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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA –PDE/2014
TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO NO ENSINO PROFISSIONAL
Autor Carla Aparecida de Barros
Área de atuação Disciplinas Técnicas
Escola de Implementação
Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas – Ensino
Médio Profissionalizante
Rua Marcilio Dias, n 465
Apucarana – Paraná (43) 3423-6070
Núcleo Regional de Educação Apucarana
Professor Orientador Sandra Regina de Oliveira Garcia
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar Biologia, Geografia, Química, Solos e Fisiologia Vegetal
Público Alvo Professores
Resumo Este caderno pedagógico foi elaborado com o objetivo de
verificar os pontos que impedem a implantação da
integração curricular entre as disciplinas da educação
básica e disciplinas técnicas no CEEP- Manoel Ribas.
Para a verificação destes pontos, utilizou-se questionário
entre os professores com o intuito de verificar como
ocorria este processo de integração. Após a análise
destes questionários, algumas aulas práticas integradas
serão realizadas, principalmente entre aquelas onde há
sobreposição de conteúdo. Como resultado, esperamos
demonstrar a relevância do conhecimento teórico
proposto pela educação básica e sua aplicabilidade no
conhecimento técnico do curso em agropecuária.
Palavras-chave integração curricular, educação básica, educação
profissional, técnico em agropecuária
2
SUMÁRIO
1) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4
1.1) Histórico e análise crítica da Educação Profissional no Brasil 4
2) CONCEPÇÕES E ARTICULAÇÕES PARA A FORMAÇÃO
OMNILATERAL DO EDUCANDO E SUA CIDADANIA NO PARANÁ
7
2.1) Concepção de Educação Profissional no Paraná 7
2.1.1) Articulação com a Educação Básica 8
2.1.2) Trabalho como princípio educativo 8
2.1.3) As mudanças no mundo do trabalho e as novas demandas da Educação
Profissional
9
2.1.4) As relações entre ciência, tecnologia e Educação Profissional 9
2.1.5) A interação entre ciência e tecnologia como determinante da integração entre
Educação Básica e Educação Profissional
10
3) BASES E CONCEITOS FORMADORES NA CONSTRUÇÃO DA
EDUCAÇÃO INTEGRADA PROFISSIONAL
11
4) OBJETIVOS GERAIS 12
5) OBJETIVOS ESPECÍFICOS 12
6) ANÁLISE E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 12
7) ETAPAS DE INTERVANÇÃO 13
7.1) Modelo de questionário qualitativo aplicado aos professores da educação
básica e técnica do Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas:
14
7.2) Sugestões de propostas pedagógicas para a integração curricular entre as
disciplinas da base nacional comum e educação profissional.
21
7.2.1) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Geografia e Solos 21
7.2.2) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Química e Solos 24
7.2.3) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Biologia e Fisiologia
Vegetal
30
8) CONCLUSÕES FINAIS 34
9) REFERÊNCIAS 35
3
APRESENTAÇÃO
A elaboração deste caderno pedagógico é uma das etapas para a conclusão do
Programa de Desenvolvimento Educacional/PDE, oferecido pela SEED e executado
pelas instituições de ensino superior, sendo que sua proposta refere-se às disciplinas
técnicas e foi orientada pela Prof. Dra. Sandra Regina de Oliveira Garcia, docente do
Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.
Além desta etapa, foi realizado um pré-projeto onde se verificou a relevância da
proposta de pesquisa e sua aplicabilidade. Para a conclusão do Programa, o professor
PDE será responsável pelo acompanhamento do curso de capacitação em rede/GTR
onde ele irá compartilhar sua experiência em todo o processo de construção e aplicação
deste trabalho em sua escola origem.
O objetivo final deste caderno pedagógico será fortalecer o processo de
integração da educação básica à educação profissional no Colégio Agrícola Estadual
Manoel Ribas – Apucarana, Paraná.
Para que pudéssemos entender como se dá a integração neste colégio, algumas
investigações à respeito do currículo integrado no Curso Técnico em Agropecuária entre
os docentes, serão necessárias. Através destas investigações, conseguiremos reconhecer
os pontos de fragilidade que impedem esta integração.
Após a leitura e análise dos dados coletados através dos questionários, alguns
temas de integração serão propostos entre disciplinas da base nacional comum e
disciplinas técnicas, principalmente entre aquelas que sabidamente sobrepõe umas às
outras.
Entre essas propostas de integração, utilizaremos como alguns exemplos,
atividades práticas entre as disciplinas de Solos e Geografia, Solos e Química e
Fisiologia Vegetal e Biologia. Aplicando estas aulas práticas, acreditamos contribuir
para a conscientização de professores e alunos quanto à relevância do conhecimento
teórico proporcionado pelas disciplinas da educação básica em que se refere à
capacitação técnica proposta no curso Técnico em Agropecuária.
4
A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO NO ENSINO PROFISSIONAL
CADERNO PEDAGÓGICO
1) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1) Histórico e análise crítica da Educação Profissional no Brasil
Para Ciavatta et al., (2011), ainda que sejamos levados a compreender o ensino
médio integrado à educação profissional como uma forma de relacionar processos
educativos com finalidades próprias em um mesmo currículo, compreendemos
integração como algo mais amplo.
Para a autora, a formação politécnica e omnilateral dos trabalhadores traz a
compreensão das relações sociais de produção e do processo histórico e contraditório de
desenvolvimento das forças produtivas.
De acordo Ciavatta et al., (2011), a concepção de educação integrada, tendo o
trabalho como princípio educativo não serve apenas para a profissionalização. Esta
finalidade se impõe, especialmente no ensino médio, por, pelo menos, duas razões.
A primeira é de caráter econômico, dado que jovens e adultos da
classe trabalhadora brasileira, à margem de uma política pública
coerente, têm dificuldade de, por si próprios, traçar uma carreira
escolar em que a profissionalização – de nível médio ou superior –
seja um projeto posterior à educação básica.
