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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Memória e Patrimônio Cultural dos

Imigrantes Ucranianos e Poloneses em

Irati-PR.: vivenciando o ensino de

história local com estudantes do 8º Ano

Unidade didática

PDE – 2014

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JULIANA BASTOS

Unidade didática

Produção Didática

desenvolvida junto à SEED e

a UNICENTRO, no Programa

de Desenvolvimento

Educacional – PDE, na área de

História, com o tema de

estudo: Memória e Patrimônio

Cultural dos Imigrantes

Ucranianos e Poloneses em

Irati- PR.

Orientador: Prof. Dr. Claércio

Ivan Schneider

IES: UNICENTRO

IRATI

2014

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica - Turma 2014

Título:Memória e Patrimônio Cultural dos Imigrantes Ucranianos e Poloneses em Irati-PR.: vivenciando o ensino de história local com estudantes do 8º Ano.

Autor: Juliana Bastos

Disciplina/Área:

História

Escola de Implementação do Projeto:

Escola Estadual Nossa Senhora das Graças

Município da escola: Irati

Núcleo Regional de Educação: Irati

Professor Orientador: Prof. Dr. Claércio Ivan Schneider

Instituição de Ensino Superior: Unicentro

Resumo:

Despertar nos adolescentes entendimentos no campo econômico-social, político e cultural, que lhes darão subsídios para formar sua consciência histórica, é tarefa central para este projeto de intervenção. As atividades propostas têm como objetivo instigar os alunos e as alunas do 8º ano à consciência histórica em torno da valorização da etnia que pertencem, a partir da análise e da compreensão da memória e do patrimônio cultural dos imigrantes e descendentes de poloneses e ucranianos. Através de entrevistas orais e arrolamento de fontes materiais (fotos, objetos e documentos) e imateriais, os educandos poderão investigar a trajetória desses imigrantes para fomentar a construção da consciência histórica a partir do estudo da história local. Além disso, na saída de campo, os alunos poderão analisar e compreender a construção do patrimônio histórico material e imaterial destas etnias, valorizando essas práticas culturais. A partir do desenvolvimento deste trabalho, busca-se fazer com que estes estudantes sintam-se sujeitos históricos, ou seja, inseridos na própria história, compreendendo a importância dos imigrantes na formação sociocultural de Irati, valorizando a memória, o patrimônio material e imaterial e o legado deixado por estes na cidade de Irati.

Palavras-chave:

Imigração; poloneses; ucranianos; história local; patrimônio.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

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“E neste vaivém entre passado e memória vai se tecendo a teia da História.”

Angelo Priori

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SUMÁRIO:

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 6

IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA ............................................................................... 7

ATIVIDADES DIDÁTICAS ........................................................................................ 12

ATIVIDADE 1 – APRESENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO NA ESCOLA ................... 12

ATIVIDADE 2 – IMIGRAÇÃO EUROPEIA NO BRASIL............................................13

ATIVIDADE 3 – IMIGRAÇÃO EUROPEIA NO ESTADO DO PR E EM IRATI......... 15

ATIVIDADE 4 - O USO DA HISTÓRIA ORAL E A IMPORTÂNCIA DAS FONTES

HISTÓRICAS.............................................................................................................23

ATIVIDADE 5 – SAÍDA DE CAMPO..........................................................................28

ATIVIDADE 6 – PRÁTICAS CULTURAIS.................................................................31

ATIVIDADE 7 – EXPOSIÇÃO “MEMÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL DOS

IMIGRANTES UCRANIANOS E POLONESES EM IRATI.......................................33

ATIVIDADE 8 - Спасибобольшое, Do zobaczeniawkrótce .................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................37

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Estudar História possibilita despertar o senso crítico, buscar respostas para

acontecimentos do presente onde o passado possa ser essa via de explicação, mas

para que a História possa fazer sentido no “aprender” dos alunos e alunas,

ultrapassando as paredes da sala de aula e os muros da escola, há uma

necessidade de despertar nos adolescentes compreensões no campo econômico-

social, político e cultural que lhes darão subsídios para formar sua consciência

histórica. Sendo assim, a História deixa de ser apenas mais uma disciplina e passa a

contribuir com a construção identitária dos jovens na sociedade formando-os

cidadãos mais conscientes de seu papel na e para a democracia.

Esta intervenção pedagógica tem intenção de despertar a percepção dos

alunos e alunas do Ensino Fundamental para as questões que permeiam a

imigração ucraniana e polonesa em Irati-PR. Busca-se analisar as contribuições dos

imigrantes e seus descendentes no contexto sociocultural iratiense a partir do estudo

do legado material e imaterial deixado por eles ao longo dos anos.

Os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Nossa

Senhora das Graças – em Irati-PR são adolescentes de 12 a 13 anos de idade que,

na conjuntura atual, como a grande maioria, foram abarcados pela onda tecnológica

e midiática que traz um emaranhado de informações, no entanto muitas delas não

contribuindo para a formação dos sujeitos históricos. Percebe-se que boa parte dos

adolescentes em questão notoriamente demonstram desinteresse pelos assuntos

pertinentes aos estudos, e que vão à escola apenas porque sentem que aquele é

seu espaço de encontro e compartilhamento de informações, sendo assim, o vínculo

com o ambiente escolar muitas vezes fica restrito apenas aos acontecimentos do

seu cotidiano e não com os saberes científicos. Porém, isso não atinge a totalidade

de adolescentes, alguns demonstram vontade e interesse pelo crescimento

intelectual bem como pela valorização da história de sua família.

Estudar e analisar a imigração ucraniana e polonesa possibilitará ao educando

a compreensão de sua própria história, tendo em vista que na região sul do Paraná

existe um número considerável de descendentes de imigrantes. Partindo desta

implementação, poderão sentir-se sujeitos históricos, compreendendo a importância

dos imigrantes na formação sociocultural de Irati, valorizando a memória, o

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patrimônio material, imaterial e o legado deixado por estes no contexto da cidade de

Irati e região.

REFERENCIAL TEÓRICO: Para abordar os assuntos que envolvem a Memória e o Patrimônio Cultural dos

imigrantes ucranianos e poloneses em Irati, é necessário enfatizar a História Local

para despertar nos alunos a consciência histórica a partir de sua realidade e fazer

com que sintam-se parte da História.

As Diretrizes nos apontam que “um olhar local é um procedimento fundamental

para perceber as fissuras nas estruturas sócio históricas, e apontar caminhos que

mapeiam as transformações estruturais que ocorrem durante a constituição do

processo histórico” (DCE´s2008, p. 63, 2008). Através deste “olhar local” descrito

nas DCE´s, poderemos pesquisar para compreender as transformações ocorridas ao

longo do tempo nas famílias, desde sua saída da Ucrânia/Polônia até fixar sua

moradia em Irati e interior. As Diretrizes afirmam que:

o estudo das histórias locais é uma opção metodológica que enriquece e inova a relação de conteúdos a serem abordados, além de promover a busca de produções historiográficas diversas. Segundo o historiador italiano Ivo Mattozzi (SEED, 1998, p. 40), histórias locais permitem a investigação da região ou dos lugares onde os alunos vivem, mas também das histórias de outras regiões ou cidades. Esse historiador aponta alguns caminhos para o estudo das histórias locais:

• o respeito pelo patrimônio que testemunha o passado local; • a função e o valor histórico-social das instituições incumbidas da

conservação do patrimônio e do estudo do passado; • a utilização e divulgação pública de narrativas históricas das histórias locais

(DCE´S, 2008, p. 71-72).

Estudar, conhecer, entender a história local é o primeiro passo para entender a

História como um todo, pois para os adolescentes é muito difícil buscar diversas

produções historiográficas, diversos livros didáticos, sem antes tentar compreender

como foi a formação de sua própria cidade. Sem dúvida a história local é um bom

ponto de partida para a compreensão histórica, não única, mas é uma ótima opção.

A História Local deve ser reconhecida, entre outras coisas, pela sua importância em

ser aplicada em sala de aula, pois os alunos, a partir de suas vivências e

experiências podem vir a construir conhecimento. Segundo Vilma Barbosa, existe:

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a necessidade da efetivação de pesquisas especialmente visando à produção do conhecimento local e de elaboração de materiais didáticos que contemplassem uma abordagem de inclusão dos protagonistas da história que efetivamente fazem parte dos espaços estudados - os professores, alunos e a comunidade local em geral. [...] Esta importância dá-se, pois a história local pode estabelecer a aproximação entre segmentos populares e o ensino de história (2006, p.64-65).

É comum percebermos que os adolescentes não sabem como se deu a

origem, a formação e a trajetória de sua família, sobretudo hoje, quando a

desestrutura familiar se faz tão presente na sociedade. Nesse sentido, ainda com

Barbosa:

o ensino de história local ganha significado e importância no ensino fundamental, exatamente pela possibilidade de introduzir e de prenunciar a formação de um raciocínio histórico que contemple não só o indivíduo, mas a coletividade, apreendendo as relações sociais que ali se estabelecem, na realidade mais próxima (BARBOSA, 2006, p. 66)

O desinteresse e a falta de curiosidade em estar a par das permanências e

descontinuidades no que tange a história de vida dos seus antepassados fazem com

que sejam alheios à sua própria história. Para tal, o ensino de história local pode

desenvolver interesses e aptidões por fomentar tais conhecimentos, fazendo com

que os alunos sintam-se inseridos dentro da própria história, uma vez que é parte de

seus cotidianos.

