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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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Resumo Existem projetos em inúmeras áreas do sistema de ensino, mas a questão que

se esbarra está em como conceber e tratar a articulação do projeto; como

construí-lo na escola como nova forma de ensinar, fazendo uma integração

com as diferentes mídias e os conteúdos do currículo obrigatório. No

desenvolvimento de projetos, o aluno aprende no processo de produzir,

levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas,

descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimentos. O professor

precisa ser aquele que cria situações de aprendizagem que incida sobre as

relações que vão se estabelecendo no processo do desenvolvimento do

projeto. Somente cabe a ele mediar situações para que o aluno possa

encontrar sentido em tudo que está sendo desenvolvido e aprendido a partir

das relações criadas. A pedagogia de projetos pode viabilizar para o aluno um

modo de aprender baseado na integração entre conteúdo das diversas áreas

do conhecimento; o computador, a TV Pen Drive, a internet que estão

disponíveis na escola; no qual implicam aprendizagens que vão além do tempo

da aula e o espaço físico da sala de aula e da escola. Por isso dá importância

do desenvolver projetos articulados que envolvam o gestor, professores,

alunos, equipe pedagógica, pois esta parceria vai facilitar na busca de soluções

que permitirão viabilizar a realização de novas práticas pedagógicas com uma

aprendizagem para a vida e levando ao discente uma perspectiva da não

violência para solução de seus problemas ao passo que no trabalho em grupo

ele terá a oportunidade de aprender a respeitar outras opiniões e ser

respeitado, buscando um consenso no projeto como um todo. O ato de projetar

requer abertura para o desconhecido, para a flexibilidade para reformular as

metas à medida que as ações projetadas mostram novos problemas e dúvidas.

Salientando-se que os discentes se envolvem para descobrir ou produzir algo

novo, procurando respostas a questões ou problemas reais. Trabalhar com

projetos é uma ação interdisciplinar, permitindo o rompimento das fronteiras

disciplinares e favorecendo o elo das diferentes áreas do conhecimento em

situações contextualizadas da aprendizagem.

Palavras-chave: Violência, Projetos, Educação de Qualidade através de

Projetos

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SARA PIMENTA LIMA

A VIOLÊNCIA DENTRO DA ESCOLA: PROJETOS

SOCIAIS AJUDANDO A MANTER UMA EDUCAÇÃO DE

QUALIDADE

LONDRINA 2013

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SARA PIMENTA LIMA

A VIOLÊNCIA DENTRO DA ESCOLA: PROJETOS

SOCIAIS AJUDANDO A MANTER UMA EDUCAÇÃO DE

QUALIDADE

Trabalho apresentado ao Departamento de Geociências, Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, como atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). NRE – Londrina. Orientadora: Profª Drª Eloiza Cristiane Torres

LONDRINA 2013

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A violência dentro da escola: projetos sociais ajudando a manter uma

educação de qualidade

Professor PDE: Sara Pimenta Lima

Orientadora: Profª. Drª Eloiza Cristiane Torres

Área PDE: Geografia

Escola de Implementação: Escolas Estaduais Ana Molina Garcia, Kazuco

Horara e ILES

Público objeto da intervenção: discentes

Palavras chave: Violência, projetos, educação de qualidade através de

projetos.

TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE:

A violência na Escola

JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO:

A importância da realização deste trabalho prende-se ao fato

da necessidade de analisar se os projetos sociais, implantados no Colégio

Estadual Ana Garcia Molina, Escola Estadual Kazuco Ohara, e Colégio

Estadual Instituto Londrinense de Surdos ILES, levaram a diminuir o índice de

violência escolar, tanto com colegas de sala ou com professores e demais

colaboradores. Assim, obtendo uma resposta positiva pode-se levar essa

experiência para outras instituições que estão vivendo o mesmo problema.

É necessária a realização desse trabalho para constatar se os

projetos sociais implantados nas escolas estudadas diminuíram os índices de

violência escolar, tanto com colegas de sala ou com professores e demais

colaboradores. Assim obtendo uma resposta positiva pode-se levar essa

experiência para outras instituições que estão vivendo o mesmo problema.

