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ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
LUINE ALVES REIS
OS EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DISMENORRÉIA
SÃO PAULO
2016
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC
CURSO PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
LUINE ALVES REIS
OS EFEITOS DAS ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DISMENORRÉIA,
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação
em Acupuntura apresentado à EBRAMEC–Escola
Brasileira de Medicina Chinesa, sob orientação do
Prof. Fábio Fonseca, e Co-Orientador Dr. Reginaldo
De Carvalho Silva Filho.
SÃO PAULO
2016
LUINE ALVES REIS
OS EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DISMENORRÉIA,
BANCA EXAMINADORA
Fábio Fonseca
ORIENTADOR
Reginaldo De Carvalho Silva Filho
Co-Orientador
Luine Alves Reis
Seu nome aqui
São Paulo, ____ de _____________de ___
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais que sempre me apoiaram e acreditaram em mim priorizando
sempre a minha educação e ao meu esposo que sempre me ajudou nas horas de desânimo, me dando
incentivo, me ensinando a correr atrás dos meus objetivos e nunca desistir dos meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
A Deus por ser meu guia, minha luz e estar sempre presente em minha vida. Aos meus
familiares pelo apoio, a todos os meus professores no decorrer do curso que colaboraram com
esforço e dedicação para que houvesse maior conhecimento e aprendizado, ao meu orientador Prof.
Fábio Fonseca pela contribuição, auxílio, apoio e por me mostrar o verdadeiro significado de ser
Acupunturista, ao Prof. João Carlos Félix pelo suporte, correções, presteza, auxílio e paciência que
demonstrou possuir e a todos que tornaram possível a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
2. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................12
3. MEDICINA OCIDENTAL..................................................................................................13
3.1 FISIOLOGIA FEMININA E DO CICLO MENSTRUAL.........................................13
3.2 DISMENORRÉIA SOB A VISÃO DA MEDICINA OCIDENTAL..........................13
3.2.1 CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................14
3.2.2 ETIOLOGIA.......................................................................................................14
3.2.3 FISIOPATOLOGIA...........................................................................................14
3.2.4 DIAGNÓSTICO.................................................................................................16
3.2.5 TRATAMENTO DA DISMENORRÉIA SEGUNDO MEDICINA
OCIDENTAL......................................................................................................16
4. MEDICINA CHINESA........................................................................................................18
4.1 CONCEITO...................................................................................................................18
4.2 ACUPUNTURA.............................................................................................................18
4.3 ÓRGÃOS INTERNOS E A MENSTRUAÇÃO..........................................................19
4.3.1 RIM (SHEN)........................................................................................................20
4.3.2 FÍGADO (GAN)..................................................................................................20
4.3.3 BAÇO (PI)...........................................................................................................20
4.3.4 CORAÇÃO (XIN)...............................................................................................20
4.3.5 ESTÔMAGO (WEI)...........................................................................................21
4.3.6 ÚTERO)...............................................................................................................21
4.4 CANAIS CURIOSOS E A MENSTRUAÇÃO............................................................21
4.5 FISIOLOGIA DA MENSTRUAÇÃO SEGUNDO MEDICINA CHINESA
VERSUS MEDICINA OCIDENTAL...........................................................................23
4.6 DISMENORRÉIA SOB A VISÃO DA MEDICINA CHINESA...............................25
4.6.1 CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................25
4.6.2 ETIOLOGIA E PATOLOGIA..........................................................................25
4.6.3 DIAGNÓSTICO.................................................................................................26
4.6.4 DIFERENCIAÇÃO DAS SÍNDROMES E TRATAMENTO........................27
4.6.4.1 PLENITUDE.................................................................................................27
4.6.4.1.1 ESTAGNAÇÃO DE QI....................................................................27
4.6.4.1.2 ESTASE DE XUE.............................................................................27
4.6.4.1.3 ESTAGNAÇÃO DE FRIO...............................................................28
4.6.4.1.4 UMIDADE-CALOR.........................................................................28
4.6.4.1.5 ESTAGNAÇÃO DE QI DO FÍGADO (GAN) CONVERTENDO-
SE EM FOGO...................................................................................28
4.6.4.2 VAZIO...........................................................................................................29
4.6.4.2.1 DEFICIÊNCIA DE QI E XUE........................................................29
4.6.4.2.2 DEFICIÊNCIA DO YANG DO BAÇO (PI) E DO SANGUE
(XUE).................................................................................................29
4.6.4.2.3 DEFICIÊNCIA DO YIN DO RIM (SHEN) E DO FÍGADO
(GAN).................................................................................................29
5. TRATAMENTO DA DISMENORRÉIA COM ACUPUNTURA...................................31
6. CONCLUSÃO.......................................................................................................................33
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................34
RESUMO
A Dismenorréia constitui um importante distúrbio ginecológico, caracterizado por dor em cólica na
região do baixo ventre ou região lombar durante a menstruação, comprometendo mulheres em
qualquer faixa da idade reprodutiva. Muitas vezes, esse distúrbio impede a produtividade no
trabalho ou na escola das mulheres acometidas. Sua fisiopatologia passou a ser elucidada a partir do
século XX com a descoberta das prostaglandinas e seu mecanismo de ação sobre a musculatura
uterina, pois até então, era vista como distúrbio psicológico associado à negação da feminilidade. A
partir daí, novas técnicas de tratamento foram descobertas e outras aprimoradas, como a
Acupuntura, técnica milenar chinesa que consiste na inserção de agulhas nos pontos localizados na
superfície do corpo. A Acupuntura está cada vez mais se popularizando na medicina ocidental, pois
seu mecanismo de ação envolve a estimulação de receptores e fibras nervosas, em complexa
interação com endorfinas, serotonina e outras substâncias neuroquímicas. Essa técnica visa
trabalhar o organismo como um todo a fim de promover seu equilíbrio energético. Em estudos
realizados, têm apresentado resultados favoráveis na diminuição da dor em pacientes com
dismenorréia, levando a melhora da qualidade de vida e bem-estar da paciente. O objetivo geral
desse estudo visa demonstrar os efeitos da Acupuntura no tratamento de pacientes dismenorreicas
bem como fazer um comparativo sobre a fisiologia feminina e fisiopatologia da doença sob a visão
da medicina ocidental e oriental, através de uma revisão bibliográfica por meio de livros e artigos
científicos nacionais e internacionais, pesquisados em meios eletrônicos como: Pubmed, Scielo e
Bireme, dentre outros.
Palavras Chave: Dismenorréia, Cólica Menstrual, Efeitos da Acupuntura na Dismenorréia.
ABSTRACT
The dysmenorrhea is an important gynecological disorder characterized by colic pain in the lower
abdomen or lower back during menstruation, affecting women in any range of reproductive age.