Tão importante quanto a história local no presente trabalho, é a memória, que

será fundamental no estudo com os descendentes de imigrantes. Um dos teóricos

da História e Memória, Jacques Le Goff, afirma que “a memória, na qual cresce a

história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao

presente e ao futuro” (LE GOFF, p. 471, 2003). Portanto, não há como se construir

uma consciência histórica, ou se fazer um resgate histórico sem percorrer os

espaços da memória.

Para compreender sobre a memória dos descendentes de imigrantes

ucranianos e poloneses também se deve lançar mão da história oral como método e

possibilidade para compreender alguns apontamentos e tentar buscar conhecimento

sobre a vida dos imigrantes que chegaram a Irati, haja vista que a historiografia

sobre esta região, embora significativa, ainda carece de estudos que se

fundamentem a partir dos procedimentos da história oral.

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Através da história oral, tornar-se possível rememorar o passado, mesmo que

este seja fragmentado. De acordo com as historiadoras Júlia Silveira Matos e

Adriana Kivanski de Senna:

Como procedimento metodológico, a história oral busca registrar - e, portanto, perpetuar – impressões, vivências, lembranças daqueles indivíduos que se dispõem a compartilhar sua memória com a coletividade e dessa forma permitir um conhecimento do vivido muito mais rico, dinâmico e colorido de situações que, de outra forma, não conheceríamos. (2011, p. 97)

A utilização da história oral na implementação deste projeto será um dos

métodos utilizados para registrar e compreender a memória dos imigrantes

ucranianos e poloneses. A partir deste método poderemos reconhecer as diferentes

trajetórias percorridas, as dificuldades encontradas e o que permanece das práticas

culturais, da memória material e do patrimônio histórico, em especial na perspectiva

dos descendentes entrevistados.

Além das memórias dos descendentes de imigrantes, este projeto também

valoriza atentar aos objetos preservados pelos familiares e o patrimônio cultural

construído ao longo dos anos em Irati. Os objetos são parte essencial deste

trabalho, pois através da angariação de diversos tipos de objetos – tais como

documentos, cartas, roupas, moedas, quadros, etc. – e uma plêiade que possa

enriquecer a implementação com esta prática. Segundo Weiner (1988), citado por

José Reginaldo dos Santos Gonçalves (2009, p.68), os objetos podem ter muita

importância como identidade cultural:

Nós usamos objetos para fazer declarações sobre nossa identidade, nossos objetivos, e mesmo nossas fantasias [...]. Estamos intimamente envolvidos com objetos que amamos, desejamos ou com os quais presenteamos os outros [...]. Os objetos guardam ainda o que é vital para nós. [...] não apenas nos fazem retroceder no tempo como também tornam-se os tijolos que ligam o passado ao futuro (WEINER in: GONÇALVES, 2009, p.68)

Os objetos que podem ter sido preservados pelos descendentes de imigrantes

poderão enriquecer o resgate da memória, pois este vínculo estabelecido com

tempo é muito importante, sendo os objetos materiais uma ponte entre passado e

presente (GONÇALVES in: PRIORI, 2009, p. 68).

Desde 1936, com a criação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional) houve por parte do Estado uma tentativa à proteção do

patrimônio histórico nacional. Atualmente o órgão responsável por fiscalizar e

proteger os bens culturais no Brasil é o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e

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Artístico Nacional), mas deve-se ressaltar que durante muito tempo houve a

preocupação em reconhecer como patrimônio histórico os “bens representativos da

História oficial e da memória das elites” (PELEGRINI in: PRIORI, 2009, p. 80). Não

distante, em Irati existe uma propensão em se valorizar mais o patrimônio cultural

que foi deixado pela elite e pouco se valorizar os bens usuais e corriqueiros da

população. Durante a implementação conheceremos algumas construções erigidas

por descendentes de imigrantes ucranianos e poloneses para perceber a

contribuição destes na arquitetura de Irati e a sua inserção na sociedade.

OBJETIVOS:

Instigar os alunos e as alunas do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola

Estadual Nossa Senhora das Graças, em Irati-PR., à análise e à

compreensão da memória e do patrimônio cultural dos imigrantes e

descendentes poloneses e ucranianos na região de Irati.

Fomentar a construção da consciência histórica a partir do estudo da história

local;

Compreender e valorizar a história e a memória dos imigrantes ucranianos e

poloneses na região de Irati-PR.;

Problematizar a construção do patrimônio histórico material e imaterial destas

etnias, valorizando as práticas e as tradições culturais;

Propor uma metodologia de ensino diferenciada, buscando ganhos no

processo ensino-aprendizagem de História.

PROBLEMATIZAÇÃO:

A definição do tema e do objeto de estudo implica focar questões diretamente

relacionadas ao público alvo da intervenção: o que os alunos e as alunas do

8ºanosabem sobre a história de sua família? Quais as lembranças e memórias ainda

estão presentes? Será que ainda preservam documentos históricos materiais ou

imateriais? Que práticas culturais ainda se fazem presentes em seu cotidiano? Qual

a significado/importância dos objetos guardados por estas famílias ao longo do

tempo? Existe, e se existe, qual o sentimento de “pertencimento” desses

descendentes?

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ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Durante esta implementação pedagógica, serão utilizados inúmeras formas

de trabalhar História em sala de aula e fora dela. Portanto, os alunos e alunos terão

a oportunidade de conhecer passo-a-passo deste trabalho com aula expositiva,

utilizando-se de slides para melhor compreensão do que ocorrerá nestas 32h/aulas.

Além de aulas expositivas, utilizaremos mapas com a localização da Ucrânia

e Polônia e os locais de chegada aqui no Brasil, para que haja uma localização

geográfica do assunto abordado.

O livro didático que os alunos possuem será uma fonte de leitura sobre a

chegada dos imigrantes europeus no Brasil. Após esta atividade, os educandos

terão contato com outras fontes históricas como livros, textos, revistas e artigos que

relatam a chegada dos imigrantes ucranianos e poloneses no Paraná e em Irati.

Pretendendo valorizar a história local para que os estudantes do 8º ano

percebam que estão inseridos na história global, será solicitado uma pesquisa de

campo, em forma de entrevista e arrolamento de fontes materiais e imateriais, com

descendentes de imigrantes, que podem ser de sua própria família ou de outra

família. Estas entrevistas, bem como as fontes arroladas serão apresentadas em

sala de aula para compartilhar a experiência com os colegas. Outras entrevistas

serão desenvolvidas em sala de aula com pessoas da comunidade que são

descendentes de imigrantes ucranianos e poloneses e que poderão contribuir com o

ensino-aprendizagem dos alunos para compreender a trajetória e o cultivo das

práticas culturais destas famílias.

Como forma de despertar os alunos para a importância da contribuição dos

imigrantes ucranianos e poloneses no patrimônio cultural de Irati, faremos saídas a

campo para conhecer, compreender e valorizar alguns locais erigidos pelos

imigrantes.

Expor as entrevistas, as fontes materiais angariadas e as fotos de todo o

processo de implementação será uma forma de finalizar esta intervenção

envolvendo toda a comunidade escolar, no salão nobre da Escola Estadual Nossa

Senhora das Graças, onde a comunidade escolar possa ter acesso ao resultado

deste trabalho. Esta forma participativa dos alunos e alunas em todo processo de

implementação, mostrará que todos fazem parte da história e que podemos construir

uma consciência história pautada em novas atividades, em novos saberes sem

deixar de ter o conhecimento como foco principal.

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ATIVIDADE 1

APRESENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA AOS ALUNOS E ALUNAS

Aulas previstas: 2

Objetivo: Conhecer passo-a-passo a implementação do projeto: Memória e

Patrimônio Cultural dos Imigrantes Ucranianos e Poloneses de Irati – PR:

vivenciando o ensino de história local com os alunos e alunas do 8º ano.

Metodologia: Em sala de aula, através de slides em Power Point, os alunos e

alunas do 8º ano tomarão conhecimento das ações da implementação

pedagógica na Escola Estadual Nossa Senhora das Graças,através de aula

expositiva, com questionamentos aos alunos sobre suas expectativas como

participantes destas ações.

BRINCADEIRA: ENCONTRE AS PÊSSANKAS NA ESCOLA

PROFESSOR (A): Esta brincadeira pode ser substituída por uma dinâmica ou outra brincadeira que se adapte com o tema. Não deixe de fotografar este

primeiro momento, para análise e exposição dos resultados.

Os alunos serão levados até o

pátio da escola para procurar 5

pêssankas que estarão escondidas.

Após encontradas, retornaremos

para a sala de aula onde haverá uma

explicação sobre o significado da

pêssanka para a cultura ucraniana.

Os 5 alunos (as) que encontraram

vão ganhar um prêmio (um bombom de

chocolate).

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ATIVIDADE 2

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO IMIGRAÇÃO NO BRASIL

Aulas Previstas: 3

Objetivo: Entender o processo de imigração europeia no Brasil, os motivos, os

países de onde vieram, os lugares que aqui habitaram e a instalação dos

imigrantes europeus no Brasil, dando ênfase aos imigrantes ucranianos e

poloneses.

Metodologia: Além de mapa-múndi demonstrando a localização dos

continentes, principalmente da Europa e do Oceano Atlântico enfatizando a

travessia, será utilizado um texto de apoio sobre a questão imigratória no

Brasil para fazer leitura e explicação oral sobre todo o processo. Em seguida,

os alunos serão questionados através de perguntas escritas sobre o assunto

visto. Assim que os alunos concluírem as questões no caderno, estas serão

corrigidas no quadro e retomadas para que possam sanar suas dúvidas.