A segunda refere-se ao caráter dual da educação brasileira e à
correspondente desvalorização da cultura do trabalho pelas elites e
pelos segmentos médios da sociedade, tornando a escola refratária a
essa cultura e suas práticas. Assim, a não ser por uma efetiva reforma
moral e intelectual da sociedade, preceitos ideológicos não são
suficientes para promover o ingresso da cultura do trabalho nas
escolas, nem como contexto e, menos ainda, como princípio
CIAVATTA; RAMOS (2011, p. 15).
Foi nesses termos que Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p. 45) afirmam:
A integração do ensino médio com o ensino técnico é uma
necessidade conjuntural – social e histórica – para que a educação
tecnológica se efetive para os filhos dos trabalhadores. A
possibilidade de integrar formação geral e formação técnica no
ensino médio, visando a uma formação integral do ser humano é, por
essas determinações concretas, condição necessária para a travessia
em direção ao ensino médio politécnico e à superação da dualidade
educacional pela superação da dualidade de classes.
5
Para Massan (2012), é justo esclarecer que na sociedade capitalista, os
detentores da propriedade privada de capital, se utilizam deste para incorporar
trabalhadores mediante pagamento de salário, que só possuem para vender a sua força
de trabalho, relevando assim o trabalho ao patamar de uma simples mercadoria, que
passa a ser vendida mediante a uma relação contratual, dando a falsa impressão de algo
justo, porém, sendo o poder entre as partes, assimétrico, o que ocorre na verdade é a
camuflagem de uma relação escravocrata e servil.
Segundo Guimarães (2007), após a promulgação da Constituição Federal de
1988, buscou-se elaborar uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN), que enfatizava o pensamento crítico e inovador, o trabalho integrado e a
ética, rompendo com uma concepção produtivista e mercadológica da qualificação
humana. Entretanto, com as transformações operadas ao longo da tramitação da
LDBEN nº9394/96, foi mantido certo grau de dualidade na relação educação e trabalho,
muito embora, tivesse como eixo fundamental para o ensino médio, a oferta de uma
educação politécnica ou tecnológica.
A reforma implantada no sistema de educação profissional, retirando
de seu interior o ensino acadêmico, não só manteve a dualidade
histórica no sistema educacional, como, ao mesmo tempo, torna cada
vez mais distante para os setores populares a concretização de um
modelo educacional articulando teoria e prática, objetivando formar o
homem na sua dimensão omnilateral. (OLIVEIRA,2001)
Em Pacheco (2012), ao se iniciar um novo mandato do Governo Federal, em
2003, e mesmo antes, no período de transição, houve o recrudescimento da discussão
acerca do Decreto 2.208/97, principalmente no que se refere à separação obrigatória
entre o ensino médio e a educação profissional.
Segundo Frigotto (2005), a instituição do Decreto nº 5154/2004, não alterou o
desmonte produzido na década de 1990 pelo Decreto nº 2208/97, havendo a necessidade
das instituições da sociedade relacionadas com a questão do ensino médio, se
mobilizem para efetivação das mudanças.
MASSAN (2012), acredita que o avanço das relações capitalistas de produção,
conferiu-se destaque ao conhecimento científico e tecnológico, fazendo a escola se
comprometer com uma formação adequada à cultura industrialista. Assim,
estabeleceram-se novas relações entre trabalho, ciência e cultura, a partir das quais
constituiu-se historicamente um novo principio educativo, ou seja, um novo projeto
pedagógico por meio do qual a sociedade pretendia formar os intelectuais/trabalhadores,
6
os cidadãos/produtores para atender às novas demandas postas pela globalização da
economia e pela reestruturação produtiva.
De acordo com Kuenzer
O velho princípio educativo decorrente da base técnica da produção
taylorista/fordista foi sendo substituído por um outro projeto
pedagógico, determinado pelas mudanças ocorridas no trabalho, o
qual, embora ainda hegemônico, começou a apresentar-se como
dominante. (KUENZER,1998)
GARCIA (2009) entende que para os trabalhadores não servia mais uma escola
profissionalizante na perspectiva de treinamento e sim, uma formação profissional
realizada na escola unitária, no sentido gramsciano, uma escola de natureza científico-
tecnológica para todos.
FRIGOTTO (2005), entende que o ensino médio concebido como educação
básica e articulado ao mundo do trabalho, da ciência e da cultura constituí direito social
e subjetivo, necessário para se entender de forma crítica o funcionamento e a
constituição da sociedade humana em suas relações e de como funciona o mundo da
natureza a qual fazemos parte.
Para o referido autor, dominar este conhecimento, constrói sujeitos
emancipados, criativos e leitores críticos da realidade onde vivem e com condições de
agir sobre ela e, através deste conhecimento, este pode compreender e atuar com as
novas bases técnico-científicas do processo produtivo.
De acordo com Frigotto (2005), é necessário desfazer a ideologia da teoria do
capital, da pedagogia da competência e da empregabilidade. Para isso, há de haver uma
mudança no interior das escolas desde a formação docente até a melhoria de suas
condições de trabalho, além do envolvimento da sociedade civil e política para criar as
condições objetivas e subjetivas para a viabilização em termos econômicos e político
este projeto.
Para Ramos (2005) o objetivo é uma formação autônoma, sendo o princípio
educativo o princípio formativo.
Nosso objetivo não é sobretudo a formação de técnicos, mas de
pessoas que compreendam a realidade em que possam atuar como
profissionais. A presença da profissionalização no ensino médio deve
ser compreendida, por um lado, como uma necessidade social e, por
outro lado, como meio pelo qual a categoria trabalho encontre espaço
na formação como princípio educativo. (RAMOS, 2005)
7
2) CONCEPÇÕES E ARTICULAÇÕES PARA A FORMAÇÃO OMNILATERAL
DO EDUCANDO E SUA CIDADANIA NO PARANÁ
2.1) Concepção de Educação Profissional no Paraná
De acordo com os Documentos da SEED (2006) a partir 2003 há a retomada da
Educação Profissional e inicia a discussão da integração com o ensino médio. O
processo de discussão, em âmbito estadual, ocorreu com a participação dos professores
da rede, atuantes na educação profissional.