Often this disorder prevents productivity at work or school of affected women. Its pathophysiology
has come to be elucidated from the twentieth century with the discovery of prostaglandins and their
mechanism of action on the uterine muscles, because until then, was seen as a psychological
disorder associated with denial of femininity. From there, new treatment techniques were
discovered and other enhanced as acupuncture, ancient Chinese technique that involves inserting
needles at points located on the body surface. Acupuncture is increasingly becoming popular in
Western medicine, because its mechanism of action involves the stimulation of receptors and nerve
fibers in complex interaction with endorphins, serotonin and other neurochemicals. This technique
aims to work the body as a whole in order to promote their energy balance. In studies, have shown
favorable results in reducing pain in patients with dysmenorrhea, leading to improved quality of life
and well-being of the patient. The general objective of this study is to demonstrate the effects of
acupuncture in treating dismenorreicas patients as well as making a comparison on female
physiology and pathophysiology of the disease in the vision of Western and Oriental medicine,
through a literature review from books and scientific articles national and international, researched
in electronic media such as Pubmed, Scielo and Bireme, among others.
Keywords: Dysmenorrhea, Menstrual Colic, Acupuncture's Effects on Dysmenorrhea.
10
1-INTRODUÇÃO
A dismenorréia é uma queixa periódica em consultórios ginecológicos. O termo deriva do
grego, sendo também conhecida como cólica menstrual ou menstruação dolorosa ou difícil e que
muitas vezes é ignorada pela mulher em virtude da falta de perspectivas eficazes no seu tratamento
ou por acreditar que a dor acompanhada do fluxo menstrual seja um resultado fisiológico do seu
ciclo e portanto suportável (DARDES et al, 2011).
De acordo com Borges et al (2007), grande parte da população feminina é afetada por esse
problema, causando sérios desconfortos e certas limitações que podem levar desde à
improdutividade no trabalho ou nos estudos, até ao absenteísmo ou afastamento do trabalho durante
o período menstrual.
Segundo Motta, Salomão e Ramos (2000), a dismenorréia foi descrita por Hipócrates como
resultado de obstrução cervical e estagnação do fluxo menstrual. De acordo com esses autores,
cerca de 50% a 70% da população feminina em algum momento da vida apresentam menstruação
dolorosa, sendo que 10% têm diminuída sua produtividade no trabalho ou na escola, contudo se
torna difícil determinar sua real prevalência devido à variação dos critérios diagnósticos, bem como
a grande quantidade de mulheres dismenorréicas que não procuram auxílio médico.
Refere Giraldo, Eleutério e Linhares (2008), que a cólica menstrual em certos casos poderá
vir acompanhada com: cefaléia, náusea, vômitos, desconforto digestivo, diarréia ou constipação,
desmaios, dor na região das mamas e inchaço abdominal que pode persistir por toda a fase
menstrual.
Por muito tempo a dismenorréia foi vista como um distúrbio psicológico associado à negação da
feminilidade e que após o casamento melhorava. A partir da segunda metade do século XX, a
fisiopatologia desta síndrome passou a ser elucidada por meio da descoberta das Prostaglandinas
(Pgs) e seu mecanismo de ação sobre a musculatura uterina, o que propiciou a utilização de novas
técnicas de tratamento e descoberta de terapia medicamentosa mais eficiente a base de
medicamentos Antiinflamatórios não hormonais (AINES), antiespasmódicos, analgésicos, métodos
anticoncepcionais hormonais, tais como contraceptivos orais e técnicas que estão se popularizando
como massagens, fisioterapia e Acupuntura (DIEGOLI e DIEGOLI, 2007).
A Acupuntura segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é um método de tratamento
complementar que com o passar dos anos passou a ter sua eficácia reconhecida no Brasil pelo
número de adeptos ao tratamento. Por ser uma prática milenar utilizada pela Medicina Chinesa, a
Acupuntura vai trabalhar a energia do corpo como um todo, reestabelecendo seu equilíbrio. Dessa
forma, observa-se sua eficácia no tratamento da dismenorréia, diminuindo as queixas das pacientes,
11
bem como a melhora do seu estado de humor, sua produtividade e consequentemente
proporcionando aumento da qualidade de vida.
Esse trabalho tem como objetivo verificar os efeitos da Acupuntura em pacientes com
dismenorréia, assim como os principais pontos utilizados para tratamento.
12
2-MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho busca realizar um levantamento bibliográfico por meio de livros de
Medicina Chinesa, Acupuntura e de Ginecologia e Obstetrícia, além de artigos científicos, sejam
nacionais ou internacionais, relacionados ao assunto a ser tratado. Estes últimos sendo pesquisados
por meios eletrônicos como: Bireme, Pubmed e Scielo. E ainda, relacionar a fisiologia feminina,
bem como a fisiologia da menstruação, características, fisiopatologia e os mecanismos de
tratamento da dismenorréia quanto a visão da Medicina Ocidental e Oriental.
13
3-MEDICINA OCIDENTAL
3.1 FISIOLOGIA FEMININA E DO CICLO MENSTRUAL
A fisiologia do sistema reprodutor feminino envolve o Sistema Nervoso Central (principalmente
o Hipotálamo), a Hipófise, o Ovário e o Útero. O Hipotálamo irá produzir o hormônio liberador de
gonadotrofina (GnRH), o qual regula simultaneamente os hormônios Luteinizante (LH) e Folículo
Estimulante (FSH) secretados pela hipófise, desse modo, o ovário responde a esses dois hormônios
resultando de forma sequencial no crescimento folicular, ovulação e formação do corpo lúteo. O
ovário então produz estrógenos (responsáveis pelo crescimento do endométrio) na primeira parte do
ciclo menstrual e após a ovulação, quantidades significativas de progesterona são produzidas a fim
de transformar o endométrio em um ambiente ótimo para a gravidez e caso essa não ocorra, o
ovário deixa de produzir estrógeno e progesterona, ocorrendo a descamação do endométrio,
começando o ciclo novamente (BEREK, 2008).
Para Conceição (2005), o ciclo menstrual é um processo dinâmico organizado, resultante de
vários fenômenos bioquímicos, moleculares e celulares, sendo a menstruação seu fenômeno clínico
objetivo mais evidente. Ela consiste da descamação do endométrio (células endometriais, sangue e
muco) que ocorre ciclicamente devido à suspensão do estímulo hormonal (estrógeno e
progesterona), na ausência da gravidez. Durante o ciclo menstrual normal, as alterações histológicas
do endométrio dividem-se em duas fases:
Fase Folicular: começa do primeiro dia da menstruação até o dia da ovulação.
Nesta fase há o predomínio do hormônio estrogênio, o qual leva ao aumento da camada
de células dentro do útero. Pode ter a duração de 14 dias ou maior que isso, fazendo
com que os ciclos regulares se tornem mais curtos ou mais extensos.
