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2 4 25 de janeiro de 2014 Jornal Popular - O verdadeiro jornal do povo No Seu Bairro J P Quer que o JP visite seu bairro? Envie a sua denuncia pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone: 4647-5000 Moradores do bairro se sentem excluídos Uma parte do bairro recebeu asfalto enquanto outra ainda possui ruas de terra e não tem esgoto Jardim Lucinda FOTOS: JP Rua do Pêssego com esgoto à céu aberto Heloisa Ikeda De Itaquá Os moradores do bairro Jardim Lucinda demonstraram bastante insatisfação com diversos aspectos do local quando a reportagem do Jornal Popular esteve lá na tar- de de terça-feira, dia 21. Rogério e Silvana Vicente da Silva, que fizeram a denúncia, afirmam que um dos grandes problemas do bairro é a proximidade com um antigo aterro sanitário Pajoan que foi desativa- do há algum tempo, mas que continua trazendo mau cheiro e insetos para as casas próximas. Além disso, o bairro também está com falta de água, falta de pavimentação em algumas ruas, sem iluminação pública e com esgoto correndo a céu aberto. “Nos sentimos exclu- ídos aqui pois parte do bairro recebeu melhorias e ruas foram asfaltadas. Mas aqui não”, afirma Sil - vana, que mora na rua do Pêssego, uma ladeira íngreme de cascalho onde até mesmo os carros tem dificuldade para subir. Segundo a moradora Daniele Cristine Carneiro Pinto, o principal pro- blema no momento tem sido a falta de água, mas existem muito outros: “Nós moramos aqui de forma regular, pagamos água e luz, temos o mes- mo direito que qualquer outro cidadão”. Claudinéia Olivei- ra que é cabeleireira e mora há 20 anos no bairro, diz que quando chove a coisa piora por lá, pois o cheiro do antigo aterro fica mais intenso devido ao chorume que ainda existe no local. “Não adianta fechar as jane- las e as portas; o cheiro entra em casa mesmo assim”. O que também ocorre por causa das chuvas é o aumento da dificuldade de transitar pela via: “Fica impossí - vel de andar na rua, os carros não conseguem subir de jeito nenhum. Quem tenta sair de casa corre risco de cair e se machucar”. A auxiliar de limpe- za Helena Paula da Silva Machado falou da falta de iluminação nas ruas. Não existem luminárias em nenhum dos postes de energia e, segundo a moradora, à noite é quase impossível andar pela rua que fica muito escura. As moradoras do bairro também apontaram pro- blemas quanto à saúde e educação públicas. De acordo com elas, os postos de saúde estão sempre sem medicamentos e às vezes não tem nem os potinhos usados para exames como o de urina. Na questão da educação o que a população diz é que as crianças dependem de transporte escolar para chegar até as escolas, o que ainda não foi garan- tido pela administração. As famílias do Jardim Lucinda também recla- mam que pagam taxa de iluminação pública e esgoto, mas não recebem nenhum desses serviços na área da Rua Pêssego. Na Rua Três, que já foi asfaltada também exis- tem problemas. Doranice Maria da Silva, que vive no local há mais de dez anos, diz que a rua tem três bueiros e que todos estão entupidos: “Quando chove, a água não tem para onde sair e fica toca acumulada no final da rua”. A moradora também reclama de um terreno particular abandonado que está cheio de mato, onde alguns moradores já encontraram ratos e até cobras. Outro lado A Secretaria de Serviços Urbanos, informa que irá notificar a Bandeirantes Energia e a Sabesp sobre as cobranças supostamente indevidas. De acordo com a assessoria de impren- sa, a área se encontra enquadrada como ZEIS (Zona Especial de Inte- resse Social) e está no plano do programa Cidade Legal. Por isso, diz a nota, em breve os moradores serão cadastrados e um plano de melhorias na localidade será elaborado. Quanto ao aterro, a Cetesb informou que, apesar de a área estar paralisada, a agência efetua inspeções periódicas, de modo a verificar se há chorume na area, visto que a decomposição do lixo depositado no local continuará gerando gases e efluentes por um longo período de tempo. Quanto à questão da contaminação, a Cetesb informa que já fez um exigência técnica à Pajoan, porém os es- tudos necessários não foram apresentados até o momento, sendo alvo de autuações por parte da Companhia: “Ressaltamos que o empreendimento encontra-se na listagem de Áreas Contaminadas e Reabilitadas do Estado de São Paulo divulgada pela CETESB anualmente”. Em caso de reclamação, em qualquer horário ou dia da semana, mediante acionamento da empresa um técnico credenciado da CETESB comparece ao local, para as devidas constatações sobre pos- síveis irregularidades. Doranice reclamou dos bueiros entupdos Silvana: “Nos sentimos excluídos aqui” Estamos de O terreno abandonado e cheio de lixo na Rua Nilópolis, bairro Jardim São Roberto em Itaqua- quecetuba, foi limpo pela prefeitura na quinta-feira, dia 22. O Jornal Popular havia publicado as recla- mações de moradores quanto a esse problema na última edição. Segundo a moradora Suelene da Silva Araújo, que denunciou a situa- ção, o terreno pertence à prefeitura e está aberto há cerca de 3 anos. A população, no entanto, não está satisfeita com as providências tomadas. Segundo os moradores, apenas limpar a área não resolve o proble- ma. Suelene acredita que deva ser colocado um muro para tapar a frente e impedir que continuem despejan- do lixo no terreno, ou então que a prefeitura use a área para construir algo útil. Terreno abandonado no Jardim São Roberto é limpo pela prefeitura Um pequeno prédio da antiga Companhia Telefô- nica há anos abandonado no Jardim Odete, em Ita- quaquecetuba, que vinha gerando muitas reclama- ções dos moradores está sendo enfim recuperado. A área localizada na Rua Hortência foi limpa e o lixo foi retirado do local e colocado em caçambas. Também foram recolo- cados os portões para impedir a invasão de moradores de rua. A reportagem do JP havia visitado o lugar na semana passada e coletou relatos de mo- radores que afirmavam que o prédio estava se transformando em ponto de consumo de drogas e de proliferação de doenças e bichos. Curiosamente, a Assessoria de Imprensa da Vivo não se manifestou quando procurada pela reportagem , porém, após a publicação da reporta- gem, os responsáveis pela empresa determinaram a solução do problema. Empresa arruma prédio abandonado após denúncia do JP