Ao priorizar a retomada dessa modalidade de oferta, no período 2003/2006, a
política para a Educação Profissional se iniciou pela realização de diagnóstico acerca
das reais necessidades de expansão, considerando as tendências socioeconômicas das
regiões do Estado e do provimento de recursos materiais e humanos (SEED, 2006).
Esta política de expansão considerava também a reestruturação curricular dos
cursos para favorecer a formação do cidadão/aluno/trabalhador que precisava ter acesso
aos saberes técnicos e tecnológicos requeridos pela contemporaneidade, para o que
contribuiu a revogação do Decreto n. 2.208/97 e a promulgação do Decreto n. 5.154/04.
Essa nova legislação possibilitou conceber propostas curriculares considerando a
necessária articulação entre as diferentes dimensões do trabalho de formação
profissional do cidadão/aluno, na perspectiva da oferta pública da Educação Profissional
técnica de nível médio, enfatizando o trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia, como
princípios fundantes da organização curricular integrada ao Ensino Médio (SEED,
2006).
Assim, em 2004, o Estado do Paraná iniciou cursos de Educação Profissional
técnica de nível médio com organização curricular integrada ao Ensino Médio. Em
síntese, a SEED assumiu o compromisso com uma política de Educação Profissional
que tinha o trabalho como princípio educativo, princípio este que considera o homem
em sua totalidade histórica e a articulação entre trabalho manual e intelectual a partir do
processo produtivo contemporâneo, com todas as contradições daí decorrentes para os
processos de formação humana no e para o trabalho (SEED, 2006).
Assumir esta concepção requeria que fossem explicitados os pressupostos
constituintes do arcabouço conceitual para a Educação Profissional, conforme a seguir
são apresentados (SEED, 2006).
8
2.1.1) Articulação com a Educação Básica
Por se desenvolver de forma sistematizada em instituições próprias ao ensino,
conforme o disposto na LDB, a Educação Profissional integra-se às diferentes formas de
educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, tendo finalidade de conduzir ao
permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, devendo estar
articulada com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada,
em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho (SEED, 2006).
Esta concepção incorpora a categoria trabalho, reconhecendo sua dimensão
educativa e a necessidade da educação escolar vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social. Para tal integração, assegura-se às modalidades e níveis de ensino, a
Educação Básica, formação mínima necessária a todo e qualquer cidadão (SEED, 2006).
2.1.2) Trabalho como princípio educativo
A dualidade estrutural que alicerçava a Educação Profissional a diferenciava nos
modos de organização da produção, gerando clara distinção entre dirigentes e
trabalhadores, a partir das formas de divisão social e técnica do trabalho (SEED, 2006).
Compreender a concepção mais ampla de educação, de modo a incorporar todas
as dimensões educativas que ocorrem no âmbito das relações sociais que levam à
formação humana nas dimensões social, política e produtiva, implica adotar o trabalho
como princípio educativo e como categoria orientadora das políticas, projetos e práticas
de Educação Profissional (SEED, 2006).
Neste entendimento, tomar o trabalho como princípio educativo, se por um lado
implica uma metodologia que permite analisar os projetos educativos a partir das
demandas dos processos social e produtivo, os quais, no capitalismo, implicam
exploração dos trabalhadores, por outro lado, aponta a possibilidade da construção de
projetos alternativos que atendam às necessidades dos que vivem do trabalho (SEED,
2006).
Isso significa buscar, se não a superação da dualidade estrutural, o que
demandaria a superação do capitalismo, pelo menos o seu enfrentamento, considerados
os limites e possibilidades da escola (SEED, 2006).
O compromisso com uma Educação Profissional adequada aos interesses dos
que vivem do trabalho implica desenvolver um percurso educativo em que estejam
presentes e articuladas a teoria e a prática, contemplando sólida formação científica e a
formação tecnológica de ponta, ambas sustentadas em um consistente domínio das
9
linguagens e dos conhecimentos sócio-históricos. Isto significa que a proposta político-
pedagógica teria como finalidade o domínio intelectual da tecnologia a partir da cultura,
contemplando no currículo, de modo teórico-prático, os fundamentos, princípios
científicos e linguagens das diferentes tecnologias que caracterizam o processo de
trabalho contemporâneo, tomados em sua historicidade (SEED, 2006).
Desta forma, permitiria ao aluno dos cursos de formação profissional, com base
na formação em nível médio, compreender os processos de trabalho como parte das
relações sociais (SEED, 2006).
2.1.3) As mudanças no mundo do trabalho e as novas demandas da Educação
Profissional
As novas demandas de Educação Profissional resultaram das mudanças
ocorridas no mundo do trabalho, passando a estabelecer uma nova relação entre
conhecimento compreendido como produto e como processo da ação humana,
demandando maior conhecimento teórico por parte dos trabalhadores (SEED, 2006). A
partir desta nova realidade, demandou-se um novo tipo de trabalhador, preparado para
atuar em diversos setores da economia e participar ativamente na sociedade, com
capacidades intelectuais e práticas que o obrigavam, mais do que adaptar-se à produção
flexível, compreender os seus limites e organizar-se coletivamente para superá-los
(SEED, 2006).
À categoria trabalho, somou-se então, a categoria competência, conferindo a este
novo perfil de trabalhador a necessidade de desenvolver a capacidade de articular
conhecimentos teóricos e práticas laborais, reafirmando-se que apenas o conhecimento
tácito ou científico não era suficiente para que se estabelecer o novo entendimento de
práxis, posto que esta, de acordo com Vasquez (1968), é atividade teórica e prática que
transforma a natureza e a sociedade, sendo a prática, na medida em que a teoria como
guia da ação, orienta a atividade humana e, teórica, na medida em que esta ação é
consciente (SEED, 2006).