PROBLEMA – PROBLEMATIZAÇÃO:

Vários foram os fatores que levaram o Colégio Estadual Ana

Molina Garcia, a Escola Estadual Kazuco Ohara e Instituto de Surdos ILES a

oferecer cursos diversos aos alunos. O objetivo principal seria o de diminuir a

violência escolar e, consequentemente, melhorar as condições de trabalho,

diminuir as reprovações e as evasões. Esta será a problemática a ser

analisada.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

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A violência

Morais (1995) coloca que a violência, segundo Nietzsche,

Freud e Hobbes, é um impulso humano que está ligado a seu íntimo. Também

é conceituado por biólogos e etnólogos que a violência é necessária para a

sobrevivência de qualquer animal, portanto se conclui que a agressividade está

ligada ao instinto de sobrevivência, a questão do alimento, da água e da

sobrevivência em geral.

De acordo com Priotto e Boneti (2009) o termo violência é algo

muito abrangente e está presente em todas as sociedades.

É um fenômeno inerente à vida humana que permeia historicamente a vida social e só pode ser explicado a partir de determinações culturais, políticas, econômicas e psicossociais, intrínsecas às sociedades humanas. As características e formas de apresentação de violência são: violência doméstica, política, policial, religiosa, criminal, simbólica, nas ruas, no trânsito, nas escolas, no campo, contra o jovem, a criança, a mulher, o idoso, o portador de necessidades especiais, o afro-descendente, o homossexual, entre outras. (PRIOTTO; BONETI, 2009, p.03).

Os mesmos autores afirmam que a violência é uma ação de

um grupo ou de uma pessoa, que acaba a interferir na integridade física ou

moral de um terceiro. Esse processo pode ser provocado por um

acontecimento ou mudanças da sociedade atingindo negativamente os

indivíduos ou a coletividade.

Morais (1995) relata que a violência é nata aos seres humanos

e está presente em sua existência.

Em um notável estudo, o filósofo Jean-Marie Domenach comenta: “Os anjos – se ao menos a teologia os deixa subsistir no céu – os anjos devem rir, ouvindo-nos debater sobre a violência, como se tivéssemos distantes dela. Porque foi violentamente que o homem dominou a terra e continua a ocupá-la. A vida é violência, o Estado é uma violência organizada, o pensamento é violência” (Domenach et alii, 1969, p.28). Na verdade, o mundo humano não se divide em violentos e não-violentos, mas sim divide-se entre homens que se realizam e se alegram morbidamente no violentar os outros, e os que – tendo lucidez e vigilância sobre seus traços violentos – lutam todo o tempo para produzir a violência ao seu mínimo possível na imperfeição do nosso mundo e da nossa condição. Domenach entende, a meu ver e com acerto, que “a violência pertence à nossa própria condição” (IBID., 29); aliás, nossa condição é paradoxal: somos criaturas mais ou menos violentas, porém dotadas de uma

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nacionalidade que – em seu melhor uso – abominam as manifestações de violência. (MORAIS, 1995, p.20-21).

Morais (1995) comenta que para Freud o processo civilizatório

é repressivo e que acaba colocando a violência como parte das civilizações.

Assim, um humano, dito selvagem, não precisa de mais de seis regras e nem

as escreve, enquanto os vistos como civilizados têm que assinar contratos,

viver sob códigos. Nossa vida civilizada é opressiva, na visão freudiana.

Acontece que os meios de comunicação de massas, com destaque para a televisão e a radiodifusão, transmitem às populações o que “faz notícia”; o que “faz notícia” são os crimes hediondos, atentados guerrilheiros, desastres, chacinas, desvarios no âmbito do crime organizado e coisas do gênero. Assim, os cidadãos – hoje com acesso a notícia de todo o mundo – recebem uma tal carga diária de imagens e descrições de violência, que já não distinguem bem o excepcional do habitual. Cidadãos mais pacíficos em sua modéstia, porém gente integra e de vida reta, estes passa “pelas costas dos noticiários” de modo lastimável, pois que são a esmagadora maioria. De toda forma, a impressão deixada diariamente pela mídia é a de que uma incontível onda de violência agita o mundo, sem que nada possamos fazer. (MORAIS, 1995, p.25).

Este mesmo autor acredita que existem dois subtítulos para

violência e agressão: primeiro é a violência reactiva ou expressiva, que é

desencadeada por algum motivo, acaba acontecendo como uma explosão

sentimental. O segundo é a violência instrumental ou proactiva, quando se usa

a violência para conseguir algum efeito desejado.