Fase Lútea: vai da ovulação até o início da menstruação. Há o predomínio do
hormônio progesterona, o qual estabiliza o endométrio por 14 dias, esperando a possível
gravidez. Caso esta não ocorra, o corpo lúteo que se forma no ovário após a ovulação
diminui levando também à diminuição da progesterona, ocorrendo novamente a
menstruação.
3.2 DISMENORRÉIA SOB A VISÃO DA MEDICINA OCIDENTAL
Segundo Silva et al (2007), dismenorréia significa dor pélvica que ocorre antes ou durante o
fluxo menstrual, Apresenta alta prevalência e atinge maiores índices em mulheres com menos de 20
14
anos de idade. A dor menstrual desde o princípio da humanidade foi vista como um fardo
inevitável da mulher. Culturas antigas acreditavam que a menstruação se tratava de uma força
poderosa, a qual deveria ser reprimida. No século XIX as mulheres eram vítimas de cirurgias
radicais como histerectomia, ooferectomia e neurotomias pré-sacrais. Foi então que nos cinquenta
anos seguintes a consideraram como uma desordem psicossomática. Com o passar dos anos as
mulheres começaram a dar novos significados à menstruação, como indicativo de uma perspectiva
que define o início e o fim do potencial reprodutivo, uma afirmação de “mulher”, maturação ou até
mesmo período de celebração (MAGALHÃES et al, 2011).
3.2.1 CLASSIFICAÇÃO
A dismenorréia pode ser classificada em primária (intrínseca), relacionada à dor em cólica
recorrente, localizada no abdome inferior de mulheres, que se manifesta na ausência de doença
pélvica detectável, enquanto a secundária (adquirida) é causada por alguma anomalia pélvica, como
mioma uterino, endometriose, cistos ovarianos, adenomiose, dentre outras (CONCEIÇÃO et al,
2005).
Refere Dardes et al (2011), que a dismenorréia primária ocorre a partir da adolescência até
segunda e início da terceira década, então diminui com o passar dos anos pelo fato de não
apresentar uma causa definida, sendo característica inerente à mulher que ovula . Já a secundária
aumenta com o decorrer do tempo.
3.2.2 ETIOLOGIA
O termo dismenorréia apresenta-se como sinônimo de dor pélvica relacionada ao ciclo
menstrual, que se inicia no primeiro dia de sangramento menstrual ou primeira menstruação
(menarca) e se prolonga até a próxima menstruação. A menarca traduz um importante evento no
amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovários.
Segundo Freitas et al (2011), o ciclo menstrual normal varia de 21 a 35 dias e média de 28 dias,
com sangramento durando em torno de 4 a 6 dias. No entanto o número de dias da primeira fase do
ciclo menstrual (proliferativa ou folicular) pode variar, já a segunda fase (lútea ou secretora)
apresenta normalmente 14 dias.
3.2.3 FISIOPATOLOGIA
15
Uma das principais teorias que justificam a dismenorréia primária envolve as Prostaglandinas
(PG’s), as quais derivam de um ácido graxo chamado ácido araquidônico (CONCEIÇÃO, 2005).
Sob a ação das fosfolipases A2, os fosfolipídeos de membrana celular liberam esse ácido
araquidônico, o qual converte-se em endoperóxidos ou PG2, isoprostanos e leucotrienos. Então a
ação de uma isomerase redutase nos endoperóxidos leva a produção das Prostglandinas PGF2-alfa,
PGE2 e PG2 (DIEGOLI e DIEGOLI, 2007).
As PGs atuam como mediadores intracelulares e após caírem na circulação são metabolizados
pelos pulmões, rins e fígado. Existem diferentes tipos de prostaglandinas, no entanto acredita-se que
o aumento desproporcional de PGF2-alfa e PGE2, estaria envolvida na exacerbação das contrações
uterinas (MOTTA, SALOMÃO E RAMOS, 2000).
De acordo com Conceição (2005), as PGF2-alfa e PGE2 podem ser isoladas no sangue
menstrual, na urina, no plasma e no tecido endometrial. É sabido que ao final da fase secretora do
ciclo menstrual existe uma maior concentração de progesterona, esta leva a instabilidade dos
lisossomos das células endometriais e como resultado a liberação de enzimas como a fosfolipase A,
a qual promove a liberação de ácido araquidônico, precursor de PGs.
Esse mesmo autor relata que as PGs produzidas no endométrio iriam atuar no miométrio
promovendo um aumento da contratilidade uterina, isquemia e dor subsequente.
Figura 1: Fisiopatologia da Dismenorréia
Fonte: Giraldo, Eleutério e Linhares, 2008.
16
3.2.4 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da dismenorréia primária é feito de forma criteriosa por meio de anamnese e
exame físico normal, enquanto a secundária dá-se por meio de exames subsidiários e de imagens,
devido à inconsistência observada na anamnese e achados anormais ao exame físico (HAIDAR et
al, 2012).
De acordo com Giraldo et al (2008), a anamnese e exame físico realizados de 6 a 12 meses após
a menarca já são satisfatórios para diagnóstico da dismenorréia primária, bem como a dor sentida na
região pélvica associada com início do fluxo menstrual.
Fonte: RBM- Giraldo et al, 2008.
3.2.5 TRATAMENTO DA DISMENORRÉIA SEGUNDO A MEDICINA OCIDENTAL
O tratamento mais antigo proposto por Hipócrates para aliviar a dor durante o período menstrual
foi a aplicação de calor na região pélvica, sendo uma forma de tratamento utilizada com sucesso nos
dias atuais. No entanto antes de qualquer prescrição medicamentosa, faz-se necessário aconselhar a
paciente a prática de exercícios físicos, os quais promovem a liberação de endorfinas e
consequentemente o alívio fisiológico da dor (CONCEIÇÃO, 2005).
Esse mesmo autor relata que os tratamentos medicamentosos mais eficazes seriam os
contraceptivos hormonais cujo mecanismo básico de ação envolve a anovulação com consequente
redução na produção de PGs, e anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) cuja administração deve
se iniciar com dois dias de antecedência da menstruação para resultados mais eficazes e mantido
por pelo menos três períodos menstruais antes de se considerar alguma falha terapêutica.
17
Segundo Santiago et al (2002), o tratamento da dismenorréia primária pode ser abordado
conforme o desejo ou não das pacientes à contracepção, pois nos casos de desejo da contracepção, o
uso de anticoncepcional hormonal oral torna-se a primeira escolha, cuja eficácia chega até 90%.
Sendo os AINES a segunda escolha por conta dos efeitos colaterais, sensibilidade à droga ou
contra-indicações.
Para Dardes et al (2011), os AINES representam a primeira linha de tratamento para
dismenorréia primária, pois agem inibindo a ciclo-oxigenase, levando a diminuição da síntese de
PGs a partir do ácido araquidônico presente no endométrio e consequente diminuição do tônus
uterino. Os efeitos adversos a essa classe de medicamentos são relativamente leves e toleráveis, pois
sua posologia se faz de forma intermitente, sendo os mais recomendados os de primeira linha como
o ibuprofeno, ácido mefenâmico e naproxeno, baseado na eficiência e tolerabilidade.
