os estudos de inteligência e da criatividade - aula 2
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Os estudos da inteligência e da criatividade
Programa de Pós Graduação em DesignDesign & Criatividade
Profa. Rita Ribeiro
Inteligência é uma combinação de muitos fatores
Teoria das Inteligências Múltiplas
Para o psicólogo americano Howard Gardner há nove tipos de inteligência:
Lógico-matemática - abrange a capacidade de analisar problemas, operações matemáticas e questões científicas. Medida por testes de QI é mais desenvolvida em matemáticos, engenheiros e cientistas, por exemplo.
Linguística - caracteriza-se pela maior sensibilidade para a língua falada e escrita. Também medida por testes de QI, é predominante em oradores, escritores e poetas.
Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual de modo minucioso. É mais desenvolvida em arquitetos, desenhistas e escultores.
Teoria das Inteligências Múltiplas
Musical - expressa-se através da habilidade para tocar, compor e apreciar padrões musicais, sendo mais forte em músicos, compositores e dançarinos. Beethoven se enquadra nessa inteligência.
Físico-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de utilizar o corpo para a dança e os esportes. É mais desenvolvida em mímicos, dançarinos e desportistas, por exemplo.
Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.
Interpessoal - é uma habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores.
Teoria das Inteligências Múltiplas
Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os
fenômenos e padrões da natureza. É característica de paisagistas, arquitetos
e mateiros, por exemplo. Charles Darwin se encaixa nesta inteligência.
Existencial - capacidade de refletir sobre questões fundamentais da
existência, aguçada em vários segmentos diferentes da sociedade
Gardner (2001):
As inteligências não são objetos que podem ser contados, e sim, potenciais
que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura
específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões
pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e
outros.
Teoria triárquica da inteligência humana
Formulada por Robert J. Sternberg, segundo a qual a inteligência é composta
por 3 habilidades cognitivas:
. inteligência criativa ou a capacidade de gerar ideias novas e interessantes
. inteligência analítica ou a capacidade de examinar fatos e tirar conclusões
. inteligência prática ou a capacidade de se adaptar ao ambiente de alguém
As teorias triárquica e de inteligências múltiplas ainda geram polêmicas. Elas
podem, entretanto, ser capazes de explicar melhor o conceito de inteligência
e criatividade do que os testes de QI tradicionais.
Dois ciclos da vida criativa
O economista David Galenson aponta que existem dois tipos principais de pessoas criativas:
• inovadores conceituais pensam rápido, de forma intensa e realizam seu melhor trabalho quando jovens;
• inovadores experimentais aprendem com a tentativa e erro. Realizam seu melhor trabalho depois de uma longa experimentação.
O pensamento criativo em design
Criatividade pode ser entendida como a capacidade de um sistema vivo (indivíduo, grupo, organização) produzir novas combinações, dar respostas inesperadas, originais, úteis e satisfatórias, dirigidas a uma determinada comunidade. É o resultado de um pensamento intencional, posto ao serviço da solução de problemas que não têm uma solução conhecida ou que admitem mais e melhores soluçòes que as já conhecidas. (TSCHIMMEL, 2003.)
Fatores que inibem ou promovem o pensamento criativo
Todos os seres humanos têm um potencial criativo, que pode ser restringido
por: Falta de conhecimento da área;
Inexperiência;
Falta de motivação.
• Portanto, podemos concluir que algumas características são imprescindíveis para alavancar o potencial criativo:
Busca do conhecimento, que não se restringe apenas ao campo do saber do design;
Não ter medo de experimentar;
Motivação e, o principal:
curiosidade
O pensamento divergente de Guilford O conceito, desenvolvido por J.P.Guilford, pressupõe que o pensamento divergente é:Uma forma original de se resolver problemasMais impulsivo, emocional e expressivo,Voltado para a produção de muitas ideias ao mesmo tempo.
El contrapõe-se ao pensamento convergente: Lógico, racional e convencional
O pensamento lateral de Edward de BonoPensamento criativo é um pensamento lateral:Integra nos seus procedimentos mentais, informacões que pouco ou nada têm a ver com o pensamento em si;É o pensamento como um processo de possibilidades.
Contrapõe-se ao pensamento vertical:Pensamento lógico, matemático e seletivo
Características do pensamento criativo
• Fluidez;
• Flexibilidade;
• Originalidade do pensamento são características básicas.
A percepção é o elemento mais importante porque:
• É a maneira de ver, sentir, ouvir, cheirar o ambiente e estruturar o nosso mundo;
• É a organização, a interpretação dos estímulos e das informações recolhidas por eles.
• Muitos erros de pensamento são, na verdade, erros de percepção;
• A percepção involuntária e não refletida opõe-se à criatividade porque o indivíduo tende a organizar o meio percebido, segundo as leis da proximidade, simplicidade e semelhança.
Treinar a percepção significa Desenvolver a capacidade de análise – reconhecer, classificar e
descrever os elementos de um problema, desmontando a situação original e reordenando-a.
Formular hipóteses – procura de causas e consequências nas diversas possibilidades de solução do problema.
Interrogação divergente – por quê? Para quê serve? Como se produz?
Pensamento analógico-comparativo – biassociação de ideias: estabelecer relações novas, incomuns entre objetos e situações.
Desenvolver o pensamento sintético – integrando elementos e informações dispersas pode-se chegar à um pensamento novo.
Seguir a intuição – experiência e o conhecimento são o fundamento da intuição.
Referências Bibliográficas• ALENCAR, Eunice M.L.S.; FLEITH, Denise de Souza. Contribuições teóricas
recentes ao estudo da criatividade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Jan-Abr 2003, vol.19 n.1, pp.001-008.
• GUANDALINI, Giuliano. As duas idades do gênio. Edição 1944, 22 de janeiro de 2006. IN: http://veja.abril.com.br/220206/p_104.html
• MASI, Domenico. Criatividade e grupos criativos – Vol.1 – descoberta e invenção. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
• MASI, Domenico. Criatividade e grupos criativos – Vol.2 – fantasia e concretude. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
• MUNARI, Bruno. Fantasia. São Paulo: Martins Fontes, 1981.• OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de criação. 20 ed. São Paulo:
Vozes, 2006.• TSCHIMMEL, Katja. O pensamento criativo em design. In:
http://www.crearmundos.net/primeros/artigo%20katja%20o_pensamento_criativo_em_design.htm. Consultado em 01/07/2010.
• WILLIAMS, Raymond. Palavras-chave. São Paulo: Boitempo, 2007.