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24 25 de janeiro de 2014Jornal Popular - O verdadeiro jornal do povo

No Seu BairroJP Quer que o JP visite seu bairro? Envie a sua denuncia pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone: 4647-5000

Moradores do bairro se sentem excluídosUma parte do bairro recebeu asfalto enquanto outra ainda possui ruas de terra e não tem esgoto

Jardim Lucinda

FOTOS: JP

Rua do Pêssego com esgoto à céu aberto

Heloisa IkedaDe Itaquá

Os moradores do bairro Jardim Lucinda demonstraram bastante insatisfação com diversos aspectos do local quando a reportagem do Jornal Popular esteve lá na tar-de de terça-feira, dia 21. Rogério e Silvana Vicente da Silva, que fizeram a denúncia, afirmam que um dos grandes problemas do bairro é a proximidade com um antigo aterro sanitário Pajoan que foi desativa-do há algum tempo, mas que continua trazendo mau cheiro e insetos para as casas próximas. Além disso, o bairro também está com falta de água, falta de pavimentação em algumas ruas, sem iluminação pública e com esgoto correndo a céu aberto.

“Nos sentimos exclu-ídos aqui pois parte do bairro recebeu melhorias e ruas foram asfaltadas. Mas aqui não”, afirma Sil-vana, que mora na rua do Pêssego, uma ladeira íngreme de cascalho onde até mesmo os carros tem dificuldade para subir.

Segundo a moradora Daniele Cristine Carneiro Pinto, o principal pro-blema no momento tem sido a falta de água, mas existem muito outros: “Nós moramos aqui de forma regular, pagamos água e luz, temos o mes-mo direito que qualquer outro cidadão”.

Claudinéia Olivei-ra que é cabeleireira e mora há 20 anos no bairro, diz que quando chove a coisa piora por lá, pois o cheiro do antigo aterro fica mais intenso devido ao chorume que

ainda existe no local. “Não adianta fechar as jane-las e as portas; o cheiro entra em casa mesmo assim”. O que também ocorre por causa das chuvas é o aumento da dificuldade de transitar pela via: “Fica impossí-vel de andar na rua, os carros não conseguem subir de jeito nenhum. Quem tenta sair de casa corre risco de cair e se machucar”.