Para Morais (1995) é preciso que aconteçam conscientizações

para a população se afastar da violência. Para ele o tempo dito pós-moderno

se dá por uma suposta norma de não existir normas, a escolha se faz em não

ter nenhuma escolha. Assim, as famílias estão em busca de uma nova

sociedade e as escolas acabam por não acreditarem no poder que possuem.

Para Morais (1995), a escola e a ação educativa é que podem

lutar contra “esse mundo de sombras”.

Violências dentro da escola: como intervir na educação de um jovem

Priotto e Boneti (2009) traduzem como violência escolar:

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“Denomina-se violência escolar todos os atos ou ações de violência, comportamentos agressivos e antissociais, incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos, marginalizações, discriminações, dentre outros praticados por, e entre, a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, familiares e estranhos à escola) no ambiente escolar.” (PRIOTTO; BONETI, 2009, p.03).

Para Abramovay e Rua (2003) são muitos os tipos de violência

que se encontra em escolas. Na literatura norte-americana as principais são

gangues, xenofobias e bullying (abuso físico ou psicológico contra alguém que

não pode se defender).

Estudos na França citam delitos contra objetos, intimidações

físicas, descuido com asseio das áreas coletivas, ostentação de símbolos de

violência, atos ilícitos e atitudes com intencionalidade de provocar medo.

As autoras Abramovay e Rua (2003) afirmam que:

“Para compreender e explicar o fenômeno das diversas violências nas escolas convém recorrer a aspectos tanto relativos ao interior quanto ao exterior das escolas, como características das vítimas e dos agressores assim como as diferentes instituições e ambientes pelos quais os estudantes circulam.” (ABRAMOVAY; RUA, 2003, p.24).

As mesmas autoras relatam que os termos que indicam a

violência mudam de acordo com o país. Nos Estados Unidos o assunto é

tratado como delinquência juvenil. Na Inglaterra esse processo é visto por

estudiosos como sendo violência escolar apenas quando se tratam de

violências entre professores e alunos, casos que possam levar a suspensão ou

prisão de um aluno. Mas todos os países entram em consenso quando

admitem que a violência não seja somente física e também é moral, e todas as

formas de violência podem ser traumáticas e graves.

As autoras afirmam, ainda, que é necessário não isolar os fatos

e sim verificar os conjuntos, o ambiente que está se tornando favorável para o

desenvolvimento da violência.

“Segundo alguns autores, como Debarbieux, a escola está mais vulnerável a fatores e problemas externos (como o desemprego e a precariedade da vida das famílias nos bairros pobres). Ele menciona também o impacto da massificação do acesso à escola, a qual passa a receber jovens negativamente afetados por experiência de exclusão e pertencimento a gangues, o que implica consequências para todos

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os membros da comunidade escolar: alunos, pais e professores.” (ABRAMOVAY; RUA, 2003, p.25).

Para as mesmas autoras, dentro das escolas devem ser

construídas culturas alternativas para salientar a paz. Nas escolas não existe

mais aquela segurança, o medo acaba tomando conta dos educadores. A

escola se tornou um cenário de violências.

A família e a escola

Perrenoud (2000) afirma que nem todos os pais vêem a escola

do mesmo jeito, existem pais que convencem seus filhos a não irem à escola

para descansar, enquanto outros não podem nem suportar essa ideia.

Nesse caso para Perrenoud (2000) os professores podem ver

os pais como aliados ou adversários até mesmo declarados. Nesse meio

existem pais conservadores, que acreditam que o aluno aprende por meio da

repetição, do castigo e da dor, igualmente também se encontram professores

conservadores. Por outro lado existem os adeptos a um ensino mais dinâmico

e menos “doloroso”.

O autor acredita em uma pedagogia diferenciada e ativa, não

existindo ai um descompasso entre professores inovadores e pais

conservadores. Normalmente os educadores tentam não se envolver com essa

realidade e escolhem ensinar em um bairro no qual os pais estejam

globalmente de acordo com seus métodos. As classes médias, que são

trabalhadores das profissões relativas ao ser humano, são mais adeptos aos

novos métodos de ensino. É natural que os professores mantenham relação

privilegiada com uma ou outra classe social.

O importante é que o mestre tenha claramente o aval dos pais

em relação ao seu método de ensino para que o aluno não ouça em casa seus

familiares falando mal do professor e assim o faça perder a confiança no

mesmo.