2.1.4) As relações entre ciência, tecnologia e Educação Profissional
A formulação de concepções, políticas e formas de organização da Educação
Profissional dependem de como se compreende esta relação. Em uma primeira
abordagem, Educação Profissional foi reduzida à dimensão de neutralidade ou de
determinismo, a partir da compreensão de que a ciência era a fonte do conhecimento
10
verdadeiro e universal, não reconhecendo, portanto, a dimensão política do
desenvolvimento científico-tecnológico (SEED, 2006).
Do ponto de vista da Educação Profissional, supunha-se que era progressiva e
igual para todos, resumindo-se à acumulação pura e simples de conhecimentos
científico-tecnológicos, como condição suficiente para garantir o progresso econômico e
social a todos, pondo fim à pobreza e trazendo paz e felicidade a toda a humanidade.
Esta compreensão implicava substituir o termo Educação Profissional, vinculado a uma
concepção de qualificação estreita e precarizada com foco na ocupação para atender aos
interesses do setor produtivo, para educação dos trabalhadores, cuja concepção integra
educação básica e especializada para atender às demandas da transformação social a
partir da perspectiva da classe, podendo se dar em espaços públicos, por meio de
políticas, financiamento e gestão públicos (SEED, 2006).
A gestão desta modalidade de educação, portanto, deveria:
– integrar-se à gestão da Educação Nacional, em especial à Educação Básica, apontando
para a integração com o ensino superior;
– contemplar a participação efetiva dos trabalhadores nos espaços decisórios, tendo em
vista, novos projetos de educação para os que viviam do trabalho, de modo a abrir a
possibilidade de que a produção e a divulgação do conhecimento fossem usadas em
favor de interesses mais amplos e do atendimento das demandas materiais que dizem
respeito à melhoria das condições de vida da maioria da população;
– redefinir as finalidades e os projetos de educação dos trabalhadores de modo a
contemplar novas prioridades e alternativas que impactassem suas condições de trabalho
e existência.
2.1.5) A interação entre ciência e tecnologia como determinante da integração
entre Educação Básica e Educação Profissional
De acordo com a SEED (2006) ao impulsionar as forças produtivas na
perspectiva do processo de criação de valor, o desenvolvimento científico-tecnológico
intensifica a contradição entre as demandas do processo produtivo e os processos de
educação da força de trabalho, pois quanto mais se simplificam as atividades práticas na
execução dos processos de trabalho mais se complexificam as ações relativas ao
desenvolvimento de produtos e processos, à sua manutenção e ao seu gerenciamento.
Dissociados por efeito das formas tradicionais de divisão do trabalho, o trabalho
e a ciência voltam a formar uma unidade pela mediação da tecnologia, em consequência
11
do próprio desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo, e como forma de
superação aos entraves postos ao processo de acumulação. Desta forma, estabeleceram-
se novas formas de relação entre conhecimento, produção e relações sociais que
passaram a demandar o domínio integrado dos conhecimentos científicos, tecnológicos
e sócio-históricos (SEED, 2006).
Inevitavelmente, foi necessário reconhecer que as transformações no mundo do
trabalho exigiam conhecimentos e habilidades em ocupações específicas, tanto dos
instrumentos para o domínio da ciência, da cultura e das formas de comunicação, como
dos conhecimentos científicos e tecnológicos presentes no mundo do trabalho e nas
relações sociais contemporâneas, implicando constatar a importância das formas
sistematizadas e continuadas de educação escolar. Levando esse pensamento à termo,
construiu-se uma proposta que contemplava a articulação entre conhecimento básico,
conhecimento específico e conhecimento das formas de gestão e organização do
trabalho, contemplando os conteúdos científicos, tecnológicos, sócio-históricos e das
linguagens; a articulação entre a gestão da Educação Básica, da educação dos
trabalhadores e da educação superior, nos diferentes níveis: federal, estadual e
municipal; a participação efetiva dos que viviam do trabalho na construção das
propostas educativas e das formas de sua organização e gestão (SEED, 2006).
3) BASES E CONCEITOS FORMADORES NA CONSTRUÇÃO DA
EDUCAÇÃO INTEGRADA PROFISSIONAL
Com base nas dimensões históricas, teóricas e legais que determinaram os
pressupostos enunciados, as políticas e metas relativas à Educação Profissional seriam
regidas pelos seguintes princípios, (SEED, 2006):
- Educação Profissional e gestão democrática;
-Tomar o trabalho como princípio educativo;
- Integrar conhecimento básico e aplicado;
- Relacionar teoria e prática, parte e totalidade;
- Integrar as dimensões disciplinar e interdisiciplinar;
- Contemplar os conteúdos e habilidades da área da comunicação;
- Integrar os conteúdos sócio-histórico aos científicos e tecnológicos;
- Contemplar os conteúdos culturais a partir das relações entre a ciência, cultura e
sociedade;
- Relação entre a ciência, cultura e sociedade;
12
4) OBJETIVOS GERAIS
- analisar a contribuição da integração curricular na formação técnica dos alunos do
curso técnico em Agropecuária.
5) OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- verificar e analisar se ocorre a integração curricular no curso técnico integrado em
Agropecuária.
- propor formas de intervenção para que a integração aconteça na escola.
- desencadear um processo analítico dos componentes curriculares no curso técnico em
agropecuária.
6) ANÁLISE E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A integração entre as disciplinas da base nacional comum e da educação
profissional é um fator diferenciador na formação dos educandos dos cursos técnicos.
No entanto, partimos da tese que esta integração não se dá de forma completa devido
algumas dificuldades enfrentadas no contexto escolar e que, em algumas instituições de
ensino, estas situações não são exceções, fazendo parte de seu cotidiano.