A auxiliar de limpe-za Helena Paula da Silva Machado falou da falta de iluminação nas ruas. Não existem luminárias em nenhum dos postes de energia e, segundo a moradora, à noite é quase impossível andar pela rua que fica muito escura.

As moradoras do bairro também apontaram pro-blemas quanto à saúde e educação públicas. De acordo com elas, os postos de saúde estão sempre sem medicamentos e às vezes não tem nem os potinhos usados para exames como o de urina. Na questão da educação o que a população diz é que as crianças dependem de transporte escolar para chegar até as escolas, o que ainda não foi garan-tido pela administração.

As famílias do Jardim Lucinda também recla-mam que pagam taxa

de iluminação pública e esgoto, mas não recebem nenhum desses serviços na área da Rua Pêssego.

Na Rua Três, que já foi asfaltada também exis-tem problemas. Doranice Maria da Silva, que vive no local há mais de dez anos, diz que a rua tem três bueiros e que todos estão entupidos: “Quando chove, a água não tem para onde sair e fica toca acumulada no final da rua”. A moradora também reclama de um terreno particular abandonado que está cheio de mato, onde alguns moradores já encontraram ratos e até cobras.

Outro ladoA Secretaria de Serviços

Urbanos, informa que irá notificar a Bandeirantes Energia e a Sabesp sobre as cobranças supostamente indevidas. De acordo com a assessoria de impren-sa, a área se encontra enquadrada como ZEIS

(Zona Especial de Inte-resse Social) e está no plano do programa Cidade Legal. Por isso, diz a nota, em breve os moradores serão cadastrados e um plano de melhorias na localidade será elaborado.

Quanto ao aterro, a Cetesb informou que, apesar de a área estar paralisada, a agência efetua inspeções periódicas, de modo a verificar se há chorume na area, visto que a decomposição do lixo depositado no local continuará gerando gases e efluentes por um longo período de tempo.

Quanto à questão da contaminação, a Cetesb informa que já fez um exigência técnica à Pajoan, porém os es-tudos necessários não foram apresentados até o momento, sendo alvo de autuações por parte da Companhia: “Ressaltamos que o empreendimento encontra-se na listagem de Áreas Contaminadas e Reabilitadas do Estado de São Paulo divulgada pela CETESB anualmente”.

Em caso de reclamação, em qualquer horário ou dia da semana, mediante acionamento da empresa um técnico credenciado da CETESB comparece ao local, para as devidas constatações sobre pos-síveis irregularidades.

Doranice reclamou dos bueiros entupdos

Silvana: “Nos sentimos excluídos aqui”

Estamos de

O terreno abandonado e cheio de lixo na Rua Nilópolis, bairro Jardim São Roberto em Itaqua-quecetuba, foi limpo pela prefeitura na quinta-feira, dia 22. O Jornal Popular havia publicado as recla-mações de moradores quanto a esse problema na última edição.

Segundo a moradora Suelene da Silva Araújo, que denunciou a situa-ção, o terreno pertence à prefeitura e está aberto

há cerca de 3 anos. A população, no entanto, não está satisfeita com as providências tomadas. Segundo os moradores, apenas limpar a área não resolve o proble-ma. Suelene acredita que deva ser colocado um muro para tapar a frente e impedir que continuem despejan-do lixo no terreno, ou então que a prefeitura use a área para construir algo útil.

Terreno abandonado no Jardim São Roberto é limpo pela prefeitura

Um pequeno prédio da antiga Companhia Telefô-nica há anos abandonado no Jardim Odete, em Ita-quaquecetuba, que vinha gerando muitas reclama-ções dos moradores está sendo enfim recuperado. A área localizada na Rua Hortência foi limpa e o lixo foi retirado do local e colocado em caçambas. Também foram recolo-cados os portões para impedir a invasão de moradores de rua.

A reportagem do JP

havia visitado o lugar na semana passada e coletou relatos de mo-radores que afirmavam que o prédio estava se transformando em ponto de consumo de drogas e de proliferação de doenças e bichos. Curiosamente, a Assessoria de Imprensa da Vivo não se manifestou quando procurada pela reportagem , porém, após a publicação da reporta-gem, os responsáveis pela empresa determinaram a solução do problema.

Empresa arruma prédio abandonado após denúncia do JP