A família deveria participar mais do convívio de seu filho na

escola a autora Caetano (s/d) comenta sobre isso:

“(...) na relação família escola, aspectos estes como se nota, principalmente de ordem afetiva e moral, vê-se que a tarefa de se construir uma parceria entre tais instituições se faz mister, uma vez

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que a escola não sustenta ou talvez jamais tenha sustentado a posição de substituta da família na função educadora, tão pouco, lhe caberá assumir uma postura de resistência e rivalidade, baseada em uma aproximação unilateral, que venha a submeter a família, a partir da exagerada consideração de uma possível ignorância e incapacidade desta última para educar e socializar.” (CAETANO, s/d, p.03).

Como vimos anteriormente com Leite (2003), a família é a

primeira instituição socializadora da criança. A autora Caetano (s/d) comenta

que existe uma distância muito grande entre a escola e a família do aluno, este

precisa de um suporte familiar para seu desenvolvimento.

Para a mesma autora, se a família não está bem o aluno

também não estará, e isso comprometerá seu rendimento.

“Tais constatações se explicitam em verbalizações como: “os pais dos alunos com dificuldades de aprendizagens, são exatamente aqueles que não comparecem às reuniões”; “eu sei que as reuniões de pais nem sempre são agradáveis, mas temos que lhes contar a realidade sobre seus filhos”; “como o aluno pode ir bem na escola, se seu pai bebe, se sua mãe o abandonou?”; “eu mando lições, e pesquisas para casa, e o menino vem me dizendo que seu pai ou mãe não teve

tempo de ajudá-lo.” (CAETANO, s/d, p.03).

A mesma autora afirma que é na reunião de pais onde a escola

e a família mais se interagem. A autora relata que dentro dessa relação estão

vários sentimentos: o sentimento de culpa por afastar os filhos de si os

deixando na escola, o desejo que a escola lhe ofereça o melhor, o ciúmes que

os pais sentem de dividir os filhos com os professores, medo que os filhos

fracassem, entre inúmeros outros sentimentos.

O que é necessário frisar, segundo Caetano (s/d), é que a

escola nunca quis e nunca substituiu a família na sua relação com a criança.

“A escola, portanto também necessita dessa relação de cooperação com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sociocultural vivenciado pelos seus alunos, para que possam respeitá-lo, compreende-los e tenham condições de intervirem no providenciar de um desenvolvimento nas expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado. Precisam ainda, dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com os professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras.” (CAETANO, s/d, p.06).

A importância de um projeto

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De acordo com Almeida e Fonseca Jr (2000), um projeto é

mais que atividades organizadas, e deve possuir determinados aspectos para

que exista consistência nas ações.

“Embora cada projeto apresente particularidades e exija adaptações, as seguintes preocupações básicas devem ser consideradas na construção de todo projeto: - identificação de um problema; - levantamento de hipóteses e soluções; - mapeamento do aporte científico necessário; - seleção de parceiros; - definição de um produto; - documentação e registro; - método de acompanhamento e avaliação; - publicação e divulgação.” (ALMEIDA; FONSECA Jr, 2000, p.27).

Segundo os mesmos autores, todo projeto nasce de uma boa

questão. Assim sendo, os projetos são oportunidades para a escola, porque

mostram um novo tipo de aprendizagem, trás um relacionamento dela com o

mundo que existe fora das salas de aula. Nesse caso os alunos saem da

escola procurando informações e experiências, e encontram inúmeras

respostas, eis então uma interação com os amigos de sala, professores e a

família.

Almeida e Fonseca Jr (2000) acreditam que projetos bem

orientados acabam por motivar tanto alunos quanto professores a superar seus

conhecimentos, se desligando um pouco do ensino tradicional. Quando um

projeto é implantado ele oferece aos alunos o desenvolvimento de novos

conhecimentos, onde não trabalharão apenas com a mente, mas um exercício

completo que necessita também do corpo.

Os mesmos autores, Almeida e Fonseca Jr (2000), também

relatam que os projetos não podem ser excessivamente longos, precisam de

pouco tempo de duração, calculam um mês ou dois no máximo. Assim, no final

do projeto não restará uma sensação de que o mesmo foi em vão ou que não

obteve resultados.