Fonte: http://www.guiageo-mapas.com/mapa-mundi.htm - acesso em 02/09/2014

TEXTO DE APOIO:

OS IMIGRANTES NO BRASIL

Após a extinção do tráfico negreiro, os cafeicultores desenvolveram, junto ao governo imperial, uma política de atração de imigrantes europeus para suas lavouras,

mas apenas na década de 1880 que o trabalho livre europeu ganhou força com o aumento da campanha abolicionista. Outro motivo que levou o governo a incentivar e investir na vinda de trabalhadores europeus ao Brasil, foi a teoria racista de “branqueamento”, pois acreditavam que com o tempo, a população brasileira fosse branqueando ao longo das gerações.

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A vinda de imigrantes para o Brasil, trazidos pelo governo, começou com D. João VI, que comandou a instalação de suíços e alemães no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Mas as primeiras tentativas de colonização fracassam na maioria dos territórios, devido a distância dos mercados consumidores e a pobreza dos colonos; então adotou-se um sistema de parceria, onde os imigrantes eram contratados, tinham a viagem paga pelo fazendeiro, além das despesas da manutenção da família até a primeira colheita. Após a colheita o colono entregava metade da produção ao proprietário e ainda 6% de juros sobre as dívidas desde a viagem. Mas este sistema de parceria também enfrentou problemas, pois imigrantes ficavam com terras improdutivas, estavam sempre endividados e acabavam abandonando os cafezais. O descontentamento foi tão grande

por parte dos colonos imigrantes que alguns promoveram revoltas. Após o movimento abolicionista e o aumento da venda do café, houve a necessidade de atrair um número maior de imigrantes europeus para o Brasil. O governo ficou encarregado de divulgar este incentivo à imigração nos países europeus e de pagar o transporte do imigrante e sua família. Este período conhecido como imigração subvencionada foi um dos mais ativos da imigração europeia para o Brasil. Sendo assim, além de tentar suprir a mão-de-obra em São Paulo, houve também o deslocamento de imigrantes europeus para outras regiões do Brasil como: Santa Catarina vieram os açorianos, russos ucranianos, poloneses, alemães e italianos. No Rio Grande do Sul além dos açorianos, deslocaram-se os alemães, austríacos e italianos. Já no Paraná: russos, poloneses, ucranianos, holandeses, alemães e italianos não estabeleceram limites definidos e homogêneos entre os núcleos coloniais, mas tentaram preservar sua identidade cultural. ADAPTADO DE: Projeto Araribá: História/organizadora Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinário. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2010.

QUESTÕES PARA RESPONDER NO CADERNO:

1- Quais motivos levaram imigrantes de várias partes da Europa se deslocarem para o Brasil?

2- O que você entendeu sobre a teoria do “branqueamento”? Por que havia um desejo, por parte das elites, em “branquear” o Brasil?

3- Explique o sistema de parceria e por que este sistema não deu certo: 4- No sistema “imigração subvencionada”, qual era o papel do governo? 5- Quais etnias europeias habitaram o Paraná através dos núcleos coloniais? 6- Podemos afirmar que a nossa cidade foi habitada por imigrantes europeus?

Justifique sua resposta 7- Analise a imagem e descreva sua opinião sobre ela:

Obra: Os emigrantes, 1910. Antonio Rocco.

Disponível em:http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/default.aspx?mn=&c=acervo&letra=A&cd=2368 - Acesso em 01/10/2014.

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CURIOSIDADE:

ATIVIDADE 3

IMIGRAÇÃO EUROPEIA NO ESTADO DO PARANÁ E EM IRATI

Aulas previstas: 7

Objetivo: Conhecer as etnias e os motivos que levaram os imigrantes

europeus a se deslocar ao Paraná e à cidade de Irati; compreender as

dificuldades encontradas pelos imigrantes e como foi a instalação destes

colonos; visualizar em vídeos e documentários as principais etnias que

habitaram o Paraná, bem como suas práticas culturais; apresentar oralmente

sua compreensão sobre o assunto após estudos de textos em grupos.

Metodologia: Leitura, interpretação de livros e textos sobre a imigração

europeia no Paraná e na cidade de Irati. Vídeos e documentários

relacionados ao tema para melhor compreensão através da visualização. Em

seguida os alunos podem relatar o que entenderam e questionar suas

dúvidas oralmente. Formação de grupos de estudos sobre a imigração

ucraniana e polonesa em Irati. Distribuição de diferentes textos sobre a

imigração ucraniana e polonesa em Irati para leitura e discussão nos grupos.

Apresentação oral em sala, em forma de círculo, sobre os textos estudados e

Na província de São Paulo, o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro fundou a empresa de colonização Vergueiro & Companhia. Vários funcionários da empresa percorriam o continente europeu em busca de pessoas que se interessariam em trabalhar no Brasil. Os agentes da empresa realizavam uma propaganda informando sobre a possibilidade de enriquecimento no país e que o Brasil era uma terra promissora, onde todos teriam grandes oportunidades. Além dessa efetiva propaganda, os funcionários da empresa Vergueiro & Companhia ofereciam um adiantamento na remuneração dos trabalhadores. Essa era uma forma de seduzir ainda mais os europeus.

FONTE: http://www.alunosonline.com.br/historia-do-brasil/revolta-dos-imigrantes-europeus.html

ACESSO EM 03/09/2014

PROFESSOR (A): Durante a explicação oral sobre o tema imigração, incentive os alunos a participarem oralmente fazendo questionamentos e estimulando o raciocínio com perguntas. Além do texto de apoio sugerido para esta atividade, pode utilizar outros textos encontrados em diversos livros didáticos e relacioná-los. Sugestão de textos:

“A imigração europeia” e “Para onde foram os imigrantes”, ambos encontram-se no Livro Didático: Nova História Crítica, 7ª série, pg. 286. (Fonte: Schmidt, Mario Furley. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 1999)

“Saiba mais sobre a imigração para o Brasil no século XIX”, texto do Blog Mestres da História, disponível em: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2011/04/saiba-mais-sobre-imigracao-

para-o.html - acesso em 06/09/2014.

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o que os alunos(as) compreenderam sobre o texto proposto. Relacionar as

apresentações orais com as vivências já conhecidas dos tataravós, bisavós e

avós descendentes de imigrantes, através de relatos orais.

TEXTO DE APOIO1:

A IMIGRAÇÃO UCRANIANA NO PARANÁ Os imigrantes ucranianos, antes de instalarem-se em Irati, fundaram colônias em

Prudentópolis, por incentivo dos padres basilianos, a partir de 1895. Prudentópolis veio a se tornar o maior polo de concentração de imigrantes “rutenos” no Paraná. O terno “rutenos” foi usado para denominar os primeiros imigrantes que chegaram da região da Galícia Oriental, pois a Ucrânia ainda não era uma nação e, sendo assim, os ucranianos não tinham um sentimento de nacionalidade, o qual foi surgindo ao longo do tempo, até que a expressão “rutenos” foi sendo substituída por ucranianos.

Os rutenos que vieram ao Brasil no final do século XIX eram uma população composta, quase na totalidade, de camponeses analfabetos, sem conhecimentos científicos, educacionais e sem a participação na vida administrativa local, portanto esses camponeses não tinham contato com ideias que extrapolassem suas vivências cotidianas na aldeia. Suas primeiras percepções acerca da possibilidade de migrar foram marcadas pela dúvida, angústia, incerteza e medo.

Muitos imigrantes ucranianos dizem terem sido iludidos por agentes que vendiam a ideia de uma vida fácil e um enriquecimento rápido no Brasil, mas não foi isso que

aconteceu. Desde a travessia até muitos anos após a instalação dos colonos imigrantes foram tempo difíceis e sofridos. Muitas pessoas morreram nos navios que vinham para o Brasil, pois a higiene era péssima e os navios eram superlotados.

Em meados da década de 1870, inicia-se, lentamente, a chegada de várias correntes migratórias ao Paraná nas regiões aos arredores de Curitiba. Um dos principais motivos para o incentivo a esta vinda era a ocupação do território da Província do Paraná. A partir de 1870 começou a ampliar os núcleos de povoamento de imigrantes pela então Província do Paraná, mas apenas a partir de 1889 que ucranianos, ainda chamados de rutenos, vindos da Galícia e poloneses, vindo do Reino da Polônia, começaram a compor a maioria dos imigrantes que entraram no Paraná. Em Prudentópolis, em meados dos anos 1895 e 1896, chegaram aproximadamente 5.200 imigrantes e as dificuldades encontradas foram inúmeras. Inicialmente a adaptação da língua foi um grande obstáculo, que com o passar do tempo, os ucranianos foram conseguindo superar. Desorganização, penúria, fome, doenças, trabalho árduo, ataques

indígenas, dívidas, solidão e mortes são tristes lembranças dos imigrantes ucranianos que deixaram sua terra natal para arriscar suas vidas onde eles pensavam ser o “novo mundo”. ADAPTADO DE: GUÉRIOS, Paulo Renato. A Imigração Ucraniana ao Paraná: memória, identidade e religião. Curitiba: Ed. UFPR, 2012.