Entre essas dificuldades que interferem na integração curricular estão, entre
outros: carga horária intensa dos professores, a falta de professores fixados na escola,
dificuldade em tornar realidade a proposta da educação profissional e, até mesmo,
inexperiência da equipe pedagógica neste tipo de ensino.
Tendo em vista a importância de uma integração plena das disciplinas da base
nacional comum e as disciplinas técnicas, será necessário lançar mão de ferramentas
que apontem junto aos professores e educandos, sua importância para a formação dos
egressos do curso técnico integrado em agropecuária.
Em uma primeira etapa, propõe-se a verificação da importância da integração
entre as disciplinas da base nacional comum e a educação profissional, através de
pesquisa que revele a importância ou não da integração sob o olhar os educandos e
docentes.
Caso os resultados apontem, como é nossa hipótese, de que a integração é um
elemento importante na formação dos estudantes, desenvolveremos a segunda etapa do
trabalho que consiste na realização de pesquisa participativa através de um questionário,
onde os professores das disciplinas da base nacional comum e os professores do ensino
profissional responderão perguntas relativas à:
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- professores da base comum irão responder se conhecem o conteúdo programático da
educação profissional;
- professores do ensino profissional irão responder se conhecem o conteúdo
programático da base nacional comum;
- a partir desta troca de conhecimentos, os professores irão indicar qual ou quais
disciplinas contemplam seu conteúdo, por exemplo: o professor de biologia irá
identificar quais conteúdos existem em sua disciplina e que também existe nas
disciplinas da educação profissional;
Após este diagnóstico, os professores irão propor metodologias de ensino que se
completam, articulações entre o seu componente curricular da base nacional comum
com as disciplinas da parte técnica, por exemplo: o professor de matemática poderá
propor dentro de um determinado conteúdo da sua disciplina, exemplos práticos de
matemática que reforçam o saber profissional como o cálculo de área e administração
rural.
Poderemos então, elencar quais disciplinas poderão contribuir de forma
completa na relação teoria e prática, tanto na base nacional comum quanto na educação
profissional.
Esta intervenção pedagógica culminará em reuniões de planejamento semestral e
anual, onde serão propostas novas formas de integração curricular, visando a melhoria
da educação profissional e o conhecimento do aluno egresso.
7) ETAPAS DE INTERVANÇÃO
Na primeira etapa, os professores do Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas
irão responder um questionário avaliativo. Nele, iremos identificar o nível de
entendimento e conhecimento por parte de todos os professores sobre a educação
profissional e sua integração curricular. Esperamos que através desta atividade,
possamos nos orientar no sentido de possibilitar possíveis praticas pedagógicas que
contribuam para a formação integral do educando.
Em uma segunda etapa, após avaliarmos o resultado do questionário, iremos
propor algumas práticas pedagógicas de integração curricular para aquelas disciplinas
onde verificamos menores possibilidades desta ocorrência, não devido à falta de
oportunidades metodológicas e sim, dificuldades pedagógicas causadas inexistência de
projetos de integração curricular.
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7.1) Modelo de questionário qualitativo aplicado aos professores da educação
básica e técnica do Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas:
15
Olá, caro professor da Educação Básica!
O questionário abaixo faz parte das atividades desenvolvidas no
Programa de Desenvolvimento Educacional\PDE – 2014. Este trabalho é
intitulado “Importância da integração curricular no ensino profissional
do curso técnico em agropecuária”, realizado pela Prof. PDE\ Carla
Aparecida de Barros e sob orientação da Prof. Dra. Sandra Regina de
Oliveira Garcia\UEL.
Através dele, poderemos identificar e mensurar a importância da
integração curricular, como se dá e se estabelece em nossa unidade de
ensino. No entanto, para que estes resultados reflitam a nossa
realidade, será necessário que também verifiquemos e identifiquemos o
comportamento dos professores diante desta forma de ensino, além de
revelarmos suas dúvidas em relação à integração e compartilhamento de
conteúdos propostos ao longo do curso.
Durante o preenchimento deste questionário, você poderá
esclarecer suas dúvidas. Todas as informações serão confidenciais e
somente serão utilizadas para fins didáticos à critério da Secretaria
Estadual de Educação.
1) Sabe quais são as modalidades de ensino ofertadas pela SEED?
SIM ( ) NÃO ( )
2) Tem conhecimento sobre o ensino profissional e suas modalidades de
oferta?
SIM ( ) NÃO ( )
3) Conhece todas as modalidades de ensino desta instituição?
SIM ( ) NÃO ( )
4) Sabe o que é ensino médio integrado?
SIM ( ) NÃO ( )
5) Sabe o que é ensino subsequente?
SIM ( ) NÃO ( )
6) Já ministrou aula para o ensino profissional?
SIM ( ) NÃO ( )
7) Tem conhecimento sobre integração curricular?
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SIM ( ) NÃO ( )
8) Participa ou participou de algum projeto de integração curricular
nesta instituição de ensino?
SIM ( ) NÃO ( )
9) Sabe qual a função do técnico em agropecuária?
SIM ( ) NÃO ( )
10) Sabe quais são as disciplinas que compõem o curso técnico em
agropecuária?
SIM ( ) NÃO ( )
11) Sabe quantas disciplinas são ministradas em cada ano/série
curricular no ensino médio integrado no curso de técnico em
agropecuária?
Sim ( ) NÃO ( )
12) Qual a disciplina que ministra?
( ) Matemática ( ) Química ( ) Física
( ) História ( ) Geografia ( ) Sociologia
( ) Filosofia ( ) Português ( ) Inglês
( ) Biologia ( ) Educação Física ( ) Arte
13) Entre as disciplinas que compõem o quadro técnico, você identifica
qual (ais) são áreas afins à disciplina que ministra?
