrumentos para escrever, a

história da escrita e a evolução das letras, objetivando sua transcrição” João Eurípedes Franklin Leal

Page 9: Paleografia aulas

Em Resumo:

A Paleografia abrange a história da escrita, a evolução das letras, bem como os instrumentos para escrever. Pode ser considerada arte ou ciência. É ciência na parte teórica. É arte na aplicação prática. Porém, acima de tudo, uma TÉCNICA.

Page 10: Paleografia aulas

ORIGEM E ANTIGÜIDADE DOS

ESTUDOS PALEOGRÁFICOS

Page 11: Paleografia aulas

NASCIMENTO DA PALEOGRAFIASÉC. XVII (1601 - 1700)

ANTECEDENTES

Transcrições

Idade Média e Renascimento

Traduções

Page 12: Paleografia aulas

NASCIMENTO DA PALEOGRAFIASÉC. XVII (1601 - 1700)

ANTECEDENTES

trabalhos críticos

AUSÊNCIA classificação científica

antigüidade das escritas

Page 13: Paleografia aulas

GUERRA DOS

TRINTA ANOS(1618 - 1648)

Page 14: Paleografia aulas

Trabalhos de avaliação dos documentos pelos juízes

• Denúncia:

Documentos de Arquivos e Mosteiros FALSOS

• Juízes e historiadores não tinham fundamentos sólidos para avaliar autencidade

Page 15: Paleografia aulas

“GUERRA DIPLOMÁTICA”

Controvérsias Alemanha / França

Inglaterra / Itália

Direitos feudais e eclesiásticos:

Documentos Falsos

Início: Estudos de Comprovação

Page 16: Paleografia aulas

Períodos

Page 17: Paleografia aulas

A) Período de Formação(fins Séc. XVII - XVIII)

•Polêmica religiosa: Cia de Jesus X Beneditinos

•Paleografia e Diplomática se confundem

•Padres Cia de Jesus - Jean Bolland publica coleção “Acta Sanctorum” - Pe. Papenbroeck:

constata existência de documentos falsos

•Tradição beneditina abalada

Page 18: Paleografia aulas

A) Período de Formação(fins Séc. XVII - XVIII)

•Jean Mabillon(Beneditino): “De Re Diplomatica Libri VI” (Nasce: Paleografia e Diplomática)

•Termo “Paleografia”: Bernardo de Montfaucon (Paleographia Graeca - 1708)

•Surgem outras obras:Alemanha/Inglaterra/Itália

•Péssimo desenvolvimento da Paleografia

monopolização e não divulgação

Page 19: Paleografia aulas

B) Período de Afirmação(fins Séc. XVIII - nossos dias)

• Desenvolvimento dos Estudos Paleográficos

• Surgimento das Cátedras Universitárias

• Expansão abertura dos arquivos

• Aparecimento novas obras

• Paleografia e Diplomática independentes

Page 20: Paleografia aulas

B) Período de Afirmação(fins Séc. XVIII - nossos dias)

• Escolas Superiores e Centros de Paleografia

• Técnica de Transcrição Paleográfica

• Fotografia reprodução (de fac - similes)

• Descoberta dos “palimpsestos

• Após II Guerra Paleografia liberta de detalhes, documento como algo vivo (Técnica)

Page 21: Paleografia aulas

OBJETO

A Paleografia tem como objeto o estudo das características

extrínsecas dos documentos e livros manuscritos, para permitir a sua leitura e transcrição, além da

determinação de sua data e origem.

Page 22: Paleografia aulas

CARACTERÍSTICA

O documento paleográfico é manuscrito e pode ter como suporte papel, tecido, pergaminho e papiro, isto é, matéria branda.

Page 23: Paleografia aulas

IMPORTÂNCIA

• Relação direta com o passado;

• Relações internacionais;

• Agente de Justiça;

• Elucidações de problemas passados.