Já em caso de dismenorréia secundária a utilização de AINES pode ser útil para alívio da dor, no
entanto é indispensável que se determine sua verdadeira causa, afim de que um tratamento
adequado seja proposto.
Infelizmente com a automedicação, a utilização de AINES se tornou comum e muitas das vezes
são administrados de forma irregular o que facilita a redução da sua eficácia (HAIDAR et al, 2012).
Apesar de haver pouco estudo quanto a dieta, recomenda-se uma alimentação com baixo teor de
gordura animal e rica em grãos, sementes, frutas, vegetais e ômega 3 e 6 oriundas de peixes,
principalmente salmão e atum, pois assim estariam reduzindo a síntese de ácido araquidônico e PGs
(DARDES et al, 2011).
18
4-MEDICINA CHINESA
4.1 CONCEITO
De acordo com Yamamura (2009), a Medicina Chinesa integra um vasto campo de
conhecimento de origem e de concepção filosófica abrangendo diversos setores ligados à saúde e à
doença, enfatizando os fenômenos precursores das alterações funcionais e orgânicas que
desencadeiam o surgimento de sinais e sintomas, cuja causa está relacionada ao desequilíbrio da
energia interna induzida pelo meio ambiente ou pela alimentação desregrada, emoções retidas e
fadigas. Dessa forma, a Medicina Chinesa aborda vários setores, desde o modo pelo qual o
indivíduo possa crescer e desenvolver-se normalmente até os casos extremos do processo de
adoecer. Assim, cinco recursos essenciais destacam-se: Alimentação, Tai Chi Chuan, Acupuntura e
Ervas Medicinais.
4.2 ACUPUNTURA
A Acupuntura utiliza da experiência teórica e clínica na cura de doenças por meio de
agulhamento, moxabustão, ventosas, sangria, auriculoterapia e outras técnicas. Essa ciência
originou-se há aproximadamente 4500 anos na China, mas apesar de sua antiguidade, apresenta-se
em contínuo desenvolvimento e progresso. De acordo com a teoria da Acupuntura, o corpo humano
representa um estado de equilíbrio entre as energias Yin e Yang . O desequilíbrio entre essas duas
energias no interior do corpo ou de qualquer órgão é considerado não saudável ou um estado de
doença. Assim na arte da Acupuntura, diferentes técnicas podem ser empregadas para estimular
pontos reflexos com o intuito de restabelecer o equilíbrio e alcançar o efeito terapêutico (WEN,
2008).
Segundo esse mesmo autor, o agulhamento consiste da utilização de agulhas especiais afim de
estimular pontos de Acupuntura através do corpo com o intuito de provocar várias respostas
terapêuticas de acordo com a doença e condição do paciente.
Segundo Yamamura (2009), o Chen-Chui ou Acupuntura como é conhecido no Ocidente é o
meio pelo qual, através da inserção de agulhas são feitos a introdução, mobilização, circulação e
desbloqueio da energia, além da retirada das energias turvas levando a harmonização e o
fortalecimento dos Órgãos, das Vísceras e do corpo.
19
Esse autor relata ainda que as principais teorias da Medicina Chinesa abordam o Yin-Yang,
os Cinco Movimentos e os Zang Fu (Órgãos e Vísceras), sendo o Yin e o Yang essenciais à
existência de tudo o que existe no Universo.
Para Maciocia (2007), todo processo fisiológico, sinal ou sintoma pode ser analisado por meio
da teoria do Yin-Yang, assim como os Cinco Elementos ou Movimentos que sustentam a natureza,
onde a Madeira representa o movimento expansivo e exterior em todas as direções, o Metal faz
parte do movimento contraído e interior, a Água indica o movimento para baixo, o Fogo representa
o movimento para cima e a Terra representa a neutralidade ou estabilidade. Todos esses
movimentos encontram aplicações importantíssimas na medicina.
Os Zang Fu fazem parte da essência da Medicina Chinesa, localizados no centro da estrutura
organizacional do corpo. Os Zang têm características Yin, são mais sólidos e internos, sendo
responsáveis pela formação, transformação, armazenamento, liberação e regulação das Substâncias
Puras, das quais fazem parte o Qi, Sangue (Xue), Essência (Jing), Líquidos Corpóreos (Jin Ye) e
Espírito (Shen). Já os Fu têm características Yang, mais ocos e externos, são responsáveis por
recepcionarem e armazenarem os alimentos e bebidas, pela passagem e absorção de seus produtos
de transformação e pela excreção dos resíduos (ROSS, 1985).
De acordo com Wang (2005), os Órgãos (Zang) são representados pelo Coração (Xin), Pulmão
(Fei), Fígado (Gan), Baço (PI) e Rim (Shen). Já fazem parte das Vísceras (Fu) o Intestino Delgado
(Xiao Chang), Intestino Grosso (Da Chang), Vesícula Biliar (Dan), Estômago (Wei), Bexiga
(Pangguang), Triplo Aquecedor (Sanjiao).
4.3 ÓRGÃOS INTERNOS E A MENSTRUAÇÃO
Segundo Auteroche et al (1987), dentre os cinco Órgãos (Zang), é o Coração (Xin) que
impulsiona o Sangue por meio da transformação do Qi dos Alimentos em Sangue (Xue), enquanto o
Fígado (Gan) o conserva, liberando a pedido do organismo, condicionando o funcionamento normal
ou patológico das menstruações e o Baço (PI) o controla e o guarda. Já o Pulmão (Fei) rege o Qi, ao
mesmo tempo que o Rim (Shen) conserva a Essência (Jing), que é a base para que o Sangue
menstrual seja formado, apresentando profunda relação com os Vasos Ren Mai e Chong Mai.
Juntos, esses órgãos formam o Qi e o Xue. Não obstante, o Shen, o Gan, o PI, o Xin, o Wei e o
Útero apresentam uma correlação privilegiada com a fisiologia e sintomas patológicos femininos.
Esse autor relata ainda que o Sangue (Xue) tem caráter Yin e faz parte do ciclo menstrual
feminino, mas sua circulação depende do Qi, sendo assim, o Sangue (Xue) é a base material que
nutre o Qi e este a força motora que comanda o Xue, portanto inseparáveis. Nas mulheres a
20
abundância e circulação correta de Qi e Xue, bem como o bom funcionamento dos Órgãos,
possibilitam assegurar as manifestações fisiológicas como menstruação, fertilidade, gravidez e
parto.