“O resultado deve ser constituir de produtos claros e bard, ou seja, que possam ser tocados, transportados, visto, guardados, divulgados além da sala de aula. Pequenas publicações podem ser planejadas, envoltas em atividades que deem visibilidade e aproveitamento pedagógico aos produtos. Quando se fala de publicação, não se pensa somente em publicações gráficas, mas também em digitais, fotográficas, multimídias, televisivas, audiovisuais, holográficas, pictóricas.” (ALMEIDA; FONSECA Jr, 2000, p.45).

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Os mesmos autores afirmam que seria bom serem divulgados

os projetos em fóruns interdisciplinares, e aproveitados para outras séries ou

para a comunidade. Podem ser vários os tipos de produtos resultantes dos

projetos como: festival de dança, teatro, viagens de estudo do meio ambiente,

shows, gincanas, etc.

Continuando, os referidos autores ressaltam, ainda, a

importância de os professores estimularem os alunos a fazerem um diário

intelectual, onde possam registrar as aprendizagens deles e do grupo. Os

autores enfatizam que os alunos podem realizar recortes de jornais sobre o

tema que está no projeto. Então no final do trabalho pode ser feita uma síntese

de todos os recortes e experiências vividas.

Ainda, para Almeida e Fonseca Jr (2000), deve sempre existir

avaliações do projeto por seus profissionais no decorrer do mesmo, sempre

estar pronto a realizar mudanças se assim for necessário.

“Estamos tratando de projetos e, portanto, temos de dominar os procedimentos que permitam redimensionar seus rumos. Como os projetos são programações de médio alcance, ao longo de suas etapas devemos prever espaços intermediários para analisar seus êxitos, verificar seus problemas, refazer composições, reprogramar custos, realocar pessoal, buscar novos recursos, ou, quem sabe, reproduzir suas expectativas, dispensar parceiros, exigir cumprimento de prazos, prestar contas de recursos, apresentar resultados parciais, etc. Em síntese, na estrutura de seu projeto, reserve parte importante para a avaliação. Se possível, preveja mais de um momento para que o grupo se reúna e confira os resultados parciais. Nessas reuniões de depuração, o grupo decidirá novos rumos e quais os setores que merecem estímulos, proporá novos aliados e, seguramente, continuará suas atividades com novo ânimo.” (ALMEIDA; FONSECA Jr, 2000, p.51).

Para finalizar seus pensamentos, os autores, Almeida e

Fonseca Jr (2000), relatam que no final de um projeto ele não deve apenas ser

arquivado, ele deve se tornar algo público como seminários, filmes, etc.

Ainda, para os mesmos autores, o aluno após o término de um

projeto se sente mais empenhado em continuar seus estudos, pois acreditam

que estão sendo reconhecidos pelos seus trabalhos dentro da comunidade.

Portanto, o professor deve ousar de sua imaginação para expor esse projeto

realizado.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

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É uma modalidade de ensino destinada as pessoas portadoras

de deficiências, de condutas típicas e de altas habilidades consideradas pela

Constituição Brasileira parte inseparável do direito à educação.

É conceituada como processo de desenvolvimento global das

potencialidades de pessoas portadoras de deficiência, condutas típicas ou de

altas habilidades abrangendo os diferentes níveis e graus de posturas de

ensino.

Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis

com as necessidades do aluno. O processo deve ser integral, fluindo desde a

estimulação essencial até os graus superiores de ensino e sua tarefa primordial

é ampliar as competências técnicas a fim de diminuir o pré-conceito que atinge

os discentes.

De acordo com a Política Nacional de Educação (BRASIL,

1994b).

“São considerados alunos portadores de necessidades educativas especiais aqueles que, por apresentarem necessidades próprias e diferentes dos demais requerem recursos pedagógicos e metodológicos educacionais especiais”.

A Educação Especial atualmente está evoluindo partindo da

exclusão dos alunos com deficiência de instituições especializadas, em que

esta modalidade esta chocando com as propostas de uma escola para todos

únicos, aberta as diferenças e, em consequência inclusiva.

O trabalho do aluno com o aluno surdo requer um fundamento

de educação oralista, com uma abordagem natural. Propõem-se aulas

expositivas e outras formas com a Libra (Linguagem de Sinais), precisando

variar as metodologias conforme o tema.

O professor nesse caso específico deve articular com mais

lentidão e clareza as palavras procurando estar de frente aos discentes e no

registro do quadro as informações orais que foram ensinadas juntamente com a

Libras.