Page 24: Paleografia aulas

IMPORTÂNCIA

gerações passadas

Elo instituições antigas

de

Comunicação costumes, literatura

crenças, culturas, etc

Page 25: Paleografia aulas

DIVISÃO

QUANTO AO TRABALHO DESENVOLVIDO

• Elementar só a leitura

• Crítica

deduz informações sobre material e época

Page 26: Paleografia aulas

DIVISÃO

EM RELAÇÃO AO TEMPO EM QUE FORAM LAVRADOS OS DOCUMENTOS

• Paleografia Antiga

• Paleografia Medieval

• Paleografia Moderna

Page 27: Paleografia aulas

DIVISÃO

EM RELAÇÃO À CIÊNCIA QUE AUXILIA

• Paleografia Diplomática (conteúdo)

• Paleografia Bibliográfica (gêneros de letras em livros anteriores à Imprensa)

• Paleografia Numismática

• Paleografia Medalhística

• Paleografia Epigráfica

Page 28: Paleografia aulas

DIVISÃO

EM RELAÇÃO AOS POVOS DE QUE TRATA

• ORIENTAL

• GREGA

• FRANCESA

• PORTUGUESA, ETC...

Page 29: Paleografia aulas

RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS

Diplomática, Epigrafia (matérias não brandas),

Numismática, Sigilografia, História, Filologia (estuda linguagem e sua evolução),

Direito e Arquivologia.

Page 30: Paleografia aulas

A EVOLUÇÃO DA

ESCRITA

Page 31: Paleografia aulas

CONCEITOS

“A escrita é a pintura da voz.”

Voltaire

Page 32: Paleografia aulas

CONCEITOS

“É a expressão gráfica do discurso, a fixação da linguagem falada de

forma permanente ou semi-permanente.”

David Diringer

Page 33: Paleografia aulas

CONCEITOS

“Expressão gráfica da linguagem.”

C. Higounet

Page 34: Paleografia aulas

ESCRITA, etimologicamente, vem do Latim:

scribere (traçar caracteres, fazer letras)

Page 35: Paleografia aulas

• Em sentido amplo: Qualquer sistema semiótico de caráter visual e espacial.

• Em sentido estrito:Qualquer notação de caráter visual e espacial da linguagem verbal.

Page 36: Paleografia aulas

Primeiras Manifestações

• Desenho

• Bastões

• Mensagens Heródoto

• Quipo

• Cintos wampum

• Cartas aroco

Page 37: Paleografia aulas

Primeiros Alfabetos

Escrita Cuneiforme Alfabeto

Persas Assírios Egípcios

Hieróglifos Hierática Demótica

Fenícios

Gregos

Alfabeto Latino

Page 38: Paleografia aulas

A ESCRITA ATRAVÉS DOS

TEMPOS

Page 39: Paleografia aulas

INTRODUÇÃO

• Linguagem

Conjunto de sons articulados com o qual o homem manifesta o que pensa e sente. • Escrita

Representação da linguagem falada por meio de sinais visuais e convencionais na superfície de diversos materiais.

Page 40: Paleografia aulas

IMPORTÂNCIA

• A cultura não existiria;

• Necessidade social;

• Instrumento de ensino;

• Conhecimento histórico;

• Desenvolvimento do intelecto.

Page 41: Paleografia aulas

FASES

• Sucessão de forma lenta, sem evolução; • Cada povo com um sistema gráfico independente.

Page 42: Paleografia aulas

FASES

• Escrita Embrionária ou pré-escrita

Processos mnemônicos, desenhos geométricos desconexos. • Pictografia

Representação do pensamento através de desenhos.

Page 43: Paleografia aulas

FASES• Ideografia

Representação gráfica para cada palavra ou grupo de palavras.

Calor, dia, luz 1 sinal = ação • Fonografia

Sinal representa som: (Silabografia e Alfabética).

Page 44: Paleografia aulas

ORIGEM

A) perde-se na neblina;

B) originou-se em um passado recente, se comparada ao desenvolvimento intelectual da humanidade;

C) sumérios entre 4.000 e 3.000 a.C. - primeiros a usá-la como sistema;

D) as mais antigas: sumeriana e acadiana, egípcia e chinesa.

Page 45: Paleografia aulas

DESENVOLVIMENTO

A) não se desenvolveu de uma hora para

outro;

B) não houve evolução, mas sucessão, de

forma lenta, expressando idéias comuns;

C) não houve o mesmo tipo de escrita em

todos os lugares;

D) cada povo tinha seu sistema gráfico.