TEXTO DE APOIO 2:

TRECHOS DO ARTIGO: ORIGENS DO BRASIL MERIDIONAL: DIMENSÕES DA IMIGRAÇÃO POLONESA NO PARANÁ

Entre os casos particulares, a imigração para o estado do Paraná é um exemplo emblemático. Isso ocorre porque desde sua origem ela se encontra a meio caminho entre os dois modelos descritos, ou seja, apresenta-se como uma resultante de ações públicas locais e federais e dos próprios imigrantes. Além disso, tendo-se iniciado antes que o Paraná se emancipasse do estado de São Paulo, a imigração (e as imagens positivas que lhe foram sendo associadas) tornou-se uma das questões-chave na trajetória de ocupação e colonização do território, e na própria definição da identidade cultural do estado (Oliveira, 2007).

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A imigração polonesa para o Brasil coincidiu com a época em que movimentos nacionalistas atuantes nos territórios ocupados se organizavam para reconquistar a independência do Estado polonês, a questão da emigração tornou-se um assunto de primeira grandeza. Tendo em vista o grande número de poloneses vivendo de forma aparentemente isolada e em comunidades consideradas homogêneas, em especial no Brasil, mas também na Argentina, e, obviamente, os problemas que isso significava para aqueles movimentos tanto em termos de potencial de recrutamento quanto em termos da redefinição da identidade polonesa, uma grande expedição científica foi organizada no intuito de verificar in loco as condições de vida dos "patrícios" nos dois países. Conforme veremos mais tarde, muitos dos imigrantes instalados no Paraná se viram assim às

voltas com interesses nacionalistas e mesmo neocolonizadores, tendo seu papel migrado, em termos simbólicos e políticos, de colono-imigrante para emigrante-colonizador cujo objetivo final seria criar uma colônia da nação polonesa em terras brasileiras.

Em 1870 chegou a Curitiba, também de forma espontânea, o primeiro grupo de imigrantes poloneses. Nesse momento, a Polônia não existia como país independente. Seus territórios, desde fins do século XVIII, estavam divididos entre os impérios Austro-Húngaro, Russo e Prussiano. Essa partilha durou até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, englobando assim o período mais importante da emigração polonesa para as Américas (EUA, Argentina e Brasil). As causas da emigração são bem conhecidas. Entre as mais importantes, temos a "fome" de terra, a miséria, as magras colheitas e o sonho de se tornar "proprietário rural", particularmente decisivo para aqueles que emigravam para a América do Sul.

No mês de setembro de 1873, 258 outros poloneses (64 famílias), originários da colônia de D. Francisca (SC), se instalaram espontaneamente em Curitiba e pediram à

Câmara Municipal a demarcação de lotes de terra. Os lotes foram demarcados em uma área contígua à recém-criada colônia do Pilarzinho, perfazendo um total de 720 hectares. Em homenagem a Frederico Abranches, presidente da província entre 1873 e 1874, a nova colônia recebeu o nome de Abranches, e também é hoje um bairro de Curitiba. Esses dois exemplos demonstram a maneira como a colonização ocorreu, as dificuldades encontradas e exatamente que tipo de apoio os primeiros colonos obtiveram das autoridades locais. O ARTIGOCOMPLETO ESTÁ DISPONÍVEL EM: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21862009000100012&script=sci_arttext– acesso em 06/09/2014 Adaptado de: OLIVEIRA, Marcio de. Origens do Brasil Meridional: dimensões da imigração polonesa no Paraná. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, 209. V. 22, pp. 218-237.

SUGESTÕES DE VÍDEOS QUE PODEM SER UTILIZADOS PARA VISUALIZAR A

IMIGRAÇÃO UCRANIANA E POLONESA NO PARANÁ:

Made in Ucrânia: Os ucranianos no Paraná. Produzido por GP7 Cinema. Direção: Guto Pasko. Gênero: Documentário. Duração 102 min. Brasil, 2006

Trailer disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F1itb6IBbD8 – acesso em 03/09/2014.

PROFESSOR (A): Os alunos podem ser levados até o laboratório de informática para que pesquisem outros textos de apoio sobre a imigração ucraniana e polonesa no Paraná.

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Programa Meu Paraná: Poloneses no Paraná. RPC TV, exibido em

22/07/2011.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0DWRXMnLtfo – acesso em 03/09/2014

DIVISÃO DE GRUPOS DE ESTUDO SOBRE A IMIGRAÇÃO UCRANIANA E

POLONESA EM IRATI E DISTRIBUIÇÃO DE TEXTOS PARA ANÁLISE,

COMPREENSÃO, DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO ORAL EM SALA:

GRUPO 1:

ASPECTOS DA IMIGRAÇÃO UCRANIANA PARA O BRASIL: AS (A)DIVERSIDADES NA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ

A região Centro-Sul do estado do Paraná abrigou, há mais ou menos um século, imigrantes de diversas partes do mundo, principalmente de países europeus, como, por exemplo, Alemanha, Holanda, Itália, Polônia e Ucrânia. Em decorrência do grande número de imigrantes e de etnias que se instalou nessa região, essa é uma das regiões paranaenses que apresenta uma diversidade cultural e linguística bastante significativa. Ainda são preservados elementos culturais trazidos pelos imigrantes e, de certa forma, compõem as identidades dos seus descendentes. Em relação às adversidades que os imigrantes passaram, cabe dizer que não foram poucas. Tratam-se, pois, de “guerreiros” que sobreviveram passando por dificuldades em todos os sentidos. Sofreram quando estavam em seus países de origem, pois não queriam deixar aquilo que possuíam e, por outro lado, não aguentavam viver sob pressão e miséria. Sofreram, também, durante a viagem, pois as condições eram precárias, e, por último, mas não menos importante,

sofreram quando chegaram ao Brasil e não encontraram apoio e estrutura suficiente para se instalarem adequadamente, entre outros motivos. Merece menção o fato de que por discutirmos, nesse estudo, questões relacionadas à imigração ucraniana para o Brasil, não o fazemos com intenção de desmerecer as outras etnias de imigrantes que vieram para o nosso país. Muito pelo contrário, entendemos que todas as etnias merecem destaque e esperamos que o estudo que fazemos sobre a imigração ucraniana desperte interesse em outros pesquisadores para que volvam seus olhares para as outras etnias que constituem a referida região.[...]” Adaptado de JACUMASSO, Tadinei Daniel. DAMKE, Ciro. Aspectos da Imigração Ucraniana para o Brasil: As (A) Diversidades na região centro-sul do Paraná. Revistas Travessias, 2009. Disponível em http://www.unioeste.br consultado em 06/09/2014.

___________________________________________________________________ GRUPO 2:

A CULTURA UCRANIANA E POLONESA EM IRATI A estrada de ferro São Paulo-Rio Grande facilitou a entrada dos poloneses no

Paraná. Primeiramente, fixaram-se nos arredores de Curitiba, expandindo-se para outras localidades como: São Mateus, Prudentópolis, Irati, em uma região chamada Alto da Serra, terras da antiga Fazenda Floresta, tendo como pioneiro o Sr. Ladislau Gryczynski.

PROFESSOR (A): Atente, vídeos de longa duração não devem ser apresentados e sim recortes para que os alunos não dispersem e entendam a ideia principal.

PROFESSOR (A): Seria pertinente pausar o vídeo em algumas cenas para comentar com os alunos e relacionar as práticas culturais vivenciadas por eles

ou por seus antepassados.

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Em 1904, a região contava com 30 famílias polonesas em mais tarde foram povoando as seguintes localidades: Rio Corrente, Pedra Preta, Rio Bonito, Mato Queimado, Riozinho, Cochinhos. Por volta de 1922, registravam-se 800 famílias polonesas na região. Preocupados com a educação, religião e trabalho de sobrevivência, em 1919, iniciaram a construção da Igreja São Miguel, contando com a vinda do 1º Padre, Pe. Paulo Warcocz. O 1º Presidente da comissão de construção foi o Sr. José Smolka fundando em 1921, a Escola Polono-Brasileira, à Rua dos Operários. Em 1937, o Consulado Geral da Polônia no Paraná realizou um censo para verificar o número de poloneses existentes nas principais cidades do Paraná. Em Irati, dos 16.000 habitantes, 4.500 eram poloneses.

No município de Irati e região o povo ucraniano e seus descendentes têm enriquecido a cultura local miscigenando às outras tantas, cada qual participando com suas tradições e costumes dando uma identidade própria a esta cidade. Um povo trabalhador, organizado e de grande fé, cujas artes merecem mérito pela sua beleza, criatividade e delicadeza. O imigrante ucraniano ocupou as regiões da Sul do Brasil, com maior presença no Estado do Paraná, devido a semelhança do clima a que estavam acostumados em seu país de origem. Quando chegaram, ao sul do Paraná, ocuparam lotes de terras (futuramente chamadas de colônias) no interior das cidades de Prudentópolis, Irati, Mallet, União da Vitória e demais cidades do Estado. A primeira preocupação foi a derrubada dessa mata a fim de preparar a terra para o cultivo do trigo, do centeio, do milho, e demais culturas necessárias à sobrevivência. As primeiras moradias eram feitas de pau-a-pique, cobertas com folhas de palmeira e chão batido. Nas primeiras semanas tinham só pinhões de alimento, visto que

não haviam ainda colhido o que plantaram. Enquanto esperavam o crescimento e a colheita do que tinham plantado, o tempo era dedicado à abertura de estradas, construções de pontes, das primeiras capelas, etc. Adaptado de: RUDEK, Claudia. A cultura ucraniana e polonesa em Irati. Irati: D’Arte, 2002.