4.3.1 Rim (Shen)
Referido como a Raiz da Vida ou do Qi Pré-Celestial, pois armazena a Essência (Jing), a qual
entende-se como a matéria base para a manutenção de todas as atividades orgânicas, como a
formação do Sangue menstrual, o qual é chamado Gui Celestial, pois representa a descida do Gui
Celestial materializado em Água (MACIOCIA, 2000).
4.3.2 Fígado (Gan)
Apresenta importante função na fisiologia e menstruação feminina, devido a sua relação com o
Útero e Sangue (Xue), pois o Útero faz o armazenamento de Xue que na maioria das vezes é
recebido do Fígado (Gan); ele também representa a conexão entre o Sangue menstrual e o Sangue
(Xue) normal que faz a nutrição dos cabelos, unhas, olhos, tendões; exerce significativa influência
sobre a menstruação por meio do Qi, cuja função é movimentar o Sangue de modo a preparar o
período menstrual (MACIOCIA, 2000).
4.3.3 Baço (PI)
Além do seu papel fundamental na formação de Sangue (Xue), governa-o no sentido de mantê-
lo dentro dos vasos sanguíneos e também considerado a base da vida pós-celestial (ROSS, 1985). O
Qi do Baço (PI) exerce grande influência sobre a fisiologia feminina pois apresenta movimento
ascendente e mantém o Útero no lugar.
4.3.4 Coração (Xin)
Dentre suas inúmeras funções, governa o Sangue (Xue) por meio da transformação do Qi dos
Alimentos em Xue e também por sua circulação com grande influência sobre a menstruação. Outra
grande influência é que a Essência do Rim (Shen) forma o Sangue menstrual com a ajuda do Yang
do Coração (Xin) (MASTROROCCO, 2007).
21
4.3.5 Estômago (Wei)
Apresenta suma importância na fisiologia feminina devido a sua ligação com o Baço (PI) na
origem do Qi e Xue, se tornando conhecido também como Raiz do Qi Pós-Celestial. Além disso,
está conectado ao Útero pelo Canal Chong Mai, fato esse, que explica o aparecimento da êmese
durante a gravidez (MASTROROCCO, 2007).
4.3.6 Útero
De acordo com Maciocia (2000), pelo fato do Útero apresentar forma de um órgão Yang e
função de um órgão Yin classifica-se como órgão Extraordinário, ou seja, sua cavidade apresenta
função de drenagem (Yang) ao mesmo tempo em que armazena o Sangue (Xue) e nutre o feto
(Yin).
Seu nome chinês Bao, significa Palácio do Feto ou Proteção da Vida. Ele atrai e recolhe o
Sangue (Xue), o qual cheio de energia aloja-se no Útero por um determinado período. Após o
desgaste do Xue e deficiência de energia para transmitir a vida, ocorre a menstruação (RUBINI,
2012).
4.4 CANAIS CURIOSOS E A MENSTRUAÇÃO
A função da menstruação depende de três Canais Curiosos: Du Mai, Ren Mai e Chong Mai,
particularmente dos dois últimos. Esses Canais originam-se entre os Rins, onde pulsa a Força
Motriz e assim, fluem através do Útero nas mulheres. O Chong Mai é o Mar do Sangue, pois
influencia no suprimento e no movimento próprio do Xue no Útero controlando a menstruação em
todos os aspectos. O Ren Mai domina todos os canais Yin do corpo e está intimamente relacionado
ao Útero e todo sistema reprodutor feminino, mas em se tratando de energias, está conectado ao
Yin, Essência e Fluídos Corpóreos fornecendo substâncias Yin para todos os processos fisiológicos
e passagens hormonais das mulheres, diferente do Canal Chong Mai, o qual está relacionado com
Sangue e Qi. Já o Canal Du Mai percorre a linha média dorso-lombar, governando todos os canais
Yang do corpo, ele apresenta o papel de manter o equilíbrio entre Yin e Yang. (MACIOCIA, 2000).
Segundo esse mesmo autor, a diferença entre Chong Mai e Ren Mai quanto à menstruação é o
fato de que o primeiro controla o Qi e pode ser usado para tonificar e nutrir, enquanto o segundo
controla o Sangue (Xue) e na maioria das vezes é utilizado com a finalidade de movimentar o Qi e
Xue e remover obstruções.
22
Os Canais Curiosos formam o vértice de energia que emana do centro do corpo, pelo espaço
entre os Rins, onde reside a Força Motriz (Qi Dong). O Chong Mai situa-se no centro deste vértice
de energia. O Qi e Xue desse canal são distribuídos por todo o corpo em meridianos menores no
nível energético do Qi Defensivo, e quando seu Qi chega em R-6 (Zhaohai), R-9 (Zhubin),
B62(Shenmai), B-63 (Jinmen) e VB-26 (Daimai) origina os Canais Yin Qiao Mai, Yin Wei, Yang
Qiao Mai, Yang Wei e Dai Mai, todos Canais Curiosos.
Figura 2 - Órgãos Internos e Menstruação
Fonte: Maciocia, (2000)
23
4.5 FISIOLOGIA DA MENSTRUAÇÃO SEGUNDO MEDICINA CHINESA VERSUS
MEDICINA OCIDENTAL
De acordo com Maciocia (2000), quatro fases podem ser identificadas no ciclo menstrual:
1. Fase Menstrual: Para a Medicina Chinesa (MC), a fisiologia feminina é
dominada pelo Sangue e durante o ciclo menstrual, o Xue apresenta-se em constante
movimentação, pois há o livre fluxo de Qi do Fígado (Gan), bem como do Xue do Gan,
enquanto que na Medicina Ocidental (MO) observa-se a diminuição dos níveis de
progesterona e estrógeno que levam à descamação do endométrio.
2. Fase Pós-Menstrual: para a MC, durante essa fase, o Xue e o Yin estão
deficientes e os Vasos Penetração e Concepção estão enfraquecidos, no entanto para a
MO este período corresponde a fase folicular em que os folículos crescem e os níveis de
estrógeno aumentam por meio da influência de um hormônio chamado Folículo
Estimulante (FSH).
3. Fase do Meio do Ciclo: observa-se pela MC que o Xue e o Yin irão encher os
Vasos Chong Mai e Ren Mai, Já na visão da MO, esta fase corresponde à ovulação,
onde o óvulo será liberado do folículo e o corpo lúteo se desenvolverá a partir do
Hormônio Luteinizante (LH).
4. Fase Pré-Menstrual: o Qi Yang se move para cima e o Qi do Fígado (Gan) se
locomove a fim de preparar o ciclo, sendo essa mobilização fundamental para mover o
Xue durante o período menstrual. Na visão da MO, esta seria a fase lútea, na qual o
corpo lúteo cresce e promove a secreção de progesterona.