( ) criações ( ) culturas
( ) agroindústria ( ) solos
( ) topografia ( ) administração rural
( ) extensão rural ( ) silvicultura
( ) horticultura ( ) mecanização agrícola
( ) olericultura ( ) fisiologia vegetal
( ) agroecologia ( ) edificações
14) Conhece o conteúdo programático das disciplinas assinaladas?
SIM ( ) NÃO ( )
15) Acredita que o conteúdo programático de sua disciplina poderia
estar contido nas disciplinas no quadro técnico?
SIM ( ) NÃO ( )
17
Cite qual (is):
16) Mediante esta alternativa, cite algumas formas de integração
curricular que você acredita poder haver entre a sua disciplina e alguma
disciplina afim pertencente do quadro técnico.
18
Olá, caro professor da Educação Técnica!
O questionário abaixo faz parte das atividades desenvolvidas no
Programa de Desenvolvimento Educacional\PDE – 2014. Este trabalho é
intitulado “Importância da integração curricular no ensino profissional
do curso técnico em agropecuária”, realizado pela Prof. PDE\ Carla
Aparecida de Barros e sob orientação da Prof. Dra. Sandra Regina de
Oliveira Garcia\UEL.
Através dele, poderemos identificar e mensurar a importância da
integração curricular, como se dá e se estabelece em nossa unidade de
ensino. No entanto, para que estes resultados reflitam a nossa
realidade, será necessário que também verifiquemos e identifiquemos o
comportamento dos professores diante desta forma de ensino, além de
revelarmos suas dúvidas em relação à integração e compartilhamento de
conteúdos propostos ao longo do curso.
Durante o preenchimento deste questionário, você poderá
esclarecer suas dúvidas. Todas as informações serão confidenciais e
somente serão utilizadas para fins didáticos à critério da Secretaria
Estadual de Educação.
1) Sabe quais são as modalidades de ensino ofertadas pela SEED?
SIM ( ) NÃO ( )
2) Tem conhecimento sobre o ensino profissional e suas modalidades de
oferta?
SIM ( ) NÃO ( )
3) Conhece todas as modalidades de ensino desta instituição?
SIM ( ) NÃO ( )
4) Sabe o que é ensino médio integrado?
SIM ( ) NÃO ( )
5) Sabe o que é ensino subsequente?
SIM ( ) NÃO ( )
6) Tem formação pedagógica?
SIM ( ) NÃO ( )
7) Tem conhecimento sobre integração curricular?
SIM ( ) NÃO ( )
19
8) Participa ou participou de algum projeto de integração curricular
nesta instituição de ensino?
SIM ( ) NÃO ( )
9) Sabe quais são disciplinas da base nacional comum ministradas em
cada ano/série curricular no ensino médio integrado no curso de técnico
em agropecuária?
Sim ( ) NÃO ( )
10) Qual a disciplina que ministra?
( ) criações ( ) culturas
( ) agroindústria ( ) solos
( ) topografia ( ) administração rural
( ) extensão rural ( ) silvicultura
( ) horticultura ( ) mecanização agrícola
( ) olericultura ( ) fisiologia vegetal
( ) agroecologia ( ) edificações
11) Entre as disciplinas que compõem a base nacional comum, você
identifica qual (ais) são áreas afins à disciplina que ministra?
( ) Matemática ( ) Química ( ) Física
( ) História ( ) Geografia ( ) Sociologia
( ) Filosofia ( ) Português ( ) Inglês
( ) Biologia ( ) Educação Física ( ) Arte
12) Você conhece o conteúdo programático das disciplinas assinaladas?
SIM ( ) NÃO ( )
13) Você acredita que o conteúdo programático de sua disciplina poderia
estar contido nas disciplinas da base nacional comum?
SIM ( ) NÃO ( )
Cite qual (is):
14) Mediante esta alternativa, cite algumas formas de integração
curricular que você acredita poder haver entre a sua disciplina e alguma
disciplina afim pertencente educação básica.
20
21
7.2) Sugestões de propostas pedagógicas para a integração curricular entre as
disciplinas da base nacional comum e educação profissional.
7.2.1) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Geografia e Solos
Nesta proposta, o principal enfoque da integração foram os conteúdos
correlacionados entre as disciplinas de Geografia e Solos. Nelas, o assunto “Solos”,
pode ser abordado em vários momentos, no entanto com diferentes olhares. Assim,
quando pensamos nesta integração, nosso objetivo foi mostrar a aplicabilidade da teoria
das disciplinas básicas e demonstrar a importância deste conhecimento teórico na
formação profissional do técnico em agropecuária, no que tange à preservação do solo,
qualidade de solo para as diferentes culturas vegetais e manejo de pastagens na
produção pecuária.
Experimento sobre erosão do solo
Este simples experimento propõe um entendimento rápido sobre os resultados
finais. Ele demonstra a relação entre a precipitação, a erosão do solo, a proteção dos
cursos de água e a vegetação.
Metodologia: Neste projeto de integração curricular, serão propostos os temas:
Conceito de solo, o solo enquanto elemento da paisagem, os fatores de formação do
solo, a degradação do solo e a importância do entendimento do uso e manejo adequados
dos solos.
Primeira etapa:
Um questionário investigativo será utilizado para verificar o conhecimento prévio dos
alunos sobre o assunto solos.
Segunda etapa:
Após o preenchimento do questionário, assuntos referentes à solos serão abordados no
contexto das disciplinas básicas e profissionais.
Terceira etapa:
Realização de atividades práticas integradoras.
Quarta etapa:
Confecção de relatório e verificação da aprendizagem sobre o tema, aplicando
novamente o questionário investigativo.
22
- Preparar três garrafas de plástico iguais e cortá-las ao meio no sentido longitudinal.
- Preservar o bico e a porção logo abaixo desta extremidade. Depois, colocar as garrafas
cortadas em uma superfície plana.