Page 46: Paleografia aulas

Hipóteses sobre o nascimento da escrita (Hipólito Escolar Sobrinho)

RELIGIOSA: textos mais antigos.

moraisTransmitir normas comportamento

sociais humano

Page 47: Paleografia aulas

Hipóteses sobre o nascimento da escrita (Hipólito Escolar Sobrinho)

POLÍTICA: textos primitivos.

• Façanhas Guerreiras mérito pessoal• Medidas Relevantes valorização posterior

Page 48: Paleografia aulas

Hipóteses sobre o nascimento da escrita (Hipólito Escolar Sobrinho)

LITERÁRIA: textos anônimos e populares

primeiras sociedades• Cantos/Poemas antes do aparecimento da

escrita

Page 49: Paleografia aulas

Hipóteses sobre o nascimento da escrita (Hipólito Escolar Sobrinho)

ADMINISTRATIVA: hipótese mais provável.

• Resolver problemas burocráticos

produção agrícola• Anotar registros comercias débito crédito

Page 50: Paleografia aulas

Hieróglifo, conforme a etimologia grega:

hieros (sagrado) + glyphein (escrita) “escrita sagrada”

ALFABETO HIERÓGLIFO

Page 51: Paleografia aulas

• CONCEITO

Escrita utilizada pela Civilização Egípcia (cerca de 3.000 a.C.).

• TRADIÇÃOInvenção da Escrita.

THOT deus da escrita

Page 52: Paleografia aulas

ORIGEM

• James Février duas hipóteses

- surgiram no próprio país;

- copiadas de modelo estrangeiro.

Page 53: Paleografia aulas

TIPOS

- Hieróglifo: mais primitivo. Uso exclusivo dos sacerdotes. Em monumentos, pedras, madeira e papiro. É de 394 d.C. a última inscrição conhecida;

- Hierático: mais simplificado. Usado por

sacerdotes em textos religiosos. Empregado em

couro, tecido e papiro;

- Demótico: mais popular. Simplificado, derivado do hierático. Expressava alguns termos gregos.

Page 54: Paleografia aulas

LEITURA

- De cima para baixo;

- Da esquerda para direita, vice-versa;

- Também no sentido que as figuras

olhavam.

Page 55: Paleografia aulas

DECIFRAÇÃO

• Gregos (Antigüidade) tentativas

• Durante Séculos - estudos infrutíferos

• Séc. XVII - Pe. Kircher (copta)

• Séc. XVIII - Carsten (repete sinais)

• Zoega - nomes emoldurados (cartuchos)

Page 56: Paleografia aulas

1799 - Tropas francesas de Napoleão encontram em Roseta

uma pedra com inscrições bilíngues (egípcio e grego) escrita em hieróglifo, demótico e grego.

Era Decreto do Faraó Ptolomeu (196 a.C.).

Page 57: Paleografia aulas

PEDRA ROSETA

14 LINHAS - HIERÓGLIFO

32 LINHAS - DEMÓTICO

54 LINHAS - GREGO

Jean François Champollion: decifração.

Identifica nomes: Ptolomeu e Cleópatra (1822)

Page 58: Paleografia aulas

DESAPARECIMENTO

• Fatores políticos;

• Mudanças de capital;

• Invasões de outros povos;

• Penetração do CRISTIANISMO.

Page 59: Paleografia aulas

ALFABETO FENÍCIO

• Escrita literal - letras, não sílabas;

• Não apresentava vogais;

• Escrita horizontal;

• São 22 símbolos;

• Letras tinham nomes, ordenadas;

• Aspecto esguio, alongado.

Page 60: Paleografia aulas

ALFABETO GREGO

• Vogais;

• Esquerda para a direita;

• Invenção de novos símbolos;

• São 24 sinais;

• Invenção da pontuação;

• Acentuação (agudo, grave e circunflexo).

Page 61: Paleografia aulas

LATIM

• Região do Lácio (Latium);

• Influência da escrita Etrusca;

• Alguns elementos do grego;

• Surgiram novas letras;

• Abreviações;

• Adaptou-se à várias línguas.