24
Figura 3 - Fases do Ciclo Menstrual
Fonte: Maciocia (2000)
25
4.6 DISMENORRÉIA SOB A VISÃO DA MEDICINA CHINESA
Observa-se que para a Medicina Chinesa, a Dismenorréia (Tong Jing) é fruto das emoções
contidas, da Estagnação de Sangue (Xue) na matriz (útero e anexos) ou mesmo a presença de Frio
Perverso que estaria impedindo o livre fluxo de Energia (Qi) obstruindo seus canais
(YAMAMURA, 2009).
4.6.1 CLASSIFICAÇÃO
De acordo com Yamamura (2009), a dismenorréia pode ser classificada de duas formas:
Plenitude (Excesso), a qual ocorre quando o fluxo menstrual se antecipa, havendo aumento
do fluxo e coloração vermelho-vivo, tendendo ao vermelho-escuro. Seria causada por emoções
refreadas com posterior aumento do Yang do Fígado (Gan).
Vazio (Deficiência), relacionada ao atraso menstrual, cuja instalação dá-se com o início do
ciclo menstrual, havendo diminuição do fluxo sanguíneo e coloração pálida. Nesta classificação
ocorre Deficiência da Energia do Rim (Shen) causando insuficiência energética e má nutrição do
útero. O autor relata também que a penetração de Frio Perverso frente ao vazio do Shen (Rim)
levaria à Estagnação de Xue na matriz.
Segundo Auteroche et al (1987), a Dismenorréia por Excesso agrava-se pela pressão, enquanto
a Deficiente apresenta-se com fraca intensidade, mas persiste por um longo período de tempo.
Na visão da Medicina Chinesa, o Fígado (Gan), o Vaso Penetrador (Chong Mai) e o Vaso
Concepção (Ren Mai) são os principais responsáveis pela fisiologia da menstruação. Além disso, a
Estagnação de Qi e Xue seriam a causa patológica mais considerável na dismenorréia, pois se
houver Estagnação do Qi do Fígado (Gan), a dor será sentida antes da menstruação, e caso haja dor
durante o período menstrual é sinal de Estagnação de Xue do Gan. Portanto o Sangue (Xue) deve
ser profuso e deslocar-se de forma adequada a fim de que o período menstrual ocorra normalmente
e livre de dor (MACIOCIA, 1996).
4.6.2 ETIOLOGIA E PATOLOGIA
Do ponto de vista de Maciocia (1996), dentre os fatores etiológicos e patológicos que causam a
dismenorréia, fazem parte:
Tensão Emocional: A tensão emocional, assim como o estresse, raiva e frustração levam à
Estagnação de Qi do Fígado (Gan) no útero e consequentemente às cólicas menstruais.
26
Segundo Ross (1985), o Gan é responsável por harmonizar o livre fluxo do Qi e quando não
se adequa a esta função, desencadeia uma série de manifestações características da desarmonia
deste órgão como reações inadequadas, excessivas ou inapropriadas, pois também é responsável
pela harmonia das emoções.
Frio e Umidade: A intensa exposição ao Frio e à Umidade gera invasão de Frio no útero, o qual
se contrai, levando à Estase de Xue e períodos menstruais dolorosos. A mulher apresenta maior
predisposição à invasão de Frio no útero, principalmente na puberdade, durante ou após a
menstruação, pois nessa fase o Xue e o útero encontram-se enfraquecidos.
Esforço Físico Excessivo: O esforço físico excessivo leva a Deficiência de Qi e Xue,
principalmente de Wei e Baço (PI). Esse padrão de desarmonia implica na inadequada nutrição dos
Vasos Chong Mai e Ren Mai de forma que o Xue perde a força para movimentar-se causando
relativa Estagnação e dor.
Excesso de Atividade Sexual e Partos: O excesso de atividade sexual e grande quantidade de
partos próximos uns dos outros, enfraquece o Shen e o Fígado (Gan). Isso leva ao Vazio dos Vasos
Penetração e Concepção, os quais não conseguem movimentar o Qi e o Xue de forma adequada,
desencadeando a dismenorréia.
4.6.3 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da dismenorréia segundo Maciocia (1996), pode ser obtido por intermédio de
algumas avaliações como:
Hora da Dor e Pressão: a dor sentida antes e durante o período menstrual e que piore sob pressão
exercida sob o abdome inferior seria do tipo Plenitude; agora, caso a dor seja sentida após o período
menstrual e melhore com a pressão seria do tipo Vazio.
Calor-Frio: caso a paciente sinta-se aliviada com aplicação de calor, indicaria uma condição de
Frio ou Estase de Sangue, já se a dor agravar-se pelo calor, indicaria Calor no Sangue (Xue).
Ciclo Menstrual: quando o ciclo apresentar-se prolongado e sangue escuro e coagulado,
significa Estase de Xue. No entanto, se o sangue menstrual apresentar-se vermelho com pequenos
coágulos escuros, designa Frio no útero. Há também a possibilidade de o ciclo ser pesado, curto e o
sangue vermelho brilhante, neste caso denota Calor no Sangue (Xue).
Localização da dor: pode ser descoberto qual canal está envolvido, pois se a dor for dos dois
lados do abdome inferior o canal do Fígado (Gan) que estará comprometido, enquanto que se a dor
localizar-se na região sacral, seria o Canal do Rim (Shen).
27
Característica da dor: quando a dor melhorar após a expulsão de coágulos ou for do tipo
facada, puxão ou dragagem antes do período menstrual representa Estase de Xue; dor em distensão
representa Estagnação de Qi; em queimação diz-se Calor no Sangue; tipo cãibra seria Frio no útero
e dor do tipo dragagem após o período menstrual seria Deficiência do Shen.
4.6.4 DIFERENCIAÇÃO DAS SÍNDROMES E TRATAMENTO
Segundo Maciocia (1996), a principal diferenciação a ser feita é entre os padrões de Excesso e
Deficiência. A forma mais comum é a do tipo Plenitude (Excesso), pois se caracteriza por dor mais
intensa do que a do tipo Vazio (Deficiência).
Para a Medicina Chinesa, o tratamento da Dismenorréia parte do princípio geral de regular o Qi
e o Xue nos Vasos Chong Mai e Ren Mai. Já com base no padrão principal, o princípio de
tratamento inclui Mover o Qi e o Xue, Dispersar o Frio, Clarear o Calor ou Tonificar (MACIOCIA,
1996). Os padrões sindrômicos que serão discutidos, assim como os princípios de tratamento e
pontos utilizados em Acupuntura dividem-se em Plenitude e Vazio:
4.6.4.1 Plenitude: Estagnação do Qi e Estase de Xue; Estagnação do Frio; Umidade-Calor;
Estagnação do Qi do Fígado (Gan) convertendo-se em Fogo
4.6.4.1.1 Estagnação do Qi
Para Maciocia (2000), as principais manifestações clínicas desse padrão são representadas por
dor no abdome inferior durante o período menstrual ou de 1 a 2 dias antes da menstruação. Além
disso, sensação de distensão abdominal e mamária, sangue menstrual escuro sem coágulos, bem
como a presença de tensão e irritabilidade pré-menstruais. A paciente apresentará Língua com
coloração normal ou avermelhada nas laterais e Pulso Rugoso ou em Corda.