___________________________________________________________________ GRUPO 3:

IMIGRAÇÃO POLONESA EM IRATI (PR) – CULTURA, REPRESENTAÇÃO E SOCIABILIDADE

Os poloneses contribuíram muito para o desenvolvimento da agricultura do Paraná, com a introdução de ferramentas, antes aqui nunca vistas: arado de ferro, pá móvel, foice de cortar trigo, rastelo, entre outros. Dentre essas outras transformações, tornaram o Paraná, consequentemente Irati, com população predominantemente branca, com a maioria da influência europeia.

Quando os primeiros imigrantes chegaram a Irati em 1860/70, as áreas do município já estavam quase todas ocupadas por moradores brasileiros. Como o movimento imigratório não foi dirigido, mas espontâneo, alguns pioneiros fixaram-se no alto da Serra, antigo Fazenda Floresta. Os primeiros moradores de Irati, situaram-se em Covalzinho, hoje Vila São João.

Porém, na última década do século XIX, a região foi cortada pela ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul, o que evitou o povoamento de Covalzinho (Vila São João),

dando origem a estação de Irati. Com a passagem dessa ferrovia pela região, as condições de fixação de imigrantes

no município de Irati, tornaram-se esplêndidas, isso porque: A – pela estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, possibilitou a colocação da produção dos colonos recém chegados, no mercado paulista; B – pelas excelentes matas, ricas em araucárias e nativas em erva mate, (foi o que encantou os poloneses), possibilitando a indústria extrativa; C – a fertilidade do solo, que muito beneficiava a agricultura. Essas condições, difíceis de serem encontradas em outras regiões paranaenses, provocaram um movimento migratório para a região muito intenso de populações que imigraram para o Paraná. Adaptado de: PACZYK, Luciana. Imigração Polonesa em Irati (PR): Cultura, representação e

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sociabilidade. Monografia de Conclusão de Curso de Licenciatura em História. Irati: Unicentro, 2005.

_______________________________________________________________________

GRUPO 4:

REVISTAS DO CENTENÁRIO: IRATI, TEU NOME É HISTÓRIA E IRATI, TEU NOME É ARTE

Em 1907, com apoio do vice-presidente do Estado, então no exercício da presidência, o médico João Cândido Ferreira, no dia 2 de abril, é sancionada a Lei n. 716, criando o MUNICÍPIO DE IRATI, instalado em 15 de julho do mesmo ano, constituído pelos Distritos Judiciários de Iraty, Imbituvinha e Bom Retiro.

No ano seguinte 1908, Irati recebia o primeiro contingente de colonos holandeses, que se fixaram no Núcleo Iraty, atual Colônia Gonçalves Júnior. Ucranianos e poloneses, no mesmo ano, através de lideranças de Prudentópolis, fundaram a Colônia Itapará, alcançando as nascentes do Rio dos Patos através de picadas e caminhos quase intransponíveis. Em 1909 vieram para o Núcleo Iraty os imigrantes alemães. Em 1910/1912, chegaram os poloneses e ucranianos. Esse movimento imigratório foi iniciado e dirigido pelo governo federal. Provenientes da região de Campo Largo, desde 1910, começaram a fixar-se em Mato Queimado e Rio do Couro, na sede municipal e outras áreas, os italianos. Outro núcleo expressivo, porém espontâneo, pois o governo federal não conseguiu adquirir áreas para instalar a colônia, formou-se na Serra dos Nogueiras, local conhecido como Fazenda Floresta. E apesar da evasão que se verificou após esse primeiro esforço colonizador, em virtude das péssimas condições de vida e sobrevivência no sertão, as endemias, a falta de mercado para seus produtos, os colonos holandeses, alemães, ucraínos, austríacos poloneses, italianos e seus descendentes, na fusão de

raças com os portugueses, espanhóis e nacionais disseminados em todas as áreas do município, tornaram-se a força e a motivação da economia e da cultura em Irati. Os poloneses fixaram-se em nossa região a partir de 1900, e o que os trouxe pra cá foi a movimentação da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. Havia também grande propaganda, feita pela imprensa polonesa da época, que anunciava a fartura de terras e a falta de profissionais nos setores madeireiro e industrial, e até a convocação de professores para as escolas polonesas daqui. É tido como um dos pioneiros, estabelecido no Alto da Serra, o dinâmico colono Ladislau Gryczynski (1904) vindo de São Mateus. Nessa época, (...) o número de poloneses não passava de 30 famílias, mas quinze anos depois chegou a 800 famílias. No comércio de Irati, nessa época, merecem destaque os imigrantes: o sr. João Wasilewski, natural de Lublin, que em 1916 fundou a Padaria Irati, e posteriormente o Cine Central. Um homem empreendedor, que participava muito na coletividade polonesa da cidade, também foi um dos fundadores da sociedade-escolar Wolnosc.

Na agricultura, eles introduziram a cultura da batatinha inglesa e do trigo. Vale lembrar que nos anos 50 Irati foi a Capital da Batata. Adaptado de: ORREDA, José Maria. Irati, teu nome é história: revista do centenário. Irati: O Debate, 2007.ORREDA, José Maria. Irati, teu nome é Arte: revista do centenário de Irati: O Debate, 2007 _________________________________________________________________________________

GRUPO 5:

OS RITUAIS DE CASAMENTO UCRANIANO: ENTRE PERMANÊNCIAS E TRANSFORMAÇÕES–IRATI/PR (1978-2008)

Um dos fatores que motivaram a imigração ucraniana para o Brasil foram as condições políticas, econômicas e a insegurança constante na prática de sua religião e ritos. Assim (...) os ucranianos viram, de certa forma, a solução de seus problemas na imigração. Muitos deles não tinham a intenção de imigrar definitivamente, mas sim

temporariamente, a fim de enriquecer no país de destino e em seguida retornar à sua pátria. O desejo de se tornar um proprietário de terras, de enriquecer num país desconhecido, sem ter custo algum pela viagem, trazia uma nova esperança aos ucranianos que estavam sem saída para melhoras de vida em um país, devido às situações políticas e econômicas as quais passavam. Segundo FRANKÓ (1981)“os

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ucranianos, em sua maioria agricultores, entre outras coisas sofriam pela falta de terra”, pois havia uma grande desproporção étnico-social quanto à ocupação das terras. A maioria ucraniana (65%)era proprietária apenas de 48%de todo o território. Mais de 30%de todas as terras pertenciam a aproximadamente a 2 mil famílias de latifundiários da nobreza polonesa. As restantes (22%) cabiam à população polonesa agrícola. Em média uma família ucraniana de agricultores vivia de 2,6 hectares de terra. O governo austríaco não tomava nenhuma providência para alterar ou melhorar essa situação econômica, nem mesmo favorecia a industrialização do país, a fim de desviar parte da população agrícola às fábricas, às construções, etc. Eis por que a única solução para a Galícia, região pobre e carente de terras, era a emigração de seu povo (FRANKÓ,

1981).Por sua vez, o governo brasileiro investia fortemente em uma política para atrair imigrantes, mandando agentes para a Europa a fim de distribuírem panfletos que mostravam as favoráveis condições que o Brasil oferecia.

Pode-se dizer que esses imigrantes deixaram sua terra com a esperança de dias melhores, o que estava expresso na propagada das companhias colonizadoras. Contudo, “ao chegarem se deparavam com: florestas imensas pela frente para serem derrubadas e solo cultivado sem ferramentas e aparelhos agrícolas, já que na Europa não conheciam a foice, instrumento indispensável agora” (HANEIKO, 1985, p. 47). O Paraná foi um importante pólo receptor da imigração ucraniana, sendo que a mesma ocorreu neste Estado em três etapas.

A primeira deu-se a partir do fim do século XIX e foi constituída por lavradores de Galícia, importante cidade ucraniana, onde em 1169 consolidou-se o principado de Daniel, e tornou-se, em 1795, terra de domínio Austríaco e da Bucovina, região localizada na parte ocidental da Ucrânia, tendo em 1795 passado ao domínio Austríaco. A

segunda e terceira etapas referem-se aos acontecimentos da Primeira e Segunda Guerra mundiais, tendo nesses períodos entrando no Brasil, em geral, e no Paraná, em particular, um elevado número de ucranianos.

Em 1908 Irati recebeu sua primeira leva de imigrantes, os holandeses que fixaram-se, em sua maioria, no Núcleo Irati, hoje conhecido por Distrito de Gonçalves Júnior. No mesmo ano, ucranianos e poloneses fixaram-se em Itapará. No ano seguinte vieram para o núcleo Irati imigrantes alemães; ainda, entre os anos de 1910 a 1912, Irati recebeu novamente imigrantes ucranianos e poloneses que se instalaram no Núcleo Irati (ORREDA, 1972).

Desde a sua chegada ao Brasil, os ucranianos puderam continuar com sua cultura, porque a nova pátria dava-lhes liberdade para isso. Os ucranianos apegaram-se mais à religião.Assim, desde sua chegada, buscavam sacerdotes que pudessem realizar as celebrações como missas, casamentos, batizados e enterros. Os sacerdotes que atendiam os ucranianos que viviam em Irati vinham de Prudentópolis porque em Irati

ainda não havia capela ou qualquer local próprio para a realização das celebrações e nem uma moradia para o sacerdote. A capela só passou a existir em 1978, sendo que até então as celebrações aconteciam nas casas das pessoas, que as cediam para receber o sacerdote e todos os fiéis.

A construção da paróquia Imaculado Coração de Maria, finalizou-se em 1978, tendo mais espaço físico necessário para as pessoas assistirem as celebrações. Com o surgimento da Paróquia, as condições melhoram, de modo que os fiéis da etnia ucraniana

passaram a ter um pároco propriamente destinado a cuidar das celebrações e seus registros.