Há uma diferença entre o surdo ouvinte como descrito acima e

o surdo; e reconhecer esta diferença é reconhecer possibilidades e limites; pois

o surdo se orienta pela sua visão, se organizando por esta percepção

fundamental à ele, a visão.

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No processo ensino-aprendizagem necessita haver em comum

uma língua entre os alunos e o professor para que a comunicação possa fluir e

ter a aprendizagem e a partir dai, há uma interação dentro do processo.

PROJETO DE INTERVENÇÃO

O projeto de intervenção aplicado na Escola Iles no 2º ano do 1º

ciclo do ensino fundamental foi como tema noções espaciais das partes da

escola; cujas disciplinas abordadas foram Geografia, Língua Portuguesa e

Libras.

O objetivo deste é identificar os diferentes locais da escola na

língua de sinais e na língua portuguesa; e fazer o percurso de ambiente

composto na escola.

Várias etapas foram executadas até sua conclusão ao passo

que houve a até horas cumpridas a mais decorrente da necessidade de

retomadas com os alunos, para que eles pudessem fixar bem o conteúdo

proposto.

Iniciou o projeto com os alunos a professora e a professora

PDE e máquina fotográfica na qual visitamos cada ambiente fotografando; cujos

alunos entenderam o objetivo do projeto e dessa primeira etapa. Demonstraram

interesse e percebeu-se o desconhecimento da libra referente a cada ambiente.

Conheceram as pessoas que trabalham e suas funções

favorecendo assim uma aproximação deles aos ambientes que eles estudam,

liberdade e prazer em estar estudando.

Convertendo para TV Pen Drive às fotos os alunos conseguiram

reconhecer os ambientes visitados por eles e a professora com libras relembrou

cada nome com eles; como também as mesmas fotos foram visualizadas no

computador da escola por eles e o fato de manusearem o mouse e irem

passando as imagens criou uma satisfação boa nos alunos que identificavam as

pessoas e ambientes.

E demonstraram a relação e a noção espacial quanto aos

objetivos do aprendizado da Libras, pois em todos os ambientes há placas

indicativas em português favorecendo a integração Geografia-Libras-Português.

Na atividade elaborada que foram à impressão das fotos tiradas

no ambiente escolar, os alunos caminharam novamente reconhecendo e

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comparando os locais já visitados. Espontaneamente iam sinalizando em libras

demonstrando à noção espacial (localização) quanto aos objetivos do

aprendizado da libra; já com o aprendizado do português e das placas

indicativas nos locais favoreceram a leitura e contato com o português escrito

por exemplo: banheiro, biblioteca, direção, etc.

Esta atividade foi elaborada com gravuras retiradas de um livro

didático em libras, as figuras coladas sequencialmente totalizando 5 (cinco) e as

mesmas avulsas deveriam ser associadas e coladas em cima da correta e

pintada a gosto. Os alunos tiveram dificuldades por serem figuras diferentes do

ambiente que eles conhecem, mas foi em sala explorado as fotos e a escrita em

português, então os alunos apontavam a localização se a figura estava no 2º

andar, no pátio, no 1º andar dessa forma conseguiu-se um reforço da noção

espacial (Geografia).

A professora PDE com a máquina fotográfica saiu fotografando

todos os ambientes da escola e transferiu as fotos ao computador e adéquo-o a

um tamanho menor e imprimiu para cada aluno e recortou também as figuras

para que a atividade anterior fosse refeita com os nomes dos ambientes.

Foi entregue a atividade para que os alunos refizessem

novamente a associação dos ambientes com os nomes em português; e

conseguiram realizar a atividade facilmente, pois com as fotos dos ambientes

associaram os lugares da escola e a atividade teve o objetivo alcançado.

Outra atividade de fixação realizada em sala com os alunos foi

o uso de jogo de blocos do jogo didático ”construindo cidades”, no chão com giz

branco foi desenhado cada ambiente de cada vez e aos poucos os alunos um

por vez iam representando algo daquele ambiente da escola, demonstrando

nessa interação simples criatividade, noção espacial (Geografia), o raciocínio, a

interação entre eles, a cooperação entre eles foi respeitada, ou seja, cada um

esperando sua vez para realizar a dinâmica.

E finalizando a professora PDE organizou em três etapas a

maquete usando isopor, papel verde para representar o gramado, papel cinza

escuro o pátio e escadarias e em papel cartão colou vários nomes como: sala

de aula, banheiro masculino e feminino, sala da direção, sala de computação,

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sala de supervisão, secretaria, sala dos professores, sala de libras, refeitório,

pátio, nome da escola, biblioteca, sala de artes digitadas no computador.