O Princípio de Tratamento baseia-se em Mover o Qi e o Xue, parar a dor e eliminar a
Estagnação através do seguinte protocolo: F-3 (Taichong), VC-6 (Qihai), VB-34 (Yanglingquan),
BA-8 (Diji), E-29 (Guilai), BA-10(Xuehai), BA-6 (Sanyinjiao), BA-4 (Gongsun), PC-6 (Neiguan),
BA-14 (Fujie).
4.6.4.1.2 Estase de Xue
28
Dor pujante, em cólica antes ou durante a menstruação, presença de coágulos cuja dor será
aliviada após eliminação destes, sangue menstrual escuro e inquietude mental. A Língua encontrar-
se-á definitivamente púrpura e Pulso em Corda. O Princípio de Tratamento consiste em revigorar o
Sangue (Xue), eliminar a Estase e parar a dor por meio dos seguintes pontos de Acupuntura: F-3
(Taichong), VC-6 (Qihai), VB-34 (Yanglingquan), BA-8 (Diji), E-29 (Guilai), BA-10 (Xuehai),
BA-6 (Sanyinjiao), BA-4 (Gongsun), B-17 (Geshu), R-14 (Siman), E-25 (Tianshu) (MACIOCIA,
2000).
4.6.4.1.3 Estagnação do Frio
Dor na região abdominal antes ou após a menstruação que pode ser aliviada com aplicação de
calor no local. A paciente apresentará o sangue menstrual vermelho-brilhante e um tanto
insuficiente com coágulos escurecidos, além da sensação de frio e dor na região das costas. A
Língua será Pálida-Azulada ou Azulada-Púrpura e Pulso Profundo e Rugoso ou Profundo e em
Corda. O Princípio de Tratamento fundamenta-se em aquecer o Útero, expelir o Frio e revigorar o
Xue sedando-se os pontos VC4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), E-29 (Guilai), BA-6 (Sanyinjiao), e
tonificando E-36 (Zusanli), nesse caso deve-se usar Moxa (MACIOCIA, 2000).
4.6.4.1.4 Umidade-Calor
A manifestação clínica descrita pelo mesmo autor nesse padrão de síndrome é caracterizada por
dor hipogástrica antes do período menstrual e certas vezes na metade do ciclo. Ocorre também dor
em queimação que se estende ao sacro, sensação de calor, pequenos coágulos no sangue menstrual,
descarga vaginal, urina escassa e escura, sede e inquietação mental. A Língua será Vermelha com
revestimento grudento amarelado e Pulso Escorregadio. Nesse padrão deve-se retirar o Calor,
resolver a Umidade e eliminar a Estase sedando-se B-22 (Sanjiaoshu), VC-3 (Zhongji), BA-6
(Sanyinjiao), BA-9 (Yinlingquan), E-28 (Shuidao), abrir P-7 (Lieque) e R-6 (Zhaohai), VC-9
(Shuifen), IG-11 (Quchi), BA-10 (Xuehai), R-2 (Rangu) e F-3 (Taichong).
4.6.4.1.5 Estagnação do Qi do Fígado (Gan) Convertendo-se em Fogo
A dor característica desse padrão de síndrome também ocorre no abdome, antes ou durante a
fase menstrual, cujo sangue apresenta-se escuro. Caracterizado por um período menstrual pesado,
irritabilidade, propensão a acessos de raiva, sede, sensação de calor e fezes ressecadas. A Língua
29
Vermelha com revestimento amarelo nas laterais, Pulso Rápido e em Corda. O princípio de
tratamento baseia-se na remoção do Calor, harmonização do Fígado (Gan), eliminação da
Estagnação além de cessar a dor utilizando-se dos pontos F-3 (Taichong), F-2 (Xingjian), F-14
(Qimen), R-14 (Siman), VC-6 (Qihai), VC-4 (Guanyuan), BA-10 (Xuehai), IG-11 (Quchi), Ta-6
(Zhigou), VB-34 (Yanglingquan). Não utilizar Moxa (MACIOCIA, 2000).
4.6.4.2 Vazio: Deficiência do Qi e Xue; Deficiência do Yang do Baço (PI) e do Sangue (Xue) do
Gan; Deficiência do Yin do Rim (Shen) e do Fígado (Gan)
4.6.4.2.1 Deficiência de Qi e Xue
Caracterizado por dor surda no hipogástrio ao final ou após o ciclo menstrual e sensação de
repuxamento no abdome inferior, sangramento escasso, aparência pálida, cansaço, tontura discreta e
fezes soltas. A dor nesse tipo de síndrome poderá ser aliviada por pressão ou massagem. A Língua
será Pálida e Pulso Rugoso. Deve-se tonificar o Qi, fortalecer o Baço (PI) e nutrir Xue utilizando
VC-4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), E-36 (Zusanli), BA-6 (Sanyinjiao), BA-8 (Diji), B-20 (Pishu)
além de Moxa (MACIOCIA, 1996).
4.6.4.2.2 Deficiência do Yang do Baço (PI) e do Sangue (Xue)
Segundo Maciocia (2000), ocorre dor na região abdominal imprecisa posterior à menstruação,
sangue escasso e pálido, não apresentando coágulos, dor de cabeça imprecisa, visão borrada,
sensação de frio, depressão e tontura. A aplicação de calor e pressão podem aliviar a dor abdominal.
A Língua será Pálida e Edemaciada enquanto o Pulso será Fino e Profundo. O princípio de
tratamento fundamenta-se em aquecer o Yang, nutrir o Xue, fortalecer o Centro e parar a dor com
B-20 (Pishu), VC-12 (Zhongwan), E-36 (Zusanli), BA-6 (Sanyinjiao), VC-4 (Guanyuan), F-8
(Ququan), P-7 (Lieque) e R-6 (Zhaohai), B-54 (Zhibian) e B-32 (Ciliao) esses dois últimos
revigoram o Sangue (Xue) e afetam o sistema genital inferior, sendo indicados quando a dor durante
o ciclo menstrual ocorre na região sacral.
4.6.4.2.3 Deficiência do Yin do Rim (Shen) e do Fígado (Gan)
Dor hipogástrica surda no fim ou após o período menstrual, dor nas costas, tontura, sangramento
escasso, exaustão, tontura e visão borrada. A dor também poderá ser aliviada por massagem ou
30
pressão na região. A Língua encontrar-se-á Vermelha sem Revestimento e Pulso Flutuante-
Vazio. O princípio de tratamento consiste em nutrir o Yin, beneficiar o Rim (Shen) e nutrir o
Fígado (Gan) com B-23 (Shenshu), B-18 (Ganshu), VC-4 (Guanyuan), BA-6 (Sanyinjiao), R-3
(Taixi), E-36 (Zusanli), por meio de tonificação e caso a Língua não se apresente muito vermelha
pode-se utilizar Moxa (MACIOCIA, 1996).