Dentre as cerimônias que passaram a ser registradas na Paróquia de Irati está o matrimônio, cerimônia rica em detalhes e beleza, que estão sendo prestigiados atualmente pelos ucranianos, uma vez que entre 1978 e 1990 muitos aspectos importantes do casamento foram deixados de lado, pois não havia, por parte dos casais e famílias, o interesse de seguir à risca todos os rituais que envolviam a celebração. Adaptado de: SCHÖRNER, Ancelmo. LUCAVEI, Lucélia. "Os rituais de casamento ucraniano entre permanências e transformações–Irati/PR (1978-2008)”.TEL Tempo, Espaço e Linguagem4.1 (2013): 49-63.

________________________________________________________________

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GRUPO 6: SOCIEDADE BENEFICIENTE CULTURAL IRATIENSE 75 ANOS

Os pioneiros poloneses, colonizadores da fazenda Floresta, sofreram graves problemas quanto à titulação das terras por eles adquiridas. Os pioneiros, por falta de conhecimento das leis e por processo de aquisição de terras então vigentes no Brasil, foram inescrupulosamente explorados por proprietários que pretendiam ampliar seus ganhos, explorando a situação de desamparo e desconhecimento do imigrante. Uma vez paga a sua data (lote), exigia o colono a escritura a que tinha direito. Na oportunidade, era então informado pelo proprietário que teria de pagar novamente a propriedade face ao não cumprimento de exigências legais por ocasião da aquisição. O

colono confiava apenas na boa fé do proprietário vendedor. Tal procedimento gerou um ambiente de grande tensão. Sucederam-se vários processos judiciais, atinentes à titulação dessas terras. Muitos colonos para não terem de pagar novamente a gleba (porção de terra), que já era sua, abandonaram a região, porém muitos outros permaneceram, procurando solucionar judicialmente a questão. Vinte anos após seu estabelecimento na região, ainda havia dezenas de famílias em situação instável, podendo a qualquer instante, serem

expulsos de suas datas, já pagas. Ao contrário dos outros núcleos de colonização polonesa no Paraná, os colonos poloneses localizados em Irati, tenderam a urbanizar-se com rapidez. Fixaram-se na cidade de Irati em grande quantidade, atraídos pela atividade comercial proveniente pela ferrovia São Paulo-Rio Grande. Muitos deles passaram a participar do comércio varejista bem como do atacadista da cidade. Os poloneses que aqui se encontravam, começaram a se preocupar com a educação, religião, além do trabalho de sobrevivência. No ano de

1919 a Colônia organizou sua comunidade para a formação cristã, iniciando a construção da Igreja São Miguel, cujo presidente da comissão de construção fora o Sr. José Smolka. Na época, Sr. Smolka solicitou a vinda do 1º Padre para atender os colonos; fora ele o Padre Paulo Warcocz. José Smolka fundou também, precisamente no dia 22/05/1921, a escola Polono-Brasileira, situada na Rua dos Operários, com o nome de “Towarystwo Wolnosc” (Sociedade Liberdade). O nome Liberdade foi homenagem ao fato da Polônia ter

recuperado sua independência em 1918, após 150 anos de domínio estrangeiro. Mais tarde foi cedido pelo Sr. José Smolka um terreno na rua Cel. Grácia, onde construiu-se um amplo casarão de madeira; passou a funcionar como escola, com aulas de polonês pela manhã e português à tarde. Na escola se matricularam neste ano exatamente 80 alunos. Os primeiros anos da Sociedade Wolnosc foram muito animados. Os poloneses faziam celebrar suas festas de forma a expressar a mostrar toda sua cultura e tradições. Adaptado de: SBCI – Sociedade Beneficente Cultural Iratiense. Livreto comemorativo dos 75 anos de fundação. Irati, 1996.

PROFESSOR (A): Seria muito interessante que os textos escolhidos para cada grupo se adaptassem com a história de sua cidade. Pode buscar textos, artigos ou livros que sejam pertinentes com a história dos imigrantes em seu município ou região.

Enquanto os grupos estão reunidos lendo e discutindo os textos propostos, seria importante que o professor (a) circulasse entre os grupos e estimulasse a participação de todos nas discussões.

Durante a apresentação oral dos grupos, os alunos podem sentar em forma de círculo e cada grupo pode escolher uma pessoa para ser o relator

da discussão e conclusão do grupo.

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ATIVIDADE 4

O USO DA HISTÓRIA ORAL E A IMPORTÂNCIA DAS FONTES HISTÓRICAS

Aulas previstas: 8

Objetivos: Conhecer, através de texto, a importância do uso da história oral e

das fontes históricas para o resgate da memória e do patrimônio cultural;

compreender a utilização de entrevistas para a história oral; elaborar um

roteiro de entrevista; apresentar objetos, documentos, fotos e outras fontes

materiais para que os educandos identifiquem os diversos tipos de fontes.

Resgatar fontes materiais e imateriais; apresentar oralmente as entrevistas e

as fontes angariadas.

Metodologia: Leitura e explicação oral de texto sobre história oral e o uso de

entrevistas. Descrever oralmente como se faz uma entrevista, como abordar o

entrevistado e elaborar um roteiro para entrevistar os descendentes de

imigrantes ucranianos e poloneses. Solicitar que os alunos entrevistem os

descendentes de imigrantes, sendo da própria família ou não, para fazer

questionamentos sobre a história desta família a partir do roteiro elaborado.

Distribuir aos alunos(as) uma Carta de Cessão para os entrevistados

assinarem. Estabelecer uma data para a apresentação das entrevistas em

sala de aula e executar estas apresentações. Convidar descendentes de

imigrantes ucranianos e descendentes imigrantes poloneses para

compartilharem a história de sua família com os alunos(as) e responderem os

possíveis questionamentos. Análise de texto sobre fontes materiais e mostrar,

através de fotos, modelos de fontes materiais que podem ser angariadas

junto aos descendentes de imigrantes entrevistados. Apresentação das fontes

arroladas em sala de aula.

TEXTO DE APOIO:

TRECHOS DO ARTIGO: HISTÓRIA ORAL COMO FONTES: PROBLEMAS E MÉTODOS A fonte oral pode acrescentar uma dimensão viva, trazendo novas perspectivas à

historiografia, pois o historiador, muitas vezes, necessita de documentos variados, não apenas os escritos. A história oral centra-se na memória humana e sua capacidade de rememorar o passado enquanto testemunha do vivido. Podemos entender a memória como a presença do passado, como uma construção psíquica e intelectual de fragmentos

representativos desse mesmo passado, nunca em sua totalidade, mas parciais em decorrência dos estímulos para a sua seleção. Não é somente a lembrança de um certo indivíduo, mas de um indivíduo inserido em um contexto familiar ou social.

Podemos perceber a grande diversidade da história oral, tanto no que diz respeito àqueles que a praticam como às concepções que a embasam, o que evidentemente gera

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divergências e debates. Ainda assim, a vitalidade desse campo é inquestionável, bem como é sua importância para as pesquisas em história do tempo presente. As pesquisas em história oral estimulam uma discussão interdisciplinar entre historiadores, sociólogos, antropólogos, líderes comunitários, psicólogos, ora organizando seminários, promovendo cursos e dessa forma, divulgando uma vasta bibliografia estrangeira e brasileira a respeito. Portanto, (...) os historiadores da oralidade abrem possibilidades de ampliar nossos conhecimentos acerca das relações ente história e memória, assim como dos imaginários e mentalidades individuais. A história oral, enquanto método e prática do campo de conhecimento histórico, reconhece que as trajetórias dos indivíduos e dos grupos merecem ser ouvidas, também as especificidades de cada sociedade devem ser

conhecidas e respeitadas. Artigo completo disponível em: http://repositorio.furg.br:8080/handle/1/3264 acesso em 04/09/2014. Adaptado de:MATOS, Júlia Silveira; SENNA, Adriana Kivanski de. “História oral como fonte: problemas e métodos”. In:História - Revista de História. Rio Grande: Instituto de Ciências Humanas e da Informação, FURG, 2011, p. 95 – 108.

SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA ENTREVISTA ORAL COM DESCENDENTE DE IMIGRANTE UCRANIANO OU POLONÊS:

Nome: Idade: Etnia que pertence: Qual pessoa de sua família veio da Ucrânia (ou Polônia) para morar no Brasil e qual seu grau de parentesco com esta pessoa? Em que ano, ou década esta pessoa veio para o Brasil? Motivo: O que o Sr. (Sra.) sabe sobre a chegada e instalação de sua família ao Brasil e em Irati? Como foi a vida destes imigrantes aqui no Brasil? Quais as dificuldades encontradas? Esta família preservou as práticas culturais de sua etnia ao longo das gerações? Que práticas culturais ainda se fazem presentes em seu cotidiano? Esta família preservou algum patrimônio histórico material (objeto, documento, foto, roupa ou outros) dos imigrantes que vieram da Ucrânia (ou Polônia)? Que tipo de patrimônio material esta família preservou? A quem pertenceu? Qual é a data deste objeto? Qual o significado/importância dos objetos guardados por estas famílias ao longo do tempo?

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Qual o sentimento de “pertencimento” que esta família tem de sua etnia? (Alunos e alunas podem elaborar outras questões que julguem pertinentes à entrevista)

MODELO DE CARTA DE CESSÃO PARA ENTREVISTA ORAL:

CARTA DE CESSÃO

Irati, _______________.