Page 62: Paleografia aulas

OS DOIS LATINS

• Latim literário

Falado pela aristocracia e intelectuais. • Latim vulgar

Falado pelo povo e tropas do exército.

Daqui surgiram os NEOLATINOS.

Page 63: Paleografia aulas

Linguagem Localidioma nativo + latim vulgar

LÍNGUA NOVA

Page 64: Paleografia aulas

LÍNGUAS NEOLATINASPortuguês, Francês, Italiano e Espanhol, e ainda:

• Romeno - Romênia

• Catalão - Catalunha (Espanha)

• Rético - Récia (Suiça, Áustria, Itália)

• Provençal - Provença (França)

• Sardo – Sardenha (Itália)

• Dalmático - Dalmácia (Iugoslávia)

Page 65: Paleografia aulas

DIFUSÃO

- Cristianismo

- Igreja Católica

- Bíblia

- Obras Científicas

- Obras Filosóficas

- Documentos Gerais

Page 66: Paleografia aulas

Documentação Portuguesa

A) Características do Material

• Documentação mais primitiva: Pergaminho

• Não há registro do uso de Papiro

• Reinado de D. Diniz: início do uso do papel

documentos públicos

Page 67: Paleografia aulas

Documentação Portuguesa

A) Características do Material

• Documentos importantes: Pergaminho

• Séc. XV - Afonso V: Ordenações Afonsinas

normas quanto ao uso do papel

• 1334 - data do documento mais antigo, em

papel, em português.

Page 68: Paleografia aulas

Características da Língua

• Primeiros DOCUMENTOS (Séc. IX - XII)

Latim Bárbaro (vulgar)

• Formação do Reino de Portugal (Séc. XII)

• Correspondência internacional Latim

• Uso obrigatório do português (Séc. XIII)

• Clero Português Latim (até o Séc. XV)

Page 69: Paleografia aulas

Materiais & Instrumentos

argila, barro terracota, tijolos osso, marfim1) Material pedras, mármore BASE folhas, linhos tabuinhas enceradas couro, papiro, pergaminho papel...

preciosos METAIS não-preciosos

Page 70: Paleografia aulas

Materiais & Instrumentos

graphium cálamo 2) Material A) pincel IMPRESSOR Instrumentos grafite pena de ave pena metálica

caneta tinteiro

esferográfica

Page 71: Paleografia aulas

Materiais & Instrumentos

preta 2) Material B) vermelha IMPRESSOR Tintas outras cores crisografia

Page 72: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

DIVISÃO DAS LETRAS

A) Quanto à dimensão e altura dos sinais

• Maiúsculas

• Minúsculas

B) Quanto ao cuidado na execução

• Redonda ou Sentada

• Cursiva

Page 73: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA CAPITAL

• Capital Quadrada ou Lapidária

• Capital Redonda

• Capital Rústica

Page 74: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA UNCIAL

• Resultou do arredondamento da:

RÚSTICA

Page 75: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA SEMI-UNCIAL

• Usada em anotações:

- Marginais

- Interlineares

Page 76: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA CURSIVA

• É a escrita corrente;

• As letras ligam-se umas às outras.

Page 77: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA NACIONAL

• Cada região utilizava um tipo de

Cursiva e a adaptava.

• A mais importante:

Escrita Carolíngia ou Carolina

Page 78: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA GÓTICA

• Gótica Cortesã

• Gótica Processual

• Gótica Encadeada

Page 79: Paleografia aulas

TIPOS DE ESCRITA

ESCRITA HUMANÍSTICA

• Foi uma reação de intelectuais e

artistas Humanistas à escrita Gótica.

• A maioria da documentação

brasileira está registrada nesta escrita.

Page 80: Paleografia aulas

OS NÚMEROS

HOMEM

Necessidade de exprimir quantidades

Sentido do NÚMERO

Page 81: Paleografia aulas

OS NÚMEROS

• Números Egípcios;

• Números Mesopotâmicos;

• Números Fenícios;

• Números Gregos;

• Números Romanos;

• Números Arábicos.