Recortou tudo devido à dificuldade dos alunos lidarem com

tesoura grande e durante quatro aulas a professora PDE junto com a professora

de sala e alunos foram montando a maquete, iniciamos com o portão da escola

que tinha o nome da escola ILES, em libras foi-se questionando cada aluno por

vez, cada parte a montar; o gramado representando qual cor de papel, o pátio

com o nome em português que colaram e o caminho ao refeitório e o nome.

No segundo isopor representaram a escadaria em cinza e

colaram os nomes dos ambientes do primeiro andar; no segundo isopor a

mesma dinâmica e finalizaram com desenho a canetinha dentro dos ambientes.

Percebeu-se que os alunos tiveram noção espacial da posição

das escadas, conseguiram abstrair e localizar cada setor trabalhado antes;

participaram com interesse e dinamismo; foi uma experiência nova que gerou

curiosidade, participação deles e da professora de sala.

O que foi exposto no mural do pátio, foram as atividades de

associação das fotos que realizaram; colou-se cada um no papel pardo com o

nome deles e deixou para apreciação de todos. Infelizmente o espaço para a

maquete não houve lugar, mas todas as etapas do projeto foram alcançadas,

ressaltando que não se pode apresentar todas as fotos aqui.

Durante o GTR, os participantes são professores de Geografia e

relataram que já realizaram projetos em suas aulas e conseguiram bons

resultados. Em algumas escolas há projetos do PIBID, da Sanepar; e outras

parcerias que implementam com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos

alunos com vista a refletir na comunidade como um todo; e os relatos são

positivos, que estes tem dado bons resultados e melhorado muito a relação

professor x aluno.

De acordo com a proposta do projeto em questão, tanto a

implementação como o GTR contribuíram para reforçar a primícias inicial de

que a violência na escola pode ser amenizada através dos diversos projetos

que a escola pode realizar parcerias, e mesmo projetos em sala de aula com o

próprio conteúdo, tornando mais atrativo e fazendo do educando o agente ativo

do processo de ensino-aprendizagem.

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Resumo Existem projetos em inúmeras áreas do sistema de ensino, mas a questão que

se esbarra está em como conceber e tratar a articulação do projeto; como

construí-lo na escola como nova forma de ensinar, fazendo uma integração

com as diferentes mídias e os conteúdos do currículo obrigatório. No

desenvolvimento de projetos, o aluno aprende no processo de produzir,

levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas,

descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimentos. O professor

precisa ser aquele que cria situações de aprendizagem que incida sobre as

relações que vão se estabelecendo no processo do desenvolvimento do

projeto. Somente cabe a ele mediar situações para que o aluno possa

encontrar sentido em tudo que está sendo desenvolvido e aprendido a partir

das relações criadas. A pedagogia de projetos pode viabilizar para o aluno um

modo de aprender baseado na integração entre conteúdo das diversas áreas

do conhecimento; o computador, a TV Pen Drive, a internet que estão

disponíveis na escola; no qual implicam aprendizagens que vão além do tempo

da aula e o espaço físico da sala de aula e da escola. Por isso dá importância

do desenvolver projetos articulados que envolvam o gestor, professores,

alunos, equipe pedagógica, pois esta parceria vai facilitar na busca de soluções

que permitirão viabilizar a realização de novas práticas pedagógicas com uma

aprendizagem para a vida e levando ao discente uma perspectiva da não

violência para solução de seus problemas ao passo que no trabalho em grupo

ele terá a oportunidade de aprender a respeitar outras opiniões e ser

respeitado, buscando um consenso no projeto como um todo. O ato de projetar

requer abertura para o desconhecido, para a flexibilidade para reformular as

metas à medida que as ações projetadas mostram novos problemas e dúvidas.

Salientando-se que os discentes se envolvem para descobrir ou produzir algo

novo, procurando respostas a questões ou problemas reais. Trabalhar com

projetos é uma ação interdisciplinar, permitindo o rompimento das fronteiras

disciplinares e favorecendo o elo das diferentes áreas do conhecimento em

situações contextualizadas da aprendizagem.

Palavras-chave: Violência, Projetos, Educação de Qualidade através de

Projetos

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