Eu, ___________________________________________, portador do RG

nº ______________________________, declaro para os devidos fins que cedo

os direitos autorais de minha entrevista gravada em _________________

para _________________________________________ usá-las integralmente ou

em partes, sem restrições de prazos ou citações, desde a presente

data. Abdicando de direitos meus e de meus descendentes quanto ao objeto

dessa carta de cessão, subscrevo a presente.

____________________________________________

Assinatura do Depoente

PROFESSOR (A): Os alunos que não tem descendência ucraniana ou polonesa, deverão entrevistar pessoas da comunidade que sejam descendentes destas etnias!

É importante que todos realizem a entrevista!

PROFESSOR (A): As entrevistas orais podem ser gravadas em áudio e vídeo para que no dia da apresentação em sala os alunos possam visualizar os entrevistados e como foi o trabalho feito por seus colegas. Aqueles alunos que não dispõem de equipamentos para gravação em áudio/vídeo poderão

apresentar a entrevista escrita aos seus colegas.

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TEXTO DE APOIO:

TRECHOS DO ARTIGO: ENSINO E HISTÓRIA: OUSO DAS FONTES HISTÓRICAS COMOFERRAMENTAS NA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOHISTÓRICO

O professor ao se utilizar da fonte histórica não a utiliza como os historiadores na academia, mas com o objetivo de levar o aluno a perceber como se constitui a história, como os conteúdos históricos se contextualizam com essa fonte. A fonte torna-se então, uma ferramenta psicopedagógica que poderá certamente auxiliar o professor na difícil tarefa de estimulação do imaginário do aluno na aprendizagem da história. Para tanto, procuramos compreender como a fonte se estabelece para história dos historiadores, e

como esta se torna uma ferramenta interdisciplinar ao ser apropriada pelo ensino no processo de produção de conhecimento histórico em sala de aula. As fontes históricas devem ir além de meras ilustrações de conteúdos. Atualmente o conceito de fonte histórica ampliou-se significativamente, entendendo-as como vestígios de diversas naturezas deixados por sociedades do passado. Entretanto, o historiador deve dominar métodos de interpretação, entendendo que as fontes devem ser criticadas e historicizada.

Para tanto, novos objetos se fizeram necessários. Todos os tipos de vestígios inscritos no passado como um livro de receita, fotografias, cinema, músicas, enfim uma série de elementos que auxiliariam o historiador na busca de compreender como se estabeleceram os homens do passado, qual significado tais objetos adquiram para estas sociedades, para os grupos que o forjaram e no que tange sua relação com o presente. As fontes históricas seriam as evidências do passado que certamente poderiam auxiliar a imaginação histórica do aluno. O aluno deve perceber de que forma a história é escrita e

qual o valor simbólico destes artefatos para determinadas sociedades. Adaptado de: XAVIER, Érica da Silva. "O uso das fontes históricas como ferramentas na produção de conhecimento histórico." Antíteses 3.6 (2011): 1097-1112. Artigo completo disponível em: http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_historia_o_uso_das_fontes_historicas_como_ferramentas_na_producao_de_conhecimento_historico.pdf - acesso em 11/09/2014.

EXEMPLOS DE FONTES MATERIAIS QUE PODERÃO SER ANGARIADAS JUNTO AOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES UCRANIANOS E POLONESES: OBJETOS:

FONTE: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

ROUPAS:

FONTE: JULIANA BASTOS - ARQUIVO PARTICULAR

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DOCUMENTOS:

FONTE: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

FOTOGRAFIAS:

FONTE: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

LIVROS:

FONTE: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

SUGESTÃO DE DESCENDENTES DE IMIGRANTES A SEREM CONVIDADOS PARA COMPARTILHAR A HISTÓRIA DE SUA FAMÍLIA COM OS ALUNOS (AS):

DESCENDENTES DE UCRANIANOS:

Jaroslava Taras EutêmiaGura

DESCENDENTES DE POLONESES:

Genoveva Zavelinski Casemiro Rezpka

PROFESSOR (A): Os alunos poderão angariar qualquer tipo de fonte material com a família entrevistada. Moeda, papel moeda, objetos de uso doméstico, quadros, pinturas, porta-retratos, entre outros poderão ser emprestados da família com devido consentimento e trazidos para apresentar aos colegas juntamente com a entrevista.

PROFESSOR (A): Sugere-se fazer uma sondagem prévia com pessoas da comunidade que sejam descendentes das etnias definidas e que estejam dispostas a compartilhar a história de sua família com os alunos(as). Devem ser pessoas que tenham facilidade em falar com os adolescentes e estejam preparadas para dividir sua vivência, bem como as fontes materiais preservadas ao longo das gerações.

DOCUMENTOS:

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ATIVIDADE 5

SAÍDA DE CAMPO

Aulas Previstas: 3

Objetivo: Conhecer alguns patrimônios culturais erigidos pelos imigrantes

ucranianos e poloneses, na cidade de Irati, bem como compreender, valorizar

a história destas construções e os patrimônios culturais.

Metodologia: Com a autorização prévia dos pais, os alunos serão levados a

observar algumas construções para conhecê-las, compreender sua história e

valorizá-las. Ao retornar para a sala de aula, farão uma cruzadinha onde

poderão relembrar vários assuntos explicados e vistos sobre o tema

Imigração.

SUGESTÃO DE PATRIMÔNIOS CULTURAIS PERTECENTES ÀS ETNIAS UCRANIANA E POLONESA EM IRATI E BREVE HISTÓRICO:

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

A primeira comunidade ucraniana foi

inaugurada em 1950 com a liderança

do Pe. Benedito Melnik, mas esta

construção atual foi concluída em

1979 e a Paróquia foi instalada em

1981. Atende mais de 1100 famílias

dos municípios de Irati, Rebouças e

Inácio Martins. FONTE: FOTO Juliana Bastos – Arquivo Particular. TEXTO Adaptado de: ORREDA, José Maria. Irati, teu nome é história: revista do centenário. Irati: O Debate, 2007.

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MATRIZ DE SÃO MIGUEL

Esta comunidade polonesa de

Irati teve a sua primeira capela em

meados de 1927 e fundou paróquia

em 1948. Apenas em 1950

iniciaram-se as obras da atual

construção que foi concluída em

1955. O presidente da comissão de

construção foi o Sr. José Smolka e

o primeiro padre a atender esta

comunidade polonesa foi o Pe.

Paulo Warcocz. Atualmente

paróquia atende aproximadamente

20 capelas em Irati.

FONTE: FOTO Juliana Bastos – Arquivo Particular. TEXTO Adaptado de: ORREDA, José Maria. Irati, teu nome é história: revista do centenário. Irati: O Debate, 2007.

S.B.C.I. – Clube Polonês

Desde 1921, alguns imigrantes

poloneses fundaram em Irati uma

escola Polono-Brasileira com o

nome de “Sociedade Liberdade”.

Esta escola tinha o intuito de

divulgar a cultura polonesa, ensinar

a língua , entre outros objetivos.

Esta fundação foi se diversificando

e se transformando em outras

sociedades e grupos até que foi

fundada em 1944a“Sociedade

Beneficente Cultural Iratiense”, ou

Clube Polonês como é conhecido,

tendo como primeiro presidente o

Sr. João Mierzva. Desde então o

clube tem diversas atividades

recreativas no município de Irati.

FONTE: FOTO Juliana Bastos – Arquivo Particular TEXTO Adaptado de: SBCI – Sociedade Beneficente Cultural Iratiense. Livreto comemorativo dos 75 anos de fundação. Irati, 1996.

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CRUZADINHA:

PROFESSOR (A): Para fazer a saída de campo é necessário tomar algumas medidas prévias como: sondagem do patrimônio histórico cultural das etnias envolvidas e autorização assinada pelos pais, mesmo que os locais visitados sejam pertos de sua escola. Em relação à cruzadinha, pode-se adaptar com os

textos e explicações que foram realizadas anteriormente.

Uma das maiores comunidades ucranianas existentes no Brasil encontra-se no Município de Prudentópolis - PR. De aproximadamente 50 mil habitantes, em torno de 38 mil são descendentes de ucranianos, ou seja, cerca de 75% da população é de etnia ucraniana.

Em Prudentópolis , encontra-se o Museu do Milênio, cuja curadora é a Sra. Meroslava Krevey. Neste museu, exclusivamente voltado para a história e memória dos ucranianos, encontram-se inúmeros objetos, documentos, roupas, instrumentos de trabalho, livros, fotos, entre outras fontes materiais arroladas ao longo do tempo e reunidas no museu. Adaptado de:http://www.revistaideias.com.br/?/cultura/577/a-saga-dos-imigrantes-ucranianos/&PHPSESSID=05d7f3e213bd8b5503d65ff1f67a08ff Informações sobre o Museu do Milênio em Prudentópolis - PR:http://www.prudentopolis.pr.gov.br/cidade/atrativosver/id/5/museu-do-milenio

Curiosidades

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ATIVIDADE 6

PRÁTICAS CULTURAIS

Aulas Previstas: 3

Objetivo: Conhecer algumas práticas culturais preservadas ao longo do tempo

pelos descendentes de imigrantes ucranianos e poloneses para compreender

e valorizar as tradições presentes no cotidiano das famílias.

Metodologia: Através de vídeos os alunos e alunas poderão conhecer

algumas práticas culturais preservadas pelos descendentes de imigrantes das

etnias trabalhadas. Após mostra de vídeos e fotos, haverá uma discussão

orientada em sala sobre o conhecimento dos educandos sobre as práticas

mostradas e uma atividade de caça-palavras para fixar o conhecimento.