- As “bocas” das três garrafas devem ultrapassar um pouco os limites da tábua. Colocar
quantidades iguais de terra nas três garrafas e fixá-las na superfície.
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-solo.html
- Utilizar outras três garrafas de plástico transparente. Cortá-las ao meio, utilizando-as
como copo. Estes copos irão recolher, durante o experimento, a água em excesso que
vai escorrer pelo gargalo das garrafas.
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-solo.html
- Plantar sementes na primeira garrafa.
foto 1
foto 2
23
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-solo.html
- Semear a primeira garrafa e cobrir com terra. Após essa etapa, regar.
- Utilizar na segunda garrafa, resíduos de vegetais.
- Na terceira garrafa, colocar apenas terra.
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-solo.html
- Expor a garrafa com sementes à luz solar.
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-solo.html
foto 4
foto 3
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- Quando as plantas estiverem desenvolvidas, regar as garrafas e observar o escoamento
da água para os copos pendurados.
- Perceber água limpa fora da primeira garrafa e água mais suja progressivamente fora
da segunda e terceira.
7.2.2) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Química e Solos
Experimento sobre pH do solo
Neste experimento, demonstraremos que as teorias da disciplina de Química
podem ser aplicadas no Curso Técnico em Agropecuária. Esta aula prática, proporciona
a correlação das disciplinas de Química e Solos através da de determinação do pH do
solo em diferentes amostra, observação do pH ácido, básico e neutro e uma reflexão
sobre a importância do conhecimento do pH do solo para as práticas agrosilvipastoris,
bem como a sua correção para o crescimento adequado de várias culturas vegetais.
Metodologia: Neste projeto de integração curricular, serão propostos os temas:
Conceito de solo, conceito sobre química orgânica do solo, a degradação do solo e a
importância do entendimento do uso e manejo adequados dos solos.
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Primeira etapa:
A questão ambiental será abordada através de textos baseados nas ciências de solos,
geográfica e química visando a aplicação técnica de conhecimentos com o objetivo da
preservação ambiental e sua sustentabilidade.
Segunda etapa: coleta de amostra de solo.
Terceira etapa: questionário referente aos resultados da aula prática.
Quarta etapa: elaboração de relatórios e verificação da aprendizagem sobre o tema.
- Iniciar o experimento, preparando o indicador com repolho roxo.
- Utilizar os seguintes materiais para esta etapa:
folhas de repolho roxo
faca de cozinha
água de torneira
fonte de calor
panela
peneira pequena
garrafa plástica
Fotos 1 e 2
- Cortar duas folhas de repolho roxo, colocar na panela e cobrir com água.
- Ferver por alguns minutos e deixar esfriar.
- Retirar as folhas e acondicionar o líquido em uma garrafa plástica e levar à geladeira.
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
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- Preparar a escala de determinação de pH do solo com os seguintes com as seguintes
substâncias:
vinagre de álcool incolor
fermento em pó químico
sabão em pó
água sanitária
sal amoníaco
leite
água com sabonete
água de torneira
copos descartáveis de 200 mL,
seringa de 5 mL e 20 mL descartáveis
becker de 100 mL, colheres de chá, sopa, funil, filtro de café, panela pequena e
fonte de calor.
- Amostra de solo com muita matéria orgânica;
- Amostra de solo adubado ou com calcário;
- Amostra de solo qualquer;
Foto 3
- Puxar 20 mL de vinagre com o auxílio da seringa de 20 mL.
- Colocar 5 mL do indicador de repolho roxo com o auxílio da seringa de 5 mL e
misturar com o vinagre.
Foto 4
- Separar 100 mL de água com o becker.
- Misturar 10 mL de água com 10 mL de vinagre.
- Usar 5 mL do indicador e misturar com a solução diluída.
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http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Foto 5
- Separar 100 mL de água com o becker.
- Misturar com 5 mL de indicador coletado.
Foto 6
- Pegar 100 mL de água com o copo medida e coloque em outro copo.
- Misturar com 10 mL de leite coletado.
- Adicionar 5 mL de indicador na solução.
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Foto 7
- Produzir uma solução de 100 mL de água e uma colher de chá de fermento.
- Utilizar 5 mL de indicador para misturar na solução.
Foto 8
- Fazer uma solução preparada de sabonete dissolvido em 100 mL de água.
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- Adicionar 5 mL do indicador coletado com o auxílio da seringa de 5 mL.
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Foto 9
- Preparar uma solução com 100 mL de água e 10 mL de sal amoníaco.
- Misturar 5 mL do indicador coletado com o auxílio da seringa de 5 mL.
Foto 10
- Juntar 100 mL de água com uma colher de chá de sabão em pó.
- Colocar 5 mL de indicador coletado com o auxílio da seringa de 5 mL.
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Foto 11
- Adicionar 100 mL de água à 10 mL de água sanitária.
29
- Somar à solução, 5 mL do indicador.
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Para a determinação do pH, realizar o procedimento descrito abaixo em
todas as amostras de solos:
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- Diluir 2 colheres de sopa de amostra de cada tipo de solo em 200 mL de água.
- Ferver por alguns minutos.
- Deixar esfriar por 10 minutos.
- Coar a solução com o auxílio do funil e do filtro de café duplo até que fique clara.
- Adicionar 5 mL do indicador em cada solução.
- Observar a coloração de cada solução e comparar com as soluções indicadores de pH.
Para verificar o aprendizado dos alunos, acompanhar a resolução do questionário
abaixo e após esta etapa, discutir os resultados observados e a possível
aplicabilidade destes eventos na formação do Técnico em Agropecuária:
7.2.3) Proposta de aula integrada entre as disciplinas de Biologia e Fisiologia
Vegetal
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Experimento sobre osmose em célula vegetal observada ao microscópio óptico
Nesse experimento evidenciamos a desidratação da Elódea devido à perda de
água para o meio e sua posterior reidratação através do fenômeno da osmose.