31
5-TRATAMENTO DA DISMENORRÉIA COM ACUPUNTURA
Segundo Mastrorocco (2007), até poucas décadas o mecanismo de ação da Acupuntura era
explicado como puramente energético, mas com a aproximação da Medicina Chinesa, em especial a
Acupuntura no Ocidente, pesquisadores direcionaram suas atenções a fim de desenvolver
programas de investigação cujo objetivo era encontrar respostas com embasamento científico do seu
mecanismo de ação. Desse modo, hoje são aceitos 3 mecanismos de ação, os quais são:
Energético: diz respeito às concepções clássicas do Zang Fu e Canais de
Energia ou Meridianos.
Humoral: relaciona-se a produção e liberação de substâncias endógenas como
neuro-hormônios, neurotransmissores e hormônios secretados no Sangue pela ação da
Acupuntura.
Neural: através de estudos realizados, demonstrou-se que certas áreas da pele
apresentavam melhor condutibilidade elétrica em relação a áreas circunvizinhas por
redução da resistência elétrica, coincidindo estas áreas com os pontos de Acupuntura
Clássicos.
De acordo com Chen e Chen (2004), eficácia da Acupuntura no tratamento da dismenorréia
pode ser atribuída ao fortalecimento da circulação do Sangue, bem como da Energia Vital
proporcionando alívio às dores na região do útero.
Em estudo realizado por Miyabara e Colombo (2010), cujo objetivo do trabalho foi comprovar
por meio de técnicas de Acupuntura Sistêmica a melhora dos sintomas da dismenorréia
promovendo a diminuição ou cessação da utilização de remédios alopáticos. Sete mulheres com
idades entre 18 e 31 anos, que apresentaram sintomas da dismenorréia foram participantes da
pesquisa e foram submetidas ao tratamento durante três ciclos menstruais consecutivos e sessões
realizadas uma vez por semana. Escolheu-se o Canal Chong Mai em associação aos pontos da
técnica de Ação Energética dos Pontos, os quais foram escolhidos de acordo com o diagnóstico
energético, fase do ciclo menstrual e escala visual analógica para aferir a intensidade da dor de cada
paciente. Com isso, na semana que precedia a menstruação de cada paciente, utilizava-se o Canal
Maravilhoso Chong Mai com abertura no ponto BA-4 (Gongsun), do lado direito e em seguida os
pontos de Ação Energética: F-3 (Taichong), VB-34 (Yanglingquan), B-17 (Geshu), VC-4
(Guanyuan), BA-6 (Sanyinjiao), E-36 (Zusanli), todos bilaterais, e por fim o Canal Yin de Conexão
(Yin Wei Mai) PC-6 (Neiguan) do lado esquerdo para fechamento. Durante o período menstrual
utilizou-se apenas os pontos de Ação Energética como IG-4 (Hegu) e F-3 (Taichong), pois regulam
o Qi ascendente e descendente, além de acalmar a mente. Após o período menstrual utilizou-se o
32
Canal Chong Mai com abertura em BA-4 (Gongsun) direito, os pontos Energéticos BA-6
(Sanyinjiao), BA-10 (Xuehai), B-17 (Geshu), B-23 (Shenshu), B-20 (Pishu), F-8 (Ququan), R-7
(Fuliu) bilaterais e fechamento com Yin Wei Mai por meio do PC-6 (Neiguan) esquerdo. Utilizou-
se também a Moxa em E-25 (Tianshu) em todas as pacientes nas semanas que antecediam a
menstruação. Os resultados obtidos com esse estudo foi que dentre as sete participantes, seis
obtiveram uma redução da dor menstrual de 50% ou mais quando comparada com a dor que
sentiam antes do tratamento com Acupuntura. Observou-se também a diminuição ou cessação do
uso de remédios alopáticos.
Outro estudo realizado em Milão, Itália entre Dezembro de 2004 e Março de 2005 teve por
objeto avaliar a eficácia da Acupuntura em mulheres afetadas pela dismenorréia primária e
secundária, cujas cólicas menstruais não apresentavam resposta ao tratamento medicamentoso com
AINES (Antiinflamatórios não esteroidais) e recusa à terapia com Contraceptivos Orais. Todas as
15 pacientes com idade entre 13 a 35 anos sofriam de dismenorréia de moderada a grave há pelo
menos 1 e foram submetidas a anamnese, avaliação da dor, ultra-sonografia transvaginal e dosagem
CA 125 na segunda parte do ciclo menstrual. Todas as pacientes receberam oito sessões de
Acupuntura por dois meses, sendo que os pontos empregados com duração de 30 minutos cada
sessão, foram: R-3 (Taixi), F-3 (Taichong), BA-4 (Gongsun), E-36 (Zusanli), E-25 (Tianshu), E-29
(Guilai), E-30 (Quichong), VC-4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), B-62 (Senmai), C-7 (Shenmen), IG-4
(Hegu), PC-6 (Neiguan) e ZiGong (Ponto Extra) que significa Palácio da Criança, pois regula o
Útero e a menstruação. O resultado observado foi que houve uma redução significativa da dor em
13 das 15 pacientes, cerca de 87 %. Além disso, a utilização de AINES foi reduzida em 58%, sendo
que sete pacientes deixaram de utilizar por completo. Esse estudo sugere um verdadeiro efeito
terapêutico da Acupuntura na dismenorréia e que pode sim, ser indicada como forma de tratamento
(IORNO et al, 2007).
33
6-CONCLUSÃO
Conforme o exposto, é possível notar que a Acupuntura proporciona resultados satisfatórios no
tratamento da dismenorréia e que na maioria dos casos se mostrou eficaz na redução da dor em
pacientes com cólica menstrual. Essa técnica da Medicina Chinesa apresenta-se em constante
evolução e com maior número de adeptos a cada ano devido às altas taxas de sua efetividade e
melhora da qualidade de vida de pacientes. Com relação ao comparativo entre a Medicina Chinesa e
Ocidental, a fisiologia feminina apresenta pontos em comum, já a fisiologia da menstruação, bem
como o conceito e classificação da dismenorréia se diferenciam, não por serem divergentes, mas por
partirem de paradigmas distintos, contudo acabam se complementando.
Existem poucos estudos e publicações a respeito do tema proposto, o que trouxe certa
dificuldade na elaboração do trabalho. No entanto, fica evidenciado que os protocolos de tratamento
da dismenorréia na Visão da Medicina Chinesa encontram respaldo científico e contribuem para a
melhora dos sintomas das mulheres que sofrem com cólicas menstruais.
34
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