SUGESTÕES DE VÍDEOS PARA CONHECER ALGUMAS PRÁTICAS CULTURAIS

DOS UCRANIANOS E POLONESES:

Vídeo sobre a confecção de “PÊSSANKAS”. Reportagem para a TV Carajás

de Campo Mourão, publicado em 31/03/2013.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=F68vXcGduxM – acesso em 14/10/2014.

Vídeo sobre a Dança Folclórica Ucraniana. Folclore Ucraniano Barvinok - 16º

Festival de Danças Ucranianas, que foi realizado em Dezembro de 2009 na

cidade de Maringá- PR. Publicado em 25/06/2010.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=349SK6kCgjw – acesso em 14/10/2014.

Vídeo sobre Tradições do Natal em Prudentópolis. Culinária e práticas

religiosas. Publicado em 23/12/2012.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jYTAgG4jUQI – acesso em 14/10/2014.

Vídeo sobre Culinária Polonesa. Programa Mais Cultura da TV Cultura.

Publicado em 11/03/2014.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cezQsXT_VMw – acesso em 14/10/2014.

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Vídeo sobre Cultura Polonesa. Programa Negócios da Terra da Rede Massa.

Publicado em 17/03/2014.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cTMIO1MfNuk – acesso em 14/10/2014.

CAÇA-PALAVRAS: X N Ó Í Ó R E L I G I Ã O F Ò A Õ R E Q V K H É L Ã O P K J

Õ U O L Ò H P R P E R Â Ó Â Ê G V K Ç B Í Ó Í H V E S A Í V

X A G X E B H N F E W Â Õ Z O Á P B Ú C M M R Í Ú B P C L M

M M D D Ô Ú M U M À C U L I N Á R I A T T N H H N Q T R Ô R

Ò H Z Á S D À E P W A Ò Ó A U C C G Ô E Ô C Õ W C H W P X Z

A Ò Ç Ç M Â Ç Ü M R G Í L G I E C D W A Ü D Ô S D Ó K U N A

P O N C Ã Â F G X P O L Ô N I A P É Q X Õ C Á Ò Ò M Ç G I Á

X T T Á D J Ç Ç X Ó Ú Í M Á Z Y G Ç G Õ V S S Z N R À B M H

Ô E J Ã D O X A G C B U D I Ã T X D Ô Ê G Â N R O Ã Ü B Õ O

U E B V M Ç B Â K N P Ê S S A N K A L B À Á Â Á B V A F C Õ

Q T R A D I Ç Ã O B K X R R Ó U K É Z N T F E S T A S A U Õ

À Q N L R É Â Ó H N V Á Ô Ü S N G Â Á C C Ç Z A A H Ô R X G

Â Ã Ã Ú J Ò O Z D R Q Ú W H à T L D E C À Z Ã Ú W É Ó K Ò Ú

B O T T N B O R D A D O T V A Ç J I J Ã M Ã S N V Õ E Ã M Q

Á A F B Í O U C R Â N I A O L I É W G Ú U R Ó I G Ò F G V U

M Ê Y D Ó Õ N Â H S P Ú V Ç E Í F I Ó X Z Ú É Ò D Ò Ê Ã K Ô

I À C J I E J P I E R O G I N Ú O L U Õ Â L S Z Ú Z S Ô B Ê

D Q H R H B R D F Á E Õ I X Ü B O Ã U U L V E D I C G Í A U

A Ç S Ç K Ó Q Á S F O L C L O R E H Ó B U Ô Y I Á Ç Z Õ U I

D Ô X I Â L R J N C Ã V Ç Ú Ó Í É M A T Ô G C M X Q C N J R

POLÔNIA

UCRÂNIA

TRADIÇÃO

PÊSSANKA

RELIGIÃO

PIEROGI

CULINÁRIA

FOLCLORE

BORDADO

FESTAS

O Jornal PRACIA, de Prudentópolis, foi fundado em 1912. Pracia significa “trabalho” e teve seu

primeiro exemplar editado na tipografia do Instituto Sagrado Coração em Prudentópolis. O jornal de cunho religioso tem uma característica particular, sendo inteiramente escrito em ucraniano. A finalidade do jornal sempre foi oferecer suporte e informações de caráter político, cultural e religioso para o povo ucraniano no Brasil e elevar seu nível cultural, fornecendo noticias internacionais e nacionais sobre a terra de origem de seu povo.

A importância do jornal para a cidade não se deve ao fato das informações de modo geral, mas sobre tudo por não haver tradução para o português até o ano de 2007, ou seja, 95 anos de relatos, informações, publicações e publicidade em um idioma no qual apenas os moradores da cidade tinham domínio. FONTE: http://jornalpracia.blogspot.com.br/

VOCÊ SABIA????

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ATIVIDADE 7

EXPOSIÇÃO “MEMÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL DOS IMIGRANTES

UCRANIANOS E POLONESES EM IRATI”

Aulas Previstas: 5

Objetivo: Expor para comunidade escolar as fontes materiais arroladas com

os descendentes de imigrantes ucranianos e poloneses e as entrevistas

realizadas para compreender e valorizar a história e a memória dos

imigrantes ucranianos e poloneses na região de Irati.

Metodologia: No Salão Nobre da Escola Estadual Nossa Senhora das Graças

será feita uma montagem prévia, com o auxílio dos alunos, organizando os

objetos por tipos e etnias, assim como será montado painéis de fotografias e

entrevistas transcritas. Com mesas, toalhas, projetor multimídia, telão e

painéis a exposição será organizada para receber a comunidade escolar. Os

alunos(as) levarão convites aos pais e avós e às pessoas entrevistadas e que

contribuíram de alguma forma para que esta exposição e implementação

fosse realizada. No telão, através do projetor multimídia serão projetadas as

fotos feitas ao longo da implementação e das exposições realizadas em anos

anteriores.

CONVITE:

A Escola Estadual Nossa Sra. Das Graças, juntamente com a Profa. Juliana e os alunos do 8º ano, convidam para a EXPOSIÇÃO “MEMÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL DOS IMIGRANTES UCRANIANOS E POLONESES EM IRATI” Local: Salão Nobre da Escola Data: 13 a 17 de Abril de 2015

Horário: 08h às 17h

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SUGESTÃO DE EXPOSIÇÃO:

FOTOS: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

FOTOS: JULIANA BASTOS – ARQUIVO PARTICULAR

ATIVIDADE 8

Спасибобольшое, Do zobaczeniawkrótce

Muito obrigada, até breve!

Aula Prevista: 1

Objetivo: Problematizar a construção do patrimônio histórico material e

imaterial das etnias estudadas ao longo desta implementação, discutir com os

educandos os pontos positivos e negativos levantado por eles neste trabalho

e perceber se houve uma melhor compreensão da consciência histórica

através destas 32 aulas.

Metodologia: Através de perguntas escritas, os alunos (as) poderão

responder as questões sobre o processo de implementação. Após a entrega

das questões respondidas, em forma de círculo, haverá uma discussão

orientada pela professora sobre a compreensão do tema estudado e as

transformações que ocorreram em relação a consciência histórica dos

PROFESSOR (A): A disposição das mesas e objetos angariados para a exposição fica ao seu critério. Tente adaptar ao espaço que a escola disponibiliza e não se esqueça de deixar uma área de circulação entre as mesas e painéis. Outra dica é que podem ser servidos pratos típicos da culinária das etnias expostas durante a visitação.

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educandos. Finalizando as discussões, serão projetadas as fotos e vídeos

feitos ao longo destas 32 aulas de implementação e haverá agradecimentos

aos alunos(as) por terem vivenciado e construído esta intervenção. Para o

encerramento, será servido pierogi aos alunos.

SUGESTÕES DE QUESTÕES SOBRE O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA ESTADUAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS: NOME:

IDADE:

TURMA/ANO:

1- A partir do que foi pesquisado e vivenciado, podemos afirmar que a história

dos imigrantes é valorizada? Explique:

2- Quais práticas culturais se fazem presentes no cotidiano dos descendentes

de imigrantes?

3- Em sua opinião: é importante guardar e preservar patrimônios históricos?

Por quê?

4- Quais os momentos desta implementação que ficarão arquivados nas

paredes da memória?

Pierogi polonês. Foto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierogi - acesso em 27/10/2014.

Pierogui é um dos pratos

típicos mais conhecidos da culinária polonesa. São pastéis cozidos feitos de farinha de trigo, queijo ou requeijão e batatas.

Na cultura ucraniana este prato é conhecido por “perohê” ou

“varéneke” e tem 19 variedades.

PROFESSOR(A): O encerramento da implementação pode ser feito de várias formas, podendo-se servir pratos típicos da culinárias das etnias estudadas ou até mesmo haver apresentações culturais valorizando as danças e folclore. Certamente estas atividades diferenciadas serão lembradas pelos alunos ao longo de sua

história.

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“ A memória, na qual cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o

passado para servir ao presente e ao futuro.”

Jacques Le Goff

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BARBOSA, Vilma de Lurdes. “Ensino de História Local: Redescobrindo Sentidos”. Saeculum Revista de História. João Pessoa: jul/dez, 2006. ESCOLA ESTADUAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS – Ensino Fundamental. Projeto Político Pedagógico, Irati, 2011.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos Gonçalves in: PRIORI, Angelo (org). História, memória e patrimônio. Maringá: Eduem, 2009. GUÉRIOS, Paulo Renato. A Imigração Ucraniana ao Paraná: memória, identidade e religião. Curitiba: Ed. UFPR, 2012.

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