Observaremos também a ciclose que é um movimento do citoplasma das células vivas e
sua função é facilitar a troca de substâncias intra ou intercelulares com o meio externo.
Porém, o grande objetivo desta aula será mostrar a importância da integração curricular
entre as disciplinas de Biologia e Fisiologia Vegetal e sua contribuição para a formação
do Técnico em Agropecuária. A partir de conhecimentos da Biologia, o técnico
agropecuário poderá observar por exemplo, as melhores horas do dia para realizar a
irrigação e quando este processo não for realizado de forma adequada, também poderá
ser identificado os danos causados por esta falha.
Metodologia: Neste projeto de integração curricular, serão propostos os temas:
Estudo da fisiologia vegetal, componentes celulares vegetais e suas funções, transporte
transmembrana e noções básicas microscopia óptica.
Primeira etapa:
Será discutido o tema sobre fisiologia da célula vegetal e a função de suas organelas.
Segunda etapa:
Abordaremos o funcionamento do transporte transmembrana e sua importância para
todos os tipos de células.
Terceira etapa:
Aplicação da aula prática sobre osmose em célula vegetal.
Quarta etapa:
Questionário e elaboração de relatórios e verificação da aprendizagem sobre o tema.
Providenciar os seguintes materiais:
- Lâmina de vidro
- Lamínula de vidro
- Pinça metálica de ponta fina
- Ramo de Elódea (Egeria densa)
- Papel absorvente
- Papel toalha
- Pipetas Pasteur
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- Frasco com água destilada
- Solução de cloreto de sódio a 5% (5 g de sal de cozinha dissolvido em 100 mL de
água)
- Microscópio
- Óleo de imersão para observação em microscópio.
Para começar o experimento, instile 1 gota de água destilada na lâmina de vidro.
Escolher uma folha jovem do ramo de Elodea.
Colocar a folha sobre a lâmina e cobrir com a lamínula.
Observe as células ao microscópio.
http://genoma.ib.usp.br/educacao/Observacao_Osmose_Cel_Vegetais_web.pdf
Nesta etapa, iremos analisar as estruturas da folha no microscópio, no entanto, será
necessário utilizarmos o óleo de imersão, pois usaremos a maior lente objetiva (100X).
http://genoma.ib.usp.br/educacao/Observacao_Osmose_Cel_Vegetais_web.pdf
Observar a perda de água da planta após entrar em contato com a solução salina.
Remover o excesso de água da lâmina com o papel toalha.
Observar a plasmólise em células de Elódea .
33
Instilar gotas de água destilada sobre a lâmina.
Observar a desplasmólise em células de Elódea.
http://genoma.ib.usp.br/educacao/Observacao_Osmose_Cel_Vegetais_web.pdf
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8) CONCLUSÕES FINAIS
Através de nossa pesquisa para a construção deste caderno pedagógico, nos
deparamos com a história da educação profissional no Brasil e no Paraná e de todos os
seus desdobramentos até chegamos ao nosso panorama atual.
Acreditamos que a educação profissional integrada à educação básica já está
estabelecida em nossas unidades de ensino, no entanto ainda temos um grande desafio
em mantermos a sua sobrevivência.
Por isso, a proposta de investigação e implantação de aulas práticas integradas, a
partir da oportunidade do PDE, propõe revelar quais são os pontos deste processo em
que há uma aproximação da educação básica e técnica e, onde há o seu distanciamento.
Nossa tentativa foi realinhar a integração curricular e demonstrar a toda
comunidade escolar, principalmente aos professores e alunos, a importância do
investimento na educação básica quando nos referimos à educação profissional, uma
vez que em muitas disciplinas encontramos o alicerce conceitual para as técnicas
profissionais no curso técnico em agropecuária.
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9) REFERÊNCIAS
CIAVATTA, M.; RAMOS, M.; FRIGOTTO, G.; Concepções e mudanças no mundo
do trabalho e o ensino médio. In: Ensino médio integrado: concepções e contradições.
São Paulo: Cortez, 2005.
CIAVATTA, M.; RAMOS, M.: Ensino Médio Integrado. In: CALDART, Roseli
Salete (org.). Dicionário da Educação no Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola
Politécnica de Saúde João Venâncio, Expressão Popular, 2012, p.305 -311.
GARCIA, S. R. O.: A educação Profissional Integrada ao ensino médio no Paraná:
avanços e desafios. 147 f. Tese. Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2009.
Disponível em: <http://www.ppge.ufpr.br/teses/D09_oliveiragarcia.pdf> Acesso em
20/07/2104.
GUIMARÃES, E. R.: Política para o ensino médio e educação profissional. mimeo.
Curitiba: SEED, 2007.
Gestão democrática da Educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo,
Cortez. 1998.
MASSAM, A.: O desafio de um currículo de ensino médio integrado à educação
Profissional na Formação do técnico em agropecuária. O professor PDE e os
desafios da escola pública paranaense. Produção didático-pedagógica. SEED, VOL. I,
2012.
ORGANIZADOR, PACHECO, E.; Perspectivas da educação profissional técnica de
nível médio. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação – SETEC/MEC. Brasília, 2012.
PARANÁ/SEED/DET. Diretrizes Curriculares da Educação Profissional-
Fundamentos Políticos e Pedagógicos. Curitiba, 2006.
Primeira aula prática:
http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/05/experimento-sobre-erosao-do-
solo.html
RAMOS, Marise. Possibilidades e desafios na organização do Currículo Integrado.
In: FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise. Ensino Médio
Integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez 2005.
Segunda aula prática:
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf
Terceira aula prática:
http://genoma.ib.usp.br/educacao/Observacao_Osmose_Cel_Vegetais_web.pdf
KUENZER, A. Z.: As mudanças no mundo do trabalho e a educação: novos
desafios para a gestão. In: FERREIRA, Naura S. C.